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Parasitologia Clínica - Nematoides Teciduais

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18/08/2021 Parasitologia Clínica
https://www.notion.so/Parasitologia-Cl-nica-b4621666ab954c03b3fdb8772abd663d 1/17
Parasitologia Clínica
Nematoides Teciduais
Larvas Migrans e Filárias
 
Diagnóstico Laboratorial de Nematoides Teciduais
Considerações gerais:
Os parasitos teciduais apresentam ciclos biológicos complexos e heteroxênicos. Os 
antecedentes epidemiológicos são de muita utilidade na investigação dessas 
parasitoses. O quadro clínico na maioria dessas parasitoses, é polimorfo e pouco 
característico, sendo indispensável a realização de exames laboratoriais. Os exames 
podem ser diretos, procurando-se encontrar o parasito, ou indiretos, quando os 
anticorpos são detectados através dos testes imunológicos. Exames 
complementares no diagnóstico dessas parasitoses incluem: hemograma, radiologia, 
ecografia, tomografia computadorizada, endoscopia.
Nematoides parasitas encontrados nos tecidos: Ancylostoma caninum, Ancylostoma 
braziliense (larva migrans cutânea), Toxocara canis, T. cati (larva migrans visceral e 
ocular).
Cestoides parasitas encontrados nos tecidos: forma larval, cisticerco (Cysticercus 
cellulosae) da espécie Taenia solium e cisto hidático de Echinococcus granulosus.
Síndrome de Larva migrans
• Infecção do ser humano causada por larvas de parasitos de outros animais.
• O parasito não é capaz de completar seu ciclo evolutivo e migra por diversos 
tecidos, criando uma patologia diferente daquela causada em seu hospedeiro 
definitivo.
Larva migrans 
→As espécies A. caninum (parasito de cães) e A. braziliense (parasito de cães e 
gatos) causam a larva migrans cutânea (LMC).
→ As espécies parasitas T. canis e T. cati, cujos hospedeiros definitivos são o cão e o 
gato, respectivamente, causam a larva migrans visceral (LMV) e larva migrans ocular 
(LMO).
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Larva migrans Cutânea (LMC)
• Dermatite serpiginosa, dermatite pruriginosa;
• Distribuição cosmopolita – regiões tropicais e subtropicais;
• Agentes etiológicos: larvas infectantes de Ancylostoma braziliense e Ancylostoma 
caninum 
Morfologia: Ancylostoma caninum, Ancylostoma braziliense
→ Vermes adultos: machos medem entre 5 e 7,5 mm e fêmeas medem entre 6,5 e 9 
mm; apresentam uma cápsula bucal que contém um par de dentes ventrais 
desenvolvidos, juntamente com outro par rudimentar, e uma alongada bolsa com 
função copuladora.
• Estágios de desenvolvimento: vermes adultos, ovos, larvas rabditoides, larvas 
filarioides (infectantes).
Infecção no ser humano:
• Larvas filarioides – penetração e migração pelo tecido subcutâneo: “bicho 
geográfico” ou “bicho das praias”.
• Poucos casos de vermes adultos de A. caninum no intestino delgado humano.
Patogenia da larva migrans cutânea (LMC)
A LMC é uma parasitose que afeta a pele. O estágio infectante para o ser humano 
são as larvas filarioides que penetram na pele, formando túneis na epiderme e um 
trajeto errático, serpiginoso, eriematoso e muito pruriginoso.
Diagnóstico Clínico:
O diagnóstico da LMC é basicamente clínico, baseado no aspecto das lesões.
Raramente é realizada a biópsia cutânea. 
• Anamnese 
• Sintomas 
• Aspecto dermatológico da lesão
Sintomatologia da LMC:
• Momento da penetração: despercebido ou acompanhado de eritema e prurido. 
• Local de penetração das larvas: lesão eritemopapulosa que evolui para um 
aspecto vesicular. 
• Migração das larvas: rastro saliente e pruriginoso - infecções secundárias. 
