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1 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO 2 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, des- tacando-se pela oferta de cursos de gradua- ção, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimen- to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem- pre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com cons- ciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui- ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cida- dã para o mercado de trabalho, com ele- vado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci- da nacionalmente como referência em qualidade educacional. GRUPO MULTIVIX 3 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com Medeiros Ricardo Finanças e Planejamento Orçamentário / Medeiros Ricardo. – Serra: Multivix, 2019. EDITORIAL Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra 2019 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX Diretor Executivo Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretora Acadêmica Eliene Maria Gava Ferrão Penina Diretor Administrativo Financeiro Fernando Bom Costalonga Diretor Geral Helber Barcellos da Costa Diretor da Educação a Distância Pedro Cunha Conselho Editorial Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial) Kessya Penitente Fabiano Costalonga Carina Sabadim Veloso Patrícia de Oliveira Penina Roberta Caldas Simões Revisão de Língua Portuguesa Leandro Siqueira Lima Revisão Técnica Alexandra Oliveira Alessandro Ventorin Graziela Vieira Carneiro Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo Carina Sabadim Veloso Maico Pagani Roncatto Ednilson José Roncatto Aline Ximenes Fragoso Genivaldo Félix Soares Multivix Educação a Distância Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia Direção EaD Coordenação Acadêmica EaD 4 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Aluno (a) Multivix, Estamos muito felizes por você agora fazer parte do maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional. A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei- ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos de graduação, pós-graduação e extensão de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo- dalidade presencial quanto a distância. Além da qualidade de ensino já comprova- da pelo MEC, que coloca todas as unidades do Grupo Multivix como parte do seleto grupo das Instituições de Ensino Superior de excelência no Brasil, contando com sete unidades do Grupo en- tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa- -se bastante com o contexto da realidade local e com o desenvolvimento do país. E para isso, pro- cura fazer a sua parte, investindo em projetos so- ciais, ambientais e na promoção de oportunida- des para os que sonham em fazer uma faculdade de qualidade mas que precisam superar alguns obstáculos. Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: “Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores.” Entendemos que a educação de qualidade sempre foi a melhor resposta para um país crescer. Para a Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o mundo à sua volta. Seja bem-vindo! APRESENTAÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretor Executivo do Grupo Multivix 5 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS > FIGURA 1 - Demonstração do resultado do exercício (em milhares de R$) 16 > FIGURA 2 - Capital Circulante Líquido (CCL) 18 > FIGURA 3 - Ciclo operacional e ciclo financeiro 24 > FIGURA 4 - “Caminho” do capital de giro 26 > FIGURA 5 - VPL 81 > FIGURA 6 - Custo de Pedido versus Custo de Manutenção 102 > FIGURA 7 - Evolução do Custo Total 106 > FIGURA 8 - Balanço Patrimonial 113 6 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO LISTA DE QUADROS > QUADRO 1 - Balanço patrimonial (em milhares de R$) 16 > QUADRO 2 - Demonstração de fluxo de caixa 21 > QUADRO 3 - Balanço patrimonial (em milhares de R$) 28 > QUADRO 4 - Demonstrativo de resultado do exercício (em milhares de R$) 28 > QUADRO 5 - Demonstração de fluxo de caixa (em milhares de R$) 29 > QUADRO 6 - Fontes operacionais e financeiras 34 > QUADRO 7 - Balanço patrimonial da Títulos, exercício 2016 39 > QUADRO 8 - Fontes financeiras e operacionais 40 > QUADRO 9 - Fluxo de caixa de curto prazo 54 > QUADRO 10 - Fluxo de Caixa de Curto Prazo 62 > QUADRO 11 - Fluxo de Caixa de Médio Prazo 65 > QUADRO 12 - Fluxo de caixa de médio prazo 69 > QUADRO 13 - Fluxo de Caixa de Médio Prazo, Alternativo 70 > QUADRO 14 - FLUXO DE CAIXA 76 > QUADRO 15 - Simulação de política de crédito 95 > QUADRO 16 - Demonstração de Resultado do Exercício 116 7 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO 1UNIDADE 2UNIDADE 1 ESTRATÉGIAS E DECISÕES FINANCEIRAS 14 1.1 PLANEJAMENTO FINANCEIRO 14 1.1.1 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 15 1.1.2 DISPONIBILIDADE DE CAIXA 20 1.1.3 CICLOS FINANCEIRO E OPERACIONAL 22 1.2 CAPITAL DE GIRO 26 CONCLUSÃO 31 2 ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO 33 2.1 O FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO 33 2.1.1 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO 36 2.1.1.1 NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO (NIG) 36 2.1.1.2 NECESSIDADE TOTAL DE FINANCIAMENTO PERMANENTE (NTFP) 37 2.1.1.3 SALDO DE DISPONÍVEL (SD) 38 2.2 FONTES DE FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO 41 2.2.1 FONTE OPERACIONAL 42 2.2.1.1 FORNECEDORES 42 2.2.1.2 SALÁRIOS E IMPOSTOS E OBRIGAÇÕES SOCIAIS 44 2.2.2 FONTES FINANCEIRAS 44 2.2.2.1 HOT MONEY 44 2.2.2.2 ANTECIPAÇÃO DE RECEBÍVEIS 45 2.2.2.3 CONTA GARANTIDA 45 2.2.2.4 CRÉDITO ROTATIVO 45 2.2.2.5 EMPRÉSTIMOS PARA CAPITAL DE GIRO46 2.2.2.6 FINANCIAMENTO DE TRIBUTOS E OBRIGAÇÕES SOCIAIS 46 2.3 FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO PARA CAPITAL DE GIRO 46 CONCLUSÃO 48 8 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO SUMÁRIO 3 ORÇAMENTO DE CAIXA 50 3.1 VALORES DE CAIXA 50 3.2 PROJEÇÃO DE CAIXA 51 3.2.1 FLUXO DE CAIXA 53 3.2.1.1 FLUXO DE CAIXA DE CURTO PRAZO 54 3.2.1.2 FLUXO DE CAIXA DE MÉDIO PRAZO 64 CONCLUSÃO 71 4 AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS 74 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 74 4.1 ORÇAMENTO DE CAPITAL 74 4.1.1 DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA DE LONGO PRAZO 75 4.2 TÉCNICAS DE DECISÃO DE INVESTIMENTO 77 4.2.1 PAYBACK EFETIVO 77 4.2.2 PAYBACK DESCONTADO 78 4.2.3 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) 79 4.2.4 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) 80 4.3 RETORNO 85 4.3.1 DADOS HISTÓRICOS 86 4.3.2 CENÁRIOS 87 4.4 RISCO 88 4.4.1 RISCO COM DADOS HISTÓRICOS 88 4.4.2 RISCO COM CENÁRIOS 89 CONCLUSÃO 90 4UNIDADE 3UNIDADE 9 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO 5 GERENCIAMENTO OPERACIONAL 92 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 92 5.1 ADMINISTRAÇÃO DE DUPLICATAS A RECEBER 93 5.1.1 POLÍTICA DE CRÉDITO 93 5.1.2 POLÍTICA DE COBRANÇA 97 5.1.2.1 PROCEDIMENTOS DE COBRANÇA 99 5.2 GESTÃO DO ESTOQUE 100 5.2.1 O EQUILÍBRIO DOS ESTOQUES 101 5.2.2 LOTE ECONÔMICO DE COMPRA (LEC) 103 5.3 OPERAÇÕES COM CAPITAL PRÓPRIO 106 5.4 OPERAÇÕES COM CAPITAL DE TERCEIROS 107 CONCLUSÃO 109 6 DECISÕES ESTRATÉGICAS 111 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 111 6.1 ESTRUTURA DE CAPITAL 112 6.1.1 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC) 113 6.2 ALAVANCAGEM 115 6.2.1 ALAVANCAGEM OPERACIONAL 116 6.2.2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA 118 6.2.2.1 GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (GAF) 119 6.3 FUSÕES, AQUISIÇÕES E INCORPORAÇÕES 122 6.3.1 FUSÃO 122 6.3.2 AQUISIÇÃO 124 6.3.3 NCORPORAÇÃO 124 6.4 FALÊNCIA 125 6.5 FINANÇAS INTERNACIONAIS 127 5UNIDADE 6UNIDADE 10 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO CONCLUSÃO 129 REFERÊNCIAS 130 SUMÁRIO 11 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO ICONOGRAFIA ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS 12 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Caro aluno, seja bem-vindo à disciplina Finanças e Planejamento Orçamentário, na qual você será levado a compreender o papel do planejamento financeiro e orça- mentário. Como o planejamento financeiro pode ajudar a empresa e a você alcan- çarem os seus objetivos? O objetivo é conhecer as ferramentas necessárias para fazer uma boa administração financeira considerando todos os fatores que envolvem uma empresa no mundo globalizado. Já ouviu falar em capital circulante líquido? É a dife- rença entre as obrigações e os direitos de curto prazo. Conhece o conceito de risco e retorno? O risco envolvido para se obter um retorno ao longo do tempo. Compreende os conceitos de alavancagem operacional e financeira e a estrutura e custo de capi- tal? Qual a origem dos recursos investidos na empresa, se é capital próprio ou capital de terceiros? Além dessas questões, você entenderá sobre fusões, incorporações e aquisições de empresa. Portanto, a disciplina será importante para você ser capaz de visualizar toda as características financeiras de uma empresa, além de conseguir entender qual a situação e propor soluções para possíveis problemas. É importante destacar que o seu empenho, dedicação e disciplina são fundamentais para que o seu aprendizado seja satisfatório. Você deverá seguir adequadamente as orientações propostas, participar dos fóruns de discussão e ler os materiais disponibi- lizados, inclusive os complementares. Você é responsável pelo seu sucesso! Objetivos da disciplina Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de: • Empregar os conceitos de planejamento financeiro e de capital de giro. • Enunciar as formas de financiamentos de curto prazo. • Diferenciar as estratégias de administração e financiamento do capital de giro. • Examinar o trade-off de risco e retorno. • Estimar a alavancagem operacional e financeira, assim como a estrutura de capital. • Usar os conceitos de fusões, incorporações e aquisições. 