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Tecnologia em Saúde

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O QUE É TECNOLOGIA EM SAÚDE 
Podemos definir a tecnologia da saúde como 
todas as soluções desenvolvidas a partir da 
combinação entre essas duas grandes áreas. A 
parceria entre tecnologia e saúde existe há 
séculos, e tem sido essencial para a evolução de 
ambos os setores. Enquanto a saúde cria 
demandas para a invenção e aprimoramento do 
aparato tecnológico, a tecnologia proporciona 
uma série de avanços, seja na prestação de 
serviços, novos equipamentos, na educação ou na 
comunicação. Graças a esses avanços, a 
humanidade desenvolveu técnicas de prevenção e 
combate a doenças que, um dia, provocaram 
tragédias ao dizimar milhares de pessoas. No 
Brasil, por exemplo, o trabalho pioneiro do médico 
sanitarista Oswaldo Cruz levou ao maior 
conhecimento sobre a peste bubônica e a febre 
amarela, erradicadas a partir do desenvolvimento 
de vacinas e soros na década de 1900. Desde 
então, o Governo Federal tem encabeçado 
campanhas de vacinação em massa, promovendo 
a imunização e erradicação da poliomielite, 
rubéola, tétano, entre outros males. 
 
TECNOLOGIA APLICADA A SAÚDE 
Essa expressão faz referência a uma definição da 
Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirma 
que tecnologia em saúde é: A aplicação de 
conhecimentos e habilidades organizados na 
forma de dispositivos, medicamentos, vacinas, 
procedimentos e sistemas desenvolvidos para 
resolver um problema de saúde e melhorar a 
qualidade de vida. Segundo esse conceito, a 
tecnologia aplicada à saúde engloba todos os 
dispositivos, produtos, técnicas e mecanismos de 
gestão que viabilizam a prevenção de doenças e 
reabilitação das pessoas, melhorando sua 
qualidade de vida. Em outras palavras, qualquer 
ferramenta que seja aplicada à promoção da 
saúde em seu aspecto mais amplo faz parte do 
universo das tecnologias em saúde. Quando um 
gestor utiliza, por exemplo, o Sistema de Triagem 
de Manchester no pronto-socorro, esse 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
mecanismo é considerado uma tecnologia 
aplicada à saúde. Sistema de Triagem de 
Manchester é uma ferramenta para classificação 
de risco que separa os pacientes em cinco 
diferentes níveis, auxiliando a equipe de saúde na 
escolha daqueles que devem ser atendidos com 
prioridade. O mesmo raciocínio vale para um novo 
medicamento para o tratamento do câncer, para 
vacinas ou dispositivos capazes de monitorar o 
funcionamento de um órgão. 
 
PRINCIPAIS AVANÇOS 
Uma série de invenções e tecnologias contribuiu 
para que os cuidados em saúde, exames, 
tratamentos e prevenção chegassem ao patamar 
atual. No campo dos equipamentos médicos, vale 
destacar a descoberta dos raios-X e sua utilização 
para observar partes internas do corpo humano, 
atribuídas ao físico alemão Wilhelm Conrad 
Rontgen. Em 1895, o cientista realizou a primeira 
radiografia (uma espécie de fotografia interna da 
mão de sua esposa), dando início ao estudo do 
organismo de forma não invasiva. Isso porque, 
antes dessa descoberta, o exame de órgãos e 
tecidos só era possível através de cirurgia 
exploratória, o que expunha pacientes já 
debilitados a grandes riscos. O trabalho de 
Rontgen viabilizou o aprimoramento do aparelho 
de raio-X e o emprego das radiações para exames 
de diagnóstico, levando à construção de 
equipamentos modernos de tomografia, 
ressonância magnética, entre outros. 
 
