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Prof. Rogério Iago Di Renzo iagodirenzo@gmail.com FAPAN – Cáceres - MT Materiais de Construção Civil: Aglomerantes - Cal Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 2 FAPAN – Cáceres - MT Definição: Produto com constituintes minerais que, para sua aplicação, se apresenta sob forma pulverulenta e que na presença da água forma uma pasta com propriedades aglutinantes, devido a sua capacidade coesiva, adesiva capaz de unir fragmentos minerais entre si. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 3 FAPAN – Cáceres - MT Aglomerante + Água = Pasta Aglomerante + Água + Agregado miúdo = Argamassa Aglomerante + Água + Agregado miúdo + Agregado graúdo = Concreto Principal função: Formar uma pasta que promove a união entre os grãos de agregados. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 4 FAPAN – Cáceres - MT Requisitos: Adesividade Trabalhabilidade Resistência mecânica Durabilidade Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 5 FAPAN – Cáceres - MT Classificação (NBR 1172): Aglomerante hidráulico Aglomerante cuja pasta apresenta a propriedade de endurecer apenas pela reação com a água e que, após seu endurecimento, resiste satisfatoriamente quando submetida à ação da água. quando submetida à ação da água. Aglomerante aéreo Aglomerante cuja pasta apresenta a propriedade de endurecer pela ação química do anidrido carbônico (CO2) presente na atmosfera e que, após seu endurecimento, não resiste satisfatoriamente quando submetida à ação da água. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 6 FAPAN – Cáceres - MT Classificação: Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 7 FAPAN – Cáceres - MT Cal: A cal é um aglomerante aéreo, ou seja, é um produto que reage em contato com o ar. Nesta reação, os componentes da cal se transformam em um material tão rígido quanto a rocha original (o calcário) utilizada para fabricar o produto. Sua utilização engloba as indústrias siderúrgicas, para remoção de impurezas; o setor ambiental, no tratamento de resíduos industriais; as indústrias de papel e o setor de construção civil. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 8 FAPAN – Cáceres - MT Aplicação da cal: Na construção civil A cal é utilizada principalmente na forma hidratada, como componente fundamental no preparo de argamassas de assentamento e de revestimento de grande durabilidade e de ótimo desempenho. É utilizada também no preparo de tintas alcalinas de alta alvura, atribuindo à pintura propriedades fungicidas e bactericidas que favorecem a saúde e o conforto dos usuários das edificações. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 9 FAPAN – Cáceres - MT Aplicação da cal: Na construção civil Na construção de estradas, como elemento de estabilização de solos de baixa capacidade de suporte e como aditivo de misturas asfálticas, assegurando maior longevidade ao capeamento das rodovias. Nas indústrias siderúrgica e metalúrgica A cal é fundamental em diversas fases da fabricação e de outros metais não ferrosos, como cobre e o zinco. A cal é aglomerante na minério de ferro. Utilizada no processo de sinterização e na dessulfuração de gusa, como elemento escorificante. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 10 FAPAN – Cáceres - MT Aplicação da cal: Na indústria química É insumo básico na produção de especialidades como carbonato de cálcio precipitado, carbureto de cálcio, óxido de propeno, cloreto de cálcio, hipoclorito de cálcio e vários outros elementos. Na produção de papel e celulose A cal virgem é essencial na causticação do licor negro e como agente redutor de acidez na produção de papéis alcalinos. É também empregada como fundente em vidrarias. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 11 FAPAN – Cáceres - MT Aplicação da cal: Na indústria alimentícia A cal está presente nos setores sucro-alcooleiro, cítrico e em vários processos de preparo de alimentos. Na produção de açúcar e de álcool, age como redutor de acidez e clarificador do caldo da cana. No setor cítrico, é agente redutor de acidez e auxiliar para secagem do bagaço de cítricos e fonte de cálcio na produção das rações preparadas à base do farelo desse bagaço. É empregada também na produção de fosfato bicálcico para alimentação animal e usada ainda como redutor de acidez na indústria de laticínios. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 12 FAPAN – Cáceres - MT Aplicação da cal: Na agricultura A cal tem forte aplicação na recuperação de solos ácidos, tornando-os próprios ao reflorestamento e a diversas culturas, sendo também um importante micronutriente. É fonte de cálcio na produção industrial de fertilizantes agrícolas. Tem ainda inúmeras aplicações no meio rural, a alcalinização de lagoas para piscicultura. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 13 FAPAN – Cáceres - MT Aplicação da cal: Na saúde e na preservação ambiental A cal age como poderoso bactericida e saneador de ambientes, tendo papel destacado na prevenção de males como a doença de Chagas e no combate a vetores como o vibrião do cólera. É elemento básico no tratamento de efluentes de água para abastecimento público. É um valioso agente dessulfurante no controle de emissões atmosféricas da indústria, contribuindo para reduzir a incidência de chuvas ácidas. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 14 FAPAN – Cáceres - MT Fabricação da Cal: Cal cálcica Cal dolomítica Cal magnesiana CaO Teor MgO Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 15 FAPAN – Cáceres - MT Fabricação da Cal: 𝐶𝑎𝐶𝑂3 + 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 → 𝐶𝑎𝑂 + 𝐶𝑂2 𝐶𝑎𝑂 + 𝐻2𝑂 → 𝐶𝑎(𝑂𝐻)2 + 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐶𝑎(𝑂𝐻)2+ 𝐶𝑂2 → 𝐶𝑎𝐶𝑂3 + 𝐻2𝑂 + 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 16 FAPAN – Cáceres - MT Fabricação da Cal: A pedra calcária é triturada e levada a um forno; O combustível usado é o carvão, que assegura um produto com baixo teor de sulfato. Este processo produz a cal virgem (CaO). Após a queima, o produto é hidratado, transformando a cal virgem em cal extinta. A hidratação correta é de fundamental importância para fazer uma cal hidráulica natural ser usada na construção. Este processo de extinção é exotérmico; O material é moído em um moinho de bolas para produzir um pó de finura homogênea. Finalmente o pó é ensacado e vendido. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 17 FAPAN – Cáceres - MT Fabricação da cal: Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 18 FAPAN – Cáceres - MT Fabricação da cal: A qualidade de uma cal está relacionada ao seu processo de fabricação desde o controle de qualidade do minério até a forma de hidratação. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 19 FAPAN – Cáceres - MT Fabricação da cal: Cal hidratada Cal, sob a forma de pó seco, obtida pela hidratação adequada de cal virgem, constituída essencialmente de hidróxido de cálcio ou de uma mistura de hidróxido de cálcio e hidróxido de magnésio, ou ainda, de uma mistura de hidróxido de cálcio,hidróxido de magnésio e óxido de magnésio. Pela exposição ao ar úmido ou através de hidratadores, ocorre a transformação da cal virgem em cal hidratada ou a “extinção” da cal. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 20 FAPAN – Cáceres - MT Fabricação da cal: Cal hidratada A hidratação da cal virgem é uma reação fortemente exotérmica . O aglomerante é o hidróxido, e a capacidade aglomerante da cal hidratada e a capacidade aglomerante da cal hidratada é quantificada pelo teor dos hidróxidos presentes no produto. A cal hidratada endurece em contato com o ar por recarbonatação dos óxidos, ao absorver CO2 (gás carbônico) do ar. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 21 FAPAN – Cáceres - MT Ensaios Químicos: Os ensaios tem por objetivo verificar a "pureza" da cal hidratada Os ensaios tem por objetivo verificar a "pureza" da cal hidratada, avaliando o processo de fabricação do produto e a qualidade da sua matéria prima. Os ensaios químicos têm influência direta sobre o desempenho do produto. Além disso, a partir desses ensaios, pode-se verificar a existência de impurezas na matéria prima da cal hidratada. Quanto maior a porcentagem de impurezas, menor será a quantidade de cal que o consumidor estará efetivamente comprando. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 22 FAPAN – Cáceres - MT Ensaios Químicos: A cal hidratada é obtida a partir da adição de água na cal virgem e sua qualidade química depende das características e das impurezas contidas na rocha que lhe deu origem e do processo de calcinação de sua matéria prima. Determinação da quantidade de dióxido de carbono O dióxido de carbono, anidrido carbônico, ou gás carbônico, é liberado na queima das rochas que formarão a cal virgem. A determinação da quantidade de dióxido de carbono na cal hidratada tem como função verificar se o minério foi bem calcinado ou se ficou parte sem reagir. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 23 FAPAN – Cáceres - MT Ensaios Químicos: Determinação da quantidade de dióxido de carbono Serve para verificar, também, se aconteceu uma carbonatação no armazenamento da cal hidratada por contato com o dióxido de carbono do meio ambiente. Se a rocha que deu origem à cal foi pouco "queimada", diminui o seu poder de "cola“. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 24 FAPAN – Cáceres - MT Ensaios Químicos: Óxidos não hidratados Este ensaio avalia a quantidade de cal virgem que não hidratou com a água. Quanto maior essa quantidade, menor a fração de cal hidratada efetivamente no produto final e quanto menos cal hidratada menor o poder de "colar" a argamassa terá. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 25 FAPAN – Cáceres - MT Ensaios Químicos: Óxidos não hidratados Quanto maior for a fração de impurezas presentes na amostra, menor será a fração de óxidos totais. Pode-se dizer então que este ensaio verifica a qualidade da matéria prima utilizada na fabricação da cal hidratada. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 26 FAPAN – Cáceres - MT Classificação da Cal hidratada (NBR 7175): A cal hidratada pode ser classificada em três tipos: CH I, CH II e CH III. Todos os tipos têm que ser submetidos aos mesmos ensaios mas as exigências de resultados melhores para a cal CH I são maiores do que para a CH II, que exigem mais do que para a CH III Isto significa que se o consumidor quiser uma exigem mais do que para a CH III. Isto significa que se o consumidor quiser uma cal mais "pura" ele deve adquirir uma CH I, já que para ser definida desta maneira, seus resultados obedecem a limites acima dos exigidos para a CH III. O tipo CH II seria o meio termo. Caso o fabricante não informasse qual o tipo da cal, seria estipulado o tipo CH III. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 27 FAPAN – Cáceres - MT Classificação da Cal hidratada: Quanto a composição química • Cal Cálcica – teor de MgO < 20% • Cal Magnesiana – teor de MgO > 20% Em ambos os casos, a soma de CaO e MgO deve ser maior que 95% e os componentes argilosos como a SiO2 (sílica), Al2O3 (alumina) e Fe2O3 (óxido de ferro) somam no máximo 5%. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 28 FAPAN – Cáceres - MT Classificação da Cal hidratada: Quanto ao rendimento da pasta • Cal gorda – são necessários menos de 550 kg de cal virgem para produzir 1 m³ de pasta, ou seja, 1 m³ de cal produz mais de 1,82 m³ de pasta. • Cal magra – são necessários mais de 550 kg de cal virgem para produzir 1 m³ de pasta, ou seja, 1 m³ de cal produz menos de 1,82 m³ de pasta. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 29 FAPAN – Cáceres - MT Classificação da Cal hidratada: Quanto ao tempo de extinção ou hidratação • Rápida – inferior a 5 minutos. • Média – entre 5 e 30 minutos. • Lenta – superior a 30 minutos. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 30 FAPAN – Cáceres - MT Classificação da Cal virgem: A cal virgem pode ser: CVC (Cal virgem comum) e CVE (Cal virgem especial). A cal virgem especial apresenta uma melhor qualidade, mas isso não quer dizer que só devemos comprar ela. Se não precisarmos de uma cal mais pura e de melhor qualidade não temos motivos para gastar mais com a cal especial. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 31 FAPAN – Cáceres - MT Cal virgem vs Cal hidratada: Hidratar é preciso!! A cal virgem, na realidade, não é aplicada diretamente na obra. Ela deve, necessariamente, passar pela hidratação, seja no momento de sua produção ou durante o preparo da argamassa no canteiro ou na central de mistura. Nesse caso, comprar a cal hidratada – disponível em recipientes plásticos ou em sacos de papel Kraft – garante agilidade e segurança, visto que o material chega pronto para ser adicionado à areia, água e cimento. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 32 FAPAN – Cáceres - MT Cal virgem vs Cal hidratada: Hidratar é preciso!! Situações que pedem a hidratação da cal na obra acabam ocasionando perda excessiva de tempo, já que o material precisa descansar por, no mínimo, 48 horas antes de ser utilizado. Além disso, corre-se o risco de a hidratação não ser completa, podendo acarretar trincas, quedas e maior desperdício. Cal virgem: NBR 6453 e Cal hidratada NBR 7175 Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 33 FAPAN – Cáceres - MT Cal virgem vs Cal hidratada: Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 34 FAPAN – Cáceres - MT Cal virgem vs Cal hidratada: Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 35 FAPAN – Cáceres - MT Cal virgem vs Cal hidratada: Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 36 FAPAN – Cáceres - MT Normas para determinar a qualidade da cal: NBR 6453 - Cal virgem para construção civil – Requisitos NBR 7175 - Cal hidratada para argamassas NBR 9289 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da finura NBR 9205 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da estabilidade Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo37 FAPAN – Cáceres - MT Normas para determinar a qualidade da cal: NBR 9206 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da plasticidade NBR 9206 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da capacidade de incorporação de areia no plastômero de Voss NBR 9290 - Cal hidratada para argamassas - Determinação de retenção de água NBR 6473 - Cal virgem e cal hidratada - Análise química Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 38 FAPAN – Cáceres - MT Armazenamento Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 39 FAPAN – Cáceres - MT Armazenamento Local: ambiente fechado e isento de umidade. Prazo: por no máximo 30 dias. Orientações: sobre estrados de madeira com os sacos isolados do piso e afastados 30 cm das paredes, em pilhas com no máximo quinze sacos de cal. Forrar para evitar a umidade do solo. Espaço: para 200 sacos de cal de 20 kg cada, o espaço mínimo é de 5 m². Prof. Rogério Iago Di Renzo iagodirenzo@gmail.com FAPAN – Cáceres - MT Materiais de Construção Civil: Aglomerantes - Cal Prof. Rogério Iago Di Renzo iagodirenzo@gmail.com FAPAN – Cáceres - MT Materiais de Construção Civil: Aglomerantes - Gesso Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 42 FAPAN – Cáceres - MT Definição: É um aglomerante aéreo (endurece pela ação química do CO2 do ar), obtido pela desidratação total ou parcial da Gipsita – aglomerante já utilizado pela humanidade há mais de 4.500 anos, no Egito. CaSO4 . 2H2O – Gipsita Após endurecido não suporta contato direto com a água. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 43 FAPAN – Cáceres - MT Desidratação da gipsita: I) As pedras de gipsita, depois da britagem e trituração, são queimadas na temperatura entre 130 e 160ºC, realizadas com pressão atmosférica ordinária. Nessa temperatura, a gipsita perde ¾ partes de sua água, passando de diidrato para hemidrato. Esse gesso hemidrato é conhecido como gesso rápido (quanto à pega), gesso estuque ou gesso Paris e endurece entre 15 e 20 minutos, muito usado em moldagem. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 44 FAPAN – Cáceres - MT Desidratação da gipsita: II) A partir de 250ºC, o gesso torna-se anidro (sem água) e o resultado é a formação de anidrita solúvel, ávida por água, e que, rapidamente, na presença desta, transforma-se em hemidrato. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 45 FAPAN – Cáceres - MT Desidratação da gipsita: III) Entre 400 e 600ºC, a anidrita torna-se insolúvel e não é mais capaz de fazer pega, transformando-se num material inerte, participando do conjunto como material de enchimento. IV) Entre 900 e 1200ºC, o gesso sofre a separação do SO3 e da CaO, formando um produto de pega lenta (pega entre 12 e 14 horas) chamado de gesso de pavimentação, gesso hidráulico. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 46 FAPAN – Cáceres - MT Propriedades do Gesso: No estado em que se encontra normalmente no mercado (hemidratado), as propriedades do gesso são : Pega A velocidade de endurecimento do gesso depende de: Temperatura e tempo de calcinação Finura de suas partículas Quantidade de água no amassamento Presença de impurezas ou uso de aditivos. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 47 FAPAN – Cáceres - MT Os gessos hemidratados (CaSO4 . ½ H2O) dão pega em poucos minutos, mas os gessos anidro solúveis podem ter pega tão lenta quanto se desejar. Os anidros insolúveis não dão pega e a finura dos grãos é responsável pela aceleração da pega, em função da maior superfície específica disponível para hidratação. A quantidade d’água funciona negativamente no fenômeno de pega, pois quanto mais água, mais lenta se dá a pega e o endurecimento. A quantidade ótima de água a ser utilizada no gesso é, normalmente, em torno de 19% de massa do mesmo. A presença de impurezas diminui muito a velocidade de pega. Mas existem aditivos que podem acelerar ou retardar essa pega do gesso. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 48 FAPAN – Cáceres - MT Aderência As pastas e argamassas de gesso aderem bem a tijolos, pedras, ferro e aderem mal à superfícies de madeira. A aderência gesso-ferro é boa, mas pode ocasionar a oxidação do ferro. Não se deve fazer gesso-armado como cimento-armado, argamassa armada ou concreto. Mas pode-se utilizar armação de ferro galvanizado com o gesso. OBS: O gesso, devido a sua fácil solubilidade, não deve ser utilizado no exterior. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 49 FAPAN – Cáceres - MT Isolamento As pastas e argamassas de gesso são bons isolantes térmicos, acústicos. Conferem boa resistência ao fogo pois, tendo sua água evaporada, reduz- se a pó. Curiosidade: Uma estrutura, recoberta com gesso com 3 cm. de espessura, resiste até 45 minutos a fogo de 1000ºC devido ao gesso. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 50 FAPAN – Cáceres - MT Classificação comercial dos gessos hemidratados Gesso Escaiola Gesso com 80% de peso hemidratado, de cor branca, com finura adequada quando moído. Gesso Branco Gesso com 66% de peso hemidratado, de cor branca e também com finura adequada quando moído. Gesso Negro Gesso com 55% de peso hemidratado, de cor cinza devido às impurezas e com granulometria menor do que o gesso Escaiola ou Branco. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 51 FAPAN – Cáceres - MT Aplicações do gesso na construção civil Revestimento de alvenarias (gesso liso) Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 52 FAPAN – Cáceres - MT Aplicações do gesso na construção civil Revestimento de alvenarias (gesso liso) O gesso aplicado na parede em forma de pasta, tem o acabamento em superfície branca que é facilmente coberta por pintura, dispensando a aplicação da massa corrida, que se faz necessária quando a tinta é aplicada sobre parede argamassada. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 53 FAPAN – Cáceres - MT Aplicações do gesso na construção civil Blocos para execução de divisórias (bloquetes) Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 54 FAPAN – Cáceres - MT Aplicações do gesso na construção civil Placas de acartonado para forros e divisórias Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 55 FAPAN – Cáceres - MT Aplicações do gesso na construção civil Placas de acartonado para forros e divisórias Dentre as tipologias das placas comumente utilizadas têm-se: Standard (ST): utilizada em áreas secas, sem necessidades específicas. Resistente à Umidade (RU): utilizadas em áreas sujeitas à umidade de forma intermitente e por tempo limitado. Resistente ao Fogo (RF): utilizadas em áreas com pouca presença de umidade e com exigências especiais em relação ao fogo. Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 56 FAPAN – Cáceres - MT Normalização O gesso para construção civil é comercializado em sacos de 40 kg, e deve atender as especificações da NBR 13207. Normas de especificação e ensaios – abnt NBR 12127 –Gesso para construção – Determinação das propriedades físicas do pó NBR 12128 – Gesso para construção – Determinação das propriedades físicas da pasta NBR 12129 – Gesso para construção – Determinação das propriedades mecânicas Aula 06 – Aglomerantes Prof. Rogério Iago Di Renzo 57 FAPAN – Cáceres - MT Normas de especificação e ensaios – abnt NBR 12130 – Gesso para construção – Determinação da água livre e de cristalização e teores de óxido de cálcio e anidrido sulfúrico. NBR 13207 – Gesso para construção civil – Especificações. NBR 13867 – Revestimento interno de paredes e tetos com pastas de gesso – Materiais, preparo, aplicação e acabamento.
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