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1 2 3 No útero somos livres de microrganismos (estéreis). Após o nascimento inicia-se a colonização, imediatamente antes de dar a luz os lactobacilos vaginais se multiplicam rapidamente, os lactobacilos são os primeiros colonizantes. A respiração e a alimentação adicionam novos microrganismos. Escherichia coli e outras presentes em alimentos são acrescentadas. Essa microbiota permanecerá com o indivíduo ao longo de toda sua vida, podem aumentar ou diminuir a quantidade em resposta a condições ambientais anormais e contribuir para o surgimento de doenças. Vários microrganismos normalmente inóculos se estabelecem em diversas áreas do corpo humano em adultos (o corpo possui 10x mais bactérias que células). Projeto microbioma – teve início em 2007 com a finalidade de analisar comunidades microbianas (microbiomas), que vivem no corpo humano. O objetivo é determinar a relação entra as alterações no microbioma e o estado de saúde doença. Descobriu-se, então que o microbioma humano é mais diverso do que se imagina e, hoje, são feitas comparações entre o microbioma de indivíduos saudáveis e doentes. Os microrganismos que estabelecem residência mais ou menos permanente colonizam, mas não produzem doença, são considerados a microbiota/flora normal. Microbiota transiente Microrganismos que podem estar presentes por vários dias, semanas ou meses, e depois desaparecem. No ambiente hospitalar – microbiota transiente modificada, de maior resistência. Os microrganismos não se encontram em todo o corpo humano, mas se localizam em certas regiões. Fatores que determinam a distribuição e a composição da microbiota normal • Nutrientes: microrganismos variam de acordo com os nutrientes que utilizam. A colonização ocorre pela disponibilidade deles, os quais podem ser derivados de células mortas, alimentos do trato gastrointestinal, produtos de secreção e excreção de células ou substâncias presentes nos fluidos corporais. • Sistema imunológico: o organismo produz várias substâncias de proteção que o defende de microrganismos e toxinas. A influência desses compostos na microbiota não é clara. • Físicos e químicos: pH, O2, CO2, salinidade e luz solar. • Forças mecânicas: mastigação e movimentação da língua, no trato gastrointestinal (fluxo de saliva, secreções, movimentos musculares), fluxo urinário, muco no sistema respiratório e movimento ciliar. • Outros: idade, estado nutricional, dieta, estado de saúde, presença de deficiências, hospitalização, estresse, localização geográfica, condições de higiene pessoal, condições socioeconômicas, ocupação, estilo de vida. Microbiota experimental Animais sem microbiota podem ser obtidos em laboratório. Resultado nesses animais mostram que microrganismos não são absolutamente essenciais a vida, porém, sem eles, haveria um sistema imune subdesenvolvido e se tornariam extremamente suscetíveis a infecções e doenças graves. Além disso, precisariam de mais calorias e vitaminas na alimentação. Relação entre microbiota e hospedeiro Uma vez que a microbiota normal pode beneficiar o hospedeiro impedindo o crescimento excessivo de microrganismos potencialmente perigosos (antagonismo microbiano ou exclusão competitiva – PONTO POSITIVO). Portanto, quando esse equilíbrio é alterado, podem surgir doenças. Exemplos: • A microbiota da vagina mantém o ph em torno de 4, que impede o crescimento da Candida albicans • Bacteriocinas produzidas pela E. colli inibem Salmonella e Shigella. • Clostridium difficile e o uso de antibióticos – eliminam todas as outras, exceto ela. Tornando, assim, a microbiota mais resistente. 4 Simbiose É a relação entre dois organismos, na qual pelo menos um deles depende do outro. Microbiota residente x síntese de substâncias As bactérias da microbiota normal do intestino são responsáveis pela produção de vitaminas do complexo B (B2, B5, B6) e biotina. A vitamina K é obtida quase que exclusivamente pelos coliformes intestinais. → É importante conhecer a composição de cada sítio para evitar confusão entre membros da microbiota e organismos patogênicos. Sítios e microbiota • Pele – Staphylococcus epidermidis (90% das pessoas – grupo das staphylococcus não produtores de dinaminas), propiom bacterium, Staphylococcus aureus. • Cavidade oral – microbiota numerosa e diversificada. Principalmente Streptococcus do grupo viridae. Possuem importância na carie dentária e doenças periodontais. • Trato gastrointestinal – é diversificada, mas com predomínio de enterobactérias e anaeróbicos. • Vagina – microbiota varia com a idade, ph, secreção hormonal. 1º mês, puberdade- menopausa (Lactobacillus de Doderlein); infância, pós menopausa (Corynebacterium, Staphylococcus epideridis, Escherichia coli) • Uretra – Staphylococcus epidermidis, Corynebacterium, Enterococcuss faecalis, Escherichia coli. Microrganismos oportunistas E. coli faz parte da microbiota normal e geralmente é inofensiva. Quando acessa outras regiões pode causar infecções (urinária, pulmonares, meningites e abcessos) – infecções endógenas. A penetração através da pele pode causar doença por microrganismo da microbiota (oportunista). O hospedeiro enfraquecido (ex: AIDS) favorece infecções oportunistas. Locais originais: *E. coli – no intestino gastrointestinal *Steptococcus epidermites – na pele Ajuda para causar a doença Patógenos que causam a doença periodontal e a gengiva tem receptores, não para os dentes em si, mas sim para estreptococos que colonizam os dentes. Microbiota normal do corpo Pode ser responsável por uma série de doenças, chamadas de infecções endógenas: 1. Quando deixam seu sítio normal e migram para um novo local no corpo 2. Uso de atb e imunossupressores 3. Imunidade suprimida Etiologia das doenças infecciosas Postulados de Koch: 1. O mesmo patógeno deve estar presente em todos os casos da doença 2. O patógeno deve ser isolado do hospedeiro doente e cultiva em cultura pura 3. O patógeno obtido da cultura pura deve causar doença quando inoculado em um animal de laboratório suscetível e saudável 4. O patógeno deve ser isolado do animal inoculado e deve ser, necessariamente, o organismo original. 5 Exceções ao postulado de Koch – Treponea pallidum causador de sífilis nunca foi isolado. Mycobacterium leprae causador de hanseníase não é cultivável. Diversos agentes causam o mesmo tipo de infecção (urinária, pulmonar, pneuomonias etc), isso dificulta a reprodução dos postulados de Koch. Extensão do envolvimento do hospedeiro • Infecção local – microrganismos estão limitados a uma pequena área (abcessos e furúnculos). • Infecção sistêmica – microrganismos ou seus produtos estão disseminados pelo corpo via corrente sanguínea ou linfática. • Sepse – condição inflamatória tóxica que surge da dispersão de micróbios, principalmente bactérias e suas toxinas, a partir de um foco de infecção. • Bacteremia – bactérias no sangue Transmissões Por contato Por veículo IACS – infecções associadas aos cuidados de saúde (“hospitalares”). Reúne uma série de fatores que faz com que essa microbiota seja mais resistente. 6 Vasto grupo de organismos unicelulares pequenos. Bactérias diferenciadas por: • Morfologia Esféricas – cocos Formas de bastão – bacilos Forma espiralada – espiroquetas Forma de vírgula – vibrião *forma – normalmente é determinada geneticamente.Condições ambientais (ex: antibiótico) podem modificar sua forma (pleomorfismo). Algumas bactérias são geneticamente pleomórficas (Rhizobium e Corynebacterium). • Composição química • Necessidades nutricionais • Atividade bioquímicas • Fontes de energia Estima-se que 99% das bactérias na natureza existam na forma de biofilmes (estrutura de proteção – “geleia” em volta da colônia – ex: tártaro). Célula procariótica – não possui membrana nuclear, assim, o material genético é “solto” no citoplasma. Estruturas externas e parede celular: • Glicocálice – composto de polissacarídeo, polipeptídio ou ambos. Quando está organizada e firmemente aderida a parede celular é descrita como cápsula. Essa organização como cápsula ou não, é um fator de virulência. Faz parte do biofilme. • Flagelo – é uma estrutura que dá propulsão a bactéria. Proteína flagelar chamada antígeno H é útil para diferenciar as sorovar (variações dentro da espécie). Ex: E. colli 0157H – epidemia de origem alimentar. • Fímbrias e pili – possuem capacidade de ligação a superfícies e ao corpo humano, são mais curtos retor e finos que os flagelos. Estão envolvidas na formação de biofilmes. Alguns pili são utilizados para transferência de DNA por conjugação (pili de conjugação ou sexuais) – resistência a ATB. • Membrana plasmática – estrutura fina que reveste o citoplasma, composta principalmente por fosfolipídios e proteínas. Seleciona a entrada de substâncias (Permeabilidade seletiva). É alvo de agentes antimicrobianos (Desinfetantes como álcool e compostos de amônio quaternário). • Citoplasma – substância celular localizada no interior da membrana plasmática. Composto de 80% de água e proteínas (enzimas), carboidratos, lipídeos, íons inorgânicos (em maior concentração que em muitos outros meios), etc. Possui também citoesqueleto. • Nucleoide – normalmente contém uma única molécula de DNA, frequentemente arranhado na forma circular (cromossomo bacteriano), fixado a membrana plasmática. Os plasmídeos são elementos genéticos extracromossômicos, que se replicam independente (contém de 5 a 100 genes – não essenciais), podem ser adquiridos ou perdidos sem prejuízo a bactéria. São eles que transmitem a resistência a ATB, uma vez que podem ser transferidos de uma bactéria para a outra (DNA plasmidial é usado para manipulação genética – ex: produção de insulina). • Ribossomos – responsáveis pela síntese de proteínas, são constituídos por duas subunidades constituindo em proteína e de um tipo de RNA RIBOSSOMAL (RRNA). Vários antibióticos interferem na síntese de proteínas (ex eritromicina, cloranfenicol). • Inclusões – são depósito de reserva presentes no citoplasma, podem ser grânulos metacromáticos, de polissacarídeos, lipídicos e enxofre. • Endósporos – são esporos formados em períodos de dificuldade (do meio) pela célula (falta de nutriente, temperatura etc.). Algumas bactérias formam uma nova dentro de si (duplicam material genético e organelas) e formam esporos, que são células dormentes (desidratados – com alta resistência e durabilidade – milhões de anos). O nome do processo de formação do endósporo é esporulação; o de retorno ao estado vegetativo, germinação. • Parede celular -estrutura complexa e semirrígida, dá a fora da célula (coco, bacilo, espiroqueta e vibrião). Além disso, é utilizada para diferenciar as principais bactérias. Está envolvida na capacidade de causar doença e é o alvo de ação de muitos medicamentos (betalactâmicos, por exemplo). É composta por peptideoglicanos, que se entrelaçam, dando a rigidez da parede. A penicilina interfere nessas ligações. 7 Coloração de Gram É um dos métodos mais úteis para classificar as bactérias, que são classificadas em gram-positivas ou gram-negativas. Além disso, são classificadas por sua forma características. • Gram-positivas: coradas em roxo • Gram-negativas: corada em rosa Parede celular • Gram positivos: muitas camadas de peptideoglicana, sendo muito rígida e espeça. O espaço periplasmático é formado entre a parede celular e a membrana plasmática, nele pode haver enzimas que causam resistência a ATB. O ácido lipoteicóico atravessa a camada de peptideoglicana e se liga a membrana plasmática. O ácido teicóico à parede. • Gram negativos: Possuem poucas camadas de peptideoglicana e uma membrana externa formada por lipopolissacarídeos (LPS), lipoproteínas e fosfolipídeos. Essa membrana extra fornece uma barreira (contra detergentes, metais pesados, corantes, ATB (penicilina). Porinas permitem a passagem seletiva de substâncias. Portanto, gram negativos são mais resistentes a ATB. → gram positivo – menor chance de haver choque séptico (QUASE NENHUM LPS). → gram negativo – mais resistente a ATB (penicilina, por exemplo). Mecanismo de coloração de Gram (prática) Cristal violeta cora gram positivo e negativo; lugol (mordente) forma cristais que são grandes para escapar; álcool (amônia) desidrata o peptideogliana das gram positiva e deixa impermeável ao cristal violeta; Gram negativo o álcool dissolve a membrana extra e deixa buracos por onde o cristal violeta sai e a safranina faz a coloração de contraste. Aeróbios • Cocos (CGP) gram positivos: Staphylococcus, Streptococcus, Enterococcus. Gram negativos: Neisseria • Bacilos (BGN) Gram positivos: Corynebacterium, Lactobacillus, Listeria Gram negativos: Enterobactérias (Escherichia, Proteus, Klebsiella, Salmonella, Shigella), Pseudomonas, Bordetella etc. Coloração de Gram A classificação gram é importante ao conferir: 1. Característica da parede externa da bactéria 2. Tipo de infecção por ela produzida 3. ATB capaz de destruí-la. Bactérias gram-positivas: • Mais resistentes ao ambiente • Sensíveis à penicilina • Menor índice de resistência aos ATB Bactérias gram-negativas: • Membrana externa impede a entrada de determinadas drogas e ATB • São mais resistentes ao ATB, quando comparada às gram positivas Vantagens da coloração Gram Rápida e fácil, baixo custo, indica a forma e tipo de parede celular, informação básica para iniciar um 8 tratamento, pode-se usar o material de cultura ou diretamente do paciente. Paredes celulares atípicas – ácidorresistentes Características em Mycobacterium e Nocardia. Contém alta concentração de ácio micólico que impede a entrada de corantes, incluindo os de gram. Coram-se com carbofucsina que penetra de maneira mais eficiente quando aquecida. Resistem a remoção com álcool-ácido. * mycobacterium: gênero de bactérias que causam tb,hanseníase. 9 TÉCNICA 1. Depositar o material na lâmina 2. Deixar secar 3. Fixar 5 vezes em chama (passagem rápida) 4. Cobrir com cristal violeta e deixar por 1 minuto 5. Escorrer o cristal violeta 6. Cobrir com lugol e deixar por 1 minuto 7. Lavar com água 8. Descorar com álcool acetona 9. Lavar com água 10. Cobrir com Fucsina de Gram e deixar por 30 segundos 11. Lavar com água 12. Deixar secar 13. Analisar no microscópio óptico aumento de 1000 vezes Características morfotintoriais das bactérias ✓ Cocos Gram Positivo = CGP ✓ CGP em cadeia ✓ CGP agrupados ✓ Diplococos Gram Positivo = DGP ✓ Bacilos Gram Negativo =BGN ✓ Bacilos Gram Positivo = BGP ✓ Bacilos Gram negativo pleomórfico = BGN pleomórfico ✓ Diplococos Gram Negativos = DGN ✓ Leveduras Outras informações observadas em materiais corados com o Gram Células epiteliais: Normalmente estão associadas a contaminações do material durante a coleta. Leucócitos: Normalmente estão associados ao processo infeccioso.10 Patogenicidade é a capacidade de um organismo em causa doença por meio da superação das defesas do hospedeiro. Virulência é o grau da patogenicidade Para causar doença, a maioria dos patógenos deve obter acesso ao hospedeiro, aderir-se aos tecidos, penetrar ou escapar das defesas e danificar os tecidos do hospedeiro. As portas de entrada no organismo são: membranas mucosas (nariz, boca, olho), trato respiratório, trato gastrointestinal (mais difícil devido à ação do HCl), trato urogenital (DST/HIV), conjuntiva, pele, via parenteral (endovenosa – deposição direta ou perfuração). Mesmo após a entrada no organismo, os microrganismos não necessariamente causam doenças. A ocorrência delas depende de uma tríade de fatores: carga viral, sistema de defesas do hospedeiro e virulência do agente. Portas de entradas preferenciais Muitos patógenos possuem uma porta de entrada preferencial, a qual é um pré-requisito para o desenvolvimento da doença. Por exemplo, a Salmonella typhi só causa todos os sinais e sintomas quando é engolida, em contato com a pele não ocorre reação. O estreptococo, quando inalado, causa pneumonia, quando engolido não causa efeito. Número de micróbios invasores (carga viral) É proporcional a possibilidade de ocorrência da doença. Além disso, varia de acordo com a porta de entrada, sendo maior ou menor a DL (50) – dose infectante para 50% de uma amostra de população. DL (50) Também é utilizada para expressar a potência de uma toxina. Ex: DL50 da toxina botulínica em camundongos é 0,03ng/kg. Entretanto, uma quantidade muito menor dessa toxina é suficiente para causar sintomas. Aderência Microrganismos possuem moléculas de adesão (adesinas) que se ligam a receptores nas células do hospedeiro (manose). Adesinas podem estar localizadas no glicocálice, nos pilis, fimbria ou flagelos. • Biofilme: representa um método de aderência importante, são resistentes a desinfetantes e ATB. Colonizam, por exemplo, dentes (tártaro), cateteres, válvulas cardíacas, próteses e lentes de contato. Cápsula Essa estrutura é um dos fatores que aumentam a virulência da bactéria. Exemplos de bactérias que a utilizam como fator importante de virulência: • Streptococcus pneumoniae -cápsula presente apenas nas virulentas • Klebsiella pneumoniae • Bacillus anthracis Como patógenos ultrapassam as defesas do hospedeiro Componentes da parede celular Existem algumas estruturas que realizam funções relacionadas à aderência e virulência: • Proteína G: presente no Streptococcus pyogenes, realiza aderência e protege contra o sistema imune. • Proteína Opa: presente na Neisseria gonorrhoea, fator de virulência e adesão. • Lipídeo ceroso (ácido micólico): Mycobacterium tuberculosis, atua como fator de virulência, que impede a digestão fagocítica. Enzimas • Enzimas extracelulares (exoenzimas) auxiliam a virulência. Podem digerir o material entre as células e induzir a formação ou degradação de coágulos, entre outras funções. • Toxinas são classificadas em endo e exotoxinas, ambas podem causar danos às células do hospedeiro • Induzem uma resposta inflamatória e ativam o sistema complemento. • Algumas bactérias gran-negativas podem liberar quantidades menores de endotoxinas, que pode estimular a imunidade natural (antitoxinas) • Podem ser neurotixinas, cardiotoxinas, hepatotoxinas, leucotoxinas, enterotoxinas e citotoxinas 11 • Coagulases – promovem a coagulação sanguínea, assim, se há maior proteção contra fagocitose e isolamento em abcessos (Staphylococcus aureus) • Cinases – degradam o coágulo, a fim de que possa atuar no organismo, não só dentro do local determinado pelo coágulo (Streptococcus e Staphylococcus). • Hialuronidase: degrada a estrutura que une as células (necrose) (estreptococcus). • Colagenase: degrada colágeno na gangrena gasosa (Clostridium) • Proteases igA: N. gonorrhoae e meningitidis Variação antigênica São modificações das proteínas de superfície que são reconhecidas pelo sistema imune. N. gonorrhoeae possui vários gênese das proteínas Opa. A influenza sofre várias mutações – vacinação anual. Penetração no citoesqueleto Modificação na estrutura permite a entrada e disseminação das bactérias. Salmonella e E. colli produzem invasivas que promovem enrugamento e invação das células do hospedeiro. Shigella e listeria utilizam actina para se espelharem entre as células. Danificação das células dos hospedeiros 1. Utilização dos nutrientes do hospedeiro: bactérias secretam dideróforos, que sequestram o ferro do hospedeiro 2. Danos diretos à região próxima ao local da invasão: usam as células do local para obterem nutrientes e, portanto, geram resíduos. (muitos vírus, bactérias e protozoários são liberados quando rompem a célula). 