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17 - Analista Financeiro

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE PARA PROFISSIONAIS NÃO 
CONTADORES 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842c Contabilidade para profissionais não contadores / Portal Educação. - 
Campo Grande: Portal Educação, 2012. 
 87p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-226-8 
 1. Contabilidade básica. 2. Iniciação à contabilidade. I. Portal Educação. II. 
Título. 
 CDD 657 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3 
2 INICIAÇÃO À CONTABILIDADE ............................................................................................... 5 
3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE ........................................................... 11 
4 CONTAS CONTÁBEIS – O PATRIMÔNIOE O BALANÇO PATRIMONIAL ............................ 18 
5 DEMONSTRATIVOS E RELATÓRIOS CONTÁBEIS ............................................................... 21 
6 CRITÉRIOS DE ADEQUAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS ...................................................... 28 
7 CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDAS ............................................................................ 37 
8 ANÁLISE DOS DEMOSNTRATIVOS CONTÁBEIS ................................................................. 40 
9 COMPETÊNCIA DE EXERCÍCIOS E REGIMES DE CONTABILIDADE .................................. 72 
10 FINALIDADE DA CONTABILIDADE DE CUSTOS .................................................................. 75 
11 A CONTABILIDADE GERENCIAL ........................................................................................... 81 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Fonte: Disponível em 
http://www.gettyimages.com/detail/gam039/Ph
otodisc. Acesso em 03/10. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A contabilidade tem por finalidade controlar o patrimônio de alguém a fim de auxiliar as 
tomadas de decisões. A contabilidade começou na pré-história, mas não parou por aí. Na bíblia, 
no evangelho de Lucas (14:28-29), se fala de contabilidade como uma forma de bom senso: 
“Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a 
despesa?”. 
É muito importante saber que a 
contabilidade está presente no dia-a-dia de 
qualquer pessoa, mesmo entre aqueles que 
dizem não se utilizar dela. Desde uma 
pessoa física até uma grande empresa, na 
hora de tomar decisões que envolvam 
dinheiro sempre recorremos à 
contabilidade. Um exemplo simples é o 
cálculo dos gastos mensais quando se 
planeja comprar algo. O dono de uma 
pequena mercearia pode não utilizar a 
contabilidade formal, ensinada nas escolas, 
porém certamente ele também possui seus 
controles, mesmo que em um pedaço de 
papel qualquer, ele tem tudo anotado, quanto ele vendeu e quanto recebeu. 
Assim percebemos que a contabilidade nada mais é do que um sistema de informações 
que serve para auxiliar para se tomar uma decisão, através de seus controles. “A contabilidade é 
o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões” 
(MARION, 1998, p. 24). 
 Franco (1997) considera a contabilidade como um conjunto ordenado de conhecimentos, 
sistematizados, com princípios e normas próprias, que tem como função registrar, classificar, 
http://www.gettyimages.com/detail/gam039/Photodisc
http://www.gettyimages.com/detail/gam039/Photodisc
 
 
4 
 
demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, 
objetivando fornecer informações, interpretações e orientações sobre a composição e as 
variações desse patrimônio, para auxiliar a tomada de decisões de seus administradores. 
Pode-se perceber nos conceitos apresentados pelos autores que a contabilidade tem 
uma função bem mais ampla do que apenas debitar ou creditar. O verdadeiro papel da 
contabilidade é transformar os dados coletados em informações e assim cumprir a sua mais 
nobre função, qual seja: auxiliar na otimização do uso dos recursos a disposição das entidades. 
No entanto, independente de sua classificação, é esta técnica, arte ou ciência que 
adquire cada vez maior importância, dado o crescimento das corporações, entidades e 
empresas, que exige grande eficácia dos profissionais da contabilidade, para que sejam capazes 
de trabalhar a infinita gama de informações que são necessárias ao estudo e controle do 
patrimônio. 
Nessa perspectiva denota-se que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio das 
entidades, ou seja, o conjunto de bens direitos e obrigações. 
 
 
Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/95469862/Tetra-images. Acesso em 03/10. 
 
 
http://www.gettyimages.com/detail/95469862/Tetra-images
 
 
5 
 
2 INICIAÇÃO À CONTABILIDADE 
 
O surgimento da contabilidade está ligado às primeiras manifestações humanas da 
necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos 
com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos. A origem 
da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio; há indícios de que as 
primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. 
No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por 
governos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá e é esse o 
primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indivíduo qualquer. O governo 
passou a somente reconhecer como contadores pessoas devidamente qualificadas para o 
exercício da profissão. A importância da matéria aumentou com a intensificação do comércio 
internacional e com guerras ocorridas nos séculos XVIII e XIX, que consagraram numerosas 
falências e a necessidade de se proceder à determinação das perdas e lucros entre credores e 
devedores. 
A ciência da Contabilidade se confundia com a ciência da Administração, e o patrimônio 
se definia como um direito, segundo postulados jurídicos. A situação mudou em torno de 1840, 
ano em que surgiu a obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" (A 
Contabilidade Aplicada às Administrações Privadas e Públicas), da autoria de Francesco Villa, 
premiada pelo governo da Áustria. Essa obra abriu o denominado Período Científico da 
Contabilidade. 
A Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o 
patrimônio de uma empresa. Ela alcança sua finalidade através do registro e análise de todos os 
fatos relacionados com a formação, a movimentação e as variações do patrimônio 
administrativo, vinculado à entidade, com o fim de assegurar seu controle e fornecer a seus 
administradores as informações necessárias à ação administrativa, bem como a seus titulares 
(proprietários do patrimônio) e demais pessoas com ele relacionadas, as informações sobre o 
estado patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela entidade para alcançar os 
seus fins. 
 
 
6 
 
Existe ainda uma dificuldadeem classificar a contabilidade. Apesar de no geral ser 
considerada uma ciência social, assim como economia e administração, algumas vezes ela é 
chamada técnica ou arte. 
A função fundamental da Contabilidade é fornecer informação útil para a tomada de 
decisões econômicas. Neste aspecto destacam-se duas funções que julgamos imprescindíveis 
ao lidar com Contabilidade. 
 Função econômica: Apurar o resultado do período, o qual pode se apresentar na forma 
de lucro ou prejuízo. 
 Função administrativa: Controlar o patrimônio da entidade, tanto sobre o aspecto 
estático (posição em dado momento, ex: o balanço patrimonial) como dinâmico (representa o 
movimento ou as mudanças qualitativas e quantitativas dos elementos). 
Segundo a doutrina contábil “a finalidade da contabilidade é registrar, controlar e 
demonstrar os fatos que afetam o patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua 
composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da 
riqueza patrimonial. A contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo 
papel que a História na vida da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o passado 
nem o presente da vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer previsões 
para o futuro nem elaborar planos para a orientação administrativa”. 
A contabilidade tem por finalidade o registro dos fatos e a produção das informações que 
possibilitem ao administrador do patrimônio o planejamento e o controle das suas ações. 
PLANEJAR é decidir, entre as diversas alternativas, pela hipótese que se apresenta 
como sendo a melhor situação na busca do cumprimento dos objetivos sociais e econômicos da 
entidade. Também pode ser representada pela melhor hipótese na busca de atingir a maior 
eficiência e eficácia ao determinar a linha de ação para o futuro. 
CONTROLAR é verificar se os elementos materiais e humanos na entidade estão de 
acordo com os planos e políticas traçadas. 
Através do controle do patrimônio, a contabilidade disponibiliza informações aos agentes 
interessados em mensurar a situação patrimonial e o desempenho da entidade. A partir do 
Planejamento e do Controle, pode-se derivar alguns objetivos da Contabilidade: 
 
 
7 
 
 Apresentar o desempenho da empresa em um dado período; 
 Apresentar a posição da empresa em dado momento; 
 Conhecer as fontes de financiamento e as aplicações de recursos existentes; 
 Demonstrar a situação econômica, financeira e patrimonial da entidade; 
 Permitir que os fatos ocorridos sejam corretamente interpretados, tenham eles afetado 
qualitativa ou quantitativamente o patrimônio; 
 Apresentar as situações de liquidez, rentabilidade e solvência da empresa, permitindo 
sua comparação com as demais pertencentes ao mesmo grupo; 
 Transformar os dados (os registros efetuados) em informações que se apresentem como 
poderoso instrumento para a tomada de decisões. 
 
