Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BÁRBARA MARIA SILVA BARRETO GIOVANNA DA SILVA RIBEIRO JONATHAS MATTOS RENAN GONÇALVES TRABALHO 1 CÁLCULO NUMÉRICO Vitória 2021 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................3 2 METODOLOGIA...............................................................................................4 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES.....................................................................6 4 CONCLUSÃO..................................................................................................10 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................11 1. INTRODUÇÃO O processo de urbanização, caracterizado pela mudança da população do campo para as cidades, resultou em um crescimento exacerbado e desordenado de muitos centros urbanos no Brasil. Entretanto, os serviços de coleta e tratamento de esgotos domésticos não acompanharam proporcionalmente esse processo de urbanização, acarretando em um aumento significativo de carga poluidora lançada nos corpos d’água (ANA, 2012). Segundo o Instituto Trata Brasil, quase 100 milhões de pessoas, equivalente a aproximadamente 46% da população, não são atendidas pelo sistema coletivo de esgoto, ou seja, não há coleta nem tratamento do esgoto, sendo despejado diretamente na natureza. Como resultado, ocorre a deterioração da qualidade da água, gerando graves consequências sociais e ambientais. O lançamento de poluentes nos corpos hídricos, tais como resíduos sólidos urbanos e esgoto sanitário, estão entre as principais causas da poluição hídrica. Sendo o esgoto sanitário frequentemente lançado em razão da falta de rede de coleta e tratamento ou do tratamento ineficiente dos esgotos coletados. Segundo levantamento realizado pelo jornal Folha de S. Paulo, em média 42% das praias pertencentes a cidades turísticas brasileiras estão impróprias para banho. Fato que favorece a transmissão de doenças de veiculação hídrica, afetando a saúde da população, além de também interferir na economia da região, visto que o turismo fica prejudicado, e este é um dos setores que mais movimenta as regiões litorâneas. Exposto isso, com a finalidade de analisar uma das causas da poluição do litoral brasileiro, este trabalho tem o objetivo identificar, a partir de um conjunto de dados, cidades que apresentam nível de poluição das praias superior ou inferior à média nacional através de uma função matemática, relacionando a densidade da população sem esgoto de um determinado município, com a extensão da praia (em percentual) imprópria para banho deste mesmo município. Bem como apresentar a raiz da função desenvolvida. https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/urbanizacao.htm 2. METODOLOGIA O desenvolvimento da equação foi feito a partir do levantamento de dados referentes à População, Densidade demográfica, Parcela da População sem Acesso a Saneamento, Extensão do Litoral e Extensão de Praias Impróprias para Banho de cada cidade. A partir dos dados iniciais, foram calculadas a Densidade Demográfica da População Sem Acesso a Saneamento (PSS) e a Porcentagem da Extensão de Praia (%PI) Imprópria para Banho em relação à extensão do litoral das cidades, que correspondem às variáveis independentes (x) e dependentes (y), respectivamente. As equações utilizadas para determinar as variáveis são: 𝑃𝑆𝑆 = 𝑃𝑜𝑝.𝑠𝑒𝑚 𝑠𝑎𝑛𝑒𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 ∗ 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑚𝑜𝑔𝑟á𝑓𝑖𝑐𝑎 (1) %𝑃𝐼 = 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑎𝑖𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑎 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑙𝑖𝑡𝑜𝑟𝑎𝑙 ∗ 100 (2) Para obter um polinômio que ajustasse os pontos no gráfico foi feita a Regressão linear múltipla, utilizando o Modelo Linear de 2° grau, que é dado pela seguinte equação: 𝑌𝑖 = 𝛽0 + 𝛽1 ∗ 𝑋𝑖 + 𝛽2 ∗ 𝑋𝑖2 + 𝑒𝑖 (3) em que: Yi = valor observado para a variável dependente Y no i-ésimo valor da variável independente X; β0 = constante de regressão; β1 = coeficiente de regressão; β2 = coeficiente de regressão; Xi = i-ésimo termo da variável independente X; ei = erro associado ao valor observado Y e o correspondente Para estimar os valores de β0, β1 e β3 foi aplicado o Método dos Mínimos Quadrados no modelo de 2° grau, de forma a obter o seguinte sistema de equações, conforme a