13 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Discuta os conceitos de dificuldades de aprendizagem e o fracasso escolar. > Analise o fenômeno das dificuldades de aprendizagem e seus aspectos. > Aponte reflexões sobre o fracasso escolar no processo de ensino- aprendizagem. UNIDADE 1 14 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 1 ESTRATÉGIAS E DECISÕES FINANCEIRAS A geração de lucro é o principal objetivo de qualquer empresa. Sendo isso tão impor- tante, é fundamental prever as situações que podem afetar o seu resultado financei- ro. O objetivo de um planejamento financeiro é preparar a empresa para os eventos que podem afetar os resultados financeiros. Para isso, é necessária uma atenção es- pecial com os resultados de curto prazo, pois são esses dados que informam a situa- ção atual da empresa. Portanto, para um bom planejamento financeiro, é necessário projetar perspectivas alcançáveis, que só são possíveis por meio do conhecimento da situação atual. Dessa forma, você será capaz de administrar os fatores que podem afetar os lucros da empresa internamente. Como os ciclos operacionais e financeiros auxiliam esse processo? O capital circu- lante líquido é importante para uma boa administração financeira? Como podemos utilizar os recursos para aumentar os resultados da empresa? 1.1 PLANEJAMENTO FINANCEIRO Para realizarmos um planejamento financeiro de uma empresa, precisamos visuali- zar quais informações são primordiais para ter uma visão completa da situação finan- ceira da empresa. Pensando dessa forma, ao planejar a situação financeira de uma empresa, você preci- sa considerar se possui recursos suficientes para realizar os pagamentos dos encargos fiscais, remunerar os proprietários do empreendimento e realizar investimento, com o intuito de garantir a continuidade da empresa. Sendo capaz de identificar esses dados, é momento de se programar para possíveis variações nos seus custos e despesas, assim como na variação na demanda do seu produto. Todas essas questões, que podem ser consideradas de longo prazo, afetam diretamente o planejamento financeiro de sua empresa. Mas para que você realize o seu planejamento de longo prazo, são necessárias infor- mações de curto prazo. Dessa forma, o planejamento financeiro depende de vários dados financeiros que toda a empresa deve fornecer. 15 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO Leve em consideração que você pretende oferecer maior prazo para seus clientes realizarem os pagamentos das compras (ou oferecer um desconto para pagamento à vis- ta). Isso acarreta em uma diminuição de valor disponível em caixa, que será necessária uma forma para compensar essa redução no caixa, ou seja, ao ofertar um prazo maior, é necessário planejara origem dos recursos que serão uti- lizados para compensar a redução de caixa. Segundo Brealey, Myers e Allen (2013), o planejamento de longo prazo foca em es- tratégias financeiras alternativas como formas de evitar surpresas e se preparar para eventos que não podem ser evitados. Além disso, fixa metas e formas de controlar o desempenho da empresa. Também de acordos com esses autores, o planejamento de curto prazo são previsões que raramente ultrapassam 12 meses e buscam garantir que a empresa possua re- cursos suficientes para pagar as contas. Pode ser necessária a decisão de emprésti- mos de curto prazo para sanar problemas pontuais de fluxo de caixa. Portanto, ao longo desta unidade, você aprenderá as ferramentas necessárias para utilizar no planejamento financeiro da empresa. Mais do que isso, você conseguirá identificar como cada dado apresentado é capaz de afetar todo o planejamento da empresa. Seja de curto, seja de longo prazo. 1.1.1 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO Primeiramente, para conseguir utilizar as ferramentas de maneira apropriada, é ne- cessário se familiarizar com a maneira pela qual os dados financeiros de uma empre- sa são apresentados. As informações financeiras de uma empresa são apresentadas por meio do balanço patrimonial e demonstração de resultado do exercício. Para conhecer o balanço patrimonial e a demonstração de resultado do exercício, analise os dados da empresa fictícia Sentidos Produtos Cosméticos SA: 16 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO QUADRO 1 - BALANÇO PATRIMONIAL (EM MILHARES DE R$) ANO (31 DE DEZEMBRO) 2016 2015 Ativo circulante Caixa 1491 1591 Títulos negociáveis 1207 1191 Contas a receber 1051 909 Estoques 835 963 Total do ativo circulante 4184 4654 Ativo não circulante Investimento bruto 3908 3752 Menos depreciação 567 307 Total do ativo não circulante 3167 3445 Total do ativo 7925 8099 PASSIVO CIRCULANTE Empréstimos bancários 1764 2161 Contas a pagar 1090 1049 Total do passivo circulante 2854 3210 Passivo não circulante 2247 2744 Patrimônio líquido 2824 2145 Total do passivo e patrimônio líquido 7925 8099 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. FIGURA 1 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (EM MILHARES DE R$) ANO 2016 1 Vendas 7912 2 Custos operacionais 4884 3 Outras despesas 54 4 Depreciações 260 5 LAJIR (1 - 2 - 3 - 4) 2714 6 Juros 656 7 Lucros antes do IR (5 - 6) 2058 8 Impostos (34%) 700 9 Lucro líquido (7 - 8) 1358 Dividendos 679 Lucros Retidos 679 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. 17 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO No balanço patrimonial, estão as informações de uma data específica, ou seja, os da- dos contidos no balanço patrimonial da empresa Sentidos Produtos Cosméticos SA representam, respectivamente, como estavam as contas nos dias 31 de dezembro de 2015 e 2016. Podemos comparar essas informações como se estivéssemos olhando para uma fotografia, que representa aquele exato momento, podendo ser alterada no dia seguinte. As informações contidas no balanço patrimonial são divididas em ativo e passivo. No ativo, estão todos os direitos de recebimentos e patrimônio da empresa. Já no passi- vo, são as obrigações que a empresa tem de pagar. Na prática, os valores que estão no passivo financiam (são as origens) os bens que estão no ativo. No interior do ativo e no passivo, as informações são subdivididas de acordo com sua liquidez. Dessa forma, quanto mais rápido o bem ali descrito possa se transformar em dinheiro, mais na parte superior ele estará. Assim sendo, o passivo e ativo circulante são as obrigações e direitos, respectivamente, de curto prazo. Já o passivo e ativo não circulante são obrigações e direito de longo prazo. O patrimônio líquido é o valor que pertence diretamente aos acionistas da empresa. Neles estão presentes o capital social (valor investido pelos acionistas na empresa) e todos os demais valores que pertencem aos acionistas, mas não foram distribuídos, ficando retidos na empresa. Já a demonstração do resultado do exercício contém todas as informações ao lon- go de um exercício, isto é, as informações ali contidas correspondem a todas as in- formações que ocorreram ao longo de um ano ou período específico. No exemplo apresentado, a demonstração do resultado do exercício corresponde aos dados que ocorreram ao longo de 2016. Como se pode perceber, essas duas informações são complementares. Para conse- guir realizar uma boa análise da situação financeira e ser capaz de fazer um planeja- mento eficaz, é importante possuir ambas. Um dos dados que se consegue extrair do balanço patrimonial é o Capital Circulante Líquido (CCL). O CCL ou Capital de Giro Líquido (CGL) nada mais é do que a diferença entre o passivos e ativos circulantes. Essa informação é capaz de fornecer a diferença entre os direitos (valores que se tem direito a receber) e os deveres (obrigações de pagamentos) de curto prazo. Em outras palavras, o CCL é quanto temos para receber e pagar em um curto período. Como se pode perceber na seguinte equação: Capital Circulante Líquido=Ativo Circulante-Passivo Circulante 18 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO O CCL possui três situações para representar a necessi- dade de capital circulante. Elas são apresentadas a se- guir com base em como se encontra o balanço patrimo- nial da empresa: FIGURA 2 - CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL) Fonte: HOJI, 2017. Portanto, as três possíveis situações do CCL nos passam a informação de como estão as contas de curto prazo e a respectiva origem do recurso para realizar o pagamento das obrigações da empresa. No caso do CCL ser positivo, isso mostra que o ativo circulante é maior que o passivo circulante, indicando que parte dos valores de curto prazo estão sendo financiados por obrigações de um prazo mais longo, ou seja, esse valor não será utilizado pagar obrigações de curto prazo, abrindo opções de como esse valor pode ser utilizado. Ao se encontrar com o CCL positivo, é provável que a empresa esteja em uma situa- ção bem segura quanto aos seus pagamentos no curto prazo. Já que possui recursos suficientes para honrar essas obrigações e ainda com um excedente. 