A contabilidade é a linguagem dos negócios, é através do Sistema de Informação 
Contábil que são processadas as ações da empresa que servirão de base para identificar 
(diagnosticar) problemas e apresentar a solução (prognosticar) para os mesmos. É neste sentido 
que a Contabilidade é constantemente chamada de medicina das pessoas jurídicas. 
Diversas técnicas são usadas pela contabilidade para que seus objetivos sejam 
atingidos: a escrituração é uma forma própria desta ciência de registrar as ocorrências 
patrimoniais; as demonstrações contábeis são demonstrações expositivas para reunir os fatos de 
maneira a obter maiores informações, e a análise de balanços é uma técnica que permite 
decompor, comparar e interpretar o conteúdo das demonstrações contábeis, fornecendo 
informações analíticas, cuja utilidade vai além do administrador. 
No Brasil, profissão só passou a ter razoável evolução em torno de 1945, data da 
publicação do Decreto-Lei nº 9.295, que criou o Conselho Federal de Contabilidade e definiu, 
entre outras coisas, o perfil dos contabilistas. Contadores eram os graduados em cursos 
universitários de Ciências Contábeis; os técnicos em contabilidade eram aqueles provenientes 
das escolas técnicas comerciais e que apresentavam, portanto, nível médio; e guarda-livros 
eram pessoas que, apesar de não apresentarem escolaridade formal em contabilidade, exerciam 
atividades de escrituração contábil. 
Segundo Guerra, a comunicação de qualquer informação segue, necessariamente, o 
seguinte esquema: 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
É necessário codificar a informação, transmiti-la e interpretá-la adequadamente. Se 
qualquer uma das etapas da comunicação não se realizar, não terá havido comunicação. Por 
exemplo, se uma carta é corretamente escrita, adequadamente transportada e não é entendida, 
não houve a transmissão da informação. O mesmo ocorre se ela não for escrita ou se for 
extraviada pelo correio. 
Fazendo uma relação à contabilidade, dentro deste contexto o emissor é o contador, o 
receptor o administrador e que a mensagem são os relatórios contábeis. Se o contador 
simplesmente entregar a mensagem para o administrador sem interpretá-la, ele provavelmente 
não poderá utilizá-la. Perde-se o sentido gerencial da contabilidade. Como principal 
conseqüência dessa falta de comunicação entre as partes tem-se a desvalorização do trabalho 
do contador, pois à medida que o administrador não entende o que o contador diz, ele não 
consegue ver utilidade em suas informações. 
A empresa contrata um contador somente por que “a lei manda”, porém suas 
informações gerenciais são fornecidas por consultores que, às vezes apenas com uma noção de 
contabilidade, repassam as informações contábeis já “traduzidas”. Ao invés de números, de um 
balanço extenso, o contador poderia fazer gráficos da situação real da empresa, pois um efeito 
visual é bem mais fácil de ser captado. 
Muitas vezes o contador não sabe se comunicar bem, usando uma linguagem de difícil 
entendimento, criando uma imagem distorcida da contabilidade, de dificuldade e complicação. 
Alguns contadores se prendem a conceitos antigos, priorizando somente os registros dos fatos 
contábeis. Fazem uma contabilidade voltada para o passado, como se o único objetivo desta 
fosse calcular impostos. O contador deve se conscientizar do seu papel na empresa, não se 
prendendo apenas a registros e relatórios, tendo uma visão ampla, visando o aprimoramento, 
 
TRANSMISSÃO 
 
INTERPRETAÇÃO 
 
 EMISSÃO 
 
 
9 
 
buscando sempre projetar o que acontecerá na empresa em um futuro próximo, afim de que se 
possa ter um planejamento eficiente 
de atividades de acordo com os 
objetivos da empresa. 
 
 Fonte: Disponível em 
http://www.gettyimages.com 
/detail/72970691. Acesso em 03/10. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VOCÊ SABIA... 
 
 
10 
 
 
 
Fonte: Disponível em http://4.bp.blogspot.com/ 
_MyWqMNup0Bg/Swf5FPyGe8I/AAAAAAAAAGY 
/hTghJ5GYpA/s1600/Quadro+Contabilidade.jpg. 
Acesso em 03/10. 
O Caduceu simboliza a Contabilidade e 
é representado por um bastão entrelaçado por 
duas serpentes e um elmo alado. Uma das 
simbologias de Mercúrio, legendário Deus protetor 
do comércio, emblema da paz e prosperidade. 
A insignia da profissão contábil significa 
a capacidade, a inteligência e a astúcia. O bastão 
representa o poder de quem conhece a Ciência 
Contábil, que tem por objeto de estudo o 
patrimônio das entidades. As serpentes 
simbolizam a sabedoria, isto é, o quanto se deve 
estudar antes de agir, para escolher o caminho 
correto e ao mesmo tempo o mais vantajoso para 
o cliente. 
As asas figuram a diligência, a presteza, a dedicação e o cuidado ao exercer a profissão. O 
Elmo, peça de armadura antiga que protegia a cabeça, tem o significado de proteção contra 
pensamentos baixos que levem a ações desonestas. 
A simbologia contábil, tem o sentido de fazer o profissional da área em promover a grandeza 
da Contabilidade, mediantea inteligência, a honestidade e o trabalho positivo. 
Fonte: Disponível no site do CRC-PE -Conselho Regional de Contabilidade – PE). Acesso em 03/10. 
 
 
 
 
 
http://4.bp.blogspot.com/
 
 
11 
 
3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE 
 
A contabilidade é fonte de informação indispensável para que o empreendimento cresça 
seguro. Afinal, os registros contábeis irão fornecer informações sobre custos, giro de capital e 
dos encargos e tributos. O serviço contábil é o mais procurado entre os empreendedores, 
conforme pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), 
além de ser considerado o segundo mais importante, atrás apenas dos conhecedores do 
mercado. 
O profissional da contabilidade pode exercer um papel de extrema importância quanto à 
organização da empresa, à estruturação contábil e ao planejamento fiscal financeiro, além de ser 
capaz de medir o retorno do capital investido. 
A primeira preocupação é checar a viabilidade da empresa no mercado, já que muitas 
iniciativas empreendedoras se devem ao desemprego. Apesar da maioria dos empreendedores 
terem consciência do peso dos tributos no orçamento, os custos com aluguel e funcionários 
podem passar despercebidos e não serem embutidos no preço final. 
Recomenda-se que todo empreendedor procure orientação profissional antes de formar 
a empresa, para conhecer os encargos e obrigações legais, contábeis e fiscais a que estará 
sujeito suas atividades. A falta de capital de giro pode acabar fazendo com que a empresa fique 
sem dinheiro para manter os estoques e remunerar funcionários. O contabilista pode facilitar o 
planejamento, fazendo uma previsão dos custos, encargos financeiros e tributários. Outra 
recomendação é montar indicadores regulares para realizar o diagnóstico da empresa. 
Os custos precisam ser muito bem dimensionados para se chegar ao preço final do 
produto. Também deve ser levada em conta a carga tributária, ou seja, os impostos embutidos 
no preço do produto, assim como os incidentes e a margem de contribuição esperada. O 
levantamento regular de balancetes pode propiciar ao empreendedor uma visão mais clara de 
seu negócio, apesar de que muitos empreendedores não terem grandes conhecimentos de 
finanças e planejamento. A contabilidade dá o norte ao empreendedor, indicando, por exemplo, 
quais custos estão elevados e o histórico do desempenho das contas. 
 
 
 
12 
 
A avalanche de informações que o governo exige das empresas é um indicativo que não 
basta aprimoramento técnico, sendo necessário o contabilista compreender e comunicar-se 
dentro e fora da organização, visando adaptar tais exigências. Mensalmente, os governos 
federal, estaduais e municipais despejam nos diários oficiais, dezenas de decretos, 
regulamentos, atos administrativos, instruções normativas, etc. 
Além de conhecimento legislativo (normas tributárias, como o Regulamento do Imposto 
de Renda, e normas societárias, como a Lei 6.404/76), o contabilista precisa estar atualizado 
com recursos tecnológicos da computação, e conhecer as normas contábeis, tanto nacionais 
como internacionais. Estas últimas já serão obrigatórias para os balanços e o início da 
adaptação aos balanços para empresas brasileiras já começou com a Lei 11.638/2007. Novas 
normas seguirão, exigindo do profissional um perfil cada vez mais autodidata para acompanhar a 
evolução da Ciência Contábil. 
Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/88154346. Acesso em 03/10. 
 
O Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução Federal no 750/93, 
determinou os seguintes princípios fundamentais de contabilidade. 
 
http://www.gettyimages.com/detail/88154346
 
 
13 
 
 Entidade 
 Continuidade 
 Oportunidade 
 Registro pelo Valor Original 
 Atualização Monetária 
 Prudência 
 Competência 
 
Diante de tal sobrecarga, o contabilista necessita focar situações estratégicas, estar 
preparado para ser um gerente de informações. Cada vez mais é comum as empresas 
consultarem os profissionais contábeis sobre composição de seus custos, para formação seu 
preço de venda, análise de ponto de equilíbrio, alavancagem, análises do balanço e outras 
situações gerenciais. Mas, preocupado em atender as inúmeras exigências principais e 
acessórias dos fiscos, o contador às vezes não dispõe de tempo para situações que demandam 
análises estratégicas, o que o tornaria, de fato, um gestor de informações. 
Para poder discutir o processo de formação dos custos e preços, alguns termos técnicos 
são empregados. Muitos desses termos mais comuns são empregados na contabilidade geral e 
desta última são trazidos para a contabilidade de custos. 
Qualquer operação realizada pelas entidades tem um reflexo imediato na Contabilidade 
onde estas operações são registradas, de acordo com sua natureza e seus respectivos valores. 
A função administrativa da contabilidade é controlar o Patrimônio vinculado a uma 
entidade ou pessoa física. 
 Patrimônio: conjunto de Bens, Direitos e Obrigações suscetíveis de avaliação 
econômica. 
 Bens: tudo aquilo que satisfaz as necessidades humanas e pode ser avaliado 
economicamente. Classificação dos bens: 
 Bens tangíveis, corpóreos, concretos ou materiais: têm existência física, existem 
como coisa ou objeto. 
 Bens intangíveis, incorpóreos, abstratos ou imateriais: não possuem existência 
física, porém representam uma aplicação de capital indispensável aos objetivos da 
 
 
14 
 
empresa, e cujo valor reside em direitos de propriedade que são legalmente que são 
legalmente conferidos aos seus possuidores. Exemplos de bens intangíveis: direitos 
sobre marcas, patentes, direitos autorais, ponto comercial, fundo de comércio, ações ou 
quotas do capital de outras empresas, etc. 
 Direitos: valores de propriedade da entidade que se encontram em posse de terceiros. 
Por exemplo: duplicatas a receber, clientes, contas a receber, dinheiro depositado no banco, 
aplicações financeiras, etc. 
 Obrigações: são dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natureza assumidos 
perante terceiros, ou bens de terceiros que se encontram em nossa posse (uso). Alguns 
exemplos são: fornecedores, duplicatas a pagar, notas promissórias a pagar, impostos a 
recolher, contas a pagar, títulos a pagar, contribuições a recolher, etc. 
A composição patrimonial, aplicando este conjunto para realizar a avaliação econômica, 
o patrimônio é dividido em três partes, sendo o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido. 
 Ativo: parte positiva, composta de bens e direitos. Significa a aplicação de recursos. O 
Ativo corresponde ao Patrimônio Bruto, ou seja, o que a entidade tem, independente de suas 
obrigações. Dessa maneira, representa a parte negativa do patrimônio, composto pelas 
obrigações. Exemplos: "caixa", "bancos", "veículos", "equipamentos" e "títulos a receber". 
 Passivo: parte negativa, composta das obrigações com terceiros. Identifica a origem dos 
recursos aplicados. São as importâncias que a entidade deve a terceiros. Exemplos: "títulos a 
pagar", "fornecedores" e "salários a pagar". 
 Patrimônio Líquido (PL) ou Situação Líquida (SL): parte diferencial entre o ativo e o 
passivo exigível. O patrimônio líquido representa as obrigações da entidade para com os sócios 
ou acionistas (proprietários) e indica a diferença entre o valor dos bens e direitos (ativo) e o valor 
das obrigações com terceiros (passivo exigível). Essa parte diferencial (PL/SL) é que vai medir 
ou avaliar a situação ou condição da entidade sendo, portanto, considerado como PASSIVO 
NÃO EXIGÍVEL. 
E as variações patrimoniais são as Receitas e as Despesas. Representa a parte 
positiva do patrimônio, composta por bens e direitos. 
 Receitas: são contas de resultado que afetam positivamente o Patrimônio Líquido da 
entidade, pois são elas as responsáveis pelos registros do aumento da origem de recursos 
patrimoniais resultantes de quaisquerganhos e, portanto, credoras. 
 
