Buscar

LIVRO - UNIDADE 06

Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO EM E 
PARA DIREITOS HUMANOS 
VOLUME 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO EM E 
PARA DIREITOS HUMANOS 
VOLUME 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barra do Garças - MT 
Faculdade Cathedral 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Produzido por 
DELÍNEA 
 
 
 
Revisão Gramatical do Texto 
Ângela Cristina de Melo 
 
 
 
Projeto Gráfico 
Atila Cezar Rodrigues Lima e Coelho 
Georgya Politowski Teixeira 
Matheus Antônio dos Santos Abreu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BARRA DO GARÇAS - MT 
JULHO 2020 
 
 
Copyright © by UniCathedral, 2020 
Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada, 
armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada, 
reproduzida por meios mecânicos ou outros quaisquer 
sem autorização prévia do(s) autor(es). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UniCathedral – Centro Universitário 
Av. Antônio Francisco Cortes, 2501 
Cidade Universitária - Barra do Garças / MT 
www.unicathedral.edu.br
 
E24 Educação em e para os direitos humanos, volume 2 / Produzido por 
 Delinea. Barra do Garças: UniCathedral – Centro Universitário 
 (Educação a Distância), 2020. 
 
 70 p. ; il., color. 
 ISBN: 
 
 Conteúdo de disciplina EaD do Núcleo de Ensino a Distância 
 (NEaD) do UniCathedral – Centro Universitário. 
. 
 
 1. Direitos humanos. 2. Educação em direitos humanos. 3. Educa- 
 ção para os direitos humanos. 4. Políticas públicas. 5. Direitos hu- 
 manos – Tratados internacionais. I. Título. II. UniCathedral - Centro 
 Universitário. 
 
 CDU 342.7 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) – Catalogação na Fonte 
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Roberta M. M. Caetano – CRB-1/2914 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE IV ........................................................................................................................................ 12 
Políticas públicas, educação e direitos humanos ................................................................................... 12 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional como ponto de partida para a educação em e para os 
direitos humanos ......................................................................................................................................... 17 
Resolução CNE/CP N. 1/2012 e atuação dos Conselhos de Educação ................................................... 22 
Referências bibliográficas ....................................................................................................................... 26 
UNIDADE V ......................................................................................................................................... 32 
Introdução à temática do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) ...................... 32 
O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) ............................................................ 37 
Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) e a regulação do ensino dos direitos 
humanos na educação básica e no ensino superior .................................................................................... 42 
O PNEDH e a educação básica ............................................................................................................ 42 
Referências bibliográficas ....................................................................................................................... 47 
UNIDADE VI ........................................................................................................................................ 52 
Relação ensino-aprendizagem em e para Direito Humanos .................................................................. 52 
Estratégias para construção do conhecimento na instituição escolar ................................................... 57 
Resultados e monitoramento de ações educativas no contexto escolar............................................... 62 
Referências bibliográficas ....................................................................................................................... 65 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, caro(a) estudante! 
Seja bem-vindo(a) ao segundo volume da disciplina “Educação em e para os Direitos Humanos”. Ao longo 
deste material, você estudará os conteúdos das unidades 4, 5 e 6. 
Na unidade 4, refletiremos sobre as políticas públicas que norteiam a educação em direitos humanos no 
Brasil. Abordaremos o ensino da temática dos direitos humanos por meio do estudo dos artigos da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei nº 9.394/1996) e da Resolução CNE/CP nº 01/2012, que 
são instrumentos normativos essenciais para tal matéria. 
Na unidade 5, discorreremos sobre o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH). 
Veremos todo o processo de elaboração do PNEDH. Destacaremos também os seguintes tópicos: quais são 
os objetivos gerais, os eixos de atuação e as linhas gerais de ação do PNEDH, enfatizando como a educação 
pode ser uma ferramenta para a disseminação dos direitos humanos no âmbito dos sistemas de ensino 
(educação básica e ensino superior), assim como sua transversalidade junto às áreas de conhecimento 
curricular e implementação de ações formativas dos profissionais da educação. Analisaremos a forma como 
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de 2017 insere o desenvolvimento de competências que 
contemplam o respeito aos direitos humanos na educação básica. 
Na unidade 6, apresentaremos a proposta metodológica para a educação em e para os direitos humanos 
na educação básica. Assim, entenderemos as possibilidades para o ensino da temática dos direitos humanos 
no recorte da educação infantil e do ensino fundamental, com vistas à construção de conhecimentos de 
maneira coletiva, à elaboração de materiais pedagógicos, às ações educativas e afirmativas no contexto 
escolar e ao monitoramento dos resultados obtidos na relação ensino-aprendizagem. 
Esperamos que este material contribua para sua aprendizagem acadêmica e profissional. 
Bons estudos! 
INTRODUÇÃO 
 
 
50 
 
 
U
N
ID
A
D
E 
V
I 
 
 
51 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autor(a) da Unidade 
Luiz Felipe Petusk Corona 
 
 
 
Ao final da unidade, esperamos que você seja capaz de: 
 