• Comprometimento pulmonar com sintomas alérgicos (síndrome de Löefler). 
• Reinfecção: hipersensibilidade, eosinofilia.
Tratamento:
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• Uso tópico: tiabendazol 
• Casos de infecções múltiplas: uso tópico + sistêmico (VO) de tiabendazol. 
• Albendazol + ivermectina (VO). 
• Infecções secundárias: associar anti-histamínicos e esteróides tópicos.
 
Larva migrans visceral (LMV) e Larva migrans ocular (LMO)
• Toxocara canis, T. cati: parasitos do intestino delgado de cães e gatos. 
• Estágio de infecção para o ser humano: ovo de T. canis
Morfologia: Toxocara canis e Toxocara cati
• Vermes adultos: machos medem entre quatro e 10 cm e fêmeas medem entre seis 
e 18 cm; boca com três lábios e duas expansões cuticulares na região anterior, 
denominadas asas cefálicas. Os ovos são esféricos e medem entre 75 e 90 mm. 
• Estágios de desenvolvimento: vermes adultos, ovos (estágio de infecção), larvas 
rabditoides, larvas filarioides.
Infecção no ser humano:
• Água ou alimentos contaminados com ovos de T. canis. 
• Menos frequente: ingestão de carne ou vísceras do hospedeiro paratênico: aves, 
roedores, ruminantes, suínos.
Patogenia da larva migrans visceral (LMV) e ocular (LMO)
No ser humano, o Toxocara canis é o agente mais relacionado com a LMV. Ovos do 
parasito contaminam o ambiente e, em solo argiloso e condições de umidade e 
calor, poderão se manter embrionados até a ingestão acidental pelo ser humano. Os 
cães são os reservatórios naturais do parasito e desenvolvem o verme adulto com 
postura de ovos nas fezes.
Através da utilização de testes imunológicos, tem sido observada maior frequência 
de Ac anti-Toxocara em crianças, sugerindo possível imunidade protetora em 
adultos. A maioria dos casos é assintomática, mas são descritas três formas de 
apresentação da LMV: visceral, ocular e atípica ou oculta. Esta última caracteriza-se 
por manifestações inespecíficas, como cefaléia, hepatomegalia com aumento dos 
níveis de gamaglutamiltransferase, astenia e dor abdominal. A forma ocular foi 
identificada em olhos enucleados com suspeita de retinoblastoma. São observados 
granulomas 
retinianos, catarata, ceratite e endoftalmite.
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A toxocariose visceral é a forma mais estudada e mais exuberante quanto aos 
sintomas e resposta imunológica do hospedeiro. A forma clássica de LMV apresenta 
febre, manifestações pulmonares, às vezes semelhantes às alergias respiratórias, 
hepatomegalia, anemia, leucocitose, intensa eosinofilia e hipergamaglobulinemia. 
Os casos fatais geralmente estão associados com envolvimento do SNC.
LMO – manifestações clínicas:
• Hemorragia retiniana 
• Granulomas retinianos 
• Endoftalmite 
• Uveíte 
• Catarata, ceratite 
• Perda da visão
Diagnóstico Laboratorial da LMV e LMO:
Dados clínico-epidemiológicos
LMV:
• Biópsia de tecido 
• Testes Imunológicos: ELISA (Ag TES) 
• Ag recombinantes: peptídeos 24-32 KDa – específicos e imunogênicos Ac IgG anti-
Toxocara Ac IgE ou pesquisa de Ag circulantes – ainda em desenvolvimento
LMO:
• RIFI e ELISA: títulos de Ac baixos 
• Estudo do humor aquoso para pesquisa direta do parasito e de Ac produzidos no
local
LMV– manifestações clínicas:
• Intestino: eclosão das larvas – circulação sanguínea – tecidos adjacentes: fígado, 
rins, pulmões, coração, medula óssea, músculos estriados e olhos 
• Migrações - lesão típica: granuloma alérgico – larvas mortas cercadas por 
infiltrados eosinofílicos e monocíticos. 