 
 
15 
 
 
Por que as receitas são 
sempre contas credoras? 
 
 
 
Se o passivo caracteriza-se como sendo a origem dos recursos do patrimônio e se as 
receitas são uma fonte canalizadora de mais recursos para o empreendimento, elas serão 
sempre credoras por analogia com o passivo. 
 Despesas: correspondem à bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a 
obtenção de receitas, são contas de resultado e, como tal, têm a propriedade de alterar o 
Patrimônio Líquido da entidade. Não estão associadas à produção de um produto ou serviço. 
Todas elas reduzem os valores patrimoniais, porque são as responsáveis pelos registros das 
perdas eventuais, saídas monetárias para consumo, prejuízos nas vendas, diminuição nos 
lucros, deterioração de bens etc. 
 
 
Por que as despesas são 
sempre contas devedoras? 
 
 
A aplicação de recursos é sempre registrada em contas credoras. As despesas também 
são uma forma de aplicação de recursos, com a diferença de que elas não oferecem retorno 
físico (bens) ou virtual (direitos), representando uma forma de consumo desses recursos 
econômico-financeiros. 
A conclusão é que tanto as contas do ativo são sempre devedoras porque compreendem 
os bens e os direitos do patrimônio e as contas representam os consignatários desses valores 
 
 
16 
Fonte: Disponível em 
http://www.gettyimages.com/detail/97453423. 
Acesso em 03/10. 
 
patrimoniais, assim como, se o bem pertence à entidade, aquele que está mantendo a sua posse 
tem um débito com ela do valor correspondente a esse bem. Se a conta indica um direito da 
entidade, ela também será devedora porque os direitos representam os bens obtidos pelo 
empreendimento, ou seja, essas contas referem-se aos terceiros que estão devendo à entidade. 
As contas do Ativo possuem saldo devedor, portanto, sendo debitadas terão os seus 
saldos aumentados. Quando essas contas são creditadas os seus saldos diminuem. As contas 
do Passivo e do Patrimônio Líquido possuem saldo credor. Por isso, um lançamento a débito 
dessas contas provoca uma redução no saldo, enquanto um crédito aumenta o saldo. 
Todas as operações de função econômica da contabilidade ocasionam aumentos e 
diminuições no ativo, passivo e/ou no patrimônio líquido. Esses aumentos e diminuições são 
Resultados (PL) efetuados por meio dos Débitos (Passivo) e Créditos (Ativos) lançados nas 
contas. 
Outros termos utilizados pela contabilidade ao se verificar os patrimônios da empresa, 
tais quais: 
• Gastos ou Dispêndios: consistem no 
sacrifício financeiro que a entidade arca para a 
obtenção de um produto ou serviço qualquer. 
 Segundo a contabilidade, serão em última 
instância classificados como custos ou despesas, 
a depender de sua importância na elaboração do 
produto ou 
serviço. Alguns gastos podem ser 
temporariamente classificados como 
investimentos e, à medida que forem consumidos, 
receberão a classificação de custos ou despesas; 
• Investimentos: representam gastos ativados em função de sua vida útil 
ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos. Ficam temporariamente 
 “congelados" no ativo da entidade e, posteriormente e de forma gradual, 
são "descongelados" e incorporados aos custos e despesas; 
• Custos: representa os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na 
 
 
17 
 
 
produção de outros bens ou serviços. Portanto, estão associados aos produtos ou serviços 
produzidos pela entidade. Como exemplos de custos 
podem ser citados os gastos com matérias-primas, embalagens, mão-de-obra fabril, aluguéis e 
seguros de instalações fabris etc.; 
• Desembolsos: consiste no pagamento do bem ou serviço, independen- 
temente de quando o produto ou serviço foi ou será consumido. E importante ressaltar que a 
contabilidade registra os fatos de acordo com o 
princípio da competência. Por competência entende-se que o registro de receitas e despesas deve 
ser feito de acordo com a real ocorrência, independentemente de sua realização ou quitação. Por 
exemplo, se foram empregadas 40 horas de mão-de-obra no mês de março que somente foram 
quitadas em abril, o lançamento contábil do gasto deve ser feito em março. Já o registro financeiro 
da quitação ou do desembolso será registrado no mês de abril. Logo, não se deve confundir 
despesa com desembolso; 
• Perdas: representam bens ou serviços consumidos de forma anormal. 
Consiste em: (I) um gasto não intencional decorrente de fatores externos extraordinários ou (II) 
atividade produtiva normal da empresa. Na 
primeira situação, devem ser considerados como despesas e lançados 
diretamente contra o resultado do período. Na segunda situação, devem 
ser classificados como custo de produção do período. Outro conjunto de definições que, a 
princípio, podem confundir um leigo em finanças refere-se à definição de desembolsos e 
recebimentos. Segundo o princípio contábil da competência, receitas, despesas e custos são 
registrados no momento em que são realizados ou incorridos. Por exemplo, se uma fábrica 
contrata um novo funcionário, os gastos relativos a sua remuneração são provisionados e 
apropriados aos custos industriais a partir do momento de sua contratação, independentemente 
da quitação desses gastos. Da mesma forma, se uma empresa comercial efetua uma venda com 
prazo longo, o registro e a contabilização da receita ocorrem no momento da venda - 
independentemente de quando ocorrerá o efetivo recebimento. Recebimentos e desembolsos 
devem ser contabilizados segundo o regime de caixa - ou seja, quando, de fato, ingressarem ou 
saírem da conta Caixa do Balanço Patrimonial. 
 
 
 
 
18 
 
4 CONTAS CONTÁBEIS – O PATRIMÔNIO E O BALANÇO PATRIMONIAL 
 
Segundo Franco, "Conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza, 
identificados por um título que distingue um componente do patrimônio ou uma variação 
patrimonial". Contas são, portanto, os grupos de fenômenos identificados por título específico 
sob o qual são registrados débitos e créditos de natureza idêntica. Ou, ainda, contas são 
denominações que identificam e controlam elementos contábeis de natureza semelhante. 
 As Contas Contábeis são a essência da contabilidade, que já foi chamada de "Ciência 
das Contas". Sem as contas, preferencialmente organizadas na forma cartesiana ou racional 
(vide análise contábil) e escrituradas pelo método das partidas dobradas (vide Escrituração), os 
sistemas de informação que se utilizam de dados empresariais devem ser denominados de 
Gerenciais ou Administrativos - e não Contábeis Conta é o nome técnico que identifica cada 
componente patrimonial (bem, direito ou obrigação), bem como identifica um componente de 
resultado (receita ou despesas). Todos os acontecimentos que ocorrem durante a gestão 
patrimonial de uma entidade, tais como compras, vendas, pagamentos, recebimentos, etc. são 
registrados contabilmente em suas respectivas contas. Por exemplo: dinheiro em caixa, conta 
Caixa; dinheiro em banco, conta Banco; mercadorias em estoque, conta Mercadorias, etc. 
 As contas se apresentam em sistemas de contas que representam o conjunto de todas 
as contas utilizadas nos registros contábeis da entidade. As contas de um sistema podem ser 
agrupadas de acordo a natureza de cada uma delas – como veremos a diante. 
Dentro da contabilidade há dois tipos de contas, sendo as patrimoniais e as contas de 
resultado, que expressam o resultado do trabalho da empresa. Essas contas que chamamos de 
resultado, são compostas pelas despesas e receitas. Podemos dizer que as contas patrimoniais 
são contas de investimento, é um dinheiro gas to que tem retorno, já as contas de resultado são 
irrecuperáveis. 
As Contas Patrimoniais são também denominadas permanentes, pois sempre existirão 
enquanto existirem os elementos patrimoniais que representam. Estas contas não têm o seu 
saldo encerrado no final do exercício financeiro, ou seja, o saldo é verificadopor ocasião da 
elaboração das demonstrações contábeis e a conta continua sendo movimentada normalmente 
 
 
19 
 
após o Balanço. Já as Contas de Resultado registram as variações patrimoniais e englobam as 
receitas e as despesas, utilizadas para determinar o resultado do exercício. 
 Dessa maneira, as contas poderão ser ativas, passivas, de resultado, ou de 
compensação, conforme já apresentado, valendo lembrar que as contas ativas registram bens e 
direitos, como numerário (caixa), valores bancários (contas de movimento), clientes (duplicatas a 
receber), imóveis (terrenos e edificações), etc; as contas passivas registram as obrigações e os 
recursos de capital, como contas a pagar (fornecedores), empréstimos tomados (instituições 
financeiras), capital social, reserva de lucros, etc; e as contas de resultado registram as 
contrapartidas das mutações patrimoniais, e podem ser subdivididas em contas de receita (como 
venda de mercadorias) e custos e despesas (como despesas de vendas). 
 As contas contábeis constituem-se representações escrituradas de bens, direitos, 
obrigações, capital, reservas, etc. de uma entidade. A finalidade de tais contas é registrar as 
movimentações transcritas do livro diário, expressando-se monetariamente. Cada fato contábil é 
transportado para as respectivas contas, com sua data, histórico e valor. 
 As contas de compensação servem exclusivamente para controle, sem fazer parte do 
patrimônio. Como exemplos: Títulos Endossados/Endossos Para Desconto, Títulos 
Caucionados/Endossos para Caução, etc. São de utilização facultativa. Cada conta têm um título 
que represente, de forma adequada, o conjunto de movimentações que aglutinará. 
 