• Apresentar possibilidades para o ensino em e para Diretos Humanos no segmento da Educação 
Infantil e Ensino Fundamental de 9 anos; 
• Desenvolver propostas de atividades para a construção de conhecimentos de maneira coletiva 
disseminando os valores de liberdade, igualdade e fraternidade; 
• Promover estratégias para elaboração de materiais pedagógicos na temática proposta; 
• Elaborar ações educativas e afirmativas no contexto escolar; 
• Avaliar o monitoramento dos resultados obtidos na relação ensino-aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
UNIDADE VI 
RELAÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM EM E PARA 
DIREITO HUMANOS 
 
Uma instituição escolar amigável aos Direitos Humanos, coloca-os no centro da experiência de 
aprendizado e os faz parte integrante do cotidiano escolar. Desde o modo como as decisões são tomadas nas 
escolas, o modo como as pessoas se tratam, o currículo e as atividades extracurriculares oferecidas, até o 
ambiente em que os alunos são ensinados, a escola se torna um modelo exemplar para a educação em 
Direitos Humanos. 
Por meio de uma abordagem que vai além da sala de aula e abrange todos os aspectos da vida escolar, 
comumente chamada de "abordagem da escola inteira", "abordagem holística" ou "abordagem baseada em 
direitos", tanto a escola quanto os jovens se tornampoderosos catalisadores para a mudança na escola, suas 
comunidades mais amplas. 
Por isso, a instituição escolar é um local considerado uma das mais importantes organizações sociais que 
constrói, por meio das relações que existem em seu interior, diversos princípios que juntos fazem parte de 
uma sociedade mais justa e igualitária. Dessa forma, em contrapartida, é um local em que há cenários de 
violência, indisciplinas e afrontas que leva todos a buscarem formas de garantir uma convivência que seja 
voltada aos valores de respeito, diálogo e tolerância (ZLUHAN; RAITZ, 2014). 
Com isso, para garantir a igualdade e a isonomia entre os sujeitos, o governo estabeleceu, ao longo da 
história, diversas políticas sociais de proteção a crianças e adolescentes, porém ainda faz-se necessário 
buscar caminhos, estratégias e encaminhamentos que deem voz à prática pedagógica, que colaborem para 
a construção de um presente mais altruísta e de um futuro com valores de uma sociedade que seja mais justa 
e democrática, em ação conjunta de todos os órgãos da sociedade. 
A instituição escolar está diante de um novo contexto social e de um novo sujeito, que é canhoneado em 
seu dia a dia por novidades na tecnologia, com foco consumista e cenas de violência exagerada, com isso 
esses e outros elementos são responsáveis por sua forma de ser, entender e relacionar-se com as pessoas e 
com o mundo a sua volta. Nesse sentido, os educadores devem estar atentos e levar em consideração essas 
 
 
53 
 
características na sua prática pedagógica, pois o conhecimento da realidade sociocultural desses sujeitos, 
suas contradições, seus conflitos, suas necessidades e seus desafios se constituem como elemento que 
justificará todo o processo educativo (ZLUHAN; RAITZ, 2014). 
Partindo desses cenários, pode-se buscar o desenvolvimento para o respeito às características e às 
diferenças individuais, aumentando a habilidade das relações interpessoais, de forma a se tornarem mais 
humanas e solidárias, possibilitando o trabalho com cooperação em função dos interesses e das necessidades 
dos alunos. De maneira geral, não se pode imaginar um projeto de educacional em Direitos Humanos único 
e sem flexibilidade, que deva ser aplicado de forma uniforme nas diferentes realidades sociais brasileiras. 
 
 
O dia 10 de dezembro marcou os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento 
internacional elaborado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que lista os direitos 
básicos e comuns a todos os seres humanos – como à vida, à igualdade, à liberdade, ao trabalho, entre outros 
–, apresentando os requisitos indispensáveis para a manutenção da dignidade humana. 
A data remete à importância da educação em Direitos Humanos e ao papel da escola nesse contexto, o que, 
no Brasil, é respaldado pela Constituição Federal (1988), pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, pelos 
Parâmetros Curriculares da Educação, pelo Programa Nacional de Direitos Humanos e pelo Plano Nacional 
de Educação em Direitos Humanos, que estabelecem as diretrizes e ações direcionadas à formação cidadã. 
 
Para se pensar em uma instituição escolar democrática e cidadã, é preciso ir muito além de uma prática 
pedagógica tradicional, baseada no formalismo, na qual predominam as ações de planejar, executar e avaliar 
os conteúdos de ensino. A escola atual tem mostrado constantemente que não está mais dando conta dos 
desafios da atualidade, por isso os educadores são chamados a recriá-la. 
Partindo do ponto de que a escola é um lugar de excelência para garantir a educação das futuras gerações, 
deve-se refletir sobre os diversos pontos de preocupação que permeiam as relações estabelecidas entre 
todos os seus sujeitos, que, em alguns casos, evoluem para situações de agressividade e violência. 
As competências gerais da educação básica da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) também 
destacam, explicitamente em dois pontos, a questão dos Direitos Humanos: 
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, 
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e 
promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo 
responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação 
ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. (BRASIL, 2018, p. 9) 
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se 
respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos Direitos Humanos, com acolhimento 
e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, 
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 
(BRASIL, 2018, p. 10) 
 