19 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO Levando em consideração os dados da Sentidos Produtos Cos- méticos SA, temos: Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante-Passivo Circulante CCL = 4184 - 2854 = 1330 Portanto, o CCL dessa empresa é de um milhão e setecentos e trinta mil. Demonstrando que parte do ativo circulante é fi- nanciado por dívidas de longo prazo e que a empresa possui meios de pagar todas suas obrigações de curto prazo e ainda uma margem de segurança para essa situação. Quando o CCL se encontra negativo, podemos verificar que o passivo circulante é superior ao ativo circulante. Isso mostra que parte dos investimentos de longo prazo, ou seja, que possuem uma menor liquidez, estão sendo financiados por obrigações de longo prazo. Isso é uma amostra de que a empresa terá de pagar valores em um curto prazo, mas seu investimento só apresenta uma liquidez depois disso. Essa situação, possivelmente, é a que requer uma maior atenção. Já que será neces- sário destinar recursos para o pagamento de um investimento que não apresenta a mesma liquidez no momento. Muito possivelmente, a empresa nessa situação terá de recorrer a outras formas de financiamento. Por último, quando o passivo circulante é igual ao ativo circulante, todos os recursos de curtoprazo são financiados por recursos de longo prazo, indicando uma situação de equilíbrio. É importante ressaltar que, em finanças, uma única informa- ção não fornece o quadro em que a empresa se encontra. Por- tanto, se uma empresa possui um CCL negativo, somente essa informação não indica que a situação financeira é delicada. Para se chegar a uma análise de qualidade, precisamos de vá- rias análises para identificar a real situação da empresa, assim como realizar comparações com as demais empresas do mes- mo setor e tamanho. 20 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Assim, por meio do CCL, pode-se fazer uma comparação entre origem e destino das obrigações de curto prazo. Com isso, somos capazes de verificar a necessidade de recursos de curto prazo para manter as atividades da empresa e planejar alternativas de conseguir financiamentos mais atrativos, que favorecerão a continuidade da em- presa. Por isso, essa informação é importante para se realizar um bom planejamento financeiro. 1.1.2 DISPONIBILIDADE DE CAIXA O quadro 2 demonstra que o caixa da empresa foi reduzido em cem mil reais de 2015 para 2016. Mas qual foi o destino dos valores recebidos pela empresa ao longo do ano e do saldo disponível anteriormente no caixa? Existem várias possibilidades para a destinação desses valores. Esse valor pode ter sido disponibilizado para oferecer um maior prazo para os clientes pagarem as suas compras, aumentar o estoque da empresa ou pagar os fornecedores com um prazo menor. Esse valor também pode ter sido utilizado para investir em imobilizado ou no pagamento de dívidas que a empresa possuía. A forma de verificar a destinação dos recursos de curto prazo da empresa é por meio da demonstração do fluxo de caixa da empresa. Esse fluxo mostra as retiradas e en- tradas de recursos que realmente ocorreram ao longo do exercício. Pode-se verificar a destinação dos valores que passaram pelo caixa da empresa por meio do demonstrativo do flu- xo de caixa. No caso da Sentidos Produtos Cosméticos SA, esse demonstrativo pode ser visto a seguir: 21 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO QUADRO 2 - DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Lucro líquido 1358 Depreciação 260 Aumento (diminuição) nas contas a receber -142 Aumento (diminuição) nos estoques 128 Aumento (diminuição) nas contas a pagar 41 Fluxo de caixa líquido das atividades operacionais 1645 FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Investimento em imobilizado -156 FLUXO DE CAIXAS DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Dividendos -679 Vendas (compras) de títulos negociáveis -16 Aumento (diminuição) na dívida de longo prazo -497 Aumento (diminuição) na dívida de curto prazo -397 Fluxo de caixa líquido das atividades de financiamento -1589 Aumento (diminuição) no saldo de caixa -100 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Mas qual a diferença entre o Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) e o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC)? Primeiramente, na DRE, os valores que ali são apresentados são lançados assim que ocorrem o evento, mesmo que o valor não tenha sido de fato efetivado. Mas como isso ocorre? Imagine que foi realizada uma venda de produto. No momento da venda, esse valor é contabilizado como valor de venda, mesmo que o cliente só realize o pagamento três meses após a compra. Em outras palavras, o valor da venda ainda não entrou em caixa no momento em que a compra foi realizada, mas já está contabilizado na DRE. Isso pode ocorrer para diversas contas na DRE. Assim sendo, na DFC só são considerados os valores que realmente entraram e saí- ram do caixa. Para isso, realizamos as etapas listadas a seguir. 22 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO • Utilizar o lucro líquido do exercício. • Realocar o valor reservado para depreciação. Lembre-se de que a depreciação não é uma saída de caixa, por isso ela volta a ser adicionada para chegarmos ao fluxo de caixa da empresa. • Realizar os ajustes de acordo com a diminuição ou aumento de cada tipo de conta de um ano para o outro: • valores de conta a receber; • ajuste no nível de estoque; • valores disponíveis em contas a pagar; • alteração no investimento bruto; • venda ou compra de títulos negociáveis; • alteração na dívida de longo prazo; • alteração na dívida de curto prazo. • Se houver o pagamento de dividendos aos acionistas, esse valor deverá ser reduzido do valor disponível em caixa. Ao realizar todas essas etapas, de acordo com o exemplo do quadro 3, pode-se che- gar à conclusão de como foram utilizados os valores que culminaram na redução do saldo de caixa. No caso da Sentidos Produtos Cosméticos SA, os valores de caixa foram utilizados para fornecer um maior prazo para pagamento dos seus clientes, investimento em imobilizado, pagamento de dividendos, compra de títulos negociáveis e a redução das dívidas de curto e longo prazo. 1.1.3 CICLOS FINANCEIRO E OPERACIONAL Outra técnica importante para verificar o controle da geração de caixa de uma em- presa é elaborar os seus ciclos operacionais e financeiros. Essas informações são ca- pazes de fornecer informações sobre a capacidade de geração de caixa e rotação do seu capital de giro. 23 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO O ciclo operacional de uma empresa consiste no período de tempo que ela leva des- de a aquisição da matéria-prima até o recebimento pela venda dos produtos. Isso inclui o prazo para produzir o produto, para realizar a sua venda, pagar aos fornece- dores e receber dos seus clientes. Já o ciclo financeiro é a diferença entre o pagamento dos fornecedores e o recebi- mento do pagamento por parte dos seus clientes. Esse período consiste no tempo que serão necessários recursos para financiar a operação da empresa. Mas por que essas informações são importantes para o gerenciamento e planeja- mento financeiro? A importância desses dados se dá pois seremos capazes de con- seguir identificar o tempo necessário de empréstimos para capital de giro, pelo ciclo financeiro, e do tempo que leva entre comprar a matéria-prima e receber o paga- mento do cliente, fornecendo a informação da eficiência na utilização dos recursos. Visto a importância dos ciclos financeiro e operacional, é preciso entender como é realizado o seu cálculo. Para isso, é necessário realizar o cálculo dos prazos médios de estocagem, pagamento e recebimento, que podem ser encontrados por meio das informações disponíveis na DRE e no balanço patrimonial da empresa. Prazo Médio de Estocagem = Estoque no Início do Ano Custo das Mercadoria Vendidas 365 ( ( Prazo Médio de Pagamento = Contas a Pagar no Início do Ano Custo das Mercadoria Vendidas 365 ( ( Prazo