Transplantes: Outra área que merece ser 
lembrada é a dos transplantes, cujo 
aprimoramento tem garantido a sobrevida de 
pacientes com doenças graves, como cardiopatias 
e insuficiência renal. A substituição de órgãos 
parecia coisa de outro mundo antes da década de 
1930, quando um cirurgião ucraniano chamado 
Yurii Voronoy fez a primeira operação com essa 
finalidade. Diante de um envenenamento por 
mercúrio e a consequente insuficiência renal de 
um paciente, o médico resolveu transplantar um 
rim cerca de seis horas após a morte de outro 
doente. Claro que o procedimento não deu certo, 
pois o órgão já tinha parado de funcionar há horas. 
Mas foi uma primeira tentativa importante. 
Depois de Voronoy, mais médicos se aventuraram 
em transplantes de pâncreas, coração e outros 
tecidos. Porém, mesmo quando os órgãos eram 
implantados imediatamente após a morte do 
doador, grande parte dos receptores ia a óbito 
devido à rejeição. Duas décadas mais tarde, 
estudos levaram à descoberta e aplicação de 
substâncias imunossupressoras, essenciais para 
evitar a rejeição de um novo órgão, aumentando 
o sucesso dos transplantes. As pesquisas 
continuaram e, atualmente, existem 
recomendações para que os transplantes sejam 
realizados em condições ideais, evitando 
complicações de saúde. 
 
Comunicação: Quanto à troca de informações em 
saúde, é importante citar o papel das tecnologias 
da informação e comunicação (TICs), que têm sido 
empregadas há séculos para transmitir dados 
médicos e de pacientes. Estudos e livros sobre o 
tema mostram que a comunicação em saúde 
progrediu conforme novas modalidades de TIC 
eram criadas, viabilizando atendimentos com 
finalidade assistencial e diagnóstica. Desde a 
invenção do telégrafo, em meados do século XIX, 
cada inovação nesse campo serviu para conectar 
médicos, pacientes e outros profissionais de 
saúde, viabilizando serviços cada vez mais 
avançados e assertivos. Telefone, rádio, aparelho 
de fax e até circuitos fechados de televisão foram 
utilizados para melhorar as condições de saúde 
por todo o mundo antes do surgimento da 
internet. Atualmente, a popularização da web 
possibilitou a construção de sistemas modernos, 
como os utilizados nas plataformas de 
telemedicina. 
 
TECNOLOGIAS DIGITAIS 
A medicina integrada procura extrair o melhor da 
visão ocidental, que foca no tratamento de 
doenças, e da visão oriental, centrada numa 
abordagem integral e preventiva. Junto a 
ferramentas que colhem e armazenam dados 
sobre os pacientes – como big data e mapeamento 
genético -, essa nova visão possibilita ações 
altamente eficazes na prevenção de doenças. 
Afinal, informações sobre os genes permitem que 
riscos para determinadas patologias sejam 
calculados e o paciente tome atitudes para evitar 
seu adoecimento. Esse conceito tem gerado novas 
áreas de estudo, como a nutrigenômica e 
farmacogenômica, que combinam segmentos 
tradicionais ao conhecimento aprofundado sobre 
a predisposição genética e o comportamento do 
paciente. 
 
Gestão e eficiência: A saúde é um dos setores que 
mais se beneficiam com ferramentas de gestão 
aplicadas adequadamente. Manter documentos 
em papel, por exemplo, é um hábito ultrapassado 
e que implica em custos na compra de papel e 
tinta, impressões e local para arquivamento. Em 
vez disso, muitos estabelecimentos de saúde têm 
investido na digitalização de suas informações, 
que pode ser trabalhosa em um primeiro 
momento, mas tem impacto positivo, enxugando 
despesas e facilitando a localização de arquivos. 
Outro exemplo é a melhoria no fluxo de trabalho 
em laboratórios como a DASA, empresa 
especializada em diagnósticos clínicos que 
automatizou a análise de amostras em 2017. O 
sistema lê o código de barras colado nos tubos 
com amostras dos exames de pacientes, e os 
direciona até a máquina que fará a análise sem 
qualquer intervenção humana. Em seguida, as 
informações sobre o teste são enviadas a uma 
central, ficando disponíveis para a avaliação dos 
funcionários e posterior envio dos resultados ao 
paciente. A novidade viabilizou menos coletas e 
mais conforto, pois o mesmo tubo serve para 
diferentes exames laboratoriais. A informação 
cada vez mais será digitalizada, eliminando a 
necessidade de papel 
 
Sistemas de gestão: médica Há alguns anos, 
existem softwares capazes de simplificar a rotina 
de consultórios, clínicas e hospitais, oferecendo 
uma visão ampla sobre diversas tarefas de 
administração desses locais. São sistemas que 
reúnem agenda, dados financeiros, estoque, 
limpeza, inventário de equipamentos médicos e 
outras informações cruciais para o bom 
funcionamento das unidades de saúde. Utilizando 
essas tecnologias, os médicos –que nem sempre 
têm conhecimentos em gestão – ganham um 
suporte importante para melhorar a qualidade e a 
eficiência de seus serviços. 
 
