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Materiais de Construção Civil Metais, Orgânicos e Cerâmicos - Livro UNIASSELVI

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Materiais de Construção 
Civil: Metais, orgâniCos 
e CerâMiCos
Profª. Carolina Maciel Suzin
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª. Carolina Maciel Suzin
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S968m
 Suzin, Carolina Maciel
 Materiais de construção civil: metais, orgânicos e cerâmicos. / Carolina 
Maciel Suzin. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 211 p.; il. 
 ISBN 978-65-5663-104-2
1. Materiais de construção. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 691
III
apresentação
Olá, acadêmico!! Neste livro, estudaremos os principais materiais de 
construção, empregados em uma obra de engenharia civil, desde seu início, 
como locação e fundações, até suas etapas finais, como os acabamentos.
O estudo dos materiais de construção fundamenta-se no conhecimen-
to de suas matérias-primas: a obtenção e o financiamento; sua fabricação ou 
processamento; suas características e propriedades, como as físicas, químicas 
e mecânicas. Conhecendo todas estas particularidades é possível identificar 
qual o emprego ideal para cada tipo de material. A escolha correta dos mate-
riais de construção influencia na qualidade de vida das pessoas e das cidades.
A qualidade final, manutenção e vida útil de uma obra estão direta-
mente relacionadas ao emprego correto dos materiais e da sua qualidade.
Os materiais de construção estão sempre em evolução, buscando sa-
tisfazer as necessidades do mercado, com exigências cada vez maiores com 
relação à qualidade, durabilidade e custo. Outro fator muito valorizado pelo 
mercado é a utilização de materiais sustentáveis na construção civil.
Para um melhor aprendizado, este curso divide-se em três unidades: 
Unidade 1 – rochas, materiais cerâmicos e vidros; Unidade 2 – madeiras e 
tintas; e Unidade 3 – materiais poliméricos e materiais metálicos.
A Unidade 1 está dividida em três tópicos. O primeiro tópico trata 
do estudo das rochas, sua classificação geológica e tecnológica, o processo 
de formação desse material, suas principais características e propriedades, 
a composição mineralógica, os principais minerais em rochas utilizadas em 
obras de engenharia e quais suas aplicações na construção civil. O segundo 
tópico aborda o estudo dos materiais cerâmicos, a classificação das argilas, 
as principais características e propriedades das argilas, os processos de fa-
bricação dos materiais cerâmicos e qual sua aplicação na construção civil. O 
terceiro tópico compreende o estudo dos vidros, sua estrutura e composição, 
sua classificação, suas principais características e propriedades, o processo 
de fabricação dos vidros e quais suas aplicações na construção civil.
A Unidade 2 está dividida em dois tópicos. O primeiro tópico aborda 
o estudo das madeiras, sua classificação de acordo com sua germinação e 
crescimento e com suas finalidades, a fisiologia e o crescimento das árvores, 
quais são as partes constituintes das madeiras, qual a estrutura e composição 
química das madeiras, como é possível identificar esse material e quais as 
principais espécies lenhosas nacionais, a produção da madeira para utiliza-
ção em obras de engenharia, suas principais características e propriedades, 
IV
os defeitos que podem ocorrer nas madeiras e alterar suas propriedades e seu 
desempenho, como é feito o beneficiamento das madeiras e seus principais 
usos na construção civil. O segundo tópico trata do estudo das tintas, sua 
composição, seus pigmentos e respectivas cores, sua classificação em tintas a 
óleo, tintas plásticas emulsionáveis, tintas para caiação e tintas especiais, os 
vernizes, as lacas e os esmaltes, como deve ser o preparo de uma superfície 
antes de receber das tintas, quais os métodos de aplicação desses materiais 
e os principais defeitos que podem ocorrer na aplicação.
A Unidade 3 também está dividida em dois tópicos. O primeiro tópico 
compreende o estudo dos materiais poliméricos, o que são os polímeros, como 
são obtidos esses materiais, quais os principais polímeros fabricados atualmen-
te, sua classificação quanto à estrutura química, ao método de preparação, ao 
comportamento mecânico e ao desempenho mecânico, como se dá o processo 
de polimerização, as principais características e propriedades dos materiais poli-
méricos e sua utilização na construção civil. O segundo tópico abrange o estudo 
dos materiais metálicos, o estudo dos metais e dos minérios, os processos de mi-
neração, metalurgia e siderurgia, as características e propriedades dos materiais 
metálicos e suas principais aplicações na construção civil. 
Portanto, este livro visa aprofundar os conhecimentos acerca dos materiais 
de construção, bem como contribuir para sua formação acadêmica de qualidade!
Boa leitura e bons estudos!
Profª. Carolina Maciel Suzin
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para 
diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apre-
sentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em 
questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institu-
cionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar 
seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de De-
sempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VI
VII
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um 
novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
VIII
UNIDADE 1 – ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS .................................................1
TÓPICO 1 – ROCHAS ..............................................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ......................................................................................................5
3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES ...............................................................8
4 COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA ....................................................................................................9
5 UTILIZAÇÃO DE ROCHAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ...........................................................10
5.1 GRANITOS .......................................................................................................................................105.2 BASALTOS ........................................................................................................................................11
5.3 DIORITOS .........................................................................................................................................12
5.4 ARENITOS ........................................................................................................................................13
5.5 CALCÁRIOS E DOLOMITOS ........................................................................................................13
5.6 ARDÓSIAS ........................................................................................................................................14
5.7 QUARTZITOS ..................................................................................................................................15
5.8 MÁRMORES .....................................................................................................................................15
5.9 GNAISSES .........................................................................................................................................16
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................20
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................21
TÓPICO 2 – MATERIAIS CERÂMICOS ............................................................................................23
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................23
2 CLASSIFICAÇÃO DAS ARGILAS ...................................................................................................25
2.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES ............................................................26
2.2 FABRICAÇÃO ..................................................................................................................................29
3 EXPLORAÇÃO DE JAZIDAS ............................................................................................................29
3.1 PREPARO DA MATÉRIA-PRIMA ................................................................................................30
3.2 MOLDAGEM ....................................................................................................................................30
3.3 TRATAMENTO TÉRMICO ............................................................................................................31
4 UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS CERÂMICOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ...........................35
4.1 TIJOLOS CERÂMICOS ...................................................................................................................36
4.2 TELHAS CERÂMICAS ...................................................................................................................39
5 MATERIAIS DE GRÉS CERÂMICO ................................................................................................43
5.1 APARELHOS SANITÁRIOS ..........................................................................................................46
5.2 AZULEJOS ........................................................................................................................................47
5.3 PASTILHAS ......................................................................................................................................49
5.4 TIJOLOS REFRATÁRIOS ................................................................................................................49
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................53
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................54
TÓPICO 3 – VIDROS ..............................................................................................................................57
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................57
2 CLASSIFICAÇÃO DO VIDRO ..........................................................................................................59
2.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS VIDROS ..................................61
suMário
IX
3 PRODUÇÃO DOS VIDROS ..............................................................................................................61
3.1 MATÉRIA-PRIMA ...........................................................................................................................62
3.2 FUSÃO E REFINO ...........................................................................................................................63
3.3 CONFORMAÇÃO ...........................................................................................................................63
3.4 RECOZIMENTO ..............................................................................................................................63
4 UTILIZAÇÃO DE VIDROS NA CONSTRUÇÃO CIVIL .............................................................64
4.1 VIDRO COMUM ..............................................................................................................................64
4.2 VIDRO DE SEGURANÇA ..............................................................................................................65
4.2.1 Vidro de segurança temperado ..................................................................................................65
4.2.2 Vidro de segurança laminado .....................................................................................................67
4.2.3 Vidro de segurança aramado ......................................................................................................68
4.2.4 Vidros coloridos e termorrefletores ............................................................................................68
4.2.5 Vidros impressos ou fantasias .....................................................................................................70
4.2.6 Vidro Autolimpante ......................................................................................................................71
4.2.7 Tijolos de Vidro .............................................................................................................................72
4.2.8 Fibra de Vidro ................................................................................................................................73
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................76
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................78
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................79
UNIDADE 2 – MADEIRAS E TINTAS ................................................................................................81
TÓPICO 1 – MADEIRAS .......................................................................................................................83
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................83
2 CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................................86
3 FISIOLOGIA E CRESCIMENTO DAS ÁRVORES ........................................................................87
4 ESTRUTURA DAS MADEIRAS ........................................................................................................905 COMPOSIÇÃO QUÍMICA ................................................................................................................92
6 IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES ..................................................................................................93
