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Curitiba 2015 Fundamentos de Matemática Elementar II Karen Cristine Uaska dos Santos Couceiro Rogério Mazur Matem_Elementar_02.indd 1 17/04/2017 18:29:45 Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501 C853f Couceiro, Karen Cristine Uaska dos Santos Fundamentos de matemática elementar II / Karen Cristine Uaska dos Santos Couceiro, Rogério Mazur . – Curitiba: Fael, 2015. 214 p.: il. ISBN 978-85-60531-22-6 1. Matemática I. Mazur, Rogério II. Título CDD 510 Direitos desta edição reservados à Fael. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael. FAEL Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz Revisão Karen Cristine Uaska dos Santos Couceiro Projeto Gráfico Sandro Niemicz Capa Vitor Bernardo Backes Lopes Imagem capa Shutterstock.com/Senoldo Diagramação Editora Coletânea Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim Matem_Elementar_02.indd 2 17/04/2017 18:29:45 Sumário 1 Progressões | 9 2 Análise Combinatória | 39 3 Números Complexos | 99 4 Polinômios | 141 5 Equações polinomiais | 179 Referências | 213 Matem_Elementar_02.indd 3 17/04/2017 18:29:47 Matem_Elementar_02.indd 4 17/04/2017 18:29:47 Ensinar matemática não tem sido uma tarefa fácil. Várias são as causas dessa difi culdade. Podemos citar a defasagem de con‑ teúdos com que os alunos chegam às séries fi nais do ensino funda‑ mental, estendendo esse problema até o ensino médio e até mesmo ao ensino superior. Para sanar esse problema, uma estratégia efi caz é o professor planejar suas aulas utilizando artifícios diferentes para o ensino de um mesmo conteúdo. E essa estratégia somente é possível quando o pro‑ fessor possui domínio sobre o conteúdo trabalhado, sabendo planejar, desenvolver e avaliar suas aulas.Este livro é o resultado de um trabalho coletivo de professores motivados pelo desejo de produzir uma obra com uma linguagem clara e acessível. Apresenta uma proposta simples e de fácil compreensão, incentivando o interesse, a leitura e a aquisição dos conceitos matemáticos. No desenvolvimento teórico, os conteúdos são explicados por meio de exemplos comentados que fazem parte do cotidiano dos alunos. Apresentação Matem_Elementar_02.indd 5 17/04/2017 18:29:49 – 6 – Fundamentos de Matemática Elementar II A obra se inicia com o tema Progressões, no qual são estudadas as sequên‑ cias, as progressões aritméticas e as progressões geométricas. Esses conteúdos têm grande importância na vida prática. A vibração das cordas de um instrumento musical, por exemplo, produz uma frequência que forma uma sequência numé‑ rica. Os juros simples se associam a uma progressão aritmética e os juros compos‑ tos a uma progressão geométrica. O capítulo II trata da análise combinatória, que é uma área da matemática criada para o estudo de problemas de contagem, utilizando técnicas para a descrição e contagem de todos os casos possíveis de um acontecimento. Esses problemas estão ligados, justamente, às primeiras atividades matemáticas do homem, pela necessidade de contar objetos de um conjunto, como as ovelhas de um rebanho. A Análise Combinatória, em outras palavras, analisa dados e tenta quantificá‑los para avaliar tendências e tomar decisões. Uma importante aplicação da análise combinatória está no desenvolvi‑ mento de , o binômio de Newton, que foi definido pelo físico e matemático Isaac Newton. Esse estudo veio para complementar o estudo dos produtos notáveis. Esse desenvolvimento seria inviável para grandes expoentes, sem o estudo do binômio de Newton. O capítulo III traz os números complexos, que foram desenvolvidos por vários matemáticos, uma construção que durou quase trezentos anos, devido à necessidade de calcular raízes quadradas de números negativos. O estudo dos números complexos permite resolver inúmeras questões no ramo da eletrônica, mecânica, eletricidade, engenharia aeronáutica, geometria, dentre outros. Uma aplicação indispensável dos números complexos é na Transformação