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1 Pâmela Martins Bueno – Distúrbios do sódio Distúrbios do sódio 1. HIPONATREMIA 1.1 DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA CORPORAL • 2/3 da água fica dentro da célula – LIC (liquido intracelular); • 1/3 da água fica fora da célula – LEC (liquido extracelular); • Entre a célula e o interstício existe a membrana celular que é permeável a água, então alterações da osmolaridade permite a passagem de água de um lado para o outro até regular a osmolaridade novamente; • Osmolaridade sérica = 2xNa + Glicose/18 + Ureia/6 – a substancia que tem maior poder sobre a osmolaridade é o sódio. A osmolaridade sérica normal é de 275 a 290mOsm/L, sendo que a concentração de sódio sérico é de 135 a 145mEq/L. • A osmolaridade só vai ter influencia de outras substancias em estados patológicos, como hiperglicemias muito graves ou na uremia (>250). 1.1.2 Perda de água • Todos perdem água diariamente: o Perdas insensíveis: transpiração, fala, respiração e fezes o Urina: pode ser concentrada ou diluída. • A medida que perde água o sódio sérico aumenta, porém é importante lembrar que não está ganhando sódio, é a mesma quantidade para uma quantidade menor de água, por isso a concentração aumenta, mas não o valor absoluto. • O resultado da perda de água e aumento do valor sérico de Na é o aumento da osmolaridade sérica. No SNC existem osmorreceptores, que vão detectar essa diferença na osmolaridade, gerando o estimulo para sede e liberação de ADH (concentra a urina no rim). 1.2 AÇÃO DO ADH • O ADH vai até a célula tubular renal e estimula a produção e migração para a membrana plasmática de aquaporinas 2, resultando na reabsorção de água. • Essa absorção de água resulta no aumento da concentração urinária, podendo chegar até a 1300mOsm/L. Se o individuo ficar o dia inteiro sem beber água, a diurese será de mais ou menos 500mL por dia. • O ADH é liberado por 2 fatores: osmolaridade aumentada e hipovolemia o Hipovolemia: diarreia aguda leva a perda de fluido com eletrólitos, ou seja, o sódio vai continuar normal, mas o estimulo ao ADH é realizado devido a hipovolemia. 1.3 HIPONATREMIA • Laboratorialmente: Na < 135 mEq/q. • Isso acontece quando o sódio está diluído – entrou mais água do que saiu, sendo assim: o O distúrbio de sódio é um distúrbio da água; o Consiste na dificuldade de excreção de água nos rins (ADH pode provocar essa dificuldade) 1.4 HIPONATREMIA E OSMOLARIDADE 1.4.1 Osmolaridade normal ou aumentada • Pseudohiponatremia: o Hipercolesterolemia ↑↑↑↑ – o sangue fica viscoso, por isso não consegue “ler adequadamente a quantidade de sódio”, então entende que tem menos sódio do que tem na realidade. o Hiperproteinemia; 2 Pâmela Martins Bueno – Distúrbios do sódio • Substâncias osmóticas: o Hiperglicemia – a glicose exerce poder osmótico muito elevado, fazendo com que a água saia do LIC e vá para o LEC, resultando em uma desidratação celular e o sódio do LEC fica diluído. o Manitol – substancia osmoticamente ativa que pode ser infundida na veia – usado em neurocirurgia e hipertensão intracraniana. Tem efeito semelhante a hiperglicemia. o Imunoglobulinas – usada em doenças autoimunes e estados inflamatórios. Tem efeito semelhante a hiperglicemia. 1.4.2 Hiponatremia com osmolaridade < 275 1.4.2.1 Hipovolêmica – a hipovolemia e hiperosmolaridade vão aumentar o ADH, que vai concentrar a urina ao reduzir a excreção renal de água. Se esse individuo ganhar água, então ele irá desenvolver a hiponatremia. Ex: paciente com diarreia aguda que não come nada e acaba tomando um copão de suco, mais tarde sem comer nada toma mais chá – dessa forma, não veio sódio para corrigir a volemia, então o ADH continua em excesso no sangue, gerando então a hiponatremia. • Ao detectar a hiponatremia hipovoêmica, é necessário pesquisar o Na+ urinário para entender onde o paciente está perdendo o volume – se é culpa do rim ou de algum outro órgão. o Se o sódio urinário for < 25mEq/L, quer dizer que o rim está saudável (está reabsorvendo o sódio para atenuar a hipovolemia, sendo assim é uma perda fora do rim, principalmente pelo TGI – vômitos, diarreia e fistulas. o Se o sódio urinário for > 40mEq/L, quer dizer que a causa da hipovolemia é a perda renal de sódio. Pesquisar os diuréticos tiazídicos, insuficiência adrenal com deficiência de mineralocorticoide (aldosterona reabsorve sódio, então sem ela vai perder o sódio pela urina) e síndrome cerebral perdedora de sódio. 