7 PRODUÇÃO DA MADEIRA .............................................................................................................95
8 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES .............................................................96
8.1 PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS....................................................................97
8.2 PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS ........................................................100
9 DEFEITOS ............................................................................................................................................101
9.1 DEFEITOS DE CRESCIMENTO ..................................................................................................101
9.2 DEFEITOS DE SECAGEM ............................................................................................................102
9.3 DEFEITOS DE PRODUÇÃO ........................................................................................................105
9.4 DEFEITOS DE ALTERAÇÃO .......................................................................................................105
10 BENEFICIAMENTO DAS MADEIRAS .......................................................................................105
10.1 SECAGEM .....................................................................................................................................106
10.2 PRESERVAÇÃO ...........................................................................................................................108
10.3 TRANSFORMAÇÃO ...................................................................................................................110
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................121
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................122
TÓPICO 2 – TINTAS
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................125
2 COMPOSIÇÃO DAS TINTAS .........................................................................................................127
3 CLASSIFICAÇÃO ...............................................................................................................................129
3.1 TINTAS A ÓLEO ............................................................................................................................130
3.2 TINTAS PLÁSTICAS EMULSIONÁVEIS ..................................................................................130
3.3 TINTAS PARA CAIAÇÃO ...........................................................................................................131
X
3.4 TINTAS ESPECIAIS .......................................................................................................................131
4 VERNIZES, LACAS E ESMALTES ..................................................................................................132
5 PREPARO DAS SUPERFÍCIES ........................................................................................................133
5.1 PAREDES COM REBOCO ............................................................................................................133
5.2 MADEIRAS .....................................................................................................................................133
5.3 METAIS ...........................................................................................................................................134
6 MÉTODOS DE APLICAÇÃO ...........................................................................................................134
7 DEFEITOS DAS TINTAS ..................................................................................................................134
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................137
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................141
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................142
UNIDADE 3 – MATERIAIS POLIMÉRICOS E MATERIAIS METÁLICOS .............................145
TÓPICO 1 – MATERIAIS POLIMÉRICOS .......................................................................................147
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................147
2 OBTENÇÃO E EXEMPLOS DE POLÍMEROS ..............................................................................148
3 CLASSIFICAÇÃO ...............................................................................................................................150
4 POLIMERIZAÇÃO ............................................................................................................................151
5 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES ..........................................................152
6 UTILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ...................................................................................153
6.1 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS .............................................................................153
6.2 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS .......................................................................................................154
6.3 ESQUADRIAS E PORTAS ............................................................................................................155
6.4 TELHAS ...........................................................................................................................................156
6.5 PISOS, REVESTIMENTOS E FORROS .......................................................................................157
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................161
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................162
TÓPICO 2 – MATERIAIS METÁLICOS ...........................................................................................163
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 MINERAÇÃO ......................................................................................................................................164
3 PRINCIPAIS MINÉRIOS ..................................................................................................................165
3.1 FERRO .............................................................................................................................................165
3.2 ALUMÍNIO .....................................................................................................................................166
3.3 CHUMBO .......................................................................................................................................166
3.4 COBRE ............................................................................................................................................166
3.5 ESTANHO ......................................................................................................................................167
3.6 ZINCO .............................................................................................................................................1674 METALURGIA ....................................................................................................................................168
5 SIDERURGIA ......................................................................................................................................169
6 METAIS NÃO FERROSOS ...............................................................................................................172
7 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES ...........................................................173
8 UTILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ...................................................................................175
8.1 PRODUTOS EM AÇO ...................................................................................................................175
8.2 BARRAS E FIOS DE AÇO .............................................................................................................175
8.3 CHAPAS FINAS E GROSSAS ......................................................................................................179
8.4 AÇOS ESTRUTURAIS ...................................................................................................................179
8.5 TUBOS ESTRUTURAIS E NÃO ESTRUTURAIS ......................................................................180
8.6 GALVANIZADOS OU ZINCADOS ............................................................................................180
8.7 PREGOS ...........................................................................................................................................181
XI
8.8 PARAFUSOS ...................................................................................................................................181
9 PRODUTOS EM ALUMÍNIO ..........................................................................................................181
9.1 ESQUADRIAS ................................................................................................................................181
9.2 ESTRUTURA EM FACHADAS ENVIDRAÇADAS .................................................................182
9.3 COBERTURAS ..............................................................................................................................183
9.4 FÔRMAS DE CONCRETO ...........................................................................................................184
9.5 FIOS E CABOS ELÉTRICOS .........................................................................................................184
10 FERRAGENS......................................................................................................................................187
10.1 FERRAGENS PARA ESQUADRIAS .........................................................................................187
11 METAIS SANITÁRIOS ...................................................................................................................191
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................195
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................198
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................199
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................200
1
UNIDADE 1
ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E 
VIDROS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• reconhecer os tipos de rocha, suas classificações e propriedades;
• definir qual rocha é mais indicada para cada uso na construção civil;
• reconhecer os tipos de argila e compreender seus processos de fabricação;
• distinguir materiais de argila, de louça e revestimento, e materiais refratá-
rios;
• reconhecer os tipos de vidros e seus processos de fabricação;
• identificar qual vidro é mais indicado para cada uso na construção civil.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ROCHAS
TÓPICO 2 – MATERIAIS CERÂMICOS
TÓPICO 3 – VIDROS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorve-
rá melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ROCHAS
1 INTRODUÇÃO
A geologia é a ciência que estuda a origem, os processos de formação, a 
estrutura e a composição da crosta terrestre. Uma parte da geologia estuda os 
processos de formação das rochas, os quais, em sua maioria, são resultado do em-
bate das forças da natureza que podem ser provenientes da dinâmica in terna ou 
externa da Terra. As dinâmicas internas da Terra são os vulcões e terremotos. As 
dinâmicas externas são a de erosão e sedimentação. Rochas podem ser formadas 
por processos erosivos, desfazendo-se em partículas de minerais e fragmentos 
devido à ação de componentes químicos da atmosfera, condições climáticas e 
atuação de organismos (SLATER, 1961).
Os processos de formação também podem ser artificiais, desencadeados 
pelas ações humanas. Entre essas ações, podemos citar a modificação do regime 
de escoamento, infiltração da água e das chuvas, a aceleração de processos ero-
sivos, desertificação e salinização de aquíferos, o uso de insumos e fertilizantes 
agrícolas, desmatamento e aumento da produção de sedimentos, garimpagem e 
extração de minerais, produção de rejeitos que liberam elementos tóxicos, entu-
lhamento de vales, pro dução de energia, nas mais diferentes formas, com geração 
de impactos ambientais (SLATER, 1961).
De acordo com a Geologia, denominam-se rochas todos os elementos da 
crosta terrestre, independentemente de sua origem, composição e estrutura.
IMPORTANT
E
Historicamente, a madeira e pedra foram empregadas pelo homem sem 
alteração do seu estado natural. Como a madeira foi destruída, e as pedras con-
servadas, a época do aparecimento do homem – época quaternária – é chamada 
de Idade da Pedra (PETRUCCI, 1995).
No Egito, foram amplamente empregadas, inclusive em monumentais 
construções como as pirâmides e os túmulos de faraós, conforme Figura 1. Os 
gregos também utilizaram as pedras na sua história, inclusive no Partenon de 
Atenas, conforme Figura 2 (PETRUCCI, 1995).
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
4
FIGURA 1 – PIRÂMIDES DO EGITOS
FIGURA 2 – PARTENON EM ATENAS
FONTE: <https://bit.ly/2Br5Irh>. Acesso em: 26 mar. 2020.
FONTE: <https://bit.ly/3epb0Sp>. Acesso em: 26 mar. 2020.
Pode-se observar, historicamente, que os povos que utilizaram pedras em 
suas construções, como os egípcios, deixaram vestígios de sua passagem, diferen-
te dos povos contemporâneos como os babilônios, assírios e caldeus, que utiliza-
ram tijolos de barro seco ao ar, e suas construções se reduziram a montes de terra 
com o passar do tempo (PETRUCCI, 1995).
TÓPICO 1 | ROCHAS
5
FIGURA 3 – CATEDRAL DE NOTRE-DAME
FONTE: <https://bit.ly/2NhaFpf>. Acesso em: 26 mar. 2020.