 
Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/95469142. Acesso em 03/10. 
 
 
20 
 
A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC T 19.13), emitida pelo Conselho 
Federal de Contabilidade, destaca que “as microempresas e as empresas de pequeno porte 
devem elaborar, ao final de cada exercício social, o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração 
do Resultado (DRE)”. Portanto, as demais demonstrações mencionadas anteriormente são 
facultativas; em função disso o foco deste curso será no BP e na DRE. 
O BP e a DRE devem ser transcritos no Livro Diário da empresa, ao término do 
exercício social, e ao final ser assinado pelo contabilista e pelo empresário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
5 DEMONSTRATIVOS E RELATÓRIOS CONTÁBEIS 
 
Relatório Contábil é a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela 
Contabilidade, cujo objetivo é fornecer aos usuários os principais fatos registrados no período e 
distinguem-se entre os obrigatórios e não obrigatórios. 
Os relatórios obrigatórios são aqueles exigidos por lei e são conhecidos como 
Demonstrações Financeiras. São exigidos para as sociedades anônimas e parte deles 
estendidos a outros tipos societários, através do Imposto de Renda. Os relatórios contábeis não 
obrigatórios não têm menor importância. Porém, existem relatórios não obrigatórios 
imprescindíveis para a administração. 
A primeira fonte de recursos para qualquer empresa são seus sócios. Eles trazem 
recursos para a empresa, que os aplica, assumindo uma obrigação para com o sócio. Este é o 
chamado Princípio da Entidade Contábil. Para a contabilidade, a pessoa da empresa é distinta e 
diferenciada das pessoas de seus sócios. A empresa tem personalidade independente da 
personalidade do sócio, o qual pode comprar da empresa, vender a ela, emprestar e pedir 
emprestado. 
Este princípio tem um significado importante do ponto de vista tributário. Se as despesas 
particulares dos sócios são debitadas como despesas da empresa o resultado da empresa é 
menor e a tributação fica sendo menor também. O primeiro fato contábil da vida da empresa é a 
integralização do capital, quando os sócios trazem os recursos para iniciar atividades. A origem 
do recurso são os sócios, representados na conta Capital. A aplicação do recurso é feita na 
conta Caixa, já que o dinheiro vai ficar momentaneamente guardado no cofre da empresa. 
Porém, se uma empresa de grande movimento como um supermercado, onde há um 
fluxo diário intenso, se o balanço fosse controlado em um grande quadro e a cada modificação 
fossem sendo apagados os valores e transformados em outros, haveria uma grande confusão, e 
ainda se perderia todo o histórico das contas, ao final obtendo apenas os saldos, mas não 
poderia saber sua procedência. Então se decidiu que as contas seriam controladas 
individualmente e para o balanço só iria o saldo final. Este é o Livro Razão, o qual mostra o 
movimento de cada conta individualmente. 
 
 
22 
 
A estrutura das contas no Livro Razão, que é um livro muito importante do ponto de vista 
da contabilidade, usualmente pode ser representada através de um quadro. Este gráfico deve 
conter o nome da conta onde se identifica o que ela representa. Por exemplo: conta "caixa", cuja 
função é registrar as operações de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Consiste de código 
numérico atribuído a conta para facilitar a localização da conta que recebeu o lançamento de 
contrapartida. Exemplo: conta "caixa" - código 101, além de dia, mês e ano de ocorrência do fato 
que alterou o valor do componente patrimonial. Exemplo: 01-07-x1 (está assinalado com um "x" 
o ano em que deve ser contabilizada a operação) e a descrição do evento registrável na 
escrituração. 
São os registros efetuados na coluna do débito da conta; representa a situação de dívida 
da conta. Exemplo: Venda a vista de mercadorias. São os registros efetuados na coluna do 
crédito da conta; representa o que a conta tem a haver. Exemplo: Pagamento de salários do mês 
de junho É a diferença existente entre o débito e o crédito de uma conta. Exemplo: conta "caixa" 
= R$ 10.000,00 - R$ 6.000,00 = saldo de R$ 4.000,00. 
A Conta "T", razonete ou razonete em T é a simplificação da representação gráfica do 
Livro Razão. A Conta T apresenta a seguinte representação gráfica: 
 
 
 
O lado esquerdo de uma conta é chamado o lado do débito, o lado direito é denominado 
o lado do crédito. A natureza da conta é que irá determinar o lado a ser utilizado para os 
aumentos e o lado para as diminuições, como será visto a seguir. 
 Os relatórios que podem ser gerados pela Contabilidade Financeira para o atendimento 
informacional dos usuários externos são: 
 Balanço Patrimonial (BP) 
 
 
23 
 
Balanço lembra balança de dois pratos. Para refletir situação normal, os dois pratos da 
balança precisam estar em equilíbrio. Como ocorre com a balança, o balanço também precisa 
estar em equilíbrio. 
Para o Balanço Patrimonial refletir adequadamente a situação financeira da entidade, o 
total do lado do Ativo deverá ser igual ao total do lado do Passivo. 
 
 
Fonte: Disponível em http://www.monacoonline.com.br/blog/wp-content/uploads/2007/11/balanco-classificado.JPG. 
Acesso em 03/10. 
 
 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um resumo ordenado das receitas e 
despesas da entidade em determinado período, que tem por objetivo fornecer o Resultado 
Líquido do Exercício e os elementos que o compuseram. 
A DRE é elaborada a partir da conta Lucros e Perdas, que é de caráter 
predominantemente de trabalho e de difícil entendimento. Ela é uma demonstração financeira 
imprescindível para a elaboração do Balanço Patrimonial. Deve, inclusive, preceder o 
levantamento do mesmo. 
 
http://www.monacoonline.com.br/blog/wp-content/uploads/2007/11/balanco-classificado.JPG.%20Acesso%20em%2003/10
http://www.monacoonline.com.br/blog/wp-content/uploads/2007/11/balanco-classificado.JPG.%20Acesso%20em%2003/10
 
 
24 
 
A finalidade da Demonstração do Resultado do Exercício é melhor evidenciar o ganho, 
tendo em vista as necessidades de informações do usuário externo, bem como fornecer os 
dadosessenciais à análise da formação do resultado do exercício. 
A DRE apresenta os saldos finais dos movimentos das contas do sistema de resultado, 
referindo-se a determinado período de apuração - em geral um mês ou doze meses. A 
Demonstração do Resultado do Exercício é apresentada de forma dedutiva vertical, isto é, das 
receitas subtraem-se as despesas, até apurar-se o resultado do exercício (lucro ou prejuízo). 
 
 
RECEITA 
( - ) DESPESA 
= LUCRO OU 
PREJUÍZO 
 
 
 
Seja uma estrutura básica de DRE, tomando-se como base as determinações legais e 
fiscais, recomendadas também pelas instituições contábeis que interferem no assunto, como o 
Conselho Federal de Contabilidade, os Conselhos Regionais de Contabilidade e o Instituto 
Brasileiro de Contadores - IBRACON. 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
Fonte: Disponível em http://www.eps.ufsc.br/disserta98/piske/figura/39.gif. Acesso em 03/10. 
 
 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) permite visualizar como 
foram obtidos e aplicados os recursos que afetam o capital de giro das empresas, denominado 
pela Lei n° 6.404/76 de Capital Circulante Líquido (CCL). O objetivo da DOAR é evidenciar as 
mutações sofridas pelo CCL entre o início e o término do exercício. Dessa maneira é possível 
avaliar a liquidez de curto prazo de uma empresa, identificando os fatores que contribuem para a 
alteração da posição financeira de curto prazo. 
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
 Demonstração do Fluxo de Caixa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.eps.ufsc.br/disserta98/piske/figura/39.gif.%20Acesso%20em%2003/10
 
 
26 
 
 
Fonte: Disponível em http://www.administracaoegestao.com.br/administracao-rural/wp-
content/uploads/2008/09/modelo-de-fluxo-de-caixa-mensal.jpg. Acesso em 03/10. 
 