1.4.2.2 Euvolêmica • Secreção inapropriada de ADH – síndrome da secreção inapropriada do ADH, mais conhecida por SIADH. Essa doença é causada por neoplasias, principalmente o carcinoma de pequenas células do pulmão e medicamentos como anticonvulsivantes e antidepressivos; o A fisiopatologia não é bem explicada – encontrou um individuo com hiponatremia, principalmente em consultório, olhar a lista de medicamentos em uso. • Hipotireoidismo ou insuficiência adrenal – se a insuficiência adrenal for completa, com deficiência de mineralocorticoide, a hiponatremia vai ser hipovolêmica. Para esse caso é apenas a deficiência de glicocorticoide o Mecanismo não é bem esclarecido – o feedback baixo desses hormônios no sangue estimula o hipotálamo e hipófise e acaba também estimulando a liberação de ADH – olhar TSH e T4L, cortisol e ACTH para poder fazer o diagnóstico. 1.4.2.3 Hipervolêmica • Insuficiência cardíaca: baixo débito cardíaco (menos sangue do que deveria) • Cirrose: vasodilatação sistêmica o ➜ tendência a hipotensão que leva a redução do volume circulante arterial ativo, o corpo não vai entender que o sistema venoso está cheio de liquido, vai entender que tem hipovolemia porque a circulação arterial está reduzida o ➜ a hipovolemia falsa vai levar a liberação de ADH e sensação de sede, que vai levar ao ganho de água corporal e consequentemente a hiponatremia. o Quanto pior for a IC e a cirrose, mais esse sistema é ativado e maior é a chance do paciente desenvolver hiponatremia, sendo assim ela é um marcador de prognóstico dessas doenças. ** todos esses estados levam a um aumento do ADH por diferentes mecanismos, com apenas 2 exceções. 3 Pâmela Martins Bueno – Distúrbios do sódio 1.4.3 Exceções – causas não relacionadas ao ADH • Hipervolêmica – DRC e IRA – o rim não funciona direito e não consegue jogar a água fora. o Dx: história clínica, exame físico e creatinina • Euvolêmica – polidipsia primaria (muita água – 15L), potomania (hábito de beber liquido em excesso, como chá) e tea and toast desease (torrada e chá, principalmente em idosos). o Dx: osm. Urinária < 100mOsm/L. 1.5 QUADRO CLÍNICO A osmolaridade mais baixa do LEC faz com que a água saia do LEC para o LIC, gerando um edema. A célula mais afetada é o neurônio! • Edema cerebral – sintomas neurológicos (crises convulsivas, torpor, coma, irritabilidade, sonolência). • Pode ser dividida em aguda ou crônica. Aguda é quando tem menos de 48 horas, crônica é quando ultrapassa as 48h. Esse tempo curto pra determinar a cronicidade acontece porque o neurônio se adapta a situação, jogando soluto para fora da célula para tentar reduzir o edema, por isso não podemos restaurar o sódio rapidamente, já que o neurônio está adaptado. • Quanto a gravidade: geralmente só vai ter sintomas na grave. o Leve: 130-134 mEq/L; o Moderada: 120-129 mEq/L; o Grave: < 120mEq/L; 1.6 TRATAMENTO 1) Corrigir a doença de base ou suspender o medicamento culpado; 2) Restrição hídrica – 800mL/dia no máximo. 3) Aguda – permitido correção rápida de sódio 4) Crônica – imperativo uma correção lenta de sódio 5) Sintomática – emergência médica – transferido para UTI. 1.6.1 Hiponatremia crônica assintomática • Restrição hídrica; • Dieta hiperproteica – caso a restrição hídrica não seja o suficiente, essa dieta serve para aumentar a ureia que tem poder osmolar, que vai levar a água para urina– perda renal de água. • Dieta normossódica – cuidado com hipertenso, com DRC, IC. • Furosemida. 4 Pâmela Martins Bueno – Distúrbios do sódio 1.6.2 Hiponatremia sintomática • Solução salina 3% 100mL – repetir até 3x se os sintomas persistirem; • Salina 3% em BIC – formula de Adrogué e Madias; • Monitorar o sódio a cada 4-6h; • Elevar o sódio em até 8mEq/24h, devido ao risco de síndrome da desmielinização osmótica. O neurônio está adaptado, por isso é perigoso. 