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DOCÊNCIA EM SAÚDE CONTABILIDADE PARA PROFISSIONAIS NÃO CONTADORES 1 Copyright © Portal Educação 2012 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Portal Educação P842c Contabilidade para profissionais não contadores / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 87p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-8241-226-8 1. Contabilidade básica. 2. Iniciação à contabilidade. I. Portal Educação. II. Título. CDD 657 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3 2 INICIAÇÃO À CONTABILIDADE ............................................................................................... 5 3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE ........................................................... 11 4 CONTAS CONTÁBEIS – O PATRIMÔNIOE O BALANÇO PATRIMONIAL ............................ 18 5 DEMONSTRATIVOS E RELATÓRIOS CONTÁBEIS ............................................................... 21 6 CRITÉRIOS DE ADEQUAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS ...................................................... 28 7 CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDAS ............................................................................ 37 8 ANÁLISE DOS DEMOSNTRATIVOS CONTÁBEIS ................................................................. 40 9 COMPETÊNCIA DE EXERCÍCIOS E REGIMES DE CONTABILIDADE .................................. 72 10 FINALIDADE DA CONTABILIDADE DE CUSTOS .................................................................. 75 11 A CONTABILIDADE GERENCIAL ........................................................................................... 81 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 84 3 Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/gam039/Ph otodisc. Acesso em 03/10. 1 INTRODUÇÃO A contabilidade tem por finalidade controlar o patrimônio de alguém a fim de auxiliar as tomadas de decisões. A contabilidade começou na pré-história, mas não parou por aí. Na bíblia, no evangelho de Lucas (14:28-29), se fala de contabilidade como uma forma de bom senso: “Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa?”. É muito importante saber que a contabilidade está presente no dia-a-dia de qualquer pessoa, mesmo entre aqueles que dizem não se utilizar dela. Desde uma pessoa física até uma grande empresa, na hora de tomar decisões que envolvam dinheiro sempre recorremos à contabilidade. Um exemplo simples é o cálculo dos gastos mensais quando se planeja comprar algo. O dono de uma pequena mercearia pode não utilizar a contabilidade formal, ensinada nas escolas, porém certamente ele também possui seus controles, mesmo que em um pedaço de papel qualquer, ele tem tudo anotado, quanto ele vendeu e quanto recebeu. Assim percebemos que a contabilidade nada mais é do que um sistema de informações que serve para auxiliar para se tomar uma decisão, através de seus controles. “A contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões” (MARION, 1998, p. 24). Franco (1997) considera a contabilidade como um conjunto ordenado de conhecimentos, sistematizados, com princípios e normas próprias, que tem como função registrar, classificar, http://www.gettyimages.com/detail/gam039/Photodisc http://www.gettyimages.com/detail/gam039/Photodisc 4 demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações, interpretações e orientações sobre a composição e as variações desse patrimônio, para auxiliar a tomada de decisões de seus administradores. Pode-se perceber nos conceitos apresentados pelos autores que a contabilidade tem uma função bem mais ampla do que apenas debitar ou creditar. O verdadeiro papel da contabilidade é transformar os dados coletados em informações e assim cumprir a sua mais nobre função, qual seja: auxiliar na otimização do uso dos recursos a disposição das entidades. No entanto, independente de sua classificação, é esta técnica, arte ou ciência que adquire cada vez maior importância, dado o crescimento das corporações, entidades e empresas, que exige grande eficácia dos profissionais da contabilidade, para que sejam capazes de trabalhar a infinita gama de informações que são necessárias ao estudo e controle do patrimônio. Nessa perspectiva denota-se que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio das entidades, ou seja, o conjunto de bens direitos e obrigações. Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/95469862/Tetra-images. Acesso em 03/10. http://www.gettyimages.com/detail/95469862/Tetra-images 5 2 INICIAÇÃO À CONTABILIDADE O surgimento da contabilidade está ligado às primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos. A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio; há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá e é esse o primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indivíduo qualquer. O governo passou a somente reconhecer como contadores pessoas devidamente qualificadas para o exercício da profissão. A importância da matéria aumentou com a intensificação do comércio internacional e com guerras ocorridas nos séculos XVIII e XIX, que consagraram numerosas falências e a necessidade de se proceder à determinação das perdas e lucros entre credores e devedores. A ciência da Contabilidade se confundia com a ciência da Administração, e o patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos. A situação mudou em torno de 1840, ano em que surgiu a obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" (A Contabilidade Aplicada às Administrações Privadas e Públicas), da autoria de Francesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Essa obra abriu o denominado Período Científico da Contabilidade. A Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o patrimônio de uma empresa. Ela alcança sua finalidade através do registro e análise de todos os fatos relacionados com a formação, a movimentação e as variações do patrimônio administrativo, vinculado à entidade, com o fim de assegurar seu controle e fornecer a seus administradores as informações necessárias à ação administrativa, bem como a seus titulares (proprietários do patrimônio) e demais pessoas com ele relacionadas, as informações sobre o estado patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela entidade para alcançar os seus fins. 6 Existe ainda uma dificuldadeem classificar a contabilidade. Apesar de no geral ser considerada uma ciência social, assim como economia e administração, algumas vezes ela é chamada técnica ou arte. A função fundamental da Contabilidade é fornecer informação útil para a tomada de decisões econômicas. Neste aspecto destacam-se duas funções que julgamos imprescindíveis ao lidar com Contabilidade. Função econômica: Apurar o resultado do período, o qual pode se apresentar na forma de lucro ou prejuízo. Função administrativa: Controlar o patrimônio da entidade, tanto sobre o aspecto estático (posição em dado momento, ex: o balanço patrimonial) como dinâmico (representa o movimento ou as mudanças qualitativas e quantitativas dos elementos). Segundo a doutrina contábil “a finalidade da contabilidade é registrar, controlar e demonstrar os fatos que afetam o patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. A contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a História na vida da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o passado nem o presente da vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer previsões para o futuro nem elaborar planos para a orientação administrativa”. A contabilidade tem por finalidade o registro dos fatos e a produção das informações que possibilitem ao administrador do patrimônio o planejamento e o controle das suas ações. PLANEJAR é decidir, entre as diversas alternativas, pela hipótese que se apresenta como sendo a melhor situação na busca do cumprimento dos objetivos sociais e econômicos da entidade. Também pode ser representada pela melhor hipótese na busca de atingir a maior eficiência e eficácia ao determinar a linha de ação para o futuro. CONTROLAR é verificar se os elementos materiais e humanos na entidade estão de acordo com os planos e políticas traçadas. Através do controle do patrimônio, a contabilidade disponibiliza informações aos agentes interessados em mensurar a situação patrimonial e o desempenho da entidade. A partir do Planejamento e do Controle, pode-se derivar alguns objetivos da Contabilidade: 7 Apresentar o desempenho da empresa em um dado período; Apresentar a posição da empresa em dado momento; Conhecer as fontes de financiamento e as aplicações de recursos existentes; Demonstrar a situação econômica, financeira e patrimonial da entidade; Permitir que os fatos ocorridos sejam corretamente interpretados, tenham eles afetado qualitativa ou quantitativamente o patrimônio; Apresentar as situações de liquidez, rentabilidade e solvência da empresa, permitindo sua comparação com as demais pertencentes ao mesmo grupo; Transformar os dados (os registros efetuados) em informações que se apresentem como poderoso instrumento para a tomada de decisões. A contabilidade é a linguagem dos negócios, é através do Sistema de Informação Contábil que são processadas as ações da empresa que servirão de base para identificar (diagnosticar) problemas e apresentar a solução (prognosticar) para os mesmos. É neste