Buscar

RESUMO Farmaco II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Os AINES são fármacos tem importantes 
funções anti-inflamatórias, analgésica e 
antipirética, decorrente principalmente da 
ação sobre a COX-2. Porém, essa classe de 
medicamentos possui importantes efeitos 
colaterais, resultantes principalmente da 
inibição da COX-1 (por alterar condições 
fisiológicas). 
Inibidores da COX-1: efeitos colaterais 
(fisiológicas – prostaglandinas) 
Inibidores da COX-2: ação anti-inflamatória 
(indutiva para liberar mediadores. 
 
 
Os AINES reduzem a vasodilatação (por 
reduzir a síntese de prostaglandinas 
vasodilatadoras) e o edema do processo 
inflamatório, promovem a regulação da 
temperatura corporal, além de serem 
eficazes em casos de dor leve a moderada. 
Em relação aos efeitos adversos, os mais 
indesejáveis são os gastrointestinais, como 
desconforto gástrico, constipação, náuseas, 
vômitos, hemorragia e úlceras gástricas. 
Podem ocorrer ainda rashes cutâneos 
(eritema, urticária, fotossensibilidade, 
síndrome de Stevens-Johnson); insuficiência 
renal aguda (reversível) em pacientes 
susceptíveis, como recém-nascidos e idosos, 
cardiopatas, hepatopatas ou doentes renais; 
e efeitos cardiovasculares adversos. 
Cascata de síntese das prostaglandinas, 
tromboxanos e leucotrienos: 
 
O principal precursor das prostaglandinas é 
o ácido araquidônico, que está presente 
como componente dos fosfolipídios das 
membranas celulares. A produção de 
prostaglandinas pode ser feita através de 
duas vias: via ciclooxigenases e via 
lipoxigenase. 
Via ciclooxigenases: envolve duas 
isoformas (COX-1 e COX-2) e é responsável 
pela síntese das prostaglandinas, 
tromboxanos e prostaciclinas. A COX-1 é 
expressa constitutivamente, atuando em 
condições fisiológicas como a citoproteção 
gástrica, a homeostase vascular, a 
agregação plaquetária e a autorregulação 
do fluxo renal. Já a COX-2 é produzida 
principalmente nas células inflamatórias, 
estimuladas por mediadores como a 
ilterleucina-1 (IL-1) e o fator de necrose 
tumoral (TNF-alfa); porém também é expressa 
de forma constitutiva em alguns tecidos. A 
diferença na estrutura dessas isoenzimas 
permitiu o surgimento de inibidores seletivos 
da COX-2, evitando a interferência com os 
processos fisiológicos mediados pela COX-1. 
Via lipoxigenase: responsável pela síntese 
final de moléculas como os leucotrienos, 
porém não está diretamente relacionada à 
ação dos anti-inflamatórios. 
 
 –
É o principal representante do grupo. 
Atualmente é muito prescrito para situações 
cardiovasculares. Devido a sua capacidade 
de inibir de forma irreversível a COX-1 
plaquetária, inibindo sua agregação. 
 Indicações Clínicas: utilizado 
principalmente como antiagregante 
plaquetário no tratamento ou na profilaxia do 
infarto agudo do miocárdio e também de 
outros eventos tromboembólicos. Os 
salicilatos são utilizados no tratamento de 
gota, febre reumatoide, osteoartrite e artrite 
reumatoide, além de condições que 
necessitem de analgesia, como cefaleia, 
artralgia e mialgia. É um antiagregante 
plaquetário, anticoagulante, age nos 
tromboxanos, utilizado em casos leves. 
 Toxicidade: A toxicidade desses 
fármacos ocorre principalmente sobre o 
aparelho gastrointestinal, rins 
(nefrotoxicidade), fígado, medula óssea, 
sangue, equilíbrio ácido-básico e sistema 
imunológico. Pode aumentar a incidência da 
síndrome de Reye, que é uma condição rara 
que ocorre em crianças, caracterizada por 
encefalopatia hepática após doença viral 
aguda, com alta mortalidade; a incidência 
caiu significativamente após a retirada do 
AAS para uso pediátrico. O AAS compartilha 
os mesmos efeitos adversos descritos para os 
outros antiinflamatórios, sendo os 
gastrointestinais os mais proeminentes – 
orientar a administração acompanhando as 
refeições para diminuir a dispepsia. 
 
