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Filariose linfática

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Filariose 
 
Helmintos = vermes, grande grupo de animais; 
• Espécies de vida livre ou parasitárias 
(vegetais, animais e humanos); 
• Equilíbrio entre parasito e hospedeiro: 
parasito não quer eliminá-lo. 
 
Brasil: doenças infecciosas e parasitárias entre 10 
principais causas de morte – DataSUS, 2019. 
Hábitat - maioria no tubo digestivo de hospedeiros. 
Ambientes inadequados (agregação de pessoas, 
promiscuidade, nutrição deficitária, baixas 
condições sanitárias e de higiene) → desequilíbrio 
→ propagação e adoecimento. 
 
Associadas à pobreza e ao clima tropical, pelo 
encurtamento do ciclo biológico (multiplica + 
rápido). Dificuldade de eliminação dessas doenças. 
• Exceções: 
Schistossoma mansoni – vasos do sistema porta 
Wuchereria bancrofti – vasos linfáticos 
Onchocerca volvulus – tecido subcutâneo 
 
Ciclos mono e heteroxênicos; ovo, larva (formas e 
biologias distintas intra e interespecíficas) e adulto 
(hospedeiro definitivo = aquele que alberga verme 
adulto). 
• Estágio = cada fase do ciclo, transição do 
helminto ou artrópode no ciclo; 
• Estádios = transformações da larva. 
 
Geo-helmintos: ciclo complementado no solo, com 
geração de larvas infectantes (Ascaris 
lumbricoides, Trichuris trichiura, ancilostomídeos 
e Strongyloides stercoralis). 
 
 
Classificação taxonômica 
Império: Eucariota; Reino: Animalia 
Filo: Plathelminthes (Platy = chato) 
Classes: 
Trematoda: corpo com aberturas ou ventosas (Ex: 
Schistossoma mansoni e Fasciola hepatica); 
Cestoda: semelhante a fita (Ex: Taenia solium e 
saginata). 
------------------------------------------------------------- 
Filo: Nematoda (Nêma ou nêmatos = fio) 
Classes: 
Adenophorea (espécies que não ocorrem em 
humanos) 
Chromadorea (= Sercenentea) → vermes 
cilíndricos e alongados (Ex: Ancylostoma 
duodenale, Necator americanos, Enterobius 
vermicularis, Strongyloides stercoralis, Trichuris 
trichiura, Onchocerca volvulus e Wuchereria 
bancrofti). 
------------------------------------------------------------- 
Filo: Acanthocephala (Acanthus = espinhos e 
Kephale = cabeça) 
Ex: Moniliformes moniliformes e 
Macracanthorhynchus hirudinaceus (parasitam 
ratos e suínos, por vezes humanos). 
------------------------------------------------------------- 
Filo: Annelida (Annelus = anel) 
Ex: Minhocas e sanguessugas. 
FILARIOSE LINFÁTICA 
Doença desabilitante com lesões importantes. 
Conhecida como elefantíase, contudo esse quadro 
pode ter outras causas. 
 
 
REINO Animmalia 
FILO Nematoda (fio) 
ORDEM Rhabditida 
FAMÍLIA Onchocercidae 
SUBFAMÍLIA Onchocercinae 
GÊNEROS Wuchereria 
Brugia 
 
ESPÉCIES: 
Wuchereria bancrofti* 
Brugia malayi 
Brugia timori 
 
*Agente Etiológico nas Américas. 
• Filo: vermes cilíndricos e alongados, 
simetria bilateral. 
 
Hospedeiro invertebrado (culex) 
REINO Animmalia 
FILO Arthropoda 
ORDEM Diptera 
FAMÍLIA Culicidae 
SUBFAMÍLIA Culicinae 
GÊNERO Culex 
 
ESPÉCIE: Culex quinquefasciatus 
 
Mosquito vetor → hematófagos, fêmeas fazem 
repasto sanguíneo. 
o Picam durante à noite (22h e 2h). 
o Parasitados com larva L3 na probóscida. 
Presentes em água rica em matéria orgânica: 
esgoto, fezes, lixo jogado em córregos. 
Cidades e vilas onde há pobreza. 
 
Aspectos epidemiológicos 
Importante antropozoonose, considerada 
negligenciada. 
Endêmica em países tropicais e subtropicais (73 da 
África, Ásia e Américas). 
• Milhões de pessoas em países ameaçados, 
pode ser necessária quimioterapia 
preventiva na tentativa de reduzir a 
transmissão. 
• 40 milhões de pessoas desfiguradas ou 
incapacitadas → problema social. 
 