sentido que a Contabilidade é constantemente chamada de medicina das pessoas jurídicas. Diversas técnicas são usadas pela contabilidade para que seus objetivos sejam atingidos: a escrituração é uma forma própria desta ciência de registrar as ocorrências patrimoniais; as demonstrações contábeis são demonstrações expositivas para reunir os fatos de maneira a obter maiores informações, e a análise de balanços é uma técnica que permite decompor, comparar e interpretar o conteúdo das demonstrações contábeis, fornecendo informações analíticas, cuja utilidade vai além do administrador. No Brasil, profissão só passou a ter razoável evolução em torno de 1945, data da publicação do Decreto-Lei nº 9.295, que criou o Conselho Federal de Contabilidade e definiu, entre outras coisas, o perfil dos contabilistas. Contadores eram os graduados em cursos universitários de Ciências Contábeis; os técnicos em contabilidade eram aqueles provenientes das escolas técnicas comerciais e que apresentavam, portanto, nível médio; e guarda-livros eram pessoas que, apesar de não apresentarem escolaridade formal em contabilidade, exerciam atividades de escrituração contábil. Segundo Guerra, a comunicação de qualquer informação segue, necessariamente, o seguinte esquema: 8 É necessário codificar a informação, transmiti-la e interpretá-la adequadamente. Se qualquer uma das etapas da comunicação não se realizar, não terá havido comunicação. Por exemplo, se uma carta é corretamente escrita, adequadamente transportada e não é entendida, não houve a transmissão da informação. O mesmo ocorre se ela não for escrita ou se for extraviada pelo correio. Fazendo uma relação à contabilidade, dentro deste contexto o emissor é o contador, o receptor o administrador e que a mensagem são os relatórios contábeis. Se o contador simplesmente entregar a mensagem para o administrador sem interpretá-la, ele provavelmente não poderá utilizá-la. Perde-se o sentido gerencial da contabilidade. Como principal conseqüência dessa falta de comunicação entre as partes tem-se a desvalorização do trabalho do contador, pois à medida que o administrador não entende o que o contador diz, ele não consegue ver utilidade em suas informações. A empresa contrata um contador somente por que “a lei manda”, porém suas informações gerenciais são fornecidas por consultores que, às vezes apenas com uma noção de contabilidade, repassam as informações contábeis já “traduzidas”. Ao invés de números, de um balanço extenso, o contador poderia fazer gráficos da situação real da empresa, pois um efeito visual é bem mais fácil de ser captado. Muitas vezes o contador não sabe se comunicar bem, usando uma linguagem de difícil entendimento, criando uma imagem distorcida da contabilidade, de dificuldade e complicação. Alguns contadores se prendem a conceitos antigos, priorizando somente os registros dos fatos contábeis. Fazem uma contabilidade voltada para o passado, como se o único objetivo desta fosse calcular impostos. O contador deve se conscientizar do seu papel na empresa, não se prendendo apenas a registros e relatórios, tendo uma visão ampla, visando o aprimoramento, TRANSMISSÃO INTERPRETAÇÃO EMISSÃO 9 buscando sempre projetar o que acontecerá na empresa em um futuro próximo, afim de que se possa ter um planejamento eficiente de atividades de acordo com os objetivos da empresa. Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com /detail/72970691. Acesso em 03/10. VOCÊ SABIA... 10 Fonte: Disponível em http://4.bp.blogspot.com/ _MyWqMNup0Bg/Swf5FPyGe8I/AAAAAAAAAGY /hTghJ5GYpA/s1600/Quadro+Contabilidade.jpg. Acesso em 03/10. O Caduceu simboliza a Contabilidade e é representado por um bastão entrelaçado por duas serpentes e um elmo alado. Uma das simbologias de Mercúrio, legendário Deus protetor do comércio, emblema da paz e prosperidade. A insignia da profissão contábil significa a capacidade, a inteligência e a astúcia. O bastão representa o poder de quem conhece a Ciência Contábil, que tem por objeto de estudo o patrimônio das entidades. As serpentes simbolizam a sabedoria, isto é, o quanto se deve estudar antes de agir, para escolher o caminho correto e ao mesmo tempo o mais vantajoso para o cliente. As asas figuram a diligência, a presteza, a dedicação e o cuidado ao exercer a profissão. O Elmo, peça de armadura antiga que protegia a cabeça, tem o significado de proteção contra pensamentos baixos que levem a ações desonestas. A simbologia contábil, tem o sentido de fazer o profissional da área em promover a grandeza da Contabilidade, mediantea inteligência, a honestidade e o trabalho positivo. Fonte: Disponível no site do CRC-PE -Conselho Regional de Contabilidade – PE). Acesso em 03/10. http://4.bp.blogspot.com/ 11 3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE A contabilidade é fonte de informação indispensável para que o empreendimento cresça seguro. Afinal, os registros contábeis irão fornecer informações sobre custos, giro de capital e dos encargos e tributos. O serviço contábil é o mais procurado entre os empreendedores, conforme pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), além de ser considerado o segundo mais importante, atrás apenas dos conhecedores do mercado. O profissional da contabilidade pode exercer um papel de extrema importância quanto à organização da empresa, à estruturação contábil e ao planejamento fiscal financeiro, além de ser capaz de medir o retorno do capital investido. A primeira preocupação é checar a viabilidade da empresa no mercado, já que muitas iniciativas empreendedoras se devem ao desemprego. Apesar da maioria dos empreendedores terem consciência do peso dos tributos no orçamento, os custos com aluguel e funcionários podem passar despercebidos e não serem embutidos no preço final. Recomenda-se que todo empreendedor procure orientação profissional antes de formar a empresa, para conhecer os encargos e obrigações legais, contábeis e fiscais a que estará sujeito suas atividades. A falta de capital de giro pode acabar fazendo com que a empresa fique sem dinheiro para manter os estoques e remunerar funcionários. O contabilista pode facilitar o planejamento, fazendo uma previsão dos custos, encargos financeiros e tributários. Outra recomendação é montar indicadores regulares para realizar o diagnóstico da empresa. Os custos precisam ser muito bem dimensionados para se chegar ao preço final do produto. Também deve ser levada em conta a carga tributária, ou seja, os impostos embutidos no preço do produto, assim como os incidentes e a margem de contribuição esperada. O levantamento regular de balancetes pode propiciar ao empreendedor uma visão mais clara de seu negócio, apesar de que muitos empreendedores não terem grandes conhecimentos de finanças e planejamento. A contabilidade dá o norte ao empreendedor, indicando, por exemplo, quais custos estão elevados e o histórico do desempenho das contas. 12 A avalanche de informações que o governo exige das empresas é um indicativo que não basta aprimoramento técnico, sendo necessário o contabilista compreender e comunicar-se dentro e fora da organização, visando adaptar tais exigências. Mensalmente, os governos federal, estaduais e municipais despejam nos diários oficiais, dezenas de decretos, regulamentos, atos administrativos, instruções normativas, etc. Além de conhecimento legislativo (normas tributárias, como o Regulamento do Imposto de Renda, e normas societárias, como a Lei 6.404/76), o contabilista precisa estar atualizado com recursos tecnológicos da computação, e conhecer as normas contábeis, tanto nacionais como internacionais. Estas últimas já serão obrigatórias para os balanços e o início da adaptação aos balanços para empresas brasileiras já começou com a Lei 11.638/2007. Novas normas seguirão, exigindo do profissional um perfil cada vez mais autodidata para acompanhar a evolução da Ciência Contábil. Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/88154346. Acesso em 03/10. O Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução Federal no 750/93, determinou os seguintes princípios fundamentais de contabilidade. http://www.gettyimages.com/detail/88154346 13 Entidade Continuidade Oportunidade Registro pelo Valor Original Atualização Monetária Prudência Competência Diante de tal sobrecarga, o contabilista necessita focar situações estratégicas, estar preparado para ser um gerente de informações. Cada vez mais é comum as empresas consultarem os profissionais contábeis sobre composição de seus custos, para formação seu preço de venda, análise de ponto de equilíbrio, alavancagem, análises do balanço e outras situações gerenciais. Mas, preocupado em atender as inúmeras exigências principais e acessórias dos fiscos, o contador às vezes não dispõe de tempo para situações que demandam análises estratégicas, o que o tornaria, de fato, um gestor de informações. Para poder discutir o processo de formação dos custos e preços, alguns termos técnicos são empregados. Muitos desses termos mais comuns são empregados na contabilidade geral e desta última são trazidos para a contabilidade de custos. Qualquer operação realizada pelas entidades tem um reflexo imediato na Contabilidade onde estas operações são registradas, de acordo com sua natureza e seus respectivos valores. A função administrativa da contabilidade é controlar o Patrimônio vinculado a uma