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Historia01

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2020 - 2022
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA GERAL
1. Introdução à História 
2. Idade Antiga
O Que é História? Como ela se divide? Do que ela se alimenta? Isso e muito mais no 
nosso primeiro módulo do História no BT!
Esta subárea é composta pelos módulos:
3www.biologiatotal.com.br
INTRODUÇÃO 
À HISTÓRIA GERAL
QUE HISTÓRIA É ESSA?
Primeiramente, temos que lembrar que a História que estudaremos aqui não é uma 
lista de fatos passados. Mais do que isso, o que aprenderemos é um método de análise 
social que faz um recorte temporal dos fatos históricos. Mas antes de seguirmos 
adiante, precisamos entender o que é fato histórico e o que significa recorte temporal. 
Vamos lá!
ORIGEM ETIMOLÓGICA DA PALAVRA HISTÓRIA
Uma forma de entendermos o que HISTÓRIA significa de fato, é aprendermos a origem 
etimológica dessa palavra, ou dito de outra forma, a origem da palavra História. 
Como várias outras palavras presentes na língua portuguesa, história tem origem no 
grego ἱστορία (historía), que significa investigar. Portanto, a história que estudamos 
nas escolas e universidades é uma ciência da investigação dos fatos passados.
Neste sentido, não é nenhum exagero 
considerarmos o historiador (aquela 
pessoa que realiza a pesquisa histórica) 
um detetive do tempo. Aliás, personagens 
da literatura e do cinema como o Dr Robert 
Langdon, do Código da Vinci, ou o próprio 
Sherlock Holmes, são ótimos exemplos 
de um historiador em ação. 
O Dr. Langdon investigando fatos históricos mais distantes no tempo, enquanto o 
Detetive Holmes investiga fatos recentes (criminosos), mas que se encontram no 
passado de qualquer maneira.
A HISTÓRIA DA HISTÓRIA
O começo dessa história científica e investigativa teve início com dois historiadores 
gregos. Mas embora eles sejam considerados pioneiros, os seus estilos e abordagens 
eram diferentes. Estamos nos referindo a Heródoto (chamado de “Pai da História”) e 
Tucídides. 
A grande obra de Heródoto chamava-se Histórias. Logo no começo, Heródoto declara, 
entre outras coisas, que irá investigar as causas das hostilidades entre gregos e 
não-gregos. Para executar essa tarefa, Heródoto realiza muitas entrevistas e viagens. 
Não obstante, a intervenção dos deuses está presente a todo momento ao longo do livro.
O historiador é um detetive do passado
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al Diferentemente, Tucídides em sua obra História da Guerra do Peloponeso, exclui 
qualquer intervenção divina e ainda aplica critérios rigorosos e imparciais para elaborar 
seu livro, muito semelhantes àqueles aplicados pelos historiadores contemporâneos. 
Por esse motivo, Tucídides é chamado por alguns de “Pai da História Científica”.
Tucídides, ao contrário de 
Heródoto, não mencionou 
a intervenção dos deuses 
na História
CONSTRUINDO A HISTÓRIA
Veremos agora de que maneira os historiadores constroem o conhecimento histórico. 
Assim como os detetives, os historiadores investigam alguma problemática para a qual 
buscam uma solução através de pistas. 
Para facilitar a compreensão, elencamos abaixo o passo a passo do trabalho de um 
historiador:
1. Identificação de um problema histórico;
2. Elaboração de uma ou mais hipóteses a partir desse problema;
3. Busca das fontes históricas que lidam com o problema;
4. Leitura e revisão da literatura existente sobre o problema;
5. Teste das hipóteses contra as informações advindas das fontes históricas e da 
literatura existente;
6. Escrita e divulgação dos resultados da pesquisa.
Basicamente, essa é a forma pela qual os historiadores realizam o seu trabalho. Por 
vezes, são necessárias entrevistas e, nesse caso, elas entram no passo 2, como fonte 
primária.
Sobre as fontes históricas podemos afirmar que elas se dividem em fontes primárias e 
fontes secundárias. As primeiras trazem informação de primeira mão sobre o problema 
que se quer pesquisar. As segundas, são a literatura existente sobre o problema.
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alAté mesmo as fontes primárias possuem divisões. Elas podem ser materiais e imateriais. 
Por exemplo:
 f Fontes materiais: roupas, acessórios, documentos, objetos pessoais, utensílios, 
fotos, notícias de jornal etc.
 f Fontes imateriais: danças, relatos, músicas, canções, crenças etc.
A capoeira é um exemplo de fonte imaterial
AS CINCO PERGUNTAS DO HISTORIADOR
Costuma-se dizer que ao tentar resolver ou até mesmo elaborar um problema histórico, 
o historiador procura responder cinco perguntas:
 f Quando
 f Onde
 f Como
 f Por que
 f Quem
A partir disso, podemos criar um exemplo ilustrativo. Tomemos como exemplo um fato 
histórico passado: a abolição da escravidão.
Como ela fez parte de um longo período é necessário um recorte temporal. Digamos 
que queremos analisar o movimento abolicionista, que se inicia em 1880. Dessa forma 
nosso recorte é 1880-1888, pois nesse último ano ocorreu a abolição da escravatura.
Então, procuramos dentro disso um problema histórico. Normalmente, esse problema 
é fruto de alguma questão do tempo presente a qual buscamos resposta no passado. 
Podemos citar o fato de o movimento negro questionar o papel da Princesa Isabel na 
abolição.
Nessa altura, podemos aplicar as cinco perguntas para elaborar a nossa problemática e 
definir o caminho que a pesquisa irá tomar.
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al DIVISÕES E PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA
Assim como várias outras ciências, a História também possui as suas divisões que servem 
simplesmente para facilitar e organizar o seu estudo. Do ponto de vista brasileiro, esta 
divisão se dá entre: História Geral, também chamada de História Mundial, e História 
do Brasil.
E dentro de cada uma existem subdivisões. No caso da História do Brasil, divide-se 
em 3 períodos: Colônia, Império e República. Cada um correspondendo ao modelo de 
Estado vigente na época estudada. Quanto a História Geral, ela é dividida em: Pré-
História, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. O começo 
de cada período desses é marcado por um grande acontecimento.
A linha do tempo acima apresenta uma periodização da história humana. Não é o único 
modelo que existe, mas é o mais utilizado para fins de estudo. Forneceremos a seguir 
uma breve caracterização de cada um desses períodos, lembrando que o marco histórico 
de cada um está assinalado na própria linha do tempo.
 f Pré-história - Esse período engloba o surgimento dos primeiros hominídeos até 
o desenvolvimento dos primeiros sistemas de escrita. Dentro da Pré-história existem 
subdivisões, como o paleolítico e o neolítico.
 f Idade Antiga - Os historiadores consideram que o sistema de escrita mais antigo 
que se tem conhecimento foi a escrita cuneiforme, que surgiu na Mesopotâmia 
entre 4.000 e 3.500 a.C. É neste período também que se desenvolveram as grandes 
civilizações da humanidade, tanto na África, quanto no Ocidente e na Ásia. Podemos 
citar como exemplo, os egípcios, cuxitas, persas, chineses, indianos, gregos e 
romanos.
 f Idade Média - A queda do Império Romano do Ocidente é o grande marco 
que assinala o início da Idade Média. Esta, foi caracterizada pela mescla da cultura 
germânica com a latina. Ocorreu também, a nível da Europa, uma ruralização da 
economia bem como um crescimento do papel e influência da Igreja Católica na 
Europa ocidental. A nível do Oriente, temos o surgimento da Civilização Islâmica, 
que se expandiu desde a Arábia até o Norte da África, Península Ibérica, Europa 
Oriental e Ásia Central.
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al f Idade Moderna - Com a tomada da cidade de Constantinopla, capital do Império 
Bizantino, pelos Turcos Otomanos, tem início a Idade Moderna. Esta caracterizou-se 
pela formação dos Estados Nacionais na Europa, as doutrinas econômicas 
mercantilistas e as Grandes Navegações, que deslocaram o eixo comercial do 
mediterrâneo para o atlântico.Por outro lado, o poder da Igreja Católica na Europa 
sofreu um duro golpe com a Reforma Protestante, o que foi uma das razões que 
impulsionaram a empresa colonial nas Américas.
 f Idade Contemporânea - Este período, que vem até os dias atuais, é marcado pela 
Revolução Francesa, que mais do que derrubar o Antigo Regime na França, detonou 
uma onda de revoluções liberais ao redor do mundo, influenciando a independência 
das colônias europeias nas Américas. No entanto, é importante ressaltarmos 
também a importância da Revolução Americana em 1776 que, anterior à Francesa, 
foi inicialmente mais influente do que esta. De todo modo, a idade contemporânea 
é caracterizada pelo triunfo das ideias liberais e iluministas, que estão na base do 
moderno estado democrático de direito.
Evidentemente, existem outros pontos de vista e maneiras diferentes de se dividir o 
tempo histórico. Para os muçulmanos, por exemplo, o tempo é contado desde a Hégira, 
que foi a fuga do Profeta Mohamed e seus seguidores da cidade de Meca para Medina 
no ano 620 d.C. Por esse motivo, o calendário islâmico encontra-se no ano 1442 a.H. 
(ano da Hégira).
Do mesmo modo, judeus e chineses possuem maneiras diferentes de contar o tempo. O 
próprio sistema a que estamos acostumados, antes e depois de Cristo, é marcado pelo 
Cristianismo, o que de certa forma define o mundo ocidental. Por esse motivo, alguns 
historiadores, preocupados com o respeito às outras religiões e culturas, já que vivemos 
em um estado laico, têm preferido trabalhar com a divisão antes da Era Comum e 
depois da Era Comum.
Declaração de Independência dos Estados Unidos da América, assinada em 4 de Julho de 1776
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PRÉ-HISTÓRIA
Antes de iniciarmos esse 
estudo, é necessário 
desfazermos um equívoco 
presente no próprio título 
dessa aula - Pré-História. 
Literalmente, isso significa 
anterior à História. Nesse 
sentido, existiria realmente 
algo antes da História? 
Quando a História começou? 
Quem decidiu isso? Por que 
utilizamos esse termo?
Uma das milhares de pinturas rupestres em Tassili N’Ajjer, 
na Argélia. Elas foram consideradas Patrimônio Mundial 
pela UNESCO na década de 80 
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EXISTIRIA ALGO ANTES DA HISTÓRIA?