 
54 
 
A Educação em Direitos Humanos, que é um dos eixos fundamentais do direito à educação, refere-se ao uso 
de concepções e práticas educativas fundadas nos Direitos Humanos e em seus processos de promoção, proteção, 
defesa e aplicação na vida cotidiana e cidadã de sujeitos de direitos e de responsabilidades individuais e coletivas. 
No art. 2º, §1º, da Resolução n. 1, de 30 de maio de 2012, encontra-se a seguinte afirmativa: 
§1º Os Direitos Humanos, internacionalmente reconhecidos como um conjunto de direitos civis, políticos, 
sociais, econômicos, culturais e ambientais, sejam eles individuais, coletivos, transindividuais ou difusos, 
referem-se à necessidade de igualdade e de defesa da dignidade humana. (BRASIL, 2012) 
Já o §2º diz que: “Aos sistemas de ensino e suas instituições cabe a efetivação da Educação em Direitos 
Humanos, implicando a adoção sistemática dessas diretrizes por todos(as) os(as) envolvidos(as) nos 
processos educacionais” (BRASIL, 2012). 
Encontramos no artigo terceiro: 
Art. 3º A Educação em Direitos Humanos, com a finalidade de promover a educação para a mudança e a 
transformação social, fundamenta-se nos seguintes princípios: 
I – dignidade humana; 
II – igualdade de direitos; 
III – reconhecimento e valorização das diferenças e das diversidades; 
IV – laicidade do Estado; 
V – democracia na educação; 
VI – transversalidade, vivência e globalidade; e 
VII – sustentabilidade socioambiental. (BRASIL, 2012) 
A educação em Direitos Humanos vai além de uma aprendizagem intelectiva, mas também inclui o 
desenvolvimento social e emocional de quem se envolve no processo ensino-aprendizagem conforme o 
Programa Mundial de Educação em Direitos Humanos (PMEDH/2005) (UNESCO, 2006). A educação, nesse 
ponto, deve ocorrer na comunidade escolar em interação com a comunidade local, e a universalização da 
educação básica, com indicadores de qualidade e de igualdade, no qual é condição essencial para a 
disseminação do conhecimento socialmente produzido e acumulado e para a democratização da sociedade. 
 
Publicação Ensinar respeito por todos (Unesco) 
Tendo como alvo estudantes de 8 a 16 anos de idade, a iniciativa visa combater a discriminação e a violência 
por meio do fortalecimento dos fundamentos de tolerância mútua e do cultivo do respeito por todas as 
pessoas, sem distinção de cor, gênero, classe, orientação sexual, nacionalidade, etnia ou 
orientação/identidade religiosa. Entre os materiais, está um guia para educadores, com propostas de 
atividades, que pode ser acessado: 
 
Dessa forma, não é apenas a instituição escolar que se produz e reproduz os conhecimentos, mas é nela 
que esses conhecimentos serão sistematizados, pois é um espaço social privilegiado onde se constitui a ação 
institucional pedagógica, a prática e a vivência dos Direitos Humanos. O processo de formação diz que o 
 
 
55 
 
reconhecimento da diversidade e da assimetria são condições básicas da liberdade para o exercício da crítica, 
da criatividade, do debate de ideias e para reconhecer o respeito, a promoção e a valorização da 
multiplicidade. Para que esse processo ocorra e a instituição escolar possa contribuir para a educação em 
Direitos Humanos, é importante garantir dignidade, igualdade de oportunidades,exercício da participação e 
da autonomia aos membros da comunidade escolar. 
 
 
 
Cartilha Os Direitos Humanos (Ziraldo) 
Produzida em parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) e 
voltada para o público infantojuvenil, a cartilha traz a turma do personagem 
Menino Maluquinho, de Ziraldo, para apresentar os 30 artigos da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos. Acesse: 
 
 
Pode-se afirmar então, que a educação em Direitos Humanos deve ser promovida em três áreas: 
a) conhecimentos e habilidades: compreender os Direitos Humanos e os 
mecanismos existentes para a sua proteção, assim como incentivar o exercício de 
habilidades na vida cotidiana; b) valores, atitudes e comportamentos: desenvolver 
valores e fortalecer atitudes e comportamentos que respeitem os Direitos 
Humanos; c) ações: desencadear atividades para a promoção, defesa e reparação 
das violações aos Direitos Humanos. (BRASIL, 2007, p. 32) 
Destaca-se também os princípios norteadores da educação em Direitos Humanos na educação básica que são: 
 
a) a educação deve ter a função de desenvolver uma cultura de Direitos Humanos em todos os espaços 
sociais; 
b) a escola, como espaço privilegiado para a construção e consolidação da cultura de Direitos Humanos, 
deve assegurar que os objetivos e as práticas a serem adotados sejam coerentes com os valores e 
princípios da educação em Direitos Humanos; 
c) a educação em Direitos Humanos, por seu caráter coletivo, democrático e participativo, deve ocorrer 
em espaços marcados pelo entendimento mútuo, respeito e responsabilidade; 
 
 
56 
 
d) a educação em Direitos Humanos deve estruturar-se na diversidade cultural e ambiental, garantindo 
a cidadania, o acesso ao ensino, permanência e conclusão, a isonomia (étnico-racial, religiosa, 
cultural, territorial, físico-individual, geracional, de gênero, de orientação sexual, de opção política, 
de nacionalidade, dentre outras) e a qualidade da educação; 
e) a educação em Direitos Humanos deve ser um dos eixos fundamentais da educação básica e permear 
o currículo, a formação inicial e continuada dos profissionais da educação, o projeto político 
pedagógico da escola, os materiais didático-pedagógicos, o modelo de gestão e a avaliação; 
f) a prática escolar deve ser orientada para a educação em Direitos Humanos, assegurando o seu 
caráter transversal e a relação dialógica entre os diversos atores sociais. (BRASIL, 2007, p. 32) 
 