Médio de Recebimento = Contas a Receber no Início do Ano Vendas 365 ( ( • Prazo médio de estocagem: • tempo médio que a matéria-prima leva para ser produzida e vendida para o cliente. • Prazo médio de pagamento: 24 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO • tempo médio que o fornecedor da matéria-prima oferece de prazo para a em- presa realizar o pagamento. • Prazo médio de recebimento: • tempo médio que a empresa leva para receber o pagamento dos seus clientes pelas mercadorias vendidas. Portanto, de posse dessas informações, pode-se identificar os ciclos financeiro e ope- racional da empresa, que pode ser encontradoutilizando as seguintes equações: Ciclo Operacional = Prazo Médio de Estocagem + Prazo Médio de Recebimento Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional-Prazo Médio de Pgamento Outra forma de visualizar os ciclos é por uma linha do tempo, conforme é demons- trado na figura 3: FIGURA 3 - CICLO OPERACIONAL E CICLO FINANCEIRO Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Utilizando o nosso exemplo da empresa Sentidos Produtos Cosméticos SA, temos como prazos médios: 25 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO Prazo Médio de Estocagem = = 72 Dias 963 4884 365 ( ( Prazo Médio de Pagamento = = 78 Dias 1049 4884 365 ( ( Prazo Médio de Recebimento = = 42 Dias 909 7912 365 ( ( Com esses prazos médios, podemos realizar o cálculo utilizando as equações de ciclo financeiro e operacional: Ciclo Operacional = 72 + 42 = 114 Dias Ciclo Financeiro = 114-78 = 36 Dias Com as informações dos ciclos, sabemos que essa empresa demora 114 dias entre comprar a matéria-prima e receber o valor pelas vendas e que os pagamentos dos fornecedores ocorrem, em média, 36 dias antes do recebimento dos clientes. Os ciclos financeiros e operacionais são importantes para a administração, pois sabe- mos qual será o impacto de alterações de certos processos. No caso do exemplo, se a empresa for capaz de melhorar o tempo desde a compra da matéria-prima até a venda, por meio de uma melhor administração do estoque, a empresa seria capaz de girar seu estoque mais rápido, obtendo um maior lucro. Já ao abordar o ciclo financeiro, os 36 dias indicam que a empresa necessita de capi- tal de giro por esse prazo. Essa informação ajuda a negociar formas de financiamen- tos para realizar o pagamento dos seus fornecedores, fornecendo previsibilidade para a administração. Pensando de forma mais ampla, a situação ideal para qualquer empresa é conseguir girar o ciclo operacional o maior número de vezes possível, pois esse giro oferece uma maior possibilidade de lucro. Em relação ao ciclo financeiro, a situação ideal seria um ciclo negativo, já que, nessa situação, a empresa recebe primeiro dos seus clientes para depois realizar o pagamento aos fornecedores. 26 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Um ciclo financeiro negativo indica que seus fornecedores estão financiando o prazo ofertado aos seus clientes. Nessa situação, não há a necessidade de financiamento do capital de giro. Infelizmente, essa situação não é muito comum no mundo empresa- rial, a maioria das empresas necessitam de capital de giro. 1.2 CAPITAL DE GIRO Conforme a definição de Hoji (2017), o capital de giro é correspondente aos recursos aplicados em ativos circulantes, que são transformados pelo ciclo operacional. Como se pode perceber pelo nome, o capital de giro fica girando dentro do ativo circulante da empresa, de acordo com a evolução do ciclo operacional. O processo básico do capital de giro segue a seguinte ciclo, o dinheiro que estava no caixa é utilizado para comprar matéria-prima para a fabricação de produtos, depois essa matéria-prima se torna produtos acabados, que são vendidos para o cliente, e o valor da venda retorna para o caixa da empresa. FIGURA 4 - “CAMINHO” DO CAPITAL DE GIRO Caixa Estoque de MP Produto Acabado Venda Fonte: Adaptado de HOJI, 2017. O “caminho” realizado pelo capital de giro pode ser visualizado na figura 4. 27 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO O estudo sobre o capital de giro é fundamental para o planejamento financeiro e para o sucesso da empresa, já que ela precisa recuperar os custos para a operaciona- lização do produto acabado e sua venda. Os custos que estão envolvidos nesse processo, além do valor da matéria-prima, são o custo para a fabricação do produto acabado, que inclui maquinário e mão de obra do funcionário, os gastos com o processo de venda do produto acabado e o prazo até o seu recebimento. Dessa forma, conseguir controlar o ciclo de capital de giro pelos ciclos operacionais e financeiros é fundamental para realizar o planejamento financeiro da sua empresa. Isso porque tais informações lhe darão os valores necessários de financiamento de curto prazo e por quanto tempo será necessário o financiamento. Além disso, essas informações podem ser suficientes para identificar razões pelo bai- xo lucro da empresa, como um ciclo operacional muito longo, capital de giro não está sendo bem investido para a geração de um lucro consistente com o investimen- to, entre outras razões. Agora que já vimos várias técnicas de como fazer uma aná- lise financeira de curto prazo da empresa, vamos utilizar nosso conhecimento aplicando sobre as informações da empresa fictícia Pipa Confecções de Roupas. Por meio das informações contábeis e financeiras apresentadas a seguir, realize um planejamento sobre as finanças da empresa, verificando se é necessário capital cir- culante líquido e seu valor, em que estão sendo investidos os valores gerados pela empresa ao longo do ano, os ciclos operacionais e financeiros da empresa para con- seguir identificar por quanto tempo necessitamos capital de giro e, por fim, verificar se o capital de giro está sendo utilizado de forma adequada e conseguindo gerar lucro para a empresa. 28 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO QUADRO 3 - BALANÇO PATRIMONIAL (EM MILHARES DE R$) ANO 2016 2015 Ativo circulante Caixa 820 600 Títulos negociáveis 150 100 Contas a receber 300 120 Estoques 80 130 Total do ativo circulante 1350 950 Ativo não circulante Investimento bruto 1150 1100 Menos depreciação 130 90 Total do ativo não circulante 1020 1010 Total do ativo 2370 1960 Passivo circulante Empréstimos bancários 400 300 Contas a pagar 50 90 Total do passivo circulante 450 390 Passivo não circulante 780 900 Patrimônio líquido 1140 670 Total do passivo e patrimônio líquido 2370 1960 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. QUADRO 4 - DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (EM MILHARES DE R$) ANO 2016 1 Vendas 3000 2 Custos operacionais 1200 3 Outras despesas 200 4 Depreciações 40 5 LAJIR (1 - 2 - 3 - 4) 1560 6 Juros 136 7 Lucros antes do IR (5 - 6) 1424 8 Impostos (34%) 484 9 Lucro líquido (7 - 8) 940 Dividendos 470 Lucros retidos 470 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. 29 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO Com as informações do balanço de patrimônio e da DRE, a primeira ação é realizar a demonstração de fluxo de caixa para identificar o que ocasionou o aumento no caixa da empresa de um ano para o outro. O DFC pode ser visualizado na figura 6. QUADRO 5 - DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (EM MILHARES DE R$) FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Lucro líquido 940 Depreciação 40 Aumento (diminuição) nas contas a receber -180 Aumento (diminuição) nos estoques 50 Aumento (diminuição) nas contas a pagar -40 Fluxo de caixa líquido das atividades operacionais 810 Fluxo de caixa das atividades de investimento Investimento em imobilizado -50 FLUXO DE CAIXAS DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Dividendos -470 Vendas (compras) de títulos negociáveis -50 Aumento (diminuição) na dívida de longo prazo -120 Aumento (diminuição) na dívida de curto prazo 100 Fluxo de caixa líquido das atividades de financiamento -540 Aumento (diminuição) no saldo de caixa 220 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Identificamos que os valores obtidos pela empresa foram investidos principalmentena oferta de um maior prazo para os seus clientes pagarem as contas e na redução do pra- zo para realizar o pagamento aos fornecedores. Também foi destinado um valor para investimentos em imobilizado, além do pagamento de dividendo, compras de títulos negociáveis e redução da dívida de longo prazo e aumento da dívida de curto prazo. Embora tenham sido realizados esses vários investimentos, os valores não foram su- ficientes para utilizar todo o valor de lucro retido da empresa, fazendo o restante de duzentos e vinte mil reais serem destinados ao caixa da empresa. 