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Resultados e Discussão Ensaio de cisalhamento direto As curvas de ruptura (tensão x deformação) obtidas nos ensaios de resistência têm a forma mostrada na Figura YYY. Na ruptura frágil depois de atingir a τmáx, a resistência cai acentuadamente ao se aumentar a deformação. Na ruptura plástica o esforço máximo é mantido com a continuidade da deformação. Pode-se obter assim a chamada resistência “residual”. Figura YYY – Tensão de cisalhamento X deformação. As tensões máximas encontradas foram: σ (KPa) 50 100 150 200 τ (KPa) 34 62 88 117 Segundo Marangon, a ruptura “Frágil” é típica de ocorrência em argilas rijas e duras ou areias compactas enquanto que a ruptura “Plástica” é típica de ocorrência em argilas moles ou médias ou areias fofas ou pouco compactas. Realizando-se ensaios com diversas tensões normais, pode-se plotar num gráfico as tensões de ruptura para cada tensão normal, obtendo-se uma envoltória de resistência, a qual determinará os valores dos parâmetros, ângulo de atrito e coesão do solo em estudo. De acordo com Hernandez, a envoltória de Mohr pode ser escrita em forma de função como τ = f (σ), comumente curva, embora possa ser ajustada por uma reta no intervalo de tensões normais de interesse. A adequação de uma reta ao critério de ruptura foi proposta por Coulomb: 0 20 40 60 80 100 120 140 0 5 10 15 20 25 30 35 T en s ão d e C is a lh am en to (k P a ) Ei (%) Tensão de cisalhamento x Deformação 50 kPa 100 Kpa 150 kPa 200 kPa 𝜏 = 𝑐 + 𝜎 ∗ 𝑡𝑔𝜙 Onde: c = coesão ϕ = ângulo de atrito Figura XXX - Reta de Coulomb. Através da Figura XXX foi possível obter os valores da coesão e do ângulo de atrito: c = 6,57 kPa ϕ = 28,72 º Marangon ressalva que o ensaio de cisalhamento direto só dá valores confiáveis para o caso de ruptura plástica, pois, no outro caso a curva estará defasada do real. No caso da ruptura plástica os esforços são iguais em toda seção de rompimento, enquanto na outra há diferenciação entre a periferia e o centro da amostra. A partir dos dados encontrados, com valores de coesão de 6,57 kPa, que representam, segundo Marangon, uma argila muito mole (para valores de coesão inferiores a 9,8 kPa). Ainda analisando os dados obtidos, o ângulo de atrito interno com valor de 28,72 º, representa, segundo Bowles, um grau de compacidade que caracteriza uma amostra fofa. Analisando o gráfico Tensão de cisalhamento X Deformação, Figura YYY, a ruptura da amostra de solo ocorre de maneira que a tensão encontrada é homogênea, não apresentando grandes saltos. Sendo assim, segundo Marangon, ocorre uma ruptura plástica que é caracterizada pelos esforços distribuídos igualmente em toda a seção de ruptura, típico caso de solos argilosos moles. O plano de ruptura encontrado experimentalmente pode não ser o mais frágil, o que pode influir diretamente na reta de Coulomb, onde a relação de tensão normal e de cisalhamento máxima são expressas, podendo representar um plano de ruptura que não seja o de tensões máximas. Além disso, esse plano de ruptura encontrado pode interferir nos resultados finais, ou seja, nos valores de coesão e ângulo de atrito interno encontrados, portanto, para se obter valores mais precisos seria necessária a realização de mais repetições ou de outros testes, como por exemplo o ensaio triaxial. Referencia HERNANDEZ H. M. O. Caracterização geomecânica de rejeitos aplicada a barragens de aterro hidráulico. Dissertação de mestrado em geotecnia. Universidade de Brasília – Faculdade de Tecnologia – Departamento de Engenharia Civil e Ambiental. Brasília. 2002
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