 
57 
 
ESTRATÉGIAS PARA CONSTRUÇÃO DO 
CONHECIMENTO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR 
 
A instituição escolar necessita refletir sobre a realidade social que está repleta de fraquezas, estas 
precisam ser expostas, para que se possam implantar projetos e programas que estendam pontes entre os 
diversos pensamentos egocêntricos, que permitam enxergar para além da individualidade. Porém, esse ideal 
só será alcançado quando todos os sujeitos pedagógicos forem capazes de pensar em uma pedagogia voltada 
para os Direitos Humanos. 
O PNEDH apresenta meios da materialização da educação em Direitos Humanos, possibilitando o início 
de um trabalho sistematizado e institucional, a fim de desenvolver uma educação voltada para promover a 
igualdade, a justiça, a solidariedade, a cooperação, a tolerância e a paz. O documento aponta os seguintes 
princípios para a educação básica (ZLUHAN; RAITZ, 2014, p. 40): 
• A educação básica, como um primeiro momento do processo educativo ao 
longo de toda a vida, é um direito social inalienável da pessoa humana e dos grupos 
socioculturais. 
• A educação básica exige a promoção de políticas públicas que garantam a 
sua qualidade. 
• A construção de uma cultura de Direitos Humanos é de especial importância 
em todos os espaços sociais. A escola tem um papel fundamental na construção 
dessa cultura, contribuindo para a formação de sujeitos de direitos, mentalidades 
e identidades individuais e coletivas. 
• A educação em Direitos Humanos, sobretudo no âmbito escolar, deve ser 
concebida de forma articulada ao combate do racismo, sexismo, discriminação 
social, cultural, religiosa e outras formas de discriminação presentes na sociedade 
brasileira. 
 
 
58 
 
• A promoção da educação intercultural e de diálogo inter-religioso constitui 
componente inerente à educação em Direitos Humanos. 
• A educação em Direitos Humanos deve ser um dos eixos norteadores da 
educação básica e permear todo o currículo, não devendo ser reduzida a disciplina 
ou a área curricular específica. 
Para Zluhan e Raitz (2014, p. 42), “Nessa perspectiva, as propostas pedagógicas que orientam a cultura 
da paz, do respeito e da igualdade devem ser implantadas” entre as disciplinas, integrando os planejamentos 
de todas elas, “de forma que associem esses valores ao cotidiano da sala de aula, nos objetivos conceituais, 
procedimentais e atitudinais […]”. Com isso, busca-se em Vygotsky (1984) referencias para pensar a educação 
em Direitos Humanos, pois ele relaciona o desenvolvimento cognitivo do aluno ao contexto social e cultural. 
Dessa forma, os processos mentais superiores (pensamento, linguagem, comportamento volátil, atenção 
consciente, memória voluntária etc.) têm início nos processos sociais. Assim, não é por meio do 
desenvolvimento cognitivo que o sujeito se torna capaz de socializar, é na socialização que se dá o 
desenvolvimento dos processos mentais superiores. Nesse cenário, o professor exerce o papel de mediador, 
permitindo a construção/reconstrução do conhecimento, dos significados que são transmitidos pelo grupo 
representado, por intermédio das reflexões, das práticas sociais e da utilização de instrumentos, significados 
e linguagens empregados para compreender o mundo e tornar o sujeito mais independente (Vygotsky, 1984). 
Portanto, neste cenário, cabe ao professor construir conexões entre os conceitos científicos e o cotidiano, 
com respaldo nos princípios dos Direitos Humanos, mediando o conhecimento num processo de descoberta, 
produção, troca e cooperação. Na perspectiva de um programa educativo que traga valor ao cumprimento 
dos Direitos Humanos, as situações de conflito na instituição escolar devem ser expostas, vividas e superadas 
de forma democrática, mediante discussão, diálogo e acordos. 
Para que ocorra a aprendizagem, é necessário que haja atividade mental, isto é, aprender é agir, pensar 
e refletir. É preciso auxiliar o aluno a interiorizar os novos conhecimentos de forma ativa, compreensiva e 
construtiva, promovendo as suas capacidades alcançáveis, que são as suas energias da mente, ativadas e 
desenvolvidas no processo de ensino (exercitação dos sentidos: observação, percepção, compreensão, 
generalização, raciocínio, memória, linguagem, motivação). Dessa forma, toda aprendizagem é pessoal, 
“ninguém aprende pelo outro”. 
Conforme Tavares (2012), para que a educação em Direitos Humanos aconteça, o educador não pode 
permanecer no papel de somente transmissor de conteúdos, de executor de planos, mas deve assumir alguns 
procedimentos no seu fazer pedagógico, de modo que: confie no seu trabalho, pois sem a certeza de que o 
respeito aos Direitos Humanos é fundamental para todos, não é possível estimular os mesmos sentimentos 
nos demais; eduque com o exemplo, porque de nada adianta ter um discurso desconectado da prática ou ser 
incoerente exigindo dos outros atitudes que a própria pessoa não cumpre; desenvolva uma consciência 
crítica com relação à realidade e um compromisso com as transformações sociais, já que o propósito desse 
tipo de educação é formar sujeitos ativos que lutam pelo respeito aos direitos de todos. 
Dentre as ações programadas listadas pelo documento do plano de ação do governo estão: o incentivo à 
organização estudantil por meio de associações ou comunidades de trabalhos; a proposta de editar textos 
de referência e bibliografia comentada, revistas, gibis, filmes e outros materiais multimídia em educação em 
Direitos Humanos; a proposição de ações fundamentais em princípios de convivência, para que seforme uma 
escola sem preconceitos, violência, abuso sexual, intimidação e punição corporal, incluindo ações para a 
resolução de conflitos e modos de lidar com a violência e perseguições ou ameaças, por meio de 
procedimentos participativos e democráticos. 
 