O que chamamos de Pré-História, é o período histórico que vai desde o surgimento 
dos primeiros hominídeos, cerca de 3,5 milhões de anos atrás, até o aparecimento do 
primeiro sistema de escrita conhecido entre os seres humanos, por volta do ano 4.000 
a.C. 
Neste sentido, vemos claramente que o que se está privilegiando como marco para 
o início da História é a invenção da escrita, embora outros historiadores também 
considerem o nascimento da metalurgia como um marco histórico. O problema desse 
critério é que ele pode gerar preconceitos, como a famigerada frase, hoje não mais 
levada a sério, de que povo sem escrita não tem história. 
Essa supervalorização da escrita como marco civilizacional fez com que muitos cientistas 
e pesquisadores europeus considerassem as sociedades tribais, que normalmente não 
possuem escrita, como agrupamentos humanos primitivos que haviam “parado no 
tempo”. 
Não obstante, essa denominação, Pré-História, já foi consagrada pelo tempo e é muito 
útil para fins didáticos, pois facilita o estudo e a compreensão da história da humanidade. 
Entretanto, é importante estarmos atentos para o que há por trás de todos os conceitos 
que utilizamos. 
A seguir colocamos um esquema de divisão do tempo em períodos históricos. O primeiro 
esquema mostra como os historiadores costumam dividir o tempo da história para fins 
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ria de estudo. Já o segundo mostra onde a Pré-História se localiza em relação à “História” 
propriamente dita.
A DIVISÃO DOS PERÍODOS DA HISTÓRIA
 
A PRÉ-HISTÓRIA EM RELAÇÃO À HISTÓRIA
 
 
PERÍODOS DA PRÉ-HISTÓRIA
 f Período Paleolítico (+/- 3.200.000 a.C. - 10.000 a.C.) - Também chamado de 
Idade da Pedra Lascada, este período ganha esse nome devido ao uso de utensílios 
feitos de pedra não trabalhada pelos primeiros hominídeos. Evidentemente, eles não 
Pré-História
Paleolítico 
3,2 milhões de 
anos- 10.000 a.C.
Neolítico 
10.000 a.C. - 
5.000 a.C.
Idade dos Metais 
5.000 a.C. - 4.000 a.C.
Hoje+/- 4000 a.C.3,5 milhões de anos atrás
Surgimento 
do Homem
Surgimento 
da Escrita
Dias 
Atuais
Pré-História História
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riausavam somente pedras, mas também ossos e madeira. É 
nesse período que ocorre a evolução da espécie humana e 
a descoberta do fogo. No Paleolítico, os hominídeos eram 
caçadores e coletores, isto é, viviam da caça de animais e 
coleta de alimentos. Além disso, devido a essa dinâmica de 
caça e coleta, eles também eram nômades, o que significa 
que não estavam fixados em um local específico. Pelo 
contrário, sempre se deslocavam em busca de alimentos. 
Por outro lado, não existiam classes sociais. Muito do que 
sabemos sobre a maneira que os humanos do Paleolítico 
viviam, é através inúmeras pinturas rupestres que foram 
encontradas, como a que se encontra ao lado:
 f Período Neolítico (+/- 10.000 a.C. - 5.000 a.C.) - Este período também é 
conhecido como Idade da Pedra Polida. Neste momento, os humanos produzem 
utensílios mais trabalhados, daí o nome pedra polida. Porém, o fato mais importante 
que marca esta fase da história humana foi a Revolução Agrícola, que está diretamente 
relacionado ao processo de sedentarização. Esta revolução significou o domínio da 
agricultura que possibilitou pela primeira vez, os humanos se fixarem em um mesmo 
lugar. Por outro lado, isso favoreceu também a criação de animais, utilizados para o 
abate, extração de leite e transporte. Em pouco tempo, a sedentarização fez surgir 
a propriedade privada. Por sua vez, a propriedade privada fez nascerem as classes 
sociais e as primeiras civilizações.
 f Idade dos Metais (5.000 a.C. - 4.000 a.C.) - Como se depreende pelo nome, 
o que caracteriza este período é o domínio pelos humanos da técnica de fundição 
de metais, descoberta pela primeira vez na África oriental. Assim como a própria 
Pré-História, a Idade dos Metais também se dividiu em três fases que são: idade do 
cobre, idade do bronze e idade do ferro. 
Associação de Mão e pontos. 
Caverna Pech Merle, Datado em 
aproximadamente 25.000 a.C
Gravuras rupestres de Nämforsen, Suécia. Datados de 5.000 a 4.000 a.C.
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Aliás, o domínio da forja de metais, ou seja, a metalurgia, como já mencionado, foi um 
grande marco na história dos seres humanos. Através dele foi possível construir armas 
e instrumentos agrícolas mais resistentes, possibilitando aos humanos a formação de 
impérios e a conquista da natureza.
 
ANOTAÇÕES
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2020 - 2022
IDADE ANTIGA
1. O Egito Antigo
2. As Civilizações da Mesopotâmia
3. Os Hebreus
4. Os Fenícios e os Persas
5. A Grécia Antiga
6. Roma Antiga
Do surgimento da Escrita na Suméria, até o auge do Império Romano. Aprenda sobre o 
primeiros povos e culturas da história humana!
Este módulo é composto pelas seguintes apostilas:
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O EGITO ANTIGO
ONDE FICA O EGITO?
O Egito localiza-se na região nordeste da África. 
Na Antiguidade, ele também fazia parte de 
uma área chamada de Crescente Fértil, que 
englobava além do Egito boa parte do que 
chamamos hoje de Oriente Médio.
Veja a imagem abaixo para entender melhor:
A propósito, nessa grande região em forma de arco chamada de Crescente Fértil, 
desenvolveram-se também as Civilizações da Mesopotâmia, que estudaremos mais 
adiante. A denominação fértil é devido à fertilidade das terras naquela região específica 
quando comparada com o entorno, árido e desértico.
Há milhares de anos os antigos egípcios já 
dominavam a técnica de navegação.
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o UM PRESENTE DO NILO
Nas palavras do historiador grego Heródoto, “o Egito é um presente do Nilo”. O que 
isto quer dizer é quese não fosse pelas águas do rio Nilo, o maior do mundo, e as 
cheias que ocorrem em tempos regulares, tornando fértil a terra em volta do rio, não 
teria sido possível o surgimento de uma civilização naquele local.
É por esta razão que foi justamente ao longo do rio Nilo que se estabeleceram os 
primeiros agrupamentos humanos sedentários chamados de nomos, desde pelo menos 
4.000 a.C. Cada nomo era independente, mas com o passar do tempo eles passaram a 
estabelecer relações entre si e até mesmo a se unificarem sob um mesmo governante, 
chamado de nomarca. 
Por volta do ano 3.100 a.C., a unificação dos nomos deu origem a dois reinos: o Alto 
Egito, mais ao sul; e o Baixo Egito, mais ao norte na região chamada de Delta do Nilo. 
Nessa mesma época, os dois reinos foram unificados sob o primeiro faraó, Menés I, 
dando início ao período pré-dinástico.
PERIODIZAÇÃO DO EGITO ANTIGO
Antes de adentrarmos nos detalhes da sociedade do antigo Egito, vamos aprender 
como se dividem os períodos da sua história. Para facilitar o entendimento, elaboramos 
a linha do tempo abaixo:
3.100 a.C. - 2750 a.C. (período pré-dinástico) / Período DInástico
Antigo Império
2750 - 2140 a.C.
Médio Império
1955 - 1785 a.C.
Novo Império
1550 - 1070 a.C.
Como vimos acima, a história do Egito Antigo divide-se em período pré-dinástico e 
dinástico. A seguir veremos uma descrição mais detalhada de cada período:
 f Período pré-dinástico - Tem início com a conquista do Baixo Egito por Menés, 
soberano do Alto Egito. Ele constrói a capital do seu reino unificado em Mênfis. 
Temos poucas informações sobre esta fase da história egípcia.
 f Período Dinástico
 » Antigo Império - Nesta fase, o poderio dos faraós é centralizado e são 
construídas boa parte dos monumentos que fizeram a fama do Egito, como as 
grandes pirâmides e a esfinge. O final deste período foi marcado por uma guerra 
civil entre nobres e faraós.
 » Médio Império - Esta fase se inicia com o restabelecimento do poder político 
pelo faraó Mentuhotep II. Nesse momento, ocorre um florescimento das artes e 
do comércio. O Médio Império é finalizado com a invasão dos hicsos, um povo 
asiático que já havia dominado o bronze e utilizava carros de guerra.
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o » Novo Império - Este foi o período de maior expansão do império egípcio, tanto 
para o norte, na direção do oriente médio, quanto para o sul, na região da Núbia. 
Foi um período também de grande prosperidade para o Egito no campo cultural e 
econômico. O final desta fase foi caracterizada pela invasão dos “povos do mar”, 
uma confederação de piratas de origem ainda incerta.
Evidentemente, a história do Egito Antigo continuou, mas não com o mesmo brilho. Após 
o Novo Império, o Egito foi declinando cada vez mais até ser invadido sucessivamente 
pelos assírios (670 a.C.), persas (525 a.C.), gregos (332 a.C.) e romanos. Estes anexaram 
o Egito como uma província romana no ano de 30 a.C.
O faraó Ramsés III resistindo à invasão dos povos do mar. 
ASPECTOS POLÍTICOS, ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS
 f Política - No aspecto político, o Egito era uma Teocracia. Isso significa que a 
fonte do poder vinha de Deus. Aliás, o Faraó era considerado como um Deus Vivo, 
e acreditava-se que era ele quem garantia a harmonia cósmica do Egito.
 f Economia - Alguns historiadores convencionaram chamar o modelo econômico 
das civilizações do Crescente Fértil de Modo de Produção Asiático, que tinha as 
seguintes características:
 » Propriedade estatal da terra
 » Servidão coletiva (todos trabalham 
para o Estado)
 » Agricultura às margens dos rios
 » Teocracia
 » Sociedade hierarquizada
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ANOTAÇÕES
 f Sociedade - Como mencionado acima, a sociedade egípcia era extremamente 
hierarquizada, o que significa dizer que não havia mobilidade social. A pirâmide a 
seguir traça um retrato preciso dessa sociedade.
 f Religião - Talvez esse seja o aspecto mais 
comentado do Egito antigo. Primeiramente, os 
egípcios eram politeístas, ou seja, acreditavam 
em vários deuses. Em segundo lugar, os deuses 
egípcios eram antropozoomórficos. Isto 
significa que seus deuses eram representados 
com formas humanas e animais. Mas um outro 
lado que muitos esquecem, é que os egípcios 
acreditavam em vida após a morte e também 
em um julgamento da alma dos mortos. O 
objetivo da mumificação era preservar os 
corpos para que a alma pudesse voltar a 
utilizá-los após a morte.
 f Cultura - Os antigos egípcios eram 
dotados de uma cultura avançada. Eles 
não somente desenvolveram uma forma de 
escrita peculiar, os hieróglifos, como também 
desenvolveram a literatura, teatro e filosofia. 