Prontuário Eletrônico: O prontuário eletrônico do 
paciente (PEP) faz parte dos sistemas que auxiliam 
na gestão de dados médicos, reunindo diferentes 
documentos em formato digital – laudos, 
receituários, atestados, etc. O PEP segue as 
exigências de normas como a Resolução CFM 
1.821/07, que autorizou a substituição do papel 
por arquivos digitais e orienta sobre a obtenção e 
guarda desses documentos. Assim, é formado um 
banco de dados completo sobre o histórico do 
paciente, que permite a rápida localização e 
cruzamento de informações para apoio no 
diagnóstico e tratamento. A partir de alguns 
cliques, é possível levantar as cirurgias realizadas, 
alergias e medicações utilizadas, evitando 
complicações devido à interação com outras 
substâncias químicas. 
 
Bulário online: Farmacêuticas, empresas 
criadoras de softwares de gestão médica e outras 
companhias disponibilizam diferentes 
modalidades de bulário online. Um dos mais 
conhecidos é alimentado pela Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária, e pode ser acessado 
gratuitamente. Preenchendo um ou mais campos 
nesta página, é possível obter as bulas de milhares 
de medicamentos, em versões para o paciente ou 
para o profissional. Entretanto, esse sistema tem 
limitações, pois é preciso baixar as bulas em PDF. 
Mais modernos, outros bulários oferecem opções 
como pesquisa e acesso inteiramente na web. 
Informações médicas são muito sensíveis, por isso 
a segurança dos sistemas precisa ser reforçada 
 
Segurança da informação na saúde: Com os 
documentos e outros dados digitalizados, 
empresas de saúde devem redobrar a atenção 
quanto aos protocolos de segurança. Afinal, elas 
lidam com informações pessoais e de saúde dos 
pacientes, como dados bancários e o histórico de 
atendimentos, reunido no prontuário eletrônico. 
Pensando nisso, companhias atuantes em 
tecnologia e segurança da informação vêm 
adaptando mecanismos cada vez mais sofisticados 
para garantir a proteção aos arquivos digitais de 
saúde. Além de antivírus eficientes, redes wi-fi 
seguras e senhas fortes, elas têm disponibilizado 
duplo fator de autenticação, firewall e até 
criptografia, a fim de garantir que apenas pessoas 
autorizadas visualizem os documentos. 
 
Big Data: Big data é como chamamos a quantidade 
maciça de dados compilados na era digital. Essa 
inovação pode ter uma série de aplicações na 
saúde. Mencionamos, acima, que é possível 
prever eventos adversos, calculando o risco de 
uma doença com base em informações genéticas 
e no histórico presente no prontuário eletrônico 
do paciente. O mesmo raciocínio vale para a 
análise de dados administrativos, determinando 
quando um aparelho precisará de manutenção 
preventiva, evitando que necessite ser consertado 
com frequência. Junto à big data, a internet das 
coisas pode conectar aparelhos e informações 
dentro de um hospital ou laboratório, facilitando 
a automatização de processos e reduzindo a 
sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde. 
O compartilhamento de dados é outra tendência 
promissora, já que avanços em inteligência 
artificial viabilizam o aprendizado de máquina 
(machine learning) e avaliação de inúmeros 
artigos científicos para aperfeiçoar os serviços 
prestados em saúde. 
 
Empoderamento dos pacientes: Prevenção e 
autocuidado estão em alta no mercado da saúde. 
Isso porque novas tecnologias possibilitam um 
maior empoderamento do paciente, por meio de 
ferramentas capazes de coletar dados 
continuamente, enviar as informações a um 
médico e até sugerir a adoção de hábitos mais 
saudáveis. Um exemplo emblemático são os 
dispositivos vestíveis ou wearables de saúde, que 
facilitam a rotina de quem sofre com doenças 
crônicas, como hipertensão. Conectados a 
softwares, relógios, pulseiras e outros acessórios 
realizam automaticamente medições da pressão 
sanguínea, frequência cardíaca, entre outros. 
Dessa forma, o próprio paciente é alertado 
quando está com a pressão alta, e pode adotar 
medidas para baixá-la. Pessoas saudáveis também 
se beneficiam dessas tecnologias, monitorando, 
por exemplo, a atividade cardíaca durante 
exercícios físicos. 
 