• Se encistadas, as larvas podem permanecer viáveis por vários anos. 
• Infecções assintomáticas, subagudas ou agudas. 
• Quadro clássico de LMV: febre, leucocitose, hipereosinofilia sanguínea, 
hepatomegalia e linfadenite. 
• Infiltrados pulmonares: tosse, dispneia, anorexia e desconforto abdominal. 
• Sistema nervoso: ataques epileptiformes, meningite e encefalite.
• Infecções secundárias: Staphylococcus aureus nos granulomas – abscessos 
musculares, hepático, pulmonares e renais.
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Embora o quadro clínico seja grave, pode não haver larvas em outros tecidos e o 
nível de Ac estar muito abaixo ou indetectável, dificultando o diagnóstico 
imunológico. O estudo do humor aquoso para pesquisa direta do parasito e deAc 
produzidos no local pode auxiliar o clínico. O diagnóstico laboratorial direto pode 
ser feito em tecidos de biópsia, onde se observam granuloma eosinofílico e o 
parasito que pode ser identificado morfologicamente ou através de técnicas 
imunológicas de pesquisa de Ag (imunohistoquímica). 
Devido às limitações das técnicas diretas e ausência de ovos e vermes nas fezes, a 
toxocariose humana é estudada por meio de testes imunológicos para detecção de 
Ac séricos, sendo ELISA o mais empregado. Os Ag são extratos somáticos de verme 
adulto, de ovos embrionados e de larvas, todos mostrando reatividade cruzada com 
outros helmintos, destacando-se o Ascaris lumbricoides. O Ag mais específico é o 
obtido por cultivo de larvas em meio de cultura, chamado TES (excreção e secreção). 
Porém, o procedimento de obtenção é tedioso e de rendimento reduzido, indicando 
a 
necessidade de produção de recombinantes. A aplicação do western blot à amostra 
de soro de toxocariose mostrou que peptídeos 24-32 kDa são específicos e 
imunogênicos, são reconhecidos precocemente, tendendo os últimos a perderem a 
reatividade após a cura. 
Os Ac IgG anti-Toxocara podem permanecer por longos períodos de tempo, e 
podem ser detectados em indivíduos já curados. Outros marcadores de infecção 
aguda, como Ac da classe IgE ou a pesquisa de Ag circulantes, ainda carecem de 
melhor padronização e avaliação da eficácia. Mesmo assim, o achado de 
positividade para IgG anti-Toxocara em pacientes com sintomas clínicos e outros 
dados laboratoriais indicativos, tem sido considerado um excelente marcador para 
confirmar a toxocariose, especialmente quando é observada intensa reatividade. 
Tratamento:
• LMV: albendazol, ivermectina, tiabendazol, levamisol, fenbendazol, mebendazol, 
dietilcarbamazina 
• LMO: corticóides e tratamentos clínicos: fotocoagulação (granuloma de pólo 
posterior) e vitrectomia (granuloma periférico).
Epidemiologia:
• Presença de cães e gatos em locais como praias, parques e praças públicas. 
• Alta frequência de transmissão transplacentária: cãezinhos constituem a principal 
fonte de infecção. 
• Grande número de ovos de T. canis eliminados e alta resistência desses ovos no 
meio ambiente.
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Profilaxia:
• Realizar EPF de cães e gatos periodicamente e tratá-los com anti-helmínticos; 
• Evitar acesso desses animais a locais públicos (praças, praias, parques infantis); 
• Redução das populações de cães e gatos abandonados.
 
Filárias
Considerações gerais:
Os parasitos teciduais apresentam ciclos biológicos complexos e heteroxênicos. Os 
antecedentes epidemiológicos são de muita utilidade na investigação dessas 
parasitoses, cuja transmissão de algumas espécies ocorre via vetores biológicos 
como mosquitos. O quadro clínico na maioria dessas parasitoses, é polimorfo e 
pouco característico, sendo indispensável a realização de exames laboratoriais. Os 
exames podem ser diretos, procurando-se encontrar o parasito, ou indiretos, 
quando os anticorpos são detectados através dos testes imunológicos. Exames 
complementares no diagnóstico dessas parasitoses incluem: hemograma, radiologia, 
ecografia, tomografia computadorizada, endoscopia.