As máximas de ptahotep, escritas no Antigo 
Império, e que consistem numa série de conselhos de vida de um pai para seu filho, 
são um exemplo da profundidade e influência da sabedoria dos antigos egípcios.
Osíris era o deus egípcios que presidia o 
julgamento das almas dos mortos
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AS CIVILIZAÇÕES DA 
MESOPOTÂMIA
UMA TERRA ENTRE RIOS
Assim como o Egito Antigo, a Mesopotâmia fazia parte do chamado Crescente Fértil.
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ia A propósito, como se pode depreender pelo mapa, o nome Mesopotâmia significa 
literalmente “terra entre rios”. Neste caso eram os rios Tigre e Eufrates, que podem ser 
observados no mapa acima.
Por outro lado, nos tempos atuais essa mesma área da Mesopotâmia corresponde aos 
países do Iraque e Síria. Observe o mapa seguinte e compare com o anterior. 
Evidentemente, a área próxima a esses rios era extremamente fértil. E assim como ocorreu 
com as comunidades que se formaram ao longo do rio Nilo, também na mesopotâmia 
formaram-se cidades próximas aos rios Tigre e Eufrates. Mas no caso dessas cidades, 
elas eram cidades-estado, o que significa que cada cidade tinha autonomia e governo 
próprio.
Por outro lado, ao estudarmos a Mesopotâmia devemos ter sempre em mente que 
eram civilizações, no plural, e não uma civilização, no singular. Em outras palavras, 
a mesopotâmia foi habitada por vários povos na Antiguidade. Podemos citar como 
exemplo: sumérios, acádios, amoritas, assírios, caldeus etc. 
Vamos ver cada um desses povos em separado, começando pelos sumérios.
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iaOS SUMÉRIOS (4.000 - 2334 A.C)
Sem dúvida, os Sumérios foram um dos povos que 
mais se destacaram na Antiguidade. Eles habitavam 
a parte sul da Mesopotâmia e denominavam a si 
próprios de “os cabeças negras”, provavelmente devido à 
sua cor escura, semelhante à dos antigos egípcios. 
A eles coube o pioneirismo do primeiro sistema de 
escrita de que se tem notícia, a escrita cuneiforme, 
desenvolvida por volta de 3.200 a.C. Ela recebe essa 
denominação porque era feita com objetos em forma 
de cunha sobre superfícies de argila.
Outra invenção atribuída aos sumérios foi a roda, 
que permitiu que eles desenvolvessem carros 
de combate. Entretanto, este povo não chegou a 
construir um império. A suméria era antes nome de uma 
região da Mesopotâmia do que o nome de uma unidade 
político-administrativa. 
E dentro desta região, algumas cidades-estado se destacaram, como: Ur, Nippur, Uruk 
e Lagash. O governante de cada cidade-estado era chamado de Patesi. Todavia, a 
unificação das cidades da Mesopotâmia sob um mesmo governante só viria mais tarde 
com os acádios. 
OS ACÁDIOS (2334 - 2154 A.C.)
Primeiramente, é preciso entender que os acádios não eram um 
povo específico. Eles eram chamados assim em decorrência de 
sua cidade de origem, Acádia, que se localizava numa área mais 
ao norte da Suméria. 
O fato é que os Acadianos, liderados por Sargão, através 
de campanhas militares tanto ao norte quanto ao sul da 
Mesopotâmia, fundaram o primeiro Império da região, que por 
vezes é chamado de Império Acádio-Sumeriano, devido ao fato 
deles terem absorvido e sintetizado a cultura suméria.
Uma outra razão é queem textos posteriores, o soberano do 
império era descrito como Rei da Suméria e da Acádia. Por 
outro lado, descobertas recentes, dão conta de que a influência 
do Império Acádio-Sumeriano se estendeu para lugares tão 
distantes quanto a ilha de Chipre, no Mediterrâneo e o Egito 
Antigo. Mas apesar da sua grandeza, o Império teve curta 
duração e sucumbiu devido a revoltas e invasões estrangeiras.
Cabeça de Bronze de um líder 
Acadiano, Museu Nacional do 
Iraque, Bagdá. 
 Estátua de Governante Sumério, 
Museu do Louvre, Paris. 
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ia OS AMORITAS (2000 - 1750 A.C.)
Os amoritas eram um povo de origem 
semita que deu origem a outro grande 
império mesopotâmico, o Primeiro 
Império Babilônico, fundado pelo Rei 
Hamurabi por volta de 1763 a.C. Originário 
da dinastia da cidade-estado da Babilônia, 
Hamurabi além de submeter as outras 
cidades da Mesopotâmia, foi também o 
responsável por legar o primeiro código 
de leis escritas da história, conhecido 
como Código de Hamurabi.
O código de Hamurabi é seguramente um 
dos mais influentes códigos legislativos 
do mundo. Só para termos uma ideia, a 
Bíblia foi diretamente influenciada por 
ele. A famosa lei de talião (“olho por olho, 
dente por dente”) faz parte do código 
de Hamurabi, que entre outras coisas 
estabelecia uma noção de equivalência 
na aplicação da justiça. Mas como 
vários outros impérios da antiguidade, o 
babilônico terminou após uma série de 
Parte superior da pedra onde foi marcada o Código 
de Hamurabi, Museu do Louvre, Paris.
crises e invasões estrangeiras.
OS ASSÍRIOS (1300 - 612 A.C.)
Os assírios foram essencialmente um povo guerreiro, o período destacado (1300 - 612 
a.C.) corresponde ao momento em que os Assírios fundam o império e o expandem, até 
o seu posterior declínio. A existência dos assírios é mais antiga, e está ligada à cidade-
estado de Assur, numa região montanhosa ao norte da Mesopotâmia.
Inicialmente submetidos aos babilônios e outras potências regionais, os assírios 
souberam aproveitar a fartura de minério de ferro e madeira, para investirem no poderio 
militar. Após conquistarem a babilônia, os assírios expandiram o seu poderio para 
outras regiões e tornaram-se o maior império da Mesopotâmia, chegando até mesmo a 
dominar o Egito.
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OS CALDEUS (612 - 539 A.C.)
Com os Caldeus temos a formação do Segundo Império Babilônico. De origem semita, 
os caldeus derrotaram os assírios através de uma aliança com os medos. Eles fundaram 
um novo império cuja capital era a Babilônia. 
Aliás, com os Caldeus a Babilônia atinge o seu período de esplendor. Tudo isso 
graças à iniciativa do Imperador Nabucodonosor II (605 - 563 a.C.), que fez tudo para 
transformar a Babilônia em um centro artístico, cultural e comercial da Mesopotâmia. 
Extensão máxima do Império Assírio, nas cores verdes. 
Os Jardins Suspensos da Babilônia” de Ferdinand Knab, 1886.
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ia Nabucodonosor também promoveu a expansão territorial do Império e, nesse 
movimento, invadiu o reino hebreu de Judá e conquistou Jerusalém, trazendo consigo 
os hebreus para serem escravos na Babilônia. A propósito, é nessa época que são 
compostos muitos dos salmos bíblicos
Mas o Segundo Império Babilônico durou pouco tempo. Os Caldeus foram derrotados 
em batalha pelas tropas persas comandadas pelo imperador Ciro II, que em 539 a.C. 
invadiu e conquistou a Babilônia, libertando nesse processo os hebreus.
A SOCIEDADE MESOPOTÂMICA
 
Escravizados
Rei
Sacerdotes
Militares
Artesãos
Camponeses
Apesar da sociedade mesopotâmica ter se constituído, desde o seu princípio, em vários 
povos, cada um com a sua identidade e cultura particular, nós podemos atribuir a eles 
algumas características em comum. Uma delas é a forma como as suas sociedades 
eram divididas e organizadas.
Na base da pirâmide, os escravos, que ao contrário do que se pode imaginar, não eram 
numerosos. A escravidão era um status temporário que poderia advir de alguém que 
contraiu dívidas, um criminoso ou então prisioneiros de guerra. O grosso da sociedade 
eram os camponeses, principalmente devido à agricultura ser a base da economia. 
Os artesãos e militares estavam em quantidade equivalente, logo acima dos camponeses 
em importância social, mas abaixo dos sacerdotes. Estes, eram importantíssimos por 
cuidarem do aspecto religioso, fundamental em qualquer sociedade teocrática. No 
topo da pirâmide, evidentemente, estava o rei.
Pirâmide que representa a divisão social nas 
sociedades mesopotâmicas da Antiguidade
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iaÉ importante lembrarmos que neste tipo de sociedade havia uma forte imobilidade 
social. Isto significa que era praticamente impossível alguém avançar até uma condição 
social mais alta e valorizada. 
ECONOMIA DAS CIVILIZAÇÕES DA MESOPOTÂMIA
Assim como o Egito Antigo, as civilizações mesopotâmicas estão incluídas no que se 
chama Modo de Produção Asiático. Para facilitar o aprendizado, segue abaixo uma 
pequena lista com as características econômicas daquelas civilizações.
 f Baseava-se na agricultura.
 f Agricultura farta promovida pela irrigação das águas dos Rios Tigre e Eufrates.
 f Excedentes agrícolas eram comercializados com outros povos.
 f A prática do pastoreio era uma segunda atividade econômica.
A CULTURA DAS SOCIEDADES MESOPOTÂMICAS
 
Pintura na Tumba de Sennedjem. 
Representa a agricultura na antiguidade 
oriental.
Desenho de um Zigurate
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ia Quanto à cultura das sociedades da região na Antiguidade, podemos listar as seguintes 
características principais:
 f Acreditavam que a posição dos astros no céu influenciava o comportamento 
dos seres humanos na terra.
 f Criação de Zigurates.
 f Dividiam o dia em 24 horas e a hora em 60 minutos.
 f Não tinham crença na vida após a morte.
 f Arquitetura: construção de templos, palácios e torres.
