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Tutorial 02 – Módulo X Distúrbios de Água e Sódio Sendo o sódio o principal íon responsável pelo controle osmótico dos fluidos corporais, a concentração sérica de sódio, também conhecida como natremia, é estritamente importante ser mantida na faixa de normalidade, que varia entre 135-145 mEq/L. A osmolaridade de uma solução é definida como a razão entre a massa total de um soluto e o volume total do solvente, sendo expressa em mOsml/L. As alterações da osmolaridade efetiva provocam oscilações no volume celular, causando uma série de influências em células, principalmente em neurônios, que não toleram bem essa variação. Assim, existem importantes mecanismos para manter o controle osmótico, sendo os dois: Hormonio Antidiurético ADH: produzido pelos núcleos supra opticos e Paraventriculares do hipotálamo, sendo armazenado nos terminais axonais da neuro-hipofise, onde é liberado. Esse conjunto é chamado de centro osmorregulador, pois ele entre em ação quando ocorre algum desbalanço na osmolaridade normal de 275mOs./L O ADH age no túbulo coletor, onde realiza a incorporação de canais de agua na membrana luminal (aquoporinas), causando reabsorção de água pelo interstício renal hipertônico que puxa a agua, e assim causando concentração elevada na urina. Caso a concentração do ADH diminua, esses canais de aquaporinas se fecham, fazendo a urina mais diluída. A água consegue passar do túbulo coletor para as células por conta do interstício da medula renal que normalmente se encontra hiperosmolar por conta do mecanismo de contracorrente. Além disso, outros tipos de estímulos promovem a secreção ou inibição da secreção de ADH, independente da osmolaridade, sendo um exemplo de estímulo para a secreção a redução de pelo menos 8% no volume circulante efetivo (volume de sangue no leito arterial). Sede: controlado pelo centro da sede, um grupo de neurônios no hipotálamo anterior que se ativa com aumento da osmolaridade serica acima de 290mOsm/L. É o principal fator protetor contra a hiperosmolaridade, podendo corrigir um déficit de agua livre gerado por exercício físico intenso, por exemplo. Hiponatremia Hipotônica Caracterizado pelo excesso de água, ocorre baixa concentração de Na+, menor do que 135mEq/L Caracterizado pelo estado hipotônico, definido pela osmolaridade plasmática menor que 275mOsm/L, que ocorre por conta do excesso de agua no organismo em relação ao sódio. EPIDEMIOLOGIA: é o distúrbio eletrolítico mais comum em pctes hospitalizados, tendo prevalência de 12-18% em pctes internados em terapia intensiva. A prevalência está associado a desfechos desfavoráveis, como aumento de permanência hospitalar, necessidade de internamento em UTI e etc. Associada com aumento da mortalidade em pctes renais crônicos em hemodiálise. ETIOLOGIA: geralmente é por falha em excretar a agua normalmente, mas pode ocorrer se a ingestão de agua esteja superior a capacidade máxima de excreção da pessoa. Hiponatremia Hipovolemica = relacionada a diminuição da volemia, perda primaria de volume que faz com que ocorra aumento de secreção de ADH por mecanismos não osmóticos, incapacitando os rins de excretar agua. Hiponatremia Hipovolemica com Sodio Urinario baixo – ocorre nas perdas extrarrenais de volume como em vômitos, diarreias ou hemorragias, e assim o sódio urinário fica < 20 mEq/L. É secundaria a insuficiência renal aguda pré- renal. Hiponatremia Hipovolemica com Sodio Urinario alto – ocorre em síndromes perdedoras de sal por via renal, com sódio urinário > 40 mEq/L. As causas mais comuns são diuréticos tiazidos, que agem no túbulo contorcido distal, inibindo a reabsorção de NaCl não acompanhada de agua (maior excreção de agua com NaCl). Outra causa é o