Mecanismo de transmissão: picada do mosquito 
Culex quinquefasciatus inoculando formas 
larvárias infectantes (L3 com movimentação ativa, 
saem da probóscida provavelmente motivadas pelo 
calor do hospedeiro). 
→ Filariose linfática em fase de eliminação como 
problema de saúde pública em vários países e já 
eliminada em 10. 
 
Formas de vida 
Vermes adultos 
Machos e fêmeas diferentes: 
M – 3,5 a 4 cm e 0,1 mm de diâmetro; extremidade 
anterior afilada e posterior curvada ventralmente 
(cilíndrico); 
F – 7 a 10 cm e 0,3 mm de diâmetro. 
 
Embriões (microfilárias) 
Utilizadas para o diagnóstico; 
F grávida faz a postura das microfilárias, localizada 
dentro dos vasos linfáticos; 
 → Microfilária de 
Wuchereria bancrofti 
Microfilária de 
Wuchereria bancrofti 
Possui membrana de revestimento delicada (bainha 
flexível, critério de diagnóstico por proteínas 
específicas); 
• Microscópicas (250 a 300 micrometros), 
tem movimento ativo na corrente sanguínea 
– saem da linfática durante a noite, 
microfilaremia em pico por volta de mais 
noite, coincidindo com hábito noturno do 
HI. Diagnóstico mais sensível nesses 
momentos, durante o dia falso – 
(escondidas em capilares profundos 
pulmonares. 
Fator de estímulo é desconhecido, adaptação capaz 
de manter permanência da espécie. 
 
Larvas 
Presentes no inseto vetor; 
Três estágios: L1, L2 e L3 (infectante). 
→ Vasos e gânglios linfáticos – 8 a 10 anos. 
→ Regiões: pélvica (pernas e escroto), braços e 
mamas + vasos linfáticos do cordão espermático. 
 
Ciclo biológico 
❖ Heteroxênico 
 
HI transmite larva por repasto sanguíneo. L3 
penetra pela área picada, alcança sistema linfático 
e se desenvolve em indivíduo adulto. Produz 
microfilárias que alcançam corrente sanguínea. 
Mosquito infectado por nova picada. Microfilária 
passa pelo estômago, penetra pela parede do 
intestino e se desenvolve em larvas até forma 
infectante → migra até aparelho bucal. 
 
Formas clínicas 
Ocorrem pela presença dos vermes no sistema 
linfático e pela resposta imune. 
Incubação em torno de 1 mês / Microfilaremia em 
6 a 12 meses. 
 
1. Doença subclínica – assintomática 
Alterações presentes, sem sintomas; 
Microfilaremia, lesões em vasos linfáticos ou 
sistema renal (hematúria em microscopia da urina) 
vistas em exames de imagem; 
Pacientes necessitam atenção. 
 
2. Forma aguda 
Febre, mal-estar, linfagite de curta duração (lesão 
de vasos) e linfadenite (infecção de gânglios = 
linfonodos); 
Funiculite ou orquiepididimite (inflamação do 
funículo espermático / testículos e epidídimo). 
Linha avermelhada característica na linfangiectasia 
aguda = cordão subcutâneo acompanhado ou não 
de dor muscular, febre, fraqueza, cefaleia. 
 
3. Forma crônica 
Grave, presentes lesões e desfiguração. 
Linfedema, hidrocele, quiluria (gordura na urina – 
completamente turva – ruptura ou fistulização de 
vasos linfáticos para interior do sistema urinário); 
• Elefantíase (MMII e região escrotal): 
Decorrente de sequência de eventos: linfagite, 
linfodenite, linfangiectasia (obstrução, mediada 
por fatores?), linforragia, linfedema, esclerose da 
derme (fibrose, endurecimento), hipertrofia da 
epiderme, aumento de volume. 
*Lesões e deformidades permanentes, raros casos 
de correção cirúrgica – dificultados tendo em vista 
a falta de condições e acesso das áreas de maior 
ocorrência. 
 
4. Eosinofilia Pulmonar Tropical (EPT) – raro 
Aumento de IgE total; 
Células inflamatórias nos infiltrados pulmonares 
(hipereosinofilia); 
Infiltração pulmonar de macrófagos – asma, febre, 
broncopneumonia e abcessos eosinofílicos com 
microfilárias → fibrose e alteração da função. 
 