entidade ou pessoa física. Patrimônio: conjunto de Bens, Direitos e Obrigações suscetíveis de avaliação econômica. Bens: tudo aquilo que satisfaz as necessidades humanas e pode ser avaliado economicamente. Classificação dos bens: Bens tangíveis, corpóreos, concretos ou materiais: têm existência física, existem como coisa ou objeto. Bens intangíveis, incorpóreos, abstratos ou imateriais: não possuem existência física, porém representam uma aplicação de capital indispensável aos objetivos da 14 empresa, e cujo valor reside em direitos de propriedade que são legalmente que são legalmente conferidos aos seus possuidores. Exemplos de bens intangíveis: direitos sobre marcas, patentes, direitos autorais, ponto comercial, fundo de comércio, ações ou quotas do capital de outras empresas, etc. Direitos: valores de propriedade da entidade que se encontram em posse de terceiros. Por exemplo: duplicatas a receber, clientes, contas a receber, dinheiro depositado no banco, aplicações financeiras, etc. Obrigações: são dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natureza assumidos perante terceiros, ou bens de terceiros que se encontram em nossa posse (uso). Alguns exemplos são: fornecedores, duplicatas a pagar, notas promissórias a pagar, impostos a recolher, contas a pagar, títulos a pagar, contribuições a recolher, etc. A composição patrimonial, aplicando este conjunto para realizar a avaliação econômica, o patrimônio é dividido em três partes, sendo o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido. Ativo: parte positiva, composta de bens e direitos. Significa a aplicação de recursos. O Ativo corresponde ao Patrimônio Bruto, ou seja, o que a entidade tem, independente de suas obrigações. Dessa maneira, representa a parte negativa do patrimônio, composto pelas obrigações. Exemplos: "caixa", "bancos", "veículos", "equipamentos" e "títulos a receber". Passivo: parte negativa, composta das obrigações com terceiros. Identifica a origem dos recursos aplicados. São as importâncias que a entidade deve a terceiros. Exemplos: "títulos a pagar", "fornecedores" e "salários a pagar". Patrimônio Líquido (PL) ou Situação Líquida (SL): parte diferencial entre o ativo e o passivo exigível. O patrimônio líquido representa as obrigações da entidade para com os sócios ou acionistas (proprietários) e indica a diferença entre o valor dos bens e direitos (ativo) e o valor das obrigações com terceiros (passivo exigível). Essa parte diferencial (PL/SL) é que vai medir ou avaliar a situação ou condição da entidade sendo, portanto, considerado como PASSIVO NÃO EXIGÍVEL. E as variações patrimoniais são as Receitas e as Despesas. Representa a parte positiva do patrimônio, composta por bens e direitos. Receitas: são contas de resultado que afetam positivamente o Patrimônio Líquido da entidade, pois são elas as responsáveis pelos registros do aumento da origem de recursos patrimoniais resultantes de quaisquerganhos e, portanto, credoras. 15 Por que as receitas são sempre contas credoras? Se o passivo caracteriza-se como sendo a origem dos recursos do patrimônio e se as receitas são uma fonte canalizadora de mais recursos para o empreendimento, elas serão sempre credoras por analogia com o passivo. Despesas: correspondem à bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas, são contas de resultado e, como tal, têm a propriedade de alterar o Patrimônio Líquido da entidade. Não estão associadas à produção de um produto ou serviço. Todas elas reduzem os valores patrimoniais, porque são as responsáveis pelos registros das perdas eventuais, saídas monetárias para consumo, prejuízos nas vendas, diminuição nos lucros, deterioração de bens etc. Por que as despesas são sempre contas devedoras? A aplicação de recursos é sempre registrada em contas credoras. As despesas também são uma forma de aplicação de recursos, com a diferença de que elas não oferecem retorno físico (bens) ou virtual (direitos), representando uma forma de consumo desses recursos econômico-financeiros. A conclusão é que tanto as contas do ativo são sempre devedoras porque compreendem os bens e os direitos do patrimônio e as contas representam os consignatários desses valores 16 Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/97453423. Acesso em 03/10. patrimoniais, assim como, se o bem pertence à entidade, aquele que está mantendo a sua posse tem um débito com ela do valor correspondente a esse bem. Se a conta indica um direito da entidade, ela também será devedora porque os direitos representam os bens obtidos pelo empreendimento, ou seja, essas contas referem-se aos terceiros que estão devendo à entidade. As contas do Ativo possuem saldo devedor, portanto, sendo debitadas terão os seus saldos aumentados. Quando essas contas são creditadas os seus saldos diminuem. As contas do Passivo e do Patrimônio Líquido possuem saldo credor. Por isso, um lançamento a débito dessas contas provoca uma redução no saldo, enquanto um crédito aumenta o saldo. Todas as operações de função econômica da contabilidade ocasionam aumentos e diminuições no ativo, passivo e/ou no patrimônio líquido. Esses aumentos e diminuições são Resultados (PL) efetuados por meio dos Débitos (Passivo) e Créditos (Ativos) lançados nas contas. Outros termos utilizados pela contabilidade ao se verificar os patrimônios da empresa, tais quais: • Gastos ou Dispêndios: consistem no sacrifício financeiro que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer. Segundo a contabilidade, serão em última instância classificados como custos ou despesas, a depender de sua importância na elaboração do produto ou serviço. Alguns gastos podem ser temporariamente classificados como investimentos e, à medida que forem consumidos, receberão a classificação de custos ou despesas; • Investimentos: representam gastos ativados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos. Ficam temporariamente “congelados" no ativo da entidade e, posteriormente e de forma gradual, são "descongelados" e incorporados aos custos e despesas; • Custos: representa os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na 17 produção de outros bens ou serviços. Portanto, estão associados aos produtos ou serviços produzidos pela entidade. Como exemplos de custos podem ser citados os gastos com matérias-primas, embalagens, mão-de-obra fabril, aluguéis e seguros de instalações fabris etc.; • Desembolsos: consiste no pagamento do bem ou serviço, independen- temente de quando o produto ou serviço foi ou será consumido. E importante ressaltar que a contabilidade registra os fatos de acordo com o princípio da competência. Por competência entende-se que o registro de receitas e despesas deve ser feito de acordo com a real ocorrência, independentemente de sua realização ou quitação. Por exemplo, se foram empregadas 40 horas de mão-de-obra no mês de março que somente foram quitadas em abril, o lançamento contábil do gasto deve ser feito em março. Já o registro financeiro da quitação ou do desembolso será registrado no mês de abril. Logo, não se deve confundir despesa com desembolso; • Perdas: representam bens ou serviços consumidos de forma anormal. Consiste em: (I) um gasto não intencional decorrente de fatores externos extraordinários ou (II) atividade produtiva normal da empresa. Na primeira situação, devem ser considerados como despesas e lançados diretamente contra o resultado do período. Na segunda situação, devem ser classificados como custo de produção do período. Outro conjunto de definições que, a princípio, podem confundir um leigo em finanças refere-se à definição de desembolsos e recebimentos. Segundo o princípio contábil da competência, receitas, despesas e custos são registrados no momento em que são realizados ou incorridos. Por exemplo, se uma fábrica contrata um novo funcionário, os gastos relativos a sua remuneração são provisionados e apropriados aos custos industriais a partir do momento de sua contratação, independentemente da quitação desses gastos. Da mesma forma, se uma empresa comercial efetua uma venda com prazo longo, o registro e a contabilização da receita ocorrem no momento da venda - independentemente de quando ocorrerá o efetivo recebimento. Recebimentos e desembolsos devem ser contabilizados segundo o regime de caixa - ou seja, quando, de fato, ingressarem ou saírem da conta Caixa do Balanço Patrimonial. 