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→ No Brasil, somente três espécies de filárias são encontradas parasitando o 
homem:
• Wuchereria bancrofti, transmitida pela fêmea do mosquito Culex 
quinquefasciatus; são 
estimadas 112 milhões de pessoas infectadas pela W. bancrofti em 80 países;
• Onchocerca volvulus, transmitida pela fêmea de insetos do gênero Simulium; 18 
milhões de pessoas estão infectadas pela O. volvulus em 35 países, sendo 99% 
dos 
infectados na África, com 270 mil pessoas cegas. Áreas endêmicas: México, 
Guatemala, 
Venezuela, Colômbia, Equador e norte do Brasil: tribo Yanomami – prevalências 
de 
76,6% a 97,9%.
• Mansonella ozzardi, transmitida pela fêmea de insetos dos gêneros Simulium e 
Culicoides.
Morfologia das Filárias:
Wuchereria bancrofti 
Vermes adultos: machos medem quatro cm x 0,1 mm e fêmeas medem 10 cm x 0,3 
mm 
Larvas: 1,5 a 2,0 mm de comprimento (estágio de infecção). 
Microfilárias (Mf): 260 - 300 µm x 10 µm
Onchocerca volvulus 
Vermes adultos: machos medem dois a quatro cm e fêmeas medem 40 a 50 cm 
Larvas: estágio de infecção 
Microfilárias: 250 - 300 µm
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Mansonella ozzardi 
Vermes adultos: machos medem 2,5 a 3,0 cm e fêmeas medem seis a oito cm 
Larvas: estágio de infecção 
Microfilárias: 100 a 200 µm x 5 µm
 
Filariose bancroftiana
Wuchereria bancrofti: as microfilárias habitam o sistema linfático e circulam pelo 
sangue periférico; apresentam periodicidade noturna. Os vermes adultos habitam o 
sistema linfático.
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Manifestações clínicas da filariose bancroftiana: 
• Formas agudas: adenites ou linfangites 
• Vermes adultos: adenite, hidrocele, quilocele, quilúria, linfangiectasia –elefantíase. 
• Microfilárias: Eosinofilia Pulmonar Tropical (EPT) e hematúria. Eosinofilia pulmonar 
tropical (EPT) 
Sintomas de asma brônquica.
Hipersensibilidade imunológica a Ag filariais: 
• Aumento de IgE 
• Hipereosinofilia 
• Abscessos eosinofílicos com microfilárias 
Fibrose intersticial crônica nos pulmões.
• Casos assintomáticos
• Sintomas agudos: febre, linfangite e linfadenite com calafrios, e ataques febris 
recorrentes.
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• Progressão da infecção: 
- Aumento dos linfonodos, possivelmente envolvendo muitas partes do corpo, 
incluindo as extremidades, o escroto e os testículos, com ocasional formação de 
abscesso. 
- Infecções bacterianas recorrentes contribuem para o dano tecidual. 
- O espessamento e a hipertrofia dos tecidos infectados pelos vermes podem 
levar 
ao aumento dos tecidos, especialmente as extremidades, progredindo para 
elefantíase.
Sinais provocados pelos vermes adultos:
- hidrocele: extravasamento de líquido na bolsa escrotal, entre o testículo e a 
membrana 
que o envolve, denominada túnica vaginal; 
- quilocele: rompimento do vaso linfático na túnica escrotal; 
- ascite linfática: rompimento do vaso linfático na cavidade abdominal; 
- quilúria: derramamento de linfa no trato urinário, com eliminação de urina de 
aspecto 
leitoso; 
- linfedema: extravasamento da linfa em vasos linfáticos que drenam a pele. A 
recorrência 
de infecções bacterianas na pele é um importante fator que contribui para a 
cronificação 
do processo, predispondo ao linfedema crônico, que pode evoluir para elefantíase 
em 
cerca de 10 a 15 anos.