1.6.2.1 Síndrome da desmielinização osmótica • Elevação rápida de Na+ sérico; • Sintomas neurológicos/psiquiátricos – coma, alucinações • RNM de crânio – cuidado porque não é uma situação reversível • Fatores de risco: o Na+ sérico < 105mEq/L (<120); o Hipocalemia o Desnutrição o Alcoolismo o Cirrose hepática 1.6.2.2 Fórmula de Androgué-Madias • Serve para saber o quanto de sódio vai variar de acordo com 1L da solução escolhida (quanto vai subir de sódio). O resultado é quanto de sódio vai elevar em 24h. Variação de Na+ com 1L da solução escolhida: ([Na+da solução) − (Na+do paciente)] (água corporal total + 1) • Homens jovens: 0,6 x peso; homens idosos = 0,50 x peso; • Mulheres jovens: 0,5 x peso; mulheres idosas: 0,45 x peso; • Na+ da salina 3%: 513mEq/L - Se o resultado for maior que 8, que é o máximo, é só fazer uma regra de 3. Exemplo: se for subir 10 em 1l, quantos litros serão necessários para subir 8? 800mL, então pega essa quantidade e divide por 24h na BIC, monitorando o sódio a cada 4-6h, pois eventualmente será necessário ajustar a vazão para mais ou menos. 1.7 QUESTÕES HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE/20 - Paciente de 74 anos, com hiperplasia prostática sintomática, submeteu-se a ressecção transureteral de próstata. No pós-operatório imediato, houve piora do quadro geral com necessidade de transferência para o Centro de Tratamento Intensivo. Os exames laboratoriais iniciais demonstraram hiponatremia (Na sérico de 112 mEq/l). Foi prescrita reposição com solução hipertônica (NaCl a 3%). Em relação à hiponatremia, considere as assertivas abaixo. I. O paciente pode apresentar sintomas graves, como convulsões, coma e parada respiratória. CORRETA, pois se trata de uma hiponatremia grave (Na sérico < 120), sendo assim o cérebro pode parar. II. A correção rápida da hiponatremia grave em pacientes com hiponatremia crônica pode causar alteração neurológica grave e, às vezes, irreversível, chamada síndrome da desmielinização osmótica (SDO). CORRETA, se a reposição for maior que 8mEq existe o risco da SDO. III. Os fatores de risco para SDO são sódio sérico ≤ 120 mEq/l, hiperpotassemia concomitante, uso crônico de excesso de álcool, doença hepática aguda ou crônica e desnutrição. ERRADA. Na sérico acima de 120 as chances são pequenas, a hipopotassemia que é responsável por aumentar o risco, já as outras afirmativas estão corretas. Resposta: Apenas I e II estão corretas. 5 Pâmela Martins Bueno – Distúrbios do sódio INSTITUTO NACIONAL DE TRAUMATOLOGIA E ORTOPEDIA/20 – Um home de 30 anos de idade, sem comorbidades previas é admitido na emergência com torpor. Seus exames revelam hiponatremia e supressão dos níveis séricos de hormônio anti-diuretico. Qual o diagnóstico provável? a) Diabetes insipidus de origem central b) Cirrose c) Desidratação d) IC e) Polidipsia psicogênica Hiponatremia euvolêmica com ADH suprimido – só pode ter bebido demais. Precisa lembrar de intoxicação por metanfetaminas, pois pode causa hiponatremia aguda em jovens. FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP/20 – homem, 60a, procura atendimento médico por fadiga e dificuldade de concentração. AP: CA de pulmão de pequenas células em tto. EF: PA 130x80mmHg, FC 80bpm. Sódio 125, Cr 1,0, Ur 15, osmolaridade urinária 350. A conduta é: a) Solução salina isotônica b) Sais de lítio c) Espironolactona d) Restrição da ingesta hídrica 2. HIPERNATREMIA • Na+ > 145mEq/L; • Acontece quando sai mais água do que entra – perda de água, não ganho de sódio! • Falta de acesso a água– o indivíduo normal vai sentir sede e beber agua, já quem tem dificuldade, não vai ter acesso livre – idosos acamados que precisam que alguém dê água pra eles. • Desidratação é diferente de hipovolemia – desidratação é perda de água corporal, é hiponatremia. Já a hipovolemia consiste na perda de fluidos e eletrólitos na mesma proporção, então o sódio vai ficar normal e o individuo hipovolêmico. 