ANOTAÇÕES
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OS HEBREUS
Sinagoga Beth Alpha em Israel do século VI. O que está sendo retratado é 
o sacrifício de Isaac.
Certamente, o povo hebreu é um dos mais conhecidos da Antiguidade. Seja por causa 
de várias novelas, filmes, animações e séries produzidas, ou por causa da larga influência 
deixada pela sua religião, o judaísmo, em outros sistemas religiosos. Sem dúvida, os 
hebreus deixaram a sua marca indelével na cultura ocidental. Mas como foi o princípio 
da história desse povo? Vamos descobrir agora.
ORIGENS DO POVO HEBREU
Segundo o relato que se encontra no Antigo Testamento, no Livro de Gênesis, Abraão 
descendia de Sem (daí a designação de semitas aos descendentes de Abraão), filho de 
Noé, e era originário de Ur, cidade-estado da Mesopotâmia que pertencia aos caldeus 
na época. Portanto, apesar de tratados em separado, os hebreus eram mais um dos 
povos do Crescente Fértil, assim como os Assírios e Sumérios.
Abraão viveu em algum momento entre os anos 2.000 e 1.500 a.C., se levarmos em 
conta os relatos bíblicos, que infelizmente são a única fonte para aprendermos sobre a 
vida do patriarca, se não levarmos em consideração as fontes islâmicas que datam, não 
obstante, do período medieval.
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us De todo modo, Abraão é considerado o ancestral de todo o povo hebreu, mas também do 
povo árabe. Um dos seus filhos, Isaac, teria sido ancestral direito dos judeus, enquanto 
seu primogênito, Ismael, seria ancestral dos árabes.
LINHA DO TEMPO DA HISTÓRIA DOS HEBREUS
Trataremos a seguir de cada período desses com mais especificidade.
PERÍODO DOS PATRIARCAS (2000 a.C. - 1200 a.C.) - Abraão 
deixa a cidade de Ur na Mesopotâmia e se estabelece com sua 
família em Canaã às margens do Rio Jordão. Esta região é onde 
hoje se localiza a Palestina e Israel. Em relaçãoà organização 
econômica, os hebreus são seminômades. Isto significa dizer 
que eles se dedicavam tanto à atividade de pastoreio (cabras 
e ovelhas) quanto ao comércio e agricultura (desenvolvida 
após sua fixação em Canaã. Socialmente, os hebreus eram 
um povo clânico e patriarcal, isto é, as unidades familiares 
eram lideradas pelo homem mais velho da família, que também 
assumia a liderança religiosa. Por sua vez, estas unidades 
familiares encontravam-se ligadas por um ancestral comum.
É neste período também que os hebreus teriam sido 
escravos no Egito, provavelmente durante o reinado do 
faraó Merneptah. Aceita-se em geral este relato, mas não 
existem provas históricas ou arqueológicas contundentes 
nem em relação à existência de Abraão, nem em relação ao 
período de escravidão dos hebreus no Egito. Não obstante, 
a referência mais antiga a Israel (enquanto tribo) fora da 
Bíblia encontra-se numa estela (pedra com inscrições), 
datada de cerca de 1.200 a.C, que relata as vitórias militares 
do faraó Merneptah contra seus inimigos. A terra de Canaã 
era controlada pelo Egito, e a estela menciona a vitória dos 
egípcios sobre algumas tribos da região, entre elas, Israel.
Por sua vez, o texto bíblico relata um período de séculos de escravidão no Egito, quando então o 
povo hebreu teria sido libertado pelo patriarca Moisés, que teria legado às diversas tribos juda-
icas os Dez Mandamentos após eles terem milagrosamente escapado da escravidão no Egito.
Estela de Merneptah 
conhecida como a estela de Israel. 
Moisés por José de Ribera
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usPERÍODO DOS JUÍZES (1200 a.C. - 1050 a.C.) - Nesta fase de sua história, que segundo o 
texto bíblico é posterior ao Êxodo do Egito, os hebreus começaram a se organizar politicamente 
enquanto povo, devido às constantes lutas contra os povos vizinhos, principalmente os 
filisteus e cananeus. Em vez de recorrerem sempre à decisão dos anciãos de cada tribo, os 
hebreus passaram a confiar suas questões aos homens de destaque de cada uma das 12 
tribos de Israel. Estes ficaram conhecidos como Juízes, e eram chefes políticos e militares. 
Destes, os mais conhecidos foram Gideão, Sansão e Samuel.
PERÍODO DOS REIS (1050 a.C - 930 a.C.) - Apesar da Bíblia relatar que a ideia de 
fundar uma monarquia hebraica, tenha vindo do desejo dos hebreus ao verem que os 
povos vizinhos também tinham reis, é provável que a necessidade de se fundar uma 
monarquia tenha surgido de uma medida estratégica. Sob um mesmo rei, as diversas 
tribos hebraicas teriam mais força para se contrapor aos seus inimigos na terra de Canaã, 
entre eles os filisteus. Não surpreende, portanto, que os hebreus após fundarem um reino 
com capital em Jerusalém, tenham estendido o seu domínio por toda a Palestina. Em toda 
sua história, o povo hebreu teve somente três reis que foram: Saul, Davi e Salomão. Mas 
apesar do momento de destaque político e militar, o reino não sobreviveu muito tempo, e 
após o reinado de Salomão (970 a.C. - 930 a.C.), após disputas em relação à sua sucessão 
ao trono, o reino de Jerusalém foi dividido em dois: o Reino de Israel ao Norte, com capital 
em Samaria, e o reino de Judá mais ao sul, com capital em Jerusalém.
Reinos de Judá e Israel 830 a.C.
CISMA HEBRAICO (926 a.C.) - Como explicado anteriormente, as disputas sucessórias 
ao trono hebraico levaram à cisão do mesmo e à criação de dois reinos distintos: Israel e 
Judá. Roboão, filho de Salomão, ficou à frente do reino de Judá, enquanto Jeroboão ficou 
à frente do reino de Israel. Ao mesmo tempo, as doze tribos se dividiram em cada reino. 
As tribos de Benjamin e Judá ficaram no reino do sul, enquanto as dez tribos restantes 
habitaram o reino do norte. Em pouco tempo, isto se revelou um grande desastre para o 
povo hebreu, pois enfraquecidos, eles não tinham mais condições de enfrentar os grandes 
impérios da região. Em 722 a.C., os Assírios invadiram e destruíram o reino de Israel, 
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us assimilando a sua população e descaracterizando sua cultura. Anos mais tarde, em 586 
a.C., o reino de Judá foi invadido pelos babilônios, com Nabucodonosor II à frente.
CATIVEIRO NA BABILÔNIA (586 a.C - 539 a.C.) - Nesta fase dramática para o povo 
hebreu, agora conhecidos como judeus (em decorrência da ligação com o Reino de 
Judá), se tornaram escravos na Babilônia e foram exilados do seu próprio território. É 
neste momento que muitos Salmos da Bíblia foram produzidos. Entretanto, a fase do 
cativeiro não durou muito tempo, pois em 539 a.C., o imperador Persa Ciro II, derrotou os 
babilônios, libertou os judeus e permitiu que eles retornassem para sua terra de origem. 
No entanto, a maioria preferiu permanecer na Babilônia, onde constituíram uma das 
principais comunidades judaicas a nível mundial até a idade média. Teve início assim, a 
primeira diáspora, ou dispersão do povo judeu.
DOMINAÇÕES ESTRANGEIRAS E DIÁSPORA (539 a.C. - 70 d.C.) - Não obstante, o 
retorno para sua terra, o povo judeu nã deteve mais o controle político da região. Após os 
Persas, uma sucessão de outros povos, como os macedônios e os romanos, passaram 
a dominar a região. Os romanos a chamaram de judeia, que na prática se tornou uma 
província do Império Romano. Todavia, houve um curto período dentro desta fase, onde 
os judeus recuperaram o controle político da região, e foi após a Revolta dos Macabeus 
em 167 a.C., motivada pela tentativa de imposição de um culto pagão ao povo judeu, que 
era monoteísta. Após o sucesso da revolta, fundou-se a dinastia dos hasmoneus, que 
governou entre 164 a.C. e 37 a.C. até serem conquistados pelos romanos. Sob domínio 
romano, os judeus conseguem a liberdade de culto para sua fé, desde que pagassem 
impostos ao império. No entanto, entre 66 d.C. e 70 d.C., um grupo de judeus revoltou-
se contra o Império Romano, no que ficou conhecido como Primeira Guerra Judaica. Os 
judeus, no entanto, foram derrotados pelos romanos e o Templo de Jerusalém, centro 
da religião judaica, foi destruído. Este foi o início da segunda diáspora, que afastou mais 
ainda o povo judeu do local do antigo reino de Israel. Os judeus então, espalharam-
se mais ainda por outras regiões do mundo conhecido, como Norte da África, Europa, 
Oriente Médio e Ásia. Favorecia nesse sentido, a sua ligação com o comércio. Os judeus 
só voltariam a ter um país para chamar de seu no ano de 1948, com a fundação do 
moderno Estado de Israel.
Diáspora Judaica
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usCULTURA JUDAICA
Os hebreus/judeus foram um dos primeiros povos da Antiguidade a adotar uma fé 
monoteísta, isto é, que reconhece e presta culto a somente um Deus. Esta religião, 
chamada de judaísmo, está baseada em um conjunto de escrituras sagradas que 
formam aproximadamente, boa parte do conteúdo do Antigo Testamento da Bíblia 
cristã. A língua litúrgica do judaísmo é o hebraico e a seu livro sagrado chama-se 
Tanach (pronuncia-se “Tanarr”) que consiste na Torá (cinco primeiros livros do Antigo 
Testamento), no Nevi’im (livros dos profetas) e no Ketuvim (escritos diversos). O local 
de culto judaico chama-se sinagoga, e lá são celebradas cerimônias importantes para 
a comunidade judaica, como o Bar Mitzvá e o Bat Mitzvá (rito de passagem para a vida 
adulta tanto do jovem judeu quanto da jovem judia, respectivamente). Algumas das 
festas judaicas são o Pessach (leia-se “Pessarr), ou Páscoa judaica, e o Rosh Hashaná 
(leia-se “Rochachaná”), que é o Ano Novo judaico.
Jerusalém vista do Monte Scopus 2009.