18 4 CONTAS CONTÁBEIS – O PATRIMÔNIO E O BALANÇO PATRIMONIAL Segundo Franco, "Conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza, identificados por um título que distingue um componente do patrimônio ou uma variação patrimonial". Contas são, portanto, os grupos de fenômenos identificados por título específico sob o qual são registrados débitos e créditos de natureza idêntica. Ou, ainda, contas são denominações que identificam e controlam elementos contábeis de natureza semelhante. As Contas Contábeis são a essência da contabilidade, que já foi chamada de "Ciência das Contas". Sem as contas, preferencialmente organizadas na forma cartesiana ou racional (vide análise contábil) e escrituradas pelo método das partidas dobradas (vide Escrituração), os sistemas de informação que se utilizam de dados empresariais devem ser denominados de Gerenciais ou Administrativos - e não Contábeis Conta é o nome técnico que identifica cada componente patrimonial (bem, direito ou obrigação), bem como identifica um componente de resultado (receita ou despesas). Todos os acontecimentos que ocorrem durante a gestão patrimonial de uma entidade, tais como compras, vendas, pagamentos, recebimentos, etc. são registrados contabilmente em suas respectivas contas. Por exemplo: dinheiro em caixa, conta Caixa; dinheiro em banco, conta Banco; mercadorias em estoque, conta Mercadorias, etc. As contas se apresentam em sistemas de contas que representam o conjunto de todas as contas utilizadas nos registros contábeis da entidade. As contas de um sistema podem ser agrupadas de acordo a natureza de cada uma delas – como veremos a diante. Dentro da contabilidade há dois tipos de contas, sendo as patrimoniais e as contas de resultado, que expressam o resultado do trabalho da empresa. Essas contas que chamamos de resultado, são compostas pelas despesas e receitas. Podemos dizer que as contas patrimoniais são contas de investimento, é um dinheiro gas to que tem retorno, já as contas de resultado são irrecuperáveis. As Contas Patrimoniais são também denominadas permanentes, pois sempre existirão enquanto existirem os elementos patrimoniais que representam. Estas contas não têm o seu saldo encerrado no final do exercício financeiro, ou seja, o saldo é verificadopor ocasião da elaboração das demonstrações contábeis e a conta continua sendo movimentada normalmente 19 após o Balanço. Já as Contas de Resultado registram as variações patrimoniais e englobam as receitas e as despesas, utilizadas para determinar o resultado do exercício. Dessa maneira, as contas poderão ser ativas, passivas, de resultado, ou de compensação, conforme já apresentado, valendo lembrar que as contas ativas registram bens e direitos, como numerário (caixa), valores bancários (contas de movimento), clientes (duplicatas a receber), imóveis (terrenos e edificações), etc; as contas passivas registram as obrigações e os recursos de capital, como contas a pagar (fornecedores), empréstimos tomados (instituições financeiras), capital social, reserva de lucros, etc; e as contas de resultado registram as contrapartidas das mutações patrimoniais, e podem ser subdivididas em contas de receita (como venda de mercadorias) e custos e despesas (como despesas de vendas). As contas contábeis constituem-se representações escrituradas de bens, direitos, obrigações, capital, reservas, etc. de uma entidade. A finalidade de tais contas é registrar as movimentações transcritas do livro diário, expressando-se monetariamente. Cada fato contábil é transportado para as respectivas contas, com sua data, histórico e valor. As contas de compensação servem exclusivamente para controle, sem fazer parte do patrimônio. Como exemplos: Títulos Endossados/Endossos Para Desconto, Títulos Caucionados/Endossos para Caução, etc. São de utilização facultativa. Cada conta têm um título que represente, de forma adequada, o conjunto de movimentações que aglutinará. Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/95469142. Acesso em 03/10. 20 A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC T 19.13), emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade, destaca que “as microempresas e as empresas de pequeno porte devem elaborar, ao final de cada exercício social, o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado (DRE)”. Portanto, as demais demonstrações mencionadas anteriormente são facultativas; em função disso o foco deste curso será no BP e na DRE. O BP e a DRE devem ser transcritos no Livro Diário da empresa, ao término do exercício social, e ao final ser assinado pelo contabilista e pelo empresário. 21 5 DEMONSTRATIVOS E RELATÓRIOS CONTÁBEIS Relatório Contábil é a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela Contabilidade, cujo objetivo é fornecer aos usuários os principais fatos registrados no período e distinguem-se entre os obrigatórios e não obrigatórios. Os relatórios obrigatórios são aqueles exigidos por lei e são conhecidos como Demonstrações Financeiras. São exigidos para as sociedades anônimas e parte deles estendidos a outros tipos societários, através do Imposto de Renda. Os relatórios contábeis não obrigatórios não têm menor importância. Porém, existem relatórios não obrigatórios imprescindíveis para a administração. A primeira fonte de recursos para qualquer empresa são seus sócios. Eles trazem recursos para a empresa, que os aplica, assumindo uma obrigação para com o sócio. Este é o chamado Princípio da Entidade Contábil. Para a contabilidade, a pessoa da empresa é distinta e diferenciada das pessoas de seus sócios. A empresa tem personalidade independente da personalidade do sócio, o qual pode comprar da empresa, vender a ela, emprestar e pedir emprestado. Este princípio tem um significado importante do ponto de vista tributário. Se as despesas particulares dos sócios são debitadas como despesas da empresa o resultado da empresa é menor e a tributação fica sendo menor também. O primeiro fato contábil da vida da empresa é a integralização do capital, quando os sócios trazem os recursos para iniciar atividades. A origem do recurso são os sócios, representados na conta Capital. A aplicação do recurso é feita na conta Caixa, já que o dinheiro vai ficar momentaneamente guardado no cofre da empresa. Porém, se uma empresa de grande movimento como um supermercado, onde há um fluxo diário intenso, se o balanço fosse controlado em um grande quadro e a cada modificação fossem sendo apagados os valores e transformados em outros, haveria uma grande confusão, e ainda se perderia todo o histórico das contas, ao final obtendo apenas os saldos, mas não poderia saber sua procedência. Então se decidiu que as contas seriam controladas individualmente e para o balanço só iria o saldo final. Este é o Livro Razão, o qual mostra o movimento de cada conta individualmente. 22 A estrutura das contas no Livro Razão, que é um livro muito importante do ponto de vista da contabilidade, usualmente pode ser representada através de um quadro. Este gráfico deve conter o nome da conta onde se identifica o que ela representa. Por exemplo: conta "caixa", cuja função é registrar as operações de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Consiste de código numérico atribuído a conta para facilitar a localização da conta que recebeu o lançamento de contrapartida. Exemplo: conta "caixa" - código 101, além de dia, mês e ano de ocorrência do fato que alterou o valor do componente patrimonial. Exemplo: 01-07-x1 (está assinalado com um "x" o ano em que deve ser contabilizada a operação) e a descrição do evento registrável na escrituração. São os registros efetuados na coluna do débito da conta; representa a situação de dívida da conta. Exemplo: Venda a vista de mercadorias. São os registros efetuados na coluna do crédito da conta; representa o que a conta tem a haver. Exemplo: Pagamento de salários do mês de junho É a diferença existente entre o débito e o crédito de uma conta. Exemplo: conta "caixa" = R$ 10.000,00 - R$ 6.000,00 = saldo de R$ 4.000,00. A Conta "T", razonete ou razonete em T é a simplificação da representação gráfica do Livro Razão. A Conta T apresenta a seguinte representação gráfica: O lado esquerdo de uma conta é chamado o lado do débito, o lado direito é denominado o lado do crédito. A natureza da conta é que irá determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuições, como será visto a seguir. Os relatórios que podem ser gerados pela Contabilidade Financeira para o atendimento informacional dos usuários externos são: Balanço Patrimonial (BP) 23 Balanço lembra balança de dois pratos. Para refletir situação normal, os dois pratos da balança precisam estar em equilíbrio. Como ocorre com a balança, o balanço também precisa estar em equilíbrio. Para o Balanço Patrimonial refletir adequadamente a situação financeira da entidade, o total do lado do Ativo deverá ser igual ao total do lado do Passivo. Fonte: Disponível em http://www.monacoonline.com.br/blog/wp-content/uploads/2007/11/balanco-classificado.JPG. Acesso em 03/10. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um resumo ordenado das receitas e despesas da entidade em determinado período, que tem por objetivo fornecer o Resultado Líquido do Exercício e os elementos que o compuseram. A DRE é elaborada a partir da conta Lucros e Perdas, que é de caráter predominantemente de trabalho e de difícil entendimento. Ela é uma demonstração financeira imprescindível para a elaboração do Balanço Patrimonial. Deve, inclusive, preceder o levantamento do mesmo. http://www.monacoonline.com.br/blog/wp-content/uploads/2007/11/balanco-classificado.JPG.%20Acesso%20em%2003/10 http://www.monacoonline.com.br/blog/wp-content/uploads/2007/11/balanco-classificado.JPG.%20Acesso%20em%2003/10 24 A finalidade da Demonstração do Resultado do Exercício é melhor evidenciar o ganho, tendo em vista as necessidades de informações do usuário externo, bem como fornecer os dadosessenciais à análise da formação do resultado do exercício. A DRE apresenta os saldos finais dos movimentos das contas do sistema de resultado, referindo-se a determinado período de apuração - em geral um mês ou doze meses. A Demonstração do Resultado do Exercício é apresentada de forma dedutiva vertical, isto é, das receitas subtraem-se as despesas, até apurar-se o resultado do exercício (lucro ou prejuízo). RECEITA ( - ) DESPESA = LUCRO OU PREJUÍZO Seja uma estrutura básica de DRE, tomando-se como base as determinações legais e fiscais, recomendadas também pelas instituições contábeis que interferem no assunto, como o Conselho Federal de Contabilidade, os Conselhos Regionais de Contabilidade e o Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON. 25 Fonte: Disponível em http://www.eps.ufsc.br/disserta98/piske/figura/39.gif. Acesso em 03/10. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) permite visualizar como foram obtidos e aplicados os recursos que afetam o capital de giro das empresas, denominado pela Lei n° 6.404/76 de Capital Circulante Líquido (CCL). O objetivo da DOAR é evidenciar as mutações sofridas pelo CCL entre o início e o término do exercício. Dessa maneira é possível avaliar a liquidez de curto prazo de uma empresa, identificando os fatores que contribuem para a alteração da posição financeira de curto prazo. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Demonstração do Fluxo de Caixa http://www.eps.ufsc.br/disserta98/piske/figura/39.gif.%20Acesso%20em%2003/10 26 Fonte: Disponível em http://www.administracaoegestao.com.br/administracao-rural/wp- content/uploads/2008/09/modelo-de-fluxo-de-caixa-mensal.jpg. Acesso em 03/10. Balanço Social O Balanço Social diz respeito ao conjunto de informações relativas ao desempenho social da entidade, cuja finalidade difere dos dados que constam do Balanço Patrimonial. O Balanço Social reflete as relações entre as entidades e o conjunto da coletividade (Estado, clientes, empregados, fornecedores, financiadores, cidadãos, etc.). Esse demonstrativo presta contas da ação da entidade no que tange a seu desempenho e ao de seus colaboradores com relação ao meio ambiente e à comunidade. Quem busca informações sobre uma entidade deseja saber se ela está em dia com suas obrigações legais e fiscais e/ou conhecer a sua real situação financeira. Entretanto, uma intenção mais atual é a de avaliar, também, o papel social da entidade. A ciência contábil evoluiu significativamente a partir da segunda metade do século vinte, acrescentando informações que comprovam a responsabilidade social das empresas, ampliando e aprofundando o significado das demonstrações contábeis, além de continuar registrando o http://www.administracaoegestao.com.br/administracao-rural/wp-content/uploads/2008/09/modelo-de-fluxo-de-caixa-mensal.jpg http://www.administracaoegestao.com.br/administracao-rural/wp-content/uploads/2008/09/modelo-de-fluxo-de-caixa-mensal.jpg 27 desempenho econômico-financeiro e operacional, bem como demonstrando a riqueza gerada pela atividade empresarial e sua distribuição entre os agentes de sua produção. 28 6 CRITÉRIO DE ADEQUAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS Os elementos patrimoniais são divididos em dois grandes grupos: o Ativo recebe os elementos positivos, compreende o conjunto de bens e direitos; o Passivo recebe os elementos negativos, compreende o conjunto de obrigações que por sua vez se subdivide em obrigações exigíveis (passivo exigível) e obrigações não exigíveis (patrimônio liquido). Os elementos do Ativo e do Passivo podem assumir valores nulos (zero) ou positivos (a partir da unidade). Os elementos do Patrimônio Liquido assumem qualquer valor, inclusive negativos, situação esta a qual denomina-se: Passivo a Descoberto. A escolha do lado esquerdo para representar o Ativo ou aplicações de recursos e do lado direito para representar o Passivo ou origens de recursos, foi feita por convenção. A este modelo de apresentação é denominado de razonete em T pela semelhança com a letra. Em suma, a Contabilidade tem necessidade de identificar todos os fatos que resultem em origens e aplicações de recursos, a escrituração contábil é feita indicando-se o efeito (onde o recurso foi aplicado) e a causa (onde se originou o recurso). E se todas as origens geram aplicações de igual valor. Ativo é o conjunto de bens e direitos decorrentes de transações passadas e que tenha a potencialidade de geração de caixa. Os bens podem ser classificados segundo o modo como são considerados. Neste caso, a classificação os divide em: bens materiais e bens imateriais. Bens tangíveis, corpóreos ou materiais, como o próprio nome diz, são aqueles que possuem corpo, matéria. Por sua vez, dividem-se em: bens móveis, ou os que podem ser removidos do seu lugar. Exemplos: mesas, veículos, máquinas de escrever, dinheiro, mercadorias etc.; e bens imóveis: os que não podem ser deslocados do seu lugar natural. Exemplos: casas, terrenos, edifícios etc. Bens intangíveis, incorpóreos ou imateriais: são aqueles bens que não possuem corpo, não têm matéria. Em sua maioria das vezes se apresentam na forma de gastos que a empresa faz, os quais, por sua natureza, devem ser considerados parte do seu Patrimônio. Exemplos: 29 • Benfeitorias em Imóveis de Terceiros – são os gastos com reformas que o inquilino (tem a posse e não a propriedade) realiza em imóveis de terceiros com o objetivo de otimizar o funcionamento da entidade. • Fundo de Comércio – é o ponto comercial, assim entendido como o valor formado pela fama conseguida através da clientela daquele estabelecimento pela sua localização e tempo de funcionamento. • Patentes – decorrente de alguma invenção. Tem seu valor definido pelo somatório dos gastos com seu registro e as despesas de pesquisas para a sua obtenção. O aspecto de geração de caixa é extremamente importante na conceituação de um ativo, pois, no momento em que se resolve iniciar uma atividade qualquer, recursos são transferidos na expectativa de que a geração de caixa seja suficiente para prover aos investidores lucros superiores àqueles que obteriam com os recursos aplicados em outra atividade. Ativo, portanto, são todos os bens e direitos de propriedade da empresa, expressos em moeda, e que representam benefícios presentes ou futuros para a mesma. Para ser considerado um ativo é preciso preencher quatro características simultaneamente: a) Ser bens ou direitos; b) Ser de propriedade da empresa c) Ser mensurável em dinheiro; d) Trazer benefícios presentes ou futuros. O Ativo também pode ser chamado de Capital Total à disposição da entidade, pois nele são congregados todos os bens, numerários, físicos ou intangíveis que formam em seu conjunto a força de trabalho da entidade. A palavra Capital pode ser empregada de diversas formas para expressar o montante de recursos empregados por um ente para fomentar alguma atividade. Seguem abaixo os itens utilizados na mensuração dos ativos da empresa: 30 Ativo Ativo Circulante Disponível Caixa / Bancos Conta Movimento / Títulos Vinculados ao Mercado Aberto Direitos Duplicatas a Receber / (-) Provisão para Devedores Duvidosos / (-) Duplicatas Descontadas / Contas a Receber / Títulos a Receber / Adiantamentos de Salários / Adiantamentos para Despesas de Viagem / Impostos a Recuperar / Investimentos em curto prazo Títulos e outras aplicações financeiras Estoques Mercadorias / Produtos Acabados / Produtos em Elaboração / Matéria-prima / Almoxarifados / Material de Manutenção / Combustíveis e Lubrificantes Despesas doExercício Seguinte Despesas Financeiras pagas Antecipadamente / Seguros a vencer / Despesas antecipadas Ativo Realizável a Longo Prazo Direitos Duplicatas a Receber / (-) Provisão para Devedores Duvidosos / Empréstimos a coligadas e/ou controladas / Adiantamento a Sócios e/ou Diretores / Títulos Diversos Investimentos Aplicações Financeiras / Fundos de Investimento / Depósitos para Aplicações por Incentivos Fiscais / Certificados de Aplicações em Fundos de Investimentos / Empréstimos Compulsórios e Obrigações Eletrobrás Bens não destinados a uso 31 Imóveis para Venda (de empresas exceto construtoras) / Estoques de Imóveis (em construção com previsão para término após 12 meses) Ativo Permanente Investimentos Participações em Coligadas e/ou Controladas / Participações em Outras Empresas / Imóveis para Renda / Terrenos (destinados aos planos de expansão da empresa) / Títulos Patrimoniais / Obras de Arte Imobilizado - Imobilizações Tangíveis Terrenos / Edifícios / (-) Depreciação Acumulada / Máquinas e Equipamentos / (-) Depreciação Acumulada / Veículos / (-) Depreciação Acumulada / Ferramentas / (-) Depreciação Acumulada / Móveis, Utensílios e Instalações / (-) Depreciação Acumulada - Imobilizações Intangíveis Marcas e Patentes / (-) Amortização Acumulada / Concessões Obtidas / (-) Amortização Acumulada / Imobilizações em Andamento Diferido Gastos com Organização / Gastos com Reorganização / Gastos com Implantação de Sistemas / (-) Amortização Acumulada O passivo é o conjunto de obrigações de uma entidade, é a parte negativa do patrimônio, constituída pelas origens de recursos (fontes) e por isso, de natureza credora. O Passivo se subdivide em dois grandes grupos: • Passivo Exigível – são as obrigações com terceiros, aquelas com prazo determinado para pagamento. Ex: Fornecedores por duplicatas a pagar; Salários a pagar; Empréstimos. 