Porém, com o aparecimento de novas modalidades de construção, tais 
como estruturas metálicas e concreto armado, a utilização das pedras como ele-
mento estrutural caiu consideravelmente. Diante deste cenário, este material pas-
sou a ser utilizado em muros de arrimo, fundações rasas, blocos de pavimenta-
ção, lastro de ferrovias, placas de revestimento e principalmente como agregados 
para concretos (estrutural ou betuminoso). 
2 CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS
As rochas podem ser classificadas de inúmeras formas, mas a principal 
é a classificação geológica (CHIOSSI, 2013; PETRUCCI, 1995). De acordo com a 
classificação geológica, as rochas são classificadas em:
a) Rochas eruptivas ou ígneas: são rochas formadas pela consolidação do mate-
rial proveniente de uma fusão total ouparcial. Podem ser rochas eruptivas de 
profundidade ou plutônicas (granito), rochas eruptivas filoneaneas (pórfiro) e 
rochas eruptivas efusivas ou vulcânicas (basalto).
b) Rochas sedimentares: são rochas formadas pela consolidação do material 
transportado e depositado pelo vento ou água. Podem ser rochas sedimentares 
clássicas (arenitos), rochas sedimentares químicas (calcários) ou rochas sedi-
mentares organógenas (turfa).
Com o passar dos anos, a utilização das rochas se intensificou, sendo em-
pregas em canais, túneis, pontes, palácios e igrejas. Na Idade Média, todos os 
países da Europa utilizaram rochas em grandes construções, como o Palácio de 
Granada e a Catedral de Notre-Dame, conforme Figura 3 (PETRUCCI, 1995).
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
6
c) Rochas metamórficas: são rochas formadas pela alteração gradual na estrutura 
das rochas citadas anteriormente, pela ação do calor, da pressão ou da água. 
São elas os gnaisses da alteração dos granitos, os quartzitos da alteração dos 
arenitos, os mármores da alteração dos calcários e os cristalinos da alteração 
das argilas (CHIOSSI,2013; PETRUCCI, 1995). 
QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS
FONTE: Petrucci (1995, p. 217)
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METAMÓRFICAS
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TÓPICO 1 | ROCHAS
7
As rochas também podem ter classificação tecnológica, baseada no mi-
neral simples predominante na constituição (CHIOSSI, 2013; PETRUCCI, 1995). 
Desta forma, classificam-se em:
a) Pedras silicosas: são as pedras em que predomina a sílica. Apresentam maior 
resistência mecânica e maior durabilidade entre todas as pedras.
b) Pedras calcárias: são as pedras com propriedades governadas pelo carbonato 
de cálcio. Apresentam boa resistência mecânica e durabilidade média.
c) Pedras argilosas: são as pedras em que predomina a argila. Apresentam menor 
resistência mecânica e durabilidade.
A classificação das rochas também pode ser combinada, isto é, unindo as 
duas classificações anteriores (CHIOSSI, 2013; PETRUCCI, 1995). Desta forma, as 
rochas são classificadas em:
a) silicosas eruptivas, silicosas sedimentares e silicosas metamórficas;
b) calcárias sedimentares e calcárias metamórficas;
c) argilosas.
Os processos de formação das rochas estão interligados entre si. Confor-
me podemos observar na Figura 4, após a solidificação do magma, formam-se as 
rochas magmáticas e a partir disso, com variação de calor e pressão, as rochas se 
transformam em metamórficas, e com a ação do intemperismo e o transporte e 
deposição surgem os sedimentos, e através da compressão e cimentação surgem 
as rochas sedimentares. 
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
8
FIGURA 4 – CICLO DE FORMAÇÃO DAS ROCHAS
FONTE: < https://bit.ly/313D9L0 >. Acesso em: 26 mar. 2020.
3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES
Neste subtópico, abordaremos e conceituaremos as principais caracterís-
ticas e propriedades das pedras utilizadas na construção civil, de acordo com 
Petrucci (1995):
• Resistência mecânica: é a capacidade de suportar a ação de cargas aplicadas. 
Deve ser considerada a resistência mecânica à compressão, tração, flexão, ci-
salhamento, desgaste e choque. As pedras resistem bem a compressão e mal a 
tração.
• Desgaste: perda de qualidades ou dimensões com o uso contínuo.
• Choque: capacidade de suportar efeitos estáticos e dinâmicos.
• Durabilidade: é a capacidade de manter as propriedades físicas e mecânicas 
com o decorrer do tempo e sob ação de agentes agressivos. Influenciam na 
durabilidade das pedras a compacidade, porosidade, permeabilidade, higros-
copicidade, gelividade e condutibilidade térmica. É importante considerar a 
utilização do material, podendo as pedras serem utilizadas como elemento de 
construção ou elemento de fundações, o que pode alterar a durabilidade. A 
porosidade ou compacidade também influenciam na permeabilidade.
• Trabalhabilidade: é a capacidade da pedra em ser afeiçoada com o mínimo esforço. 
• Estética: é a aparência da pedra para fins de revestimentos ou acabamentos.
TÓPICO 1 | ROCHAS
9
• Cor: é determinada pela cor dos minerais essenciais ou dos componentes aces-
sórios das pedras. Não serve para identificação mineralógica. É importante 
quando as pedras serão utilizadas aparentes ou com finalidade decorativa, sen-
do a uniformidade e a durabilidade da cor essenciais, pode influenciar no seu 
valor. Os principais materiais nocivos para a qualidade da cor das pedras são: 
pirita, marcassita, pirrotita e mica. Para melhorar essa característica são feitos 
polimentos, que acentuam sua cor.
• Fratura: é o aspecto da superfície de fragmentação das rochas e pedras. A difi-
culdade de extração, corte, polimento e aderência influenciam a fratura. Os prin-
cipais tipos de fratura são: plana, conchoidal, lisa, áspera, escamosa e angulosa.
• Homogeneidade: capacidade da pedra de apresentar as mesmas propriedades 
em qualquer amostra do material. 
• Porosidade: relação do volume de vazios para o volume total das pedras. Uma 
pedra que apresenta alta porosidade tem baixa resistência à compressão e alta 
permeabilidade. A porosidade está ligada a durabilidade.
• Permeabilidade: é a propriedade de se deixar atravessar por fluídos. Depende 
das dimensões e da disposição dos canais que atravessam as pedras.
• Dureza: nas pedras, a dureza é avaliada de acordo com a facilidade de serrar 
a pedra. Pode ser branda (serrada facilmente pela serra de dentes), semidura 
(dificilmente serrada pela serra de dentes), duras (só serrada pela serra lisa) ou 
duríssima (dificilmente serrada pela serra lisa).
• Aderência: é a capacidade da pedra de se ligar a argamassa. A fratura e a poro-
sidade influenciam nessa propriedade.
4 COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Através da análise petrográfica, que tem por finalidade determinar a com-
posição mineralógica das rochas, podemos qualificar os materiais e determinar 
qual seu melhor emprego e funcionalidade. A análise petrográfica indicará:
a) composição mineralógica das rochas;
b) estado de conservação;
c) estrutura, granulação, textura, índices de enfraquecimento da estrutura, va-
zios, poros, fendas etc.;
d) presença de elementos mineralógicos prejudiciais para a aplicação visada (PE-
TRUCCI, 1995; SLATER, 1961).
Os minerais são definidos como substâncias sólidas, naturais, inorgânicas 
e homogêneas, que possuem composição química definida e estrutura atômica 
característica. São compostos químicos resultantes da associação de átomos de 
dois ou mais elementos.
Os minerais mais importantes em rochas de utilização na construção civil 
serão descritos a seguir, de acordo com Petrucci (1995) e Slater (1961).
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
10
• Quartzo: o quartzo é a sílica cristalina. Usualmente, é opaco, com coloração 
branco-leitosa. Possui alta resistência à compressão e à abrasão. Massa especí-
fica absoluta de 2,65 e dureza 7.
• Feldspato: é o material mais abundante na natureza. Pode ter coloração branca, 
rosa a vermelho escura, amarelada, cinza e outras. Tem baixa resistência à ação 
mecânica e química do intemperismo. Amassa específica absoluta varia de 2,55 
a 2,76 e a dureza é 6.
• Mica: são silicatos de alumínio com ampla composição química. Apresenta fá-
cil clivagem em lamelas finas, flexíveis e elásticas. Tem dureza de 2 a 3. 
• Caulinita: é um silicato de alumínio hidratado por meteorizarão de rochas 
vulcânicas e metamórficas. É o principal componente das argilas. Surge como 
terra frouxa branca ou colorida, ou na forma de lâminas. A massa especifica 
absoluta é 2,6 e dureza 1.