 
 
 
 
59 
 
 
Material pedagógico Respeitar é Preciso 
Feito por meio de parceria entre e Prefeitura de São Paulo e o Instituto Vladimir Herzog, o material aborda 
temas da educação e Direitos Humanos e é formado por cinco livros que debatem as principais violações 
ocorridas no ambiente escolar. Os temas escolhidos foram: democracia na escola, respeito e humilhação, 
sujeitos de direito, igualdade e discriminação. Acesse: 
 
A seguir, propomos algumas sugestões de abordagem pedagógica para cada área do currículo e são 
questões relacionadas à educação em Direitos Humanos, de acordo com o caderno pedagógico Direitos 
Humanos em Educação (BRASIL, 2013) e o material do projeto Respeitar é Preciso! (Prefeitura de São Paulo 
e Instituto Vladimir Herzog, 2019). 
Língua Portuguesa: discussão de obras literárias em que a temática dos Direitos Humanos aparece; 
formação de clubes de leitura que possam dar voz aos leitores e à discussão do que se lê; preconceitos 
linguísticos; direito a uma alfabetização plena para o também pleno exercício da cidadania. 
Matemática: análise e elaboração de tabelas, infográficos, gráficos e diagramas; o uso da Matemática, da 
estatística, de índices e indicadores para aprimorar a leitura e a compreensão da realidade. 
História: a Revolução Francesa e a primeira Declaração dos Direitos do Homem e do cidadão; a Segunda 
Guerra Mundial – nazismo, fascismo, antissemitismo, perseguição política; a história dos povos indígenas; a 
história da África; estudo das formas de exploração e de suas injustiças (a escravidão dos negros, o genocídio 
dos povos indígenas, as imigrações e os refugiados); o trabalho infantil; a ditadura civil-militar no Brasil e as 
violações dos Direitos Humanos nesse período; a história da conquista dos Direitos Humanos, o estudo 
sistemático da formação do povo brasileiro, do papel da mulher e do jovem na história. 
Geografia: o estudo da geografia humana e o direito à terra; as formas de vida tradicionais de povos 
indígenas e quilombolas, a urbanidade, as fronteiras e a imigração; o estudo de geografia física e as questões 
que envolvem o meio ambiente, a sustentabilidade, as ocupações irregulares, os mananciais, a utilização de 
matérias-primas; atividades de mapeamento da escola e de seu entorno, o estudo das paisagens do bairro e 
da cidade, a mudança das paisagens de acordo com o crescimento econômico e social. 
Ciências Naturais: questões ligadas à saúde e ao corpo humano; conteúdos relacionados a meio ambiente 
e ecologia (como o direito à água, sua distribuição e os limites de recursos naturais); consumo sustentável; a 
produção de alimentos e o direito à nutrição sadia; a ciência, os limites da genética e a ética. 
Artes: discussão de produções artísticas e manifestações culturais que tenham como tema os Direitos 
Humanos; o hip-hop e o funk; a pichação e o grafite nas artes visuais; a arte e o cinema digitais por meio do 
aparelho celular; a ocupação de painéis, paredes, muros, bancos e quadras com trabalhos dos alunos 
(espaços democráticos); o incentivo à participação de toda a comunidade escolar na vida artística da cidade 
por meio de festivais, saraus, exposições e visitas a museus. 
Educação Física: a busca de um corpo ideal e as questões ligadas ao preconceito contra a obesidade e os 
distúrbios alimentares; o culto ao corpo magro, branco etc.; a prática do esporte como fator de integração e 
aproximação; as atividades que garantam que o talento individual esteja a serviço do coletivo. 
 
 
60 
 
 
 
Vídeo Direito Humanos para Crianças 
Desenho animado de 12 minutos, produzido pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência 
da República (SEDH), que trata da realidade de quatro crianças que intervêm em diferentes contextos 
socioculturais para defender e garantir os Direitos Humanos. Assista: 
 