3. Produção de toxinas, transportadas pelo sangue e linfa, danificando tecidos distantes do local da invasão – toxinas são substâncias venosas produzidas por certos microrganismos. Podem gerar febre, distúrbios, diarreia e choque (séptico). As intoxicações são causadas pelas toxinas, não pelo crescimento bacteriano. São classificadas em endo e exotoxinas. Exotoxinas – proteínas produzidas, mais comumente, em bactérias gram postivas, como parte do crescimento e metabolismo. São secretadas no meio circundante. Os genes que as codificam são carreados em plasmídeos. Podem difundir-se facilmente no sangue, sendo transportadas rapidamente para todo o corpo. São proteínas, Podem ser do tipo: • A-B • danificadoras de membrana – causam a lisa da célula. Contribuem para a virulência pela morte de células (como fagócitos) e pelo auxílio do escape de fagossomos (vesículas). • superantígenos -antígenos que provocam uma resposta imune intensa. As células T são estimuladas, que libera quantidades enormes de citocinas, que, em alto nível, desencadeia sintomas como febre, náusea, vomito, diarreia e, as vezes, choque e até morte. (ex: toxinas estafilocócicas). Endotoxinas – porção lipídica dos lipopolissacarídeos que fazem parte da membrana externa da parede celular de bactérias gram-negativas. São liberadas quando a bactéria morre ou o ocorre o rompimento da parede celular. Agem destruindo partes das células ou inibindo o metabolismo, são as substâncias mais letais conhecidas. Intoxicações como botulismo e alimentar, são provocas por toxinas, não pela infecção. São polissacarídeos que estimulam macrófagos a liberarem citocinas em concentrações elevadas, produzem os mesmos sinais e sintomas, mas em intensidades diferentes. Os sintomas variam de calafrios, febre, fraqueza, dores generalizadas, choque, morte e aborto. Fazem coágulos pequenos que podem conduzir a coagulação intravascular disseminadas (CID) – isso leva ao choque séptico (importante causa de mortalidade). Ação: a presença de Haemophilius influenzae do tipo b, no líquor, provoca a liberação de IL-1 e TNF que causam o enfraquecimento da barreira hematoencefálica, permitindo a entrada de mais fagócitos e bactéria. Esse tipo de toxina não promove formação de antitoxinas efetivas, por isso, os anticorpos até são produzidos, mas não tendem a controlar os efeitos da toxina, podem até mesmo intensifica-lá. Microrganismos que produzem endotoxinas: Saçmonella typhi (febre tifoide), Proteus spp. (infecções urinárias) e Neisseria meningitidis (meningite meningocócica). Testes para detectar endotoxinas: lisado amebócitos de Limulus (LAL) detecta quantidades mínimas de endotoxina. É empregado na aálise de materiais 12 esterilizados fármacos, etc. (podem não ter o microrganismo, mas sim sua toxina). ** Nem todas as bactérias produzem toxinas, apenas as mais patogênicas 4. Indução de reações de hipersensibilidade (exploração do sistema imune). Plasmídeos e patogenicidadePlasmídeos são moléculas de DNA circulares não conectadas ao cromossomo bacteriano principal, sao soltas no citoplasma. Podem se replicar independentemente, gerar resistência a alguns ATB (plasmídeos – fatores R), pode transmitir/transportar informações de patogenicidade de uma bactéria a outra. 13 Bactéria em forma de cocos que retêm a coloração roxa, quando tratadas pelo método de Gram. Grupo de grande importância clínica, são responsáveis por inúmeras e variadas infecções e síndromes. Possuem grande pressão interna, graças a alta rigidez da forma da parede celular. Taxonomia Os cocos gram positivos de importância clínica pertencem a duas famílias: micrococcacea e streptococcaceae. A definição da família é determinada pela prova da catalase, que consiste em colocar uma amostra de bactéria em contato com H202 e buscar por bolhas de oxigênio: micrococcaceae – produzem borbulhas; streptococcacea – não produzem bolhas. Família Micrococcaceae Nessa família, as bactérias do gênero Staphylococcus são as que mais estão associadas com infecções. Cocos gram positivos são imóveis. Estão agrupados em massas irregulares ou em agrupamento (cachos de uva). São aeróbios ou anaeróbios facultativos (causam doenças abertas ou fechadas, ex: ferida aberta ou abcesso). Além disso, são piogênicos (“trazem muito pus”). Epidemiologia Os estafilococcus possem amplas distribuições na natureza e não são necessariamente parasitas humanos. Podem ser encontrados em objetos inanimados, outros animais e alimentos (leite). As vias de transmissão podem ser de pessoas para pessoa, de objetos para pessoas, de animais para pessoas (e vice- versa). O gênero Staphylococcus é composto por várias espécies: • S. lugdunesnsis • S saprophyticus - patogênica (quase sempre infecção urinária). • S epidermidis – residente da microbiota natural da pele (saprófita) • S haemolyticus • S areus - bactéria patogênica mais importante (causa diversidade grande de infecções). também faz parte da microbiota normal, mas é patogênico. • Etc Estafilococcos As principais espécies de estafilococos são encontradas em seres humano são: s. aureus, s. epidermidis e saprophyticus. • S epidermidis é encontrado na microbiota natural da pele, tem baixo potencial patogênico • S saprophyticus é microbiota normal da região periuretral do homem e mulher Staphylococcus aureus É um patógeno em potencial e pode ser encontrado na nasofaringe e nas fossas nasais. Podem causar doença em qualquer local do corpo (atrás apenas das enterobactérias no maior causador de doenças). Esse patógeno está presente no trato respiratório superior, especialmente nas narinas (40 a 60% da população em geral), assim, permanece sem causar doenças em condições normais. Aureus significa dourado em latim, devido ao pigmento amarelado liberado pelas bactérias quando cultivada. Além disso podem produzir halo claro em sangue, devido a hemólise que provoca. Prova da coagulase: teste importante para diferenciar estafilococos. Quase todas as amostras clínicas de coagulase positiva são s. aureus. s. aureus – produzem coagulase. (único dentre os staphylococcus) – coagulam plasma quando inoculados *teste – importante não deixar overnight (muito tempo), o coágulo (formando entre 1-4 horas) pode ser desfeito. cocos gram positivos agrupados – sugerem staphylococcus 14 Estafilococos não produtores de coagulase (ENPC) São membros da microbiota normal humana. Possuem baixo potencial patogênico e podem causar infecções em idosos e imunocomprometidos (oportunistas) Patogenicidade do S. aureus As enzimas extracelulares são conhecidas como invasinas, que promovem a invasão das bactérias no tecido do hospedeiro (importante tratar lesões superficiais, podem evoluírem). As infecções focais de pele causadas por S. aureus podem ocorrer em praticamente qualquer região do corpo. Coagulase como mecanismo de patogenicidade – faz um coágulo e se protege Estafilococia Em pacientes hospitalizados, recém nascidos e crianças abaixo de um ano de idade, as manifestações tendem a ser de menor importância. As infecções de pele, como impetigo, contaminação de feridas cirúrgicas ou em queimados, podem levar à complicações graves (doença invasiva). Infecções estafilocócicas de pele • Furúnculo – pústula que acomete um folículo piloso, causado por S. aureus. • Abcesso estafilocócoco: é uma pústula grande encistada que não se supurou (abriu). • Osteomielite • Impetigo Toxinas O s. aureus é um grande produtor de superantígenos, exotinas que produzem uma resposta exacerbada do sistema imunológico: • Enterotoxinas estafilocócias (SEs) - diarréia TSST-1 Toxinas esfoliativas (ETs) – síndrome da pele escaldada *toxinas podem agir a distância, o foco da infecção pode ser diferente do foco da lesão Enterotoxinas estafilocócicas (SEs) São produzidas por certas cepas de S. aureus encontras em alimentos contaminados. A ingestão da toxina pré- forada causa síndrome comum (dor abdominal, diarreia) em cerca de 1-4 horas. É autolimitada e dura em média 24 horas. Fatores envolvidos na intoxicação alimentar: refrigeração inadequada, preparo do alimento com muita antecedência, higiene inadequada, cocção inadequada e manutenção dos alimentos em temperaturas favoráveis à multiplicação. Síndrome do choque tóxico (TSS) É uma condição sistêmica grave, caracterizada por febre, hipotensão e choque. Pode ocorrer num evento menstrual (uso de tampão superabsorvente). Também pode ocorrer por infecção cirúrgica. São causados pela infecção por cepas de S. aureus produtoras de TSST Aureus vão se multiplicar, porque gostam (Staphylococcus) de ambiente quente e seco (devido ao absorvente que era altamente absortivo) Síndrome do choque tóxico (SCT) Sinais e sintomas – uso de absorvente internos, febre alta, dor muscular generalizada, náuseas e vômitos, PA baixa, alterações na pele como vermelhidão e