A COX-1 está associada à produção de 
prostaglandinas e resulta em diversos efeitos 
fisiológicos como proteção gástrica, 
agregação plaquetária, homeostase vascular 
e manutenção de fluxo sanguíneo renal. Em 
contraste, a COX-2 está presente nos locais de 
inflamação. O AAS é particularmente eficaz 
em inibir a produção de tromboxano A2, 
resultando na diminuição da tendência de 
agregação plaquetária. 
 
 
Fármacos mais utilizados: ibuprofeno, 
naproxeno, oxaprozina e cetoprofeno. Agem 
nas prostaglandinas. 
 Indicações Clínicas: Podem ser 
utilizados para o tratamento da AR, 
osteoartrite, espondilite anquilosante, artrite 
gotosa, sinovites, tenossinovites, tendinites, 
processos inflamatórios odontológicos e 
dismenorreia. Além disso são eficazes como 
analgésicos em lesões traumáticas, 
musculoesqueléticas, lombalgia, dor pós-
operatória e também como antipiréticos. 
 Toxicidade: Os principais efeitos são 
relacionados ao trato gastrointestinal, como: 
desconforto epigástrico, náuseas, vômitos, 
diarreia, azia, sensação de plenitude, 
constipação etc. 
 
 
O principal fármaco representante desse 
grupo é a indometacina. Geralmente não 
são utilizados como antipiréticos e, apesar de 
sua potência anti-inflamatória, a toxicidade 
limita o uso. Age nas prostaglandinas. 
 Indicações Clínicas: A indometacina é 
um dos fármacos mais potentes na inibição 
das ciclo-oxigenases. Utilizada mais 
comumente na artrite reumatoide, 
espondilite anquilosante, crise aguda de 
gota, osteoartrite de quadril e fechamento do 
ducto arterioro patente em neonatos. Devido 
aos graves efeitos colaterais, a indometacina 
não é recomendada como analgésico ou 
antitérmico. 
 
 
Dentre os fármacos desse grupo, o 
principal representante é o diclofenaco de 
sódio, mais potente que a indometacina e o 
naproxeno. Além do diclofenaco, fazem 
parte do grupo o cetorolaco e a tolmetina. 
 Indicações clínicas: Por ser um potente 
inibidor da COX, o diclofenaco é muito 
utilizado no tratamento de doenças 
reumáticas inflamatórias e degenerativas 
como a artrite reumatoide, osteoartirte, 
espondiloartrite e espondilite anquilosante. É 
usado também em casos de dores da coluna 
vertebral, dor pós-traumática e pós-
operatória. O cetorolaco tem efeito anti-
inflamatório moderado, mas é um potente 
analgésico, disponível via oral, intramuscular 
ou preparação oftálmica. 
 
 
Dentre os fármacos dessa classe, os 
principais são o piroxicam e meloxicam. Este 
último, apesar de ser um fármaco antigo, 
revelou ter certa seletividade para a COX-2. 
 Indicações Clínicas: AR, osteoartrite, 
atrite reumatoide juvenil, espondilite 
anquilosante, dor pós-operatória, 
traumatismo, lombociatalgia e distensões 
ligamentares. 
 
 
Dentro dessa classe, os medicamentos 
mais utilizados são os ácidos mefenâmico, 
meclofenamato, flufenâmico; essas drogas 
não apresentam vantagens em relação aos 
outros antiinflamatórios. 
 Indicações Clínicas: Possuem 
propriedades analgésicas, anti-inflamatórias 
e antipiréticas. Podem ser usados para dores 
e pequena a moderada intensidade, e o 
tratamento não deve exceder 1 semana. 
 Toxicidade: Os efeitos colaterais mais 
comuns são os sintomas gastrointestinais, 
como náuseas, vômitos, dispepsia, cefaleia, 
vertigem, mal-estar, diarreia, esteatorreia, dor 
abdominal e constipação. Sangramento 
gastrointestinal, anemia hemolítica, 
agranulocitose, púrpura trombocitopênica e 
anemia megaloblástica são raros. 
 