PARA SABER MAIS
Guerra dos Judeus, de Flávio Josefo
As Grandes Correntes da Mística Judaica, de Gershom Scholem
ANOTAÇÕES
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OS FENÍCIOS E OS PERSAS
OS FENÍCIOS
Se fôssemos procurar a Fenícia hoje no mapa, não a encontraríamos. Mas o local exato 
desta civilização do Oriente Médio, que foi uma das mais interessantes do mundo 
antigo, encontra-se no Líbano. A propósito, os libaneses, em geral, não costumam ligar 
a sua história às dos povos árabes, apesarde também possuírem uma origem semita. 
Muitos preferem conectar a sua ancestralidade aos fenícios, o que não causa nenhum 
espanto. Os fenícios foram grandes navegadores e há quem acredite que eles tenham 
até mesmo chegado ao que viria ser o Brasil, milhares de anos antes de Cristo.
Mapa do Oriente Médio.
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as Origens
Devido ao território da Fenícia ser uma estreita faixa de terra entre montanhas e o 
Mar Mediterrâneo, os fenícios desde o princípio lançaram-se ao mar. A falta de um 
solo propício para a prática da agricultura, aliada à falta de espaço para se expandir, 
propiciava o comércio marítimo.
Em pouco tempo, os fenícios transformaram-se numa das principais talassocracias do 
mundo antigo. Isto significa dizer que o poderio da sua civilização era em decorrência 
do seu poder de navegação. O próprio nome Fenícia, foi dado pelos gregos por causa 
de um tecido de cor púrpura que era comercializado pelos fenícios.
Apesar de serem considerados semitas, alguns pesquisadores consideram que os fenícios 
possam ser o resultado da mistura de uma população semita com outra de origem não-
semita. Outros, foram ainda mais longe e sugerem que os fenícios tenham origem no 
Golfo Pérsico, na região onde hoje se localiza o Bahrein. Porém, o mais provável é que eles 
possuam a mesma origem que outros povos cananitas. A principal diferença era que os 
fenícios viviam nas cidades costeiras e eram ligados ao comércio marítimo.
Organização Política
Embarcação fenícia.
Politicamente, os fenícios estavam descentralizados. O que ocorria na prática é que 
eles possuíam cidades-estado. Entre elas podemos citar: Sidon, Biblos, Ugarit, Arad 
e Tiro. Todas essas são citadas na Bíblia e não é por acaso. Os fenícios faziam parte 
do mosaico de povos que conviviam lado a lado com os hebreus. A título de exemplo, o 
relato bíblico sobre a construção do Templo de Jerusalém, no reinado de Salomão, diz 
que ele foi construído com cedro do Líbano, fornecido pelo Rei Hiram de Tiro.
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asEstas cidades-estados eram autônomas uma com relação à outra, apesar de 
compartilharem a mesma cultura e organização político-social. Por sua vez, os reis 
eram assessorados em seu governo por uma oligarquia de mercadores ricos. Por isso, 
dizemos que na Fenícia o poder estava nas mãos das oligarquias.
Economia dos Fenícios
Evidentemente, sendo um povo ligado ao comércio marítimo, ao longo de sua história, 
os fenícios fundaram várias colônias, tendo chegado a regiões tão distantes quanto 
a Inglaterra e a Ibéria. Para realizar todos estes empreendimentos, os navios fenícios 
precisam ser grandes e de boa navegação. Entre os produtos comercializados pelos 
fenícios, além do tecido cor de púrpura, estavam vidros, cedro, azeite, tecidos de lã, 
algodão e linho. A colônia fenícia de maior importância foi Cartago, que durante o 
século II a.C. impôs várias derrotas aos romanos, na pessoa do General Aníbal.
Cultura
O contato comercial com outros povos fez com que os fenícios desenvolvessem uma 
cultura cosmopolita. Uma consequência direta disso é que eles também influenciaram 
vários povos do mediterrâneo com o alfabeto criado por eles. Na realidade, os fenícios 
inventaram o primeiro alfabeto fonético da história. Isto é, onde cada letra representa 
um som, e não uma ideia ou conceito, como acontecia com a escrita cuneiforme e a 
escrita hieroglífica. Este alfabeto fenício era constituído inicialmente de 22 consoantes, 
que depois tiveram, onde os gregos posteriormente inseriram as vogais.
Expansão Fenícia.
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as A tabela abaixo mostra como eram as letras do alfabeto fenício. Reparem como elas 
eram semelhantes às letras que possuímos atualmente no alfabeto latino. Isso é uma 
prova da grande influência cultural dos fenícios no mundo antigo.
Alfabeto Fenício.
Religião
Assim como a grande maioria dos 
povos da Antiguidade, os fenícios eram 
politeístas, ou seja, adoravam vários 
deuses. Estes deuses fenícios eram 
antropomórficos e semelhantes aos 
humanos no comportamento. Alguns são 
conhecidos no mundo ocidental, pois são 
citados na Bíblia. É o caso de Baal, que 
atualmente virou quase um sinônimo para 
algo do mal, mas que para os fenícios era 
simplesmente o Deus das tempestades e 
da fertilidade. Muito provavelmente, o que 
assustava outros povos como os hebreus, 
era que os fenícios praticavam sacrifícios 
humanos para esses deuses.
Não obstante, os hebreus absorveram em seu idioma (aramaico/hebraico) o nome do 
Deus máximo do panteão fenício, EL, que era o maior de todos. No hebraico o sufixo “EL” 
significa DEUS, como no nome “Rafael”, que significa “Deus curou”. Mas apesar desta 
importância atribuída a EL, cada cidade-estado fenícia possuía o seu Deus protetor.
Xilogravura de Baal.
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asOS PERSAS
Observe o mapa acima para ter uma ideia da extensão desse império. Ele englobava 
todas as áreas do mundo conhecido até então: o Oriente Médio, África, Ásia e Europa. É 
por este motivo que Xerxes I, imperador persa, se denominava o “Rei dos Reis”.
A Pérsia localizava-se basicamente onde hoje é o Irã. Ao contrário do que se pensa, 
os iranianos não são árabes e nem falam a língua árabe. O idioma oficial do país é 
o farsi, que literalmente significa persa. E os iranianos ainda hoje sentem orgulho da 
sua civilização persa, pois no passado eles formaram o primeiro grande império da 
Antiguidade, o Império Persa.
Origens
Império Persa 
Os persas habitavam o planalto do 
Irã, próximo a outros povos, como os 
medos. Aliás, os medos dominaram os 
persas por um bom tempo. Foi o rei Ciro 
quem inverteu essa situação, dominando 
os medos em 550 a.C. e dando início 
ao Primeiro Império Persa (550 a.C. 
- 330 a.C.), ou Império Aquemênida, 
que terminou após as conquistas de 
Alexandre, o Grande. 
Os sucessores de Ciro: Cambises, Dario e Xerxes, ampliam as terras do império até o 
Egito e o Oriente, chegando à Índia. No caso da Europa, a conquista da Grécia sempre 
foi uma ambição dos persas, alimentada principalmente por Xerxes.
Ciro, o Grande e Xerxes.
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as Política dos Persas
O império persa, assim como vários outros impérios da antiguidade, era uma Teocracia. Isto 
quer dizer que as ações políticas eram embasadas na religião. Por outro lado, a característica 
mais notável do Império Persa em termos políticos, foi a organização político-administrativa. 
Neste sentido, o império foi organizado em satrapias. Observe o mapa abaixo:
Satrapias na maior extensão do Império Aquemênida. 
Cada uma dessas divisões era uma satrapia. As satrapias eram governadas por um 
sátrapa, que era na prática um vice-rei que era nomeado pelo imperador e governada 
em nome dele (mais um motivo para o título “Rei dos reis”). Para evitar a revolta e 
a traição da parte dos seus sátrapas, o imperador persa organizou um sistema de 
espionagem que ficou conhecido como “os olhos e ouvidos do rei”. 
E para facilitar a administração deste vasto império, os persas construíram um eficiente e 
vasto sistema de estradas, sendo que a maior e principal era conhecida como a Estrada 
Real. O mapa abaixo permite ter uma noção do que foi a Estrada Real Persa.
Império Aquemênida em sua máxima extensão.
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asEsta estrada também ficou famosa porque era utilizada pelos mensageiros persas, que 
podiam percorrer quase 3.000 KM em uma semana. Algo que facilitava bastante era a 
logística, pois em vários pontos da estrada havia um local de descanso e abastecimento. 
Por outro lado, uma mesma mensagem era transmitida para que um mensageiro de um 
posto mais avançado continuasse transmitindo-a adiante.
Religião
Finalmente, chegamos àquela que é sem 
dúvida o aspecto mais interessante da 
civilização persa: a sua religião. A religião 
persa é chamada de Zoroastrismoou 
Mazdeísmo. Ao contrário dos egípcios 
e outros povos da Mesopotâmia na 
Antiguidade, os persas chamavam atenção 
por possuírem uma religião dualista, isto 
é, uma religião baseada na existência de 
apenas dois deuses.
O Zoroastrismo teria sido fundado pelo Profeta Zoroastro, que 
pregava uma vida de pureza de pensamentos, palavras e ações. 
Os persas acreditavam que o universo era regido por dois princípios: 
o bem e o mal. O bem era representado pelo deus Ahura Mazda, 
enquanto o mal era representado pelo deus Arimã. Os princípios 
do bem e do mal estavam em eterno conflito no universo, mas 
cabia aos seres humanos escolherem sempre o caminho do bem.
Ahura Mazda.
Arimã.
ANOTAÇÕES
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A GRÉCIA ANTIGA
A antiga Grécia é considerada o berço da civilização ocidental. E isso não é nenhum exagero. 
A influência da civilização grega se faz sentir na política, ciência, artes e filosofia. Mas 
esta não foi uma história de poucos séculos. A história da Grécia Antiga é uma história 
de mais de dois mil anos. A propósito, em sua própria língua, os gregos chamavam a si 
mesmos de helenos, enquanto a região que habitavam era chamada de hélade.
FASES DA HISTÓRIA DA GRÉCIA ANTIGA
Basicamente, podemos dividir a história dos gregos antigos em cinco períodos distintos: 
Pré-Homérico, Homérico, Arcaico, Clássico e Helenístico. Vejamos a seguir uma linha 
do tempo para que possamos situar cada um desses períodos em seu devido momento. 
A área circulada no mapa é a Península Balcânica, e corresponde aproximadamente ao antigo 
território grego, incluindo algumas de suas colônias na Ásia Menor.