erupções. Tratamento da SCT deve ser iniciada imediatamente. Fatores de virulência Cápsula – camada frouxa de polissacarídeos que protege a bactéria ao inibir a quimiotaxia e fagocitose. Facilita a aderência Proteína A – localizada na parede da bactéria. Impede a ação de anticorpos Adesinas – promove a colonização dos tecidos pelo S. aureus Enzimas – hialuronidrase, leucocidina (destrói leucócitos), hemolisina, etc Toxinas – endo e exotoxinas potentes 15 BIOFILME Bactérias são capazes de ser aderir a uma superfície e agregar-se numa matriz biopolímera. Facilita a sobrevivência e aumenta a proteção contra agressões. Biofilme é uma coleção de microrganismo cercada por uma espécie de secreção, firmemente aderida a uma superfície. Costuma formar-se em próteses, cateteres etc. Bactérias gram negativas Coradas em rosa na coloração de Gram, possuem uma membrana externa a parede celular. Possuem uma parede celular fina e, por isso, não mais sensíveis à ATB. Têm a característica de facilidade em trocar material genético (DNA) entre cepas da mesma espécie e de espécies diferentes (via plasmídeos). Espaço Periplasmático (entre membrana externa e parede celular) – enzimas relacionadas a resistência ATB. A membrana externa é rica em lipopolissacarídeo (LPS), que pode desencadear sintomas, incluindo febre alta e a queda de pressão arterial (choque. O LPS induz o choque, por isso, gram negativos são mais propensos a causar choque). Principais exemplos: • Acinetobacter • Escherichia • Klebsiella • salmonella Família enterobacteriaceae É a maior e mais heterogênea, possui grande importânciaclínica (exemplares: Escherichia coli, salmonella typhi, proteus mirabillis). Distribuição muito ampla. • Enterobactérias Bastonetes gram negativos, habitam o trato intestinal, bactérias aeróbias ou anaeróbias facultativas, fermentam grande quantidade de carboidratos, produzem várias toxinas e fatores de virulência. Patogenia Enterobactérias = principal componente da microbiota intestinal normal. As infecções podem variar de intestinais, feridas, trato urinário, abcessos, pneumonia e meningites. Infecções nosocoiais (IACS) Fatores de virulência • Endotoxina (LPS) – causam choque • Cápsula • Resistência a antibióticos Dentro da família enterobacteriaceae, há uma classificação e diferenciação de acordo com: • Propriedades bioquímicas (fermentação de açucares) – identificação de BGN (modo de fermentação). Ex: lactosepositiva, lactosenegativa etc. Enterobactérias Cultura em meios diferenciais, visualização de colônias fermentadoras (coloridas) de não fermentadores (não pigmentadas) da lactose. Identificação das BGN • estrutura antigênica através da sorotipagem (reação antígeno-anticorpo). • Técnicas de biologia molecular, busca o DNA da bactéria. Espécies Escherichia coli Principal membro das enterobactérias. Presente na microbiota intestinal. Pode provocar ITUs, principalmente as comunitárias. É o microrganismo nº1 em ITUs. Além disso, possuem papel crucial nas áreas de contaminação fecal dos alimentos (presença de coliformes fecais). Sepse: pode ser secundária a infecção do trato urinário. Meningite: principalmente em lactentes. Além disso, ainda pode causar pneumonia, infecções intestinais e outras. Causadores de diarreia. Klebsiella pneumoniae É encontrada nas vias respiratórias e nas fezes em 5% dos indivíduos (microbiota normal). Pode provocar uma pneumonia grave; e ITU e bacteremia em paciente debilitados. *relacionada com pneumonia adquirida em ambiente hospitalar – grande possibilidade de infecção por Klebiela pneumoniae. 16 Epidemiologia: as bactérias entéricas estabelecem-se dentro do trato intestinal após o nascimento e fazem parte da microbiota normal. Controle: lavagem das mãos, esterilização dos equipamentos, desinfecção, restrição dos acessos venosos. Bactérias não fermentadores (BGN não fermentador) Possuem a estrutura semelhante às outras. Contudo são aeróbios restritos, podem apresentar fímbrias, não fermentam e preferencialmente afetam indivíduos imunodeprimidos. O representante mais importante é a Pseudomonas aeruginosa. Outras: Bukholeria cepacia, Strnotophomonas maltophila, Acinetobacter baumanii, Moraxella catarrhalis. Epidemiologia: amplamente distribuídos pela natureza. Estão no ambiente do hospedeiro: reservatório de água, alimentos, flores, pias, sanitários, equipamentos respiratórios e de diálise e até em desinfetantes (gostam de água). São patogênicas oportunistas. Não persistem como microbiota normal, a não ser em indivíduos hospitalizados. Pseudomonas aeruginosa Bacilo piociânico (pigmento verde). Patogenicidade: colonizam trato respiratório, pele, vias urinárias. Estruturas antigênica e toxinas: • pili (fíbrias) • lipopolissacarídeo (LPS): responsável por muitas das propriedades tóxicas (febre, choque, oligúria, leucocitose e leucopenia). • Cápsulas polissacarídica: ancora as bactérias às células epiteliais, protege da fagocitose e da atividade de ATB. Patogenia: relacionadas com imunossupressão, infecções pulmonares (fibrose cística), infecções primárias de pele (queimaduras), infecções de ouvido, infecções oculares, endocardite, infecções de vias urinárias. Acinetobacter baumannii Bactéria gram negativa, agente de infecções nosocimiais. Seu potencial patogênico ainda é controverso. Resiste durantes semanas em superfícies ou objetos, sendo de muito difícil erradicação. Bactérias associadas a doentes, com sondas ou cateteres. Frequentemente é apenas uma bactéria que coloniza doentes fragilizados. Quando isola em materiais biológicos normalmente estéreis, como sangue, o LCR, os líquidos pleural ou peritoneal, é o causador da doença. Podem causar Tratamento acinetobacter baumanni e pseudomonas aeruginosas Já tem ido isoladas estirpes resistentes a todos os ATB de uso recorrente. Facilmente adquire resistências aos ATB, seu tratamento consiste em incluir um associação sinérgia de ATB. Fatores predisponentes Lavagem incorreta das mãos (profissionais, acompanhantes e visitantes), técnicas incorretas e procedimentos invasivos, limpeza deficiente de ambientes, materiais e roupas, alimentos trazidos de fora do hospital, flores e objetos trazidos de fora do hospital. Cadeia de transmissão Bacilos gram negativos não fermentadores gostam de ambientes com água, por isso, respiradores são um objeto comum nessa cadeia de transmissão. Ações preventivas 17 Uso racional ATB, controle de esterilização, desinfecção e limpeza, bloqueio de transmissão pelos profissionais de saúde. Ações de combate à infecção Lavagem das mãos, utilização de álcool. 18 Família Steptococcaceae Gram positivos, agrupam-se aos pares ou em cadeias, são catalase negativos, distribuem-se amplamente e fazem parte da microbiota normal do trato respiratório, genital e urinário. São agentes causadores de importantes patologias. Steptococcaceae (família – diferenciação pela prova da catalase). • Estreptococos • Enterococos (trato intestinal). Enterococos Grupo bastante heterogêneo, as espécies dentro da família são diferenciadas de acordo com o padrão de hemólise e antígenos de parede celular. • Hemólise: alfa, beta e gama hemólise. • Antígenos da parede celular: classificação da Lancefield (sorológica). beta-hemólise: leva a hemólise completa dos eritrócitos, liberando hemolisinas. Forma-se uma área clara ao redor das colônias. Ex: Streptococcus pyogenes, S. agalactiae. alfa-Hemólise: hemólise incompleta dos eritrócitos. forma-se uma área esverdeada ao redor da colônia. Ex: steptococcus pneumoniae, Streptococcus do grupo virians (Anginosus, mitis, mutan, salivaris e bovis – podem ou não serem patogênicos). Gama-hemólise: bactérias que não causam patologias importantes. Classificação de Lancefield Antígenos de superfície da parede celular, ocorre uma reação de sorotipagem. Especificidade sorológica do carboidrato da parede celular. Antissoros específicos A, B, C, F e G que estão relacionados com patologias em humanos. • A – stereptococcus pyogenes • B - S. agalactiae • D – Enterococos spp. Doenças estreptocócicas - Infecções disseminadas, sinusites, otite, amigdalite, sinusite, pneumonia, endocardite, miosite, fascite, etc. (sequelas como febre reumática, etc). Streptococcus pyogenes Caracterizado pela presença do polissacarídeo do grupo A de Lancefileld. Pode ser dividido em grupo (de acordo com a presença de proteína em sua parede celular). Proteína M e proteína T. • Patogenia: produção de toxina, cápsula, proteína M, tipo M, f, estreptoquinases, enzimas, DNAas, hilauronidrase; • Importância clínica: faringioamigdaltie, otite, sinusite, erisipela, impetigo, piodermite, febre puerperal, fascite necrotizante. Faringite – 90% dos casos – febre alta, calafrio, dor de cabeça e frequentemente vômitos associados, tonsila avermelhadas com pus, nódulos linfáticos cervicais aumentam de tamanho e tornam-se doloridos também pode ter origem viral (70% de casos totais). A diferenciação entre viral e bacteriana pode ocorrer clinicamente (50% dos casos). O quadro viral apresenta sintomatologia mais leve, pode acompanhar tosse, rinorreia e conjuntivite A. Também pode ser feito culturas em laboratórios. Piodermite – erisipela e impetigo (Streptococcus causa, entre outros). Celulitea abcesso. Fascite necrotizante (mais grave – destrutiva e rapidamente progressiva; estágio inicial pode apresentar infecção mais superficial, como celulite e erisipela). • Erisipela: Processo infeccioso cutâneo, podendo atingir a gordura do tecido celular subcutâneo, que se propaga pelos vasos linfáticos. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum nos diabéticos, obesos Pessoas com dificuldades na circulação venosa dos membros inferiores. • Impetigo: É uma infecção muito comum, que afeta acamada mais superficial da pele. Atinge principalmente crianças. Staphylococcus aureus, acomete crianças de todas as idades. Streptococcus pyogenes, mais comum em crianças de 3-5 anos. • Fascite necrotizante: Infecção bacteriana (S.pyogenes) destrutiva e rapidamente progressiva do tecido subcutâneo e fáscia superficial, associada a altos índices de 19 Morbimortalidade. Em seu estágio inicial, pode apresentar-se como uma infecção mais superficial de partes moles, como celulite ou erisipela Doenças pós-estreptocócicas O microrganismo danifica o sistema imunológica e leva a doenças após as infecções. Alguns exemplos são: • febre reumática - reação imunológica do organismo frente ao S. pyogenes. Acomete articulações, coração, SNC e pele). Antiesteptolisina O (ASO) – se positivo e com histórico, pode confirmar diagnóstico de infecção por Streptococcus. S. agalactaie – grupo B (GBS – Streptococcus do grupo B) Microbiota normal do trato digestivo, coloniza trato genital. Sem medidas de prevenção, é a principal causa de infecção em RN (15-30% de gestantes são portadores). Pode provocar sepse, meningite e pneumonia do neonato. Endometrite e ITU (na mulher). Cultura para GBS (Streptococcus do grupo B) gestante (vaginal e retal). São sensíveis à penicilina. Streptococcus do grupo Viridans A maioria atua como bactéria de infecções oportunistas, exceto a S. anginosos. • Streptococcus pneumoniae: agrupado aos pares. Possuem cápsula composta por polissacarídeos. Cápsula faz defesa contra ingestão e destruição por fagócitos. Dispõem-se aos pares ou em cadeias curtas (diplococos gram positivos). Causa pneumonia (principalmente), bacteremia e sepse, meningite, sinusite e otite, empiema (pus no espaço pleural), pericardite e endocardite). É alfa hemolítico, possui diversos tipos capsulares distintos. Maior causador de pneumonia adquirida em comunidade. Podem fazer parte da microbiota normal (5- 10% dos adultos), sem causar doença devido à competição da microbiota normal. Patogenia: cápsula, ácido tecóico, proteína A, pneumolisina, neuroaminidade, protease IgA2. Transmissão: indivíduo para outro, gotículas de saliva, geralmente associada à aglomerações. A bactéria pode estar presente na mucosa nasal e na garganta de indivíduos saudáveis (20-75%). Diagnóstico: cultura e pesquisa de antígenos urinários (baixa sensibilidade e pouco uso). Doenças pneumocócicas Frequentemente acometem idosos. O homem é o reservatório e o hospedeiro exclusivo de S. pneumoniae, cujo habitat é o sistema respiratório. A quantidade desta bactéria na nasofaringe é geralmente limitada pela competição com os outros componentes da microbiota local e pelos mecanismos de defesa do hospedeiro. Enterococos Faz parte dos grupos cocos Gram-positivos, agrupados em cadeia, anaeróbios facultativos e catalase negativa. Possuem capacidade de crescimento entre 10ºC e 45ºC e em pH 9,6. Sobrevivem em altas concentrações salinas, ou seja, é um microrganismo muito resistente. E. faecalis e E. faecium são os mais associados a manifestações clínicas. Provocam infecção do trato urinário (principalmente), bacteremia e sepse, ferimentos e endocardite. Diferenciação entre enterococos e steptococcus spp - Enterococos sobrevivem em meio de tolerância ao sal e hidrolisam a bile-escurina. Fosfomicina – E. faecalis e E. faecium são sensíveis, porém existem mais espécies que NÃO são sensíveis. 20 Diarreia Um bilhão de casos/ano. Gera 5 milhões de óbitos ao ano, é devastadora em portadores de sarampo, imunodeprimidos e desnutrido. Ocorre, em média, de um a dois episódios ao ano em adultos. É preciso identificar agente de surtos de toxinfecção alimentar. É necessário triar os que necessitam atendimento diferenciado. No inverno, em crianças deve-se testar primeiro o rotavírus (possui vacina). Existem também diarreias hospitalares, causada por Clostridioides difficile). Pacientes HIV positivo mais de uma gente, triar vários Doenças do trato intestinal (TI) São essencialmente de dois tipos: • Intoxicação: causada por ingestão de toxina pré-formada. Exemplo: Staphylococcus aureus e Bacillus cereus. Caracterizadas pelo aparecimento súbito de sintomas, geralmente não há febre. • Infecção: ocorre pela penetração e multiplicação de um patógeno no TI. Caracterizada por um retardo no surgimento dos distúrbios gastrointestinais enquando o patógeno aumento em número ou afeta o tecido. Geralmente há febre. Principais enteropatógenos • Salmonella spp* • Shigella spp • Escherichia coli: • Yersina enterocolitica • Vibrio cholerae • Campylobacter jejuni • Aeromonas hydrophila Dose infectantes de patógenos intestinais Salmonella Bactéria pertencente à família enterobacteriaceae e consiste em BGN não formadores de esporos. A atual classificação é baseada em estudos moleculares. Sorotipos: identificação de Kaufmann & White, divide em sorotipos, tendo por base a composição antigênica: • Antígenos somáticos (O) • Antígenos flagelares (H) • Antígenos capsulares (Vi) Patogenicidade: infectam homem a praticamente todos os animais domésticos e selvagens. Quando presentems em ambientes, água potável e alimentos, devem-se à contaminação por fezes de indivíduos doentes ou portadores. No homem causam infecções variáveis, entre elas: gastroenterite, febre tifóide e paratifóide. São capazes de invadir as células da porção terminal do intestino delgado e multiplicarem- se nelas. As bactérias permanecem nas vesículas faocíticas e multiplicam-se até ocorrer lise celular, causando doença local e, posteriormente, sistêmica. • Febre tifóide e partifóide: adquirida através da ingestão ou alimentos contaminados com material fecal. A febre paratifóide é uma forma branda da doença. Em 10/14 dias aprece febre, que aumenta gradualmente, com queixas inespecíficas de cefaleia, mialgias, mal-estar e anorexia. Os sintomas persistem por uma semana ou mais e são seguidos de sintomas gastrointestinais. Este ciclo corresponde a uma fase bacteriêmica inicial, seguida de colonização da vesícula biliar e, posteriormente, reinfecção do intestino. A parada na vesícula biliar causa o estado de portador. Maior transmissão por alimentos e água. 21 Agentes etiológico: • Febre tifóide: Salmonella typhi • Febre paratifóide: Salmonella paratyphi A, Salonella schottmuelleri e Salmonella hirchfeldii. Os responsáveis são mantidos através do estado portador humano. Observa-se durante mais de um ano após a doença sintomática em 1-5% dos pacientes, na maioria dos casos, o reservatório é a vesícula biliar. Shigelose ou disenteria baciliar Forma grave da diarréia causado por grupo BGN anaeróbio facultativo do gênero Shigella: S. sonnei, S. dysenteriae, S. flexneri e S. boydii. É principalmente infantil (entre 1-10 anos). Maior transmissão entre pessoas. A transmissão é oral-fecal, principalmente por mãos contaminadas e, com menos frequência, por alimento e água. A dose é pequena (200 bacilos), as bactérias não sofrem com a acidez do estômago. Patogenicidade: espécies de Shigella se aderem às células M (micropregas) localizadas nas placas de Peyer, invadindo-as. São capazes de lisar o vacúolo fagocíticono interior dos macrófagos e se multiplicar no citoplasma da células hospedeira. Com rearranjo dos filamentos de actina nas células hospedeiras, as bactérias são impulsionadas através do citoplasma para as células adjacentes. *salmonela – endotoxina (mais sistêmica) *shigela – exotonina (mais localizada) Síndrome clínica A shigelose caracteriza-se por cólicas abdominais, diarreias, febres e fezes sanguinolenteas. A infecção, na maioria das vezes, é autolimitada e em um pequeno número de pacientes verifica-se o estado de portador assintomático do MO no cólon. S. dysenteriae produz u exotoxina (Shiga – maior preocupação), que inibe a síntese proteica. Nesse caso a principal manifestação é lesão endotelial renal (aumento da ureia e hemólise - síndrome hemolítico-urêmica) – não ocorre em todos os casos. Escherichia coli As cepas de E. coli causam gastroenterite são subdividas em: • ETEC – E. coli enterotoxigênica • EIEC – e. coli enteroinvasiva • EPEC – e. coli enteropatogênica clássica • EHEC – e. coli enterohemorrágica 22 • EAEC – e. coli enteroagrgativa ETEC – E. coli enterotixigênica A gastroenterite é mediada por enterotoxinas termolábeis (LT-I e LT-II) e termoestáveis (Sta e Stb A LT-I é antigenicamente semelhante à toxina Vibrio cholerae (01 subunidade A e 05 B). A subunidade B se liga a receptor que permite a entrada da subunidade A que regula a Adenil ato ciclase, cujo efeito final é uma diarreia aquosa. De forma semelhante, a Sta se liga à guanilato-ciclase, resultando em hipersecreção de líquidos. A LT-II e a STb são produzidas em cepas de E. coli isoladas de animais, não humanos. • Características da ETEC: o período de incubação de 1 a 2 dias, persistindo durante 3-4 dias. Os sintomas são cólica, náuseas, vômitos e diarreias aquosa. Assemelham-se aos da cólera, porém são mais leves. Não são observadas alterações histológicas da mucosa intestinal, nem inflamação A doença é mediada pela toxina termoestável é indistinguível daquela medida pela toxina termolábil. • Tratamento da ETEC: reposição hidroeletrolítica imediata. Na maioria dos casos não é recomendada ATB (pois gera desequilíbrio da microbiota, retardando a recuperação). EIEC – E. Coli enteroinvasiva A bactéria invade e destrói o epitélio do cólon, produzindo uma doença caracterizada por febre e cólica, com presença de sangue e leucócitos nas fezes. A infecção é semelhante à da Shigella. Tem maior prevalência em países em desenvolvimento. Comum em crianças com mais de dois anos e adultos. O reservatório é o homem e a transmissão é fecal-oral (água e alimentos contaminados). EPEC – E. coli enteropatogênica clássica São consideradas importante causa de diarreia infantil em países em desenvolvimento. Ocorre devido à aderência do MO à membrana citoplasmática do enterócito, causando destruição das microvilosidade adjacentes. A diarreias resulta perda das propriedades absortivas das células infectadas. A adesão e destruição daarquitetura celular ocorre em três estágios: 1. Adesão mediada por BFP (fímbrias) 2. Estimulação do nível intracelular de cálcio 3. Rearranjo da actina intracelular, resultando em destruição das microvilosidade EHEC – E. coli enterohemorrágica Constituem as cepas mais comuns que causam gastroenterite nos países desenvolvidos. A ingestão de menos de cem bacilos pode produzir a doença. Associado ao consumo de carne moída mal cozida e derivados de carne, leite não pasteurizado ou suco de frutas (contaminados com fezes de gado). Causa síndrome hemolítico-urêmica (insuficiência renal aguda, trombocitopenia e anemia hemolítica). Inicialmente, ocorre diarreia não sanguinolenta. Em seguida, a elaboração de toxinas (verotoxina, semelhante à Shiga) causa diarreia sanguinolenta e aumento da dor abdominal (depois que há produção de toxinas). SLT-I: idêntica à toxina Shiga (diferente de um aa) SLT-II: apresenta 60% da homologia A síndrome hemolítico-urêmica está associada a ST-II, que destrói as células do endotélio renal, pela formação de microtrombos. 23 EAEC – E. coli enteroagregativa As E. coli enteroagregativas foram implicadas como causa de diarréia aquosa persistente, com vômitos e desidrataçõ em lactentes em países em desenvolvimento. A aderência à mucosa intestinal não provoca alterações histológicas. As bactérias caracterizam-se por seu padrão de aderência agregativa (AA), com formação de biofilme dentro do intestino. Diarreias bacteriana Diarreias virais Diarreias parasitárias 24 Coprocultura usual – busca shigella, E. coli spp e Salmonella spp De modo geral, não se deve tratar com ATB, apenas com hidratação. 25 Causadas por mais de 30 agentes etiológicos (vírus, bactérias, fungos e protozoários). Pode ocorrer por transmissão vertical (mãe-criança) – durante a gestação, parto ou amamentação. Transmissão principalmente por contato sexual, mas também pode ser por via hematogênica. Podem se apresentar como: • Úlceras genitais • Corrimento uretral • Corrimento vaginal • Doença inflamatória pélvica (DIP) Vida sexual do brasileiro ¼ da população iniciou a vida sexual antes dos 15 anos; 35% entre 15-19 anos. Além disso, 30% (15-49 anos) relatam possuir múltiplos parceiros. Uso de preservativo Entre 15-54 anos: 39% Parceiro/a fixo: caiu 20% Parceira múltipla: 55% Importância do controle Morbidade e sequelas, alta incidência e prevalência, alto impacto na saúde da mulher, alto impacto na saúde dos jovens e cuidados para o feto e RN. Cancro mole Agente: Haemophilus ducreyi Transmissão: sexo vaginal, anal ou oral Bacilo gra negativo (1 mulher/20 homens) Lesões (ulceração) localizadas no pênis e vulva – dolorosas feridas e úlceras (únicas ou múltiplas) nos genitais externos. Sintomas: febre, dor de cabeça e prostração O período de incubação é geralmente de 3 a 5 dias, podendo se estender por 2 a 3 semanas O risco de infecção em uma relação sexual é de 80% O diagnóstico diferencial é feito com cancro duro (sífilis primária), herpes genital, LGV, donovanose e erosões traumáticas infectadas. Pediculose pubiana Provocada pelo inseto Phtirius púbis, popularmente chamado de chato. São pequenos piolhos que se instala no pelos pubianos, provocando coceira. *imagem Sífilis adquirida recente (cancro duro) *Lesão indolor 26 Herpes genital Agente é o Herpes vírus II Transmissão: contato sexual Manifestação: relacionada imunossupressão Sintomas: primeiramente prurido, fisgada, sensação de queimadura na pele dos genitias – pequenas vesículas nos genitais ou anais que se tornam muito dolorosas, as quais cicatrizam em algumas semanas com ou sem tratamento. A primo-infecção herpética tem um período de incubação médio de seis dias. Em geral, é uma manifestação mais grave, caracterizada pelo surgimento de lesões eritematopapulosas, que rapidamente evoluem para vesículas sobre base eritematosa, muito dolorosa e de localização variável na região genital. O conteúdo dessas vesículas é geralmente citrino, raramente turvo. Sintomas: o quadro local na primo-infecção costuma ser bastante sintomático. Na maioria das vezes, sintomas gerais: febre, mal-estar, mialgia e disúria, com ou sem retenção urinária. Em especial, nas mulheres, pode simular um quadro de ITU baixa. A linfadenomegalia inguinal dolorosa bilateral está presente em 50% dos casos. Ocorrem recorrências das infecções Deve-se adotar a abstinência sexual enquanto as lesões estiverem presentes Mães com herpes podem transmitir para crianças REATIVAÇÃO DO HSV GENITAL Após a infecção genital primária, 90% dos pacientes desenvolvem novos episódios nos primeiros 12 meses porreativação viral. Essa reativação pode dever-se a quadro infecciosos, exposição a radiação UV, transmissão locais, menstruação, estresse físico ou emocional, ATB prolongada e/ou imunodeficiência INFECÇÕES PERINATAIS Herpes neonatal Lesões grande vesiculares; criança apresentava ainda encefalite por HSV-2; pode apresentar manifestações mucocutâneas Human papiloma vírus (HPV) O HPV é um vírus que infecta as muscosas genitias, tais como vulva, vagina, colo uterino, pênis e pele. Atualmente, o HPV é considerado um “fator necessário” para a presença do câncer de colo uterino – presente em 99% das mulheres com essa doença. Existem mais de 100 tipos de HPV, sendo que 35-40 são infectantes do homem Subgrupos de HPVs mais relacionado ao câncer e ao condiloma: condiloma – tipos 6 e 11 Câncer de colo uterino – tipos 16 e 18 Condiloma Agente: papiloa vírus humano (HPV) 27 Transmissão: via sexual Manifestação clássica: pelo dolorosa, pequenas verrugas rugosas nas zonas genitais, anais ou garganta • Mulheres: na vulva, períneo, vagina, colo uterino, havendo, quase sempre, concomitância de corrimento vaginal • Homens: na glande, prepúcio e a bolsa testicular Cerca de 5% das pessoas infectadas pelo HPV desenvolverá alguma forma de manifestação Lesões clínica-HPV • Verrugas – condilomas acuminados e popularmente chamdas de “crista de galo”. Nas mulheres, podem aparecer no colo uterino, vagina, vulva, região pubiana, perineal e ânus Em homens podem surgir no pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana, perineal e ânus. Em ambos os sexos podem aparecer na boca e garganta Infecções subclínica-HPV Não são visíveis a olho nu, podem ser encontradas nos memos locais e não apresentara nenhum sintoma ou sinal (perigosas – pois são despercebidas). No colo do útero: chamadas de lesão intra-epitelial de baixo grau/neoplasia intraepitelial cervical grau I (NIC I), que refletem apenas a presença do vírus. Lesões intra epiteliais de alto grau/neoplasia intraepitelial cervical grau II ou III (NIC II ou NIC III), que são lesões precursoras do câncer de colo de útero. Infecção pelo HPV Associação com câncer, o potencial para recorrências e a transmissão sexual – IMPORTÂNCIA DO PAPANICOLAU. Deve-se encorajar pacientes a se examinar e procurar tratamento precoce, se lesões forem observadas. HUMAN PAPILOMA VÍRUS (HPV) Pico de infecção: 20-25 anos 70% das mulheres sexualmente ativas se infectarão com algum tipo e HPV em sua vida. Vacina quadrivalente contra HPV: uma vacina quadrivalente contra HPV. Tipos 6, 11, 16 e 18. São 3 doses. Homens também deveriam tomar (parar transmissão) Gonorreia e infecção por clamídia IST são causadas por bactérias (Neisseira gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, respectivamente). Na maioria das vezes estão associados, causando a infecção que atinge órgãos genitais, garganta e olhos). Os sintomas causados por essas bactérias também podem ser provocados por outras bactérias menos frequentes, como Ureaplasmas e Mycoplasmas. Gonorreia e infecção por clamídia Os sintomas mais frequentes causados por essas infecção são, na mulher, corrimento vaginal com dor no baixo ventre na mulher, e nos homens, corrimento no pênis e dor ao urinar. No entanto, é muito comum que as infecções causadas por essas bactérias sejam assintomáticas na maioria dos casos. A falta de sintoas leva as mulheres a não procurarem tratamento para essas infecções, as quais podem se agravar e evoluir para doeça inflamatória élvica (DIP), que pode lear a infertilidade (ou dificuldade em engravidar), dor durante relações sexuais, gravidez nas trompas, etc. Conjuntivite neonatal – há a possibilidade de transmissão dessas infecções no parto vaginal e a criança pode nascer com conjuntivite, que pode levar a cegueira caso não seja tratada adequadamente. Deve- 28 se aplicar colírio nos olhos do recém-nascido na primeira hora após o nascimento, para prevenir a conjuntivite