2.1 ETIOLOGIA • Perdas gastrointestinais – diarreias, vômitos • Perdas renais: o Diabetes insipidus: rim não consegue concentrar a urina, pois não reage/produz ADH. o Diurese osmótica: hiperglicemia ou outras substancias osmóticas. • Queimaduras extensas – perdas pela pele que perde as barreiras. • Hipodipsia – sente menos sede por sequelas neurológicas, consegue suportar níveis mais altos de sódio sem sentir sede. • Salinas hipertônicas – individuo recebendo salina 3% com sódio normal vai desenvolver hipernatremia. 2.2 QUADRO CLÍNICO • Osmolaridade normal = 275-290 mOsm/L; • Osmolaridade sérica = 2x Na+ + glicose/18 + Ureia/6 – toda hipernatremia tem osmolaridade elevada, pois mesmo que a variação do sódio seja 1 acima da normalidade, já vai somar 192. • Se a osmolaridade está elevada, o neurônio vai entrar em disfunção (desidratação), gerando os sintomas neurológicos – irritabilidade, confusão mental, crises convulsivas, letargia e coma. o Não esquecer de dosar o sódio de idosos com confusão mental!! Principalmente aqueles que não tem acesso a agua, como os que são sequelados de AVC, demenciado ou acamado. 2.3 DIAGNÓSTICO Se o individuo está com hipernatremia, o rim precisa concentrar a urina para perder a menor quantidade de água possível para não agravar. 6 Pâmela Martins Bueno – Distúrbios do sódio • Osmolaridade urinária ≤ 600mOsm/L – se a urina não estiver tão concentrada quanto deveria, vamos pensar em diabetes insipidus (não reage ao ADH) ou diurese osmótica (glicosúria). • Osmolaridade urinária > 600mOsm/L – se está concentrando a urina, precisa olhar o sódio sérico e sódio urinário. o Sódio urinário < 25mEq/L – perdas extra-renais (pele ou TGI) – rins estão restaurando o sódio perdido para corrigir a hipovolemia. o Sódio urinário > 100mEq/L – só pode ter infusão venosa de solução hipertônica (bicarbonato de sódio 8,4% ou salina 3%) 2.4 TRATAMENTO • Diabetes insipidus/diurese osmótica/salina hipertônica – reposição de água (déficit é só de água). Se não puder fazer VO, pode fazer por via EV (mas só pode dar soro glicosado, não pode dar água destilada). O soro glicosado tem osmolaridade elevada, mas a glicose é logo metabolizada e só fica a água corporal, por isso não tem hemólise aguda. Dependendo pode fazer o soro ao meio. • Perdas gastrintestinais – salina 0,45% ou 0,3%. Individuo perdeu soluto e fluido, mas a quantidade foi maior que a de soluto, então precisar repor os dois. Porém, precisa dar mais água, por isso não adianta dar SF 0,9%, precisa dar uma solução hipotônica que tenha um pouco de sódio. • ATENÇÃO: limite da queda do sódio é de 10mEq/24h. O neurônio consegue se adaptar a desidratação ao produzir mais soluto no seu citoplasma, atenuando a situação. Por isso, se cair bruscamente, pode gerar um edema cerebral. 2.5 POLIÚRIA • Volume urinário > 3L/dia. • Pode ser dividida em 2 grupos: o Osmótica (Osm ur > 300): glicose (DM descompensado) e ureia: problema renal obstrutiva, HPB – IRA que eleva muito a ureia – imediatamente o rim vai querer jogar toda ureia do sangue, levando bastante água. o Aquosa (Osm ur <300): polidipsia primária (urina muito porque está bebendo muita água) /diabetes insipidus (os rins não concentram a urina, todo soluto que precisa ser eliminado sai com a água, sai bem diluído). 2.6 DIABETES INSIPIDUS • Ausência de produção de ADH: doença no hipotálamo/hipófise= diabetes insipidus central • Resistência ao ADH: doença dos rins = diabetes insipidus nefrogênico. • O quadro clinico de ambos é igual. 2.6.1 Etiologias • DI central: idiopático (mais comum), hereditário, TCE, neoplasia do hipotálamo/hipófise, neurocirurgia, doenças infiltrativas e encefalopatia hipóxica (pós PCR). • DI nefrogênico: hereditário, hipercalcemia, desobstrução do trato urinário (o rim libera bastante agua para liberar a ureia) e carbonato de lítio (transtorno bipolar – monitorar função renal, sódio e questionar diurese (poliúria)). 