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➢ Função de Defesa Quando o animal respira, o ar que é inalado contém micro-organismos, materiais particulados e gases tóxicos. Por esse motivo existe a necessidade de um sistema de defesa eficiente no trato respiratório. A deposição destes agentes no sistema respiratório ocorre por impactação inicial, sedimentação gravitacional e difusão. Estrategicamente, o trato respiratório é revestido por um epitélio pseudoestratificado ciliado e cobrindo este epitélio existe uma camada de muco. Esses elementos compõem aquilo que conhecemos como sistema mucociliar. Esse sistema é importante para fazer a remoção de partículas indesejadas do trato respiratório. Componentes deste sistema: Recobrindo a traqueia, brônquios e bronquíolos existem células epiteliais com cílios, e esses cílios possuem a capacidade de se movimentar. Recobrindo os cílios existe uma camada de muco, que é uma mistura heterogênea de água, proteínas e hinos, e ele é secretado pelas células caliciformes, isso nos Funções não respiratórias do Sistema Respiratório brônquios e traqueia, já nos brônquios, ele é secretado pelas células de clara. Esse muco é constituído por uma camada periciliar que recobre os cílios, e acima da camada periciliar, encontramos uma camada de gel. O batimento coordenado dos cílios promove a propulsão de partículas indesejadas que ficaram retidas no muco, sendo empurradas e direcionadas para frente através do movimento dos cílios, até que elas cheguem na faringe, onde podem ser deglutidas. Nos alvéolos existem os macrófagos alveolares, que constituem a primeira linha de defesa. Essas células têm a função de fagocitar bactérias e outras partículas que chegam nessa região. Uma vez que foram fagocitadas, os macrófagos podem destruir ou levar para fora do pulmão. Alguns macrófagos entram no sistema mucociliar e outros acabam indo para os tecidos linfoides associados por vias aéreas. Se um grande número de partículas é inalado, os macrófagos tem auxílio principalmente dos neutrófilos para fazer a defesa. ➢ Função Metabólica O parênquima pulmonar é um local ideal para fazer a limpeza do sangue, já que ele recebe o débito cardíaco total. A superfície endotelial dos capilares pulmonares existe depressões e projeções, conhecidas como cavéolos. Nesses locais existem diversas enzimas que são capazes de metabolizar as mais diversas substâncias. Exemplos de substâncias que podem ser removidas: A serotonina e a noradrenalina. Existe nesse local uma enzima chamada enzima conversora de angiotensina, apelidada de ECA. Essa enzima é capaz de inativar a bradicinina e também converteram a angiotensina 1 em angiotensina 2. A angiotensina 2 é um importante hormônio para a regulação da pressão arterial. Substâncias como as prostaglandinas e os leucotrienos também podem ser metabolizadas. Algumas substâncias exógenas como por exemplo toxinas também podem ser metabolizados no pulmão, o que pode por vezes causar injúrias graves. ➢ Função de regulação do ph Para que o metabolismo seja mantido, as enzimas precisam estar trabalhando adequadamente e para que elas trabalhem adequadamente, o ph precisa estar em uma faixa ideal. A faixa normal de ph do sangue varia entre 6,85 e 7,8, como já foi falado, o dióxido de carbono na circulação sofre uma reação química onde o ácido carbônico é gerado. O ácido carbônico, por sua vez se dissocia, gerando íons h + e bicarbonato. Como a concentração de ácido carbônico aumenta mais do que a concentração de bicarbonato, o ph do sangue desce. Quando o CO2 é eliminado nos pulmões, o ph do sangue volta a subir. Esse metabólito é eliminado nos pulmões a mesma proporção em que ele é produzido pelos tecidos. Em outras palavras, quando a ventilação aumenta e o CO2 é eliminado, o ph sobe, e quando a ventilação diminui e o CO2 acaba sobrando, o ph desce. Mas o sistema respiratório não é o único responsável pelo controle do ph do sangue, os rins também tem um papel fundamental nesse processo. Quando há um acúmulo de CO2 no sangue e por consequência ele fica mais ácido, isso é chamado de acidose respiratória e ela é causada pela hipoventilação alveolar. O inverso também é verdadeiro, pois a hiperventilação alveolar causa um excesso de perda de dióxido de carbono e isso acaba resultando na chamada alcalose respiratória. ➢ Função de Termorregulação Assim como ph, a temperatura corporal do animal deve ser mantida dentro de uma faixa que varia de espécie para espécie. Os animais utilizam diversos mecanismos para manter a temperatura corporal e uma dessas maneiras envolve o sistema respiratório. Em nenhum outro ponto do corpo o sangue se aproxima tanto do meio externo como no trato respiratório e como foi falado, a porção condutora do trato respiratório onde não ocorre a troca de gases é conhecida como espaço morto anatômico. Essas regiões incluem a traqueia, os brônquios e bronquíolos. A ventilação do espaço morto permite a perda de calor por parte do animal. Vamos entender melhor: Quando o animal necessita perder calor, ele aumenta a relação do ar inspirado com o espaço morto anatômico, através do ofego, quando ele faz isso a relação entre o ar e o espaço alveolar diminui, portanto, as trocas gasosas também acabam diminuindo. Nos animais ofegantes, ocorre o ingurgitamento dos vasos sanguíneos, não só no trato respiratório, mas também na cavidade oral. Quando o sangue que está mais quente passa próximo ao ar inspirado ali naquela região de espaço morto anatômico, ele permite que a água seja convertida em vapor e dessa forma o animal acaba perdendo calor. Nesses animais, o aumento da salivação também permite a perda de calor, pois a água da saliva também é convertida em vapor. Esse mecanismo de perda de calor é muito importante nos animais, principalmente quando se trata daqueles que não tem a capacidade de produzir suor, como os cães por exemplo, que perdem o calor quase que totalmente pelo ofego.
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