 
 
Os efeitos terapêuticos e colaterais dos 
AINES resultam principalmente da inibição 
das enzimas COX, prejudicando, assim, a 
transformação final do ácido araquidônico 
em prostaglandinas, prostaciclina e 
tromboxanos. 
A PGD2 é o principal metabólito da via da 
cicloxigenase nos mastócitos; em conjunto 
com PGE2 e PGF2-alfa (que se distribuem mais 
amplamente), causa vasodilatação e 
potencializa a formação de edema. 
As PGs, além de promoverem vasodi-
latação, também estão envolvidas na 
patogenia da dor e febre na inflamação; a 
PGE2 aumenta a sensibilidade à dora uma 
variedade de outros estímulos e interage com 
citocinas para causar febre. As 
prostaglandinas sensibilizam os nociceptores 
(hiperalgesia) e estimulam os centros hipo-
talâmicos de termorregulação. 
A prostaglandina I2 (prostaciclina) 
predomina no endotélio vascular e atua 
causando vasodilatação e inibição da 
adesividade plaquetária. O tromboxano A2, 
predominante nas plaquetas, causa efeitos 
contrários como vasoconstrição e 
agregação plaquetária. 
Os leucotrienos aumentam a per-
meabilidade vascular e atraem osleucócitos 
para o sítio da lesão. A histamina e a 
bradicinina aumentam a permeabilidade 
capilar e ativam os receptores nocigênicos. 
Há duas formas da enzima cicloxigenase, 
denominadas COX-1 e COX-2. A COX-1, dita 
como constitutiva, é produzida em resposta a 
um estímulo inflamatório e constitutivamente 
na maioria dos tecidos, onde estimula a 
produção de prostaglandinas que exercem 
função homeostática (por exemplo, equilíbrio 
hidroeletrolítico nos rins e citoproteção no 
trato gastrintestinal). A COX-2, em contraste, 
é induzida por estímulos inflamatórios, mas 
está ausente da maioria dos tecidos normais. 
Portanto, os inibidores da COX-2 foram 
desenvolvidos com a expectativa de que eles 
inibissem a inflamação prejudicial mas não 
bloqueassem os efeitos protetores das 
prostaglandinas produzidas 
constitutivamente. 
Entretanto, essas distinções entre os papéis 
das duas cicloxigenases não são absolutas. 
Além disso, os inibidores da COX-2 podem 
aumentar o risco para doença 
cerebrovascular e cardiovascular, 
provavelmente porque prejudicam a 
produção, pela célula endotelial, da 
prostaciclina PGI2, um inibidor de agregação 
plaquetária, mas conserva intacta a 
produção pelas plaquetas, mediada pela 
COX-1 de TXA2, um mediador de agregação 
das plaquetas. Os glicocorticoides, que são 
agentes anti-inflamatórios potentes, atuam 
em parte inibindo a atividade da fosfolipase 
A2, inibindo, assim, a liberação de AA dos 
lipídios de membrana. 
Recentemente foi descoberta uma 
variante do gene da COX-1, descrito como 
COX-3. Essa parece ser expressa em altos 
níveis no sistema nervoso central e pode ser 
encontrada também no coração e na aorta. 
Essa enzima é seletivamente inibida por 
drogas analgésicas e antipiréticas, como 
paracetamol e dipirona, e é potencialmente 
inibida por alguns AINEs. Essa inibição pode 
representar um mecanismo primário central 
pelo qual essas drogas diminuem a dor e 
possivelmente a febre. A relevância dessa 
isoforma ainda não está clara. 
A aspirina e os demais AINEs inibem a 
síntese de PG mediante a inativação da COX. 
A aspirina acetila as isoenzimas (COX-1 e 
COX-2) covalentemente, inativando-as de 
forma irreversível e não seletiva. A maioria dos 
AINEs age de forma reversível e não seletiva 
sobre as mesmas enzimas. Convém salientar 
que tanto a aspirina quanto os outros AINEs 
não bloqueiam a via da lipoxigenase, não 
inibindo, desta forma, a produção de 
leucotrienos. Portanto, os AINEs reduzem, mas 
não eliminam completamente os sinais e 
sintomas inflamatórios. 
 
 
A dor é um acompanhante incapacitante 
de muitas afecções agudas e crônicas em 
medicina, e o seu controle é uma das mais 
importantes prioridades terapêuticas. Os 
analgésicos “clássicos”, notavelmente 
opioides e anti-inflamatórios não esteroidais 
(AINES), têm suas origens em produtos 
naturais que vem sendo utilizados há séculos. 
O ópio, substância original desse grupo 
farmacológico, é extraído da papoula, nome 
popular do Papaver somniferum, uma das 
muitas espécies da família das 
Papaveráceas, que se caracteriza por 
apresentar folhas solitárias e frutos 
capsulados. O termo opiáceo refere-se aos 
compostos relacionados estruturalmente com 
os produtos encontrados no ópio. 
 