hipoaldosteronismo (causa clássica). E outra causa é a síndrome cerebral perdedora de sal, que ocorre na primeira semana após uma lesão cerebral grave, fazendo hiperativação simpática que leva a uma natriurese pressórica. Hiponatremia Hipervolemica = ocorre por aumento da agua corporal total, sendo marcada por insuficiência cardíaca congestiva e a cirrose hepática, as reduzem o volume circulante efetivo, induzindo níveis elevados de ADH (desencadeia hipervolemia). Hiponatremia Euvolemica = volemia aqui está normal, então a causa mais comum é potomania do bebedor de cerveja (beber muita cerveja sem se alimentar), polidipsia psicogênica (ingestão excessiva de agua pura sem alterar a volemia), alterações endócrinas como hipotireoidismo, insuficiência adrenal primaria, hipopituitarismo, síndrome de secreção irregular de ADH (SIADH) e o uso de ectasy (MDMA). A causa primaria pode ser influxo de soluções hipotônicas (resposta renal normal e urina fica diluída) ou baixa ingestão de solutos (prejudica excreção de agua livre). Independente da volemia, (hipo, hiper ou euvolemia), o resultado final é sempre o mesmo, que é o nível sérico aumentado do ADH que faz com que o corpo não excrete água pura adequadamente. Para confirmar se a hiponatremia é verdadeira, um exame de osmolaridade sérica deve estar baixo! SINDROME DA SECREÇAO INAPROPRIADA DO ADH – SIADH (síndrome da antidiurese inapropriada): ocorre quando existe uma secreção de ADH sem que haja um estimulo fisiológico, seja ele osmótico ou não. O aumento circulante desse hormônio faz com que ocorra redução da excreta de agua, que com ingestão de líquidos hipotônicos (agua pura) leva uma Hiponatremia. Entre as principais causas pra essa síndrome estão as neoplasias, doenças pulmonares, distúrbios do SNC e drogas (antidepressivos, opioides, anticonvulsivantes e ciclofosfamida). Para confirmação dessa síndrome, é preciso confirmação da Hiponatremia associada a uma Hipotonicidade (osmolaridade sérica baixa). A função renal, cardíaca, hepática, tireoidiana e adrenal devem estar normais e o pcte não deve estar usando diuréticos tiazídicos. Outro critério é a osmolaridade urinaria estar maior que 100mOsm/L, indicando urina concentrada. Para diferenciar de uma Hiponatremia hipovolêmica, a osmolaridade urinaria não deve mudar mesmo com administração de cloreto de sódio. HIPONATREMIA NÃO HIPOTONICA: relacionada a síndromes hiperglicêmicas nos diabéticos, ou seja, cetoacidose e estado hiperosmolar não cetotico. O aumento grande da glicemia por aumentar a osmolaridade plasmática e puxar a agua pra fora das células, diluindo o sódio sérico. A cada 100 pontos de aumento de glicemia, há redução de 1,6 pontos na natremia. Pseudo-hiponatremia = deve-se afastar esse diagnostico, ocorre quando o sódio esta baixo por causa do espaço que essas substancias ocupam na fase aquosa de uma amostra de sangue, mas a concentração dele está normal em relação aos líquidos corporais. Quando grandes quantidades de macromoléculas ou lipídios estão presentes, a quantidade de água por unidade de volume de plasma fica diminuída, ou seja a osmolaridade pode estar normal em hipertrigliceridemia e hiperproteinemias. QUADRO CLINICO DA HIPONATREMIA: sintomas principais são os neurológicos, relacionados com a gravidade do quadro e com a rapidez em que ocorre alteração na concentração do sódio. Pode-se ter também queixas relacionadas a depleção volêmica corporal. Os sintomas diretamente atribuídos á Hiponatremia ocorrem em quadros agudos e acentuados na concentração de sódio, refletindo a disfunção neurológica induzida por edema cerebral. O quadro clínico da hiponatremia ocorre por que a queda na osmolaridade sérica cria um gradiente osmolar que favorece o desvio de água para o