30 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Após essa etapa, podemos calcular o CCL para identificar se a empresa possui neces- sidade de capital de giro e de quanto é esse valor. CCL = 1350 – 450 = 900 Agora sabemos que a empresa necessita de um CCL de novecentos mil reais, que são financiados por dívida de longo prazo, o que indica que a empresa aparenta estar numa situação equilibrada nas despesas de curto prazo. Por último, calculamos os prazos médio de recebimento, pagamento e estocagem, que nos forneceram as informações necessárias para calcular os ciclos operacional e financeiro. Prazo Médio de Estocagem= Prazo Médio de Pagamento= Prazo Médio de Recebimento= = 40 Dias = 27 Dias = 15 Dias 130 90 120 1200 4884 3000 365 365 365 ( ( ( ( ( ( Com esses prazos médios, podemos realizar o cálculo utilizando as equações de ci- clos financeiro e operacional: Ciclo Operacional = 40 + 15 = 55 Dias Ciclo Financeiro = 55 – 27 = 28 Dias Com ciclos operacional e financeiro, respectivamente, de 55 e 28 dias, a empresa possui uma necessidade de capital de giro por um curto período de tempo, somente 28 dias. 31 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO No caso do ciclo operacional, chegamos ao resultado que a empresa consegue fazer um giro bastante rápido desde a compra da matéria-prima até o recebimento do seu cliente pela venda, indicando que os processos ocorrem de maneira eficiente. Para fazer uma análise final, identificamos que a empresa possui um bom ciclo ope- racional e uma situação estável quanto ao seu CCL. O seu ciclo operacional também está bastante curto, mas como o seu ciclo operacional é reduzido, o ideal seria a re- dução um pouco maior no ciclo financeiro. O ponto que podemos fazer uma ressalva aqui é no aumento do valor em caixa. Nessa situação, não parece necessária uma retenção de lucro nesse nível, podendo distribuir um dividendo mais alto. CONCLUSÃO Ao longo desta unidade, foram abordadas as técnicas de capital circulante líquido, disponibilidade de caixa, ciclos financeiro e operacional e o capital de giro. Todas es- sas informações são necessárias para realizar uma análise da situação financeira de curto prazo da empresa. Além de ser de extrema importância para realizar planeja- mentos futuros. O CCL é importante, pois oferece informações sobre como estão sendo financiados os investimentos de curto prazo da empresa. Essa situação pode identificar um excesso de capital investido no curto prazo ou que os financiamentos de curto prazo estão sendo utilizados para investimentos de longo prazo. Situação essa que pode causar problemas financeiros para a empresa no futuro se persistir. Os ciclos financeiro e operacional, assim como o capital de giro, revela os dados de como estão sendo utilizados os recursos de curto prazo da empresa, fornecendo a ideia da velocidade da compra da matéria-prima até o recebimento pela venda e por quanto tempo é necessário capital de giro para realizar o pagamento aos fornecedo- res antes de receber os pagamentos dos clientes. Já o DFC fornece as informações sobre onde são realizados os investimentos dos re- cursos obtidos pela empresa, assim como a interferência desses investimentos no saldo de caixa da organização. 32 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que você: > Interpretar a necessidade de capital de giro. > Aplicar os cálculos dos indicadores de capital de giro. > Apontar as fontes de financiamento do capital de giro. > Esquematizar as contas circulantes de acordo com sua característica. UNIDADE 2 33 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO 2 ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO A empresa necessita de recursos para financiar as suas atividades de produção e ven- da. Com isso, os recursos possuem origens e destinação. O objetivo do capital de giro é justamente financiar as atividades de operação da empresa, tornando-as o mais rentável possível. Portanto, é necessário identificar a necessidade de investimento em capital de giro e como realizar esse financiamento, seja ela através de curto ou longo prazo, por fontes financeiras ou operacionais. Com esse conhecimento, você será capaz de elaborar um plano que melhor atenda às necessidades de uma empresa em financiar a sua operação. 2.1 O FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO O financiamento de curto prazo tem como objetivo cobrir as necessidades de caixa previstas da empresa. Existem várias opções dessa forma de financiamento. Ao longo da unidade, serão mostradas várias fontes, fazendo uma apresentação das suas carac- terísticas e como realizar o seu uso. Esses tipos de financiamentos podem ser verificados no balanço patrimonial por to- dos os pagamentos que a empresa é obrigada a fazer no curto prazo, mais uma pe- quena parcela dos recursos de longo prazo, seja ele próprio ou de terceiros. Segundo Matias (2014), tais obrigações surgem: • Das atividades operacionais normais da empresa; • De empréstimos e financiamentos adquiridos em acordos com instituições financeiras, que podem ser denominadas fontes financeiras; • De recursos de longo prazo, que possuem destinação para o capital de giro da empresa. 34 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Os ativos e passivos circulantes podem ser subdivididos em fontes operacionais e financeiras, dependendo de sua origem. O quadro identifica como as contas são caracterizadas. QUADRO 6 - FONTES OPERACIONAIS E FINANCEIRAS ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE OPERACIONAL FINANCEIRO OPERACIONAL FINANCEIRO Duplicatas a receber Estoques Adiantamentos e Des- pesas de Competên- cia do Exército Seguinte Caixas e Bancos Aplicações Financeiras Fornecedores Salários e Encargos Impostos e Taxas Adiantamento de Clientes Empréstimos Bancá- rios Financiamentos Duplicatas Desconta- das Dividendos e IR PERMANENTE PERMANENTE Terrenos Máquinas e Equipamentos Outros itens de longo prazo Passivo não Circulante Patrimônio Líquido Fonte: Assaf Neto e Silva, 2014. As fontes operacionais são originadas pela operação natural da empresa. Essas ope- rações são os valores que se deve pagar aos fornecedores e os salários que a empresa deve pagar aos seus funcionários. Existe uma razão proporcional entre as operações da empresa e o financiamento operacional. Isso ocorre porque a empresa só necessita de um número determinado de empregados para realizar as suas operações, ou uma quantidade específica de matéria-prima. 35 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO Dessa forma, se a empresa necessita de financiamento, não é uma alternativa contra- tar mais funcionários ou comprarmais matéria-prima, já que essas alterações geram obrigações desnecessárias para a empresa. Portanto, as fontes de financiamentos operacionais tendem a se manter estáveis ao longo da vida da empresa, só alterando quando existem crescimentos ou redução de demanda, sendo necessário contratar mais pessoas para a produção e comprar mais matéria-prima, ou reduzir o número de empregados e comprar menos matéria-pri- ma. Considere que a sua empresa possui uma demanda maior do que você é capaz de produzir. Para atender essa demanda, o que se deve fazer? Para aumentar as vendas, é necessário produzir mais. Com o aumento da pro- dução, é necessário aumentar as horas trabalhadas ou contratar mais trabalha- dores e, com isso, os valores dos salários a pagar aumentam. Também é indispensável comprar mais matéria-prima, aumentando também as duplicadas a pagar para os fornecedores. Com a expansão das vendas, há um incremento nos valores de impostos a serem pagos. Dessa forma, surge um ciclo: quanto mais se vende, maior o valor a pagar aos fornecedores, assim como impostos e salários. O inverso também pode ocorrer: quando há uma retração das vendas, menos se paga aos fornecedores, menos impostos e menos salários. Como foi demonstrado no exemplo, a proporção de fonte de financiamento opera- cional não é facilmente alterada, pois depende das demandas operacionais que a empresa possui. A primeira coisa necessária para saber a melhor forma de financiamento de curto prazo é saber quanto a empresa necessita para financiar suas operações. Será apre- sentado, no tópico seguinte, justamente como podemos identificar essa necessidade. 36 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2.1.1 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO A Necessidade de Capital de Giro permite, com razoável precisão técnica, melhor conhecer e avaliar a estrutura financeira das empresas. Essa análise realiza uma ava- liação mais analítica da sua posição financeira de maneira simples e dinâmica. A maioria dos conceitos aqui utilizados não são informações novas, mas a sua utiliza- ção de forma dinâmica oferece uma visão mais ampla das suas características e usos. O primeiro passo é identificar quais as fontes financeiras e operacionais, tanto do ati- vo como do passivo circulante. Conforme já demonstrado, os ativos circulantes opera- cionais representam os investimentos em itens operacionais, como valores a receber motivados por vendas a prazo, estoque para produção e de produtos acabados e outras despesas operacionais. Através dessa subdivisão, será possível realizar o cálculo das necessidades de capital de giro, cálculo que será demonstrado nos tópicos seguintes. 