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a Vamos analisar agora cada um deles separadamente:
PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO (Séculos XX - XII a.C.) - Nesta fase a chamada Península 
Balcânica começa receber o influxo de várias tribos indo-europeias. Essas tribos, em número 
de quatro, são consideradas a base do povo grego e são elas: Aqueus, Jônios, Eólios e Dórios. 
Cada uma dessas tribos chegou em um momento diferente. Mas a base do que 
viria a se constituir na civilização grega desse período, veio principalmente através 
dos Aqueus e Cretenses, também chamados de Creto-micênicos. Cretenses e 
Aqueus eram duas civilizações à parte. Creta é uma grande ilha localizada no Mar 
Mediterrâneo na base do arquipélago do Mar Egeu. 
Ali desenvolveu-se uma cultura e civilização muito antiga que mostra muitos traços 
de influência egípcia e fenícia, de acordo com os estudos de Martin Bernal, em 
sua obra Black Athena. Entretanto, as teses de Martin Bernal não são aceitas com 
unanimidade nas principais universidades.
Apesar dos cretenses possuírem uma forma de escrita, que foi chamada pelos arqueólogos 
de Linear A, até hoje não se conseguiu decifrá-la. Quantos aos micênicos, que chamavam 
a si próprios de Aqueus, além das ruínas dos seus palácios e cidades, conseguiu-se chegar 
a uma decifração parcial. Esta escrita micênica, foi chamada pelos arqueólogos de Linear B. 
Esta fase da história grega é encerrada com a invasão dos dórios que ocasiona também 
a primeira diáspora grega, ou dispersão dos povos de cultura grega. Essa diáspora 
teve como principal consequência a fundação de diversas colônias gregas, em diversas 
ilhas do Mar Egeu e no litoral da Ásia Menor.
Dispersão Grega na região Mar Egeu e Ásia Menor 
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aPERÍODO HOMÉRICO (Séculos XII - VIII a.C.) - Esta fase adquire este nome devido 
às obras fundamentais da cultura grega, que eram narradas pelo poeta Homero: a Ilíada 
e a Odisseia. O poeta também viveu neste período, apesar de não ter sido testemunha 
ocular dos eventos que narrava - a Guerra de Tróia. Conflito esse que provavelmente 
ocorreu no século XII, bem no começo do Período Homérico. De todo modo, até os dias 
de hoje a Ilíada e a Odisseia servem como fonte de conhecimento para entendermos a 
cultura e mentalidade dos gregos antigos.
Um dos desenvolvimentos mais importantes do Período Homérico é, sem dúvida, a 
formação dos genos, que eram unidades familiares autônomas comandadas por um 
patriarca que detinha a autoridade máxima, incluindo religiosa, sobre o seu geno. 
Economicamente, estas unidades familiares viviam uma espécie de comunitarismo 
primitivo, com ausência de sociedade e classes sociais.
Entretanto, com o aumento populacional, o sistema dos genos tornou-se impraticável. 
Ocorreram também conflitos que trouxeram por consequência a formação da propriedade 
privada e o início da escravidão. Posteriormente, a decadência dos genos e o ambiente 
conflituoso levaram a uma segunda diáspora grega. 
Esta segunda dispersão levou os gregos para lugares ainda mais distantes. Confira no 
mapa abaixo:
PERÍODO ARCAICO (Séculos VIII - VI a.C.) - Nesta fase ocorre a formação das pólis 
gregas, que eram as cidades-estado. Além disso, as classes sociais da Grécia começam 
a se distinguir umas das outras, com a presença marcante da população escrava. Estas 
classes eram denominadas e classificadas como segue:
 f Eupátridas (Cidadãos) - Os eupátridas, que significa “bem nascidos”, eram os 
parentes próximos dos patriarcas do período pré-homérico e, devido a essa condição, 
Mapa da Segunda Diáspora Grega. Em cor verde aparecem destacados os lugares colonizados pelos gregos. 
Em vermelho, as colônias fenícias e na cor amarela a localização dos povos etruscos.
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a haviam herdado muito das terras dos genos, transformando-as em propriedade 
privada. Além de terras, os eupátridas também possuíam escravos.
 f Demiurgos - Estes eram uma camada social intermediária. Eles eram livres e 
dedicavam-se a atividades urbanas, como artesanato e comércio. Todavia, estavam 
excluídos da participação política, ou seja, não possuíam cidadania. 
 f Metecos - Os metecos eram os estrangeiros que viviam nas cidades-estado 
gregas. Eles não possuíam os mesmos direitos dos eupátridas. Por exemplo, eles 
deviam pagar para viver e trabalhar nas cidades gregas, e eram impedidos de participar 
da vida política. Todavia, eles cumpriam serviço militar como qualquer outro cidadão.
 f Escravos - Os prisioneiros de guerra, bem como os endividados tornavam-se 
escravos. Em determinado momento, a escravidão por dívidas foi abolida em Atenas, 
mas no geral a escravidão era vista com bastante naturalidade pelos gregos.
É no período arcaico também que são escritas outras duas obras fundamentais para a 
cultura e pensamento gregos, fora a obra de Homero. Estas são Os Trabalhos e os Dias 
e a Teogonia, ambas escritas por Hesíodo. Assim como Homero, ele era poeta, só que 
dotado de um estilo diferente daquele da Ilíada e da Odisseia. 
Ainda sobre as cidades-estado, elas tinham autonomia política e econômica, assim 
como as cidades-estado da Mesopotâmia. E ainda à semelhança, delas cada uma tinha 
o seu deus-protetor.
PERÍODO CLÁSSICO (Séculos V - IV a.C.) - Esta foi a fase de maior glória da 
civilização grega. É por este motivo que ela é conhecida como período clássico. Apesar 
de curto, as realizações dos gregos nesse período foram de tal magnitude que é como 
se tivessem vivido mil anos em cem.
Sociedade da Grécia Antiga
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a'Não obstante, apesar de estarmos nos referindo à Grécia como um todo, duas cidades-
estado em particular se destacaram nesse período, e são elas Atenas e Esparta. A 
primeira, principalmente pela sua glória política e cultura, enquanto a segunda pelo seu 
lendário poderio militar.
Para facilitar o nosso estudo, veremos cada uma dessas cidades em separado. 
Comecemos por Atenas.
Atenas
Fundada pelos Jônios na região da Ática, 
a maioria das informações que possuímos 
sobre o período clássico da Grécia, vem da 
pólis de Atenas. A noção que possuímos 
da divisão das classes sociais no período, 
é na realidade, a divisão de classes em 
Atenas. Felizmente, a história ateniense é 
um perfeito exemplo de evolução política e 
social na Grécia antiga. Em um espaço de 
tempo relativamentecurto, Atenas passou 
por todas as formas de governo conhecidas 
e desconhecidas até então: Monarquia, 
Oligarquia, Tirania e Democracia.
A principal atividade econômica na pólis ateniense era o comércio marítimo. Assim como 
ocorreu com os fenícios, a geografia de Atenas os compeliu para o mar. Isto contribuiu 
também para que os atenienses tivessem destaque militar nas batalhas marítimas, 
como foi o caso das Guerras Médicas, em que derrotaram o Império Persa.
Mas sem dúvida, o feito mais notável dos atenienses não estava em seus feitos militares, 
mas na invenção da democracia. Apesar do seu conceito de democracia estar bem 
distante do que entendemos hoje como tal, Atenas foi o começo de tudo.
O Nascimento da Democracia - Como foi dito, Atenas passou por várias formas de gover-
no. Resumiremos a seguir para que fique claro como se deu o processo de uma para outra.
Vista da Acrópole em Atenas
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a Mas apesar do nome, a democracia ateniense nunca foi um governo representativo 
da vontade da população, mas literalmente dos cidadãos. E cidadãos, neste caso, 
eram os homens atenienses, maiores de 21 anos e filhos de pai e mãe atenienses. 
Nem os escravos, nem as mulheres e nem os estrangeiros eram considerados cidadãos.
Reunidos na Eclésia (Assembleia Popular), os cidadãos decidiam sobre política externa, 
a destituição de magistrados e a fiscalização daqueles que detinham o poder. Era uma 
forma de democracia direta e os cidadãos que participavam das Assembleias não 
eram remunerados para isso. Somente durante a Guerra do Peloponeso que essa 
remuneração foi estabelecida.
Esparta
Os espartanos eram de origem dórica e habitavam a parte sul da Grécia continental, 
chamada de Lacônia. Eles tinham várias diferenças em relação aos atenienses, tanto 
na organização política quanto na social. A vida militar era altamente valorizada em 
Esparta, e os meninos espartanos, desde pequenos, recebiam uma educação duríssima 
que os preparava para a vida militar quando fossem adultos. 
Veremos a seguir outras diferenças de Esparta em relação à Atenas:
Governo - Esparta era uma diarquia. Isto quer dizer que a pólis espartana era governada 
por 2 reis. Estes possuíam iguais atribuições em todos os quesitos que se esperam de 
um rei. Outras instituições do governo eram: a Apela, a Gerúsia e o Eforato. A Apela 
era a Assembleia de cidadãos que se reunia uma vez por ano para decidir sobre os 
assuntos da cidade-estado. Já a Gerúsia era responsável por apresentar as propostas 
para a Apela. Finalmente, o Conselho dos Éforos era formado por cinco e eram eles que 
decidiam sobre vários assuntos importantes para Esparta.
Economia - Ao contrário de Atenas, que dependia do comércio marítimo, a economia espartana 
era baseada na agricultura. Havia, portanto, uma predominância na vida rural e agrária.
Sociedade - A sociedade espartana era altamente estratificada. As classes sociais não eram as 
mesmas de Atenas, e era muito difícil, senão impossível, ocorrer alguma espécie de mobilidade 
social. As classes pelas quais se dividia a sociedade espartana eram em número de 5:
Guerreiro Espartano
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a f Esparciatas - eram os filhos de pai e mãe espartanos e os únicos habilitados a 
exercer os direitos políticos. Por sua vez, eles eram obrigados a ficar à disposição do 
estado e receber a educação espartana. Por outro lado, os esparciatas recebiam e 
herdavam terras do estado e eram proibidos de exercer o comércio.
 f Periecos - os periecos descendiam de povos conquistados e eram sujeitos a 
impostos. Ao contrário dos esparciatas, eles eram autorizados a exercerem atividades 
comerciais e artesanais. Apesar de não poderem receber a mesma educação dos 
esparciatas, eram obrigados a ir à guerra junto com eles.
 f Hilotas - esses eram servos do estado espartano que eram obrigados a trabalhar 
nas terras dos esparciatas cedendo 50% da sua colheita. De tempos em tempos eles 
se revoltavam contra sua condição, o que trazia em consequência duras repressões 
da parte dos esparciatas.