interior das células (que ficam hipertônicas em relação ao meio), causando o edemaciamento das células, que como dano principal tem o edema cerebral, que cursa com as manifestaçõesneurológicas como principal quadro por conta da calota craniana que impede a expansão cerebral, causando hipertensão intracraniana. Com isso pode ocorrer o rebaixamento do nível de consciência, estupor, coma e crises convulsivas. Na Hiponatremia crônica (>48 horas), ocorrem mecanismos adaptativos que visam reduzir a osmolaridade intracelular, minimizando a entrada de agua nas células. ocorre a excreta de sais de sódio e potássio e posteriormente, osmólitos orgânicos das células, evitando o endurecimento, o que faz com que muitas vezes seja assintomática ou oligossintomática. Entretanto, quando tratada a hiponatremia, esses mecanismos devem ser sempre considerados, mesmo em casos agudos, pois a correção inadvertidamente rápida, pode causar redução abrupta do volume neuronal que cursa com desmielinização do tronco cerebral, causando danos neurológicos irreversíveis. TRATAMENTO DA HIPONATREMIA: depende da velocidade de instalação do quadro, da gravidade dos sintomas e de outras variáveis, sendo dividido em: Tempo de instalação: Aguda < 48 horas: ocorre por causa de uma infusão excessiva de fluidos hipotônicos parenterais ou intoxicação por excesso da ingestão de agua. Crônica > 48 horas: mais comum quando não se consegue determinar o tempo de instalação pela historia. De acordo com o valor do sódio sérico: Leve 120-134mEq/L. Moderada 120-129mEq/L. Grave < 120 mEq/L. Gravidade dos sintomas: Sintomas Graves: convulsão, obnubilação, coma e parada respiratória. Sintomas leves a moderados: cefaleia, fadiga, letargias, náuseas, vômitos, tontura, confusão mental, distúrbio de marcha e caibras. O objetivo primordial do tto é prevenir maiores reduções no sódio sérico, reduzindo pressão intracraniana dos pctes com risco de herniação, além de aliviar os sintomas gerais. Não se deve corrigir a osmolaridade e a concentração de sódio de forma rápida ou excessivante. Pctes com Hiponatremia crônica ou sintomas moderados = usar solução salina a 3% de 8-9mEq/L a cada 24 horas para não elevar a osmolaridade rapidamente. Pctes com Hiponatremia aguda grave = necessário natremia em 4-6mEq/L usando 50-150 ml de solução salina hipertônica a 20%, com doses de 50ml a cada 30 minutos, não ultrapassando o máximo de 150ml. Pode usar furosemida em pctes hipervolemicos pro controle volêmico. Após o uso da salina hipertônica, pode ser feita a correção de sódio em no máximo 8-9 mEq/L a cada 24 horas, para evitar a síndrome de desmielinização osmótica. A monitorização do sódio sérico deve ser feita a cada 2 horas. Tratamento direcionado: Hiponatremia Hipovolemica = identificar a doença de base causadora do quadro (diarreia, vomito ou algo que faça perder muita agua), seguindo com soro fisiológico a 0,9% até melhorar os sintomas. Hiponatremia Hipervolemica = identificar a doença de base (ICC, cirrose e etc), fazer restrição de sódio e restrição de agua, pois o problema é o excesso de agua, e usar diuréticos como os de alça e os tiazidicos. Se for muito grave, pode fazer hemodiálise. Hiponatremia crônica/assintomática = terapia múltipla para o tto, sendo feito a restrição de agua em excesso, repondo so aquilo que o pcte urinar. Aumentar ingestão de proteínas pra promover perda de agua livre, pode usar ureia oral ou furosemida associado com sal de cozinha. Hiponatremia aguda/sintomática = cloreto de sódio a 3% (mistura de 850ml de soro glicosado junto com 150 ml de NaCl 20%), respeitando os 8mEq/L a cada 24 horas, usando formula de “adrogue”. Hipernatremia É o quadro em que a concentração de sódio sérico fica maior que 145mEq/L, sendo geralmente