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33 Modelos Assistenciais em Saúde: organização da assistência à saúde CONCEITO: “Combinações tecnológicas estruturadas para a resolução de problemas e para o entendimento de necessidades de saúde individuais e coletivos” PAIM (2012) “Reflete as combinações tecnológicas dispostas nos meios de trabalho.” PAIM (2012) “O modelo assistencial diz respeito ao modo como são organizadas, em uma dada sociedade, as ações de atenção à saúde, envolvendo os aspectos tecnológicos e assistenciais. Ou seja, é uma forma de organização e articulação entre os diversos recursos físicos, tecnológicos e humanos disponíveis para enfrentar e resolver os problemas de saúde de uma coletividade.” (Silva Junior & Alves, 2007) “O tema de qualquer modelo de atenção à saúde, faz referência não a programas, mas ao modo de se construir a gestão de processos políticos, organizacionais e de trabalho que estejam comprometidos com a produção dos atos de cuidar do indivíduo, do coletivo, do social, dos meios, das coisas e dos lugares. E isto sempre será uma tarefa tecnológica, comprometida com necessidades enquanto valores de uso, enquanto utilidades para indivíduos e grupos.” (Merhy, 2000:2) Continente infra-estrutura, organização, gestão e financiamento Conteúdo Práticas de saúde Modelo "Espécie de esquema sempre parcial e mais ou menos convencional, posto que ignora a maior parte das variações individuais" Lógica que orienta a ação e organiza os meios de trabalho (saber/instrumento) utilizados nas práticas de saúde Modelo Organizacional- gerencial Modelo Assistencial 34 TIPOS DE MODELOS VIGENTES NO BRASIL I) Modelo Médico Hegemônico o Individualista o Saúde/Doença como mercadoria; o Ênfase no biologicismo; o Ahistoricidade da prática médica; o Medicalização dos problemas; o Privilégio da medicina curativa; o Estimulo ao consumismo médico; o Participação passiva e subordinada dos consumidores; II) Modelo Sanitárista o Campanhas e programas de saúde; o Necessidades de saúde da população mediante campanhas (de vacinação, dirigidas a público alvo, etc) o Vigilância sanitária o Vigilância epidemiológica; o Concentra sua atuação em grupos populacionais deixando determinantes mais gerais, a parte. o Não reforça a descentralização das ações e serviços; Modelo Assitencial Modo como são organizadas as ações de saúde Envolve aspectos tecnológicos e assistencial recursos físico e humanos tarefa tecnológica, comprometida com necessidades enquanto valores de uso, enquanto utilidades para indivíduos e grupos modo de se construir a gestão de processos políticos, organizacionais e de trabalho Tipos: 1) Médico Assistencial Privatista Estimula a superprodução de serviços, ações e procedimentos, contribuindo para o aumento dos custos da atenção. 2) Modelo de Atenção Gerenciada Tende a apostar na subprodução e no controle mais íntimo do trabalho médico, posto que as formas de pré-pagamento assim condicionam. Dirigi-se para contenção da demanda e o racionamento/racionalização dos procedimentos e serviços epecializados Território não é compreendida apenas do ponto de vista geográfico, mas como território- processo, onde a sociedade se estrutura e reproduz a vida, organiza a cultura, vive a história 35 o Fortalece a administração vertical, com gerentes, estados, munícipios, etc. Que decidem transversalmente de forma autoritaria. Ambos modelos NÃO contemplam o princípio da integralidade, ou estão voltados a demanda espontânea (médico hegemônico), ou estão atendendo necessidades que nem sempre se expressa em demanda (sanitarista). MODELOS ALTERNATIVOS 1) Oferta organizada Preocupação em atender usuários que constituem demanda espontânea por consulta, pronto-atendimento, urgencia e emergencia, ao mesmo tempo estaria preocupado a ações sobre o ambiente, indivíduos, grupos. Preocupação com a referência e contra-referência e atenção setorial. 2) Distritalização Divisão por distrito sanitário. Organizar serviços e estabelecimentos numa rede estruturada com mecanismo de comunicação e integração desenvolvendo ao mesmo tempo uma base epidemiológica. Princípios: Impacto; Orientação por problemas; Intersetoriedade; Planejamento e programação mensal; Autoridade sanitária local; Coresponsabilização; Hierarquização; Intercomplementaridade; Integridade; Adscrição; Heterogeneidade; Realidade 3) Ações programadas de saúde Identificação das necessidades de saúde que demandam da Unidade Básica; 4) Vigilância da saúde Propósito fundamental o controle dos riscos. Articula controle de danos, riscos e causas, Integração entre as vigilâncias, assistência médica e políticas públicas transversais. Promoção individual – atravessa todos momentos saúde doença. Enfatiza: 1) Problemas de saúde; 2) resposta social; 3) Correspondência entre níveis de determinação e níveis de intervenção; 4) Práticas sanitárias de promoção, proteção e assistencia. 5) Estratégia de Saúde da família Possibilita a integração e promoveria a organização das atividades em um territória definido, forma de estratégia para reorientação da atenção básica. 