CONCEITOS 
 Opioide: qualquer substância, endógena ou sintética, 
que produza efeitos semelhantes aos da morfina e que 
sejam bloqueadas por antagonistas, como a naloxona. 
 Opiáceos: compostos como a morfina e a codeína que 
são encontrados na papoula. 
 Analgésicos narcóticos: termo antigo para opioides; o 
termo narcótico refere-se à capacidade de induzir o sono. 
 
São classificados em: naturais, 
semissintéticos e sintéticos conforme quadro 
abaixo. Os opiáceos naturais são substâncias 
extraídas do ópio, diretamente; os 
semissintéticos, resultado de uma 
modificação parcial da substância original, 
sendo a heroína (diacetilmorfina) o primeiro 
descrito. Os opioides sintéticos são produzidos 
em laboratórios, os antagonistas-agonistas 
são o mesmo que agonistas parciais, 
enquanto os antagonistas puros atuam 
promovendo o efeito contrário aos agonistas. 
 
 
As três classes de receptores de opiáceos 
receptores MOR (μ), DOR (δ) e KOR (κ) têm em 
comum homologias de sequência extensivas 
e fazem parte da família rodopsina de GPCR. 
Uma proteína semelhante ao receptor 
opioide, ORL (ou NOP) foi clonado com base 
em sua homologia estrutural com outros 
membros da família de receptores opioides. 
Ela fica acoplada às proteínas G, tem um 
ligante endógeno (nociceptina), mas não 
demonstra farmacologia opioide. O receptor 
sigma (σ) foi identificado inicialmente e 
parecia representar um sítio que explicaria os 
efeitos excitatórios paradoxais dos opiáceos. 
A ligação de um agonista ao receptor σ não 
é antagonizado pela naloxona, e esse 
receptor não é classificado como um 
receptor de opiáceos. Todos os receptores 
opioides estão amplamente distribuídos na 
periferia e no neuroeixo nos copos celulares 
dos neurônios e suas terminações. 
MOR, DOR e KOR se ligam às proteínas 
Gi/Go sensíveis à toxina pertussis. Com a 
ativação do receptor, o acoplamento da 
Gi/Go desencadeia alguns eventos 
intracelulares mediados pelas subunidades α 
e βγ dessas proteínas G, como veremos mais 
à frente. 
Ligantes agonistas: Quase todos os 
agonistas clinicamente úteis têm como alvo o 
receptor μ. Os ligantes que se ligam 
especificamente, mas têm pouca atividade 
intrínseca, são descritos como agonistas 
parciais. Um desses ligantes é buprenorfina. 
 
Ligantes antagonistas: Os antagonistas 
opioides utilizados normalmente, inclusive 
naloxona ou naltrexona, são pan-
antagonistas com afinidade por todos os 
receptores opioides conhecidos. 
 
 
A dor é uma experiência subjetiva, difícil 
de definir exatamente, embora todos saibam 
o que significa. É, tipicamente, uma resposta 
direta a um evento indesejável associado à 
lesão tecidual (trauma, inflamação, câncer) 
ou uma dor neuropática (lesão cerebral ou 
nervosa, infecção ou doença 
desmielinizante). A nocicepção, ou seja, a 
percepção de estímulos nocivos, não é igual 
a dor, e inclui um forte componente 
emocional, especialmente naquelas que 
sofrem de dor crônica. 
A caracterização da dor como aguda ou 
crônica é de certa forma confundidor, sendo 
a classificação mecanística mais relevante 
quando se considera fármacos analgésicos: 
• Dor associada à patologia tecidual: 
traumas, inflamação, tumores; 
• Dor neuropática associada à patologia 
do SN: herpes, diabetes, AVE; 
• Dor musculoesquelética e dor de causa 
desconhecida: assumida padronizadamente 
como sendo psicogênica, como fibromialgia. 
 
A Escala Visual Numérica é graduada de 0 
a 10, onde zero representa ausência de dor e 
dez uma dor insuportável. É solicitado ao 
paciente que indique um número na escala 
de acordo com o grau de dor que está 
sentindo. 
Já a Escala Visual Analógica (EVA), 
consiste em uma linha reta, sem números, 
onde em uma extremidade indica-se 
“ausência de dor”, e na outra, “dor máxima”. 
Da mesma forma, pede-se ao paciente que 
aponte na linha o grau de sua dor. Em 
seguida, o avaliador utiliza outra reta, 
numerada, para graduar o sintoma. 
 
