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Poder judiciário e organização judiciária

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Órgãos da jurisdição
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;  
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
1. O Conselho Nacional de Justiça, porém, é um órgão puramente administrativo, não exercendo a jurisdição como os demais integrantes do Poder Judiciário. 
2. Entre os órgãos do primeiro grau das Justiças estaduais inclui a Constituição, também expressamente, os juizados especiais cíveis e criminais (art. 24, inc. X). 
Jurisdição una (inexiste no Brasil o contencioso administrativo)
1. Vige tradicionalmente no Brasil o sistema de jurisdição una, pelo qual toda a jurisdição estatal é exercida exclusivamente pelos órgãos e organismos do Poder Judiciário, inexistindo aqui o contencioso administrativo, caracterizado como um sistema de órgãos verdadeiramente jurisdicionais internados na Administração Pública e encarregados dos processos em que esta seja parte. 
Órgãos não-jurisdicionais do Poder Judiciário
1. Conselho Nacional de Justiça: É o mais elevado órgão, no cenário judicial brasileiro, encarregado do controle do Poder Judiciário e de seus integrantes.
2. Ouvidorias de Justiça: tem competência para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao CNJ (Constituição, art. 103-B, §7°).
3. Escolas da Magistratura: todos os estados já tem suas escolas da magistratura. Fornecem cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecimento por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados. 
Independência do Poder Judiciário
1. A posição do Poder Judiciário, como guardião das liberdades e direitos individuais, só pode ser preservada através de sua independência e imparcialidade.
2. Para isso o Constituição institui certas garantias para esse Poder. 
Autogoverno 
1. Ao Poder Judiciário a Constituição assegura a prerrogativa de autogoverno, que se realiza mediante o exercício de atividades normativas e administrativas de auto organização e de auto regulamentação. Na ordem constitucional brasileira a garantia do autogoverno compreende a autonomia administrativa e a financeira – consistente esta na prerrogativa elaboração de proposta orçamentária (art. 99) e na gestão das dotações pelos próprios tribunais.
Garantias de independência 
1. Vitaliciedade: o magistrado pode perder o caro apenas por sentença judiciária (art. 95, I).
2. Inamovibilidade: consiste em não se permitir, sem seu consentimento, a remoção de um juiz de um cargo a outro (art. 95, inc. II)
3. Irredutibilidade de vencimentos: o juiz não sofre cortes nem reduções em seus vencimentos e sequer em alguma vantagem legitimamente obtida. Isso não impede a incidência de tributos. 
Organização judiciária
Nos arts. 92 ss. encontram-se disciplinados as normas referentes aos organismos judiciários. As normas do Estatuto da Magistratura, não colidentes com a constituição também disciplinam a organização judiciária. 
Competência legislativa 
1. A Constituição considera diferentemente: a) a disciplina do direito processual, b) a do procedimento e c) a organização judiciária – dando à União o monopólio da competência legislativa para o primeiro (art. 22, inc I), competência concorrente dos Estados e União para legislar sobre “procedimentos em matéria processual” (art. 24, inc. XI) e dispondo que “os Estados organizarão a sua Justiça” (art. 125).
2. Eventuais conflitos entre leis federais e estaduais em matéria de organização judiciária são resolvidos não como atenção a hierarquia das leis, mas com base na discriminação de competências legislativas, impostas pela Constituição. Quando se trata de organização da Justiça local é só o Estado quem legisla e qualquer norma federal que invada essa competência será violadora do art. 125 da Constituição. 
3. Nos casos de competência legislativa concorrente “a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia de lei estadual no que lhe for contrário”. 
O objeto da organização judiciária 
1. Os problemas referentes à administração da justiça podem ser distribuídos sistematicamente em alguns grupos fundamentais, que são os seguintes: 
a) Magistratura; 
b) duplo grau de jurisdição; 
c) composição dos juízos (inclusive tribunais); 
d) divisão judiciária; 
e) a estrutura judiciária nacional; 
f) épocas para o trabalho forense. 