neonatal. Além disso, a infecção pode atingir órgãos internos, com aumento da gravidade do quadro. Linfogranuloma venéreo (LGV) É uma infecção crônica causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que atinge órgãos genitias e os gânglios da virilha. É popularmente chamada de “mula”. Feridas nos órgãos genitias e outros (pênis, vagina, colo do útro, anus e boca), as quais, muitas vezes, não são percebidas e desaparecem sem tratamento. Entre uma a seis semanas após a ferida inicial, surge um inchaço doloroso (caroço ou íngua) na virilha, que, se não for tratado, rompe-se, com saída de pus. Pode haver sintomas por todo o corpo, como dores nas articulações, febre, mal-estar. Quando não tratada adequadamente, a infecção pode agravar-se, causando elefantíase (acúmulo de linfa no pênis, escroto e vulva). “ICEBERG” DAS ISTs Infecções sexualmente transmissíveis-IST Tratamento da maioria das IST bacterianas: mais tranquilas, tratamento com ATB O melhor é prevenir com uso de camisinha e evitar a troca excessiva de parceiros sexuais. Tratamento da maioria das IST virais não exista. Por exemplo, o tratamento da herpes tem por objetivo diminuir as manifestações da doença ou aumentar o intervalo entre as crises, mas não crua. 29 Ocorre comumente em mulheres (uretra mais curta) Aspectos anatômicos: As vias urinárias estão divididas em duas grandes partes: • Superior: rins, pelves renais e ureteres. • Inferior: bexiga e uretra Fatores de proteção: • Mucosa: é uma barreira efetiva contra a invasão bacteriana • Osmolaridade extrema: ureia (antiséptico), ph mais ácido e íons. • Fluxo urinário: remove os microrganismos A quebra desses fatores de proteção leva à instalação da doença. Infecções do trato urinário (ITU) É a invasão microbiana de qualquer tecido do trato urinário, da uretra até o rim • Classificação das ITUs: Alta: acometimento de rins. Mais graves, geralmente de origem ascendente. Baixa: bexiga, uretra, próstata e epidídimo (exclui infecções vaginais e IST) • Origem das infecções do trato urinário superior: ITUs altas podem ser ascendentes, quando possui origem na bexiga e ascende pelos ureteres até os rins. Exemplo: pielonefrite crônicas, infecções da pélvis renal (pielites) crônicas. As ITUs altas podem resultar da disseminação hematogênica das bactérias no interior do glomérulo e córtex renal em pacientes com sepse. Exemplo: pielonefrites agudas e abcessos microfocais – menos frequentes. • Sinais e sintomas clínicos: ITU baixa: disúria, polaciúria (aumento da frequência miccional, com diminuição do volume urinário), urgência, dor suprapúbica e hematúria. ITU alta: sintomas de ITU baixa, febre, calafrios, dor nas costas (flancos), náuseas e vômitos. • Fatores predisponentes: o fluxo urinário comprometido é a condição mais comum. Obstruções mecânicas – cálculo renal, refluxo vesicouretral, obstrução do colo da bexiga, estrangulamento da uretra, hipertrofia prostática e cateterismo uretral. A expansão do útero na gravidez causa redução na capacidade de bexiga e pressão sobre os ureteres (além disso, o pH e osmolaridade da urina se alteram). Lesões na coluna vertebral. Colonização da região vaginal por uropatógenos da microbiota intestinal (higiene inadequada) e migração para a uretra e bexiga. Atividade sexual, uso de contraceptivos com espermicida (alteração do pH e facilitação da colonização), aumento da glicose em diabéticos. • Complicações de infecções urinária inferiores: Homens – disseminação para a próstata (prostatite) Mulheres – disseminação para uretra (síndrome uretral aguda). • Prevalência das ITUs É alta em mulheres sexualmente ativas e em crianças. <1 ano – mais frequente emmeninos. Malformações urinárias congênitas >1 ano – meninas Baixa frequência em homens, devido ao maior comprimento em uretra e atividade bactericida do fluído prostático. No sexo masculino, deve sempre ser investigada. • Pacientes com alto risco de ITU Diabéticos (alta concentração de glicose) Grávidas (expansão do útero causa redução da capacidade da bexiga e uma pressão sob os ureteres) Mulheres idosas 20% (esvaziamento insuficiente a bexiga devido a prolapso uterino e diminuição dos níveis de estrógeno) Homens idosos 10% - uropatias obstrutivas da próstata Principais uropatógenos • Escherichia coli (>85% comunitárias e 50% hospitalares) • Staphylococcus saprophyticus • Klebsiella spp, Serratia spp, Enterobacter spp • Proteus mirabilis • Staphylococcus aureus • Pseudomonas aeruginosa • Acinetobacter baumannii • Enterococcus faecalis, etc. 30 Escherichia coli É a maior causadora, mais comum em casos “normais”, é a primeira hipótese (caso o resultado do exame seja negativo para E. coli e não melhorar, deve-se pensar em outras condições) Fatores de virulência: • Adesinas: permitem a adesão e invasão bacteriana nas células. Fíbria tipo 1 – 90% das E. coli; fímbria P – em 70% das E. coli causadores de pielonefrites Exames para diagnóstico laboratorial de ITU Parcial de urina (Fita): • Nitritos: transformação de nitrato em nitrito é feito por bacilos gram-negativos (o excesso de vitamina C pode levar a um resultado falso negativo). • Hemoglobina: variável de paciente para paciente • Leucocitúria: esterase leucocitária – presença de leucócitos na urina indica infecção. • Células epiteliais: representa contaminação da amostra. Bacterioscopia de Gram de urina não centrifugada (Sedimento corado) BGN, CGP (coco gram positivo), BGP Interpretação da urocultura Associar sintomas (bacteriúria sintomática e assintomática): - Tradicional: >100.000 UFC/ml -Mulheres com disúria e polaciúria: frequentemente crescimento <100.000 UFC/ml -Variações na determinação da quantidade de microrganismos em pacientes com cateterismo vesical, sob antibioticoterapia, imunodeprimido. -Síndrome uretral – presença de disúria e polaciúria com cultura negativa = clamídia *urocultura negativa (<100.000): tratar ou não baseado nos sintomas e outros exames. Microbiota do trato urinário Estafilococos coagulases-negativos, bacilos difteróides, escherida coli e outros coliformes, lactobacillus spp, estreptococos afa-hemolíticos, bacilus spp. Microbiota = Contagem baixa de várias espécies. Orientações gerais da coleta de urina Cateterizarão pode introduzir bactérias na bexiga Suspeita de BAAR: 1ª urina da manhã, 3am (dias consecutivos): bacterioscopia pode ser falsamente negativa, por isso recomenda-se sempre fazer cultura/biologia molecular. Exames para diagnóstico laboratorial de ITU Amostras: • Jato intermediário (ou médio) • Saco coletor • Aspiração supra púbica • Cateterizarão uretral (demora) Urocultura: Urina coletada por micção normal (casos normais) Pacientes devem lavar e secar bem as mãos. Higiene adequada da região genital com água e sabão. Enxaguar e secar bem os genitais externos. Deve-se desprezar o primeiro e o último jato (aproximadamente 2 segundos de micção). Amostra de qualquer jato – obstida de crianças com auxílio do saco coletor. Realizar a higiene prévia. Trocar o coletor a cada 45 minuto-60minutos. Evitar a contaminação fecal. Amostra utilizada por pacientes que não conseguem reter a urina. Urina de paciente com sonda vesical (hospitalar) Amostra não é ideal (contaminantes). Pinçar a cânua do coletor, realizar a desinfecção com álcool 70%. Com a seringa e agulha, puncionar e retirar até 10ml de urina. Colocar a amostra em frasco estéril. Urocultura – urina coletada por punção suprapúbica Pouco utilizada, indicada em crianças <2 anos. Colhida por punção diretamente pela bexiga. Evita contaminação. Recomendada para a detecção de 31 infecções por anaeróbicos, fungos e nos casos de repetição de exames com interpretação duvidosa. Cuidados importantes Semeadura em 30 minutos ou refrigerar a 4º, com máximo de 24 horas. 1ª urina da manhã ou depois de transcorridas 2 a 3 horas antes da última micção Não coletar urina da bolsa coletora de pacientes cateterizados com sistema de drenagem fechada. Não realizar cultura de ponta de sonda vesical. Estudo de caso O resultado da urocultura de uma gestante assintomática indicou o crescimento de Steptococcus agalactiae 5x104 UFC/ml, sensível a penicilina. Você recomendaria o tratamento? Justifique No exame de urina não havia alterações, apenas 60.000 células epiteliais por mL. Deve ser tratado, erradicar as bactérias e evitar a colonização do feto (o que pode provocar meningite) Palavras-chave: Feto, colonização, infeção, erradicação, meningite, sepse, neonato, contaminação. Além disso: Infecções de repetição? Relação sexual? Pacientes utilizando sonda vesical com bacteriúria e assintomáticos leves? Utilizar ATB efetivos, que evitem a criação de resistência bacteriana, levando a um quadro mais grave. 32 É uma inflamação aguda da arcacnoide, pia-máter e líquor, estendendo pelo espaço sub-aracnóide e no encéfalo (inflamação das meninges). Caso a inflamação seja no parênquima: encefalite. Caso sejam ambas: meningeoencefalite. É causada por bactérias, vírus e fungos. Doença grave, com alta taxa de mortalidade e sequelas. A meningite aguda é a infecção aguda mais comum do SNC. Possui etiologia diversa: • Vírus: Herpes simples (HSV), Varicela Zoster (VVZ) e enterovírus (90%). Mais comuns no verão. • Fungos: cryptococcus neoforans • Bactérias: mais frequentes no inverno. *virais são pouco mais comuns que as bacterianas. Também são mais brandas Vias de invasão ao SNC Principais: hematogênica e nervos (característica de infecções virais por herpes simples, varicela zoster e raiva). Menos frequentes: infecções de ouvido ou dos seios paranasais, lesão local, defeitos congênitos e trato olfativo. Sinais e sintomas • Aguda, fulminante ou subaguda • Tríade: febre, cefaleia e rigidez na nuca (44% dos casos). Febre é o sinal mais comum • Queda do nível de consciência • Náuseas, vômitos e fotofobia • Crises epilética – 20 a 40 • 95% apresentam pelo menos dois sintomas: febre. Cefaleia, rigidez na nuca e alteração no estado mental. Suspeita de meningite 1. Solicitar hemograma (via hematogênica é a principal) – alteração: leucocitose e desvio nuclear a esquerda. 