• Calcita: é o carbonato de cálcio cristalino, muito abundante. A massa especifica 
absoluta é 2,7 e a dureza 3.
• Magnesita: tem características semelhantes com a calcita. Usado como refratá-
rio para revestimento de forros. 
• Dolomita: tem características iguais as da calcita, porém é mais dura, mais re-
sistente e menos solúvel em água.
• Gesso: material sedimentar, com estrutura ora cristalina, ora granulada. Nor-
malmente de cor branca. A massa específica absoluta é 2,3 e a dureza 1,5.
• Anidrita: mineral que se transforma em gesso por hidratação. A massa especí-
fica varia de 2,8 a 3,0 e a dureza de 3,0 a 3,5.
 
5 UTILIZAÇÃO DE ROCHAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Neste subtópico, abordaremos as principais rochas utilizadas atualmente 
na construção civil, suas principais características e utilizações, conforme Petruc-
ci (1995) e Slater (1961).
5.1 GRANITOS
Granitos são rochas ígneas, classificadas como rochas plutônicas devido 
ao seu processo de formação. Esta rocha é composta basicamente por quartzo, 
feldspato e minerais ferro-magnesianos. Suas tonalidades de cor podem variar de 
acordo com seus constituintes mineralógicos. O quartzo normalmente é translú-
cido, incolor ou fumê; os feldspatos conferem a coloração avermelhada, rosada, 
branca, creme-acinzentada e amarelada nos granitos. A cor negra, variavelmente 
impregnada na matriz das rochas, é conferida por teores de mica (biotita), piro-
xênio e anfibólio, principalmente.
As principais características do granito são a homogeneidade, a alta re-
sistência a compressão, baixa porosidade e grande durabilidade. A resistência 
à abrasão dos granitos é proporcional à dureza e quantidade dos seus minerais 
TÓPICO 1 | ROCHAS
11
constituintes. Entre os granitos, a resistência ao desgaste será, normalmente, tan-
to maior quanto maior for a quantidade de quartzo na rocha. São materiais isotró-
picos, isto é, apresentam as mesmas propriedades independente da direção dos 
seus minerais.
Na construção civil, os granitos são utilizados em fundações, muros, cal-
çamentos, como agregado para concreto e ro cha ornamental em pisos, paredes, 
tampos de pias, lavatórios, bancadas e mesas, e em deta lhes diversos. Pode ser 
visualizado na Figura 5.
FIGURA 5 – GRANITO
FONTE: <https://bit.ly/2zYM5q8>. Acesso em: 26 mar. 2020
5.2 BASALTOS
Basaltos são rochas ígneas vulcânicas. Dentre as rochas que ocorrem em 
forma de derrame pode ser considerado dos mais abundantes. Esta rocha é cons-
tituída, principalmente, por feldspato. As cores do basalto podem variar entre 
cinza-escura a preta, com tonalidades avermelhadas/amarronzadas, devido a 
óxidos/hidróxidos de ferro gerados por alteração intempérica. A sua principal 
característica é a elevada resistência e a maior dureza entre as pedras mais utili-
zadas na construção civil.
O basalto é muito utilizado como pedra britada em agregados asfálticos, 
para concretos e lastros de ferrovias. Assim como o granito possui larga aplicação 
como pedra para calçamento e em outras formas de pavimentação. Quando poli-
do pode ser utilizado como rocha ornamental, principalmente em pisos. Pode ser 
visualizado na Figura 6.
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
12
FIGURA 6 – BASALTO
FONTE: <https://bit.ly/37TqP1f>. Acesso em: 26 mar. 2020.
5.3 DIORITOS
Dioritos são rochas ígneas. Suas características físicos-mecânicas são se-
melhantes às do granito, porém suas composições mineralógicas são diferentes. 
São usualmente chamados de granitos pretos. Quando polidos, apresentam a cor 
preta, e quando apicoados ou lavrados apresentam cor cinza.
Na construção civil, os dioritos têm as mesmas utilizações dos granitos 
como fundações, muros, cal çamentos, entre outros. Também tem larga aplicação 
como rocha ornamental e arte mortuária. Pode ser visualizado na Figura 7.
FIGURA 7 – DIORITO
FONTE: <https://sites.unipampa.edu.br/mvgp/files/2016/03/diorito-1024x576.jpg>. Acesso em: 
26 mar. 2020.
TÓPICO 1 | ROCHAS
13
5.4 ARENITOS
Arenitos são rochas sedimentares. Esta rocha é composta principalmente 
por grãos de sílica ou quartzo, ligados por cimento silicoso, argiloso ou calcário. 
Sua principal característica é a razoável resistência ao risco.
Na construção civil é utilizado em revestimentos de pisos e paredes, e na 
confecção de mosaicos. Pode ser visualizado na Figura 8.
FIGURA 8 – ARENITO
FONTE: <https://bit.ly/3fK5Alm>. Acesso em: 26 mar. 2020.
5.5 CALCÁRIOS E DOLOMITOS
Calcários e dolomitos são rochas sedimentares carbonáticas. São compos-
tas principalmente por calcita e dolomita.
Na construção civil são utilizadas na indústria cimenteira, de cal, vidrei-
ra, siderúrgica e também para correção de solos. Também podem ser utilizados 
como agregados graúdos para concretos. Pode ser visualizado na Figura 9.
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
14
FIGURA 9 – CALCÁRIO DOLOMÍTICO
FONTE: <https://bit.ly/3fLCFgF>. Acesso em: 26 mar. 2020.
FIGURA 10 – ARDÓSIA
FONTE: <https://bit.ly/3eqczQe>. Acesso em: 26 mar. 2020.
5.6 ARDÓSIAS
Ardósias são rochas metamórficas. Suas principais características são a 
elevada resistência mecânica e suas propriedades de material isolante térmico. 
Na construção civil são utilizadas como rochas ornamentais em cobertu-
ras de casas, pisos, tampos e bancadas. Pode ser visualizado na Figura 10.
TÓPICO 1 | ROCHAS
15
FIGURA 11 – QUARZITO
FONTE: <https://bit.ly/3fNRPSS>. Acesso em: 26 jun. 2020.
5.7 QUARTZITOS
Quartzitos são rochas metamórficas que resultam do metamorfismo dos 
arenitos. São formadas por quartzo recristalizado. Suas cores podem variar entre 
o branco, vermelho e com tons de amarelo.
Suas principais características são a dureza, a alta resistência à britagem e 
ao corte, a alta resistência a alterações intempéricas e hidrotermais.
Na construção civil são utilizadas em pisos e calçamentos. A fixação do 
quartzito como rocha ornamental é feita com o uso de argamassas próprias para 
o tipo de rocha. Pode ser visualizado na Figura 11.
5.8 MÁRMORES
Mármores são rochas calcárias metamórficas. São compostas principal-
mente por minerais carbonáticos (calcita e dolomita), formados a partir do me-
tamorfismo de rochas sedimentares calcíticas ou dolomíticas, com pouco ou ne-
nhum teor de quartzo, o que torna os mármores “macios” quando comparados 
aos granitos, por isso sofrem maior desgaste e têm menor resistência ao risco. 
Apresenta granulação variada e a cor é definida por minerais acessórios ou 
impureza, pois os constituintes principais são brancos. As cores mais encontradas 
são: branca, rosa da, cinzenta e esverdeada, sendo a cor branca a mais apreciada. 
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
16
 Para se distinguir um mármore de um granito, dois procedimentos simples 
são recomendados: os granitos não são riscados por canivetes, chaves ou pregos, a 
exemplo dos mármores – e estes mármores reagem ao ataque do ácido clorídrico ou 
muriático, efervescendo tanto mais intensamente quanto maior o seu teor em calcita.
Na construção civil são utilizadas principalmente como rocha or namental 
em ambientes interiores, podendo ser aplicados em pisos e paredes, lavatórios, la-
reiras, mesas, balcões, tampos e outros deta lhes. Pode ser visualizado na Figura 12.
5.9 GNAISSES
Gnaisses são rochas metamórficas compostas principalmente de quartzo e 
feldspato. Deri vam de rochas graníticas e possuem granulo metria média a gros-
sa. Sua principal característica é a elevada resistência.
Na construção civil são utilizadas para a maioria dos propósitosda en-
genharia, sendo os principais como agregados graúdos, pavimentação e rochas 
ornamentais. Pode ser visualizado na Figura 13.