2.1.1.1 NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO (NIG) A necessidade de investimento em capital de giro (NIG) é a subtração entre os ativos circulantes operacionais e os financiamentos operacionais, que são caracterizados por fornecedores, salários e respectivos encargos sociais, impostos indiretos e taxas a pagar. NIG=Ativo Circulante Operacional-Passivo Circulante Operacional Assim sendo, a NIG possui três resultados possíveis: podem ser negativos, positivos ou neutros. Cada um desses resultados significa uma característica e uma necessidade para a empresa. • NIG positivo – a atividade operacional da empresa possui saídas de caixa de forma mais rápida do que entradas de caixa. Dessa forma, existe uma necessi- dade permanente de investimento em seu giro; 37 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO • NIG negativo – neste caso, a empresa apresenta fontes operacionais maiores que os investimentos operacionais. Isso representa que o passivo circulante operacional não financia somente o ativo circulante operacional, mas tam- bém outros elementos; • NIG neutro – os ativos e os passivos operacionais líquidos são iguais. Isso de- monstra que o financiamento das atividades operacionais da empresa é reali- zado somente por suas atividades operacionais, não sendo necessário nenhum capital a mais ou possuir recursos capazes de financiar além das atividades operacionais. Logo, a NIG depende da produção e das vendas da empresa e de seu ciclo financeiro, definido pelas características do negócio da empresa. Mas, como todo tipo de negó- cio, a empresa está exposta à variação das demandas e das vendas, representando as suas sazonalidades. Portanto, existe uma necessidade permanente de financiamento e outra sazonal. Caso haja necessidade de investimentos em capital de giro e a empresa não seja capaz de gerar recursos operacionais próprios para financiar essa demanda maior, a empresa deverá recorrer a fontes de financiamentos para readquirir o equilíbrio financeiro. 2.1.1.2 NECESSIDADE TOTAL DE FINANCIAMENTO PERMANENTE (NTFP) A necessidade total de financiamento permanente (NTFP) se dá pela soma da NIG com o investimento permanente (ativo não circulante) da empresa, ou seja: NTFP=NIG+Investimento Permanente A NTFP é o valor que a empresa necessita permanentemente para a sua estrutu- ra atual, ou seja, esses valores serão utilizados continuamente por um longo prazo. Portanto, para manter um bom equilíbrio financeiro da empresa, o ideal é que essa cobertura seja realizada por passivos permanentes, que são o passivo não circulante e o patrimônio líquido. 38 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Esse equilíbrio é extremamente importante, pois, se as fontes desses recursos forem pelo passivo circulante, a empresa fica vulnerável à necessidade de uma maior reno- vação das dívidas. Isso ocorre devido a os valores da NTFP serem utilizados de forma permanente pela empresa, sendo necessários recursos por um longo prazo. Se o financiamento dessa necessidade for realizado por recursos de curto prazo, serão necessárias várias reno- vações de financiamento para suprir os recursos necessários. Para identificar como está sendo financiado o NTFP, podemos calcular o Saldo de Disponível, que será demonstrado no tópico seguinte. 2.1.1.3 SALDO DE DISPONÍVEL (SD) O Saldo de Disponível (SD) funciona como recursos financeiros da empresa que po- dem ser utilizados em eventuais necessidades de investimentos operacionais em giro, principalmente em situações em que a empresa precisa de recurso em mo- mentos sazonais. O SD pode ser calculado através da subtração do passivo permanente pela necessi- dade total de financiamento permanente. Ou seja: SD=Passivo Permanente-NTFP O SD também pode ser calculado pela diferença entre o ativo circulante financeiro e o passivo circulante financeiro: SD=Ativo Financeiro-Passivo Financeiro Esse resultado representa o valor de recursos adquiridos de fontes de longo prazo e está disponível para eventuais aplicações, ou quanto de recurso é necessário de curto prazo para complementar a NTFP. Como na NIG, o saldo de disponível possui três resultados possíveis, sendo eles: • SD positivo – ocorre quando o total do passivo permanente supera a necessi- dade total de financiamento permanente, mantendo um saldo positivo para utilizar em aplicações diversas; 39 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO • SD negativo – significa que a necessidade total de financiamento permanente é superior ao passivo permanente, indicando que a empresa está utilizando recursos de curto prazo no financiamento de longo prazo; • SD neutro – a necessidade total de financiamento permanente e o passivo permanente são iguais, representando que toda a necessidade permanente está sendofinanciada com recursos de longo prazo e, além disso, não existem sobras de recursos para eventuais aplicações. Assim, se o saldo de disponível estiver positivo, necessidades operacionais eventuais podem ser supridas até o valor desse saldo, sem a necessidade de um novo financia- mento. Fornecendo previsibilidade para as necessidades financeiras da empresa. Considerando as informações do balanço patrimonial da empresa fictícia Títulos, no Quadro 7, calcule a necessidade de investimento em capital de giro (NIG), a necessidade total de financiamento permanente (NTFP) e o saldo de disponível (SD), fazendo uma análise da atual situação financeira da empresa. QUADRO 7 - BALANÇO PATRIMONIAL DA TÍTULOS, EXERCÍCIO 2016 ATIVO CIRCULANTE Caixa 1491 Títulos Negociáveis 1207 Contas a Receber 1051 Estoques 835 Total do Ativo Circulante 4584 ATIVO NÃO CIRCULANTE Investimento Bruto 3908 Menos Depreciação 567 Total do Ativo Não Circulante 3341 Total do Ativo 7925 PASSIVO CIRCULANTE Empréstimos Bancários 1764 40 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO PASSIVO CIRCULANTE Salários e Encargos 650 Fornecedor 1090 Total do Passivo Circulante 3504 Passivo Não Circulante 2247 Patrimônio Líquido 2174 Total do Passivo e Patrimônio Líquido 7925 Fonte: Elaborada pelo autor, 2019. O primeiro passo para encontrar a NIG é subdividir os ativos e os passivos circulantes em operacionais e financeiros, dependendo da sua característica. Nesse caso, temos: QUADRO 8 - FONTES FINANCEIRAS E OPERACIONAIS ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL Contas a Receber Salários e Encargos Estoques Fornecedor FINANCEIRO Caixa Empréstimos Bancários Títulos Negociáveis Fonte: Elaborada pelo autor, 2019. Dessa forma, após identificar as contas operacionais e financeiras de curto prazo, é possível calcular a necessidade de investimento em capital de giro (NIG): NIG=ativo circulante operacional-passivo circulante operacional NIG=(contas a receber+estoques)-(salários e encargos+fornecedor) NIG= (1051+835)-(650+1090)=146 Na sequência, somo capazes de realizar o cálculo da necessidade total de financia- mento permanente (NTFP): NTFP=NIG+investimento permanente NTFP=146+3341=3487 41 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO Por último, realizamos o saldo de disponível, que utiliza a NTFP e o passivo perma- nente: SD=Passivo permanente-NTFP SD=4421-3487=934 Dessa forma, temos os resultados de uma NIG positiva de 146, a NTFP de 3487 e o SD positivo de 934. A NIG nos fornece a informação de que a empresa necessita de um investimento no capital de giro de 146, mostrando que requer financiamento para realizar suas ativi- dades operacionais. De forma complementar, identificamos que a empresa requer, de forma permanen- te, 3487 de NTFP, que deve ser preferencialmente financiado por dívidas de longo prazo. Ao analisar o SD, podemos verificar que ele possui um resultado positivo de 934, ou seja, toda a necessidade permanente de capital é financiada por dívida de longo prazo. Portanto, a situação financeira da empresa é muito segura, pois toda a necessidade permanente é financiada por dívida de longo prazo. Mais do que isso, existe uma margem de segurança de dívida de longo prazo para suprir possíveis aplicações ope- racionais devido à sazonalidade. 2.2 FONTES DE FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO Como já apresentado anteriormente, o financiamento de curto prazo pode ser dividi- do em operacional e financeiro, dependendo da sua característica. As fontes de financiamentos operacionais são: • Fornecedores; • Salários e encargos; 42 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO • Impostos e obrigações sociais. Já as fontes financeiras são mais amplas, mas todas elas dependem de instituições financeiras, seja banco comercial ou múltiplos, financeiras, empresas de factoring, bancos de investimentos, entre outros. As principais fontes financeiras são: • Hot Money; • Antecipação de recebíveis; • Conta garantida; • Crédito rotativo; • Empréstimos para capital de giro; • Financiamento de tributos e obrigações sociais. Assim sendo, vamos abordar brevemente cada opção de fonte de recursos nos tópi- cos que se seguem, começando pelas fontes operacionais. 