2. Solicitar exames de imagem, se necessário 3. Realizar exame de líquor (cultura, citologia e bioquímica) – sempre necessário 4. Iniciar ATB empírica *nunca substituir hemograma por líquor Meningite bacteriana *Dois extremos de idade, relacionados a imunodeficiência - Vacina contra h. influenzae tipo B (HIB): importante queda no número de casos Meningite bacteriana: importante risco de vida, são mais graves e menos comuns do que a viral. Hoje, Streptococcus e Neisseria meningitidis são os principais agentes etiológicos. • Bacilos gram-negativos: incidência duplicada – em procedimentos neurocirúrgicos. • Estafilococos coagulase negativo: 3% de incidência em procedimentos neurocirúrgicos • Listéria monocitogenes (cocobailo/bacilo gram postivo): aumento de 8 a 10x e nível hospitalar – imunossupressão. 33 Patogenia: ocorre quando fatores de virulência se sobrepõe ao mecanismo de defesa. Ocorre a colonização e adesão a mucosa, com consequente invasão. Segundo, no espaço intravascular, a bactéria com sua cápsula polissacarídica foge da resposta imune. Terceiro,para atingir o SNC, as bactérias utilizam os pili para cruzar a barreira hematoencefálica. No líquor, a proliferação bacteriana é favorecida devido à quase ausência de sistema imune. Os componentes da superfície bacteriana (peptideoglicano + ácido teicóioco S. pneumoniae e LPS do H. influenzae) – resposta inflamatória no SNC e rompimento da barreira hematoencefálica. Quadro clínico: agitação, irritabilidade, fotofobia, anorexia, mialgia, artralgia, taquicardia, hipotensão, rash cutâneo patequial ou púrpura, edema de papila. • <2 anos: faixa etária mais acometida, sinais meníngeos costumam estar ausentes • <3 meses: quadro inespecífico. Porém, pode ser observado abaulamento de fontanela, convulsões e rigidez nucal. Meningite neonatal Maior parte ocorre por transmissões verticais (trato genito-urinário, períneo) ou procedimentos no neonato feitos com higienização inadequada (E. coli). Possuem condições imunológicas imaturas. Agentes S. agalactiae e E. coli (estreptococos e B-hemolítiocos do grupo B) – infecções hospitalares e mães colonizadas e/ou infectadas. Em muitos casos, causa sequelas neurológicas permanentes. Paralisia cerebral ou de nervos cranianos, epilepsia, retardo mental ou hidrocefalia. Diagnóstico clínico difícil: sinais inespecíficos – febre, recusa alimentar, vômitos, desconforto respiratório e diarreia. Quadro clínico – meningites • <1 anos – quadro inespecífico • Criança – quadro clássico (tríade) • 25% dos pacientes – assintomáticos - o quadro clínico depende da idade, do agente e da imunidade do paciente. Meningite bacteriana aguda Quadro clínico: punção liquórica, TC crâneo/oftalmoscopia, culturas (identificação das bactérias). • N. Meningiditis – diplococo gram negativo • Streptococcus pneumoniae – coco gram positivo • Haemophilus influenzae tipo B (Hib) – BGN – cocobacilos gram variáveis • Listeria monocytogenes – cocobacilo gram positivo Tratamento: evitar atraso no ATB empírico, espectro adequado, epidemiologia de acordo com a idade/local/história clínica, uso de drogas bactericidas, drogas que penetram no SNC (atravessam a barreira hematoencefálica). Meningite meningocócica Provocada por diplococo gram positivo (Neisseira meningiditis). Coloniza a nasofarginge de pessoas sadias (situação transitória – não é microbiota). A bactéria causa doença em menos de 1% dos casos. É a causa mais comum de meningite adquirida na comunidade e adultos (surtos). Possui rápida progressão para doença potencialmente fatal (100% fatal em casos não tratado – 10% em rapidamente tratados). Tempo entre início da doença e tratamento efetivo é o que determina a letalidade. Acomete todas as faixas etárias, com picos entre menores de um ano e adolescentes. A maior incidência é entre menor de 5 anos, principalmente lactentes (3 a 12 meses). Contatos íntimos com pessoas infectadas possuem maior susceptibilidade. Neisseria meningiditis: apresentam cápsula espessa de polissacarídeos. São subdividas em sorogrupos (de acordo com a cápsula) e sorotipos (membrana celular). É uma doença de notificação compulsória. • Patogenia: disseminação sistêmica, toxemia (liberação de endotoxinas, presentes na membrana externa. A bactéria produz fragmentos de membrana em grande quantidade e libera no espaço extracelular. A lesão vascular difusa (inflamação das paredes dos vasos, coagulação vascular disseminada) é atribuída à endotoxina). Meningococemia Sepse com ou sem meningite (liquor normal, cultura alterada). Altamente fatal. Ocorre a trombose de pequenos vasos e comprometimento de múltiplos vasos. Pode ocorrer antes mesmo do microrganismo atingir o SNC, a bacteremia leva a choque séptico antes disso. 34 • Características: incubação de 2-10 dias, pode levar a óbito em 24 horas, tem como reservatório o doente ou o portador (colonização temporária), via de transmissão á aérea (gotículas), período de transmissão é geralmente interrompido após 24h do início da ATB eficaz, o paciente deve ser isolado no hospital. • Tratamento e profilaxia: tratamento imediato, mesmo em suspeitas, ATB via endovenosa (penicilina, cefalosporina 3ª geração – ceftriaxona), medidas de suporte (UTI). 5-10% dos tratados podem vir a óbito e cerca de 10% ficam com sequelas (surdez, cegueira, labirintite ossificante, retardo neuropsicomotor). • Quimioprofilaxia: nas primeiras 24h do caso meningite meningocócica. Ocorre quando contactantes estão no mesmo ambiente, contato de creches, contato prolongado ou secreções orais, profissional que teve contado com secreções do paciente – tratar com rifampicina 300mg, 12 em 12h por 02 dias. • Patogenia e imunidade: O prognóstico depende: 1. Capacidade da bactéria de colonizar a nasofaringe, 2. Presença de AC específicos (uso de vacinas) • Vacinas: São dirigidas contra Ag da cápsula e confere proteção por 3 anos. Oferecem proteção parcial – dificuldade de vacinas eficientes para alguns sorotipos. Bivalente (A e C) e tetravalentes (A, C, Y e w135). • Prevenção: depois de 2010, foram incluídas anti- meningococo C e anti-pneumocócica no calendário oficial vacinal. Desde 1997 – hemophilus influenza sorotipo B. Houve um decréscimo no número de casos, principalmente em lactentes. Meningite viral É de maior prevalência e melhor prognóstico (mais leve, menos sequelas e mais lenta). Sintomas: cefaleia, febre, síndrome viral e meningismo). Agentes: enterovírus (80-90%). São mais comuns no verão e início do outono. A transmissão e tipicamente fecal-oral, o período de incubação é de 3-6 dias. Diagnóstico: quadro clínico e coleta de líquor. Outros agentes: Cryptococcus neoformans, Treponea pallidum. Diagnóstico: sinais inespecíficos. TC crânio/RNM, punção liquórica. Meningites virais e fúngicas Meningite tuberculosa Normalmente ocorre pela infecção prévia em outro lugar (TB miliar – vários órgãos), são associadas à pacientes imunossuprimidos (ex: HIV. Apresenta um início gradual durante algumas semanas. HIV – infecções no SNC Paciente de risco, estão expostos a diversas patologias: • Toxoplasmose • Criptococose • Neurotuberculose • Neurosífilis • Bacteriana clássica • Viral 35 Taxonomia Ordem Acitonoycetailis, Família Mycobacteriaceae, gênero Mycobacterium. Importância na saúde • Agentes etiológicos de tuberculose humana e bovina. Tuberculose: associada com o aumento de infecções por HIV. • Agente etiológico da hanseníase. • Agente de doenças disseminas em imunocomprometidos. Micobactérias Grande numero de espécies, principais patógenos em humanos: Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae. M bovis e M avium estão relacionados com imunocomprometidos Características gerais: bacilo imóvel, aeróbias estritas, isolados ou em gruos, intracelular, parede celular (com camada de peptideoglicano – ácido micólico e lipídios). As cadeias de peptídeos presentes na camada externa da parede celular são antígenos mais importantes que estimulam a resposta imune celular. Propriedades intrínsecas: resistentes às colorações usuais (ex: Gram), resistente a ATB, ácidos e desinfetantes (bacilos álcool-ácidos resistentes – BAAR). Resistencia ao dessecamento. Tempo de crescimento é lento e está relacionado ao quadro clínico da tuberculose e hanseníase. São intracelulares facultativos, proliferam-se no interior de macrófagos. Não possuem fatores de virulência importantes. Os danos tissulares são decorrentes da resposta do hospedeiro à infecção e aos antígenos das micobactérias. Coloração de BAAR Esfregaço corado pela fucsina. As bactérias que retém a fuscina (BAAR), as outras permanecem em azul. Na suspeita de infecções causadas por micobactérias solicitar Bacteroscopia (pesquisa) de BAAR ou de Zielh- Neelsen. Cultura de BAAR Ocorre em meios
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