FIGURA 12 – MÁRMORE
FONTE: <http://sites.ulbra.br/mineralogia/imagens/marmore.gif>. Acesso em: 26 mar. 2020.
TÓPICO 1 | ROCHAS
17
Para sintetizar, a seguir temos o Quadro 2 com as principais utilizações 
das rochas na construção civil, resumindo as informações dos autores Petrucci 
(1995) e Slater (1961).
FIGURA 13 – GNAISSE
QUADRO 2 – USO DE ROCHAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
FONTE: A autora
FONTE: <http://sites.ulbra.br/mineralogia/imagens/gnaisse.gif>. Acesso em: 26 mar. 2020.
Rocha Uso na Construção Civil
Granitos
Bloco de fundação, muros, calçamentos, agregado para 
concreto, pisos, paredes, tampos de pias, lavatórios, 
bancadas e mesas, acabamentos.
Basaltos Agregados asfálticos, agregado para concreto, lastros de ferrovias, calçamentos, alvenarias, pisos e calçadas.
Dioritos Fundações, muros, cal çamentos arte mortuária.
Arenitos Revestimentos de pisos e paredes.
Calcários e Dolomitos Matéria-prima para a indústria cimenteira, de cal, vi-dreira, siderúrgica, corretor de solos, agregado.
Ardósias Telhas, pisos, tampos e bancadas.
Quartzitos Revestimentos, pisos e calçamentos.
Mármores
Revestimento de ambientes internos, pisos, paredes, 
lavatórios, lareiras, mesas, balcões, tampos e acaba-
mentos.
Gnaisses Rocha ornamental, agregado e pavimentação.
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
18
Caro acadêmico, sugerimos a leitura do artigo Impactos Ambientais de Pe-
dreiras em Áreas Urbanas. A seguir um fragmento do artigo, para ter acesso a ele na ínte-
gra, acesse o site https://bit.ly/2V7qZwR. 
Impactos Ambientais de Pedreiras em Áreas Urbanas
 A extração de rochas em pedreiras próximas a centros habitados é decorrente da 
forte influência do custo de transporte no valor final dos produtos, principalmente com 
os agregados, que possuem baixo valor unitário. Outro fator importante é o geológico, 
relacionado à localização das jazidas, que é imutável e impede a mudança das áreas de 
extração.
 O crescimento desordenado e a falta de planejamento urbano também influen-
ciam para que as áreas nos arredores de pedreiras sejam ocupadas, ocasionando muitos 
conflitos sociais.
Os impactos ambientais estão associados nas diversas fases de extração das rochas, como 
na abertura da cava, que é feita com a retirada da vegetação, escavações, movimentações 
de terra e modificação da paisagem local; no uso de explosivos para o desmonte de ro-
chas, que gera pressões, vibrações nos terrenos próximos, poeiras e ruídos; no transporte 
e beneficiamento das rochas, que produz ruídos e poeira, podendo afetar o solo, ar, meios 
de água e a população local. 
 Nesse estudo, foram analisados os aspectos e impactos ambientais gerados por 
uma pedreira, localizada no município de Campinas. Encontram-se construções comer-
ciais distantes 250 m da cava, e casas de um bairro residencial distantes 800m. Esta pe-
dreira tem como atividades o decapeamento, desmonte da rocha com a utilização de 
explosivos, carregamento e transporte dos materiais, beneficiamento do minério para a 
produção de agregados, como brita e pó de pedra.
 De acordo com a NBR ISSO 14001 (1996 apud BACCI; LANDIM; ESTON, 2006), 
aspectos ambientais são elementos das atividades, produtos e serviços de uma organi-
zação que podem interagir com o meio ambiente, já impactos ambientais são quaisquer 
modificações do meio ambiente, adversas ou benéficas, que resultem das atividades, pro-
dutos e serviços da organização.
Na identificação dos aspectos e dos impactos ambientais gerados pela empresa, foram 
considerados a produção do minério (extração, transporte e beneficiamento), as instala-
ções administrativas, a oficina de manutenção e o refeitório.
 Segundo Braga et al. (1996 apud BACCI; LANDIM; ESTON, 2006) os aspectos 
ambientais considerados nesse estudo foram: erosão, assoreamento, contaminação das 
águas superficiais e subterrâneas, impactos sobre a flora e fauna, instabilidade de taludes 
e encostas, mobilização de terra, poluição do ar, sonora e visual, ultralançamento de frag-
mentos, vibração do terreno e sobrepressão atmosférica.
 Foi possível concluir que os impactos ambientais mais significativos estão rela-
cionados ao uso de explosivos, que podem se estender para áreas fora do domínio da 
pedreira, e afetam o bairro mais próximo. A sobrepressão atmosférica gerada ocasiona 
grande desconforto à população do bairro, mas não oferecem riscos as construções pró-
ximas. A poluição do ar, gerada nas detonações e no beneficiamento não impacta o bairro 
próximo, fica restrito na pedreira e está diretamente relacionado à saúde ocupacional dos 
DICAS
TÓPICO 1 | ROCHAS
19
funcionários. Os impactos provenientes das instalações administrativas e oficina também 
ficam restritos à pedreira, não atingindo a comunidade. As reclamações vindas da comuni-
dade estão ligadas ao fato do desconhecimento por parte dos moradores das atividades e 
medidas de minimização dos impactos adotadas pela empresa.
 As pedreiras que se encontram em áreas urbanas podem adotar algumas medi-
das, proativas, que poderiam melhorar o relacionamento com a comunidade e evitar os 
conflitos, tais como: 
• Monitoramento contínuo dos desmontes e programas ativos para minimização de vi-
brações e sobrepressão, dado que estes são os impactos que mais afetam a comuni-
dade local.
• Manutenção de todos os registros dos planos de fogo realizados, tanto para constar que 
a empresa tem controle sobre o uso dos explosivos, como para mostrar aos interessa-
dos os registros.
• Uso de insumos na operação de desmonte, de modo a minimizar os impactos ambien-
tais, especialmente os propagados pela atmosfera na forma de ruído, sobrepressão e 
poeiras.
• Treinamento para os operadores vinculados às tarefas de desmonte, visando habilitá-los 
na minimização dos impactos ambientais.
• Treinamento de, no mínimo, um funcionário da empresa para realizar monitoramentos 
frequentes, dado que a empresa possui um sismógrafo de engenharia.
• Relacionamento com a comunidade através da contratação de consultores e serviços 
de vistoria e diagnóstico de danos em residências, de preferência terceirizados.
• Relacionamento com a comunidade através do estabelecimento de um registro de 
reclamações em formulário adequado, contendo, pelo menos, nome e endereço do 
reclamante.
• Divulgação das atividades e dos resultados de monitoramentos ambientais sempre que 
solicitada pela comunidade, a fim de confirmar a seriedade e transparência das ativida-
des da empresa e das ações voltadas para prevenção, preservação do meio ambiente, 
refletindo na sua responsabilidade social.
Com o levantamento dos aspectos e impactos ambientais, as empresas devem adotar me-
didas para preveni-los, a fim de melhorar seu desempenho ambiental, e prevenir também 
futuros conflitos com a comunidade.
FONTE: BACCI, D. C.; LANDIM, P. M. B.; ESTON, S. M. Aspectos e Impactos Ambientais 
de Pedreira em Área Urbana. REM: Revista Escola de Minas, Ouro Preto, v. 59, n. 1, 2006. 
Disponível em: https://bit.ly/2V7qZwR. Acesso em: 26 mar. 2020.
20
Neste tópico, você aprendeu que:
• As rochas podem ser formadas por processos erosivos ou por processos artifi-
ciais.
• Das rochas podemos extrair diversos materiais para utilização na construção civil, 
entre eles estão os blocos, matacões, agregados e pedras para construção (pedras 
de alvenaria, de cantaria, guias, paralelepípedos, lajotas e placas).
 
• A principal classificação das rochas é a geológica, na qual as rochas classificam-se 
em eruptivas ou ígneas, sedimentares e metamórficas.
• As rochas são compostas por minerais, e os principais são o quartzo, feldspato, 
mica, caulinita, calcita, magnesita, dolomita, gesso e anidrita. 
• Na construção civil são utilizadas diversas rochas, sendo as principais o granito, 
basalto, diorito, arenito, calcário, dolomito, ardósia, quartzito, mármore e gnaisse.