32 • Patrimônio Liquido - são as obrigações com os proprietários, portanto, não apresentam prazo determinado para pagamento. Este grupo também pode ser denominado de: Passivo Não Exigível; Situação Liquida; Recursos Próprios ou Capital Próprio. O valor do Patrimônio Liquido pode ser obtido pela diferença entre o Ativo e o Passivo Exigível. Passivo Passivo Circulante Obrigações Fornecedores (Duplicatas a Pagar) / Contas a Pagar / Salários a Pagar / FGTS a Recolher / INSS a Recolher / 13º a Pagar / Contribuição Sindical a Recolher / Empréstimos Bancários / Juros a Pagar sobre empréstimos / Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) / Taxas Bancárias a Pagar / COFINS a Recolher / PIS a Recolher / ICMS a Recolher / Contribuição Social a Recolher / Seguros a Pagar / Fretes a Pagar / Aluguéis a Pagar / Títulos a Pagar / Dividendos a Pagar Passivo Exigível a Longo Prazo Fornecedores Títulos a Pagar Financiamentos Empréstimos de Coligadas e/ou Controladas Empréstimos de Diretores ou Acionistas 33 Resultado de Exercícios Futuros Receita Antecipada (-) Custos Patrimônio Líquido Capital Capital Social / (-) Capital a Realizar Reservas de Capital Ágio na emissão de ações / Auxílios e subvenções Reservas de Reavaliação Reavaliação dos bens do Ativo Reservas de Lucros Reserva Legal / Reserva Para Investimentos / Reserva Estatutária Resultados Acumulados Lucros Acumulados / (-) Prejuízos Acumulados Ações em Tesouraria Receitas Receitas Operacionais Vendas Receita de VendasReceita de Serviços 34 Receitas Financeiras Juros recebidos ou auferidos / Descontos Obtidos / Receitas de Aplicações Financeiras / Variações Monetárias Outras Receitas Operacionais Dividendos Recebidos / Alugueis Recebidos / Lucros de Participações em Outras Sociedades / Venda de Sucatas Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/77384098/Imagezoo. Acesso em 03/10. Receitas não-Operacionais Ganhos na alienação de investimentos ganhos na alienação ou baixa de Imobilizado Ganhos na baixa de elementos do Ativo Diferido http://www.gettyimages.com/detail/77384098/Imagezoo 35 DESPESAS Despesas Operacionais Despesas Administrativas Salários e Ordenados / 13º Salário / Honorários da Diretoria / INSS / FGTS / Gratificações / Seguro contra acidentes de trabalho / Férias / Aluguéis / Condução / Água e Luz / Telefone, Telex e Fax / Cartas e Telegramas / Prêmios de Seguros / Combustíveis e Lubrificantes / Material de Escritório / Assinatura de jornais e revistas / Depreciação, Amortização e Exaustão / Material de Limpeza / Lanches e Refeições / Serviços de Terceiros Despesas com Vendas Viagens e estadias / Fretes e Carretos / Provisão para Devedores Duvidosos / Comissão sobre Vendas / Propaganda e Publicidade Despesas Financeiras Juros Pagos / Despesas Bancárias / IOF / Variações Monetárias Despesas Tributárias Impostos e Taxas Diversos / CPMF / Contribuição Sindical Patronal Deduções sobre Vendas Devoluções de vendas / Descontos Comerciais Concedidos / ICMS sobre Vendas / COFINS / PIS/PASEP sobre faturamento Despesas não-Operacionais Perdas na alienação de investimentos Perdas na alienação ou baixa de Imobilizado Perdas na baixa de elementos do Ativo Diferido 36 Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/86088394/Digital-Vision. Acesso em 03/10. Custos Mercadorias Compras / (-) Devolução de Compras / ICMS sobre compras Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) http://www.gettyimages.com/detail/86088394/Digital-Vision 37 7 CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDAS Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/86808185/Comstock-Images. Acesso em 03/10. Todo produto vendido e todo serviço ou utilidade transferidos provocam despesa. Costumamos chamá-lo Custo do Produto Vendido e assim fazemo-lo aparecer na Demonstração de Resultados; o significado mais correto seria: despesa que é o somatório dos itens que compuseram o custo de fabricação do produto ora vendido. Cada componente que fora custo no processo de produção agora, na baixa, toma-se despesa. (No Resultado existem Receitas e Despesas — às vezes Ganhos e Perdas — mas não Custos.) A mercadoria adquirida pela loja comercial provoca um gasto (genericamente), um investimento (especificamente), que se transforma numa despesa no momento do reconhecimento da receita trazida pela venda, sem passar pela fase de custo. Logo, o nome Custo das Mercadorias Vendidas não é, em termos técnicos, rigorosa- mente correto. O Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) pode ser contabilizado a cada venda (debitando CMV e creditando Estoque). Assim, no final do exercício contábil o saldo da conta http://www.gettyimages.com/detail/86808185/Comstock-Images 38 CMV corresponderá ao custo de todas as mercadorias vendidas durante o ano. Quando a empresa não mantém controle dos estoques, que permita a contabilização do CMV a cada venda, ela poderá apurar o CMV no final do período contábil pela diferença entre o estoque existente e o valor contábil do estoque. Custo das Mercadorias Vendidas = Estoque Inicial + Compras - Estoque Final Observe, portanto, que o estoque existente no início do período é acrescido pela contabilização das compras, mas não é reduzido pelas saídas. O valor real do estoque deve ser obtido por meio do levantamento do inventário, no qual se verifica a quantidade de cada item em estoque e a determinação do seu valor pela última aquisição. Esse valor contábil do estoque acrescido das compras será ajustado ao valor real inventariado, obtendo-se o CMV que é a diferença. Custo dos Produtos Vendidos é a soma dos custos incorridos na produção dos bens e serviços que só agora estão sendo vendidos. Pode conter custos de produção de diversos períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em diversas épocasdiferentes. 39 Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/97612571. Acesso em 03/10. Os três conceitos são bastante distintos e não há nenhuma relação obrigatória entre seus valores no que respeita a sua grandeza. Cada um pode ser maior ou menor que o outro em cada período, dependendo das circunstâncias. O esquema ao lado ajuda a entender os conceitos: http://www.gettyimages.com/detail/97612571 40 8 ANÁLISE DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS Este capítulo do curso tem como objetivo oferecer ferramentas para que o gestor possa analisar as demonstrações contábeis e tomar conhecimento sobre a saúde de sua empresa. Elementos de uma conta Título da Conta: Indica o elemento patrimonial ou de resultado. Lado Esquerdo: Indica o lado do Débito. Lado Direito: Indica o lado do Crédito. Um lançamento no lado direito de uma conta é denominado, crédito; um lançamento no lado esquerdo de uma conta é denominado, débito. Se o valor dos débitos for superior ao valor dos créditos a conta terá um saldo devedor, caso contrário, saldo credor. Uma conta pode apresentar saldo devedor ou credor e o seu saldo, em determinado período, é a diferença entre o somatório dos débitos e créditos efetuados nesta conta durante aquele período. As contas são classificadas em: - Patrimoniais: compõem o Balanço Patrimonial e representam o Ativo, Passivo Exigível (PE) e Patrimônio Líquido (PL). - De Resultado: registram as variações patrimoniais e englobam receitas e despesas, servindo também para determinar o resultado do exercício. As contas que representam Bens, Direitos, Despesas e Custos têm saldo devedor. As contas que representam Obrigações (PE), Patrimônio Líquido (PL) e Receitas, têm saldo credor. As demonstrações contábeis que servirão como fonte de informação são o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 41 Com base nisso, o gestor pode obter subsídios para o processo decisório, ou seja, é possível o gestor transformar dados obtidos por meio dos relatórios contábeis e transformá-los em informações úteis para o processo decisório. As informações obtidas por meio da análise das demonstrações contábeis podem ser utilizadas para melhorar o desempenho das empresas. Além disso, Salazar e Benedicto (2004, p. 248) afirmam que a “análise das demonstrações financeiras pode ser usada para: prever como as decisões estratégicas ou a expansão das atividades econômicas de uma empresa são capazes de afetar os desempenhos financeiros futuros”. As demonstrações financeiras, como o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), serão chamadas neste curso, de demonstrações contábeis. As informações obtidas por meio da análise das demonstrações contábeis podem ser utilizadas pelos gestores para melhorar e avaliar o desempenho das atividades operacionais desenvolvidas pela empresa. Além disso, a análise oferece informações visando comparar o desempenho da empresa com o desempenho de outras do mesmo setor de atividade, avaliar tendências nas operações de longo prazo. Auxilia o gestor no processo de identificação dos pontos fracos, para que ele possa então empreender ações para melhorar cada vez mais o desempenho. A análise das demonstrações contábeis tem auxiliado os gestores de crédito na tarefa de decidir se vale a pena ou não conceder créditos a seus clientes. Todas as demonstrações contábeis podem ser analisadas, mas maior ênfase é dada para o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Para este módulo, no intuito de melhor exemplificar as ferramentas utilizadas para análise das Demonstrações Contábeis, toma-se como base um Balanço e uma DRE de uma empresa fictícia. O Balanço Patrimonial (BP) está apresentado na Tabela 1, enquanto que a DRE está apresentada na Tabela 2. A Tabela 1 apresenta um exemplo de Balanço Patrimonial com os resultados de uma empresa hipotética, obtidos nos anos X1 e X2. Ao passo que a Tabela 2 evidencia a DRE, com os resultados obtidos pela mesma empresa também nos anos X1 e X2. 