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INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO

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ROTINAS MICROBIOLÓGICAS EM 
INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO
1)Trato Respiratório Superior 
-São as mais comuns que ocorrem no ser humano. A 
maioria são autolimitadas, de etiologia viral, porém, 
outras são provocadas por bactérias e exigem 
tratamento antimicrobiano. São exemplos de IVAS: 
1. Infecções da laringe; 
2. Nasofaringe; 
3. Orofaringe; 
4. Nariz; 
5. Seios paranasais; 
6. Ouvido médio. 
-Os principais fatores que influenciam a aquisição de 
uma infecção são: 
 Status imunológico, Imunossupressão; 
 Idade (recém-nascidos e idosos são mais 
vulneráveis); 
 Uso abusivo de antibióticos; 
 Procedimentos médicos, em particular, os 
invasivos; 
 Falhas nos procedimentos de controle de 
infecção. 
-Exemplos de micro-organismos da flora normal 
humana: *Staphylococcus alfa hemolíticos e não 
hemolíticos; *Streptococcus beta hemolíticos não 
pertencentes ao grupo A; *Haemophilus sp; Neisseria 
não patogênicas; Branhamella. 
-Alguns patógenos podem ser componentes 
transitórios da microbiota da orofaringe em indivíduos 
saudáveis, sem desenvolvimento de doença, como: 
 Streptococcus pneumoniae, Streptococcus 
pyogenes, Haemophilus influenzae, Neisseria 
meningitidis, enterobactérias e leveduras como 
Candida albicans. 
Obs.: os seios paranasais e o ouvido médio não 
possuem flora microbiana, isolado microrganismo 
sempre será patológico. 
♥ HAEMOPHILUS INFLUENZAE 
-É um bacilo gram-negativo pequeno (cocobacilo, 
devido proximidade). 
-Seis sorotipos antigênicos (a à f)  O tipo b é 
responsável por mais de 95% de todas as infecções 
invasivas causadas por Haemophilus. 
-Apresenta uma cápsula polissacarídica, constituída 
por ribose, ribitol e fosfato (comumente designado 
como polirribitol fosfato [PRP] – ajuda no diagnostico 
pelo teste de aglutinação). *Bactéria no LCR 
(meningite, principalmente em crianças). 
-Lipopolissacarídeo com atividade de endotoxina está 
presente na parede da célula, característico de G-. Os 
componentes da parede celular das bactérias 
comprometem a função ciliar, conduzindo a danos do 
epitélio das vias respiratórias. 
-O componente do lipopolissacarídeo lipídio A induz 
inflamação meníngea em modelo animal e pode ser 
responsável por iniciar essa resposta nos seres 
humanos. 
-A patogênese envolve a cápsula antifagocitária e a 
endotoxina. Doenças primárias: 
 Pneumonia, sinusite, otite, meningite, 
epiglotite, celulites, bacteremia 
-Ocorre em crianças com idades entre 6 meses e 6 
anos, com maior incidência na faixa etária de 6 meses 
a 1 ano. 
-Tratamento: 20% a 30% dos isolados de H. influenzae 
do tipo b produzem uma β-lactamase que degrada β-
lactâmicos sensíveis a penicilinase, como a ampicilina. 
Exceção: ceftriaxona (escolha no tratamento 
empírico). 
-Meningite por H. influenzae não tratada exibe taxa 
de mortalidade de aproximadamente 90%. Em 
contatos próximos do paciente pode ser prevenida 
com rifampicina. 
-Diagnóstico laboratorial: 
 Microscopia – Coloração de Gram: são vistos 
bacilos G-, variando em forma de cocobacilos a 
alongados filamentos pleomórficos, podem ser 
detectados em mais de 80% das amostras de LCR 
em pacientes com meningite 
por Haemophilus não tratada. Também é útil 
para o diagnóstico rápido do micro-organismo em 
artrites e doenças do trato respiratório inferior. 
 Detecção do antígeno capsular tipo b: detecção 
do antígeno capsular PRP tipo b no LCR, no soro e 
na urina - os métodos comercialmente disponíveis 
incluem técnicas de aglutinação de látex. Rápidos. 
 Isolamento em Ágar chocolate: cresce na 
presença de fatores de crescimento necessários à 
respiração bacteriana: fator X (um composto 
heme) e fator V (NAD - nicotinamida adenina 
dinucleotídeo). 
 Testes bioquímicos – fermentam carboidratos, 
alteram meios de cultura por fermentar lactose, 
por exemplo. 
-Vacina é administrada entre as idades de 2 e 15 
meses (rotina de vacinação infantil), em 3 doses. 
 