RESUMO DO TÓPICO1
21
1 De acordo com a classificação geológica, assinale a alternativa correta.
I- As rochas ígneas são formadas pela consolidação do material proveniente 
de uma fusão total ou parcial. Exemplos são os granitos e o basalto.
II- Rochas sedimentares são formadas pela consolidação do material transpor-
tado e depositado pelo vento ou água. Exemplo: calcário.
III- Rochas metamórficas são rochas formadas pela alteração gradual na estru-
tura, pela ação do calor, da pressão ou da água. Exemplos: gnaisses.
a) ( ) Apenas I está correta.
b) ( ) Apenas II está correta.
c) ( ) Apenas a III está correta.
d) ( ) I e III estão corretas.
e) ( ) I, II e III estão corretas.
2 O que é uma análise petrográfica? Quais informações importantes para a 
escolha de uma rocha resultam dessa análise?
R.: 
3 De acordo com a classificação geológica, assinale a alternativa incorreta.
a) ( ) O basalto é uma rocha ígnea.
b) ( ) O diorito é uma rocha sedimentar.
c) ( ) O arenito é uma rocha sedimentar. 
d) ( ) O quartzito é uma rocha metamórfica.
e) ( ) O gnaisse é uma rocha metamórfica.
4 Sabemos que os granitos e os mármores são semelhantes e amplamente uti-
lizados na construção civil. Como podemos distinguir esses dois materiais?
R.: 
5 De acordo com as algumas cores de cada rocha, preencha a as lacunas.
I- Mármore.
II- Granito.
III- Diorito.
IV- Quartzito.
( ) Branco, rosado e cinzento.
( ) Branco, vermelho e amarelo.
( ) Preto e cinza.
( ) Avermelhado, rosado, branco e amarelado.
AUTOATIVIDADE
22
A sequência correta é: 
a) ( ) I, II, IV e III.
b) ( ) II, III, IV e I.
c) ( ) II, IV, III e I.
d) ( ) III, IV, I e II.
e) ( ) I, IV, III e II.
6 Sobre os minerais, podemos afirmar que: 
I- O quartzo é a sílica cristalina. Usualmente é opaco, com coloração branco-
-leitosa. Possui alta resistência à compressão e à brasão.
II- O feldspato é o material mais abundante na natureza. Pode ter coloração 
branca, rosa a vermelho escura, amarelada, cinza e outras. Tem alta resis-
tência à ação mecânica e química do intemperismo.
III- A caulinita é um silicato de alumínio hidratado por meteorizarão de rochas 
vulcânicas e metamórficas. É o principal componente das argilas. Surge 
como terra frouxa branca ou colorida, ou na forma de lâminas.
Assinale a alternativa correta.
a) ( ) I e II estão corretos.
b) ( ) I e III estão corretos.
c) ( ) Somente III está correto.
d) ( ) Todas as alternativas são corretas.
e) ( ) Todas as alternativas são incorretas.
23
TÓPICO 2
MATERIAIS CERÂMICOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Na introdução deste tópico, será apresentado um breve histórico da uti-
lização de materiais cerâmicos pela humanidade na construção civil. Também 
serão apresentadas as argilas, principal material na fabricação das cerâmicas.
A utilização de materiais cerâmicos originou-se em locais em que as pe-
dras eram escassas e os materiais argilosos encontravam-se em abundância. Tam-
bém pelo custo reduzido e por ser um material que, na presença de água, pode 
ser moldado facilmente, e na presença do calor, seca e endurece com facilidade. 
Este material foi muito utilizado na história da humanidade. De acordo 
com Petrucci (1995), na Bíblia está registrado a utilização de tijolos cerâmicos na 
Torre de Babel. Os povos assírios e caldeus utilizavam tijolos cerâmicos em obras 
como os Palácios de Khorsabad e Sargão. No Egito, embora as pirâmides tenham 
sido construídas com pedras, as casas dos operários eram construídas com tijolos 
cerâmicos. Após o incêndio de Londres em 1666, os ingleses que utilizavam muita 
madeira em suas construções optaram pela reconstrução em tijolos cerâmicos. 
Inicialmente as construções em tijolos cerâmicos foram feitas empregando 
o método construtivo da alvenaria estrutural, em que os tijolos têm função estru-
tural, porém com o aparecimento das estruturas metálicas e de concreto armado, 
os tijolos começaram a ser utilizados como elementos de vedação. 
Para a melhoria das construções e visando a redução do peso das estrutu-
ras surgiram então os tijolos furados. 
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
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Os produtos cerâmicos são muito utilizados na construção civil pela sua razo-
ável resistência mecânica e durabilidade, além do custo acessível e possibilidades estéticas. 
Os materiais cerâmicos são materiais obtidos pela secagem e cozimento de materiais ar-
gilosos. A matéria-prima utilizada empregada na fabricação de produtos cerâmicos são as 
argilas e os desengordurantes. As argilas são as matérias ativas e os desengordurantes são 
materiais inertes que diminuem a plasticidade (PETRUCCI, 1995).
IMPORTANT
E
De acordo com Bauer (1994), cerâmica é a pedra artificial obtida pela mol-
dagem, secagem e cozedura de argilas ou misturas que contém argila. Nos ma-
teriais cerâmicos a argila fica aglutinada por uma pequena quantidade de vidro, 
que surge pela ação do calor de cocção sobre os compostos da argila. São ma-
teriais terrosos naturais, que ao serem misturados com a água, apresentam alta 
plasticidade.
A argila é um material natural e terroso que se forma na natureza a partir 
da decomposição das rochas, graças à ação dos agentes de intemperismo, tais 
como, pressão, temperatura e umidade, sobre elas (LARA, 2013). 
As argilas podem variar tanto na composição de seus elementos consti-
tuintes, quanto no arranjo dos seus átomos. Na natureza não existem duas jazidas 
de argila rigorosamente iguais, sendo possível notar, até mesmo, diferenças em 
uma mesma jazida, o que justifica a grande variedade de tipos de produtos en-
contrados no mercado para variadas aplicações (LARA, 2013).
De acordo com Bauer (1994), as argilas são constituídas essencialmente de 
partículas cristalinas extremamente pequenas, formados por um número restrito 
de substâncias, sendo estas, substâncias chamadas de argilominerais. 
Argilominerais são os silicatos hidratados de alumínio, ferro e magnésio. 
Pode conter também alguma porcentagem de álcalis e alcalinos-terrosos. Tam-
bém podem vir juntos elementos como a sílica, alumina, mica, ferro, cálcio, mag-
nésio, matéria orgânica. Pode-se observar que os materiais constituintes do vidro 
também estão nas argilas. Os argilominerais resultam da desagregação dos felds-
patos (minerais presentes nas rochas) por ação da temperatura, da água e do gás 
carbônico (BAUER, 1994).
Os materiais ar gilosos se diferenciam entre si pelas diferentes proporções 
de sílica, alumina e água em sua composição, além da estrutura molecular dife-
renciada. Os principais materiais argilosos que têm importância como material 
de construção são a caulinita, a montmorilonita e a ilita (PETRUCCI, 1995). 
TÓPICO 2 | MATERIAIS CERÂMICOS
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A argila, material inorgânico natural, é terra, porém, nem toda terra é argila.
NOTA
2 CLASSIFICAÇÃO DAS ARGILAS
As argilas podem ser classificadas de diversas formas, sendo que as princi-
pais podem ser verificadas a seguir, conforme Petrucci (1995). De acordo com a es-
trutura, as argilas classificam-se em: estrutura laminar ou foliácea e estrutura fibrosa.
• Estrutura laminar ou foliácea: são utilizadas na fabricação de produtos cerâ-
micos. Estão incluídos os grupos das caulinitas, grupo das montmorinolitas e 
grupo das micáceas. 
a) As cauliníticas são as mais puras e usadas na fabricação de refratários, porce-
lanas, cerâmicas sanitárias, na indústria de papel, medicamentos e peças elé-
tricas e eletrônicas. São argilas chamadas de caulim, compostas basicamente 
de silicatos hidratados de alumínio São as mais raras, de grãos mais grossos e 
adquirem a coloração branca após a queima, embora possam ter qualquer cor 
in natura. 
b) As montmorilonitas são originárias de cinzas vulcânicas e pouco utilizadas, 
pois são muito absorventes e têm grande poder de inchamento. São misturadas 
com as cauliníticas para corrigir a plasticidade. Possuem os grãos extremamente 
finos e têm aplicações industriais, como: clarificação de óleos vegetais e minerais, 
perfuração de poços de petróleo, pelotização de minérios e fabricaçãode fertili-
zantes. É o mineral predominante na vermiculita, bentonita e saponita, sendo de 
grande potencial comercial e industrial embora menos exploradas.
c) As micáceas são encontradas com maior facilidade e utilizadas na fabricação 
de tijolos, telhas, manilhas, lajotas. Formadas por um silicato de alumínio hi-
dratado com elevado teor de óxido de potássio. Apresentam-se na cor verme-
lha após a queima, devido à presença do óxido de ferro.