GUERRAS GRECO-PERSAS (499 A.C. - 449 A.C.)
Apesar de todo esplendor cultural e político do período clássico, ele também foi marcado 
por uma série de conflitos entre o Império Persa e as cidades-estado gregas, que ficaram 
conhecidos como Guerras Médicas, ou Guerras Greco-Persas. 
Estas guerras foram motivadas pelo expansionismo persa na Ásia Menor, onde existiam 
várias colônias gregas (região da Jônia). Quando os jônios resolveram se revoltar contra 
sua situação, eles foram acompanhados pelas outras pólis, já que o Império Persa 
também ameaçava a Grécia Continental.
As Guerras Greco-Persas foram a fonte de muitos estudos e análises e, em particular, 
duas batalhas se tornaram lendárias: a Batalha de Salamina e a Batalha das Termópilas. 
Ambas popularizadas pela franquia de filmes 300. 
Mapa das Guerras Médicas
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a Apesar do resultado das Guerras Médicas ter sido a vitória dos gregos, alguns anos 
depois eles entraram em um grande conflito entre si que ficou conhecido como Guerra 
do Peloponeso (431 a.C. - 404 a.C.).
Esta guerra foi motivada pelos conflitos entre Atenas e Esparta. A primeira, estava à 
frente de uma grande reunião de cidades-estados gregas que juntaram esforços para 
fazer frente aos persas: a Liga de Delos. 
Após a vitória contra os persas, Esparta retirou-se desta liga e formou a Liga do 
Peloponeso junto a outras cidades-estado. Depois de anos de conflitos, os espartanos, 
à frente da Liga do Peloponeso, saíram vitoriosos, mas ao mesmo tempo os gregos 
ficaram enfraquecidos devido a tantas guerras.
Foi o fim do período clássico.
PERÍODO HELENÍSTICO (Séculos IV - III a.C.) - A fase final da história grega antiga recebe 
esse nome devido às conquistas militares de um rei e general macedônio, o jovem Alexandre, 
conhecido como “o Grande”. Educado até a adolescência pelo filósofo Aristóteles, Alexandre 
era dotado de uma dimensão cultural peculiar. Mais do que uma maneira de submeter povos 
estrangeiros, o império que ele fundou representou antes de tudo um encontro de culturas.
Os macedônios eram um povo, aparentado aos gregos, que habitavam uma região ao 
norte da Grécia continental. Lá eles constituíram um reino no século VII a.C. Todavia, os 
outros gregos não os considerarem como iguais, tendo mesmo chamado os macedônios 
de bárbaros - ou seja, povos não-gregos. Ironicamente, os macedônios, comandados 
por Alexandre, levaram a cultura grega para a Ásia, Oriente Médio e o norte da África. 
Mapa da Guerra do Peloponeso
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aA mistura da cultura greco-macedônica com 
as culturas afro-asiáticas e semitas levou o 
nome de cultura helenística.
Alexandre era filho do rei macedônio Filipe 
II, que morrera assassinado em 336 a.C. 
Foi Filipe II quem transformou o exército 
macedônio numa máquina de guerra através 
da adoção de novas estratégias de batalha, 
como as falanges de sarissa. As falanges 
eram um tipo específico de formação de 
infantaria (tropas a pé). Já as sarissas eram 
lanças de até 7 metros de comprimento. 
Observe a imagem abaixo que representa Alexandre a frente das suas falanges:
O rei Filipe II submeteu os povos vizinhos e ainda conquistou a Grécia após a Batalha de Queronéia 
em 338 a.C. Depois da morte do seu pai em 336 a.C., Alexandre ficou à frente do reino macedônio 
com apenas 20 anos de idade. Tomando para si a missão de derrotar o Império Persa, governado 
na época pelo Imperador Dario III, Alexandre finalmente submeteu os persas em 334 a.C.
Com os Persas derrotados, Alexandre prosseguiu suas campanhas militares, conquistando 
o Egito e as terras da Ásia Menor e Ásia Central até chegar à Índia. Chegando ao território 
indiano, após algumas batalhas, ele decide retornar para o Babilônia, centro do seu 
império. E foi lá que ele faleceu de febre aos 33 anos em 323 a.C.
Alexandre, o Grande, deixou atrás de si um grande império,que posteriormente 
foi dividido entre seus generais. Ele também fundou uma série de cidades que 
ficaram conhecidas pelo nome de Alexandria. 
Alexandre, o Grande, e seu cavalo Bucéfalo 
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a Curiosamente, a cidade afegã de Kandahar também foi fundada por ele, e possui esse 
nome em sua homenagem, devido à pronúncia do nome de Alexandre nos idiomas 
locais. O povo Pashtun, presente principalmente no Afeganistão e Paquistão, possui um 
grande respeito pela memória de Alexandre até os dias de hoje, e também consideram 
que Roxana, esposa de Alexandre, pertencia a esse povo.
CULTURA NA GRÉCIA ANTIGA
Religião - Apesar das cidades-estado da Grécia Antiga serem autônomas, havia um 
elemento que unia todos os gregos, e esse elemento era a cultura grega. Essa cultura 
era representada não somente pelo idioma, mas também pela religião. 
Os gregos eram politeístas e vários templos foram erguidos em honra dos seus deuses. 
A estes deuses, antropomórficos e semelhantes aos humanos nos vícios e virtudes, 
com exceção da sua imortalidade, eram oferecidos sacrifícios e feitos pedidos. 
Por exemplo, se alguém fosse empreender uma viagem importante pelo mar, era recomendado 
que fizesse um sacrifício ou oferecesse uma festa para o deus dos mares, Poseidon. Os 
problemas de amor eram resolvidos pela 
deusa do amor, Afrodite. E para cada um 
deles existia um tipo de oferenda específico. 
Havia uma classe especial de seres 
chamados de semi-deuses, que eram 
mortais filhos dos deuses com humanos, 
e por isso, dotados de capacidades acima 
do normal. Como exemplos de semi-
deuses podemos citar Hércules e Aquiles.
Mapa do Império de Alexandre 
Mapa do Império de Alexandre 
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aTeatro - Outra área da cultura muito apreciada e desenvolvida pelos gregos antigos 
foi o teatro. Os seus princípios encontram-se na Atenas do século VI a.C., e os gêneros 
teatrais dividam-se em Tragédia e Comédia. Até hoje as peças gregas são representadas 
e algumas delas influenciaram as artes e a cultura moderna e contemporânea.
Algumas peças gregas de destaque:
 f Édipo rei
 f Prometeu Acorrentado 
 f As Troianas
 f As Vespas
Arquitetura e Escultura - Certamente, o campo da escultura e arquitetura é um 
nos quais os gregos mais se tornaram conhecidos. No caso da arquitetura, elas tinham 
um caráter público e serviam para vários tipos de eventos, tanto no campo político e 
econômico, quanto no social e religioso. Quanto aos estilos foram desenvolvidos três 
principais: o dórico (A), o jônico (B) e o coríntio (C).
Quanto às esculturas, inicialmente, os gregos apresentaram muita influência egípcia, com 
suas estátuas estáticas. Posteriormente, eles conseguiram acrescentar a ideia de movimento 
às mesmas e também proporções equilibradas, criando assim um estilo particular. 
As duas imagens ao lado mostram 
essa evolução. A da esquerda, do 
Período Arcaico, com um pouco de 
influência egípcia, e a da direita, 
com as características finais da 
escultura grega.
A B C
Fonte: Wikimedia Commons
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a Filosofia - É consenso que a filosofia, pelo menos no que se entende por filosofia 
ocidental, teve início entre os gregos antigos. Evidentemente ela conheceu fases 
distintas, que podem ser resumidas em três períodos principais que são:
Pré-Socráticos: Temas centrados na natureza e na descoberta do princípio que 
permeia todas as coisas. Os destaques desses períodos foram Tales de Mileto, Heráclito 
e Parmênides.
Socráticos: Inaugurada por Sócrates, a principal característica desse período é a 
reflexão sobre os seres humanos e os seus sentimentos e instituições. Além de Sócrates, 
merecem destaque seus discípulos Platão e Aristóteles.
Pós-Socráticos: Neste período final, temos ao mesmo tempo uma volta da preocupação com 
a natureza, mas uma permanência com as questões humanas, sobretudo sobre a felicidade e 
as virtudes. Merecem destaque nessa fase filósofos como Zenão de Cítio e Epiteto. 
Jogos Olímpicos - Finalmente, outra 
área de influência da cultura grega, e 
dessa vez a nível mundial, é sem dúvida 
os esportes. Criados em 776 a.C., 
através dos jogos olímpicos os gregos 
reverenciavam os deuses e interrompiam 
quaisquer guerras onde estivessem 
envolvidos entre si.
Sócrates, Platão e Aristóteles Fonte: Wikimedia Commons
O Estádio. Fonte: Wikimedia Commons
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ROMA ANTIGA
Todos os caminhos levam a Roma
(autor desconhecido)
A expressão acima, já consagrada, traduz de maneira perfeita o legado da Roma antiga 
para o mundo ocidental. De um conjunto de tribos na Península Itálica, floresceu uma 
civilização que se expandiu por todos os continentes conhecidos até então, e ainda 
deitou as bases não só da Europa mas do mundo contemporâneo como um todo.
A fim de embasarmos o legado de Roma para a humanidade, podemos citar o Direito 
Romano, as línguas derivadas do latim, o alfabeto romano e a arquitetura e engenharia. 
Sem dúvida, os romanos, juntamente com os gregos, que também os influenciaram, 
constituem as bases culturais da civilização ocidental moderna.
ONDE ESTÁ ROMA?
Atualmente, a cidade de Roma é a capital da República Italiana. Este país do sul 
da Europa, famoso pela aparência do seu território em forma de bota, é constituído 
geograficamente pela península itálica, que adentra o mar mediterrâneo, e por duas 
grandes ilhas: a Sicília e a Sardenha.
Coliseu de Roma, dias atuais.
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a A cidade de Roma em particular, localiza-se numa região chamada Lácio (Latium em 
latim). E o motivo do nome é por ela ter sido, na época da fundação de Roma, habitada 
pelos latinos, um povo de origem indo-europeia que se estabeleceu na região por volta 
do ano 1.000 a.C.