2.2.1 FONTE OPERACIONAL As fontes operacionais surgem, como o nome já diz, a partir da operação da empresa. Os financiamentos gerados podem incluir ou não custos para o seu financiamento. Iremos começar a conhecer as fontes de financiamentos operacionais pelos fornece- dores. 2.2.1.1 FORNECEDORES O financiamento do capital de giro por parte dos fornecedores é capaz através do fornecimento de prazos para pagamentos pelas compras das mercadorias. Os forne- cedores e a empresa negociam os termos do crédito, e esses termos podem incluir: • A quantidade de dias ofertados entre a entrega e o pagamento ao fornecedor; • Possíveis taxas pelos prazos ofertados, podendo não haver taxas; • Caso a empresa realize o pagamento antecipado, se será ofertado desconto pelo pagamento antecipado. 43 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO Vale ressaltar que a escolha dos fornecedores é extremamente importante para a qualidade do produto produzido ou do serviço prestado. Portanto, não são so- mente as condições de pagamento e seus prazos que devem ser considerados no momento de fechar o contrato com o fornecedor. Outra alternativa para financiar o capital de giro é a consignação de produtos. A con- signação é o envio dos produtos por parte do fornecedor. A empresa expõe o produto e, posteriormente, o vende e, somente após a venda do produto, realiza o pagamento ao fornecedor, reduzindo drasticamente a necessidade de capital para financiar o giro da empresa. A consignação de produtos não é uma opção que está disponível para todo tipo de produto, nem para todos os ramos de negócio. Portanto, pode não ser uma opção para o seu tipo de negócio. Além do prazo médio de pagamento, deve-se considerar o custo de oportunidade do dinheiro quando se está negociando com os fornecedores. As decisões de compra dos fornecedores estão relacionadas às estratégias de venda ofertadas pela empresa. Existem quatro situações possíveis: • Compra e venda à vista; • Compra à vista e venda a prazo; • Compra a prazo e venda à vista; • Compra e venda a prazo. Dessa forma, existem várias opções de como a relação com os fornecedores pode fi- nanciar o capital de giro da empresa. Esse financiamento depende da estratégia pela qual a empresa vai optar, ou que estiver disponível para o seu negócio. 44 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2.2.1.2 SALÁRIOS E IMPOSTOS E OBRIGAÇÕES SOCIAIS Os salários e os impostos e obrigações sociais, embora possam financiar o capital de giro da empresa, possuem datas específicas para serem pagas. Como exemplo, po- de-se citar que os salários aqui no Brasil devem ser pagos até o quinto dia útil do mês subsequente. Em caso de atraso, tanto dos salários quanto dos impostos, os encargos são bastante onerosos para a empresa, deixando pouca margem para a empresa justificar o atraso no pagamento dessas contas. Dessa forma, embora essas contas possam financiar o capital de giro, sua atuação é bastante limitada de um ponto de vista financeiro. 2.2.2 FONTES FINANCEIRAS Existem várias alternativas para financiar a necessidade de capital de giro no merca- dofinanceiro, com distintos prazos, taxas, formas de pagamento e garantias. As linhas de financiamento são utilizadas principalmente por empresas, especialmente com relação às negociações realizadas entre a empresa e as instituições financeiras. Vamos apresentar algumas opções de fontes de financiamento financeiro nos tópi- cos seguintes. 2.2.2.1 HOT MONEY Hot Money é o financiamento de curtíssimo prazo, de até dez dias, por meio de con- trato e garantido por duplicatas ou nota promissória. A taxa de juros é indexada ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) mais um spread que pode ser negociado entre a instituição financeira e a empresa. O contrato entre a empresa e a instituição financeira deve oferecer essa opção no momento da assinatura de contrato, para a disponibilidade dessa forma de financia- mento. 45 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO 2.2.2.2 ANTECIPAÇÃO DE RECEBÍVEIS A antecipação de recebíveis é receber os recursos de vendas que seriam liquidadas em uma data futura de forma antecipada. Para que essa operação seja realizada, as instituições financeiras cobram uma taxa de juros. Dessa forma, quando antecipamos os recebíveis, a empresa recebe um valor inferior ao que receberia se aguardasse a data futura. Essa diferença é justamente a taxa que o banco cobra para realizar a operação. Existem algumas limitações para a antecipa- ção de recebíveis, como a forma original de pagamento. Podem ser antecipadas as duplicatas, as notas promissórias, os cheques pré-datados, entre outros. É uma opção rápida, pois o valor que o cliente irá pagar funciona como uma garantia para o banco, facilitando a operação. Além disso, se o cliente não realizar o paga- mento à instituição financeira, a empresa deverá arcar com os custos. Normalmente, possuem taxas mais atrativas pelas garantias oferecidas. 2.2.2.3 CONTA GARANTIDA A conta garantida nada mais é do que um limite que a instituição financeira oferece para a empresa para cobrir eventuais gastos não programados. Aproxima-se muito do cheque especial existente para as pessoas físicas nos bancos. Assim como no cheque especial, os juros são cobrados uma vez ao mês, calculados sobre o saldo devedor diário. Devido à sua alta volatilidade, é uma forma de financia- mento que normalmente cobra taxa de juros mais altas, pois a empresa pode utilizar sem a necessidade de oferecer garantias para tal. 2.2.2.4 CRÉDITO ROTATIVO O crédito rotativo é uma operação de crédito simples, mas que exige um investimen- to realizado na instituição financeira. É destinado a atender às necessidades de caixa do dia a dia da empresa. A operação pode ser caucionada, além das aplicações finan- ceiras, por cheques pré-datados ou cheques eletrônicos. 46 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A diferença entre o crédito rotativo e a conta garantida é que, além da garantia de aplicações financeiras ou cheques, a utilização dos recursos investidos no banco deve ser autorizada formalmente pelo cliente do banco. Tendem a possuir taxa de juros menores que a conta garantida, pois exigem alguma forma de garantia. 2.2.2.5 EMPRÉSTIMOS PARA CAPITAL DE GIRO Os empréstimos para capital de giro são recursos disponibilizados pelas instituições financeiras destinadas a atender especificamente essa demanda das empresas, me- diante assinatura de contrato que determina prazos, taxa, garantias e valores. São empréstimos normais oferecidos para qualquer empresa, mas que possuem um curto prazo de duração, já que financiam o capital de giro da empresa. De forma complementar, dependendo da garantia ofertada, as taxas de juros podem ser dife- renciadas. As operações de empréstimos oferecem vantagens quando comparadas às demais, pois existe a possibilidade de substituir a garantia de pagamento ao longo do con- trato. Além disso, as garantias possibilitam taxas de juros mais baixas do que outras formas de financiamentos. 2.2.2.6 FINANCIAMENTO DE TRIBUTOS E OBRIGAÇÕES SOCIAIS O financiamento dos tributos ou obrigações da empresa ocorre quando esta é inca- paz de realizar o pagamento das suas obrigações com o Governo. Nesses casos, as instituições financeiras podem realizar esses pagamentos, possibilitando um prazo maior para as empresas pagarem. Esse financiamento tem uma destinação específica: pagamento de tributos, o que o diferencia das demais fontes de financiamentos de curto prazo. Além disso, também deve ocorrer através de assinatura de contrato, estipulando prazos, valores e garantias. 2.3 FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO PARA 47 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO CAPITAL DE GIRO A administração financeira tem que elaborar o plano de financiamento de curto pra- zo, mas não pode esquecer o planejamento estratégico e os objetivos de longo prazo da empresa. Dessa forma, os planejamentos de longo prazo se encontram com a administração de capital de giro. Um bom planejamento financeiro necessita do entendimento conjunto das neces- sidades da empresa. Muitas vezes, isso acarreta o financiamento do capital de giro através de financiamento de longo prazo. Existem várias razões para isso ocorrer, mas a principal e mais recorrente é a previsi- bilidade que esse tipo de financiamento fornece para a administração das necessi- dades de giro. Ao financiar a necessidade do capital de giro com financiamento de longo prazo, a empresa é capaz de absorver imprevisibilidades ao longo da sua operação, como, por exemplo, uma demanda maior que o esperado, fazendo com que a empresa necessi- te comprar mais matéria-prima, necessitando de capital de giro para tal. Se a empre- sa não tiver uma margem de segurança para realizar esse investimento em estoque, será necessário buscar alternativas emergenciais de crédito, que pode possuem um custo mais elevado. Além disso, ao aumentar a previsibilidade de capital por parte da empresa, ela é capaz de fazer uma negociação com a instituição financeira e conseguir custos mais baixos para o seu financiamento. 