• Estrutura fibrosa: não são utilizadas na fabricação de produtos cerâmicos (PE-
TRUCCI, 1995). De acordo com o emprego, as argilas classificam-se em:
a) Infusíveis: utilizadas na fabricação de porcelanas. São constituídas basicamen-
te de caulim puro e após o cozimento apresentam cor branca translúcida. São 
infusíveis a temperaturas elevadas. Vitrificam-se em temperaturas entre 1200 ºC 
e 1500 ºC.
b) Refratárias: utilizadas para tijolos refratários, empregados em revestimento de 
fornos e chaminés. São muito importantes para a indústria pois toda a confec-
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
26
ção de materiais produzidos em altas temperaturas como cimento, aço e vidro 
dependem delas. São muito puras também, só se deformam a temperaturas 
superiores a 1500 ºC e têm baixo coeficiente de condutibilidade térmica.
c) Fusíveis: as figulinas, com cor cinza-azulado, são utilizadas em tijolos e telhas; 
os grés, com cor cinza-esverdeado e alta quantidade de mica, são utilizados 
na fabricação de material sanitário; as margas são utilizadas na produção de 
cimento; e o barro. Argila ferruginosa de cor amarelo avermelhada e utilizada 
para tijolos de telhas. São as mais importantes, pois delas se fabricam a maior 
quantidade de produtos, comumente chamados de produtos de argila verme-
lha, pois após o cozimento adquirem esta coloração. Deformam-se e vitrificam-
-se a temperaturas inferiores a 1200 ºC (PETRUCCI, 1995). 
De acordo com a composição, as argilas classificam-se em:
a) Puras
b) Impuras (PETRUCCI, 1995).
De acordo com a plasticidade classificam-se em:
a) Gordas ou Graxas: apresentam alta plasticidade. Têm muito material argiloso 
e pouco material desengordurante. Têm maior deformação durante o cozimen-
to. 
b) Magras: apresentam baixa plasticidade. Têm pouco material argiloso e muito 
material desengordurante (PETRUCCI, 1995). 
Quanto ao local onde são encontradas podem ser:
a) Residuais: encontradas no lugar onde foram formadas.
b) Sedimentares: arrastadas e depositadas em locais distintos da sua formação 
(PETRUCCI, 1995).
2.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES
As argilas apresentam características essenciais, como a plasticidade, a 
absorção e cessão de água, comportamento ao calor; e características secundárias 
tais como a fusibilidade, porosidade e cor. Nas cerâmicas, as características im-
portantes são o peso, resistência mecânica, resistência ao desgaste, absorção de 
água e duração.
Neste subtópico, abordaremos e conceituaremos as principais caracterís-
ticas e propriedades essenciais e secundárias das argilas para fabricação de mate-
riais cerâmicos, conforme os autores Bauer (1994) e Petrucci (1995).
Plasticidade das argilas: é a propriedade de um corpo que, ao ser subme-
tido a aplicação de uma força determinada, deforma-se e conserva esta deforma-
TÓPICO 2 | MATERIAIS CERÂMICOS
27
ção indefinidamente quando anulada a força. O estado plástico é intermediário 
entre os estados sólido e líquido, com propriedades dos dois. Para ser plásticas, 
as argilas necessitam da existência de um fluído. 
A plasticidade das argilas varia de acordo com a quantidade de água. 
Quando seca, a argila apresenta plasticidade nula. Conforme adiciona-se água, a 
argila vai apresentando plasticidade até um máximo, se adicionada mais água, as 
lâminas se separam, ela perde a plasticidade e se torna um líquido viscoso. Esta 
propriedade pode ser explicada de forma morfológica, física e química. 
Quando puras, as argilas apresentam comportamento plástico. Quando 
impuras, isto é, de qualidade inferior, são necessárias adições para melhorar a 
plasticidade. Estas adições podem ser feitas com substancias orgânicas, tais como, 
carbonato e hidróxido de sódio, silicatos, oxalatos e tartaratos sódicos, tanino, hú-
mus e ácido oleico, ou inorgânicas. A plasticidade pode ser diminuída com: 
• inclusões de ar, para reverter esta situação submete-se a argila a um tratamento 
à vácuo;
• aumento da temperatura, pois ocorre a perda de água;
• adição de desengordurantes, pois estes são materiais não plásticos. 
Resistência das argilas: é a principal característica da argila quando seca. 
Tem grande relação com a composição granulométrica da argila, que quando 
adequada, permite que as partículas coloidais exerçam papel aglutinante. Esta 
composição granulométrica se dá quando a composição tem em torno de 60% de 
materiais argilosos e o restante do material dividido igualmente entre silte, areia 
fina e média.
Efeitos do calor sobre as argilas: nas argilas, a ação do calor pode ocasio-
nar variação na densidade, porosidade, dureza, resistência, plasticidade, textura, 
condutibilidade térmica, desidratação e formação de novos compostos. 
Aquecendo-se uma argila entre 20 °C e 150 °C, ocorre perda de água apenas 
de capilaridade e amassamento. De 150 °C a 600 °C, ocorre perda de água absorvida 
e a argila enrijece. A partir de 600 °C, ocorrem reações químicas em três estágios. No 
primeiro estágio ocorre a perda da água de constituição e endurecimento, e as matérias 
orgânicas são queimadas. No segundo, ocorre a oxidação, isto é, os carbonetos são cal-
cinados e transformados em óxidos. No terceiro, que inicia em torno dos 950 °C, ocorre 
a vitrificação, isto é, a sílica forma uma pequena quantidade de vidro, que se aglutina 
ao demais elementos, dando dureza, resistência e compactação. É nesse estágio que se 
forma a cerâmica, e sua qualidade depende da quantidade de vidro formado, sendo 
em pequena quantidade nos tijolos e grande quantidade nas porcelanas.
Retração e dilatação: a caolinita se dilata de modo regular, perdendo água de 
amassa mento de 0 °C a 500 °C e contrai-se em temperaturas de 500 °C a 1.100 °C. As 
argilas micáceas dilatam-se progressi vamente até 870 °C, contraindo-se em seguida.
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
28
Porosidade: é a relação entre o volume de poros e o volume total aparente 
do material. A porosidade depende da natureza dos constituintes, da forma, ta-
manho e posição das partículas, e dos processos de fabricação.
As partículas da argila são laminares, angulosas ou arredondadas. Quanto 
maiores os grãos, menos porosas são as argilas, porém o ideal são argilas de grãos 
de vários tamanhos, nas quais reduzem-se a porosidade e a permeabilidade. 
Quanto maior a porosidade maior a absorção de água e menor a massa espe-
cífica, a condutibilidade térmica, a resistência mecânica e a resistência à abrasão. Quanto 
maior a comunicação entre os poros, maior é a permeabilidade, ou seja, a facilidade de 
líquidos e gases de circularem pelo material.
NOTA
Dependem da porosidade a penetrabilidade e a permeabilidade. A pene-
trabilidade é a facilidade com que um líquido penetra nos poros por capilaridade e 
sem ação química entre líquidos e sólidos. A permeabilidade é a rapidez com que 
um líquido um fluído atravessa um corpo. 
Impurezas: algumas impurezas presentes nas argilas podem melhorar suas 
propriedades (aumentar a plasticidade e refratariedade, melhorar a resistência) en-
quanto algumas podem ocasionar defeitos aos produtos. 
A cor vermelha ocorre devido a presença do óxido de ferro, sendo assim, 
se a argila for utilizada para porcelanas, não pode conter o óxido de ferro. Se for 
utilizada para materiais refratários, não pode conter materiais fundentes, como 
compostos alcalinos.
A fim de eliminar ou reduzir as impurezas, a argila pode passar por proces-
sos de purificação. Esses processos podem ser de natureza física, como uma lava-
gem ou peneiramento, e de natureza química,que envolvem modificação na tem-
peratura, combinação entre alguns compostos e inibição da atividade de outros.