 Balanço Social 
O Balanço Social diz respeito ao conjunto de informações relativas ao desempenho 
social da entidade, cuja finalidade difere dos dados que constam do Balanço Patrimonial. O 
Balanço Social reflete as relações entre as entidades e o conjunto da coletividade (Estado, 
clientes, empregados, fornecedores, financiadores, cidadãos, etc.). 
Esse demonstrativo presta contas da ação da entidade no que tange a seu desempenho 
e ao de seus colaboradores com relação ao meio ambiente e à comunidade. Quem busca 
informações sobre uma entidade deseja saber se ela está em dia com suas obrigações legais e 
fiscais e/ou conhecer a sua real situação financeira. Entretanto, uma intenção mais atual é a de 
avaliar, também, o papel social da entidade. 
A ciência contábil evoluiu significativamente a partir da segunda metade do século vinte, 
acrescentando informações que comprovam a responsabilidade social das empresas, ampliando 
e aprofundando o significado das demonstrações contábeis, além de continuar registrando o 
http://www.administracaoegestao.com.br/administracao-rural/wp-content/uploads/2008/09/modelo-de-fluxo-de-caixa-mensal.jpg
http://www.administracaoegestao.com.br/administracao-rural/wp-content/uploads/2008/09/modelo-de-fluxo-de-caixa-mensal.jpg
 
 
27 
 
desempenho econômico-financeiro e operacional, bem como demonstrando a riqueza gerada 
pela atividade empresarial e sua distribuição entre os agentes de sua produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
6 CRITÉRIO DE ADEQUAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS 
 
Os elementos patrimoniais são divididos em dois grandes grupos: o Ativo recebe os 
elementos positivos, compreende o conjunto de bens e direitos; o Passivo recebe os elementos 
negativos, compreende o conjunto de obrigações que por sua vez se subdivide em obrigações 
exigíveis (passivo exigível) e obrigações não exigíveis (patrimônio liquido). 
Os elementos do Ativo e do Passivo podem assumir valores nulos (zero) ou positivos (a 
partir da unidade). Os elementos do Patrimônio Liquido assumem qualquer valor, inclusive 
negativos, situação esta a qual denomina-se: Passivo a Descoberto. 
A escolha do lado esquerdo para representar o Ativo ou aplicações de recursos e do 
lado direito para representar o Passivo ou origens de recursos, foi feita por convenção. A este 
modelo de apresentação é denominado de razonete em T pela semelhança com a letra. 
Em suma, a Contabilidade tem necessidade de identificar todos os fatos que resultem 
em origens e aplicações de recursos, a escrituração contábil é feita indicando-se o efeito (onde o 
recurso foi aplicado) e a causa (onde se originou o recurso). E se todas as origens geram 
aplicações de igual valor. 
Ativo é o conjunto de bens e direitos decorrentes de transações passadas e que tenha a 
potencialidade de geração de caixa. Os bens podem ser classificados segundo o modo como 
são considerados. Neste caso, a classificação os divide em: bens materiais e bens imateriais. 
Bens tangíveis, corpóreos ou materiais, como o próprio nome diz, são aqueles que 
possuem corpo, matéria. Por sua vez, dividem-se em: bens móveis, ou os que podem ser 
removidos do seu lugar. Exemplos: mesas, veículos, máquinas de escrever, dinheiro, 
mercadorias etc.; e bens imóveis: os que não podem ser deslocados do seu lugar natural. 
Exemplos: casas, terrenos, edifícios etc. 
Bens intangíveis, incorpóreos ou imateriais: são aqueles bens que não possuem corpo, 
não têm matéria. Em sua maioria das vezes se apresentam na forma de gastos que a empresa 
faz, os quais, por sua natureza, devem ser considerados parte do seu Patrimônio. Exemplos: 
 
 
 
29 
 
• Benfeitorias em Imóveis de Terceiros – são os gastos com reformas que o inquilino (tem a 
posse e não a propriedade) realiza em imóveis de terceiros com o objetivo de otimizar o 
funcionamento da entidade. 
• Fundo de Comércio – é o ponto comercial, assim entendido como o valor formado pela fama 
conseguida através da clientela daquele estabelecimento pela sua localização e tempo de 
funcionamento. 
• Patentes – decorrente de alguma invenção. Tem seu valor definido pelo somatório dos gastos 
com seu registro e as despesas de pesquisas para a sua obtenção. 
O aspecto de geração de caixa é extremamente importante na conceituação de um 
ativo, pois, no momento em que se resolve iniciar uma atividade qualquer, recursos são 
transferidos na expectativa de que a geração de caixa seja suficiente para prover aos 
investidores lucros superiores àqueles que obteriam com os recursos aplicados em outra 
atividade. 
Ativo, portanto, são todos os bens e direitos de propriedade da empresa, expressos em 
moeda, e que representam benefícios presentes ou futuros para a mesma. 
Para ser considerado um ativo é preciso preencher quatro características 
simultaneamente: 
a) Ser bens ou direitos; 
b) Ser de propriedade da empresa 
c) Ser mensurável em dinheiro; 
d) Trazer benefícios presentes ou futuros. 
O Ativo também pode ser chamado de Capital Total à disposição da entidade, pois nele 
são congregados todos os bens, numerários, físicos ou intangíveis que formam em seu conjunto 
a força de trabalho da entidade. A palavra Capital pode ser empregada de diversas formas para 
expressar o montante de recursos empregados por um ente para fomentar alguma atividade. 
Seguem abaixo os itens utilizados na mensuração dos ativos da empresa: 
 
 
30 
 
 Ativo 
 
Ativo Circulante 
Disponível 
Caixa / Bancos Conta Movimento / Títulos Vinculados ao Mercado Aberto Direitos 
Duplicatas a Receber / (-) Provisão para Devedores Duvidosos / (-) Duplicatas Descontadas / 
Contas a Receber / Títulos a Receber / Adiantamentos de Salários / Adiantamentos para 
Despesas de Viagem / Impostos a Recuperar / Investimentos em curto prazo Títulos e outras 
aplicações financeiras 
Estoques 
Mercadorias / Produtos Acabados / Produtos em Elaboração / Matéria-prima / Almoxarifados / 
Material de Manutenção / Combustíveis e Lubrificantes 
Despesas doExercício Seguinte 
Despesas Financeiras pagas Antecipadamente / Seguros a vencer / Despesas antecipadas 
 
Ativo Realizável a Longo Prazo 
 Direitos 
Duplicatas a Receber / (-) Provisão para Devedores Duvidosos / Empréstimos a coligadas e/ou 
controladas / Adiantamento a Sócios e/ou Diretores / Títulos Diversos 
Investimentos 
Aplicações Financeiras / Fundos de Investimento / Depósitos para Aplicações por Incentivos 
Fiscais / Certificados de Aplicações em Fundos de Investimentos / Empréstimos Compulsórios e 
Obrigações Eletrobrás 
Bens não destinados a uso 
 
 
31 
Imóveis para Venda (de empresas exceto construtoras) / Estoques de Imóveis (em construção 
com previsão para término após 12 meses) 
 
Ativo Permanente 
Investimentos 
Participações em Coligadas e/ou Controladas / Participações em Outras Empresas / Imóveis 
para Renda / Terrenos (destinados aos planos de expansão da empresa) / Títulos Patrimoniais / 
Obras de Arte 
Imobilizado 
- Imobilizações Tangíveis 
Terrenos / Edifícios / (-) Depreciação Acumulada / Máquinas e Equipamentos / (-) Depreciação 
Acumulada / Veículos / (-) Depreciação Acumulada / Ferramentas / (-) Depreciação Acumulada / 
Móveis, Utensílios e Instalações / (-) Depreciação Acumulada 
- Imobilizações Intangíveis 
Marcas e Patentes / (-) Amortização Acumulada / Concessões Obtidas / (-) Amortização 
Acumulada / Imobilizações em Andamento 
Diferido 
Gastos com Organização / Gastos com Reorganização / Gastos com Implantação de Sistemas / 
(-) Amortização Acumulada 
 
O passivo é o conjunto de obrigações de uma entidade, é a parte negativa do 
patrimônio, constituída pelas origens de recursos (fontes) e por isso, de natureza credora. O 
Passivo se subdivide em dois grandes grupos: 
• Passivo Exigível – são as obrigações com terceiros, aquelas com prazo determinado para 
pagamento. Ex: Fornecedores por duplicatas a pagar; Salários a pagar; Empréstimos. 
 
 
 
32 
 
• Patrimônio Liquido - são as obrigações com os proprietários, portanto, não apresentam prazo 
determinado para pagamento. Este grupo também pode ser denominado de: Passivo Não 
Exigível; Situação Liquida; Recursos Próprios ou Capital Próprio. O valor do Patrimônio Liquido 
pode ser obtido pela diferença entre o Ativo e o Passivo Exigível. 
 
 Passivo 
 
Passivo Circulante 
Obrigações 
Fornecedores (Duplicatas a Pagar) / Contas a Pagar / Salários a Pagar / FGTS a Recolher / 
INSS a Recolher / 13º a Pagar / Contribuição Sindical a Recolher / Empréstimos Bancários / 
Juros a Pagar sobre empréstimos / Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) / Taxas 
Bancárias a Pagar / COFINS a Recolher / PIS a Recolher / ICMS a Recolher / Contribuição 
Social a Recolher / Seguros a Pagar / Fretes a Pagar / Aluguéis a Pagar / Títulos a Pagar / 
Dividendos a Pagar 
 
Passivo Exigível a Longo Prazo 
Fornecedores 
Títulos a Pagar 
Financiamentos 
Empréstimos de Coligadas e/ou Controladas 
Empréstimos de Diretores ou Acionistas 
 
 
 
 
 
33 
 
Resultado de Exercícios Futuros 
Receita Antecipada 
(-) Custos 
 
Patrimônio Líquido 
Capital 
Capital Social / (-) Capital a Realizar 
Reservas de Capital 
Ágio na emissão de ações / Auxílios e subvenções 
Reservas de Reavaliação 
Reavaliação dos bens do Ativo 
Reservas de Lucros 
Reserva Legal / Reserva Para Investimentos / Reserva Estatutária 
Resultados Acumulados 
Lucros Acumulados / (-) Prejuízos Acumulados 
Ações em Tesouraria 
 
 Receitas 
 
Receitas Operacionais 
Vendas 
Receita de VendasReceita de Serviços 
 
 
34 
Receitas Financeiras 
Juros recebidos ou auferidos / Descontos Obtidos / Receitas de Aplicações Financeiras / 
Variações Monetárias 
Outras Receitas Operacionais 
Dividendos Recebidos / Alugueis Recebidos / Lucros de Participações em Outras Sociedades / 
Venda de Sucatas 
 
 
Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/77384098/Imagezoo. Acesso em 03/10. 
 