associado a hipovolêmica por conta da perda de agua que ocorre por causas renais ou extrarrenais, ou seja, um déficit de agua em relação ao sódio. Em casos raros pode acontecer por sobrecarga de sódio pelo uso de salina hipertônica ou cloreto de sódio via oral, ou consumo de potássio sem consumo de agua que pode elevar os sinais de sódio sérico. O mecanismo da sede é responsável pela proteção contra hipernatremia. O organismo perde 400-900ml de agua por dia de forma insensível, podendo varias pra mais ou pra menos conforme as atividades diárias do pcte e pela temperatura do ambiente. ETIOLOGIAS DA HIPERNATREMIA: Perda de água livre sem reposição = além da perda insensível (600ml) pode ser por causa renal, como diabetes insipidus (déficit de ADH), uso irregular de diuréticos e uma diabetes melitos descompensada. Pode ser por causa extrarrenal como vômitos e diarreias aquosas, perdas insensíveis aumentadas. Pode também ocorrer aumento das perdas cutâneas por meio de ambientes quentes, exercícios prolongados, queimaduras, febre alta e outras causas. Ocorre perda de agua respiratória em pessoas taquipneicas. Ainda pode ocorrer perda de fluidos hipotônicos por meio de perdas gastrointestinais quando a ingestão de agua é limitada em diarreias osmóticas e na diurese osmótica (muita glicose na urina puxa a agua). Déficit de ingestão de agua = pode ser uma desregulação do centro da sede (pctes idosos), onde o valor osmótico pra gerar a sede tende a ser maior. Pode ainda ser por defeito no centro da sede por hipodpsia hipotalâmica. Excesso de Sódio = por erros intrahospitalares na solução de fluidos hipotônicos em excesso, ou por conta de uma alta ingestão, ou ainda uso de mineralocorticoide. Pode ocorrer por hiperaldosteronismo primário, ou seja, excesso de hormônios mineralocorticoides como aldosterona, causando HAS por hipervolemia crônica e hipocalemia junto de alcalose metabólica, tendo hipernatremia discreto devido reajuste do osmotato hipotalâmico pela hipervolemia. Pode ocorrer na síndrome de Cushing por excesso do cortisol, o qual provoca hipervolemia, hipocalemia, alcalose e hipernatremia. DIABETES INSIPIDUS: o quadro cursa com poliúria (excreção > 3L/dia), pois ocorre deficiência na produção do ADH (causa central) ou quando o ADH não é reconhecido no rim (causa nefrogênica). Entre as causas nefrogenicas temos drogas que contem lítio, Anfotericina B ou aciclovir. Para diferenciar o tipo, é usado a medicação DDAVP (desmopressina), similar ao ADH, e se com essa administração o pcte melhora da poliuria, a causa é central. CLASSIFICAÇAO E ETIOLOGIAS: Hipovolemica: pcte perde agua livre e sódio, mas mais agua do que sódio, acontecendo em perdas renais por diuréticos ou extrerrenais de agua. Euvolemica: desidratação, onde o sódio corporal não muda, e em diabetes insipidus. Hipervolemica: sobrecarga de volume por infusão excessiva de cristaloides, erros em hemodiálise e ingestão excessiva de sal. DIAGNOSTICO: feito por meio da mensuração do sódio sérico. Leve 145-150mEq/L. Moderado 150-160mEq/L. Grave > 160mEq/L. -Avaliação da osmolaridade urinaria = é importante pro diagnostico etiológico (ver ADH). Osmolaridade urinaria < 300mOsm/L: ADH não está efetivo. Pode ser deficiência de ADH como diabetes insipidus central que é responsiva á administração exógena ou pode ser resistência ao ADH por diabetes insipidus nefrogenico não responsivo a administração exógena. Osmolaridade urinaria > 800 mOsm/L: resposta adequada do nefron á ação do ADH. Pode ocorrer em perdas extrarrenais, diurese osmótica, sobrecarga de sódio, ureia excessiva, glicose ou manitol no plasma. Pode ainda ser por hipodipsia primaria, uma condição rara de distúrbio da sede. Osmolaridade 300-800 mOsm/L: ocorre por diabetes