A Escala de Faces utiliza figuras de faces 
com expressões que variam da felicidade 
(face sorrindo), classificadacomo “ausência 
de dor”, à tristeza máxima (deve chorosa), 
classificada como “pior dor possível”. A 
avaliação é feita pedindo se ao paciente 
que classifique a intensidade da sua dor de 
acordo com as expressões apresentadas, ou 
por meio da observação do profissional das 
reações a dor pelo paciente. Por utilizar 
desenhos, sua aplicação é ideal na 
avaliação da dor em pacientes pediátricos. 
 
A dor, sob condições normais, associa-se à 
atividade de impulsos em fibras aferentes 
primárias de pequeno diâmetro (C e Aδ) dos 
nervos periféricos. Esses nervos são ativados 
por estímulos de vários tipos, dentre eles 
mecânicos, térmicos e químicos. As fibras C, 
não mielinizadas, transmitem dor profunda, 
difusa e em queimação (terminações 
nociceptivas polimodais); já as fibras Aδ, 
mielinizadas, transmitem dor aguda e bem 
localizada. As fibras C e Aδ transmitem 
informação nociceptiva proveniente dos 
músculos e das vísceras, assim como a 
proveniente da pele. 
Os corpos celulares das fibras aferentes 
nociceptivas situam-se nos gânglios da raiz 
dorsal; as fibras entram na medula espinhal 
pelas raízes dorsais, terminando na substância 
cinzenta do corno posterior. A maioria das 
fibras aferentes nociceptivas termina na 
região superficial do corno posterior, com as 
fibras C e algumas Aδ inervando os corpos 
celulares nas lâminas I e II (substância 
gelatinosa -SG) e outras Aδ, a lâmina V, mais 
profundamente. A SG é rica em opioides 
endógenos e em receptores opioides, e pode 
ser um local importante para a ação de 
fármacos semelhantes à morfina. 
Do corno posterior, os axônios ascendentes 
seguem pelos tratos espinotalâmicos 
contralaterais e fazem sinapse com neurônios 
presentes principalmente nas partes anterior 
e medial do tálamo, a partir das quais existem 
outras projeções para o córtex 
somatossensorial. Lesões em áreas periféricas 
do tálamo promovem a perda a estímulos 
nociceptivos, levando à analgesia. As regiões 
envolvidas no processamento da dor incluem 
o córtex somatossensorial primário e 
secundário, tálamo e partes posteriores da 
ínsula, assim como áreas afetivas, áreas 
cognitivas, como porções anteriores da 
ínsula, córtex cingulado anterior e córtex pré-
frontal. 
 
 
As vias descendentes controlam a 
transmissão de impulsos no corno posterior. 
Uma parte chave deste sistema descendente 
é a área cinzenta periaquedutal (CPA) do 
mesencéfalo. A CPA recebe impulsos de 
muitas outras regiões cerebrais, inclusive do 
hipotálamo, amígdala e córtex, sendo a 
principal via pela qual impulsos corticais e 
outros atuam sobre o controle da “comporta” 
no corno posterior. A CPA projeta-se 
primeiramente para o bulbo rostroventral e 
daí, por meio do funículo posterolateral da 
medula, para o corno posterior. Dois 
transmissores importantes são a serotonina e a 
encefalina, que atuam diretamente ou por 
meio de interneurônios, inibindo a descarga 
de neurônios espinotalâmicos. 
A via inibitória descendente 
provavelmente é o local importante de ação 
para analgésicos opioides. CPA e SG são 
particularmente ricas em neurônios contendo 
encefalina, e os antagonistas, como a 
naloxona. Os interneurônios no corno dorsal 
liberam GABA que inibe a transmissão pelos 
terminais primários aferentes. 
Uma outra via a partir do locus coeruleus, a 
via noradrenérgica, apresenta efeito inibitório 
semelhante sobre a transmissão no corno 
dorsal. Surpreendentemente, os opioides 
inibem esta via em vez de ativá-la. 
 