A filariose é uma doença crônica, debilitante e desfigurante. Os vermes adultos 
causam lesão primariamente no vaso linfático e as Mf são responsáveis pelas 
manifestações extra-linfáticas. As formas agudas são produzidas pela morte do 
parasito adulto filarial e, dependendo da localização do verme, em linfonodo ou 
vaso linfático, pode provocar adenites ou linfangites, respectivamente. 
A síndrome de elefantíase é caracterizada por um processo de inflamação e fibrose 
crônica do órgão atingido, com hipertrofia do tecido conjuntivo, dilatação dos vasos 
linfáticos e edema linfático. Nas mulheres ocorre mais frequentemente nos 
membros inferiores e raramente nas mamas e região genital. Nos homens a forma 
clínica mais prevalente é a hidrocele testicular, que progride para elefantíase da 
região escrotal, podendo também acometer o pênis.
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As Mf podem causar a eosinofilia pulmonar tropical (EPT) e hematúria. A EPT é uma 
síndrome devidoà hiper-resposta imunológica do paciente a antígenos filariais, 
sendo manifestação relativamente rara. Observa-se aumento de IgE e 
hipereosinofilia, aparecimento de abscessos eosinofílicos com Mf e posterior 
desenvolvimento de fibrose intersticial crônica nos pulmões. A sintomatologia da 
EPT se assemelha à da asma brônquica, sendo caracterizada principalmente por 
episódios de tosse e falta de ar.
Onchocerca volvulus → Os vermes adultos alojam-se no tecido subcutâneo, 
enovelados em oncocercomas ou nódulos fibrosos. As Mf não apresentam 
periodicidade, circulam nos vasos linfáticos superficiais e no tecido conjuntivo da 
pele, mas podem ser encontradas também nos tecidos do globo ocular e, em alguns 
casos, podem alcançar o sangue. Raramente, são encontradas no baço e nos rins, 
podendo ser recuperadas da urina.
Patogenia da oncocercose
• Infecção envolvendo a pele, tecido subcutâneo, linfonodos e olhos.
• Período de incubação entre a larva infectante e a formação do verme adulto é 
de 
vários meses a um ano.
• Os sinais iniciais da doença são febre, eosinofilia e urticária.
Progressão da doença: maturação dos vermes - nódulos subcutâneos em 
qualquer parte do corpo. Estes nódulos são mais perigosos quando estão presentes 
na cabeça e pescoço, pois as microfilárias podem migrar para os olhos e causar 
danos teciduais severos, levando à cegueira.
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→ Oncodermatite ou dermatite-oncocercosa: caracterizada pela produção de 
oncocercomas: vermes adultos formam nódulos no tecido conjuntivo, embaixo da 
pele ou no tecido adiposo, geralmente indolores. Nesses nódulos, os vermes adultos 
reproduzem-se e durante até 15 anos geram inúmeras microfilárias. Estas se 
disseminam no tecido subcutâneo, olhos, linfa, urina, sangue, saliva e líquor. 
→ No tecido ocular: Mf podem ocasionar lesões em conjuntiva, córnea, íris, câmara 
anterior e segmento posterior através dos vasos e nervos ciliares. Há dois subtipos 
de lesões oculares pela oncocercose: savana, com maior ocorrência de cegueira 
(40% dos casos), e tropical, caracterizada pelo envolvimento ocular precoce, porém 
com menor freqüência de cegueira. A ceratite ponteada (CP, ceratite punctata) e a 
presença da Mf na câmara anterior (MFCA) são lesões transitórias e reversíveis para 
o segmento anterior do olho, as quais deveriam ser cada vez menos frequentes nas 
áreas endêmicas, caso houvesse acesso à profilaxia com ivermectina. A Mf na 
câmara anterior é visualizada pela motilidade no fluxo do humor aquoso. A CP, nas 
fases iniciais, é reversível como 
tratamento. Entretanto, lesões mais crônicas causam ceratite esclerosante, 
inflamação na câmara anterior e epitélio pigmentado da retina. O envolvimento no 
pólo posterior pode ocasionar coriorretinite, neurite óptica e atrofia do nervo 
óptico. A exposição prolongada à Mf sem tratamento pode levar à cegueira.