FASES DA HISTÓRIA DE ROMA
Como toda grande civilização, a história romana pode ser dividida em alguns períodos. 
Cada um deles corresponde a um momento em que os romanos conduziram a política 
com um determinado sistema de governo. São eles: a monarquia, república e império. 
Veremos a seguir as características e principais acontecimentos de cada um desses 
períodos dentro da história romana.
 f Monarquia 753 - 509 a.C.
 f República 509 - 27 a.C.
 f Império 27 a.C. - 476 d.C.
MONARQUIA (753 - 509 A.C.)
Lenda da Fundação de Roma
Existe uma lenda, muito popular entre os antigos romanos, que explicava as origens 
da monarquia romana. Esta teria sido fundada por Rômulo logo após assassinar seu 
irmão gêmeo Remo. Ambos seriam filhos do deus Marte e da mortal Réia Sílvia, uma 
descendente de Eneias, um herói troiano. 
Localização da região do Lácio, dentro da Península Itálica.
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aMas apesar dessas origens nobres, a lenda conta que eles foram largados à própria 
sorte no Rio Tibre, ainda bebês, quando teriam sido então amamentados por uma loba.
Independente da veracidade dessa narrativa, ela nos ajuda a entender como os antigos 
romanos viam a si próprios: semideuses descendentes de uma linhagem de guerreiros (Marte 
e Eneias) e, ao mesmo tempo, dotados de uma força e uma robustez de origem animal. 
Mas o que a História diz sobre a origem dos romanos?
Na verdade, o povo romano é resultado da mistura dos latinos do Lácio com outros 
povos vizinhos: os sabinos, etruscos e gregos. De fato, havia sete aldeias de pastores 
sabinos e ladinos (chamados italiotas) às margens do rio Tibre. A união delas sob uma 
mesma liderança deu origem à Monarquia Romana. 
Quanto aos gregos e etruscos, eles habitavam as regiões costeiras da Península Itálica. 
Desde muito tempo, os gregos haviam fundado colônias ao longo do Mar Mediterrâneo, e 
nisso estão incluídas várias regiões da Itália moderna. Já os Etruscos, acredita-se que eles 
estivessem na Península Itálica desde a Pré-História, onde erigiram diversas cidades-
estados e desenvolveram uma verdadeira civilização. Aliás, osúltimos três reis de Roma 
eram etruscos. Segundo historiadores romanos a Monarquia teve um total de sete reis, 
desde Rômulo até Tarquínio, que foi derrubado por um golpe da classe patrícia.
Escultura de bronze representando a loba que amamentou Rômulo e Remo.
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Classes Sociais
Ao longo de toda a história romana, existiam basicamente quatro classes sociais:
 f Patrícios - Eram os verdadeiros cidadãos de Roma. Além de serem descendentes 
dos primeiros povoadores romanos, eles eram proprietários de terras e escravos. Por 
fim, os patrícios eram os detentores dos direitos políticos.
 f Clientes - Esta classe era dependente da classe patrícia. Eles eram de origem 
estrangeira e, apesar de serem juridicamente livres, deviam apoio aos patrícios em 
várias questões, inclusive militares.
 f Plebeus - Os plebeus formavam a classe social mais numerosa de Roma. Eles 
se dedicavam a várias atividades como artesanato e agricultura. Ainda assim, eles 
possuíam alguns direitos políticos, mas não na mesma extensão que os patrícios. 
 f Escravos - Ao contrário do que se pensa, os escravos não foram sempre uma 
classe numerosa em Roma. Especialmente no período da Monarquia, eles eram 
muito poucos. Com a expansão romana e as vitórias militares, eles foram se tornando 
numerosos, pois os escravos em Roma eram prisioneiros de guerra. Eles eram 
utilizados para trabalhos pesados ou então no serviço doméstico.
Mapa da divisão dos povos fundadores de Roma.
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aConselho dos Anciãos
Aqui se encontra a origem do Senado romano. Literalmente, a palavra latina senatus está 
relacionada ao conceito de ancião. Ao longo da história romana, o Senado foi evoluindo 
e adquirindo outras funções. No período da monarquia, ele funcionava basicamente 
como um Conselho de Anciãos, que além de exercer uma função consultiva diante do 
rei, confirmava as eleições dos novos reis.
Obs: Na Roma Antiga, os reis eram eleitos por aclamação antes de serem confirmados 
pelo Conselho dos Anciãos.
REPÚBLICA (509 - 27 a.C.)
Certamente, o período da República foi um momento de grandes conquistas militares 
e expansão do poder territorial romano. Neste sentido, foram fundamentais os grandes 
investimentos realizados no exército romano. Por outro lado, o Senado cresceu em 
importância, tornando-se o principal órgão político e consolidando a importância dos 
magistrados como poder executivo romano. 
Vejamos abaixo uma relação dos magistrados na Roma Antiga, bem como as funções 
de cada um:
 f Cônsules: que faziam executar as leis e comandavam o exército.
 f Pretores: encarregados das funções judiciárias.
Cícero denuncia Catilina. Afresco localizado em Palazzo Madama, Roma.
 Representa como se estruturava o senado romano. 
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a f Edis: cuidavam da manutenção da cidade.
 f Questores: dirigiam as finanças.
 f Censores: Organizavam os censos (contagem da população e organização dela 
de acordo com a renda).
As principais conquistas territoriais romanas foram realizadas na República, mas sem 
dúvida a principal delas foi a batalha que Roma travou contra Cartago, na qual saiu 
vitoriosa. Essas batalhas contra Cartago, cidade do norte da África, ficaram conhecidas 
como Guerras Púnicas (264 - 146 a.C.), e elas lançaram à fama um general cartaginês 
de nome Aníbal. Por muito pouco, Aníbal não invadiu a cidade de Roma com um grande 
exército composto de elefantes de guerra. O seu feito de atravessar essa tropa de 
elefantes através dos Alpes Suíços até a Itália, é visto até os dias de hoje como uma 
mas mais espetaculares manobras militares da História.
O final das Guerras Púnicas se deu com a invasão e destruição de Cartago pelo general 
romano Cipião Africano em 146 a.C. Após esse acontecimento, Roma se tornou a 
potência máxima no Mar Mediterrâneo, tanto a oeste quanto a leste. Por outro lado, o 
norte da Europa e a Bretanha também haviam sido conquistados pelos romanos. 
Aníbal atravessando os alpes, afresco de 1510 por Jacopo Ripanda. 
Museu Capitolino, Roma.
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Crise da República Romana
Ao mesmo tempo em que a República foi um período de grandes conquistas para os 
romanos, ela trouxe consigo alguns problemas que contribuíram para sua crise e, por 
fim, sua derrota. Esses problemas foram o aumento da escravidão e o desemprego 
entre os plebeus. 
A escravidão aumentou devido às conquitas territoriais. Os inimigos derrotados quando 
não eram mortos, se tornavam escravos. Evidentemente, a escravidão aumentou junto 
com os limites da República romana. 
O desemprego entre os plebeus foi consequência também da expansão territorial 
romana. Quando eles iam para a guerra, tinham que arcar com todos os custos. Ao 
retornar eles se viam tão endividados que eram obrigados a venderem suas terras para 
os grandes proprietários. Sem terem como viver da terra, os plebeus foram viver 
como desempregados nas cidades.
Conquistas realizadas pelos Plebeus
Durante a República, os plebeus, que eram a maioria do povo romano, ganharam maior 
representação política através da criação de leis escritas e novas magistraturas. Neste 
sentido, três leis merecem destaque e são elas:
Mundo romano após expansão territorial.
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a f Lei das XII Tábuas: Primeiras leis escritas de Roma;
 f Lei Licínias: Um dos dois cônsules deveria ser plebeu;
 f Lei Canuleia: Permitia o casamento entre patrícios e plebeus.
A instituição do Tribuno da Plebe deu mais representatividade para os Plebeus. Isto 
foi muito importante, porque como foi dito, após as Guerras Púnicas, o número de 
desempregados plebeus em Roma aumentou de forma aguda. 
As tentativas mais relevantes de solução para os problemas do Plebeus, vieram das 
mãos de dois irmãos que foram eleitos, cada um a seu tempo, Tribunos da Plebe. Esses 
irmãos se chamavam Tibério Graco e Caio Graco. 
Os Irmãos Graco
Tibério Graco foi eleito Tribuno da Plebe em 133 a.C., ou seja, treze anos depois do 
final das Guerras Púnicas. Tibério ficou famoso por ter realizado a primeira proposta 
de reforma agrária da história. Sua intenção era limitar o tamanho das grandes 
propriedades (latifúndios). 
Aqueles que excedessem determinado tamanho, seriam desapropriados pelo Estado 
e distribuídos entre os plebeus que não tinham nada. Evidentemente a sua proposta 
gerou muita discussão no Senado. Entretanto, um ano depois, quando estava prestes 
a tentar uma nova eleição para o Tribunato da Plebe, Tibério foi assassinado por seus 
adversários políticos.
Os Graco de Jean-Baptiste Eugène Guillaume, Museu de Orsay, Paris.
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aAssim como seu irmão Tibério, Caio dedicou-se a criar uma série de leis que beneficiavam 
os Plebeus. No entanto, ele foi ainda mais longe que seu irmão. Além de ter aprimorado 
a proposta de reforma agrária, Caio Graco propôs também uma lei militar e uma lei do 
trigo. A primeira, proibia que menores de 17 anos fossem para a guerra e que aqueles 
que fossem estivessem providos de uniformes e equipamentos gratuitos. Já a segunda 
proposta de lei, estabelecia que o trigo fosse vendido aos pobres por um valor abaixo 
do mercado.
As propostas de Caio Graco foram combatidas pelo Senado. Após ser reeleito como 
Tribuno da Plebe, a perseguição a Caio aumentou ainda mais e, naquele momento, 
o Senado havia passado uma lei que permitia a execução de pessoas perigosas à 
República. A partir desse ponto, os historiadores divergem. Alguns consideram que 
Caio foi assassinado, enquanto outros argumentam que ele cometeu suicídio para não 
ser executado pelo Estado.
Os Triunviratos
O Primeiro Triunvirato Romano (60 a.C.- 53 a.C.) foi uma aliança informal entre o 
recém-eleito Cônsul Júlio César e dois influentes generais romanos: Pompeu e Crasso. 
Essa aliança teve como resultado o aumento do poder e da influência do exército

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