 
Patogenia 
• Reação inflamatória pela presença do 
parasito e resposta imune aos vermes 
adultos. 
Associada à morte desses vermes – fase 
inflamatória (febre, cefaleia, mal-estar, dor local, 
vermelhidão...). 
Ação mecânica: obstrução e estase linfática com 
linfangiectasia (dilatação dos vasos), 
derramamento linfático; 
Ação irritativa: processo inflamatório (antígenos do 
verme), linfagite e adenite (inflamação e hipertrofia 
dos gânglios). 
 
Elefantíase: patogenia relacionada à sequência de 
eventos. Outras causas como: hanseníase, micoses, 
sífilis, tuberculose, infecçõesestafilo e 
estreptocócica, malformações congênitas e 
filariose. 
• Infecções bacterianas secundárias – 
importância de higiene cuidadosa nos 
órgãos afetados como modo de evitar. 
 
Diagnósticos 
Clínico 
Difícil conclusão, sobretudo no início; 
 
Diferencial com outras doenças/condições: 
elefantíase bacteriana ou fúngica, má formação 
congênita de vasos linfáticos, choque (linfedema), 
perturbação do fluxo linfático, hidrocele congênita, 
cisto epididimal. 
História clínica e epidemiológica; 
• Áreas endêmicas → história de febre 
recorrente, associação com adenolinfagite e 
posterior linfedema, alteração pulmonar 
(+EPT) come eosinofilia e elevação de IgE. 
 
Laboratorial 
Principalmente parasitológico pela coleta de 
microfilárias do sangue (entre 22 às 2h). 
Gota espessa, técnicas de concentração, aspirado 
de líquido da hidrocele, urina. 
*Pode haver microfilaremia incentivada por 
medicação, não tão sensível. 
*Biópsia de linfonodos é sugerida, pouco utilizada 
por ser invasiva. 
 
Imunológico → imunocromatografia (Ag de 
vermes adultos) e detecção de antígenos solúveis 
(ELISA-microfilária-Og4C3), utilizada para 
avaliação da terapia. 
- Em sorologia não se fala em anti Wuchereria pela 
reação cruzada com outros helmintos e pelo 
possível contato com proteínas do parasito, mas 
não ele em si. 
 
 
Exames de imagem 
Ultrassonografia: identificação de adultos, 
avaliação da eficácia terapêutica e da obstrução dos 
vasos linfáticos (inguinais e escrotais) – possível 
ver movimento do verme, “dança da filária”. 
Radiografia de tórax: lesões pulmonares (EPT). 
Linfocintigrafia: avaliar alterações anatômicas e 
funcionais dos vasos. 
 
 
Tratamento 
Específico – Quimioterápico 
• Infecção ativa com ou sem manifestação; 
• Matar vermes e reduzir morbidade; 
• Interromper transmissão e corrigir 
alterações linfáticas (fase inicial); 
 
Citrato de dietilcarbamazina (DEC), tratamento de 
escolha, utilizado no SUS (e em EPT), via oral. 
Diminui significativamente quadros agudos, reduz 
lesões → mecanismo de ação do medicamento 
ainda incerto, pode haver recidiva com volta da 
microfilaremia (não matou todas as formas 
adultas). 
Tratamento em massa para grande endemicidade: 
dose única de 6 em 6 meses, potencial erradicação. 
 
• Redução da microfilaremia: Ivermectina 
(não atua em vermes adultos, usada em 
associação). 
• Coinfecção com outros helmintos: DEC + 
Ivermectina ou albendazol. 
 
Inespecífico 
Tratar morbidade e sintomatologia desfigurante 
Tratamento de linfedema com esteroides (até 
drenagem) – reduz inchaço; 
Antibacterianos e antifúngicos para infecções 
secundárias; 
Repouso e higiene do membro afetado; 
Uso de compressas frias, meias elásticas, elevação 
e exercício do membro (retorno linfático); 
Tratamento cirúrgico da hidrocele e quilocele. 
 
Medidas: 
Monitorização de longo prazo, mínimo 12 meses; 
Assegurar adesão do tratamento; 
Avaliação do sangue periférico (pesquisa de 
microfilárias); 
Monitorar outras parasitoses. 
 
Profilaxia 
Tratamento dos parasitados, em massa nas áreas 
endêmicas (DEC); 
Combate ao vetor por DDT, saneamento básico; 
Eliminação de criadouros peridomiciliares e 
combate às larvas (bactérias entomopatogênicas); 
Busca ativa e tratamento seletivo em áreas de baixa 
endemicidade; 
Medidas de proteção individual e educação em 
saúde e saneamento ambiental; 
 
OMS → eliminação até 2020, ainda casos relatados 
PE (quimioterapia preventiva, controle do vetor, 
manejo da morbidade, prevenção da incapacidade).

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