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A Historia da Arte - Ernst H. Gombrich Disciplina: História Contemporânea “O longo século XIX” Discente: Fabiana da Silva Moreira - Licencianda em História - UFMA FICHAMENTO DE RESUMO DE CONTEÚDO Referências: GOMBRICH, Ernst H. A História da Arte. O presente texto visa abordar o capítulo "Revolução Permanente" do livro "A história da arte" de Ernest Gombrich, publicado pela primeira vez em 1950. O autor que denominou a época da Grande Revolução na França, como uma ruptura na tradição, analisa ao longo do capítulo as mudanças ocasionadas pela revolução industrial na sociedade artística e as ondas revolucionárias que impulsionaram inovações na técnica e na maneira como os personagens e paisagens eram retratados, ligando a arte, não somente ao ideal de beleza e perfeição, mas também a identidade artística e a realidade de fato como tal. Com o advento da revolução industrial, as tradições foram dissolvidas, o trabalho manual tão comum no feudalismo, foi deixado de lado, e a produção mecânica foi integrada ao sistema de produção. Enquanto isso, os artesãos que produziam arte, foram perdendo espaço, e o sinônimo de artista se tornou outro. Com a predominante influência das academias de arte, foi incorporado um novo ideal artístico, este que procurava a arte de verdade, como ressaltado no texto por Gombrich, "arte com A maiúsculo". O século XIX foi marcado pela eferverscência construtiva, foram erguidas grandes edificações, no entanto, apesar da inovação nas construções, não houve incidência de novos estilos ou criações que marcassem o momento. Ademais, haviam estilos pre-determinados às obras específicas, era o caso das edificações religiosas que assumiam sempre o estilo gótico, visto que este era predominante na chamada "Era da Fé", em referência ao momento de extrema exacerbação religiosa na Idade média. Porém, apesar da imobilidade na arquitetura, havia de fato arquitetos talentosos, mas que não podiam exercer o que haviam aprendido no contexto correto, visto que a sociedade demandava a arte apenas pelo embelezamento. A demanda por retratos e pinturas eram constantes, o que garantia razoavelmente a vida dos artistas, apesar de a procura ser similar em muitos aspectos, na época, os clientes tinham os mesmo anseios, contudo, com a chegada do século XIX, os artistas perderam essa segurança. A ruptura na tradição, trouxe uma certa liberdade ao estilo artístico de um pintor, porém com um campo vasto a explorar, já não havia consenso entre pintor e cliente. Visto que mesmo com as mudanças a maioria dos clientes ainda se encontrava presos ao gosto tradicional. Dentro desse dilema, havia os artistas que optavam por obedecer ao gosto popular pela falta de dinheiro e se sentiam tal como traidores de seus princípios; e aqueles que primavam seus fundamentos artísticos. Em meio a tudo isso, surgia a emergência de uma arte para comprazer a tradição, o que gerava um novo ciclo social sem saber ao exato o que era arte de verdade. Com tantas exigências, os artistas que não se adequavam e nem queriam se encaixar nesses padrões artísticos, gostavam de chocar a burguesia, se pondo em um nível maior que os outros e agindo como seres de uma raça a parte. O pensamento acerca do propósito real da arte, beirava a ideia de ser ela capaz de expressar a personalidade do artista, no entanto, esse pensamento só se concretizaria no momento que a arte perdesse suas outras funções. A partir disso, alguns artistas passaram a demonstrar sua insatisfação. Era exaltado o artista com uma suposta habilidade nata, que eram plenamente reconhecidos no meio artístico, nas academias, aqueles considerados altamente renomados. Mas o século XIX, revoltou muitos artistas contra a "arte oficial", mas pouco se sabe sobre esta, conforme o autor. Mesmo mantendo a imagem de século com grandes mestres importantes e renomados, a verdade sobre a revolução artística do século XIX, é que todos aqueles artistas eram só homens que tiveram a coragem de se revoltar contra o sistema, muitas vezes sozinhos. Esses episódios de revolta tiveram seu apogeu na França, em Paris, a capital que se tornou centro artístico da Europa no século XIX, a cidade havia se tornado o local para o qual artistas iam à procura novos conhecimentos. Se fossemos traduzir o ideal de arte da época, o principal pintor conservador, Jean-Auguste Dominique Ingres é o representante que mais se fixou ao tradicionalismo artístico, apegado a arte heroica da antiguidade clássica, criando representações impessoais e frias, com clareza de composição e nitidez. Mas indo contra esse modelo de pensamento, surgiu a primeira onda, comandada por Eugène Delacroix, considerado um grande revolucionário, apesar de negar veemente este fato. No entanto, ele não aceitava os padrões impostos pela academia, não gostava de estudar sobre as técnicas gregas ou romanas, não queria copiar o estilo artístico de seus antepassados, na verdade, durante a pintura e em uma pintura, o que prendia-lhe a atenção era a cor, a cor acima de tudo. Delacroix, pintava formas sem contorno, sem jogos de luz aprimorados, sem as poses teatrais que tanto havia nos quadros de teor heróico. A segunda onda revolucionária, envolveu principalmente as temáticas que eram abordadas nas obras, as academias na época pregavam que os personagens representados deveriam ser dignos, para que a pintura pudesse ser assim digna, no entanto, os artistas dessa nova onda, modificaram completamente esse padrão, representando pessoas comuns, como François Millet, que se empenhou em dar movimento e sensação as telas onde camponesas faziam o trabalho diário, debaixo do sol. No entanto, o pintor que deu nome a esse movimento, foi Gustave Coubert. Após abrir uma exposição em Paris, a chamou "Le Réalisme", de modo que o pintor pregava fidelidade a natureza. Como cita, Gombrich "Ele não queria formosura, mas verdade". Seu modo de observar o mundo com sinceridade, prendendo-se aos princípios, incentivou muitos artistas a se libertarem do padrão estético da época. Mas apesar de muitos acompanharem o ideal artístico de Coubert, outros seguiam a direção contrária, foi o que um grupo de pintores ingleses fizeram ao enveredar no pensamento de que a arte teria que retornar a idade da fé, de modo que esse grupo, se autodenominou "A irmandade pré-rafaelita" em referência ao período que vem antes de Rafael Sanzio. De acordo com Dante Gabriel Rossetti, principal representante do movimento, eles pretendiam captar a simplicidade e a sinceridade do momento e dos personagens bíblicos ao máximo. A terceira onda de revolução na França, foi empenhada por Edouard Manet, ele e seus seguidores provocaram uma revolução na reprodução de cores, ao modo de representar ao ar livre como um conjunto natural, não como um objeto individual em um ateliê. No entanto, em 1863, os pintores acadêmicos recusaram-se a mostrar as obras de Manet na exposição oficial, chamada de "O salão dos artistas franceses", mas depois de uma onda de agitação, foi ordenado que essas obras fossem exibidas em uma exposição especial, que recebeu o nome de "salão dos recusados". No decorrer do capítulo, o autor também explora, o impressionismo de Claude Monet, um dos seguidores de Manet. Além de descrever o advento da máquina fotográfica, apesar de ainda haver demanda por pinturas. Portanto, dessa forma que Gombrich apresenta os eventos que marcaram a drástica mudança que ocorreu no mundo das artes através das revoluções que houve no século XIX, modificando por completo o jeito de olhar a arte e a entende-la, além de possibilitar mais liberdade aos artistas. Palavras-chave: Arte, Revolução, Gombrich.
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