insipidus tanto central como nefrogenico e uso de diuréticos de alça. CONSEQUENCIAS DE HIPERNATREMIA: ocorre aumento da osmolaridade do liquido intersticial e isso faz com que reduza o volume celular, pois a agua passa domeio hipotônico pro meio hipertônico, causando desidratação celular. As células do SNC, para se adaptar a esse desequilíbrio, aumentam sua osmolaridade plasmática por meio de um aumento na produção de osmóis intracelulares, evitando a desidratação celular. Deve-se cuidar na hora de corrigir o quadro de hipernatremia também, pois diminuindo a osmolaridade do meio, a célula passa a ficar hipertônica, recebendo água do meio que causa um edema se for feito de forma rápida. QUADRO CLINICO: depende da velocidade em que o quadro de hipernatremia ocorre e de sua gravidade, podendo ser agudo com sintomas mas graves, e crônico. Os sintomas mais comuns incluem letargia, irritabilidade, confusão, convulsão, coma, anorexia, náuseas, vômitos, fraqueza muscular e hemorragias intracranianas. TRATAMENTO DA HIPERNATREMIA: fazer reposição de agua por via oral ou cateter enteral, deve ser feito estabilização do pcte antes do tratamento com uma redução de no máximo 12 mEq/L de sódio em 24 horas para evitar edema cerebral, utilizando formula de “adrogue”. Se houver indicação de reposição intravenosa exclusiva (redução do nível de consciência, obstrução intestinal), a solução de escolha é o soro glicosado a 5% ou salina hipotônica (0,2% ou 0,45%). Agua destilada não pode pois a infusão de grande quantidade causa hemólise Após calcular o deficit corporal de água, acrescenta-se ao montante a reposição das “perdas insensíveis” normais (1.500 ml), as quais podem agravar ou dificultar a correção da hipernatremia. A reposição de agua livre pode ser feita VO ou enteral com agua potável ou via parenteral com soro glicosado 5%. Se o pcte for diabético, ficar atendo a hiperglicemia, tratada com insulinoterapia. Na reposição de fluidos hipotônicos, se houver franca hipovolemia, inicialmente SF 0,9% em bolus até a correção do volume circulante efetivo. Na ausência de instabilidade hemodinâmica devemos evitar o SF 0,9% (pode piorar a hipernatremia), a solução de escolha é a salina hipotônica, 0,2% ou 0,45%. Caso a diabetes insipidus seja por causa central, é receitado o DDAVP para uso constante. Se for por causa nefrogenica pode variar conforme a causa. Em caso de lítio, é dado amilorida para reverter o dano do lítio Em outras etiologias, é dado hidroclorotiazida pois mesmo sendo um diurético, ele tem como efeito colateral a hiponatremia, estabilizando o caso de hipernatremia. Exames de Função Renal UREIA SERICA: sofre influencia da dieta do pcte, então não é um marcador ideal, pois quase 50% pode ser reabsorvido nos túbulos. Crianças: entre 10 a 40 mg/dL; Adultos: entre 20 a 40mg/dL, podendo ter ↑valores devido uma TFG <50 mL/min. CREATININA SERICA: derivada principalmente do metabolismo da creatina muscular e sua produção é diretamente proporcional á massa muscular. Depende da idade, do sexo, do estado nutricional, massa muscular e etnia, pode aumentar se o pcte fez uso de fármacos que geram dano renal (quando dobra o nível da CrS significa perda de 50% da função renal). Mulheres: 0,5-1,1mg/dL. Homens: 0,6-1,2mg/dL. É usado como marcador de insuficiência renal, quanto maior seu valor, pior esta funcionando os rins. Ou seja, o dobrar inicial de CrS significa perda de 50% da função renal. CLEARANCE DE CREATININA é o volume de plasma que fica livre da substância a ser eliminada a cada minuto, sendo uma razoável estimativa da TFG, mesmo que subestimando-a (10-15% maior que a TFG normal), chamado de depuração. O exame é feito com a urina de 24 horas, e idealmente com o uso de cimetidina (impede a