Propriedades das cerâmicas: as propriedades das cerâmicas variam bastan-
te e dependem de características tais como a constituição, processo de moldagem, 
cozimento, entre outras. Em relação ao peso, podem haver cerâmicas mais leves 
que a água e outras de grande peso.
TÓPICO 2 | MATERIAIS CERÂMICOS
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• A resistência ao desgaste da cerâmica depende da quantidade de vidro formado.
• A absorção de água depende dos materiais constituintes e de da compactação.
• A resistência mecânica depende da quantidade de água utilizada na moldagem.
2.2 FABRICAÇÃO
Neste subtópico, abordaremos os processos de fabricação dos principais 
materiais cerâmicos utilizados na construção civil, de acordo com Bauer (1994) e 
Petrucci (1995), sendo eles: tijolos ou blocos cerâmicos, telhas cerâmicas, louças e 
porcelanas.
A indústria da cerâmica é uma indústria de processo químico, e a fabricação 
dos produtos compreende várias fases. As principais são mostradas na Figura 14.
FIGURA 14 – ETAPAS DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
FONTE: A autora
3 EXPLORAÇÃO DE JAZIDAS
Cada tipo de cerâmica a ser fabricada, requer um tipo de argila a ser ex-
traída. Com estudo da jazida verifica-se a composição, pureza, características e 
quantidade do material que será extraído. É importante essa verificação, pois é 
a partir dela que são determinados quais produtos cerâmicos são obtidos dessa 
matéria-prima, qual equipamento deve ser utilizado e quais correções serão ne-
cessárias (BAUER, 1994; PETRUCCI, 1995). 
Se a argila apresentar muitas matérias orgânicas, como raízes, a cerâmica 
será muito porosa. Se apresentar muita cal, pode queimar na presença de umi-
dade. Então são determinadas as correções (BAUER, 1994; PETRUCCI, 1995). As 
escavações de uma jazida podem ser conduzidas de duas maneiras:
 
1. escavações por sangas: coloca-se a argila sobre o material estéril;
2. escavação por rampas: depende da topografia do local e permite com maior faci-
lidade o escoamento das águas e eliminação dos escombros (PETRUCCI, 1995).
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
30
3.1 PREPARO DA MATÉRIA-PRIMA
Após ser extraída, a matéria-prima deve ser preparada a utilização na in-
dústria. Esta etapa contém alguns processos, entre eles, a depuração, formação e 
moldagem (BAUER, 1994; PETRUCCI, 1995). 
A argila passa pelo que se chama apodrecimento. Nesta etapa, é levada 
para depósitos ao ar livre e passa por um período de descanso. Tem por finali-
dade a fermentação das partículas orgânicas e a correção do efeito das pressões 
sobre as argilas (BAUER, 1994; PETRUCCI, 1995).
Após, vem a depuração, que nada mais é do que a eliminação de impure-
zas, sendo estas as mais grosseiras, que possam prejudicar o material, tais como 
os grãos duros, nódulo de cal e sais insolúveis (PETRUCCI, 1995). 
Em seguida, inicia-se a formação da pasta. Esta passa por três etapas: a 
maceração, a correção e o amassamento (BAUER, 1994).
• A maceração é feita para obter menores partículas e grãos finos e assim garan-
tir uma maior plasticidade e contato entre os componentes. Se ficaram impu-
rezas mesmo após a depuração, é nesta etapa que são totalmente eliminadas 
(BAUER, 1994).
• A correção é a etapa em que se dá para a argila a constituição desejada. Para 
cerâmicas finas deve-se lavar, deixar sedimentar e filtrar, para eliminação dos 
grãos graúdos. Pode-se também adicionar areia fina para aumentar o rendi-
mento e diminuir a retração (BAUER, 1994). 
• O amassamento é feito para preparar a argila para a moldagem. Também pode 
ser feito simultaneamente a moldagem. É feito a partir de processos manuais 
ou mecânicos e a adição de água depende do tipo de argila (BAUER, 1994).
3.2 MOLDAGEM
A próxima fase é a moldagem, que basicamente é a etapa em que se dá 
a forma desejada à pasta de cerâmica. Está relacionada a quantidade de água da 
pasta de argila, sendo que, quanto maior a quantidade de água maior a plastici-
dade, facilitando a moldagem, porém será maior também a contração na secagem 
e deformações no cozimento (BAUER, 1994). Assim, a moldagem pode ser feita 
de acordo com quatro processos, conforme Tabela 1: 
TÓPICO 2 | MATERIAIS CERÂMICOS
31
TABELA 1 – PORCENTAGEM DE ÁGUA PARA CADA PROCESSO DE MOLDAGEM
FONTE: Adaptado de Bauer (1994)
Processo de Moldagem Porcentagem de Água
Moldagem com Pasta Fluída 30% a 50%
Moldagem com Pasta Plástica Mole 25% a 40%
Moldagem com Pasta Plástica Consistente 20% a 35%
Moldagem a Seco 4% a 10%
• Moldagem com pasta fluída: utilizada para porcelanas, louças sanitárias, pe-
ças elétricas e peças de formatos complexos. Neste processo, o material é dis-
solvido em água e colocado em moldes de gesso (BAUER, 1994).
• Moldagem com pasta plástica mole: utilizada para vasos, tijolos brutos, filtros 
de água, pratos e xícaras. O material é colocado em moldes de madeira ou no 
torno de oleiro. É o processo mais antigo e feito de forma manual e artesanal, 
que garante uma maior qualidade às peças, mesmo existindo atualmente pro-
cessos mais modernos (BAUER, 1994).
• Moldagem com pasta plástica consistente: utilizada para tijolos, tubos, telhas 
e refratários. É feito por extrusão, processo no qual a massa é colocada numa 
extrusora, onde é compactada e forçada por um pistão ou eixo helicoidal, atra-
vés de bocal com determinado formato. Como resultado obtém-se uma coluna 
extrudada, com seção transversal, que tem o formato e dimensões desejados. 
Em seguida, essa coluna é cortada, obtendo-se as peças (BAUER, 1994).
• Moldagem a seco: utilizada para ladrilhos, azulejos, tijolos e telhas de maior 
qualidade. É feito a partir da prensagem, onde a massa é colocada num molde, 
que é em seguida fechado e o formato da peça é conformado por meio de pres-
são. Na prensagem se utilizam preferencialmente massas granuladas e com 
baixo de teor de umi dade. As peças obtidas possuem maior qualidade, pois se-
rão menos porosas e mais resistentes. São necessárias prensas muito potentes, 
por isso é o método mais caro (BAUER, 1994).
3.3 TRATAMENTO TÉRMICO
É nesta etapa que estão as fases da secagem e da queima das peças de 
cerâmica. A secagem é definida como a fase em que a água que foi utilizada para 
dar plasticidade à argila é removida. Após a moldagem, permanecem de 5 a 35% 
de água nas peças. Se a argila for levada ainda úmida para o forno, a umidade 
ficará retida pela crosta externa, ocasionando tensões internas e fendilhamento. 
UNIDADE 1 | ROCHAS, MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS
32
Após a moldagem da peça, a água que concedeu plasticidade a ela co-
meça a evaporar, deixando vazios entre os grãos que acabam se aproximando e 
provocando a retração da peça moldada. Um fenômeno que se não for bem con-
trolado torna-se nocivo, porque não sendo uniforme em todas as direções, torce 
o material, deformando-o. 
O processo se inicia por uma secagem natural, seguida pela secagem arti-
ficial, a temperatura poderá alcançar 85 °C.
a) Secagem natural: esse processo é comum em olarias. É feito a partir da exposi-
ção do material ao ambiente, protegido da ação direta do sol, ventos e chuvas, 
com ventilação controlada. Pode também ser feita em galpões próximos aos 
fornos, para aproveitar o calor gerado pelos mesmos. É um processo demorado 
e que exige grandes superfícies (BAUER, 1994).
b) Secagem artificial (ou forçada): esse processo de secagem pode ser feito por ar 
quente e úmido, por túneis ou por infravermelho (BAUER, 1994).
De acordo com Bauer (1994), existem quatro processos de secagem, que 
serão expostos a seguir: secagem por ar quente e úmido; secagem feita em túneis; 
secagem por infravermelho e queima ou cozimento.
a) A secagem por ar quente e úmido acontece dentro de um galpão, onde são 
lançados os gases quentes vindos do interior do forno antes de serem enca-
minhados às chaminés. Em um primeiro momento, recebe ar quente com alto 
teor de umidade, até que desapareça a água absorvida.

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