Os vermes vivos causam prurido intenso na pele e olhos. Entretanto, vermes 
mortos provocam reação inflamatória severa com conseqüente inflamação e 
posterior cicatrização local.
• Acredita-se que os mecanismos para o desenvolvimento da doença ocular sejam 
uma combinação da invasão direta pela microfilária e da deposição de complexos 
antígeno-anticorpo nos tecidos oculares.
• As bactérias Wolbachia liberadas após morte microfilarial na córnea causam 
edema de córnea e opacidade por induzirem infiltração de neutrófilos e macrófagos 
e ativação no estroma da córnea. 
• Na pele, o processo inflamatório resulta em perda da elasticidade e áreas de 
despigmentação, espessamento e atrofia. 
Mansonella ozzardi →Os vermes adultos são encontrados no mesentério, no tecido 
conjuntivo subperitoneal e membranas serosas da cavidade do hospedeiro humano. 
As Mf são encontradas no sangue periférico sem apresentar periodicidade.
Patogenia da mansonelose: 
A mansonelose é geralmente assintomática. Infecções por filárias causadas por 
espécies de Mansonella são menos importantes do que as anteriormente discutidas, 
porém profissionais da saúde devem estar atentos para o diagnóstico.
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Diagnóstico laboratorial das filarioses 
O diagnóstico definitivo das filárias é baseado na detecção de microfilárias (Mf) no 
sangue e nos tecidos. As Mf podem ser identificadas ao nível de espécie, tomando 
como base a presença ou ausência de bainha e posição dos núcleos no corpo em 
preparações coradas. As Mf são demonstradas por:
Nos casos sintomáticos, pode ocorrer linfadenopatia discreta a moderada na região 
inguinal, lesões cutâneas eritematosas irregulares e pruriginosas. Além das lesões, 
pode haver artrite com febre e cefaleia, o sintoma mais comum, ocorrendo em 40% 
dos casos, seguidas por artralgia e prurido. 
As infecções causadas por estes organismos são geralmente assintomáticas, mas 
podem causar: 
- dermatite, 
- linfadenite, 
- hidrocele e, 
- raramente, obstrução linfática resultando em elefantíase.
- exame a fresco do sangue para a pesquisa de organismos móveis; 
- pesquisa das Mf em esfregaços sanguíneos espessos e corados pelo método de 
Giemsa ou pela hematoxilina. 
- métodos e técnicas de concentração do sangue (técnica de Knott, método da 
membranafiltrante, biópsia cutânea). 
- teste com dietilcarbamazina (DEC) 
- testes sorológicos 
- detecção de Ag circulantes de filária 
- ultrassonografia: para os vermes adultos. 
EM DESUSO: Teste provocativo com dietilcarbamazina (DEC) – Mazzotti; Detecção 
de anticorpos circulantes.
1. Filariose bancroftiana - Wuchereria bancrofti
O diagnóstico da filariose bancroftiana é baseado em dados epidemiológicos 
(procedência do indivíduo e tempo de moradia em área endêmica), clínicos, 
laboratoriais 
e de resposta terapêutica antifilarial.
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A pequisa de Mf pode ser feita em sangue periférico, aspirado de medula óssea, 
urinas quilosa e normal, líquido quilocélico, esfregaço de secreção vaginal 
contaminado com sangue, biópsia de linfonodo. O diagnóstico clínico é feito pela 
pesquisa da Mf em sangue periférico, pelo método da gota espessa corada pela 
hematoxilina segundo Carrazzi ou pelo método de Giemsa, para a diferenciação 
entre as espécies de filárias. No caso das áreas endêmicas do Brasil, as Mf são de 
periodicidade noturna, com horário de pico entre 23h e uma hora da manhã, horário 
no qual deve ser feita a coleta de sangue. 