• FARINGITE 
-Refere-se à inflamação e/ou infecção da faringe 
(orofaringe, nasofaringe, hipofaringe, adenóides) e 
área tonsilar. Infecções comunitárias. 
-Transmissão dessas infecções, como e o caso das 
infecções estreptocócicas, se faz pela disseminação de 
aerossóis ou fômites. 
-O agente mais frequente de faringite bacteriana é o 
Streptococcus pyogenes. A proteína M, que é um 
antígeno de superfície do Streptococcus pyogenes, é 
importante na patogenicidade do agente, impedindo 
sua fagocitose. Rinovírus é o agente viral mais 
comum. 
 
-No caso de suspeita das faringites estreptocócicas, a 
coloração de Gram não deve ser realizada, uma vez 
que a microbiota local é abundante, deve ser feito 
uma cultura (padrão-ouro) para o diagnóstico. 
-Nas infecções fúngicas como a candidíase oral, o 
diagnóstico pode ser feito de forma direta, através de 
esfregaço em lâmina do exsudato corado pelo Gram 
ou KOH, onde são visualizadas leveduras. 
 Recursos laboratoriais para o diagnóstico dos 
vírus: testes rápidos, detecção com uso de 
imunofluorescência e métodos moleculares. 
 
• LARINGITE 
-Caracterizada por congestão nasal, rinorréia, tosse, 
dor de garganta e febre. A laringite aguda, na grande 
maioria das vezes, é de etiologia viral. 
• SINUSITE 
-A sinusite aguda é frequentemente secundária à 
infecção viral de vias aéreas superiores. Outros 
fatores predisponentes são: alergia, desvio do septo 
nasal, pólipos, e em pacientes hospitalizados, 
intubação orotraqueal prolongada. 
-Infecção de seios paranasais pode se propagar a 
tecidos adjacentes, como células etmoidais (levando a 
celulite periorbital), abscessos cerebrais e meningites. 
Os micro-organismos mais comumente identificados 
são: 
 Streptococcus pneumoniae, Haemophilus 
influenzae, anaeróbios estritos, 
Streptococcus spp., e Branhamella 
catarrhalis; 
-Em sinusites de origem intra-hospitalar, os agentes 
mais frequentes são: 
 Staphylococcus aureus (rastreamento por 
SWAB nasal, principalmente em 
internados), Pseudomonas aeruginosa, e 
fungos como Candida spp. 
-Nas sinusites, o método de referência implica 
procedimento invasivo no seio envolvido, para 
obtenção da amostra. 
 Amostras obtidas com swab da 
nasofaringe ou narina anterior, 
escarro e saliva são inaceitáveis para 
o diagnóstico microbiológico de 
sinusites. 
 
• OTITES 
-Otite média: infecção do ouvido médio, geralmente 
acomete crianças entre 3 meses e 3 anos de idade. 
 Os agentes mais comumente isolados são 
Streptococcus pneumoniae, Haemophilus 
influenzae e Streptococcus pyogenes. 
-Otite externa: infecção do canal auditivo externo 
frequente em pacientes de 7 a 12 anos e nadadores e 
indivíduos que têm contato com água contaminada 
são mais susceptíveis. 
 Geralmente causada por Pseudomonas 
aeruginosa, Proteus spp. e Staphylococcus 
aureus. 
 -As amostras para diagnóstico de otite externa 
podem ser obtidas com swab, por aspiração ou 
através de debridamento cirúrgico.O diagnóstico 
etiológico das infecções do ouvido médio é realizado 
através de cultura do fluído do ouvido médio. 
 
Obs.: O swab nasal ou de nasofaringe não tem valor 
diagnóstico para sinusite, otite ou infecções do trato 
respiratório inferior, não devendo ser processada para 
esses fins. Pode ser útil apenas para pesquisar 
portadores de S. aureus e Streptococcus pyogenes 
(beta hemolítico do grupo A). Pode-se utilizar aspirado 
nasofaringeo ou swab combinado (nasal e um de 
orofaringe) na pesquisa do vírus Influenza e 
coronavírus. 
1)Trato Respiratório Inferior 
• Pneumonia na comunidade 
-As pneumonias ainda representam a causa mais 
importante de morte atribuída à doença infecciosa 
nos países desenvolvidos. Na comunidade, possui 
grande diversidade de agentes possíveis, sendo difícil 
isolamento. 
-Cerca de 30 a 60% das pneumonias adquiridas na 
comunidade não revelam nenhum agente entre os 
mais frequentemente pesquisados e isoladas, ficando 
apenas com diagnóstico clínico ou de imagem. 
Contudo, os agentes mais isolados são: 
 
-Fatores epidemiológicos relacionados época do 
ano, surtos, faixa etária, etc. 
-Fatores predisponentes relacionados: 
 Doença pulmonar obstrutiva crônica; 
 Diabetes; 
 Alcoolismo; 
 Crises convulsivas; 
 Insuficiência cardíaca congestiva (ICC); 
 Anemia falciforme; 
 Imunossupressão; 
 Idade avançada; 
 Doença respiratória prévia (em geral viral); 
 Ventilação mecânica. 
 