2.6.2 Diagnóstico – teste com dDAVP (desmopressina) • Usa um análogo do ADH (dDAVP) – 10mcg spray nasal ou 4mcg subcutâneo e olhar a osmolaridade urinaria a cada 30min por 2 horas. o Se o problema for a falta de produção de ADH – quando coloca ADH no sangue ele vai agir corretamente no rim e vai ocorrer a elevação da osmolaridade urinária = DI central. o Se coloca ADH e não muda a osmolaridade urinária é porque já tem ADH circulante e o receptor é quem não está funcionando = DI nefrogênico. 7 Pâmela Martins Bueno – Distúrbios do sódio 2.6.3 Tratamento • Dieta pobre em soluto – hipossódica e hipoproteica (menos soluto, menos água jogada fora pelos rins). • Diuréticos tiazídicos – provoca perda adicional de sódio gerando hipovolemia, então os rins vão reabsorver mais água (reduz poliúria). O tiazídico também estimula a produção de aquaporina 2 no túbulo renal, independente do ADH. Ex: 25mg de hidroclorotiazida. • dDAVP – se o DI for central. • Amilorida – se for DI nefrogênico por carbonato de lítio. É um diurético muito fraco que age no mesmo receptor do carbonato de lítio, competindo com ele e protegendo de uma intoxicação. 2.7 QUESTÕES INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO ESTADO DE MT/20 – Homem de 37 anos, sofre queda da laje. Admitido no PA com quadro de TCE. Encaminhado ao CTI, evolui com poliúria (6.5L/24h). Exames laboratoriais, Cr 0,9, glicemia 79, sódio 159. Diante do exposto, o diagnóstico mais provável é: a) Secreção inapropriada de ADH. b) Diabetes insipidus. c) Diurese osmótica. d) Sindrome perdedora de sal. HOSPITAL OFTALMOLÓGICO DE BRASILIA/18 – Na situação onde o paciente apresenta densidade urinária de 1016, sódio sérico de 138 mEq/L e poliúria, a principal hipótese diagnóstica é: a) Hidratação excessiva. b) Diabetes insipidus central. c) Síndrome perdedora de sal. d) SIADH. AULA DR FÁBIO • Sódio está associado com intoxicação hídrica – se o sódio for menor que 130 • Sódio padrão para o desidratado – 147 a 145 HIPONATREMIA 1 a 2% dos pacientes internados podem ter hiponatremia. • Infusão exagerada de fluidos (comum em CC) – intoxicação hídrica; • Excesso de Na sonda enteral – por déficit de função renal; • Hiponatremico = hipo-osmolar Arginina e vasopressina – mecanismo da sede vai regular o equilíbrio da osmolaridade • Pacientes tem o mecanismo da sede prejudicado – pacientes com déficit neurológico. Sintomas • A maioria dos sintomas é neurológico, muitos deles são parecidos. • Se ficar em +48h em hiponatremia, aumenta 5x o risco de óbito do paciente – tem que corrigir o sódio rápido e de maneira eficaz • Cefaleia, náusea, vomito, crise convulsiva, insuficiência respiratória e coma • Na+ < 120 pode ser fatal ou determinar lesão cerebral permanente. • O neurônio tende a se adaptar a situação, então começa a jogar liquido para o LEC e gerar edema cerebral. Tratamento • Intoxicação hídrica – diurético de alça, restrição hídrica, soro 3%. • Pensar na osmolaridade, onde a agua vai e o que vai ser gerado de consequência a partir disso. • As lesões por hipernatremia podem ser piores que da hipo. 8 Pâmela Martins Bueno – Distúrbios do sódio HIPERNATREMIA • Na > 145/147. • Pacientes susceptíveis: idosos, crianças muito novas. • Mais comum nos pacientes internados: crianças pequenas, idosos e pacientes com déficit neurológico, uma vez que eles não têm acesso a água. • Obs: dificilmente se desenvolve mecanismo de hipernatremia quando o mecanismo da sede está intacto (sente sede e vai beber água). • Causas mais comuns: manuseio inadequado de volume, uso intensivo de diuréticos, diabetes insipidus, doença febril (por causa da sudorese e perda de água pela respiração), coma hiperosmolar não cetotico, hipertermia (vai do intra para o extracelular) Informações • Nos adultos acontece como resultado de um processo mórbido • Sódio > 160 aumenta a mortalidade • Causa alteração do estado mental, irritabilidade, espasmo muscular, hiperreflexia, espasticidade, convulsão principalmente em criança, febre, náusea, vomito e sede intensa. Tratamento • Solução glicosada, soro a meio e água livre pela sonda nasoenteral – 200mL de 2/2 ou 3/3h
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