Receitas não-Operacionais 
Ganhos na alienação de investimentos 
ganhos na alienação ou baixa de Imobilizado 
Ganhos na baixa de elementos do Ativo Diferido 
 
http://www.gettyimages.com/detail/77384098/Imagezoo
 
 
35 
 
DESPESAS 
Despesas Operacionais 
Despesas Administrativas 
Salários e Ordenados / 13º Salário / Honorários da Diretoria / INSS / FGTS / Gratificações / 
Seguro contra acidentes de trabalho / Férias / Aluguéis / Condução / Água e Luz / Telefone, 
Telex e Fax / Cartas e Telegramas / Prêmios de Seguros / Combustíveis e Lubrificantes / 
Material de Escritório / Assinatura de jornais e revistas / Depreciação, Amortização e Exaustão / 
Material de Limpeza / Lanches e Refeições / Serviços de Terceiros 
Despesas com Vendas 
Viagens e estadias / Fretes e Carretos / Provisão para Devedores Duvidosos / Comissão sobre 
Vendas / Propaganda e Publicidade 
Despesas Financeiras 
Juros Pagos / Despesas Bancárias / IOF / Variações Monetárias 
Despesas Tributárias 
Impostos e Taxas Diversos / CPMF / Contribuição Sindical Patronal 
Deduções sobre Vendas 
Devoluções de vendas / Descontos Comerciais Concedidos / ICMS sobre Vendas / COFINS / 
PIS/PASEP sobre faturamento 
 
Despesas não-Operacionais 
Perdas na alienação de investimentos 
Perdas na alienação ou baixa de Imobilizado 
Perdas na baixa de elementos do Ativo Diferido 
 
 
 
36 
 
 
Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/86088394/Digital-Vision. Acesso em 03/10. 
 
Custos 
Mercadorias 
Compras / (-) Devolução de Compras / ICMS sobre compras 
Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 
 
 
 
 
 
http://www.gettyimages.com/detail/86088394/Digital-Vision
 
 
37 
 
7 CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDAS 
 
 
Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/86808185/Comstock-Images. 
Acesso em 03/10. 
 
Todo produto vendido e todo serviço ou utilidade transferidos provocam despesa. 
Costumamos chamá-lo Custo do Produto Vendido e assim fazemo-lo aparecer na Demonstração 
de Resultados; o significado mais correto seria: despesa que é o somatório dos itens que 
compuseram o custo de fabricação do produto ora vendido. Cada componente que fora custo no 
processo de produção agora, na baixa, toma-se despesa. (No Resultado existem Receitas e 
Despesas — às vezes Ganhos e Perdas — mas não Custos.) A mercadoria adquirida pela loja 
comercial provoca um gasto (genericamente), um investimento (especificamente), que se 
transforma numa despesa no momento do reconhecimento da receita trazida pela venda, sem 
passar pela fase de custo. Logo, o nome Custo das Mercadorias Vendidas não é, em termos 
técnicos, rigorosa- mente correto. 
O Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) pode ser contabilizado a cada venda 
(debitando CMV e creditando Estoque). Assim, no final do exercício contábil o saldo da conta 
http://www.gettyimages.com/detail/86808185/Comstock-Images
 
 
38 
 
CMV corresponderá ao custo de todas as mercadorias vendidas durante o ano. Quando a 
empresa não mantém controle dos estoques, que permita a contabilização do CMV a cada 
venda, ela poderá apurar o CMV no final do período contábil pela diferença entre o estoque 
existente e o valor contábil do estoque. 
 
Custo das Mercadorias Vendidas 
= 
Estoque Inicial + Compras - Estoque Final 
 
Observe, portanto, que o estoque existente no início do período é acrescido pela 
contabilização das compras, mas não é reduzido pelas saídas. O valor real do estoque deve ser 
obtido por meio do levantamento do inventário, no qual se verifica a quantidade de cada item em 
estoque e a determinação do seu valor pela última aquisição. Esse valor contábil do estoque 
acrescido das compras será ajustado ao valor real inventariado, obtendo-se o CMV que é a 
diferença. 
Custo dos Produtos Vendidos é a soma dos custos incorridos na produção dos bens e 
serviços que só agora estão sendo vendidos. Pode conter custos de produção de diversos 
períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em diversas épocasdiferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/97612571. Acesso em 03/10. 
 
Os três conceitos são bastante distintos e não há nenhuma relação obrigatória entre 
seus valores no que respeita a sua grandeza. Cada um pode ser maior ou menor que o outro em 
cada período, dependendo das circunstâncias. 
O esquema ao lado ajuda a entender os conceitos: 
 
 
http://www.gettyimages.com/detail/97612571
 
 
40 
 
8 ANÁLISE DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS 
 
Este capítulo do curso tem como objetivo oferecer ferramentas para que o gestor possa 
analisar as demonstrações contábeis e tomar conhecimento sobre a saúde de sua empresa. 
Elementos de uma conta 
 
 Título da Conta: Indica o elemento patrimonial ou de resultado. 
 Lado Esquerdo: Indica o lado do Débito. 
 Lado Direito: Indica o lado do Crédito. 
 
Um lançamento no lado direito de uma conta é denominado, crédito; um lançamento no 
lado esquerdo de uma conta é denominado, débito. 
Se o valor dos débitos for superior ao valor dos créditos a conta terá um saldo devedor, 
caso contrário, saldo credor. 
Uma conta pode apresentar saldo devedor ou credor e o seu saldo, em determinado 
período, é a diferença entre o somatório dos débitos e créditos efetuados nesta conta durante 
aquele período. 
As contas são classificadas em: 
- Patrimoniais: compõem o Balanço Patrimonial e representam o Ativo, Passivo Exigível (PE) e 
Patrimônio Líquido (PL). 
- De Resultado: registram as variações patrimoniais e englobam receitas e despesas, servindo 
também para determinar o resultado do exercício. 
As contas que representam Bens, Direitos, Despesas e Custos têm saldo devedor. As 
contas que representam Obrigações (PE), Patrimônio Líquido (PL) e Receitas, têm saldo credor. 
As demonstrações contábeis que servirão como fonte de informação são o Balanço 
Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
 
 
41 
 
Com base nisso, o gestor pode obter subsídios para o processo decisório, ou seja, é 
possível o gestor transformar dados obtidos por meio dos relatórios contábeis e transformá-los 
em informações úteis para o processo decisório. 
As informações obtidas por meio da análise das demonstrações contábeis podem ser 
utilizadas para melhorar o desempenho das empresas. Além disso, Salazar e Benedicto (2004, 
p. 248) afirmam que a “análise das demonstrações financeiras pode ser usada para: prever 
como as decisões estratégicas ou a expansão das atividades econômicas de uma empresa são 
capazes de afetar os desempenhos financeiros futuros”. 
As demonstrações financeiras, como o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE), serão chamadas neste curso, de demonstrações contábeis. 
As informações obtidas por meio da análise das demonstrações contábeis podem ser 
utilizadas pelos gestores para melhorar e avaliar o desempenho das atividades operacionais 
desenvolvidas pela empresa. 
Além disso, a análise oferece informações visando comparar o desempenho da 
empresa com o desempenho de outras do mesmo setor de atividade, avaliar tendências nas 
operações de longo prazo. Auxilia o gestor no processo de identificação dos pontos fracos, para 
que ele possa então empreender ações para melhorar cada vez mais o desempenho. A análise 
das demonstrações contábeis tem auxiliado os gestores de crédito na tarefa de decidir se vale a 
pena ou não conceder créditos a seus clientes. 
Todas as demonstrações contábeis podem ser analisadas, mas maior ênfase é dada 
para o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
Para este módulo, no intuito de melhor exemplificar as ferramentas utilizadas para 
análise das Demonstrações Contábeis, toma-se como base um Balanço e uma DRE de uma 
empresa fictícia. O Balanço Patrimonial (BP) está apresentado na Tabela 1, enquanto que a 
DRE está apresentada na Tabela 2. 
A Tabela 1 apresenta um exemplo de Balanço Patrimonial com os resultados de uma 
empresa hipotética, obtidos nos anos X1 e X2. Ao passo que a Tabela 2 evidencia a DRE, com 
os resultados obtidos pela mesma empresa também nos anos X1 e X2. 
 
 
42 
ATIVO 
 31.12.x1 31.12.x2 
ATIVO CIRCULANTE 
Caixa $253.000,00 $245.641,00 
Clientes $614.923,68 $614.923,68 
Bancos conta movimento $188.912,00 $879.303,80 
Aplicações financeiras $338.129,32 $338.129,32 
Estoques $370.593,00 $374.593,00 
TOTAL CIRCULANTE $1.765.558,00 $2.452.590,80 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
Créditos judiciais $17.263,00 $17.263,00 
TOTAL REALIZÁVEL LONGO PRAZO $17.263,00 $17.263,00 
ATIVO PERMANENTE 
Máquinas e equipamentos $17.495,00 $17.495,00 
Veículos $47.594,00 $47.594,00 
Móveis e utensílios $26.453,00 $26.453,00 
Instalações $65.943,00 $65.943,00 
Equipamentos de computação $49.867,00 $45.867,00 
TOTAL PERMANENTE $207.352,00 $203.352,00 
TOTAL ATIVO $1.990.173,00 $2.673.205,80 
 
 
De posse desses dados, é possível aplicar as ferramentas de Análise das 
Demonstrações Contábeis e verificar como está a saúde da empresa. Sendo assim, nos 
próximos tópicos serão apresentados os indicadores e serão feitas algumas simulações. 
 
