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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Atuação de Enfermagem nas Emergências Acidentes com Animais Peçonhentos, Politrauma, Intoxicações Exógenas Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª M.ª Raquel Josefina de Oliveira Lima Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Acidentes Provocados por Animais; • Intoxicações Exógenas; • Politrauma. Objetivos • Reconhecer acidentes com animais peçonhentos e a sua gravidade; • Compreender a complexidade do politrauma; • Manejar pacientes com intoxicações exógenas. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl- timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Acidentes com Animais Peçonhentos, Politrauma, Intoxicações Exógenas Fonte: Getty Im ages UNIDADE Acidentes com Animais Peçonhentos, Politrauma, Intoxicações Exógenas Acidentes Provocados por Animais Acidentes com Animais Peçonhentos Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comu- nicam com os dentes ocos, ferrões ou aguilhões por onde o veneno passa ativamente. Sendo assim, classificamos como peçonhentos aqueles animais que injetam veneno de maneira ativa como, por exemplo, aranhas, serpentes, abelhas, vespas, escorpiões. Já animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não possuem aparelho inoculador (dentes ou ferrões), provocando envenenamento passivo por contato, com- pressão ou ingestão (SALLU; PARANHOS, 2010). Adultos com mais de 50 anos de idade e crianças necessitam de rigorosa observação pós-acidente com animal peçonhento, uma vez que para esse público em específico a gravidade do quadro clínico poderá ser mais significativa (SÃO PAULO, 2017). A frequência da ocorrência de acidentes com animais peçonhentos se difere entre as regiões do País em decorrência de que os animais mantêm maior atividade no verão e período de chuvas; assim, a sua distribuição geográfica ocorre da seguinte forma: Tabela 1 Região do Brasil Período de maior ocorrência de acidente Norte Durante todo o ano Nordeste Janeiro, fevereiro, março, abril e maio Sudeste, Sul e Centro-Oeste Setembro, outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março Fonte: Adaptada de BRASIL, 2001 Serpentes A maioria dos acidentes causados por serpentes no Brasil se dá pelo gênero Bothrops, seguido pelo Crotalus – os venenos das serpentes possuem várias frações responsáveis pelas alterações nos acidentados, em diferentes naturezas e concentrações – veja, na seguinte tabela, algumas das pr incipais alterações causadas pelo veneno da serpente: Tabela 2 – Principais alterações causadas pelo veneno da serpente Gênero da serpente Ações do veneno Sinais e sintomas Bothros Alterações locais Dor, edema e calor; evidentes hemorragias Lachesis Alterações locais evidentes Dor, edema e calor Micrurus Alterações locais pouco evidentes Ptose palpebral e diplopia Crotalus Alterações locais pouco evidentes Mialgia, diplopia e anisocoria Fonte: Adaptada de PIRES; STARLING, 2017 Mesmo que não se possa identificar o tipo da serpente, a história clínica e diferencia- ção dos tipos de envenenamento podem ajudar a identificar o animal. Não existe exame laboratorial que possa informar o tipo de envenenamento ofídico, de modo que o diag- nóstico é eminentemente clínico-epidemiológico (PIRES; STARLING, 2017). 6 7 Nos acidentes botrópicos-laquéticos e crotálicos, os exames de coagulação devem ser realizados para a confirmação diagnóstica e avaliação da eficácia da soroterapia; recomen- da-se o acompanhamento para possível complicação local ou sistêmica, a realização de exames de hemograma, ureia e creatinina, eletrólitos e enzimas musculares. O tratamento é feito através da aplicação do soro específico para cada tipo de aciden- te e conforme a gravidade do envenenamento, devendo ser aplicado por via endoveno- sa, podendo ser ou não diluído em solução fisiológica ou glicosada. O soro pode causar reação devido à hipersensibilidade imediata (SÃO PAULO, 2017). Durante e após as primeiras horas de infusão o paciente deve ser rigorosamente monitorado para a detecção precoce de reações anafiláticas; uma vez diagnosticada a reação, a infusão deve ser interrompida e posteriormente restituída. Tabela 3 – Especifi cação do soro e grau de gravidade da reação para cada acidente Acidente Soro Gravidade Borotrópico Antiborotrópico Leve Laquético Antiborotrópico-laquético Moderada a grave Crotálico Anticrotálico Leve a moderada Elapídico Antielapídico Grave Fonte: Adaptada de PIRES; STARLING, 2017 Aranhas Acidentes por Phoneutria são causados pelas popularmente conhecidas aranhas- -armadeiras, que se refugiam nas residências e seus arredores, em bananeiras e jardins. O acidente causa dor local intensa, geralmente irradiando para a raiz do membro acometido; em crianças afetadas é possível ocorrer choque neurigênico, após a picada (PIRES; STARLING, 2017). O tratamento consiste em analgesia pela infiltração local, ao redor da picada, com lidocaína a 2% sem vaso, injetando aproximadamente 4 mL da solução de maneira a repetir a dose se necessário. Se a dor persistir, deve-se fazer uso de soro antiaracnídico polivalente na dose de 5 ampolas por via endovenosa, sempre indicada a soroterapia se se tratar de choque neurogênico em crianças menores de 7 anos de idade e adultos com dor refratária à medicação. Acidentes por Lycosa são causados por aranha de jardim, de grama ou tarântula, apre- sentando como característica um desenho negro em forma de ponta de flecha no dorso do abdome. Tais aranhas vivem em gramados junto às residências e não são agressivas. O tratamento restringe-se ao curativo no local, sem a necessidade de soroterapia específica. Acidente por Loxosceles é causado por aranha-marrom, a qual pequena (aproximada- mente 1 cm) e de hábitos noturnos, podendo viver no interior das residências. As ações proteolíticas e hemolíticas do veneno manifestam-se tardiamente, aproximadamente de 12 a 14 horas após a sua picada, caracterizando-se por edema local, eritema e dor; quando há comprometimento cutâneo visceral é observada febre, mal-estar, icterícia, equimose, vesículas, bolhas, necrose e ulceração (PIRES; STARLING, 2017). A urina torna-se escura, podendo evoluir para oligúria, anúria e/ou insuficiência renal aguda, semelhante ao que ocorre no acidente crotálico, de modo que o tratamento é feito com soro antiaracnídico, ou antiloxoscélico na dose de 10 ampolas por via endovenosa – devemos ainda realizar a 7 UNIDADE Acidentes com Animais Peçonhentos, Politrauma, Intoxicações Exógenas limpeza do local da picada com antissépticos e hidratar o doente. A vacinação antitetânica é indicada, usando-se antibióticos quando apresentar infecção secundária; a soroterapia deve ser realizada em até 36 horas após o evento. Acidente por Latrodectus é causado por aranha-viúva – ou aranha-negra –; o seu veneno é neurotóxico central e periférico, causando quadro clínico no local da picadae no sistema nervoso central, além de dor em forte intensidade no local da picada, junto de mialgia inten- sa, contraturas musculares e convulsões tetânicas. Para o tratamento utiliza-se analgésico potente, podendo-se realizar bloqueio anestésico à base de lidocaína sem vasoconstritor e relaxantes musculares à base de benzodiazepínicos – o uso de soro específico é obrigatório. Acidentes por Pamphobeteus e Grammostola são causados por aranhas carangue- jeiras não venenosas, de modo que a sua relevância está no lançamento de pelos, cau- sando urticária nas pessoas afetadas, em reações de hipersensibilidade tais como pruri- do cutâneo, mal-estar, tosse, dispneia e broncoespasmo. O tratamento é feito à base de pomada de corticoide (PIRES; STARLING, 2017). Escorpiões Os escorpiões são os causadores da maior parte dos acidentes, sendo as espécies mais comuns Tytusbahiensis (escorpião-marrom), Tytusstigmurus e Tytusserralos (es- corpião-amarelo) – este último é o que mais causa mortes, principalmente quando aco- mete crianças menores de 7 anos de idade. O tratamento é local e realizado com lidocaína; caso persista a dor é indicada sorote- rapia específica – com soro antiescorpiônico ou antiaracnídico na dose de 2 a 4 ampolas nos casos moderados e de 5 a 10 nos casos graves. Abelhas e Vespas Acidentes por picadas de abelhas e vespas têm as manifestações clínicas distintas – a depender da sensibilidade do indivíduo acometido. O acidente mais frequente é aquele em que o indivíduo – não sensibilizado ao veneno – é acometido por poucas picadas; assim, o quadro clínico se apresenta como reações locais de inflamação, com pápulas, eritema, dor e calor. Outra forma de reação é quando o indivíduo é sensibilizado pelo veneno e apresenta hipersensibilidade imediata, de modo que a ocorrência é grave, podendo acontecer em apenas uma picada, mas causando edema de glote e broncoespasmo acompanhado de choque anafilático. Há também a situação de múltiplas picadas, geralmente provocadas por abelhas do tipo Apis, quando o doente é atacado por um enxame das quais; neste caso ocorre grande inoculação de veneno – porém, é um tipo raro de acidente. O quadro clínico se dá de diferentes frações do veneno; comumente o paciente apresenta dor generalizada, prurido intenso, agitação, podendo evoluir para o estado torporoso. A utilização combinada de anti-histamínicos e corticoides contribui para o controle da dor, de modo que a insuficiência respiratória pode se instalar e ser acompanhada de edema de glote e broncoespasmo. Já a intubação orotraqueal seguida de ventilação arti- ficial contribui para a melhora da insuficiência respiratória, de modo que os doentes tam- bém podem apresentar hipertensão arterial devido ao estímulo simpático. 8 9 O tratamento do indivíduo para picadas de abelhas ou vespas em pessoas não sensi- bilizadas pode ser a base de anti-histamínicos. Ademais, sistêmicos e corticoides tópicos, o tratamento do indivíduo sensibilizado que evolui para broncoespasmo, edema de glote e choque anafilático é o mesmo referido para reações anafiláticas, tais como intubação e ventilação mecânica (PIRES; STARLING, 2017). Intoxicações Exógenas A intoxicação exógena é definida como reação clínica e/ou bioquímica decorrente da exposição a substâncias encontradas no ambiente ou isoladas. Neste sentido, podem fazer parte das substâncias encontradas no ambiente: ar, água, alimentos, plantas, animais pe- çonhentos ou venenosos; já substâncias isoladas constituem-se de pesticidas, medicamen- tos, produtos químicos industriais ou de uso doméstico (SUEOKA; ABGUSSEN, 2019). A etiologia das intoxicações exógenas envolve a ingestão acidental de medicamentos e domissanitários em crianças; animais peçonhentos em adultos; iatrogenia – quando houver superdosagem de medicamentos, alergias –; em situações ocupacionais de contato com agrotóxicos, produtos industriais e em decorrência de animais peçonhentos. Além disso, poderá ocorrer como tentativa de suicídio – com a ingestão de medicamentos, agrotóxicos, raticidas, entre outros –; por violência relacionada a homicídio e maus-tratos (SUEOKA; ABGUSSEN , 2019). Pode ainda ter característica endêmica quando houver contaminação da água, do ar e/ou de alimentos por poeira, metais ou resíduos tóxicos, além da contami- nação ambiental por gases e vapores industriais e transporte de carga química. É importante destacar os aspectos sociais, pois as toxicomaninas expõem os indiví- duos a situações de grande risco, como o uso do tabaco, álcool, maconha, cocaína e crack. Estão listados na etiologia das intoxicações o cenário esportivo com os casos de doping, as falhas genéticas e os déficits enzimáticos que poderão determinar algum tipo de intoxicação (SUEOKA; ABGUSSEN, 2019). O atendimento à vítima de intoxicação exógena tem o objetivo de tratar a hipóxia, con- vulsão, as alterações dos níveis pressóricos tanto para hipo quanto hipertensão, arritmias, os distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos, a hipo e hipernatremia (SÃO PAULO, 2020). Assim, na avaliação primária é necessário investigar a qual agente tóxico a vítima foi exposta e a quanto do produto, tal como o tempo de contato com a substância; avaliar a presença de comorbidades, assim como o ambiente em que a vítima se encontra a fim de observar indícios do consumo de outras substâncias – lícitas ou não (SÃO PAULO, 2020). Realizar o exame físico detalhado e investigar a presença de alterações motoras po- dem se caracterizar em tremores, hiper e hiporreflexia; sinais autônomos simpatomimé- ticos ou parassimpatomiméticos que são evidenciados por midríase, miose, nistagmo; alterações sensoriais causando agitação, letargia, confusão e até coma; alucinações, sinais de picadas de agulha, coloração da utina, hálito, odor (SAMU, 2020). Para a realização do atendimento de vítima de intoxicação há algumas etapas a serem seguidas: 1. Avaliação clínica inicial; 2. Estabilização; 9 UNIDADE Acidentes com Animais Peçonhentos, Politrauma, Intoxicações Exógenas 3. Reconhecimento da toxíndrome e identificação do agente causal; 4. Descontaminação; 5. Administração de antídotos; 6. Aumento da eliminação do tóxico absorvido; 7. Tratamento sintomático (SUEOKA; ABGUSSEN, 2019). Vítimas de intoxicações exógenas não são consideradas exatamente doentes; na grande maioria dos casos são indivíduos saudáveis que por conta do uso inadequado de determinadas substâncias desenvolvem sinais e sintomas que causam efeitos potencial- mente graves (MORTOM; FONTAINE, 2019). Os efeitos das substâncias tóxicas no organismo humano desencadeiam síndromes espe- cíficas de acordo com o mecanismo de ação do agente tóxico; assim, é necessário conhecer os principais sinais e sintomas, tais como os agentes causadores das principais síndromes: Tabela 4 – Sinais e sintomas das principais síndromes Síndrome Sintomatologia Principais agentes Anticolinérgica • Rubor de face; • Mucosas secas; • Hipertermia; • Taquicardia; • Midríase; • Retenção urinária; • Agitação psicomotora; • Alucinações e delírios. • Atropina; • Derivados e análogos; • Anti-histamínicos; • Antiparkinsonianos; • Antidepressivos tricíclicos; • Antiespasmódicos; • Midriáticos; • Plantas da família Solanaceae. Particu- larmente do gênero Datura. Anticolinesterásica • Sudorese; • Lacrimejamento; • Salivação; • Aumento das secreções brônquicas; • Miose; • Bradicardia; • Fibrilações e fasciculações musculares. • Inseticidas organofosforados; • Inseticidas carbamatos; • Fisostigmina; • Algumas espécies de cogumelos. Narcótica • Depressão respiratória; • Depressão neurológica; • Miose; • Bradicardia; • Hipotermia; • Hipotensão; • Hiporreflexia. • Opiáceos; • Incluindo elixir paregórico; • Difenoxilato; • Loperamida. Depressiva • Depressão neurológica (sonolência, torpor, Coma); • Depressão respiratória; • Cianose; • Hiporreflexia; • Hipotensão. • Barbitúricos; • Benzodiazepínicos; • Etanol. Simpatomimética • Midríase; • hiper-reflexia; •distúrbios psíquicos; • hipertensão; • taquicardia; • piloereção; • hipertermia; • sudorese. • Cocaína; • anfetamínicos; • derivados e análogos; • descongestionantes nasais; • cafeína; • teofilina. 10 11 Síndrome Sintomatologia Principais agentes Extrapiramidal • Distúrbios do equilíbrio; • Distúrbios da movimentação; • Hipertonia; • Distonia orofacial; • Mioclonias; • Trismo; • Opistótono; • Parkinsonismo. • Enotiazínicos; • Butirofenonas; • Fenciclidina; • Lítio. Metemoglobinêmica • Cianose de pele e mucosas de tonalidade e localização peculiar; • Palidez de pele e mucosas; • Confusão mental; • Depressão neurológica. • Acetanílida; • Azul de metileno; • Dapsona; • Doxorubicina; • Fenazopiridina; • Furazolidona; • Nitratos; • Nitritos; • Nitrofurantoína; • Piridina; • Sulfametoxazol. Fonte: Adaptada de SUEOKA; ABGUSSEN, 2019 Reconhecer a síndrome tóxica possibilita identificar o agente causal e é a melhor estratégia para que o atendimento possa ser agilizado, uma vez que a confirmação labo- ratorial tem pouca relevância neste cenário, em decorrência da pouca disponibilidade de métodos para a sua detecção e a demora na liberação dos resultados. Processo de Descontaminação Nesta etapa o objetivo é reduzir a exposição do organismo ao produto tóxico por meio da diminuição do tempo e/ou superfície de exposição e da quantidade do agente tóxico em questão. O organismo humano é contaminado principalmente pelas vias res- piratórias, digestivas, cutâneas e percutâneas. A ação necessária ao processo de descon- taminação depende da via de absorção do tóxico. Quadro 1 – Condutas para a descontaminação de acordo com a via de contaminação Via digestiva Antídotos locais; medidas provocadoras de vômito; lavagem gástrica; carvão ativado; catárticos. Via respiratória Retirar do ambiente contaminado; remover as vestes; o socorrista deverá usar Equipamento de Proteção Individual (EPI). Via cutânea Remoção das vestes; lavagem corporal com água corrente, ten- do especial cuidado com os cabelos, a região retroauricular, as axilas, o umbigo, a região genital e subungueal. Via transcutânea Não realizar rotineiramente incisões cutâneas, sucção ou garro-teamento, pois a relação risco-benefício é desfavorável. Fonte: Adaptada de SUEOKA; ABGUSSEN, 2019 11 UNIDADE Acidentes com Animais Peçonhentos, Politrauma, Intoxicações Exógenas Uso de Antídoto Antídoto é definido como um produto químico com potencial para agir sobre o veneno ou se opor aos efeitos produzidos por agente tóxico. A sua utilização nem sempre é a primeira conduta – apenas em algumas situações a sua administração é imprescindível como, por exemplo, nas intoxicações por cianeto. A ssim, o prognóstico da vítima de intoxicação está diretamente relacionado à exatidão do diagnóstico, rapidez e eficácia das condutas terapêuticas a serem tomadas. Ressalta-se que muitos dos antídotos podem desencadear toxicidade, de modo que a sua indicação e utilização deverão ser bem avaliadas, pensando sempre no risco e benefício para a vítima (SUEOKA; ABGUSSEN, 2019). Os antídotos são classificados em: • Inibidores da absorção do tóxico : carvão ativado, bentonita e terra fuller; • Ação química: cloreto de sódio, hexacianoferrato férrico de potássio (azul da Prússia), amido; • Agem impedindo a fixação no local de ação : nitrito de anila, nitrito de sódio e tiossulfato de sódio, 4-Dimetilaminofenol (4-DMAP), hidroxicobalamina (Cyanokit), edetato dicobáltico (Kelocyanor), fragmento fab-antidigoxina (Digibind); • Agem impedindo a biotransformação : o etanol etílico é o antídoto utilizado no tratamento da intoxicação por metanol; • Antídotos que agem cessando a ação farmacológica : oximas, azul de metileno e vitamina C, flumazenil; • Antídotos que agem sobre o tóxico ou seus metabólitos : edetato dissódico de cálcio (CaNa2EDTA – Versenate), 2,3-dimercaptopropanol (British Anti-Lewisite – BAL), deferoxamina, d-penicilamina, n-Acetilcisteína (NAC); • Antagonista farmacológico : atropina, naloxona, vitamina K1. Intoxicações: Alguns Exemplos Pesticidas Agrícolas Inibidores da acetilcolinestrase, de modo que neste grupo encontram-se os organo- fosforados e carbamatos; são compostos da acetilcolinesterase, enzima responsável pela degradação da acetilcolina, presente nas fendas sinápticas do sistema nervoso autôno- mo, do sistema nervoso central e da junção neuromuscular. A acetilcolina exerce a sua atividade através de dois tipos de receptores: nicotínicos, presentes na placa motora, no sistema nervoso central e nos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso autônomo; muscarínicos, presentes no sistema nervoso central e os neurônios do sistema nervoso autônomo. Esses compostos se ligam à acetilcolinesterase de forma mais estável que a acetilco- lina, enquanto a ligação de carbamato se desfaz em minutos, ou horas, de modo que a enzima é regenerada de 24 a 48 horas. A ligação do fosforado permanece por vários dias, podendo chegar a semanas, tornando-se enzima indefinidamente se não for usado composto que desfaça essa ligação. 12 13 Tais compostos são absorvidos por qualquer via – oral, transdérmica, através de mucosas e parenteral –; a via inalatória é a que leva menor período de latência e a transdérmica a de maior período. O quadro clínico vai de minutos a horas, enquanto os sinais e sintomas dependem do local infectado, esses efeitos podem ser tanto o lacri- mejar dos olhos quanto a liberação de esfíncter vesical, diarreia e vômitos, o aumento do tônus vagal cardíaco, o broncoespasmo, a dilatação das pupilas e palidez cutânea. Em sua maioria, as mortes ocorrem por depressão respiratória associada ao excesso de secreção traqueobrônquica. Os organoclorados são substâncias estimulantes do sistema nervoso central e têm toxicidade variada quando ingeridos; alguns mecanismos de ação atuam na membrana do axônio, lentificando o fechamento dos canais de sódio-voltagem dependentes. São absorvidos por via oral, transdérmica ou inalatória, de modo que muitos compos- tos levam à diminuição do limiar convulsivo e ao estímulo do Sistema Nervoso Central (SNC) – nestes casos, as intoxicações causadas por clorados levam a convulsões, que são o principal sinal e sintoma apresentado, sem contar que ainda podem ocorrer vômitos, diarreias, dor de cabeça, tonturas, agitação e confusão mental. Não existem exames laboratoriais específicos para detectar intoxicações por organoclorados. Quanto aos medicamentos depressores do SNC: • Benzodiazepínicos: sedativos, hipnóticos e ansiolíticos aumentam a neurotransmis- são inibitória gabaérgica no SNC através do número aberto de cloretos; absorvidos no intestino, o início da atuação no organismo é bem rápido, de modo que medicações como midazolan e diazepan têm imediata resposta e são intensamente lipofílicos, cruzando rapidamente a barreira hematoencefálica – pelo mesmo motivo se redistri- buem pelos tecidos adiposos, tornando a sua meia-vida muito maior. A ingestão de altas doses pode levar à ataxia, fala empastada e sonolência; raramente altas doses levam ao coma ou à depressão respiratória, além do que temos como antídoto dessas medicações o flumazenil (SÃO PAULO, 2020); • Barbitúricos: o seu uso principal é como anticonvulsivante, de modo que a sua ação se dá pelo prolongamento da abertura dos canais de cloreto associados aos recepto- res Gaba – fenobarbital é o seu principal representante. Apresenta elevada lipossolu- bilidade, com início de ação imediata e meia-vida longa; é metabolizado pelo fígado e excretado na urina. O quadro clínico depende da quantidade ingerida, de modo que no início percebe-se que a fala fica empastada, ataxia, cefaleia, nistagmo, confusão mental etc.; com a progressão existem vários graus de coma, incluindo a perda de todos os reflexos, podendo apresentar hipotermia, depressão respiratória, com perda total dos reflexos. A depressão do miocárdio é causada por vasodilatação e leva ao choque, de modo que o comprometimento cardiopulmonaré o principal responsável por óbitos – de forma tardia, os óbitos podem ocorrer por edema pulmonar, pneu- monia e edema cerebral (sendo potencialmente fatal de 6 a 10 g); • Raticidas: os cumarínicos são inibidores da vitamina K, interferindo na g-carboxi- lação de alguns fatores; a intoxicação por tais compostos é assintomática de 12 a 24 horas devido ao seu tempo de vida médio, somente após este período o paciente apresentará alterações como sangramento e a manifestação de acordo com a locali- zação do agente intoxicante; 13 UNIDADE Acidentes com Animais Peçonhentos, Politrauma, Intoxicações Exógenas • Domissanitários: são produtos saneantes, preparados para a higienização de am- bientes, desinfecção ou desinfestação domiciliar, de ambientes coletivos ou públicos, enfim, de lugares de uso comum, no tratamento da água, utilizando-se detergentes, sabões, alvejantes, desodorizantes, esterilizantes algicidas, fungicidas, água sanitária, produtos biológicos à base de microrganismos e viáveis ao tratamento séptico, tubu- lações sanitárias de água servida com a finalidade de degradar a matéria orgânica ; • Cosméticos: são diversos produtos de uso/higiene pessoal, utilizados na pele, no sistema capilar, nas unhas, nos lábios, órgãos genitais externos, nos dentes e nas mucosas da cavidade oral. Anvisa , disponível em: https://bit.ly/38K2KMp Em primeiro lugar, o tratamento deve ser com a manutenção dos sinais vitais, tal como com a aplicação de técnicas de suporte básico de vida – em caso de necessidade, priorizando as vias aéreas com a intubação orotraqueal, aspiração de secreções –, ou na presença de corpo estranho, com a manutenção da circulação, certificando-se de que o indivíduo esteja hemodinamicamente bem. Deve-se tratar a afecção em si, razão pela qual sempre que houver dúvida sobre o tipo de intoxicação, deve-se procurar esclarecê-la com a realização de exames toxicoló- gicos. A anamnese do indivíduo é de grande importância ao realizar o primeiro contato, pois é através dos relatos de familiares ou acompanhantes que poderemos nos certificar de que o estado de consciência do indivíduo estará ou não alterado. Na sequência, devemos priorizar a descontaminação, que tem o objetivo de dimi- nuir a absorção e aumentar a eliminação, podendo-se provocar o vômito para que se eliminem grandes partículas – porém, esta prática é contraindicada quando o paciente realizar a ingesta de alguma substância corrosiva, não devendo-se estimular a ingesta de substância que estimule o SNC, podendo, assim, precipitar crises convulsivas. Lav agens gástricas são realizadas para a adsorção de substâncias químicas através do carvão ativado, o qual interrompe a circulação êntero-hepática das drogas e intensifica a velocidade de difusão da substância química no trato gastrointestinal. O carvão aditivado é contraindicado para uso nas intoxicações por substâncias cáus- ticas que não sejam absorvidas por ele, tais como os ácidos, álcalis, cianeto, metais pesados; na vigência de íleo paralítico, nas obstruções intestinais, em situações de rebai- xamento do nível de consciência sem proteção de via aérea e com agitação psicomotora (SÃO PAULO, 2020). A s equência do tratamento específico é a administração de antídotos contra o toxi- cante, cujo efeito oposto pode agir através da formação de complexos inertes, neutrali- zando o tóxico e corrigindo, assim, os seus efeitos (SÃO PAULO, 2017), a saber: • Dose terapêutica e dose tóxica; • Ligação proteica; • Pico de ação; • Volume de distribuição; • Nível sérico. 14 15 Apesar de raro o seu uso, a hemodiálise é um método útil para alguns casos de intoxicação, especialmente os graves, além de pacientes com insuficiência renal (SÃO PAULO, 2017). A intoxicação alcoólica tem melhora progressiva, pois o álcool é metabolizado gradu- almente, de modo que o controle inclui a observação do nível de consciência e controle da agitação, devendo-se avaliar comorbidades psiquiátricas e administrar medicações para a hidratação do doente. Na intoxicação por barbitúricos, deve-se obter a via aérea adequada, além de man- ter o paciente monitorizado e a realização de eletrocardiogramas de controle. Ao apre- sentar intoxicações por cumarínicos devemos nos atentar a possíveis sangramentos, realizando periodicamente exames de coagulação de controle. Se a intoxicação for por organoclorados, devemos tratar as crises convulsivas quando apresentadas usan- do medicações específicas conforme a necessidade do paciente no momento (SÃO PAULO, 2020). Politrauma Na busca por padronizar o atendimento da vítima de politraumatismo, o Colégio Ame- ricano de Cirurgiões desenvolveu o método mnemônico ABCDE do trauma por meio do Advanced Trauma Life Support (ATLS). Esta abordagem pode ser aplicada em todas as situações críticas, uma vez que possibilita identificar lesões com potencial fatalidade. Deve ser aplicada simultaneamente à avaliação primária, de forma a otimizar o tempo de avaliação e atendimento, sendo retomada na avaliação secundária (ZAVAGLIA et al., 2019). Por ordem de prioridade, os componentes mnemônicos significam: A) via aérea com estabilização da coluna cervical; B) respiração e ventilação; C) circulação com controle de hemorragia; D) estado neurológico; E) exposição e controle de temperatura. Classificação de risco: inicia-se no local do atendimento, quando realizada uma breve avaliação da situação em si e do cliente, o seu estado geral, os sinais e sintomas apresentados, sendo priorizados os que manifestarem estado mais grave, cabendo intervenção imediata para a manutenção da vida; nesta primeira avaliação deve-se utilizar o ABCDE do ATLS, regra mnemônica desenvolvida especialmente para esse tipo de atendimento. Em seguida, fazemos a denominada avaliação primária, que seria um exame mais completo do paciente, com a viabilização de tratamento imediato dos problemas que coloquem a sua vida em risco iminente, novamente seguindo o protocolo ATLS da ava- liação ABCDE. Devem ser restabelecidos os sinais vitais, realizando-se a avaliação secundária, que deve ser precedida por exames complementares, após reavaliar o paciente, estado ge- ral, nível de consciência, resultado de exames complementares e instaurar o tratamento definitivo de acordo com a necessidade do indivíduo. 15 UNIDADE Acidentes com Animais Peçonhentos, Politrauma, Intoxicações Exógenas A adoção imediata de medidas terapêuticas será realizada mediante os achados clíni- cos por ele apresentados, devendo-se seguir as prioridades no atendimento, tais como alterações das vias aéreas, volemia; a intubação sempre será realizada quando o pacien- te apresentar queda no estado geral com nível de consciência rebaixado e alteração no padrão respiratório, se necessária, com a intubação orotraqueal antes da realização de exames que descartem traumas cervicais, de modo que a cabeça do paciente deverá ser mantida imobilizada para evitar agravos à saúde e traumas de medula. Com relação a hemorragias, a reposição da volemia é a preocupação seguinte, podendo ser medida pelo estado hemodinâmico do paciente, de modo que a aferição da pressão arterial é um dado imprescindível. A imobilização das possíveis fraturas é essencial, pois além de evitar embolia gordurosa, diminui a dor e perda contínua de sangue (KIFURI JUNIOR, 2011). Algumas escalas podem ser utilizadas para a otimização do atendimento a pacientes politraumatizados, a saber: • Escala para avaliação do nível de consciência: escala de coma de Glasgow, que compreende a avaliação do nível de consciência apresentado pelo paciente após o trauma; por sua avaliação podemos conseguir identificar possíveis lesões cerebrais pela soma de pontos apresentada pelo paciente durante a sua avaliação e permanência em âmbito hospitalar; Tabela 5 – Escala de coma de Glasgow Prâmetro Resposta Pontuação Abertura ocular • Espontânea; • Ao estímulo verbal; • Ao estímulo doloroso; • Ausente. 4 3 2 1 Resposta verbal• Orientado; • Conversa confusa; • Palavras inadequadas; • Sons incompreensíveis; • Sem resposta. 5 4 3 2 1 Resposta motora • Obedece a comandos; • Localiza estímulos; • Esquiva-se do estímulo; • Flexão anormal (decorticado); • Extensão anormal (descerebrado); • Sem resposta. 6 5 4 3 2 1 Fonte: Adaptada de MORTON; FONTAINE, 2019 • Escala de gravidade da lesão: tenta quantificar a extensão da lesão apresentada pelo paciente; são dadas notas às diferentes regiões e sistemas do corpo, de modo que quanto maior a nota, maior o risco de mortalidade, possibilitando realizar tria- gem na cena do acidente, assim como comparar os resultados entre instituições e no decorrer das reavaliações para determinar a probabilidade de sobrevida ; 16 17 Tabela 6 – Escore de trauma Escala de Coma de Glasgow (GCS) Batimento por Minuto (BPM) Frequência Respiratória (FR) Valor 13-15 maior de 89 10-29 04 09-12 76-89 maior de 29 03 06-08 50-75 06-09 02 04-05 01-49 01-05 01 03 00 00 00 Fonte: Adaptada de iocmf.com.br Conheça o score de trauma em: https://bit.ly/39u2vWp • Escala politrauma (Schlussel): é similar à escala de gravidade da lesão, juntamen- te com os seus resultados (PIRES; STARLING, 2017); • Escala de trauma (trauma score): baseia-se na escala de coma de Glasgow e no estado do sistema respiratório e cardiovascular, em que os valores mais altos des- crevem um melhor prognóstico e são atribuídos aos parâmetros de avaliação de pressão arterial e função respiratória; a somatória deve ser realizada periodicamen- te durante a estadia do paciente em âmbito hospitalar (PIRES; STARLING, 2017); • Escala de Crams: baseia-se em dados obtidos da avaliação da circulação, respiração, motricidade do abdome do paciente, de modo que quanto menor a pontuação, maior será a necessidade de unidade de terapia intensiva (PIRES; STARLING, 2017); • Escala de apache: baseia-se na probabilidade que o paciente tem de ir a óbito e consiste em duas opções: uma escala e uma série de equações preditivas que po- dem ser usadas para estimar a mortalidade do paciente em diferentes momentos de sua permanência no âmbito hospitalar – são 17 variáveis fisiológicas avaliadas, de modo que o apache ainda utiliza a escala de coma, idade e presença de outras comorbidades (PIRES; STARLING, 2017). E xistem outros tipos de lesões apresentados por pacientes politraumatizados que não correspondem a risco imediato de morte, porém, podem, conforme o agravo e a falta de tratamento, levar a óbito. N esse grupo podemos considerar traumatismos cranioen- cefálicos mais brandos, fraturas de ossos longos, trauma fechado torácico ou abdominal, lesões de artérias ou veias, do trato urinário, da pelve, de face, medulares, contusão miocárdica, traumatismo de aorta torácica etc., implicando que após a estabilização do paciente politrauma e as suas vestes removidas, um exame físico minucioso deve ser realizado (PIRES; STARLING, 2017). Consequências Tardias do Trauma O distúrbio do estresse pós-traumático é uma condição que pode surgir depois da ocorrência do acidente, seja de qualquer natureza. Situações que levam a pessoa a re- lembrar a vítima do episódio podem desencadear distúrbios, sendo comuns as alterações de sono, os distúrbios emocionais, a cefaleia, as alterações gastrointestinais, tonturas, a dor torácica e o mal-estar, de modo que para ser instalado o diagnóstico de estresse 17 UNIDADE Acidentes com Animais Peçonhentos, Politrauma, Intoxicações Exógenas pós-traumático são necessárias alterações por, pelo menos, um mês consecutivo. O tra- tamento é baseado em terapia em grupo e no uso de medicações específicas para cada tipo de alteração (PIRES; STARLING, 2017). Nesta Unidade trabalhamos com conceitos que possibilitam reconhecer os acidentes cau- sados por animais peçonhentos e a sua gravidade, assim como a necessidade de tratamen- to e os recursos disponíveis em redes básicas ou privadas. Trabalhamos com as questões relativas a intoxicações exógenas, sua etiologia, principais agentes causadores de intoxicação, identificação e condutas para a descontaminação, bem como o conhecimento dos tipos de antídotos disponíveis para a utilização – devendo sempre atender ao risco-benefício a favor do cliente, tendo em vista as possíveis compli- cações de sua administração. Discutimos também alguns conceitos básicos e norteadores para a assistência ao politraumatizado. Ao realizar este estudo, você obteve conhecimentos necessários para avaliar, planejar e execu- tar qualquer atendimento de maneira sistematizada e eficaz, visando qualidade ao paciente. O conteúdo reflete situações do cotidiano de um enfermeiro de unidade de emergência e as peculiaridades que cada caso e paciente possa vir a apresentar; podemos observar que o estudo também nos traz formas de tratamento e nos oferece subsídios ao reconheci- mento de possíveis situações de risco, causadas por patologias específicas e que podem levar o paciente ao agravo de seu estado de saúde ou até mesmo a óbito. 18 19 Referências AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques. Atualizações das diretrizes de RCP e ACE. São Paulo, 2020. BARUZZI, A. C. do A.; STEFANINI, E.; PISPICO, A. Infarto agudo do miocárdio com supra de ST: trombólise em qualquer local que a medicação esteja disponível. Rev. Soc. Cardiol. Estado de São Paulo, v. 28, n. 4, p. 409-420, 2018. Disponível em: <http:// socesp.org.br/revista/assets/upload/revista/1348265411550579581pdfptINFAR TO%20AGUDO%20DO%20MIOC%C3%81RDIO%20COM%20SUPRA%20DE%20 ST_REVISTA%20SOCESP%20V28%20N4.pdf>. Acesso em: 11 /01/2021. BOURKE, P. 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