Fidelização de pacientes: Além de dados sobre os 
procedimentos médicos realizados, o prontuário 
eletrônico contém informações mais gerais, como 
o aniversário do paciente ou suas preferências. 
Elas podem ser utilizadas para fidelização através 
de um e-mail parabenizando o cliente, ou inspirar 
o tema de um evento realizado pela unidade de 
saúde. Softwares e sistemas específicos disparam 
automaticamente mensagens em e-mails, SMS, 
questionários de satisfação e até conteúdos 
interativos nas redes sociais. Assim, o paciente se 
sente valorizado e se lembra do serviço prestado, 
o que aumenta as chances de que ele retorne 
quando precisar de um novo atendimento. A 
questão genética também tem a tecnologia como 
aliada 
 
Mapeamento genético: O maior conhecimento 
sobre os genes e sua função representa uma 
esperança para a cura ou tratamentos de sucesso 
para doenças como Aids e câncer. Afinal, 
compreender a dinâmica genética permite que 
sejam feitas edições nos genes, corrigindo 
alterações que provocam doenças até hoje 
incuráveis. A técnica CRISPR-CAS 9 é um dos 
trabalhos mais avançados nesse campo, 
permitindo que cientistas isolem e mudem 
trechos do DNA com genes causadores de doenças 
hereditárias. No entanto, a técnica enfrenta 
barreiras éticas, especialmente porque viabiliza a 
manipulação genética de embriões humanos. 
 
Telemedicina: A telemedicina utiliza tecnologias 
da informação e comunicação para superar a 
distância geográfica e levar atendimentos de 
saúde para pacientes em qualquer localidade. 
Laudos a distância e segunda opinião médica são 
serviços ofertados por empresas de telemedicina 
no Brasil. Pelo mundo, nações como os Estados 
Unidos autorizam até mesmo consultas remotas, 
a exemplo do programa focado em oncologia para 
pacientes veteranos de guerra. Médicos 
especialistas realizaram consultas pré e pós-
operatórias via vídeo, conforme relata o 
levantamento do Instituto de Estudos de Saúde 
Suplementar (IESS). Mais de 700 atendimentos em 
vídeo foram feitos entre 2012 e 2014. Além da 
comodidade, as 296 pessoas atendidas 
economizaram US$ 88,3 mil em deslocamento e 
US$ 67,2 mil com hospedagem. Cirurgias podem 
ter grande ajuda de robôs e a mais alta tecnologia 
 
Inteligência Artificial: Máquinas desempenham 
tarefas minuciosas com mais assertividade, 
prevenindo erros durante procedimentos 
delicados como cirurgias a laser. Por isso, elas 
estão cada vez mais presentes em operações, 
diminuindo cicatrizes e o tempo de recuperação 
do paciente. Big data e machine learning também 
fazem parte do universo da inteligência artificial, 
resultando em aplicativos que auxiliam os 
profissionais de saúde. Um exemplo é um app 
capaz de identificar casos suspeitos de câncer de 
pele avaliando a aparência de uma lesão ou 
mancha e comparando com um banco de dados 
formado por milhares de imagens sobre a doença. 
A tecnologia foi eficaz no apontamento de 
possíveis casos de câncer e pode dar suporte para 
que médicos priorizem rapidamente esses 
pacientes. 
 
Startups: A quantidade e variedade de 
healthtechs – startups na área da saúde – tem 
crescido por todo o mundo, e isso não é à toa. Com 
foco em soluções ágeis, baratas e escalonáveis 
(que podem ser reproduzidas), esse modelo 
apresenta serviços inovadores para suprir as 
demandas do setor. Atualmente, o Brasil conta 
com plataformas que usam gamificação para o 
tratamento de pacientes, como a Afinando o 
Cérebro – que estimula pessoas com Distúrbio do 
Processamento do Som, amenizando os sintomas 
da doença. Há ainda startups que criaram 
aplicativos como o Cuco, um personal de saúde 
que analisa as possibilidades de desenvolvimento 
de doenças crônicas e sugere a correção de 
comportamentos prejudiciais,a exemplo do 
sedentarismo e alimentação inadequada. Outro 
segmento em que despontam startups é o de 
consultas e exames laboratoriais e de diagnóstico 
a preços populares, a exemplo da Dr. Consulta. 
Essas empresas surgem para atender aos 
pacientes que não podem pagar por planos de 
saúde, mas não querem aguardar meses para 
realizar um procedimento pelo SUS.

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