Tabela 1 – Balanço Patrimonial de uma empresa hipotética 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
PASSIVO 
 31.12.x1 31.12.x2 
PASSIVO CIRCULANTE 
Fornecedores $55.359,56 $50.000,56 
Impostos a recolher $15.847,00 $15.847,00 
Salários a pagar $30.242,00 $30.242,00 
Empréstimos a pagar $129,00 $129,00 
Encargos sociais a recolher $2.645,00 $2.645,00 
TOTAL CIRCULANTE $104.222,56 $98.863,56 
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 
Empréstimos de longo prazo $12.000,00 $10.000,00 
TOTAL EXIGÍVEL A LONGO PRAZO $12.000,00 $10.000,00 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Capital $154.476,00 $154.476,00 
Lucros acumulados $1.719.474,44 $2.409.866,24 
TOTAL PATRIMÔNIO LÍQUIDO $1.873.950,44 $2.564.342,24 
TOTAL PASSIVO $1.990.173,00 $2.673.205,80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
Tabela 2 – DRE de uma empresa hipotética 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Encerrado em 31.12.x1 31.12.x2 
RECEITA BRUTA DE VENDAS $2.931.531,66 $3.315.001,00 
 
(-) Dedução de 
Vendas $452.264,87 $511.504,65 
 
(=) RECEITA 
LÍQUIDA $2.479.266,79 $2.803.496,35 
 
(-) Custo das Mercadorias Vendidas $1.683.163,37 $1.903.473,54 
 
(=) LUCRO BRUTO $796.103,42 $900.022,81 
 
(-) Despesas com vendas $99.646,26 $99.646,26 
(-) Despesas Administrativas $50.561,45 $50.561,45 
(-) Outras Despesas Operacionais $14.339,29 $14.339,29 
 
(=)LUCRO OPERACIONAL $631.556,42 $735.475,81 
 
(=)LUCRO ANTES DO IMP. RENDA $631.556,42 $735.475,81 
 
(-)IRPJ e Contribuição Social $39.890,64 $45.084,01 
 
(=)LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO $591.665,78 $690.391,80 
 
 
 
45 
 
Ferramentas para análise das demonstrações contábeis: 
a) Análise horizontal e vertical; 
b) Análise de índices; 
c) Análise do capital de giro; 
d) Alavancagem financeira. 
 
Análise Horizontal 
 
A análise horizontal é realizada estabelecendo-se o ano inicial da série analisada, 
como índice básico 100 e expressando as cifras relativas aos anos posteriores, com relação ao 
índice básico 100. 
Segundo Assaf Neto (2005, p. 105), “o crescimento desses valores é obtido por meio 
de números-índices, ou seja, relacionando-se cada resultado obtido em determinada data com o 
verificado em data anterior, definida como data-base, e multiplicando-se esse quociente por 
100”. 
O ideal é que se faça a análise de pelo menos três exercícios. Apresenta-se a seguir 
um exemplo de análise, considerando-se a conta caixa de apenas dois exercícios, ou seja, os 
anos x1 e x2, baseando-se nos dados apresentados na Tabela1 
 
 
 
Aplicando-se a Análise Horizontal verificam-se os seguintes cálculos: 
 
 
 
 31.12.x1 31.12.x2Caixa $253.000,00 $245.641,00 
 
 31.12.x1 31.12.x2 
Caixa 100,000% 97,091% 
 
 
 
46 
 
Percebe-se que a empresa teve uma redução na conta caixa em 19x2, de 2,91%. Para 
que a Análise Horizontal seja completa, pode-se proceder conforme o exemplo, considerando-se 
cada conta constante no BP e na DRE e avaliar os acréscimos ou reduções percentuais. 
 
Análise Vertical 
 
Segundo Reis (2003, p. 187), “consiste na determinação dos percentuais de cada 
conta ou grupo de contas do Balanço Patrimonial em relação ao valor total do Ativo ou do 
Passivo”. 
No caso para a DRE, se compara cada item com o total da Receita Líquida com 
vendas ou com serviços conforme o apresentado na Tabela 3. 
Percebe-se que o Lucro Líquido do Exercício no ano de x1 representava 23,86% da 
Receita Líquida, enquanto que no ano de x2 teve uma participação de 24,63% da Receita 
Líquida. Sendo assim, houve uma melhora na margem líquida da empresa em 0,77 pontos 
percentuais. 
É importante destacar que a análise horizontal e a vertical se complementam para se 
fazer uma análise adequada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
Descrição 
31.12.x1 31.12.X2 
Valor absoluto AV Valor absoluto AV 
RECEITA BRUTA DE VENDAS $2.931.531,66 $3.315.001,00 
(-) Dedução de Vendas $452.264,87 $511.504,65 
(=) RECEITA LÍQUIDA $2.479.266,79 100,00% $2.803.496,35 100,00% 
(-) Custo das Mercadorias Vendidas $1.683.163,37 67,89% $1.903.473,54 67,90% 
(=) LUCRO BRUTO $796.103,42 32,11% $900.022,81 32,10% 
(-) Despesas com vendas $99.646,26 4,02% $99.646,26 3,55% 
(-) Despesas Administrativas $50.561,45 2,04% $50.561,45 1,80% 
(-) Outras Despesas Operacionais $14.339,29 0,58% $14.339,29 0,51% 
(=) LUCRO OPERACIONAL $631.556,42 25,47% $735.475,81 26,23% 
(=) LUCRO ANTES DO IMP. 
RENDA $631.556,42 25,47% $735.475,81 26,23% 
(-) IRPJ e Contribuição Social $39.890,64 1,61% $45.084,01 1,61% 
(=) LUCRO LÍQUIDO DO 
EXERCÍCIO $591.665,78 23,86% $690.391,80 24,63% 
 
 
Tabela 3 – Exemplo de Análise Vertical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise de Índices 
 
Segundo Marion (2002, p. 36), “os índices são relações que se estabelecem entre duas 
grandezas; facilitam sensivelmente o trabalho do analista, uma vez que a apreciação de certas 
relações ou percentuais é mais significativa (relevante) que a observação de montantes, por si 
só”. 
É essencial destacar também a importância de conhecer a natureza do negócio, 
especialmente sua orientação de vendas, antes de interpretar o índice (VASCONCELOS, 2005, 
p. 69). 
 
 
 
48 
 
 
Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/96611406/iStockvectors Acesso em 03/10. 
 
Matarazzo (1995, p. 154) afirma que o importante não é o cálculo de grande número de 
índices, mas de um conjunto de índices que permita conhecer a situação da empresa, segundo o 
grau de profundidade desejada da análise. 
A análise por meio de índices possibilita ao gestor avaliar a situação econômica e 
financeira da empresa. A situação econômica da empresa pode ser visualizada na DRE, bem 
como a situação financeira no BP. 
 
Os índices podem ser classificados: 
SITUAÇÃO FINANCEIRA SITUAÇÃO ECONÔMICA 
Índices de liquidez Índices de rentabilidade 
Índices de estrutura de capitais 
 
Índices de liquidez 
Os índices de liquidez são extraídos apenas do BP e têm como objetivo avaliar a 
situação financeira da empresa, ou seja, evidenciar a solidez da empresa. A empresa que tem 
índices de liquidez satisfatórios apresenta boas condições para pagamento de suas dívidas. 
http://www.gettyimages.com/detail/96611406/iStockvectors
 
 
49 
 
Tipos de Índices de Liquidez 
Índices de liquidez Prazo para avaliação 
Liquidez Imediata Imediato 
Liquidez Corrente Curto 
Liquidez Seca Curto 
Liquidez Geral Longo 
 
Liquidez Imediata 
Este índice pode responder à seguinte pergunta: O volume de disponibilidade da 
empresa é suficiente para cobrir as obrigações em curto prazo? 
Geralmente as disponibilidades não são suficientes para cobrir as obrigações de curto 
prazo, mesmo assim isso não é tão preocupante para a empresa. O disponível são os recursos 
financeiros disponíveis para a empresa, só que, o que acontece é que na maioria das vezes a 
empresa deixa seus recursos em aplicações financeiras, que exigem certo tempo de carência, 
no intuito de obter maiores rentabilidades. 
A fórmula aplicável para cálculo desse índice é: Disponível dividido pelo Passivo 
Circulante (PC) e multiplicado por 100, para se obter a percentagem. 
 
Liquidez Corrente 
Este índice indica se a quantidade de recursos que a empresa tem no ativo circulante é 
suficiente para pagar as dívidas constantes no passivo circulante. O cálculo é feito dividindo-se o 
Ativo Circulante (AC) pelo Passivo Circulante (PC) e o resultado multiplicando-se por 100. Caso 
não se queira multiplicar por 100, pode-se deixar o resultado em decimais e realizar a devida 
interpretação do resultado. 
Permite conhecer como está a liquidez da empresa em curto prazo. 
 
 
50 
 
Liquidez Seca 
O índice de Liquidez Seca consiste no Ativo Circulante menos os estoques e dividindo-
se pelo Passivo Circulante. 
A exclusão dos estoques é para verificar se a empresa depende das vendas para 
liquidar seus compromissos. 
 
Liquidez Geral 
O índice de Liquidez Geral consiste na divisão do Ativo Circulante somado ao Ativo 
Realizável a Longo Prazo pela soma do Passivo Circulante e do Exigível a Longo Prazo. Permite 
conhecer como está a liquidez da empresa para longo prazo. 
 
Aplicações dos índices de liquidez realizadas no exercício de x1 (hipotética) 
ÍNDICES FÓRMULA RESULTADO 
IMEDIATA DISPONÍVEL/PC 7,48 
CORRENTE AC/PC 16,89 
SECA AC- estoques/PC 17,53 
GERAL AC+ARLP/PC+PELP 34,25 
 
 
Interpretação dos Índices de Liquidez 
Liquidez Imediata 
Para o cálculo do índice de liquidez imediata foram consideradas disponíveis as 
seguintes contas: caixa, bancos conta movimento e aplicações financeiras. 
 