6) Acolhimento Atender todas as pessoas que procuram o serviço e reorganizar o processo de trabalho, o eixo centra é a equipe multiprofissional, qualificando a relação trabalhador e usuário com base em valores humánitarios de solidariedade e cidadania. 7) Linhas do cuidado Expressa os fluxos assistenciais seguros e garantidos ao usuário, no sentido de atender às suas necessidades de saúde. É como se ela desenhasse o itinerário que o usuário faz por dentro de uma rede de saúde incluindo segmentos não necessariamente inseridos no sistema de saúde, mas que participam de alguma forma da rede, tal como entidades comunitárias e de assistência social. A Linha do cuidado é diferente dos processos de referência e contrareferência, apesar de incluí-los também. Ela difere pois não funciona apenas por protocolos estabelecidos, mas também pelo 36 reconhecimento de que os gestores dos serviços podem pactuar fluxos ,reorganizando o processo de trabalho, a fim de facilitar o acesso do usuário às Unidades e Serviços aos quais necessita. QUESTÕES COMENTADAS Comentário: (F) O modelo médico hegemônico NÃO está associado a uma atenção que valorize a integralidade. (F) O modelo de sanitarista NÃO contempla a integralidade (V) O modelo das linhas do cuidado contempla a integralidade, pois desenha o itinerário terapêutico do paciente, expressando o fluxo do atendimento. Porque a Linha do Cuidado Integral incorpora a ideia da integralidade na assistência á saúde, o que significa unificar ações preventivas, curativas e de reabilitação Leves - relação profissional-paciente Tecnologias (Mehry) Leves-duras – conhecimento estruturado aplicado ex. saberes da psicologia Duras - uso de equipamentos Propostas alternativas o Atenção primária a saúde 1970 o Medicina comunitária 37 Problema de saúde é construída de maneira mais ampla que as doenças, por meio de uma sistematização de causas e consequências das situações que interferem na saúde da população, na programação de ações e na avaliação de seu impacto sobre problemas identificados. Integralidade Na abordagem Na rede de serviço Modelos tecnoassistenciais Programação em saúde: propõe uma análise da situação de saúde por meio dos padrões de adoecimento, vulnerabilidade e risco de morte por doenças e agravos. Isso evidencia um caráter prescritivo ou normativo para os serviços no seu encontro com os usuários, ofertando uma programação que interpreta a população pela sua ‘curva epidemiológica’. Esse saber é absolutamente necessário, mas, quando é utilizado para planejar o sistema de atenção e gestão,nos remete a uma atuação vertical e de produção de impactos sobre indicadores, enfraquecendo o olhar sobre a produção de acolhimento e escuta das pessoas em suas dificuldades pontuais ou difusas no modo de andar a vida. Políticas intersetoriais: propõem uma análise da situação de saúde com base nas condições mais gerais de vida, destacando a necessidade das boas condições de acesso aos bens coletivos, ou seja, a tudo aquilo que entendemos como determinante da qualidade de saúde. Baseiam-se na proposta de promoção da saúde e enfatizam a necessidade de articulações intersetoriais, por exemplo, com as áreas de ambiente, educação, atividade física, urbanismo etc. Esse foco propõe aspectos essenciais para uma política de saúde, mas, quando utilizado para ordenar o sistema, oferece poucos elementos para a organização das práticas de atenção e da rede de cuidados, visando à garantia de acesso a todos os recursos assistenciais de que venham a necessitar pessoas e populações. Promoção da saúde: uma ampla conjugação do método epidemiológico com o de promoção da saúde, valorizando enormemente a educação em saúde como desenvolvimento da autonomia das pessoas e populações. Configura propostas que 38 consideram os fatores determinantes ou condicionantes da qualidade de saúde, a necessidade de informações e conhecimentos para promover a autonomia e a necessidade de acesso às tecnologias do cuidado com produção de vínculo entre profissionais e equipes de saúde com os usuários. Integralidade: uma construção mais aberta e, além do reconhecimento de todos os fatores referidos aos demais desenhos (modelos), traz, como destaque, a necessidade de ter acesso a todas as tecnologias de saúde para a redução de danos e sofrimentos e prolongar a vida. Como integralidade, revela-se em defesa de que as tecnologias de saúde não sejam vistas como as de maior ou de menor importância e que não sejam hierarquizadas entre melhores e secundárias, mas vistas como recursos que precisam ser consumidos na hora certa e no espaço adequado, sejam as imunizações, os grupos com portadores de patologias, o diagnóstico por imagem ou laboratorial, as cirurgias ou os transplantes. Como se trata do sistema de saúde, o encontro com os usuários estende-se desde a participação no cuidado ao controle social sobre o setor.
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