As técnicas de concentração do sangue podem ser usadas e aumentam a 
sensibilidade, principalmente em casos de baixa parasitemia.
O xenodiagnóstico está em desuso e vem sendo substituído com êxito pela filtração 
em membrana de policarbonato, considerada padrão-ouro para a pesquisa de Mf.
O sangue é filtrado em uma membrana de três µm de porosidade, que é levada ao 
microscópio e podem ser vistas até 500 Mf/mL. O teste provocativo com DEC está 
em desuso.
Na pesquisa dos vermes adultos podem ser usadas biópisa de nódulos em vasos 
linfáticos e ultrassonografia.
O diagnóstico da filariose bancroftiana através da detecção de Ac circulantes está 
em desuso e vem sendo substituído pela pesquisa de Ag circulantes. Foi 
demosntrado que não é possível distinguir o paciente portador do quadro da EPT 
daquele portador de outra síndrome EPT-like, produzida por helmintos intestinais 
muito comuns em áreas endêmicas para bancroftose. Até o momento, dois Ac 
monoclonais foram obtidos e são utilizados com a técnica imunoenzimática (ELISA). 
Recentemente foi lançado um teste imunocromatográfico de elevada especificidade 
com Ac adsorvido e soro, plasma ou sangue total capilar do paciente, cuja leitura é 
feita em até 15 minutos.
Testes complementares: EPF; EQU; Contagem de eosinófilos; Pesquisa de linfócitos; 
Contagem de Addis; Proteinúria de 24 horas; Clearance de creatinina; 
Linfocintigrafia;Diagnóstico molecular: a PCR não tem valor muito prático para a filariose 
bancroftiana, pois parece não detectar DNA livre. Entretanto, a utilização dessa 
técnica em mosquitos infectados é importante, na amplificação de uma seqüência 
repetitiva (IWb35).
18/08/2021 Parasitologia Clínica
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Recentemente (Mol Cell Probes, 2005) o diagnóstico de filariose bancroftiana foi 
possível em amostras de sangue humano estocado após longo período. A técnica 
utilizada foi seminested-PCR, com primers desenhados baseados em seqüências 
repetitivas de DNA do parasito, detectando até 0,001fg de DNA do parasito. Além 
disso, os primers não amplificaram seq. de DNA humano ou de outros parasitos, 
como Brugia malayi, Plasmodium falciparum, P. vivax. 
Oncocercose - Onchocerca volvulus
O diagnóstico da oncocercose é estabelecido por meio de exame histológico da 
pele, dos nódulos cutâneos, dos linfonodos ou dos olhos. As microfilárias podem ser 
raramente isoladas na pele e com freqüência na conjuntiva. 
A excisão cirúrgica dos nódulos é indicada para o diagnóstico e apresenta benefício 
terapêutico. Aspirado de nódulo ou sangue e linfa podem ser examinados para 
detecção das Mf. O parasito raramente é diagnosticado no sangue periférico 
afastado do local da lesão. Algumas vezes pode ser encontrado na urina, 
provavelmente devido à presença de vermes adultos na região pélvica. O parasito é 
identificado ocasionalmente no escarro e no fluido cerebroespinhal.
Nas infecções por O. volvulus a biópsia cutânea (retalho cutâneo) é o melhor 
método para a pesquisa e identificação das Mf. Pode ser utilizado o teste de 
Mazzotti, que consiste em administrar ao paciente por via oral, 50 mg de DEC, 
aguardar algumas horas e verificar o aparecimento de prurido, edema e dermatite 
que indicam o diagnóstico da oncocercose. O teste é indicado para o diagnóstico 
das infecções inaparentes e assintomáticas.