 
51 
 
O resultado obtido foi $ 7,48, isso significa que para cada $ 1,00 de obrigações de 
curto prazo, a empresa tem $ 7,48 de disponível. A situação está muito boa. Mesmo que o 
resultado fosse inferior a $ 1,00, não seria tão preocupante para a empresa. Visto que, esse 
índice compara os recursos financeiros que a empresa tem hoje, com dívidas que irão vencer 
geralmente em até 12 meses. 
Liquidez Corrente 
O Índice de Liquidez Corrente apresentou um resultado de $ 16,89. Isso significa que, 
para cada $ 1,00 de dívidas de curto prazo a empresa possui $ 16,89 de bens e direitos. Caso a 
empresa tivesse que cobrir todas as suas dívidas, ainda sobrariam recursos. 
Liquidez Seca 
Este índice indicou que a empresa não depende das vendas para liquidar seus 
compromissos, visto que o resultado foi de $ 17,53. 
Liquidez Geral 
A Liquidez Geral da empresa apresentou-se muito satisfatória, pois para cada $ 1,00 
de compromissos, a empresa possui $ 34,25 para a cobertura. 
 
Índices de Estrutura de Capitais 
Os Índices de estrutura de capitais evidenciam como está o endividamento da 
empresa. 
Índice Fórmula Revela 
Participação de 
capitais de terceiros PL
CT
 
Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros (CT) 
para cada unidade de capital próprio (PL) 
Composição do 
endividamento CT
PC
 
O percentual de obrigações de curto prazo (PC) em 
relação às obrigações totais da empresa (CT) 
 
 
52 
Imobilização do 
Patrimônio Líquido PL
AP
 
Quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente (AP) em 
relação ao seu Patrimônio Líquido (PL) 
Imobilização dos 
recursos não 
correntes 
ELPPL
AP

 
O percentual de recursos não correntes (Patrimônio 
Líquido e Exigível a Longo Prazo) que foi destinado ao 
Ativo Permanente (AP) 
 
Participação de capitais de terceiros 
Segundo Matarazzo (1995, p. 160), “do ponto de vista de obtenção de lucro, pode ser 
vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros, se a remuneraçãopaga a esses 
capitais de terceiros for menor do que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios”. 
Quanto maior for a participação de capitais de terceiros em relação ao capital próprio, 
maior será a dependência financeira da empresa. 
 
Composição do endividamento 
Este índice possibilita à empresa conhecer a composição de todo o seu endividamento, 
se a participação maior é com a dívida de curto ou de longo prazo. Considerando-se que, as 
dívidas de curto prazo, geralmente vencem no prazo de até doze meses, enquanto as dívidas de 
longo prazo vencem em prazo superior a doze meses. Sendo assim, a princípio é mais vantajoso 
para a empresa ter mais dívidas de longo prazo, do que de curto prazo, em função do prazo de 
vencimento. As dívidas de longo prazo oferecem maior tempo para a empresa efetuar o 
pagamento. 
É claro que é necessária uma análise mais aprofundada no momento do 
endividamento, tendo em vista que as dívidas de longo prazo são onerosas para a empresa; por 
isso devem ser avaliadas as despesas financeiras. 
 
Imobilização do Patrimônio Líquido 
Este índice revela quanto do PL da empresa foi investido no AP. Matarazzo (1995, p. 
164) afirma que “quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos recursos próprios 
 
 
53 
 
sobrarão para o Ativo Circulante e, em conseqüência, maior será a dependência a capitais de 
terceiros para o financiamento do Ativo Circulante”. 
O recomendável é que o Patrimônio Líquido seja suficiente para cobrir o Ativo 
Permanente da empresa, pois assim, menor será a dependência financeira da empresa. 
 
Imobilização dos recursos não correntes 
Este índice evidencia o montante de recursos não correntes que estão aplicados no 
Ativo Permanente da empresa. 
A lógica para se fazer essa análise consiste em que, como o imobilizado da empresa 
possui uma vida útil em torno de 5, 10 ou 50 anos, é perfeitamente aceitável que ela financie seu 
imobilizado com recursos de longo prazo e não somente com recursos próprios. 
 
Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/71277766/Stock-Illustration-RF. 
Acesso em 03/10. 
 
Índices de Rentabilidade 
 
http://www.gettyimages.com/detail/71277766/Stock-Illustration-RF
 
 
54 
 
Os índices de rentabilidade evidenciam o quanto renderam os investimentos efetuados 
pela empresa. A rentabilidade pode ser entendida como o grau de remuneração de um negócio. 
Retorno é o lucro obtido pela empresa. 
Por isso, pode ser analisada a lucratividade de um negócio e também as condições em 
que o lucro é gerado, 
Os indicadores de rentabilidade são, dentre outros, os que mais interessam aos sócios, 
pois demonstram a remuneração dos recursos aplicados. 
Segundo Vasconcelos (2005, p. 138), no cálculo de indicadores de rentabilidade, o 
analista poderá usar diversos conceitos de lucro (do lucro bruto ao lucro líquido). 
Para melhor entendimento das fórmulas apresentadas no Quadro 4 destacam-se 
alguns conceitos utilizados: 
 A receita líquida corresponde à receita bruta deduzida as devoluções de clientes, 
impostos sobre as vendas e outros. 
 O Ativo Operacional Líquido compreende os ativos aplicados na atividade principal 
do negócio, ou seja, o imobilizado (saldos líquidos da depreciação), ativo 
circulante (clientes, disponível e estoques), e o realizável a longo prazo. 
 O Lucro Operacional Líquido é o lucro decorrente das operações antes do IR, 
diminuídas todas as despesas e receitas associadas à atividade financeira (ajuste 
extracontábil). 
Índices de Rentabilidade 
Índice Fórmula Revela 
Giro do ativo 
AT
VL
 
Quanto a empresa teve de vendas líquidas (VL) em 
relação ao seu investimento, ou seja, ao total do seu Ativo 
(A). 
Margem líquida 
VL
LL
 
Quanto a empresa obtém de lucro líquido (LL) em relação 
às vendas líquidas (VL) 
 
 
55 
Rentabilidade do 
Ativo AT
LL
 
Quanto a empresa obtém de lucro em relação ao seu 
Ativo Total (AT) 
Rentabilidade do 
Patrimônio Líquido PL
LL
 
Quanto a empresa obtém de lucro em relação ao seu 
Patrimônio Líquido (PL). 
 
Giro do Ativo 
O volume de vendas é um fator fundamental do sucesso de uma empresa. Existe uma 
relação direta entre o volume de vendas e o montante de seus investimentos, ou o montante de 
Ativo. 
 
Margem líquida 
É um indicador de margem de lucro. Este indicador evidencia o lucro obtido pela 
empresa em relação às suas vendas líquidas. 
Pode-se também calcular a Margem de lucro bruto, que consiste na capacidade de 
mercado da empresa em absorver preços. A Margem de lucro bruto mostra capacidade das 
receitas em absorver as despesas operacionais, o desempenho da produção no controle dos 
custos. E indica o impacto do Custo da Mercadoria vendida sobre o lucro. 
Além disso, pode-se calcular a Margem operacional, que consiste na relação entre o 
Lucro operacional e as Vendas Líquidas. Evidencia o impacto das despesas e custos 
operacionais sobre o desempenho da empresa em sua atividade operacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/72011769/ArtBox-Images-RF. 
Acesso em 03/10. 
 
Rentabilidade do Ativo 
Indica o quanto a empresa obtém de lucro comparado com o seu investimento total, ou 
seja, o total de seu Ativo. 
O Retorno sobre o investimento (do inglês Return On Investiment): segundo Marion 
(2002, p. 164), investimento é toda a aplicação realizada pela empresa com o objetivo de obter 
lucro (retorno). As aplicações estão evidenciadas no Ativo. Assim, temos as aplicações em 
disponíveis, estoques, imobilizados, investimentos etc. A combinação de todas essas aplicações 
proporciona resultado para a empresa: lucro ou prejuízo. 
 
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido, do inglês, Return On Equity (ROE): segundo 
ASSAF NETO (2005, p. 120), “este índice mensura o retorno dos recursos aplicados na empresa 
por seus proprietários.” Evidencia quanto de lucro foi obtido pelo proprietário para cada unidade 
monetária de recursos próprios. 
http://www.gettyimages.com/detail/72011769/ArtBox-Images-RF
 
 
57 
 
Para o cálculo desse índice pode ser considerado o Patrimônio Líquido médio da 
empresa. 
 
Índices de Prazos Médios 
Estes índices permitem que se identifique, por meio da contabilidade, o número de dias 
que a empresa espera para receber as suas duplicatas, bem como o prazo médio de pagamento 
para os fornecedores e o prazo médio para renovação do seu estoque. Estes índices são 
também conhecidos como índices de atividade. 
 
Índices de prazos médios 
Índice Fórmula Revela 
Prazo médio de recebimento 
das vendas 
Valor médio das duplicatas a 
receber / Vendas anuais a 
prazo x 360 
Prazo médio (em dias) em que 
a empresa recebe as vendas 
realizadas a prazo. 
Prazo médio de renovação 
do estoque 
Valor médio dos (estoques) 
produtos acabados / CPV) x 
360 
 
Prazo médio (em dias) que o 
produto acabado permanece 
estocado à espera de ser 
vendido, isto é, prazo médio 
de estocagem do produto 
acabado. 
Prazo médio de pagamento 
aos fornecedores 
Valor médio das duplicatas a 
pagar / Compras anuais a 
prazo x 360 
Prazo médio (em dias) em que 
a empresa paga seus 
fornecedores 
 
Os índices de prazos médios devem ser analisados sempre em conjunto e permitem 
ao gestor definir estratégias relacionadas aos prazos de compra, venda e estocagem das 
mercadorias ou produtos. 
 
 
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O Prazo Médio de Recebimentos das Vendas (PMRV), expressa o tempo decorrido 
entre a venda e o recebimento. 
O Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) representa, na empresa comercial, 
o tempo médio de estocagem de mercadorias; na empresa industrial, o tempo de produção e 
estocagem. 
Em uma empresa comercial, a soma dos prazos PMRE mais o PMRV, representam o 
que se chama de Ciclo Operacional, ou seja, o tempo decorrido entre a compra e o recebimento 
da venda de mercadoria.

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