48 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO O planejamento financeiro e a administração do capital de giro devem estar em sintonia para que o financiamento de longo prazo seja uma alternativa viável e bem utilizada. Para entender melhor o planejamento financeiro e a otimização da gestão do capital de giro, leia o artigo: “Otimização da gestão de capital de giro através de um planejamento financeiro de curto prazo”, de Gislene Gonçalves Ramos e Annévia Palhares Vieira Diniz Oliveira, publicado pela revista Synthesis, dispo- nível na internet. CONCLUSÃO Ao longo desta unidade, foi abordado como encontramos os valores necessários para investirmos no capital de giro, assim como identificar como está sendo financiada essa necessidade. Todas essas informações são necessárias para realizar um bom pla- nejamento financeiro de curto prazo, além da sua importância para o planejamento de longo prazo de qualquer empresa. A identificação das fontes de financiamento do capital de giro é importante, pois ofe- rece informações sobre quais as características de operação da empresa, assim como se ela possui uma margem de segurança de atuação quanto aos seus financiamen- tos. De forma complementar, informa as limitações que a empresa possui do ponto de vista financeiro para financiar a produção e melhorar seu desempenho. Vimos também que a decisão sobre as fontes de financiamento do capital de giro traz várias alternativas, cada uma com suas característicase impacto distintos na ope- racionalização da empresa. Essa definição depende tanto do desempenho interno da empresa, quando se fala em fontes operacionais, quanto da capacidade de conse- guir investimentos de terceiros, do ponto de vista de financiamento financeiro. 49 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Descrever as contas que afetam os valores de caixa da empresa. > Apontar a importância do orçamento de caixa para a empresa. > Aplicar a técnica de fluxo de caixa de curto prazo. > Usar o fluxo de caixa de médio prazo. > Analisar os resultados dos fluxos de caixa em relação à necessidade de capital de giro. UNIDADE 3 50 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 3 ORÇAMENTO DE CAIXA A empresa apresenta obrigações de curto prazo que afetam diretamente o caixa da empresa. Com isso, os recursos disponíveis no caixa da empresa deverão ser capazes de suprir os pagamentos que serão realizados nos próximos períodos. O objetivo do orçamento de caixa é justamente identificar quais serão as entradas e as saídas no caixa da empresa e, dessa forma, tentar prever a necessidade de capital de giro ou excesso de recurso no caixa da empresa. Com esse conhecimento, o administrador será capaz de tomar decisões sobre quais serão as melhores formas de financiamentos para quando existir necessidade, ou os melhores investimentos, que irão aumentar a rentabilidade da empresa e não deixar recursos em caixa sem uma necessidade. 3.1 VALORES DE CAIXA Os valores de caixa são os recursos que estão disponíveis imediatamente para a uti- lização da empresa. Isto é, são os recursos em moeda corrente que estão disponíveis e em caixa. O importante no controle dos valores de caixa são as contas que afetam diretamente a movimentação dos seus recursos. Os principais fatores que afetam essa conta de forma positiva são as receitas de vendas, sejam elas a prazo ou à vista. As principais saídas de caixa são: • Compras de matéria-prima, ou seja, os valores gastos com os fornecedores de produtos; • Salários e encargos, que consistem nos valores pagos aos funcionários; • Impostos e obrigações tributárias, recursos destinados ao Governo; • Dividendos, remuneração paga aos proprietários da empresa de forma perió- dica; 51 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO • Juros, pagamento de valores caso possuam empréstimos ou financiamentos. Portanto, o controle dessas contas facilita manter um nível estável nos valores dis- poníveis no caixa, evitando problemas de falta de recursos para o pagamento das obrigações. Mas como podemos prever as entradas e as saídas do caixa? Uma das formas de rea- lizar o controle é a projeção de caixa, que tem o objetivo de elaborar o planejamento dos valores que podem afetar o seu caixa. Será mostrado no tópico seguinte como se elabora esse planejamento. 3.2 PROJEÇÃO DE CAIXA A projeção de caixa, ou orçamento de caixa, é a previsão das entradas e das saídas de recursos no caixa para um determinado período futuro, normalmente para um período de 12 meses. Por estar falando de recursos em caixa, as contas que são consideradas nessas proje- ções são as que possuem liquidez imediata, ou seja, recursos que se transformam em dinheiro de forma imediata. Os ativos são os recursos disponíveis em caixa e os saldos disponíveis em bancos e aplicações a curto prazo. Qual a importância de realizar as previsões de caixa? Pode-se citar três pontos princi- pais para realizar a sua projeção, que são: • Projetar as necessidades de recursos, assegurando valores em caixa para qui- tação das despesas correntes da empresa; • Prever possíveis faltas de recursos, com tempo hábil para providenciar as me- didas adequadas através de financiamentos; • Antecipar recursos em excesso, ou seja, dinheiro em caixa de forma superior às suas despesas correntes, e planejar as aplicações que apresentam a maior rentabilidade. 52 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Despesas correntes de uma empresa são os recursos necessários para se manter em funcionamento, isto é, as contas e as obrigações de curto prazo que man- têm a produção e as atividades da empresa. Vale salientar aqui que, mesmo as despesas que atualmente são consideradas de longo prazo, em algum momento deverão ser pagas e haverá a necessidade de recursos para o seu pagamento. Por isso, destaca-se a importância do orça- mento de caixa. Dessa forma, Morante e Jorge (2012) afirmam que a projeção de caixa consiste em estabelecer, de forma antecipada, as decisões financeiras que serão tomadas em cir- cunstâncias e condições previamente estabelecidas, isso para que os objetivos que foram estabelecidos sejam atingidos. Existem pelo menos três tipos de planejamentos de caixa, segundo Morante e Jorge (2012), sendo eles: • Planejamento estratégico de caixa: > Focado no longo prazo, incorporando os fatores externos e internos da empre- sa, sinalizando decisões complexas que envolvem grande volume de recursos. • Planejamento tático de caixa: > Focado no médio prazo, com previsões particulares para cada área da em- presa. • Planejamento operacional de caixa: > Tem como finalidade maximizar a rentabilidade de recursos de curto prazo, através de um bom controle das disponibilidades em caixa de um determi- nado período. Embora esses três tipos de planejamento sejam primordiais para o sucesso da em- presa, o foco desta unidade se dará na parte de curto prazo, ou seja, na parte opera- cional do orçamento de caixa. Para isso, será apresentado como elaborar o fluxo de caixa da empresa. 53 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FINANÇAS E PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO SUMÁRIO 3.2.1 FLUXO DE CAIXA O fluxo de caixa da empresa é a previsão dos valores que irão afetar diretamente a entrada e a saída de recursos do seu caixa. O fluxo difere de outras formas de previsão realizadas na empresa por considerar somente esses valores. Como, por exemplo, ao auferir o lucro através da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), são consideradas todas as vendas realizadas no exercício em ques- tão, mesmo que a venda seja feita a prazo e o recebimento por esse produto só ocorra no exercício seguinte. Ao realizar a previsão do fluxo de caixa, o valor de vendas, ou qualquer outro valor, só será considerado quando realmente afetar o caixa. No caso de vendas a prazo, o valor terá um impacto no fluxo de caixa quando a empresa receber, de fato, o pagamento. Partindo do pressuposto de que a empresa necessita comprar matéria-prima para transformá-la em produto e depois vendê-lo para, assim, receber o pagamento, toda essa transformação, desde a compra até o recebimento, necessita de um planeja- mento e um controle dos recursos financeiros da empresa. Portanto, para realizar esse controle, poderá ser utilizado o fluxo de caixa em três cortes temporais, diferenciando-se, justamente, por seu foco ao longo do tempo. São eles: • Curto prazo: > Previsão de até cinco semanas, em que a primeira semana apresenta dados diários, e as demais semanas apresentam dados semanais. • Médio prazo: > Previsão anual com dados mensais, com o objetivo de prever grandes oscila- ções no caixa ao longo do ano e faz parte do orçamento anual da empresa. • Longo prazo: > Previsão de pelo menos 5 anos, com dados anuais. Faz parte do planejamen- to financeiro de
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