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Rafaela Campos Considerando a aula e os artigos em anexo, responda: 1- Como ocorre a produção de calor no organismo humano? A produção de calor no organismo humano acontece através do metabolismo celular (conjunto de reações químicas celulares). A quebra de ATP (adenosina trifosfato) produzida pelas reações químicas gera energia, parte dessa energia é utilizada pela própria célula e a outra parte é dissipada como calor. Como exemplo temos o processo de digestão, em que os alimentos consumidos - carboidratos, lipídios e proteínas - passam por reações químicas em um processo que libera grandes quantidades de energia, parte dessa energia é armazenada em forma de ATP e a outra parte dissipada em forma do calor (ex: dissipação de calor por meio da sudorese ao comer feijoada). Por fim, o uso de termogênicos também gera a produção de calor no corpo, já que esses suplementos elevam o metabolismo. Geralmente são utilizados com o objetivo de emagrecimento. 2- Explique porque durante o exercício físico a produção de calor é aumentada. Os músculos produzem até 25% do calor total do corpo em repouso, dessa forma, ao se contraírem durante o exercício físico intenso causam aumento na taxa metabólica (maior quebra de ATP) e, por consequência, a produção de calor é aumentada. Períodos curtos de contração muscular máxima em qualquer músculo podem liberar, por poucos segundos de cada vez, até 100 vezes o que é liberado de calor no repouso. Ao considerar o organismo todo, o exercício muscular máximo tem a capacidade de aumentar a produção global de calor em uma média de 50 vezes o normal durante poucos segundos ou, uma média de 20 vezes o normal em um atleta bem treinado, se mantido por vários minutos, significando um aumento de 2000% em relação ao metabolismo basal. 3- Qual é a diferença de temperatura aferida por via oral e retal? Qual das 2 vias é a mais fidedigna para mensurar a temperatura central? A temperatura normal média aferida pela via oral de um humano adulto varia entre 36,7 °C e 37 °C. Já a temperatura aferida pela via retal é cerca de 0,6 °C maior que pela via oral, dessa maneira, a via retal é a mais fidedigna para mensurar a temperatura central, sabendo que a temperatura central se refere a temperatura das estruturas mais profundas do corpo e é uma constante fixa, podendo variar de acordo com a realização de exercícios e quando há temperaturas extremas, sendo importante para manter a homeostasia do corpo. Por outro lado, a temperatura cutânea se altera conforme a temperatura ambiente, logo a pele, por exemplo, e as estruturas mais externas do corpo possuem temperatura menor do que as estruturas internas do corpo, por isso ocorre a variação da temperatura a depender da via utilizada para aferi-la. 4- Cite e explique os mecanismos de perda de calor. Os mecanismos de perda de calor incluem trocas secas e úmidas: - Irradiação de ondas de calor (60%): processo pelo qual o corpo humano emite radiação infravermelha por estar com temperatura acima do zero absoluto. - Evaporação (22%): mecanismo que ocorre através da pele e das membranas das vias respiratórias. A água se vaporiza da superfície corporal (ex: sudorese) de acordo com a agitação das moléculas, quando isso ocorre a energia utilizada para impulsionar o processo é retirada da superfície corporal, tendo como consequência a perda de calor e o resfriamento do corpo (0,58 quilocalorias para cada grama de água que se evapora). - Convecção (15%): processo no qual a movimentação do ar - com temperatura mais baixa que o corpo - ou de água próximo ao corpo gera a troca de calor (ex: vento e ventilador). - Condução para objetos (3%): processo no qual ocorre contato direto com superfícies mais quentes ou mais frias que o corpo gerando transferência de energia térmica de acordo com a colisão entre moléculas adjacentes, fazendo com que o corpo perca ou receba calor. 5- Explique o que é colapso pelo calor esforço induzido (EHS "Exertional Heat Stroke") e quais medidas devem ser adotadas nos atletas que apresentam essa condição clínica. O colapso pelo calor esforço induzido (EHS "Exertional Heat Stroke") é uma doença térmica associada a desidratação e acontece quando o atleta produz muito mais calor interno do que consegue dissipar para o ambiente, dessa forma, o corpo conserva calor e há elevação na temperatura corporal central a um nível crítico, entre 41 e 42,2 °. Em outras palavras, é um estado potencialmente fatal gerado quando o calor decorrente do exercício muscular intenso excede os mecanismos fisiológicos utilizados pelo corpo para dissipar calor. A medida que deve ser adotada nos atletas que apresentam essa condição clínica é o resfriamento imediato de todo o corpo. Que pode ocorrer de diversas formas: - Imersão em banheira com gelo (crioimersão): ocorre a imersão do atleta em banheira rasa com uma mistura de gelo e água, a cabeça é posicionada de modo que mantenha boca e nariz acima da água. É a forma mais rápida, com taxa de resfriamento podendo exceder os 8°C/hora. Esta técnica é baseada na capacidade superior da água de condução de calor em relação ao ar; - Envolvimento em toalhas ou lençóis com gelo: utiliza-se água gelada para embeber as toalhas que serão colocadas sobre o paciente. Podem ser utilizados pacotes de gelo sobre áreas com maior perda de calor como virilha, pescoço e axila. A eficácia desse processo é um pouco semelhante à crioimersão, com taxas de resfriamento em torno de 7°C/hora; - Resfriamento por ventilação e névoa ou evaporação: é o processo menos eficiente e pode funcionar em algumas situações, mas não é o mais indicado em casos de hipertermia. Esse método pode ser utilizado para ampliar a técnica de imersão ou das toalhas com gelo. É importante ressaltar que esses procedimentos devem ser realizados o quanto antes para evitar efeitos residuais e até um possível óbito do atleta. Camargo e Furlan. The Body’s Physiological Response to High Temperatures: Exercise, Temperature Extremes And Thermal Diseases. Revista Saúde e Pesquisa, v. 4, n. 2, p. 278-288, maio/ago. 2011 William O. Roberts. Colapso pelo calor esforço induzido: reconhecimento para salvar vidas e tratamento imediato em instalações atléticas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte [online]. 2005, v. 11, n. 6.
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