 
Os 4 tipos de receptores opioides 
pertencem à família de receptores 
acoplados à proteína Gi/Go, portanto, os 
opioides exercem efeitos poderosos sobre os 
canais iônicos presentes na membrana 
neuronal por intermédio do acoplamento 
direto da proteína G ao canal. Em nível 
bioquímico, a ativação de um dos 4 
receptores inibe a adenilato ciclase (AC), 
levando à ativação da MAP quinase. Assim, 
promovem abertura dos canais de potássio 
(K+) e inibem a abertura de canais de cálcio 
(Ca2+) controlados por voltagem. Esses 
efeitos causam uma hiperpolarização da 
membrana, fazendo com que seja menos 
provável que a célula dispare potenciais de 
ação, reduzindo liberação de transmissores. 
O efeito global, portanto, é inibitório no nível 
celular, mas aumentam a atividade em 
algumas vias neuronais (excitação de 
neurônios de projeção por supressão da 
atividade de interneurônios inibitórios). 
 
 
Analgesia: Em dores moderadas a 
intensas/refratárias, os opioides são indicados 
como opção de tratamento, segundo a 
escada analgésica da dor da Organização 
Mundial de Saúde (OMS). O controle da dor é 
feito da seguinte forma: 
 
 Opioides fracos: codeína e tramadol 
(dor intensa). 
 Opioides fortes: morfina, oxicodona, 
metadona, fentanil, hidromorfona (dor 
máxima). 
 Opioides endógenos: noradrenalina e 
endorfina. 
 
OBSERVAÇÃO: A analgesia e supressão da 
tosse, geralmente, são efeitos-alvo dos 
opioides, sendo os outros descritos, efeitos 
adversos dessa medicação. 
 
Anestesia: Os opioides podem ser utilizados 
no contexto da anestesiologia como agente 
pré-anestésico, coadjuvante de outros 
agentes ou como agente anestésico 
primário. A fentanila, por exemplo, tem ações 
semelhantes às da morfina, porém com início 
mais rápido e menos duradoura. 
Antitussígenos: Alguns fármacos reduzem a 
tosse em consequência de suas ações 
centrais, inclusive analgésicos opioides, entre 
os quais os mais usados são codeína e 
hidrocodona. A supressão da tosse, 
geralmente, é conseguida com doses de 
opioides menores que as necessárias para se 
obter analgesia (dose oral de 10 ou 20 mg de 
codeína). Doses maiores são utilizadas para 
supressão mais eficaz de tosses crônicas. 
Antidiarreicos: Os receptores opioides 
estão amplamente distribuídos nos neurônios 
entéricos entre os plexos mioentérico e 
submucoso e em várias células secretoras. A 
importância desses sistemas periféricos na 
alteração da motilidade GI é enfatizada pela 
eficácia terapêutica dos agonistas opioides 
de ação unicamente periférica (como a 
loperamida) como antidiarreicos e pela 
utilidade dos antagonistas opioides de ação 
unicamente periférica (como 
metilnaltrexona) usados para reverter às 
ações constipantes dos agonistas opioides 
sistêmicos. 
 
A morfina é típica de muitos opioides 
analgésicos e será tomada como composto 
de referência. Os efeitos mais importantes da 
morfina ocorrem no SNC e no trato 
gastrintestinal, embora tenham sido descritos 
inúmeros efeitos de significância menor sobre 
muitos outros sistemas. 
 
 Analgesia: mediada, principalmente, 
pelos receptores μ. A ativação dos receptores 
δ resulta em analgesia, mas também pode ser 
pró-convulsivante. Os opioides são menos 
eficazes no tratamento da dor neuropática e 
em outros estados de dor crônica. 
 Euforia: mediada pelos receptores μ, 
enquanto a ativação dos receptores κ produz 
disforia e alucinações. Desse modo, 
diferentes opioides variam muito no grau de 
euforia que produzem. 
 Depressão respiratória: mediada por 
receptores μ, o efeito está associado à 
diminuição de sensibilidade do centro 
respiratório à PCO2 arterial e à inibição da 
geração de ritmo respiratório. A depressão 
respiratória pelos opioides não é 
acompanhada por depressão dos centros 
bulbares que controlam a função 
cardiovascular (diferentemente da ação dos 
anestésicos gerais e outros depressores do 
SNC). 
 Supressão da tosse: não se relaciona 
estreitamente com as ações analgésicas e 
depressoras dos opioides, e seu mecanismo 
no nível dos receptores não está claro. Em 
geral, aumentar a substituição no grupo 
hidroxila fenólico da morfina aumenta a 
atividade antitussígena em relação à 
atividade analgésica. A codeína e a 
folcodina suprimem a tosse em doses 
subanalgésica, porém causam constipação 
como efeito adverso. 
 Náuseas e vômitos: O localde ação é a 
área postrema (zona quimiorreceptora do 
gatilho), região do bulbo em que muitos tipos 
de estímulos químicos podem iniciar vômitos. 
Podem ser efeitos transitórios que 
desaparecem com a repetição da injeção 
ou persistir e limitar a adesão do paciente. 
 Constrição pupilar: causada por 
estimulação do núcleo do nervo oculomotor 
mediada pelos receptores μ e κ. Pupilas 
puntiformes são características importantes 
para diagnóstico na intoxicação por 
opioides, porque a maioria das outras causas 
de coma e depressão respiratória produz 
dilatação pupilar. 
 