Figura 1: Figura 1 - Sistema de equações para aproximação dos valores β0, β1 e β3. Fonte: Peternelli, Luiz Alexandre. CAPÍTULO 9 - Regressão linear e correlação.Disponível em <http://www.dpi.ufv.br/~peternelli/inf162.www.16032004/materiais/CAPITULO9.pdf>. Acesso em: 21 de nov. de 2021. A partir da função desenvolvida F(X) = 1,57*10-7 + 1,53*10-7*X + 1,12*10-7*X², e considerando que de acordo com o jornal Folha de São Paulo em média 42% das praias turísticas brasileiras estão impróprias para banho, pode-se fazer o seguinte arranjo 0,42 = F(X) = 1,57*10-7 + 1,53*10-7*X + 1,12*10-7*X². Após isso, ao deslocar 0,42 para o outro lado da igualdade, e dividir toda a equação por 0,42, geramos uma função em que o parâmetro de 42% foi tomado como base, sendo a raiz (o zero) desta função as são cidades que possuem 42% do litoral impróprio. Dessa forma, a função identifica, a partir da densidade demográfica da população sem acesso a saneamento (x) e utilizando o parâmetro de 42%, as cidades que apresentam nível de poluição das praias superior ou inferior à média nacional. As cidades que apresentarem densidade menor do que a raiz da função, terão como resultado um índice negativo (< 0), ou seja, estão abaixo da média nacional de praias impróprias para banho. E as cidades que apresentarem densidade maior do que a raiz da função, terão como resultado um índice positivo, ou seja, estão acima da média nacional de praias impróprias para banho. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES As cidades utilizadas na amostragem foram Vitória, Serra, Vila Velha, Guarapari, Fundão, Aracruz, Rio de Janeiro e Salvador. Os dados referentes à população, densidade demográfica, população sem saneamento e densidade da população sem saneamento destas cidades estão organizados na Tabela 1. Tabela 1 - Dados das cidades amostradas Fonte: Elaborado pelos autores, 2021. As extensões do litoral e de praias impróprias para banho destas cidades se encontram na Tabela 2. Tabela 2 - Extensão de litoral e de praias impróprias Fonte: Elaborado pelos autores, 2021. Em seguida, os dados foram expressos no gráfico de dispersão, conforme Figura 2. Figura 2 - Gráfico de dispersão Fonte: Elaborado pelos autores, 2021. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a porcentagem média de praias poluídas em cidades turísticas no Brasil era de 42% no ano de 2019. Consideramos este dado um parâmetro, e após aplicação da fórmula desenvolvida, conclui-se que todos os municípios avaliados neste levantamento apresentam o índice Y < 0, ou seja, têm uma extensão de praia contaminada menor do que a média nacional. Figura 3 - Gráfico densidade da população sem esgoto X índice Fonte: Elaborado pelos autores, 2021. Tabela 3 - Variáveis referentes aos municípios da amostragem Fonte: Elaborado pelos autores, 2021. Conforme é possível observar no gráfico da Figura 3 e na tabela 3 acima, todos os municípios expostos estão abaixo da média de cidades turísticas brasileiras que apresentam litoral poluído. Observa-se também que, à medida que a densidade demográfica da população sem acesso à saneamento (x) aumenta, o valor de y tende a ficar positivo, ou seja, se aproxima cada vez mais do parâmetro de 42%. Nesse sentido, podemos afirmar que há uma relação diretamente proporcional com a parcela da população que não recebe serviçosde coleta e tratamento de esgoto com a poluição das regiões litorâneas. A respeito da função desenvolvida, pode-se afirmar que a sua raiz positiva representa as cidades que possuem exatamente 42% de suas praias impróprias para banho. A seguir, figura 4, que representa o gráfico desta função: Figura 4 - Gráfico da função Fonte: Elaborado pelos autores, 2021. Onde a raiz positiva B é igual à aproximadamente 1932, o que significa que as cidades onde a densidade demográfica da população sem saneamento apresenta esse valor, possuem 42% de seu litoral impróprio para banho. 4. CONCLUSÃO Com o desenvolvimento deste trabalho foi possível observar que os resultados obtidos são importantes do ponto de vista ambiental, visto que a qualidade das águas litorâneas está diretamente relacionada às condições de saneamento ambiental. Portanto, há a necessidade de melhoria nas estruturas de saneamento básico e tratamento de esgoto para que atendam o maior número de cidades do litoral brasileiro, para evitar o despejo de esgoto no mar e elevar o nível de qualidade das praias. Vale salientar também que, deve haver um constante monitoramento da balneabilidade das praias brasileiras, uma vez que é de responsabilidade dos órgãos municipais e estaduais determinar as medidas tomadas dentro de seu território a respeito da qualidade das praias, e esta individualidade permite que alguns estados e cidades não tenham um monitoramento constante sobre a qualidade de seu litoral, o que coloca em risco o meio ambiente e também a saúde dos banhistas. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VELASCO, Clara. Raio X do saneamento no Brasil: 16% não têm água tratada e 47% não têm acesso à rede de esgoto. G1, 24 jun. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/06/24/raio-x-do-saneamento-no-brasil- 16percent-nao-tem-agua-tratada-e-47percent-nao-tem-acesso-a-rede-de- esgoto.ghtml. Acesso em: 20 nov. 2021. ANA - Agência Nacional das Águas. Panorama da Qualidade das Águas Superficiais do BRASIL. Brasília. 2012. Disponível em: https://arquivos.ana.gov.br/imprensa/publicacoes/Panorama_Qualidade_Aguas_Sup erficiais_BR_2012.pdf. Acesso em: 20 nov. 2021. CAMPOS, Mateus. Problemas ambientais urbanos. Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/os-problemas-ambientais- urbanos.htm. Acesso em: 20 nov. 2021. BRK Ambiental. Esgoto nas praias: um problema que não atinge somente os banhistas. 2019. Disponível em: https://blog.brkambiental.com.br/esgoto-nas- praias/. Acesso em: 20 nov. 2021. VIEIRA, Bárbara Muniz. Principal causa de poluição da água, falta de coleta de esgoto atinge 83% dos alagoanos e ameaça saúde e turismo. G1, 23 jul. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/07/23/principal- causa-de-poluicao-da-agua-falta-de-coleta-de-esgoto-atinge-83percent-dos- alagoanos-e-ameaca-saude-e-turismo.ghtml. Acesso em: 20 nov. 2021. IAS – Instituto Água e Saneamento. MUNICÍPIOS E SANEAMENTO: Dados sobre o saneamento no nível municipal. 2020. Coordenação de Estudos de Clima e Projetos Especiais – COCEP/DIRAM. Boletim de Balneabilidade. Salvador. 2021. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/06/24/raio-x-do-saneamento-no-brasil-16percent-nao-tem-agua-tratada-e-47percent-nao-tem-acesso-a-rede-de-esgoto.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/06/24/raio-x-do-saneamento-no-brasil-16percent-nao-tem-agua-tratada-e-47percent-nao-tem-acesso-a-rede-de-esgoto.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/06/24/raio-x-do-saneamento-no-brasil-16percent-nao-tem-agua-tratada-e-47percent-nao-tem-acesso-a-rede-de-esgoto.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/06/24/raio-x-do-saneamento-no-brasil-16percent-nao-tem-agua-tratada-e-47percent-nao-tem-acesso-a-rede-de-esgoto.ghtml https://arquivos.ana.gov.br/imprensa/publicacoes/Panorama_Qualidade_Aguas_Superficiais_BR_2012.pdf https://arquivos.ana.gov.br/imprensa/publicacoes/Panorama_Qualidade_Aguas_Superficiais_BR_2012.pdf https://arquivos.ana.gov.br/imprensa/publicacoes/Panorama_Qualidade_Aguas_Superficiais_BR_2012.pdf https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/os-problemas-ambientais-urbanos.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/os-problemas-ambientais-urbanos.htm https://blog.brkambiental.com.br/esgoto-nas-praias/ https://blog.brkambiental.com.br/esgoto-nas-praias/ https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/07/23/principal-causa-de-poluicao-da-agua-falta-de-coleta-de-esgoto-atinge-83percent-dos-alagoanos-e-ameaca-saude-e-turismo.ghtml https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/07/23/principal-causa-de-poluicao-da-agua-falta-de-coleta-de-esgoto-atinge-83percent-dos-alagoanos-e-ameaca-saude-e-turismo.ghtml https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/07/23/principal-causa-de-poluicao-da-agua-falta-de-coleta-de-esgoto-atinge-83percent-dos-alagoanos-e-ameaca-saude-e-turismo.ghtml INEA – RJ. HISTÓRICO DOS BOLETINS DE BALNEABILIDADE DE PRAIAS - ZONA OESTE E ZONA SUL. Rio de Janeiro. 2021. Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMMA. Programa Municipal de Monitoramento da Balneabilidade do Município de Vila Velha. 2021. Agência de Recursos Hídricos do Espírito Santo (AGERH). Balneabilidade das Praias de Guarapari. 2021. Peternelli, Luiz Alexandre. CAPÍTULO 9 - Regressão linear e correlação. Disponível em http://www.dpi.ufv.br/~peternelli/inf162.www.16032004/materiais/CAPITULO9.pdf. Acesso em: 21 nov. 2021.
Compartilhar