 
A seguir, propomos algumas iniciativas pedagógicas que podem ser utilizadas também na estratégia de 
construir conhecimentos na instituição escolar. 
1. Propor inserir a educação em Direitos Humanos nas diretrizes curriculares da educação básica. 
2. Compor os objetivos da educação em Direitos Humanos aos conteúdos, recursos, metodologias e 
formas de avaliação dos sistemas de ensino. 
3. Estimular profissionais da educação básica, seus itens de classe e associações, para trazer a reflexão 
teórico-metodológica acerca da educação em Direitos Humanos. 
4. Desenvolver uma pedagogia com mais participação, que insira conhecimentos, análises críticas e 
habilidades para promover os Direitos Humanos. 
5. Incentivar a utilização de formas que tragam o respeito aos Direitos Humanos e sua prática nos 
sistemas de ensino. 
6. Erguer parcerias com os diversos sujeitos da comunidade escolar na implementação da educação em 
Direitos Humanos. 
7. Transformar a educação em Direitos Humanos um item relevante para a vida dos(as) alunos(as) e 
dos(as) trabalhadores(as) da educação, envolvendo-os(as) em um diálogo sobre maneiras de aplicar 
os Direitos Humanos em sua prática cotidiana. 
8. Proporcionar a inclusão da educação em Direitos Humanos nos processos de formação inicial e 
continuada dos(as) trabalhadores(as) em educação, nas redes de ensino e nas unidades de 
internação e atendimento de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, incluindo, 
dentre outros(as), docentes, não docentes, gestores(as) e leigos(as). 
9. Estimular a inclusão, no currículo escolar, das temáticas relativas a gênero, identidade de gênero, 
raça e etnia, religião, orientação sexual, pessoas com deficiências, entre outros, bem como todas as 
formas de discriminação e violações de direitos, possibilitando a formação continuada dos(as) 
trabalhadores(as) da educação para lidar criticamente com esses temas. 
10. Apoiar a inserção de projetos culturais e educativos para enfrentar todas as formas de discriminação 
e violações de direitos no ambiente escolar. 
 
 
61 
 
11. Facilitar a inclusão da educação em Direitos Humanos nos projetos políticos-pedagógicos das 
instituições escolares, adotando as práticas pedagógicas democráticas presentes no cotidiano. 
12. Apoiar a inserção de experiências de interação da escola com a comunidade, que contribuam para a 
formação da cidadania em uma perspectiva crítica dos Direitos Humanos. 
13. Colaborar com a elaboração de programas e projetos pedagógicos, em parceria com a rede de 
assistência e proteção social, tendo em vista prevenir e enfrentar as diversas formas de violência. 
14. Apoiar manifestações culturais cidadãs inseridas nas artes e nos esportes, originadas nas diversas 
formações étnicas de nossa sociedade. 
15. Facilitar a valorização das expressões culturais regionais e locais pelos projetos político-pedagógicos 
das escolas. 
16. Apoiar o desenvolvimento de políticas públicas destinadas a promover e garantir a educação em 
Direitos Humanos às comunidades quilombolas e aos povos indígenas, bem como às populações das 
áreas rurais e ribeirinhas, assegurando condições de ensino e aprendizagem adequadas e específicas 
aos educadores e educandos. 
17. Incentivar a organização estudantil por meio de grêmios, associações, observatórios, grupos de 
trabalhos entre outros, como forma de aprendizagem dos princípios dos Direitos Humanos, da ética, 
da convivência e da participação democrática na escola e na sociedade. 
18. Estimular o fortalecimento dos Conselhos Escolares como potenciais agentes promotores da 
educação em Direitos Humanos no âmbito da escola. 
19. Apoiar a elaboração de programas e projetos de educação em Direitos Humanos nas unidades de 
atendimento e internação de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, para estes e suas 
famílias. 
20. Promover e garantir aelaboração e a implementação de programas educativos que assegurem, no 
sistema penitenciário, processos de formação na perspectiva crítica dos Direitos Humanos, com a 
inclusão de atividades profissionalizantes, artísticas, esportivas e de lazer para a população prisional. 
21. Dar apoio técnico e financeiro às experiências de formação de estudantes como agentes promotores 
de Direitos Humanos em uma perspectiva crítica. 
 
Ler para os alunos o texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adaptação de Ruth Rocha e 
Otávio Roth. Após a leitura do texto de Ruth Rocha, converse com os alunos sobre quais foram as informações 
mais curiosas e interessantes que ouviram, o que ainda puderam aprender acerca dos Direitos Humanos, que 
dados poderiam ser acrescentados às listas elaboradas coletivamente por eles acerca dos valores 
fundamentais das pessoas e dos Direitos Humanos tratados na declaração. 
 
 
 
 
62 
 
RESULTADOS E MONITORAMENTO DE AÇÕES 
EDUCATIVAS NO CONTEXTO ESCOLAR 
 
Avaliação, segundo Belloni, Magalhães e Sousa (2003) constitui em um processo de análise de atividade, 
fatos etc. para que se compreenda suas dimensões e implicações, visando estimular seu aperfeiçoamento. A 
avaliação, em um plano que envolve ação, é uma das formas de monitoramento e de planejamento do 
processo, o que significa implantar um projeto criado e está atrelado inclusive ao plano que envolve a 
educação em e para os Direitos Humanos. 
O processo de avaliação envolve uma perspectiva de emancipação, que segundo Saul (apud BELLONI; 
MAGALHÃES; SOUSA, 2003) constitui em um processo de descrição, análise e crítica de uma dada realidade, 
visando transformá-la. Dessa forma destina-se a avaliar programas educacionais ou sociais, e se encontra em 
uma questão político pedagógica cujo interesse primordial é de emancipar, ou seja, libertar, visando provocar 
a crítica, de modo a libertar o sujeito de condicionamentos definidos. O principal compromisso da avaliação 
é o de fazer com que as pessoas direta ou indiretamente envolvidas em uma ação educacional escrevam a 
sua ‘própria história’ e gerem as suas próprias alternativas de mudança. 
 
 
Estratégias adotadas na prática pedagógica têm possibilitado resultados relacionados com a mudança de 
comportamento, com o campo da aprendizagem e com a conscientização dos(as) estudantes sobre os 
conteúdos abordados, conforme relatos dos(as) profissionais representantes das escolas citadas a seguir. 
 
 
63 
 
Há dois exemplos: o aprendizado sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente em escola do Recife com o 
projeto “Viver com o ECA”, que tem possibilitado o conhecimento sobre os direitos e deveres; e a mudança 
de comportamento da comunidade escolar em relação à homofobia em escola da RMR, que possibilitou o 
retorno de estudantes homossexuais que haviam abandonado a escola. 
Isso foi possível com um trabalho contínuo de formação por meio do projeto Homofobia, Lesbofobia e 
Transfobia no contexto escolar, que foi premiado em 2010 na categoria escolas públicas do Prêmio Nacional 
de Educação em Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. 
 
Aconselha-se observar, no processo de avaliação do plano de ação: os conceitos teórico-metodológicos a 
partir dos conteúdos temáticos e da metodologia adotada; a relação entre objetivos, metas e resultados; os 
níveis de alcances (bairro, família, gestores e apoio), sujeitos que são educadores, sujeitos que são 
educandos; a articulação com as experiências e grupos de Direitos Humanos; o processo de movimentação; 
as metodologias e recursos (suportes e recursos didáticos e metodológicos); as parcerias que envolvem 
instituições e setores diversos; as técnicas de avaliação, os resultados quantitativos e qualitativos; as 
possibilidades de continuar com as demandas para assessorias e cooperação. 
Os mecanismos políticos para monitorar, podem ser realizados por meio de comissões, reuniões, comitês, 
fóruns e outros. Aconselha-se também que na avaliação de planos de educação em e para os Direitos 
Humanos, sejam considerados processos contínuos e participativos. As avaliações devem ocorrer de forma 
periódica, garantindo a participação de sujeitos envolvidos em questões sociais e institucionais, que podem 
ocorrer no nível individual e coletivo. 
O plano de ação que envolve educação em Direitos Humanos consiste em um processo sistemático e de 
diversas dimensões envolvendo valores, atitudes, comportamentos e práticas. Nesse processo, há o 
envolvimento da sensibilização, leitura crítica da realidade, problematização, fundamentação teórico 
metodológica, construção coletiva de ações culturais e educativas, avaliação e acompanhamento 
sistemático. As circunstâncias e princípios da Educação em Direitos Humanos são divididos em: éticos, 
políticos e educacionais, as metas de ação para identificar as demandas sociais para eleger as ações, são 
ordenadas por prioridades. 
 
 
Direito Humanos em Educação – Série Cadernos Pedagógicos, v. 5 
Esse material é destinado a apoiar o trabalho dos educadores, entre outros, traz sugestões de oficinas que 
abordam aspectos dos Direitos Humanos com base em situações concretas e do diálogo com variadas 
linguagens. Acesse: 
 
 
 
64 
 
Diante da realidade observada nos contextos político, social e econômico, observa-se a importância de 
trabalhar os valores humanos essenciais para a vida, e de acordo com análise geral de dados, percebe-se que a 
instituição escolar deve se assumir como um espaço de convivência, de formação e discussão ética, um local social 
privilegiado de construção dos conhecimentos por meio da Educação em Direitos Humanos, na qual será atribuída 
ênfase aos valores humanitários, já esquecidos pelas famílias, dos significados morais necessários e constitutivos 
de toda e qualquer ação de cidadania, em que se promove discussões sobre a dignidade do ser humano, equidade 
de direito e ainda deve-se priorizar no sentido de moderar qualquer forma de discriminação no ambiente escolar. 
Ao refletir em transformações sociais e históricas deve-se remeter ao projeto político-pedagógico e ao 
regimento que é o guia da instituição. As leis da instituição precisam estar claras para toda comunidade escolar, 
para que assim sejam cumpridas, pois só assim haverá a possibilidade de se obter uma sociedade mais justa e 
igualitária, uma vida com mais dignidade e acesso a direitos. Estes, devem acontecer com a participação de alunos 
nos projetos, fazendo-os pensar em uma participação mais ampla, intensa e justa para que essa cidadania seja 
uma realidade palpável a todos os cidadãos. 
Portanto, a avaliação é parte importante em qualquer plano de ação, pois permitirá descobrir as falhas que 
podem ser corrigidas no desenvolvimento de cada etapa, sem interferir no andamento do processo. É possível 
melhorar ações ou redefini-las dentro de cada fase do planejado, além disso, a avaliação irá possibilitar uma 
retomada no planejamento, sendo que este a qualquer pode momento sofrer alterações que irão influenciar no 
resultado de todas as ações. 
O plano deverá passar por várias análises, além dos sistemas de monitoramento elaborados, para aumentar a 
possibilidade de executar e de corrigir futuras situações indesejadas que possam surgir na sua execução e 
desenvolvimento. A reflexão tomada como um processo avaliativo do plano será feita envolvendo todos os atores 
que compõem seu desenvolvimento, bem como aqueles que realizaram sua elaboração e execução. Assim, a 
avaliação deverá ser realizada de forma permanente e por meio de processos a cada conclusão dos projetos, 
ações, trabalhos e programas desenvolvidos pelas instituições escolares. 
Portanto, é importante ressaltar que todas as etapas do plano de ação deverão receber atenção especial pela 
avaliação e monitoramento, que permitirão remodelar, redefinir, modificar ou melhorar cada atividade 
desenvolvida, ampliando a possibilidade de melhoria da execução das atividades,bem como atingir os objetivos 
propostos neste plano. 
 