 Constipação intestinal: decorrente do 
aumento do tônus e redução da motilidade 
gastrointestinal. É provável que seja mediada 
principalmente pelo plexo nervoso intramural. 
É parcialmente mediada também pela ação 
central, pois a injeção intracerebroventricular 
de morfina inibe os movimentos propulsivos 
gastrointestinais. O brometo de 
metilnaltrexona, o alvimopan e o naloxegol 
são opioides que não ultrapassam a barreira 
hematoencefálica e, portanto, apresentam 
menos efeitos adversos sobre o trato GI, sem 
reduzir a analgesia. 
 Retardo do esvaziamento gástrico: 
levando ao retardo da absorção, inclusive de 
outros fármacos. 
 
 Urticária e prurido: a morfina promove 
liberação de histamina dos mastócitos por 
meio de ação não relacionada com os 
receptores de opioides. 
 Hipotensão e bradicardia: com doses 
elevadas da maioria dos opioides devido à 
ação sobre o bulbo. Além disso, a própria 
liberação de histamina pode contribuir para 
a hipotensão. 
 Efeitos no musculo liso: exceto no TGI, 
podem ocorrer espasmos uterinos, de bexiga 
e dos ureteres. 
 Imunossupressão: ainda não está clara 
esta correlação, mas se acredita que o uso 
abusivo dos opioides por longo tempo possa 
agravar deficiências imunitárias. 
 
 
 
 Inibidores da Monoaminoxidase (iMAO): 
iproniazida 
 Antidepressivos Tricíclicos (ADT): 
amitriptilina 
 Inibidores Seletivos da Recaptação da 
Serotonina (ISRS): fluoxetina, sertralina 
 Inibidores Seletivos da Recaptação da 
Noradrenalina e Serotonina (ISRNS): 
venlafaxina, duloxetina 
 Inibidores Seletivos da Recaptação da 
Dopamina (ISRD): amineptina, bupropion 
 Atípicos: mirtazapina 
 
 
 
A serotonina, a noradrenalina e a 
dopamina são neurotransmissores, ou seja, 
são substâncias envolvidas na comunicação 
entre os neurônios (transmitem sinais entre as 
células do cérebro). Níveis reduzidos no 
sistema nervoso central podem causar 
depressão do humor, alterações de 
comportamento e ainda provocam distúrbios 
no sono e no apetite. A quantidade desses 
neurotransmissores disponíveis para os 
neurônios depende do quanto é produzido e 
do quanto é removido (recaptado) no 
cérebro. 
Assim, cada antidepressivo (a depender 
do seu tipo) vai agir na fenda de recaptação 
ou na enzima MAO, bloqueando essa 
recaptação do neurotransmissor específico, 
potencializando e prolongando sua atividade 
neural. 
Por exemplo, os inibidores seletivos da 
recaptação de serotonina (ISRS) agem 
diminuindo a taxa de remoção da serotonina 
da fenda sináptica, local onde este 
neurotransmissor exerce suas ações. Deste 
modo, os ISRS fazem com que a serotonina 
permaneça disponível por mais tempo para 
os neurônios, levando a uma melhora do 
humor dos pacientes. 
 
 
 
 
Escolha de antidepressivo para paciente 
obeso e com sono: utiliza-se antidepressivo 
estimulante (fluoxetina, sertralina). 
Quando se tem um paciente com 
depressão e tem esses sintomas, a primeira 
escolha é um antidepressivo que vai 
estimular esse paciente.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes