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ALIMENTAÇÃO-ESPECIAL-E-ESTRATÉGIAS-DE-CONTROLE-DA-OBESIDADE-1 (2)

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 O ALIMENTO E A SUA IMPORTÂNCIA ..................................................... 4 
3 A INFLUÊNCIA DA CULTURA NA ALIMENTAÇÃO ................................... 5 
4 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ...................................................................... 7 
5 OBESIDADE NO BRASIL E NO MUNDO ................................................... 9 
5.1 Fatores desencadeantes .................................................................... 11 
5.2 Fatores de risco .................................................................................. 12 
5.3 Fatores genético e ambiental ............................................................. 12 
5.4 As estratégias de prevenção da obesidade ........................................ 13 
6 OBESIDADE COMO DOENÇA, CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS, 
CONDICIONANTES E MEDIDAS PROPOSTAS ...................................................... 14 
6.1 Tratamento ......................................................................................... 16 
7 ATENÇÃO NUTRICIONAL PARA OBESIDADE EM UNIDADES BÁSICAS 
DE SAÚDE ................................................................................................................ 17 
7.1 Instrumentos para avaliação nutricional ............................................. 18 
7.2 Ações do profissional nutricionista ..................................................... 20 
8 OBESIDADE NA ESCOLA: ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E 
CONTROLE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ................................................... 22 
8.1 Ações de educação alimentar e nutricional na prevenção da obesidade 
e na recuperação da saúde de escolares .............................................................. 25 
8.2 Alimentação saudável no ambiente escolar........................................ 27 
9 AMAMENTAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE CONTROLE DE OBESIDADE 
INFANTIL.. .................................................. ..............................................................29 
9.1 Alimentação complementar ............................................................... 33 
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 34 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 O ALIMENTO E A SUA IMPORTÂNCIA 
 
Fonte: alimentacaosaudavel40.com 
Todos os alimentos são combustíveis do corpo, aquilo que mantém o complexo 
sistema “homem” em funcionamento, ou seja, imprescindível para a manutenção da 
vida. As civilizações mais avançadas da história sempre tiveram uma atenção especial 
em relação ao alimento, pois tinham noção de que este era determinante para o 
sucesso ou fracasso ao longo de suas jornadas diárias. A título de exemplo, o famoso 
 
 
 
 
 
imperador romano Tibério afirmava que o homem quando alcançava a idade de trinta 
e cinco anos não necessitaria mais de auxílio médico, pois em razão de, em tese, já 
conhecer de modo superior o seu corpo não haveria tal necessidade, e que o homem 
nesta faixa etária já teria uma dieta vital que possibilitaria a prevenção e recuperação 
de eventuais doenças relacionadas ao orgânico (SILVA, 2017). 
É muito válido perceber que há muito tempo, o alimento já era de suma 
importância, e não é difícil relacionar essa atitude dos romanos em relação à 
alimentação como uma das causas para o longo sucesso e hegemonia do império 
romano, pois estes possuíam um estilo de vida refinadíssimo. No âmbito biológico, o 
sujeito que gasta calorias constantemente apenas pelo ato de estar vivo, deve ter 
constantemente energia suficiente para manter o seu organismo em perfeito 
funcionamento, pois caso contrário as funções vitais deixam de ser exercidas com 
precisão até a morte do sujeito. A alimentação é extremamente importante para o ser 
humano, tanto no âmbito biológico, quanto no metafísico, pois possibilita ao indivíduo 
nutrir-se ao passo que se bem gerida a sua dieta pode chegar a um imenso universo 
de prazer (SILVA, 2017). 
3 A INFLUÊNCIA DA CULTURA NA ALIMENTAÇÃO 
 
Fonte: 3.bp.spot.com 
 
 
 
 
 
Existe também um aspecto cultural no ato de comer, a título exemplo, diversos 
povos divinizavam alguns alimentos e não se atreviam a comer outros em base aos 
seus aspectos culturais, religiosos, etc. 
Não é que tais posicionamentos culturais e religiosos sejam ruins em si, no 
entanto, o ser humano possui uma lógica ínsita ao seu próprio projeto dado pela 
natureza e que informa a todo momento aquilo que é mais otimal ao sujeito, e que na 
Ciência Ontopsicológica é denominado Em Si ôntico. Portanto, a utilização dessa 
lógica natural como critério para a escolha e preparação do alimento, com base nas 
percepções estudadas no item anterior, é mais coerente com a lógica humana e 
possibilita ao sujeito maior satisfação e ganho energia no ato de alimentar-se. 
Atualmente se verifica um grande consumo de comidas industrializadas em especial 
os chamados fast food de massa, não porque se trata de uma comida extremamente 
nutritiva ou porque traz um prazer imenso aos indivíduos que comem, mas sim em 
razão de uma cultura alicerçada em um grande apelo midiático. Com base nesse 
quadro grande parte dos seres humanos tem a sua alimentação norteada pelas mídias 
de massa e não mais auscultam o seu próprio organismo com a finalidade de saber 
qual o melhor alimento para consumir naquele determinado momento. O critério deixa 
de ser interno e passa a ser externo. O público infantil e adolescente é o mais 
suscetível aos apelos promocionais de propaganda e publicidade que envolve uma 
série de alimentos como biscoitos, refrigerantes e alimentos semi prontos 
industrializados (AMARAL, 2016). 
A Ciência Ontopsicológica, em base às suas mais variadas aplicações, após 
anos de experimentação e codificação do seu método, também evidenciou que existe 
um critério de natureza que também pode ser utilizado para se perceber de modo mais 
exato as informações no processo de alimentação. 
Também no interior do comer existe uma arte, um espírito, um refinamento 
de intelecto superior. Dentro dessa experiência, é notável a presença do 
campo semântico. Além do alimento, é importante com quem se come, 
porque, junto ao outro, eu convivo o outro. O campo semântico em relação 
faz presente o outro dentro mim e eu dentro dele. Muitos alimentos não 
podem ser bons se cozinhados por uma pessoa que não está em forma, 
porque pode não ter a arte da proporção alimentar, a graça do Em Si ôntico, 
e da mesma forma não se pode gozar comendo com quem não tem a veste 
branca do gosto (MENEGHETTI, 2012, p. 27). 
 
 
 
 
 
4 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 
 
Fonte: tribunadeituverava.com.br 
Para além do conceito de alimentação saudável, alguns documentos da saúde 
passaram a adotar o conceito de alimentação adequada e saudável, dialogando com 
a política de segurança alimentare nutricional, que se refere à adequação cultural, 
social, econômica da alimentação, e não apenas nutricional (BRASIL, 2014). A 
promoção da alimentação adequada e saudável é um dos componentes da promoção 
da saúde e abarca medidas de incentivo, apoio e proteção, que visam a difundir 
informações, facilitar e proteger a adesão a práticas alimentares saudáveis, como a 
rotulagem nutricional obrigatória, os guias alimentares e a regulamentação da 
publicidade de alimentos (BRASIL, 2012). 
Quanto à regulamentação da publicidade de alimentos, ainda não houve êxito, 
a despeito dos esforços da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), uma 
vez que esse tipo de medida se opõe aos interesses da indústria de produtos 
processados e ultraprocessados, que tem forte poder de influência nas decisões 
políticas. As medidas menos conflitivas são os acordos voluntários para redução dos 
teores de sal, gorduras saturadas e açúcar dos processados, previstos no Plano 
Nacional para Enfrentamento das DCNT, que propõem “parcerias” com a indústria de 
alimentos e sugerem que voluntariamente sejam evitadas as propagandas de 
alimentos não saudáveis, o que é bastante improvável (BRASIL, 2011). 
 
 
 
 
 
O guia alimentar de 2006 destaca o risco da ingestão de alimentos com elevada 
densidade energética e altos teores de gorduras, açúcar e sal na configuração da 
obesidade e DCNT. O documento já pautava o conceito de segurança alimentar e 
nutricional e recomendava medidas destinadas a afetar o “ambiente obesogênico”, 
como a regulamentação da publicidade de alimentos. O guia alimentar de 2014 
reconfigura o setor saúde na abordagem da questão alimentar, pois amplia o diálogo 
entre SUS e SISAN, considera a promoção da alimentação adequada e saudável 
como parte da construção de um sistema alimentar “social e ambientalmente 
sustentável” e destaca condicionantes da alimentação, desde a produção até o 
consumo. Suas recomendações baseiam-se em uma classificação de alimentos 
segundo o grau de processamento, sugerindo que se limite o consumo de alimentos 
processados e se evite o consumo de ultraprocessados. Essas novas recomendações 
introduzem um forte elemento de confronto com a indústria de alimentos, como 
sugerem alguns enunciados do documento, tais como: 
“alimentos ultraprocessados tendem a afetar negativamente a cultura, a vida 
social e o ambiente” (p. 45); “evite alimentos ultraprocessados” (p. 50). Além 
disso, o guia alimentar pode qualificar as medidas voltadas para mudanças 
nas decisões individuais ao considerar que “recomendações sobre 
alimentação devem levar em conta o impacto das formas de produção e 
distribuição dos alimentos sobre a justiça social e a integridade do ambiente” 
(p. 18). 
Portanto, o documento promove uma inflexão na abordagem das questões 
alimentares no âmbito do SUS (BRASIL, 2014). Em termos de propostas intersetoriais 
para o ambiente escolar, destacam-se o Programa Saúde na Escola, que envolve os 
Ministérios da Educação e da Saúde e prevê ações de avaliação antropométrica, 
promoção da segurança alimentar e nutricional, de práticas corporais e de atividade 
física, que podem ser estratégicas no enfrentamento da obesidade (BRASIL, 2007) e 
a Portaria Interministerial nº 1.010/2006 (BRASIL, 2006), que institui diretrizes para a 
alimentação saudável nas escolas da rede pública e privada. 
 
 
 
 
 
5 OBESIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 
 
Fonte: bariatricaemetabolicabh.com.br 
Segundo a Associação Brasileira de Estudos Sobre Obesidade (ABESO, 2017) 
a obesidade é um problema de saúde mundial que atinge um número significativo da 
população trazendo patologias secundárias crônicas, tanto em adultos como em 
crianças. Suas causas estão relacionadas a fatores genéticos e ambientais, com 
tratamentos complexos. Os problemas de obesidade estão cada vez mais frequentes 
em crianças desde a primeira fase nutricional, o que vem chamando a atenção de 
especialista e da própria população já que a obesidade infantil estende na fase adulta 
desencadeando patologias crônicas, estudos mostram que algumas dessas 
patologias já são frequentes na infância como diabetes, hipertensão e até problemas 
cardíacos. (DESAI, JELLYAM, RON, 2015). 
Aliado aos problemas de ordem patológica a obesidade traz consigo problemas 
ligados a questões psicológicas, sociais e econômicas, considerando o exposto o 
trabalho de conclusão de curso pretende compreender estas questões buscando 
responder quais as principais características da obesidade no período infantil. 
A transição nutricional é o processo caracterizado pela progressiva diminuição 
dos índices de desnutrição e aumento do excesso de peso na população, causada 
por alterações no estilo de vida, sobretudo nos hábitos alimentares e prática de 
atividade física, os quais determinaram mudanças importantes no perfil de saúde da 
 
 
 
 
 
população brasileira (SOUZA et al, 2010). A obesidade, principal consequência desse 
fenômeno, representa um dos principais fatores de risco para doenças e agravos 
como hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, entre outras 
(FISBERG et al, 2016; SOUZA et al, 2010). Atualmente, observa-se uma 
disseminação do excesso de peso, independente de classe social, gênero e idade. É 
ainda mais alarmante o crescente número da obesidade infanto-juvenil. No Brasil, uma 
em cada três crianças, entre 5 e 9 anos, apresentam excesso de peso. 
Durante o crescimento e desenvolvimento, existem inúmeros fatores de risco 
para o desenvolvimento da obesidade, como o peso elevado ao nascer, ausência do 
aleitamento materno, alimentação complementar inadequada, sedentarismo e, até 
mesmo, o excesso de peso dos pais (ABESO, 2016). Tais fatores, associados a um 
ambiente obesogênico, o qual inclui aspectos predisponentes (socioeconômico, estilo 
de vida, disponibilidade de alimentos) inseridos no contexto familiar, são apontados 
como as possíveis causas da obesidade (CAMARGO et al, 2013; FISBERG et al, 
2016). 
A modificação deste cenário é possível através de estratégias de prevenção e 
intervenção com enfoque nos fatores de risco modificáveis (RODRIGUES, ALVES, 
AMORIM, 2015). As ações devem ser fundamentadas na promoção de estilos de vida 
saudáveis (alimentação adequada e atividade física regular) e prevenção e 
tratamento dos problemas de saúde decorrentes, com oferta de apoio social e 
atividades interativas (FISBERG et al, 2016; MASSABKI et al, 2016; RODRIGUES, 
ALVES & AMORIM, 2015). 
As estratégias de prevenção são urgentes e necessitam de abordagem ainda 
na infância, pois hábitos adquiridos nessa idade tendem a continuar durante a vida 
adulta (COSTA et al, 2012). Porém, uma vez diagnosticado com obesidade, o 
tratamento deve ser realizado precocemente, pois apresenta maior taxa de sucesso e 
eficiência na redução do risco de desenvolvimento de DANT’s (MASSABKI et al, 
2016). 
 
 
 
 
 
5.1 Fatores desencadeantes 
As causas e origem da obesidade ainda não estão totalmente respondidas, 
entretanto, existe um consenso na literatura de que fatores como genética, fenótipo, 
questões relacionadas a estilo de vida podem influenciar no desencadeamento da 
obesidade. As causas da obesidade podem ser multifatoriais estando envolvidos 
fatores genéticos e ambientais como ilustra a Figura (STARC E STREL, 2010). 
Na Figura é possível observar que os fatores predominantes das obesidades 
são divididos em fatores ambientais e genéticos, a partir destes fatores outros fatores 
secundários devem ser melhores estudos e observados, como questões hormonais, 
aspectos psicológicos, sociais, econômicos, sedentarismo entre outros. Segundo a 
autora existem evidências de que os fatores genéticos podem modular a resposta do 
organismo de acordo com as mudanças dos fatores ambientais, como por exemplo, 
as dietas e atividades físicas (NEJAR et al, 2019). 
 
 
Fonte: STARC E STREL (2010)5.2 Fatores de risco 
Os fatores de risco para desenvolvimento de obesidade na infância são: 
prematuridade, bebês pequenos para idade gestacional (PIG), bebês grandes para 
idade gestacional (GIG), filhos de mães diabéticas, pais obesos, interrupção precoce 
do aleitamento materno e introdução inadequada da alimentação complementar, com 
oferta de alimentos ricos em gorduras e açúcares e o uso de leite de vaca antes de 
um ano de idade (WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). Além dos determinantes 
biológicos, a forte influência do ambiente no desenvolvimento da obesidade infantil 
também deve ser considerada, e medidas que incidam no ambiente alimentar devem 
ser desenvolvidas e apoiadas. 
5.3 Fatores genético e ambiental 
Os fatores genéticos correspondem de 24% a 40% da variância determinando 
fatores como taxa de metabolismo basal, em resposta a superalimentação. As 
mudanças de comportamento e alimentares bem como a vida sedentária podem atuar 
nos genes de susceptibilidade sendo um dos responsáveis pelo crescimento da 
obesidade mundial (SANTOS E RABINOVACH, 2011). Fatores resultantes de 
complexos poligênicos em ambientes obesogênicos, para os autores o mapa gênico 
da obesidade humana encontra-se em permanente processo de evolução, de acordo 
com a identificação de novos genes e regiões cromossômicas associadas com a 
obesidade (POSTON, 2016). 
Embora os fatores genéticos possam influenciar a susceptibilidade ao ganho 
de peso, o consenso é que um estilo de vida sedentário, práticas alimentares 
inadequadas e mudanças na estrutura familiar contribuem para esta epidemia. A 
urbanização e outros fatores ambientais trazem mudanças profundas nos hábitos, 
especialmente no que se refere aos hábitos alimentares e à atividade física. No Brasil, 
a globalização econômica e de mídia contribuiu para mudanças significativas em 
relação à dieta (com uso mais difundido de alimentos processados e ultraprocessados 
em detrimento de preparações mais tradicionais) e de hábitos familiares, como realizar 
as refeições juntas e sem o uso de telas durante as mesmas (BOLLINI et al, 2019). 
 
 
 
 
 
5.4 As estratégias de prevenção da obesidade 
 
Fonte: hipnoseclinic.com.br 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a obesidade como uma 
epidemia mundial condicionada principalmente pelo perfil alimentar e de atividade 
física (WHO, 2000). Sua crescente prevalência vem sendo atribuída a diversos 
processos biopsicossociais, em que o “ambiente” (político, econômico, social, 
cultural), e não apenas o indivíduo e suas escolhas, assume um lugar estratégico na 
análise do problema e nas propostas de intervenções (SWINBURN et al, 2015). 
Contudo, parte dos desafios reside em compreender como esses múltiplos fatores 
interagem. 
Em 2006, no Brasil, foi instituído o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e 
Nutricional (SISAN) que organiza ações implementadas por diferentes ministérios, 
abarcando desde a produção até o consumo de alimentos. O Conselho Nacional de 
Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), as Conferências Nacionais e a Câmara 
Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) integram o SISAN. 
Entre 2011 e 2014, a CAISAN protagonizou a formulação do plano intersetorial de 
combate à obesidade, que subsidiou uma estratégia intersetorial que sistematiza 
recomendações para estados e municípios (BRASIL, 2014) 
As ações propostas demandam uma articulação dentro do SUS (intrassetorial) 
e entre o conjunto de ministérios que integram o SISAN (intersetorial). O diálogo entre 
instituições com práticas distintas implica um processo político e decisório complexo, 
atravessado por múltiplos conflitos de interesses (SCHUTZ & MIOTO 2010). Medidas 
 
 
 
 
 
que estimulem indivíduos a modificarem, por si sós, as suas práticas alimentares e de 
atividade física podem ser mais facilmente adotadas pelos governos, pois se alinham 
aos interesses e às estratégias de marketing da indústria de alimentos (BURLANDY 
et al, 2014). Por outro lado, medidas que visam às transformações nos “ambientes 
obesogênicos”, como a regulamentação da publicidade de alimentos, podem afetar os 
interesses comerciais. Ambas são igualmente importantes, mas sua 
operacionalização impõe desafios políticos e de gestão distintos (ROBERTO et al, 
2015) 
6 OBESIDADE COMO DOENÇA, CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS, 
CONDICIONANTES E MEDIDAS PROPOSTAS 
 
Fonte: encrypted 
A OMS define a obesidade como condição crônica caracterizada pelo acúmulo 
excessivo de gordura que traz repercussões à saúde. Portanto, é categorizada, na 10ª 
revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), no item de doenças 
endócrinas, nutricionais e metabólicas. No Brasil, diferentes documentos do governo 
seguem a definição da OMS e a concebem simultaneamente como doença e fator de 
risco para outras doenças, como condição crônica multifatorial complexa (BRASIL, 
2014) e, ainda, como manifestação da insegurança alimentar e nutricional (BRASIL, 
2013). Quanto aos fatores condicionantes da obesidade, nos documentos, destacam-
 
 
 
 
 
se a alimentação rica em gorduras e açúcares e o consumo excessivo de alimentos 
ultraprocessados, associados à inatividade física, ainda que se reconheça a 
complexidade dos processos subjacentes (BRASIL, 2014). 
O diagnóstico do sobrepeso/obesidade vem sendo realizado por meio do índice 
de massa corporal (IMC), calculado como a razão da massa corporal pela estatura ao 
quadrado, concebido inicialmente para uso em adultos, pela sua associação com risco 
de adoecer e morrer, reiterando a obesidade como fator de risco especialmente para 
as DCNT. O IMC também é usado em crianças e adolescentes, idosos e gestantes. 
No Brasil, os critérios diagnósticos estabelecidos pela OMS foram incorporados à 
vigilância alimentar e nutricional no âmbito do SUS. Não obstante seu emprego 
disseminado internacionalmente, o IMC não mede a composição corporal, portanto, 
parece haver inconsistência quanto a sua aplicabilidade para diagnosticar uma 
doença caracterizada por acúmulo de gordura. 
Os dados de estudos populacionais vêm demonstrando alta especificidade, 
mas baixa sensibilidade do IMC no diagnóstico de obesidade 20,49. Evidências 
apontam para a necessidade de se desenvolver curvas dos componentes da 
composição corporal para o diagnóstico clínico e epidemiológico do estado nutricional 
(WELLS, 2014). No entanto, seu uso como critério para identificar 
sobrepeso/obesidade como fator de risco para DCNT, e não de diagnóstico nutricional 
per se, ainda parece ser adequado, particularmente em serviços de saúde. 
No âmbito do SUS, em 2006, a publicação de um Caderno de Atenção Básica 
específico sobre o tema enfatizou aspectos individuais tanto na configuração do 
problema quanto no seu enfrentamento, mas também sugeriu estratégias coletivas de 
promoção da alimentação saudável BRASIL, 2006. Outros documentos do Ministério 
da Saúde reforçam a abordagem assistencial e individualizada (BRASIL, 2012). Em 
2014, um novo Caderno de Atenção Básica detalhou a construção da linha de cuidado 
para obesidade no âmbito da atenção básica e, secundariamente, destacou ações de 
promoção da saúde (BRASIL, 2014). 
A análise dos Cadernos de Atenção Básica e dos documentos publicados 
nesse intervalo de tempo indica uma preocupação crescente do Ministério da Saúde 
em organizar ações de enfrentamento da obesidade na atenção básica. Desde 2007 
foram publicadas portarias que pautam a organização da linha de cuidado e 
 
 
 
 
 
estabelecem critérios para o serviço de assistência de alta complexidade para os 
pacientes com sobrepeso e obesidade, incluindo a garantia do tratamento cirúrgico. 
Ainda que o recurso à cirurgia possa reforçar o enfoque patológico e curativo, essa 
alternativa de tratamento passou a ser um direito no âmbito do SUS (BRASIL, 2013). 
Sem desconsiderar a importância de medidas individualizadas, reconhece-se 
que determinadossegmentos que conformam o complexo industrial da saúde têm 
forte peso de influência no processo decisório governamental. Portanto, a 
medicalização da obesidade deve ser analisada à luz desse contexto de disputas de 
interesses em torno dos recursos públicos. 
Ampliar a concepção restrita da obesidade como doença e propor medidas 
ambientais têm se tornado um imperativo diante da baixa resolutividade das 
intervenções focadas apenas no corpo e no atendimento individualizado. Estratégias 
que ultrapassem o âmbito de ação do setor saúde são necessárias, dadas as 
dificuldades em universalizar medidas individualizadas (como intervenções 
cirúrgicas), além dos limites que os próprios indivíduos enfrentam para modificar suas 
“escolhas” pessoais (alimentares ou de prática de atividade física) em contextos 
adversos à adoção de práticas saudáveis. Nesse sentido, a abordagem da obesidade 
na perspectiva da promoção da saúde contribui para pensar o problema em uma ótica 
referenciada não apenas na doença e no tratamento (ROBERTO et al, 2015). 
6.1 Tratamento 
Segundo Pettigrew e Moreira (2011), um dos enfrentamentos na linha de 
cuidados contra a obesidade desde 2007 tem sido o uso de procedimentos cirúrgicos 
em nível de assistência de alta complexidade. No âmbito do SUS a obesidade tem 
seu caráter patológico o que garante o acesso embora nem sempre isso se verifique 
 Em casos de obesidade infantil o tratamento ainda se evidencia pela 
reeducação alimentar com o auxílio assistido de medicamentos específicos. A 
educação da obesidade precisa ser analisada de forma complexa em torno dos 
recursos públicos o que pode impactar no tratamento correto e adequado da patologia 
(GÓMEZ, 2011). Uma medida para se alcançar uma resolutividade sobre a obesidade 
infantil é a ampliação do conceito ambiental, ultrapassando os limites de assistência 
 
 
 
 
 
no setor de saúde integrando as capacidades de escolhas individuais saudáveis 
tirando a obesidade do foco da doença passando a trabalhar uma visão mais 
consciente tanto dos hábitos alimentares, pratica de exercícios regulares, qualidade 
de ar e água saudáveis, entre outros fatores ambientais (LOPES, 2015; MEDEIROS, 
2018). 
 Embora tenha-se uma linha de cuidado no setor de saúde pública a obesidade 
infantil ainda é um desafio no que se refere a uma solução padronizada ou estratégica. 
O sedentarismo infantil é o maior registrado na história, as inovações tecnológicas e 
questões relacionadas a urbanização trouxeram um novo estilo de vida não somente 
ao homem adulto, mas também a criança dentro de toda sua faixa etária (LOPES, 
2010). 
7 ATENÇÃO NUTRICIONAL PARA OBESIDADE EM UNIDADES BÁSICAS DE 
SAÚDE 
 
Fonte: manaus.am.gov.br 
A atenção nutricional compreende os cuidados relativos à alimentação e 
nutrição de promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de 
agravos, os quais devem estar associados às demais ações de atenção à saúde do 
SUS para indivíduos, famílias e comunidades, contribuindo para a conformação de 
 
 
 
 
 
uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2013; SPINA et al, 2018). 
No âmbito da atenção básica em saúde (ABS) as ações de alimentação e 
nutrição são de responsabilidade da Estratégia Saúde da Família (ESF) e visam à 
ampliação da qualidade dos planos de intervenção, em especial as doenças e os 
agravos não transmissíveis no crescimento e desenvolvimento na infância, na 
gestação e no período de amamentação, evidenciando que a promoção de práticas 
alimentares saudáveis configura em um item importante para a segurança alimentar 
e nutricional, tornando-se essencial à população em todas as fases da vida 
(MANCUSO et al, 2012). 
Para o desenvolvimento da atenção nutricional na ABS, as equipes de 
referência deverão ser apoiadas por grupos de multiprofissionais, a partir de um 
processo de matriciamento e clínica ampliada, com a participação de profissionais 
nutricionistas cujos deverão instrumentalizar os demais profissionais para o 
desenvolvimento de ações integrais nessa área, respeitando seu núcleo de 
competências (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). 
Organizar a atenção nutricional na ABS de forma interdisciplinar é uma medida 
importante para contribuir com a prevenção e o controle da obesidade e, assim, 
reduzir as chances do adoecimento e morte na população. (ARAÚJO et al, 2019). 
7.1 Instrumentos para avaliação nutricional 
Desde 2008, a Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) 
disponibiliza os formulários de marcadores de consumo alimentar no Sistema de 
Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN WEB), permitindo a avaliação da 
alimentação da população brasileira na rotina da Atenção básica (BRASIL, 2015). Os 
instrumentos para avaliação da dieta devem considerar a extensa variabilidade da 
ingestão alimentar dos indivíduos e grupos humanos, e a preferência pelo QFA 
baseia-se no baixo custo e na praticidade de obtenção e análise das informações 
(SCHENEIDER, 2016). 
A pirâmide alimentar é um instrumento educativo cujo foi muito utilizado pelos 
profissionais de saúde, entretanto, desde o lançamento do Guia Alimentar, em 2014, 
 
 
 
 
 
a concepção da distribuição diária dos gêneros no formato da pirâmide tornou-se 
obsoleta. O Guia é uma ferramenta de múltiplas facetas na promoção da alimentação 
adequada e saudável, possuindo tanto um caráter pedagógico, com orientações 
claras sobre um consumo promotor de saúde e nutrição, quanto político, tendo em 
vista que evidencia e defende que para o acesso à alimentação adequada, são 
necessárias decisões políticas de promoção e proteção de um sistema alimentar 
saudável e sustentável (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). 
A orientação alimentar realizada com embasamento científico caracteriza-se 
como uma conduta ética do profissional de saúde, o qual pode contribuir 
positivamente para o empoderamento e a autonomia das pessoas quanto às escolhas 
alimentares condizentes com a saúde e nutrição desejada. O uso de equipamentos 
antropométricos pelos profissionais, é importante para conhecer o perfil de nutrição 
individual e coletiva, pois possibilita a avaliação da composição corporal, o diagnóstico 
do risco ou do agravo nutricional em todas as fases do ciclo de vida e, portanto, 
orientam a conduta na atenção nutricional (ARAÚJO et al, 2019). 
Segundo Ferreira (2015), a antropometria é considerada um procedimento não 
invasivo, de baixo custo e 'fácil' operacionalização e padronização, apresentando boa 
precisão e acurácia. O paquímetro é um instrumento importante para acompanhar a 
composição corporal e avaliar o crescimento, sendo muito adotado para medir 
pacientes acamados e a estatura de crianças (MELO et al, 2014). 
Nascimento et al, (2017), avaliando a cobertura do Sistema Nacional de 
Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), confirmaram a predominância de 
informações para o público materno-infantil em detrimento das outras faixas etárias. 
Destacam que tal perfil de cobertura poderia ser considerado consonante em 
contextos de altas prevalências de desnutrição infantil, mas é incoerente com o atual 
cenário de aumento da obesidade, sobretudo entre adolescentes e adultos. 
O rastreamento das morbidades da obesidade deve ser realizado desde a 
primeira consulta. Os exames bioquímicos poderão ser solicitados tanto para o 
acompanhamento do tratamento, quanto para finalizar a investigação. A monitoração 
constante dos pacientes contribuirá para o diagnóstico precoce e o tratamento das 
morbidades associadas, melhorando o prognóstico de adultos com excesso de peso 
(WAYHS, 2011). 
 
 
 
 
 
O nutricionista é o mais habilitado para elaborar, em acordo com o usuário, um 
plano alimentar adequado a cada caso. Como responsável pelo diagnóstico e 
tratamento de distúrbios nutricionais, cabe a ele adotar alternativas viáveis para guiar 
os pacientesem direção a uma vida saudável. Ao estabelecer metas coerentes, 
viáveis e sustentáveis, o nutricionista deve valorizar outras funções do alimento além 
de nutrir e tratar agravos; ao promover atitudes alimentares saudáveis, deve também 
primar pelo prazer do indivíduo, tendo como base o conhecimento científico (ARAÚJO 
et al, 2019). 
Programas de tratamento interdisciplinar efetivo para a obesidade são 
necessários para desencadear mudanças de concepções e condutas no indivíduo, 
principalmente, no relacionado a fatores modificáveis, como a regularidade da 
atividade física, hábitos alimentares saudáveis e atividades de lazer. 
7.2 Ações do profissional nutricionista 
 
Fonte: encrypted 
O nutricionista é um dos profissionais que compõem a equipe do Núcleo de 
Apoio a Saúde da Família (NASF) e nela deve desenvolver ações de promoção de 
práticas alimentares saudáveis, cabendo ao mesmo atuar de forma efetiva sobre os 
agravos e distúrbios alimentares e nutricionais cujos acometem a população em todas 
as fases da vida. A alimentação é um fator determinante da saúde, com isso é 
primordial a assistência nutricional no âmbito da ABS (BRASIL, 2010). 
 
 
 
 
 
As ações do nutricionista NASF, baseiam-se nas diretrizes da Política Nacional 
de Alimentação e Nutrição (PNAN) e buscam desenvolver estratégias junto aos outros 
profissionais do NASF e às equipes de ESF, para intensificar e qualificaras ações 
colaboradoras com práticas alimentares saudáveis, considerando as características 
sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território adstrito 
(RECINE E VASCONCELLOS, 2011). O nutricionista, por ser o único capacitado por 
meio de formação acadêmica e possuidor de conhecimentos específicos da área, vai 
oferecer as devidas prescrições nutricionais, adaptando-as para as condições de cada 
família, se tornando um profissional fundamental para o modelo de atenção à saúde 
no Brasil (TAVARES et al, 2016). Assim, socializar o conhecimento com um 
profissional da área de nutrição sobre os alimentos e realizar ações promotoras da 
segurança alimentar e nutricional torna-se essencial à população (MANCUSO et al, 
2012). 
Ações de promoção e educação em saúde são consideradas como atribuições 
compartilhadas por todos os membros das equipes da Atenção Básica (AB) (BRASIL, 
2010), e devem ser pautadas não apenas pelo setor saúde, mas compartilhado por 
outros setores comprometidos com a temática (BRASIL, 2014). Nesse cenário, a 
Educação Alimentar e Nutricional (EAN) coloca-se como importante e desafiadora 
estratégia relacionada à promoção e educação em saúde voltada para a temática do 
sobrepeso e obesidade. Com a publicação do ‘Marco de Educação Alimentar e 
Nutricional para as políticas públicas’, consolidou-se a orientação para a proposição 
de práticas elaboradas a partir de recursos educacionais problematizadores e ativos, 
reforçando o caráter transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional da EAN. Essa 
perspectiva, que vem sendo gradativamente incorporada na AB, é destaque entre os 
esforços para o reconhecimento da complexidade da relação entre saúde, 
alimentação e nutrição (BRASIL, 2012). 
Sobre esse aspecto, tomando essa atribuição da AB no cuidado ao sobrepeso 
e obesidade, evidencia-se o convite para um olhar atento aos ambientes e territórios 
em suas potencialidades e fragilidades. Nesse sentido, os documentos oficiais têm 
destacado a importância da atenção às oportunidades geradas pela existência de 
equipamentos públicos (creches, escolas, centros de esporte e lazer, associações de 
 
 
 
 
 
moradores), sejam eles governamentais ou não, existentes em cada localidade, e a 
oportunidades de realização de ações intersetoriais (BRASIL, 2015). 
Dentre as questões do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da 
Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), foram destacados seis capazes de 
contribuir com os debates sobre ações de promoção e educação em saúde no cuidado 
à obesidade. Nas duas questões referentes às ações educativas e promoção da 
saúde, os itens identificados como relevantes foram ‘alimentação saudável’ e ‘apoio 
ao autocuidado para doenças crônicas’. Considerando os dados nacionais, registra-
se que a resposta foi afirmativa para 70,2% das equipes com relação à ‘alimentação 
saudável’ e 68,7% para ‘apoio ao autocuidado para doenças crônicas’. A constatação 
de que cerca de 30% das equipes não aborda tais temas em ações coletivas é 
preocupante e revela a necessidade de reflexões e investigações que permitam 
mapear as barreiras e dificuldades para a efetivação dessas ações, que são 
preconizadas nos diversos documentos orientadores para atenção aos usuários com 
sobrepeso e obesidade (BRASIL, 2015). 
8 OBESIDADE NA ESCOLA: ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 
EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
 
Fonte: escolaaed.com.br 
A alta prevalência do sobrepeso e da obesidade em países desenvolvidos e em 
desenvolvimento é um desafio aos serviços de saúde pública, e reforçam a 
 
 
 
 
 
necessidade de implantação de novas estratégias preventivas, sendo as mais comuns 
o estímulo e oferta da prática da atividade física e a promoção de uma alimentação 
saudável (FRIEDRIC; SCHUCH; WAGNER, 2012; GUERRA; SILVEIRA; SALVADOR, 
2015). Em geral, o sobrepeso e a obesidade na infância e na adolescência são fatores 
de riscos para a obesidade na idade adulta, e estão associados a diferentes doenças 
crônico-degenerativas (VITA; PINHO, 2012). 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 1997), a 
escola desempenha um papel importante na formação dos cidadãos para que o 
mesmo tenha uma vida saudável. A ideologia para o tema saúde no currículo da 
escola propõe a formação de protagonistas capazes de valorizar, discutir e contribuir 
na decisão relativa à saúde individual e coletiva. Em adendo, surge a importância da 
formação do aluno para cidadania ser direcionada a motivação para o cuidado com 
seu corpo e compreensão da saúde como direito e responsabilidade pessoal e social. 
Neste contexto, a educação física tem, dentre outras, a função de informar os alunos 
sobre diversos fatores interventores na saúde, e conscientizá-los a praticar atitudes 
mais positivas em relação à prática de atividades físicas e aos cuidados com o corpo. 
O comprometimento desta disciplina escolar com a promoção da saúde deve levar os 
alunos à prática e desenvolvimento de conhecimentos sobre a atividade física; deve 
conscientizar, acerca da sua importância e benefícios, possibilitando a identificação 
dos fatores que os impedem à frequente prática de exercícios; deve, ainda, 
desempenhar um papel na educação para a saúde dos alunos, com foco nas ações 
preventivas, complementando as ações curativas e de reabilitação (DARIDO, 2012). 
Estudo de Lenes et al. (2011) levantou informações sobre o percentual de 
escolares com sobrepeso e obesidade no ensino fundamental da rede pública, 
propiciando um espaço para inserção e discussão do tema no contexto das aulas de 
Educação Física. Além disso, proporcionou alternativas de intervenção à disciplina, 
relacionando percepção e autoimagem corporal. A partir da pesquisa, elaborou-se um 
caderno de atividades, uma vez que há carência de material didático na disciplina. Foi 
observado que os hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo estão 
diretamente relacionados a esses índices. Foi percebida a importância de incluir 
estudos acerca de sobrepeso e de obesidade, desde cedo nas escolas, com o objetivo 
de detectar as possíveis repercussões negativas sobre a saúde, o mais precocemente 
 
 
 
 
 
possível, e sugerir ações que possam auxiliar na promoção do bem-estar da criança 
e do jovem. 
Segundo os PCNs (BRASIL, 2008), o tema transversal saúde, quando 
trabalhado ainda nos anos iniciais da criança na escola, gera valores que 
proporcionam uma vida saudável. No âmbito da educação física, pode ser 
desenvolvido seguindoas propostas do bloco de conteúdos de conhecimentos sobre 
o corpo e com aproximações da abordagem pedagógica que enfatiza a cultura 
corporal do movimento. 
Considerada uma abordagem pedagógica contemporânea da educação física, 
a saúde renovada tem sido criticada pelo excesso de preocupações com a aptidão 
física, não despertando a construção crítica dos alunos a respeito dos parâmetros da 
qualidade de vida e da saúde. Entretanto, as bases da cultura corporal do movimento 
fortalecem as dimensões conceituais de saúde, e objetivam contribuir com a 
transformação da escola em um ambiente saudável, ampliando a discussão da 
tendência higienista e favorecendo o combate à obesidade e sobrepeso (OLIVEIRA; 
MARTINS; BRACHT, 2015; FERREIRA; SAMPAIO, 2013). 
Nesse contexto, surgem propostas de as atividades práticas inseridas no 
currículo estarem dialogando com temas pertinentes à boa saúde para favorecer a 
inserção do tema sobrepeso e obesidade nas aulas. Como exemplos, podem ser 
citadas as atividades rítmicas e expressivas, as diferentes manifestações de ginástica 
e as lutas, pois podem ser utilizadas para gerar discussões sobre as relações entre 
gasto e consumo energético e suas verdadeiras contribuições com o emagrecimento 
e uma vida saudável, assim como os efeitos negativos do tempo de tela (tríade 
televisão-games-internet), que contribui com o aumento do sedentarismo (BRASIL, 
1997; CARDOSO et al., 2014; VASCONCELLOS; ANJOS; VASCONCELLOS, 2013). 
Quanto aos esportes, existem muitas críticas para sua utilização de forma competitiva 
com ênfase no bom desempenho, o que favorece o afastamento de alunos menos 
habilidosos, mas, ao mesmo tempo, ser o conteúdo escolar apontado em estudos 
como o mais motivante e com contínua prática após a vida escolar (UNESCO, 2015; 
SILVA; SILVA, 2015). 
A UNESCO (2015), abordando sobre educação física de qualidade, cita a 
European Comission, apontando que, para tornar significativos os currículos de 
 
 
 
 
 
educação física para crianças e jovens do século XXI, teorias inovadoras de 
aprendizagem e novas percepções da disciplina devem ser consideradas, avaliadas 
e implementadas. De maneira em geral, as propostas observadas nos estudos 
selecionados em conjunto com diferentes possibilidades oriundas de aulas de 
educação física, ou mesmo de projetos elaborados pela escola, enriqueceriam as 
propostas de prevenção e combate ao sobrepeso e a obesidade. 
8.1 Ações de educação alimentar e nutricional na prevenção da obesidade e 
na recuperação da saúde de escolares 
A educação alimentar e nutricional (EAN) se constitui em espaço privilegiado 
para ampliação do empoderamento das pessoas no que se refere à realização da 
Segurança Alimentar e Nutricional, a garantia do Direito Humano à Alimentação 
Adequada e a adoção de práticas alimentares saudáveis, na perspectiva da promoção 
da saúde e produção da co-responsabilização, da autonomia, do autocuidado, do 
reconhecimento da alimentação como direito social e do exercício da cidadania 
(GONÇALVES et al, 2017). 
A EAN não tem por finalidade prescrever formas adequadas de se alimentar, 
mas sim, ensinar a pensar certo a respeito da alimentação. Pensar certo não é 
transferir um conhecimento pronto e inerte sobre o que deve ser consumido, às vezes, 
desconexo com o cotidiano alimentar das pessoas, mas, procurar aproximar-se da 
realidade de vida e alimentação e reconhecer os aspectos afetivos, do valor dos rituais 
de comensalidade, das preferências e de todos os sentidos e significados que 
envolvem a alimentação (PAIVA, 2016). 
Na escola, a EAN é uma ferramenta que, se utilizada corretamente, contribui 
para a formação e consolidação de valores e atitudes relativas à alimentação para a 
promoção da saúde individual e coletiva. As atividades educativas no espaço escolar 
proporcionam a construção de novos conhecimentos por meio da associação do 
conteúdo ministrado em sala de aula com a realidade do meio e dos acontecimentos 
do dia a dia dos alunos (GONÇALVES et al, 2017). 
Dada a importância da EAN para a formação do hábito alimentar saudável, os 
currículos dos ensinos fundamental e médio deverão incluir o assunto educação 
alimentar e nutricional nas disciplinas de ciências e biologia, respectivamente. É o que 
 
 
 
 
 
estabelece o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 102/2017 (LEI DE DIRETRIZES E 
BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL ATUALIZADA, 2017). 
Atuar com promoção da saúde nas escolas requer um trabalho coletivo e, 
portanto, o nutricionista deve reconhecer a importância de sua atuação, juntamente 
com os educadores e famílias, neste espaço, visto que uma de suas atribuições é 
cuidar da educação alimentar e nutricional da população infantil (MARTINS, 2010). 
Neste contexto, a escola, como ambiente favorecedor da construção do 
conhecimento, tem papel fundamental na conscientização da comunidade escolar 
quanto ao consumo de alimentos saudáveis, visando a promoção e a manutenção da 
saúde. A prevenção visa à promoção e manutenção da saúde. Prevenir significa 
antecipar-se à sua ocorrência ou cuidar para que ela não aconteça. O processo de 
prevenção apresenta três fases: primária, realizar educação em saúde com os 
escolares evitando que a obesidade infantil aumente desordenadamente no ambiente 
escolar; secundária, efetuar ações de cuidado que evitem a evolução da obesidade 
infantil e o surgimento de doenças de base; terciária, há ações de reabilitação para 
prevenir complicações, cuidado da causa base e os efeitos da obesidade em crianças 
afetadas no ambiente escolar e familiar (CHAVES et al, 2011). 
Os programas educativos em saúde incluindo aqueles voltados para 
alimentação e nutrição, direcionados a escolares constituem uma das estratégias mais 
importantes para prevenir a obesidade na população infantil, uma vez que a cobertura 
no ensino fundamental é de praticamente 100% (KAIN et al, 2011). 
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) existe desde 1955 
(CARDOSO, 2014) e dentre as suas normativas atuais está a consideração de que as 
ações educativas devem ser “formativas”, de prática contínua e permanente, 
transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional que objetiva estimular a adoção 
voluntária de práticas e escolhas alimentares saudáveis, que colaborem para a 
aprendizagem, o estado de saúde do escolar e a qualidade de vida do indivíduo” 
(VASCONCELOS, 2012). 
Essas ações têm como objetivo integrar a temática alimentação e nutrição no 
contexto escolar, enfatizando a alimentação saudável e a promoção da saúde, 
destacando a escola como um espaço que favorece a formação de hábitos saudáveis 
e à construção da cidadania. Ações com esta característica, quando incorporadas ao 
 
 
 
 
 
projeto pedagógico da escola permitem ao aluno apropriar-se de conhecimentos sobre 
alimentação e nutrição que podem ser levados por toda vida (MARTINS, 2010). 
8.2 Alimentação saudável no ambiente escolar 
 
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com 
Embora falar a respeito das práticas pedagógicas, na Educação Infantil, 
relacionadas à alimentação saudável não seja uma reflexão simples, o ambiente 
escolar, por ser o lugar em que a criança passa maior parte do seu dia, torna-se 
eficaz para se desenvolver ações sobre a promoção de hábitos saudáveis. Para 
que isso seja possível e para que se fortaleça o vínculo positivo entre a educação 
e a saúde, deve ser promovido um ambiente saudável, de modo a melhorar a 
educação e o potencial de aprendizagem, ao mesmo tempo que se promove a saúde. 
De acordo com o que é apresentado no Plano Nacional de Alimentação e 
Nutrição (PNAN), como elemento de humanização das práticas de saúde, 
A alimentação expressa as relações sociais, valores e história do indivíduo e 
dos grupos populacionais e tem implicações diretas na saúde e na qualidade 
de vida. A abordagem relacional da alimentação e nutrição contribui para o 
conjunto de práticas ofertadas pelo setor saúde,na valorização do ser 
humano, para além da condição biológica e o reconhecimento de sua 
centralidade no processo de produção de saúde (BRASIL, 2013, p. 22). 
Nessa perspectiva, o ambiente escolar é um ótimo lugar para que a criança 
aprenda a desenvolver hábitos saudáveis, visto que é onde ela passa a maior parte 
 
 
 
 
 
do dia. Ademais, esse é um espaço no qual atividades voltadas ao tema podem gerar 
grande repercussão para todos os envolvidos, isto é, não somente para com alunos, 
mas, também, com os adultos, a fim de que eles desenvolvam hábitos saudáveis de 
igual modo. Conforme apresentado por Foschiera e Tessaro (2011, p. 122), “a 
ecopedagogia pode ser um dos caminhos que o educador tem à sua disposição para 
a reaproximação do natural, da vida e da reconstrução do futuro”. 
Assim sendo, a implementação do tema alimentação saudável no currículo 
das escolas tem de ser vista com muita atenção, uma vez que é necessária e 
primordial. A formação e a adoção dos hábitos saudáveis deve ser estimulada em 
crianças, pois é durante os primeiros anos de vida que ela estará formando seus 
hábitos, por exemplo, alimentares e de atividade física. Dessa forma, torna-se 
imprescindível a promoção de uma educação que envolva aspectos relacionados à 
saúde, a fim de que os estudantes possam estipular e manter tais práticas ao longo 
de suas vidas ‘ 
A escola e o educador, de forma lúdica, necessitam ajudar a criança a 
reconhecer as suas necessidades e a identificar suas preferências alimentares. Uma 
das metodologias que pode ser adotada é a construção de uma horta escolar, a qual, 
“é uma estratégia de educar para o ambiente, para a alimentação e para a vida, na 
medida em que oportuniza que tais princípios sejam colocados em prática e 
incorporados à formação dos cidadãos em idade escolar”. 
Segundo Foschiera E. e Foschiera L. (2014, p. 77), 
“a produção de alimentos ecológicos/orgânicos passa a ganhar cada vez 
mais destaque, porque é realizada com a mínima agressão ambiental. Além 
disso, se os processos sociais, culturais e ambientais são coerentes e 
adequados, além de gerar produtos saudáveis, tendem a ser mais 
equilibrados e duradouros ao longo do tempo, trazendo maior segurança 
Alimentar e Nutricional para muitas gerações.” 
O cuidar e o educar necessitam estar juntos na Educação Infantil, para 
beneficiar o processo contínuo de desenvolvimento integral da criança. De acordo 
com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), 
o desenvolvimento integral depende tanto dos cuidados relacionais, que 
envolvem a dimensão afetiva e dos cuidados com os aspectos biológicos do 
corpo, como a qualidade da alimentação e dos cuidados com a saúde, quanto 
da forma como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de 
acesso a conhecimentos variados (BRASIL, 1998, p. 24). 
 
 
 
 
 
Assim, para fortalecer o vínculo entre a educação e a saúde, deve-se 
promover um ambiente saudável, melhorando a educação e o potencial de 
aprendizagem, ao mesmo tempo que se promove a saúde (BRASIL, 2013). 
Através dos benefícios de uma alimentação saudável, na Educação Infantil, 
os professores cuidam e educam as crianças, tornando-se os principais parceiros 
do incentivo à saúde e do desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis. 
A escola é um lugar de educação e cuidado, onde os professores têm 
comprometimento com as crianças que estão ao seu redor. Desse modo, o 
profissional, tendo um olhar panorâmico da situação, deve estar sempre atento às 
necessidades dos estudantes e estar disposto a ajudá-los. Os educadores precisam 
ter cuidado para que suas práticas sejam naturais, de forma que o cuidar e o educar 
caminhem juntos, a fim de estabelecer a identidade e a autonomia da criança. 
9 AMAMENTAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE CONTROLE DE OBESIDADE 
INFANTIL 
 
Fonte: yimg.com 
Segundo o Ministério da Saúde, o aleitamento materno exclusivo é 
recomendado até os seis meses de vida e o aleitamento materno misto até os dois 
anos de idade ou mais, fato que vem sendo considerado como fator protetor para a 
obesidade infantil. (BRASIL, 2012). 
 
 
 
 
 
O aleitamento materno traz inúmeros benefícios para o bebê e para a mãe. 
Para o bebê reduz a mortalidade infantil, protege contra doenças respiratórias, diminui 
as chances de doenças gastrointestinais, infecções, alergias, promove o 
desenvolvimento cognitivo e intelectual, proporciona benefícios imunológicos, e 
aumenta o vínculo mãe-bebê. Para as mães, a amamentação é fator de proteção 
contra câncer de mama e de ovário, é método contraceptivo, protege contra diabetes 
e obesidade, auxilia no retorno ao peso anterior da gestação mais rápido. Além desses 
benefícios, o aleitamento materno também contribui para a economia dos gastos 
financeiros da família. (LIBRELÃO, 2017). 
Mesmo com tantos benefícios do aleitamento materno, ainda hoje, no Brasil, a 
prevalência dessa prática é baixa, apenas 41% dos lactentes recebem aleitamento 
materno exclusivo (AME) até os primeiros seis meses de vida. Müller et al, (2014), 
além 2014 realizou um estudo com 6.397 crianças das cinco regiões do país, com o 
objetivo de analisar a prevalência do excesso de peso infantil e fatores associados. 
Segundo Müller et al, (2014), a duração média do AME no Brasil é de 120 dias, e 
apenas 24% da amostra recebeu AME durante os primeiros seis meses de vida, sendo 
constatado a prevalência de 36% maior de excesso de peso nas crianças que foram 
amamentadas até 120 dias, comparadas às que receberam AME por período superior 
à 120 dias (LIBRELÃO, 2017). 
Nos primeiros meses de vida, a amamentação possui papel fundamental de 
diminuir a chance de desenvolvimento de sobrepeso e obesidade na infância. 
Segundo Librelão (2017), na infância, as chances de adquirir excesso de peso são 
duas vezes maiores em crianças que receberam aleitamento materno exclusivo por 
um mês, comparadas com crianças que foram amamentadas exclusivamente com 
leite materno por seis meses, comprovando que quanto maior o período de 
aleitamento materno exclusivo, maior é a proteção contra a obesidade. 
A composição exclusiva do leite materno está associada a um “imprinting” 
metabólico, que é um fenômeno através do qual uma experiência nutricional precoce, 
atua durante um período crítico e específico do desenvolvimento e acarreta um efeito 
duradouro, persistente ao longo da vida do indivíduo, podendo predispor a 
determinadas doenças (SILVA, 2018). 
 
 
 
 
 
Por ser uma das experiências nutricionais mais precoces do recém-nascido, e 
possuir uma composição única com hormônios e células, o leite materno está 
envolvido nesse fenômeno, alterando o número e/ou tamanho dos adipócitos e 
induzindo o fenômeno de diferenciação metabólica. É possível que crianças 
alimentadas ao seio materno desenvolvam mecanismos eficazes para regular sua 
ingestão energética e, crianças que recebem fórmulas industrializadas podem ter 
estes mecanismos prejudicados favorecendo o desenvolvimento de sobrepeso e 
promovendo uma ingestão excessiva de leite e/ou prejudicando o desenvolvimento 
dos mecanismos de autorregulação. O aleitamento permite à criança controlar a 
quantidade do leite consumido, baseado no controle da saciedade interna. As crianças 
que mamam em mamadeiras podem ser influenciadas a terminar o conteúdo desta, 
mesmo quando já atingiu a saciedade, perdendo a habilidade de autorregular a 
ingestão energética (PASTORELLI, 2013). 
Os componentes hormonais do leite materno também são fatores que protegem 
contra o desenvolvimento a obesidade. A leptina, hormônio que promove a saciedade, 
controla a ingestão energética; a adiponectina atua no aumento de gasto energético, 
no acúmulo do excesso de gordura corporal, e possui ação anti-inflamatória. Alguns 
estudos recentes também indicam que a resistina e a obestatina também podem 
interferir na obesidade. A resistina atua na regulação do metabolismo em crianças,e 
as que ingerem fórmulas infantis possuem maiores concentrações. Já a obestatina, 
com seu efeito anorexígeno, atua sobre a função endócrina e sobre a glicemia 
(LIBRELÃO, 2017). 
Além disso, a liberação de hormônios pancreáticos e intestinais em crianças 
alimentadas com leite materno e com fórmula infantil é bastante distinta. Os lactentes 
que recebem fórmula infantil possuem um maior consumo de proteínas, fato que 
também é um dos mecanismos responsáveis pelo risco aumentado de obesidade 
nessas crianças, pois essa ingestão proteica excessiva para a necessidade 
metabólica aumenta a secreção de insulina e do fator de crescimento I. O aumento da 
concentração plasmática de insulina estimula a captação da glicose pela célula e inibe 
a lipólise, contribuindo, assim, para o acúmulo de tecido adiposo-subcutâneo (SILVA, 
2018). 
 
 
 
 
 
A falta de conhecimento sobre os benefícios da amamentação, o retorno ao 
trabalho, introdução de outros alimentos antes do período de seis meses de vida, o 
uso de chupeta e de mamadeira são fatores que influenciam diretamente para a 
ocorrência do desmame precoce. Com a mudança do perfil da sociedade moderna, 
em que a mulher alcançou sua independência, tem-se o retorno ao trabalho das mães 
cada vez mais cedo, sendo um fator que contribui para o desmame precoce 
(ALGARVES, 2015). 
Entendendo os mecanismos de interferência positiva do leite materno face ao 
risco de excesso de peso infantil, é necessário que essas informações sejam 
difundidas para que a amamentação não seja interrompida. Medidas de promoção da 
saúde devem ser realizadas desde o pré-natal, enfatizando os benefícios do 
aleitamento materno tanto para a mãe como para o filho. Alimentação adequada, bem 
como procedimentos para a manutenção do aleitamento materno para as mulheres 
que precisam retornar ao trabalho devem ser transmitidas às nutrizes, bem como o 
não uso de chupetas e mamadeiras, de introdução precoce de alimentos, de fórmulas 
infantis, podendo assim aumentar o período de amamentação e diminuir as chances 
de desenvolvimento de obesidade (LIBRELÃO, 2017). 
 A família deve ser uma aliada, mantendo e estimulando uma alimentação 
saudável e balanceada, além de promover uma prática regular de atividade física por 
todos da família. Deve-se ter um controle rigoroso das horas de sono e do tempo em 
que a criança pode se submeter à televisão e jogos eletrônicos. O leite materno é 
fundamental para o desenvolvimento adequado e saudável dos recém-nascidos, 
proporciona vantagens a curto e longo prazo, e o ideal é que apenas esse alimento 
fosse ofertado durante os primeiros seis meses de vida, visando todos os seus 
benefícios, incluindo a proteção contra a obesidade infantil. A prevenção e o 
tratamento da obesidade infantil alcançam melhores resultados quando envolvem 
toda a família e uma equipe multidisciplinar, com médico, psicólogo, nutricionista, 
educador físico (BRASIL, 2015). 
 
 
 
 
 
9.1 Alimentação complementar 
Para oferta de adequada alimentação complementar, deve-se oferecer 
quantidades corretas de macronutrientes (carboidrato, proteína e lipídeos) e 
micronutrientes (zinco, ferro, vitamina A, cálcio, vitamina C e ácido fólico). Vale 
lembrar que os alimentos devem ser livres de contaminação (biológica, química e/ou 
física), serem de fácil consumo e aceitação, preço acessível e comuns na alimentação 
da família. Estudos do Ministério da Saúde (MS) apontam frequência na inadequação 
da alimentação no primeiro ano de vida, principalmente em função da introdução 
precoce de alimentos como leite de vaca e sopas diluídas. Além disso, observa-se 
ofertas insuficientes de legumes e verduras e a presença de alimentos industrializados 
(ricos em carboidratos simples, lipídeos e sódio) e acréscimo de açúcares simples nas 
mamadeiras (CAETANO et al., 2010). 
A qualidade nutricional da alimentação complementar é influenciada por vários 
fatores, entre eles se destaca a interação materna, pois constitui um elemento 
fundamental nos cuidados com as crianças. Os cuidados da mãe são essenciais para 
a saúde da criança e podem sofrer influência da qualidade das informações em saúde, 
escolaridade, idade, aprendizado e as experiências maternas, bem como o tempo que 
a mãe tem para cuidar do lactente. As crenças e tabus maternos prejudicam a 
qualidade nutricional e alimentar da criança por limitarem o uso de alimentos, os quais 
são importantes para o seu desenvolvimento e crescimento. Além disso, as práticas 
alimentares da criança sofrem uma forte influência do ambiente familiar, por 
informações dadas pelos profissionais da saúde e também pela mídia (MARTINS; 
HAACK, 2012). 
A partir do sexto mês de vida, o leite materno não é mais suficiente para atender 
as necessidades nutricionais da criança e, portanto, é necessária a adição de 
alimentos complementares à rotina alimentar da criança. A justificativa para esta nova 
introdução de alimentos é que nesta idade as crianças já atingiram um estágio de 
desenvolvimento geral e neurológico (mastigação, deglutição, digestão e excreção), 
que permite que elas recebam outros alimentos além do leite materno ou artificial 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2006). 
O alimento complementar que será oferecido para a criança deve ser qualquer 
alimento sólido ou líquido nutritivo e diferente do leite materno. Mesmo depois da 
 
 
 
 
 
adição do alimento complementar a criança deve continuar recebendo o leite materno, 
pois os demais alimentos são apenas para complementar o leite e não substituí-lo. 
Estes alimentos são divididos em duas categorias: alimentos transicionais – alimentos 
preparados e modificados exclusivamente para a criança para atender suas 
habilidades e necessidades e alimentos complementares – aqueles que não são 
modificados e que também são consumidos pelo resto da família, sem um nome 
especifico, mas que podem ser chamados de alimentos familiares (MARTINS; 
HAACK, 2012). 
A alimentação inadequada nessa fase da vida pode levar tanto a desnutrição 
quanto ao sobrepeso/obesidade, sendo que ambos podem gerar deficiências 
nutricionais (BRASIL, 2009). O excesso de peso nem sempre está associado à saúde, 
visto que a ingestão de alimentos com alta densidade energética pode levar a 
deficiência de micronutrientes, além de aumentar a suscetibilidade para doenças 
crônicas não transmissíveis nos diferentes momentos do ciclo da vida, como diabetes, 
obesidade e doenças cardiovasculares (BRASIL, 2013) 
 
 
 
 
 
 
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