Magistratura
1. Magistratura é o conjunto de juízes que integram o poder judiciário de um país. 
2. São magistrados apenas os juízes togados, isto é, os juízes de direito. Excluem-se os juízes leigos, jurados e árbitros. 
3. A Magistratura é organizada em carreira.
A estrutura judiciária nacional
1. São estes os organismos, ou justiças, que compõem a estrutura judiciária brasileira:
· Justiça Federal (Constit. Arts. 106-110)
· Justiça do Trabalho (Arts. 111-117)
· Justiça Eleitoral (arts. 118-121)
· Justiça Militar (Arts. 122-124)
· Justiças estaduais ordinárias (arts. 125 e 126)
· Justiças militares estaduais (art. 125, §3°)
2. Costuma a doutrina distingui-los entre justiça comum e justiça especial (as justiças do trabalho, eleitoral e militar são as justiças especiais). 
3. A justiça comum se distingue entre justiça federal e justiças estaduais. Cabendo:
· à Federal, causas em que forem partes a União ou certas outras pessoas jurídicas federais, ou fundadas em tratado internacional e ainda as referentes aos crimes praticados contra a União (Const., art. 109).
· às estaduais, as demais (competência residual – Const., art. 25, § 1°)
Os juízes de primeiro grau de jurisdição
1. Os juízos de primeiro grau da Justiça comum são monocráticos, mas todos os órgãos superiores, ou tribunais, são colegiados.
Os tribunais das diversas justiças
1. Além de seus juízos de primeiro grau jurisdicional (varas), cada uma das Justiças tem seus tribunais, que são órgãos superiores destinados a julgar recursos interpostos contra decisões inferiores (sempre da mesma justiça à qual o tribunal pertença). 
2. Os tribunais das diversas justiças são:
· na Justiça Federal, os Tribunais Regionais Federais situados no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Porto Alegre e em Recife e cobrindo todas as cinco regiões. 
· Na Justiça do Trabalho, o Tribunal Superior do Trabalho, sediado no Distrito Federal, e os Tribunais Regionais do Trabalho situados no Distrito Federal, nas Capitais de todos os Estados e em certas cidades nas quais a demanda de serviços dessa Justiça seja particularmente expressiva;
· Na Justiça Eleitoral, o Superior Tribunal Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais situados no Distrito Federal e em todas as capitais dos Estados. 
· Na Justiça Militar da União, o Superior Tribunal Militar, com sede no Distrito Federal;
· Na Justiça do Distrito Federal e na de cada Estado, os Tribunais de Justiça, situados no Distrito Federal e em todas as Capitais de Estados. 
Divisão Judiciária 
1. Para efeitos da Justiça Federal o país está dividido em cinco regiões, cada uma delas composta de tantas seções judiciárias quantas são os Estados e havendo também uma seção que corresponde ao Distrito Federal (Const., art. 110); 
2. E em cada seção judiciária existem subseções entre as quais estão distribuídos os órgãos de primeiro grau de jurisdição (varas federais).
3. Nas Justiças Estaduais há a divisão de cada unidade federada em comarcas.
4. A comarca e a subseção judiciária constituem o foro confiado aos juízes do primeiro grau de jurisdição, ou primeira instância – ou seja as comarcas e as subseções são o território em que o juiz exerce a jurisdição. Em um só foropode haver um ou mais juízos (varas etc.).
5. Foro é o território dentro de cujos limites o juiz exerce a jurisdição. Nas Justiças dos Estados o foro de cada juiz de primeiro grau é o que se chama comarca; na Justiça Federal é a subseção judiciária.
Épocas para o trabalho forense
1. Somente pode haver férias forenses no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais Superiores da União.
2. As férias dos juízes que são um direito de cada um deles no plano administrativo, não interferem no funcionamento dos órgãos jurisdicionais. Como a Constituição proíbe que elas sejam coletivas, cada qual gozará as suas férias individuais segundo escalas e serem organizadas pelos respectivos tribunais. 
Referências:
DINAMARCO, Cândido Rangel. BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. LOPES, Bruno Vasconcelos Carrilho. Teoria Geral do Processo. 33ª ed. São Paulo: Malheiros, 2021.

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