secreção tubular de Cr) 4 dias antes. O valor normal de clearance é de 90-130ml/min, ou seja, a cada minuto, 90-130ml de sangue dao filtrados pelos rins. Qualquer valor abaixo dessa faixa, o pcte é portador de insuficiência renal. Existem formulas que estimam o clearance sem necessitar de urina 24h DEBITO URINARIO: Crianças 1-2ml/kg/h Adultos 0,3-0,5ml/kg/h (500-700ml/dia). URINA TIPO 1: exame fácil de ser coletado, fornecendo informações muito boas sobra a saúde dos rins e do corpo. Deve ser coletada durante a primeira urina da manha, desprezando-se o primeiro jato, mas pode ser coletada em outros horários. Mostra o volume, a cor, turvação, odor, pH, densidade especifica, albumina, glicose, hemácias, corpos cetônicos, bilirrubina, urobilinogênio, cilindros e microrganismos. UROCULTURA: exame de detecção de bactérias na urina, no entanto, pctes podem ter bactérias sem estar com alguma infecção (contaminação genital e colonização da via urinaria). Demora 48-72 horas, pois depende do crescimento bacteriano, e deve-se sempre coletar pra iniciar o tratamento com antibiotico. No resultado tem o nome da bacteria, o numero de colônias e o antibiograma (sensibilidade). PROTEINURIA DE 24 HORAS: exame que quantifica a perda de proteínas na urina em 24 horas, é normal perder até 150. A urina fica espumosa quando a quantidade de proteínas já esta em um nível mais alto. Ocorre em lesões glomerulares no diabetes, glomerulonefrites, lúpus, HAS, hipertensão gestacional e obesidade. Na febre e após exercícios intensos, pode ocorrer discretamente. BIOPSIA RENAL: solicitado pelos nefrologistas pra determinar diagnostico de doenças renais, feita com ultrassom e agulha especial nas costas, retirando 2-3 fragmentos pequenos. EXAMES DE IMAGEM: USG DE RINS E VIAS URINARIAS: medir o tamanho dos rins, visualizar cálculos/cistos/dilatação e etc. Pedras nos ureteres não podem ser vistas, devendo realizar uma TC. Bexiga também é avaliada. CINTILOGRAFIA RENAL: avalia filtração glomerular diferencial entre os rins se for dinâmica, e se for estática pode diagnosticar alterações corticais e outras más-formações. Diuréticos de Alça São os mais potentes, capazes de causar eliminação de 20% de sódio filtrado, agindo no ramo ascendente espesso. São a furosemida, bumetanida, ácido etacrínico e torsemida. Inibem o transportador Na/K/2Cl (simporte) na membrana luminal ao combinar com o sitio de ligação pro Cl. Ocorre excreção aumentada de sódio e potássio, cálcio e magnésio, podendo gerar desidratação. Tambem exercem efeito no fluxo sanguíneo através dos leitos capilares, aumento o fluxo sanguíneo renal. É indicado para pctes edematosos como na IC descompensada e renal, sendo bem eficientes em pctes com filtração glomerular diminuída. Seus efeitos adversos mais comuns são a perda excessiva de Na+ e água (hipovolemia e hipotensão), hipopotassemia (pode ser evitada ou tratada pelo uso concomitante de diuréticos poupadores de K+, reposição suplementar). Também pode levar a uma alcalose metabólica, hiperuricemia (gota aguda) e hipomagnesemia. Ele é contraindicado para pacientes com insuficiência renal com anúria, pré/coma assoc a encefalopatia hepática, hipoK severa, hipoNa severa, hipovol (c/s hipotensão) ou desidratação e lactantes. O efeito diurético da furosemida ocorre dentro de 15 minutos após a adm EV e dentro de 1 hora após a adm oral. Ela é transportada pelo corpo carreada por proteínas plasmáticas e é eliminada da forma inalterada pela secreção no túbulo proximal. Sua meia-vida é de 1-1,5 horas, sendo maior nas patologias com IRC e hepática. A furosemida ainda possui fraca ação inibitória da anidrase carbônica, podendo aumentar a excreção de bicarbonato e fosfato.
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