Curso Online Gratuito 
O Ministério dos Direitos Humanos lançou o Programa Nacional de Educação Continuada em Direitos Humanos 
(PNEC-DH), cuja proposta consiste em cursos à distância sobre variadas temáticas em Direitos Humanos, 
disponíveis gratuitamente pela plataforma da Escola Virtual de Governo para todos os públicos. Os cursos 
abrangem os temas: Promoção e Defesa dos Direitos da População LGBT, Educação em Direitos Humanos; Direitos 
Humanos: Uma Declaração Universal; Promoção dos Direitos para a População em Situação de Rua; Formação de 
Conselheiros em Direitos Humanos; Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa. A carga horária varia entre 20 e 30 
horas de duração. Curso de Cidadania e Direito Humanos: 
 
 
 
 
65 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BELLONI, I.; MAGALHÃES, H. de; SOUSA, L. C. de. Metodologia de avaliação em políticas públicas. 3. ed. 
São Paulo: Cortez, 2003. 
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC; CONSED; UNDIME, 
2018. Disponível em: 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 13 
maio 2020. 
______. Ministério da Educação. Direitos Humanos em Educação. Brasília: MEC, 2013. (Série Cadernos 
Pedagógicos, 5). Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=12331-direitoshumanos-
pdf&Itemid=30192. Acesso em: 13 maio 2020. 
______. Ministério da Educação. Resolução n. 1, de 30 de maio de 2012. Estabelece Diretrizes Nacionais 
para a Educação em Direitos Humanos. Brasília, DF: Ministério da Educação; Conselho Nacional de 
Educação, 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp001_12.pdf. Acesso em: 26 
abr. 2020. 
______. Plano Nacional em Direitos Humanos. Brasília, DF: Secretaria Especial dos Direitos Humanos; 
Ministério da Educação; Ministério da Justiça; UNESCO, 2007. Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/docman/2191-plano-nacional-pdf/file. Acesso em: 13 maio 2020. 
COLEÇÃO Cadernos do Respeitar. Respeitar é Preciso!, 2019. Disponível em: 
http://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/. Acesso em: 13 maio 202 
DECLARAÇÃO Universal dos Direitos Humanos. 11. ed. Adaptação de Ruth Rocha e Otávio Roth. São Paulo: 
Salamandra, 2014. 
DINIZ, D. O que é deficiência. São Paulo: Brasiliense, 2007. 
DIREITOS Humanos para crianças. [S. l.: s. n.], 2010. 1 vídeo, 12 min. Publicado pelo canal Caio Tiago 
Oliveira de Sousa. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=j33hoi_Cn7Y. Acesso em: 
13 maio 2020. 
ÉTICA e cidadania. Cidadania e Direitos Humanos. Escola Virtual Gov, [2020]. Disponível em: 
https://www.escolavirtual.gov.br/curso/134. Acesso em: 13 maio 2020. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA (UNESCO). Ensinar 
respeito por todos: guia de implementação. Brasília, DF: UNESCO, 2018. Disponível em: 
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000261591. Acesso em: 13 maio 2020. 
______. Programa mundial para educação em direitos humanos. Nova York; Genebra: ONU; UNESCO; 
EACDH, 2006. 
SCHILLING, F. (org.). Direitos humanos e educação: outras palavras, outras práticas. São Paulo: Cortez, 
2005. 
 
 
66 
 
 
SÃO PAULO (Cidade); INSTITUTO VLADIMIR HERZOG. EDH para Todas as Idades. 3. ed. São Paulo: Prefeitura 
de São Paulo; Insituto Vladimir Herzog, 2019. Disponível em: https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-
respeitar/edh-para-todas-as-idades/. Acesso em: 13 maio 2020. 
TAVARES, C. Educar em Direitos Humanos: o desafio da formação dos educadores numa perspectiva 
interdisciplinar. Disponível em: Acesso em: 7 ago. 2012. 
UNIC. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: 
https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf. Acesso em: 20 fev. 2020. 
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. 
ZIRALDO. Os Direitos Humanos. Brasília, DF: Ministério da Educação. Secretaria Especial dos Direitos 
Humanos, 2008. Disponível em: 
http://www.dhnet.org.br/dados/cartilhas/a_pdf_dh/cartilha_ziraldo_dh.pdf. Acesso em: 13 maio 2020. 
ZLUHAN, M. R.; RAITZ, T. R. A educação em Direitos Humanos para amenizar os conflitos no cotidiano das 
escolas. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 95, n. 239, p. 31-54, jan./abr. 2014. 
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbeped/v95n239/a03v95n239.pdf. Acesso em: 13 maio 2020. 
 
	Páginas de EDDH - Educação em e para os direitos humanos - Volume 02.pdf
	Páginas de EDDH - Educação em e para os direitos humanos - Volume 024.pdf

Continue navegando