Os testes sorológicos estão ainda em fase de padronização, não existem técnicas 
com boa sensibilidade e especificidade para o diagnóstico.
A PCR é mais sensível que os exames de fragmentos de pele e um resultado de PCR 
positivo prediz recrudescência da doença.
Diagnóstico molecular: pode ser realizado através de detecção por sonda, tendo 
como alvos seqüências de DNA repetitivas (150 pb) em tandem. Algumas sondas 
são específicas ao nível de gênero, espécie e cepas.
Mansonella ozzardi
O diagnóstico da infecção por M. ozzardi depende da presença das Mf no sangue 
periférico. A técnica de Knott é indicada para concentração dos parasitos. O sangue 
obtido do lóbulo da orelha apresenta maior densidade de Mf do que o sangue 
obtido por punção digital.
Outros testes são indicados para o diagnóstico e a identificação das microfilárias: 
testes sorológicos; detecção de antígenos circulantes de filárias; ultrasonografia para 
os vermes adultos e teste com dietilcarbamazina (DEC) (em desuso).
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Tratamento das filarioses:
1. Filariose bancroftiana → O tratamento é de pequeno benefício na maioria dos 
casos crônicos de filaríase linfática devido às cicatrizes e ao linfedema. 
Tratamento: dietilcarbamazina (DEC) + ivermectina + albendazol 
A forma adulta em humanos pode persistir por até 10 anos. Esses parasitos carreiam 
endosimbiontes bacterianos do gênero Wolbachia – potencial para o uso de 
agentes antibacterianos comuns, como doxiciclina, para o tratamento de vermes 
adultos filarídeos. 
- Linfedema: higiene local, fisioterapia ativa, drenagem postural, uso de compressas.
Terapias de suporte e cirurgia para a obstrução linfática podem ser de alguma ajuda 
estética. 
Educação com relação às infecções por filárias, controle dos mosquitos, uso de 
roupas 
protetoras e repelentes para insetos, e o tratamento das infecções para evitar 
transmissões 
posteriores é essencial.
2. Oncocercose 
- Ivermectina, com dose anual de 150 mg/kg, previne o desenvolvimento de lesões 
oculares. 
- Os vermes adultos e todos os estágios do ciclo biológico contêm endosimbiontes 
bacterianos do gênero Wolbachia. Assim, é agora compreendida que a eliminação 
de endosimbiontes por tratamento antibacteriano causa inibição do 
desenvolvimento dos vermes, bloqueia a embriogênese e fertilidade, e reduz a 
viabilidade dos vermes. 
- Moxidectina (lactona macrocíclica), aprovada pelo FDA/USA em 2019.
3. Mansonelose 
- Dietilcarbamazina (DEC), dose de 6 mg/kg, três vezes ao dia durante 10 dias. 
- Casos de falha com a DEC: ivermectina, dose única de 200 mg/kg. 
- Associação: DEC + mebendazol.
Profilaxia das filarioses: 
- Tratamento das pessoas infectadas 
- Combate ao inseto vetor 
- Educação sanitária
Diferenciação das microfilárias:
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Wuchereria bancrofti X Onchocerca volvulus X Mansonella ozzardi 
> Wuchereria bancrofti: as microfilárias (Mf) possuem bainha e medem 240-300 µm 
de comprimento. Elas apresentem um corpo ligeiramente curvado com extremidade 
afilada. Os núcleos podem ser visualizados individualmente e não se estendem até o 
final da extremidade do corpo. As Mf circulam no sangue.
> Onchocerca volvulus: as Mf não possuem bainha e medem 300-315 µm de 
comprimento. Os núcleos não se estendem até o final da extremidade do corpo. As 
Mf tipicamente residem na pele, mas podem ser encontradas no sangue ou urina 
em infecções intensas, ou invadir o olho e causar cegueira.
> Mansonella ozzardi: as Mf não possuem bainha e medem 160-205 µm de 
comprimento. Os núcleos se estendem até antes do final da extremidade do corpo 
(quase até o final). As Mf circulam no sangue.

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