42 ATIVO 31.12.x1 31.12.x2 ATIVO CIRCULANTE Caixa $253.000,00 $245.641,00 Clientes $614.923,68 $614.923,68 Bancos conta movimento $188.912,00 $879.303,80 Aplicações financeiras $338.129,32 $338.129,32 Estoques $370.593,00 $374.593,00 TOTAL CIRCULANTE $1.765.558,00 $2.452.590,80 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Créditos judiciais $17.263,00 $17.263,00 TOTAL REALIZÁVEL LONGO PRAZO $17.263,00 $17.263,00 ATIVO PERMANENTE Máquinas e equipamentos $17.495,00 $17.495,00 Veículos $47.594,00 $47.594,00 Móveis e utensílios $26.453,00 $26.453,00 Instalações $65.943,00 $65.943,00 Equipamentos de computação $49.867,00 $45.867,00 TOTAL PERMANENTE $207.352,00 $203.352,00 TOTAL ATIVO $1.990.173,00 $2.673.205,80 De posse desses dados, é possível aplicar as ferramentas de Análise das Demonstrações Contábeis e verificar como está a saúde da empresa. Sendo assim, nos próximos tópicos serão apresentados os indicadores e serão feitas algumas simulações. Tabela 1 – Balanço Patrimonial de uma empresa hipotética 43 PASSIVO 31.12.x1 31.12.x2 PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores $55.359,56 $50.000,56 Impostos a recolher $15.847,00 $15.847,00 Salários a pagar $30.242,00 $30.242,00 Empréstimos a pagar $129,00 $129,00 Encargos sociais a recolher $2.645,00 $2.645,00 TOTAL CIRCULANTE $104.222,56 $98.863,56 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Empréstimos de longo prazo $12.000,00 $10.000,00 TOTAL EXIGÍVEL A LONGO PRAZO $12.000,00 $10.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital $154.476,00 $154.476,00 Lucros acumulados $1.719.474,44 $2.409.866,24 TOTAL PATRIMÔNIO LÍQUIDO $1.873.950,44 $2.564.342,24 TOTAL PASSIVO $1.990.173,00 $2.673.205,80 44 Tabela 2 – DRE de uma empresa hipotética Encerrado em 31.12.x1 31.12.x2 RECEITA BRUTA DE VENDAS $2.931.531,66 $3.315.001,00 (-) Dedução de Vendas $452.264,87 $511.504,65 (=) RECEITA LÍQUIDA $2.479.266,79 $2.803.496,35 (-) Custo das Mercadorias Vendidas $1.683.163,37 $1.903.473,54 (=) LUCRO BRUTO $796.103,42 $900.022,81 (-) Despesas com vendas $99.646,26 $99.646,26 (-) Despesas Administrativas $50.561,45 $50.561,45 (-) Outras Despesas Operacionais $14.339,29 $14.339,29 (=)LUCRO OPERACIONAL $631.556,42 $735.475,81 (=)LUCRO ANTES DO IMP. RENDA $631.556,42 $735.475,81 (-)IRPJ e Contribuição Social $39.890,64 $45.084,01 (=)LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO $591.665,78 $690.391,80 45 Ferramentas para análise das demonstrações contábeis: a) Análise horizontal e vertical; b) Análise de índices; c) Análise do capital de giro; d) Alavancagem financeira. Análise Horizontal A análise horizontal é realizada estabelecendo-se o ano inicial da série analisada, como índice básico 100 e expressando as cifras relativas aos anos posteriores, com relação ao índice básico 100. Segundo Assaf Neto (2005, p. 105), “o crescimento desses valores é obtido por meio de números-índices, ou seja, relacionando-se cada resultado obtido em determinada data com o verificado em data anterior, definida como data-base, e multiplicando-se esse quociente por 100”. O ideal é que se faça a análise de pelo menos três exercícios. Apresenta-se a seguir um exemplo de análise, considerando-se a conta caixa de apenas dois exercícios, ou seja, os anos x1 e x2, baseando-se nos dados apresentados na Tabela1 Aplicando-se a Análise Horizontal verificam-se os seguintes cálculos: 31.12.x1 31.12.x2Caixa $253.000,00 $245.641,00 31.12.x1 31.12.x2 Caixa 100,000% 97,091% 46 Percebe-se que a empresa teve uma redução na conta caixa em 19x2, de 2,91%. Para que a Análise Horizontal seja completa, pode-se proceder conforme o exemplo, considerando-se cada conta constante no BP e na DRE e avaliar os acréscimos ou reduções percentuais. Análise Vertical Segundo Reis (2003, p. 187), “consiste na determinação dos percentuais de cada conta ou grupo de contas do Balanço Patrimonial em relação ao valor total do Ativo ou do Passivo”. No caso para a DRE, se compara cada item com o total da Receita Líquida com vendas ou com serviços conforme o apresentado na Tabela 3. Percebe-se que o Lucro Líquido do Exercício no ano de x1 representava 23,86% da Receita Líquida, enquanto que no ano de x2 teve uma participação de 24,63% da Receita Líquida. Sendo assim, houve uma melhora na margem líquida da empresa em 0,77 pontos percentuais. É importante destacar que a análise horizontal e a vertical se complementam para se fazer uma análise adequada. 47 Descrição 31.12.x1 31.12.X2 Valor absoluto AV Valor absoluto AV RECEITA BRUTA DE VENDAS $2.931.531,66 $3.315.001,00 (-) Dedução de Vendas $452.264,87 $511.504,65 (=) RECEITA LÍQUIDA $2.479.266,79 100,00% $2.803.496,35 100,00% (-) Custo das Mercadorias Vendidas $1.683.163,37 67,89% $1.903.473,54 67,90% (=) LUCRO BRUTO $796.103,42 32,11% $900.022,81 32,10% (-) Despesas com vendas $99.646,26 4,02% $99.646,26 3,55% (-) Despesas Administrativas $50.561,45 2,04% $50.561,45 1,80% (-) Outras Despesas Operacionais $14.339,29 0,58% $14.339,29 0,51% (=) LUCRO OPERACIONAL $631.556,42 25,47% $735.475,81 26,23% (=) LUCRO ANTES DO IMP. RENDA $631.556,42 25,47% $735.475,81 26,23% (-) IRPJ e Contribuição Social $39.890,64 1,61% $45.084,01 1,61% (=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO $591.665,78 23,86% $690.391,80 24,63% Tabela 3 – Exemplo de Análise Vertical Análise de Índices Segundo Marion (2002, p. 36), “os índices são relações que se estabelecem entre duas grandezas; facilitam sensivelmente o trabalho do analista, uma vez que a apreciação de certas relações ou percentuais é mais significativa (relevante) que a observação de montantes, por si só”. É essencial destacar também a importância de conhecer a natureza do negócio, especialmente sua orientação de vendas, antes de interpretar o índice (VASCONCELOS, 2005, p. 69). 48 Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/96611406/iStockvectors Acesso em 03/10. Matarazzo (1995, p. 154) afirma que o importante não é o cálculo de grande número de índices, mas de um conjunto de índices que permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau de profundidade desejada da análise. A análise por meio de índices possibilita ao gestor avaliar a situação econômica e financeira da empresa. A situação econômica da empresa pode ser visualizada na DRE, bem como a situação financeira no BP. Os índices podem ser classificados: SITUAÇÃO FINANCEIRA SITUAÇÃO ECONÔMICA Índices de liquidez Índices de rentabilidade Índices de estrutura de capitais Índices de liquidez Os índices de liquidez são extraídos apenas do BP e têm como objetivo avaliar a situação financeira da empresa, ou seja, evidenciar a solidez da empresa. A empresa que tem índices de liquidez satisfatórios apresenta boas condições para pagamento de suas dívidas. http://www.gettyimages.com/detail/96611406/iStockvectors 49 Tipos de Índices de Liquidez Índices de liquidez Prazo para avaliação Liquidez Imediata Imediato Liquidez Corrente Curto Liquidez Seca Curto Liquidez Geral Longo Liquidez Imediata Este índice pode responder à seguinte pergunta: O volume de disponibilidade da empresa é suficiente para cobrir as obrigações em curto prazo? Geralmente as disponibilidades não são suficientes para cobrir as obrigações de curto prazo, mesmo assim isso não é tão preocupante para a empresa. O disponível são os recursos financeiros disponíveis para a empresa, só que, o que acontece é que na maioria das vezes a empresa deixa seus recursos em aplicações financeiras, que exigem certo tempo de carência, no intuito de obter maiores rentabilidades. A fórmula aplicável para cálculo desse índice é: Disponível dividido pelo Passivo Circulante (PC) e multiplicado por 100, para se obter a percentagem. Liquidez Corrente Este índice indica se a quantidade de recursos que a empresa tem no ativo circulante é suficiente para pagar as dívidas constantes no passivo circulante. O cálculo é feito dividindo-se o Ativo Circulante (AC) pelo Passivo Circulante (PC) e o resultado multiplicando-se por 100. Caso não se queira multiplicar por 100, pode-se deixar o resultado em decimais e realizar a devida interpretação do resultado. Permite conhecer como está a liquidez da empresa em curto prazo. 50 Liquidez Seca O índice de Liquidez Seca consiste no Ativo Circulante menos os estoques e dividindo- se pelo Passivo Circulante. A exclusão dos estoques é para verificar se a empresa depende das vendas para liquidar seus compromissos. Liquidez Geral O índice de Liquidez Geral consiste na divisão do Ativo Circulante somado ao Ativo Realizável a Longo Prazo pela soma do Passivo Circulante e do Exigível a Longo Prazo. Permite conhecer como está a liquidez da empresa para longo prazo. Aplicações dos índices de liquidez realizadas no exercício de x1 (hipotética) ÍNDICES FÓRMULA RESULTADO IMEDIATA DISPONÍVEL/PC 7,48 CORRENTE AC/PC 16,89 SECA AC- estoques/PC 17,53 GERAL AC+ARLP/PC+PELP 34,25 Interpretação dos Índices de Liquidez Liquidez Imediata Para o cálculo do índice de liquidez imediata foram consideradas disponíveis as seguintes contas: caixa, bancos conta movimento e aplicações financeiras. 