• Pneumonia hospitalar 
-É definida como aquela que aparece após um período 
maior ou igual a 48 horas de admissão e não está 
incubada no momento da hospitalização. Ocorre 
entre 6-10 casos a cada 1000 admissões hospitalares; 
-Os casos mais frequentes estão associados com 
ventilação mecânica através de intubação orotraqueal 
ou traqueostomia, a incidência de infecção é de 7-21 
vezes maior contra pacientes que não precisam de 
respirador. 
Obs.: infecção pulmonar leva a morte com maior 
frequência, com um risco maior na Unidade de 
Terapia Intensiva (UTI). 
-Invasão dos micro-organismos se dá pela aspiração 
de secreções da orofaringe, mediante inalação de 
aerossóis contendo bactérias; translocação de micro-
organismos do trato gastrointestinal ou disseminação 
hematogênica de um foco a distância. 
-Os agentes mais frequentemente isolados são: 
 Bacilos Gram-negativos 
 Enterobactérias: Klebsiella spp., E. coli, 
Enterobacter spp. 
 Bacilos Gram-negativos não fermentadores: 
P. aeruginosa, Acinetobacter baumanii e 
outras espécies, etc. 
 Cocos Gram-positivos, principalmente 
Staphylococcus aureus. 
♥ ACINETOBACTER BAUMANII 
-O gênero Acinetobacter surgiu como patógeno 
hospitalar oportunista, essa espécie se espalha de 
forma epidêmica entre os pacientes hospitalizados e 
gravemente doentes. 
-A. baumannii é um cocobacilo G- não fermentador, 
oxidase-negativo e sem motilidade. Presente na 
microbiota da pele humana em indivíduos não 
hospitalizados. 
-Envolvido com as infecções hospitalares, tais como: 
bacteremias, meningites, infecções do trato urinário 
e, sobretudo, com as pneumonias relacionadas à 
ventilação mecânica em pacientes internados. 
 
-Identificação por coloração de GRAM, cultura em 
MacConkey (Coloração rosa claro), teste de oxidase e 
antibiograma – essencial ao identifica-la, pois é 
resistente a vários antimicrobianos (Produção de β-
lactamases), como: 
 Penicilinas, cefalosporinas, quinolonas e 
aminoglicosídeos. 
 Resistentes a carbapenêmicos de amplo 
espectro. 
-Devido essa grande resistência, a polimixina B é o 
único fármaco usável, seu problema é ser nefrotóxico. 
 
-O diagnóstico laboratorial da pneumonia hospitalar 
se dá por: 
 Exame físico; 
 Exame do escarro: análise macroscópica (cor, 
quantidade, consistência e cheiro) e 
bacterioscopia (predomínio ou presença de 
+10 cocobacilos G+ em forma de chama de 
vela – devido brilho ao redor, característicos 
de pneumococo em imersão X1000); 
 
 
 Hemocultura (1 a 16% de positividade), 
lavado brônquico ou aspirado da secreção 
traqueal podem fornecer resultados mais 
confiáveis. 
 Aspirado da secreção traqueal: realizado 
pela equipe médica especializada. Deverá ser 
valorizado pelo clínico apenas se houver 
outras evidências (clínicas, radiológicas, etc) 
de pneumonia e quando os critérios de 
seleção do material mostrem predomínio de 
leucócitos/células epiteliais, evidenciando a 
representatividade do material colhido. 
Cultura quantitativa positiva: ≥ 106 UFC/mL. 
 Lavado broncoalveolar: são considerados 
junto com a biópsia pulmonar os materiais de 
melhor valor preditivo de isolamento do 
agente patogênico. Relatório da 
bacterioscopia contendo a relação células 
epiteliais/neutrófilos (descrever presença de 
bactérias e, particularmente, se houver presença de 
micro-organismos fagocitados, quanto ao seu padrão 
morfo-tintorial (forma e reação ao gram) e se há 
predomínio de algum tipo. Relatório da cultura: 
lavado broncoalveolar (BAL) positivo com 104 UFC/mL 
 Punção de derrame pleural para realização 
de exames bioquímicos, citológicos e 
microbiológicos.

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