51 O resultado obtido foi $ 7,48, isso significa que para cada $ 1,00 de obrigações de curto prazo, a empresa tem $ 7,48 de disponível. A situação está muito boa. Mesmo que o resultado fosse inferior a $ 1,00, não seria tão preocupante para a empresa. Visto que, esse índice compara os recursos financeiros que a empresa tem hoje, com dívidas que irão vencer geralmente em até 12 meses. Liquidez Corrente O Índice de Liquidez Corrente apresentou um resultado de $ 16,89. Isso significa que, para cada $ 1,00 de dívidas de curto prazo a empresa possui $ 16,89 de bens e direitos. Caso a empresa tivesse que cobrir todas as suas dívidas, ainda sobrariam recursos. Liquidez Seca Este índice indicou que a empresa não depende das vendas para liquidar seus compromissos, visto que o resultado foi de $ 17,53. Liquidez Geral A Liquidez Geral da empresa apresentou-se muito satisfatória, pois para cada $ 1,00 de compromissos, a empresa possui $ 34,25 para a cobertura. Índices de Estrutura de Capitais Os Índices de estrutura de capitais evidenciam como está o endividamento da empresa. Índice Fórmula Revela Participação de capitais de terceiros PL CT Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros (CT) para cada unidade de capital próprio (PL) Composição do endividamento CT PC O percentual de obrigações de curto prazo (PC) em relação às obrigações totais da empresa (CT) 52 Imobilização do Patrimônio Líquido PL AP Quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente (AP) em relação ao seu Patrimônio Líquido (PL) Imobilização dos recursos não correntes ELPPL AP O percentual de recursos não correntes (Patrimônio Líquido e Exigível a Longo Prazo) que foi destinado ao Ativo Permanente (AP) Participação de capitais de terceiros Segundo Matarazzo (1995, p. 160), “do ponto de vista de obtenção de lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros, se a remuneraçãopaga a esses capitais de terceiros for menor do que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios”. Quanto maior for a participação de capitais de terceiros em relação ao capital próprio, maior será a dependência financeira da empresa. Composição do endividamento Este índice possibilita à empresa conhecer a composição de todo o seu endividamento, se a participação maior é com a dívida de curto ou de longo prazo. Considerando-se que, as dívidas de curto prazo, geralmente vencem no prazo de até doze meses, enquanto as dívidas de longo prazo vencem em prazo superior a doze meses. Sendo assim, a princípio é mais vantajoso para a empresa ter mais dívidas de longo prazo, do que de curto prazo, em função do prazo de vencimento. As dívidas de longo prazo oferecem maior tempo para a empresa efetuar o pagamento. É claro que é necessária uma análise mais aprofundada no momento do endividamento, tendo em vista que as dívidas de longo prazo são onerosas para a empresa; por isso devem ser avaliadas as despesas financeiras. Imobilização do Patrimônio Líquido Este índice revela quanto do PL da empresa foi investido no AP. Matarazzo (1995, p. 164) afirma que “quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos recursos próprios 53 sobrarão para o Ativo Circulante e, em conseqüência, maior será a dependência a capitais de terceiros para o financiamento do Ativo Circulante”. O recomendável é que o Patrimônio Líquido seja suficiente para cobrir o Ativo Permanente da empresa, pois assim, menor será a dependência financeira da empresa. Imobilização dos recursos não correntes Este índice evidencia o montante de recursos não correntes que estão aplicados no Ativo Permanente da empresa. A lógica para se fazer essa análise consiste em que, como o imobilizado da empresa possui uma vida útil em torno de 5, 10 ou 50 anos, é perfeitamente aceitável que ela financie seu imobilizado com recursos de longo prazo e não somente com recursos próprios. Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/71277766/Stock-Illustration-RF. Acesso em 03/10. Índices de Rentabilidade http://www.gettyimages.com/detail/71277766/Stock-Illustration-RF 54 Os índices de rentabilidade evidenciam o quanto renderam os investimentos efetuados pela empresa. A rentabilidade pode ser entendida como o grau de remuneração de um negócio. Retorno é o lucro obtido pela empresa. Por isso, pode ser analisada a lucratividade de um negócio e também as condições em que o lucro é gerado, Os indicadores de rentabilidade são, dentre outros, os que mais interessam aos sócios, pois demonstram a remuneração dos recursos aplicados. Segundo Vasconcelos (2005, p. 138), no cálculo de indicadores de rentabilidade, o analista poderá usar diversos conceitos de lucro (do lucro bruto ao lucro líquido). Para melhor entendimento das fórmulas apresentadas no Quadro 4 destacam-se alguns conceitos utilizados: A receita líquida corresponde à receita bruta deduzida as devoluções de clientes, impostos sobre as vendas e outros. O Ativo Operacional Líquido compreende os ativos aplicados na atividade principal do negócio, ou seja, o imobilizado (saldos líquidos da depreciação), ativo circulante (clientes, disponível e estoques), e o realizável a longo prazo. O Lucro Operacional Líquido é o lucro decorrente das operações antes do IR, diminuídas todas as despesas e receitas associadas à atividade financeira (ajuste extracontábil). Índices de Rentabilidade Índice Fórmula Revela Giro do ativo AT VL Quanto a empresa teve de vendas líquidas (VL) em relação ao seu investimento, ou seja, ao total do seu Ativo (A). Margem líquida VL LL Quanto a empresa obtém de lucro líquido (LL) em relação às vendas líquidas (VL) 55 Rentabilidade do Ativo AT LL Quanto a empresa obtém de lucro em relação ao seu Ativo Total (AT) Rentabilidade do Patrimônio Líquido PL LL Quanto a empresa obtém de lucro em relação ao seu Patrimônio Líquido (PL). Giro do Ativo O volume de vendas é um fator fundamental do sucesso de uma empresa. Existe uma relação direta entre o volume de vendas e o montante de seus investimentos, ou o montante de Ativo. Margem líquida É um indicador de margem de lucro. Este indicador evidencia o lucro obtido pela empresa em relação às suas vendas líquidas. Pode-se também calcular a Margem de lucro bruto, que consiste na capacidade de mercado da empresa em absorver preços. A Margem de lucro bruto mostra capacidade das receitas em absorver as despesas operacionais, o desempenho da produção no controle dos custos. E indica o impacto do Custo da Mercadoria vendida sobre o lucro. Além disso, pode-se calcular a Margem operacional, que consiste na relação entre o Lucro operacional e as Vendas Líquidas. Evidencia o impacto das despesas e custos operacionais sobre o desempenho da empresa em sua atividade operacional. 56 Fonte: Disponível em http://www.gettyimages.com/detail/72011769/ArtBox-Images-RF. Acesso em 03/10. Rentabilidade do Ativo Indica o quanto a empresa obtém de lucro comparado com o seu investimento total, ou seja, o total de seu Ativo. O Retorno sobre o investimento (do inglês Return On Investiment): segundo Marion (2002, p. 164), investimento é toda a aplicação realizada pela empresa com o objetivo de obter lucro (retorno). As aplicações estão evidenciadas no Ativo. Assim, temos as aplicações em disponíveis, estoques, imobilizados, investimentos etc. A combinação de todas essas aplicações proporciona resultado para a empresa: lucro ou prejuízo. Retorno sobre o Patrimônio Líquido O Retorno sobre o Patrimônio Líquido, do inglês, Return On Equity (ROE): segundo ASSAF NETO (2005, p. 120), “este índice mensura o retorno dos recursos aplicados na empresa por seus proprietários.” Evidencia quanto de lucro foi obtido pelo proprietário para cada unidade monetária de recursos próprios. http://www.gettyimages.com/detail/72011769/ArtBox-Images-RF 57 Para o cálculo desse índice pode ser considerado o Patrimônio Líquido médio da empresa. Índices de Prazos Médios Estes índices permitem que se identifique, por meio da contabilidade, o número de dias que a empresa espera para receber as suas duplicatas, bem como o prazo médio de pagamento para os fornecedores e o prazo médio para renovação do seu estoque. Estes índices são também conhecidos como índices de atividade. Índices de prazos médios Índice Fórmula Revela Prazo médio de recebimento das vendas Valor médio das duplicatas a receber / Vendas anuais a prazo x 360 Prazo médio (em dias) em que a empresa recebe as vendas realizadas a prazo. Prazo médio de renovação do estoque Valor médio dos (estoques) produtos acabados / CPV) x 360 Prazo médio (em dias) que o produto acabado permanece estocado à espera de ser vendido, isto é, prazo médio de estocagem do produto acabado. Prazo médio de pagamento aos fornecedores Valor médio das duplicatas a pagar / Compras anuais a prazo x 360 Prazo médio (em dias) em que a empresa paga seus fornecedores Os índices de prazos médios devem ser analisados sempre em conjunto e permitem ao gestor definir estratégias relacionadas aos prazos de compra, venda e estocagem das mercadorias ou produtos. 58 O Prazo Médio de Recebimentos das Vendas (PMRV), expressa o tempo decorrido entre a venda e o recebimento. O Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) representa, na empresa comercial, o tempo médio de estocagem de mercadorias; na empresa industrial, o tempo de produção e estocagem. Em uma empresa comercial, a soma dos prazos PMRE mais o PMRV, representam o que se chama de Ciclo Operacional, ou seja, o tempo decorrido entre a compra e o recebimento da venda de mercadoria.
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