de Jouko‑ wski, que possibilita aos engenheiros aeronáuticos a realização de estudos sobre aerofólios e suas influências na força de sustentação das aeronaves. No capítulo IV e V temos os polinômios e as equações polinomiais, respec‑ tivamente, que são importantes por modelarem grande parte dos problemas do mundo real. Os polinômios formam um conjunto de conceitos importante tanto na álgebra quanto na geometria, especialmente no cálculo de valores desconheci‑ dos. Os polinômios surgiram no século III a.C. com o matemático Arquimedes de Siracusa. Os polinômios têm uma vasta aplicação nas ciências em geral. Se não houvesse polinômios, muito provavelmente não poderíamos utilizar CDs, por exemplo. Os polinômios são a base do código que faz com que os dados, de Matem_Elementar_02.indd 6 17/04/2017 18:29:49 – 7 – Apresentação música ou computador, sejam escritos em CDs, os códigos corretores de erro, que fazem com que os dados sejam transmitidos corretamente. Entre os séculos XII e XVI os matemáticos resolviam equações de 3º e 4º graus utilizando fórmulas de Resolução: extremamente trabalhosas. Durante aproximadamente 250 anos, os matemáticos tentaram encontrar fórmulas para resolver equações de grau superior a quatro, sem êxito. Em 1797, Gauss demons‑ trou que toda equação de grau n possui n raízes, mas não provou como obter essas raízes. Após anos de estudos, os matemáticos concluíram que não existem fórmulas para resolver equações de grau superior a quatro, mas sim métodos. Nos capítulos de equações polinomiais e equações algébricas, conheceremos alguns métodos criados por matemáticos para resolver algumas equações de qualquer grau. É importante que o acadêmico conceda uma atenção especial para a for‑ mação dos conceitos matemáticos envolvidos, explorando e problematizando os conhecimentos adquiridos sob uma perspectiva compreensiva, histórico‑cultu‑ ral, multidimensional e didático‑pedagógica. Com isso, espera‑se que o aluno compreenda a importância de estudar os conteúdos aqui tratados. Bons estudos! Karen Cristine Uaska dos Santos Couceiro: Licenciada em Matemática e pós‑graduada em Ensino da Matemática pela Universidade Tuiuti do Paraná – UTP. Atuou como professora de matemática de séries iniciais, finais e ensino médio. Atualmente, é professora de matemática das séries finais da Prefeitura Municipal de Curitiba e professora de Fundamentos de Matemática elementar II e Geometria analítica da FAEL – Faculdade educacional da Lapa. Rogério Mazur: Técnico em eletrônica pelo Centro Tecnológico Industrial – CTI. Bacharel em Física pela Universidade Federal do Paraná – UFPR. Licenciado em Matemática pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais. Especialista em ensino da matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR. Mestre em Física pela Universidade de São Paulo – USP. Atu‑ almente é professor da Universidade Tuiuti do Paraná – UTP e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR. Tem experiência na área de Física, atuando principalmente em sistema dinâmico não linear. Matem_Elementar_02.indd 7 17/04/2017 18:29:49 – 8 – Fundamentos de Matemática Elementar II Matem_Elementar_02.indd 8 17/04/2017 18:29:49 1.1 Sequência numérica Realizando um levantamento das sedes das Olimpíadas de verão desde 1992 até 2016. Temos: 2 Barcelona, Espanha (1992) 2 Atlanta, Estados Unidos (1996) 2 Sydney, Austrália (2000) 2 Atenas, Grécia (2004) 2 Pequim, China (2008) Progressões Rogério Mazur 1 Matem_Elementar_02.indd 9 17/04/2017 18:29:50 – 10 – Fundamentos de Matemática Elementar II 2 Londres, Reino Unido (2012) 2 Rio de Janeiro, Brasil (2016) A natureza dessa situação nos mostra a necessidade de ordenação dessas sedes olímpicas, formando uma sequência ou sucessão das informações. Podemos encontrar situações que exigem a ordenação de elementos no nosso dia a dia, como exemplo:2 Sequência de chegada dos corredores da maratona de São Silvestre; 2 Sequência de nomes de candidatos aprovados em um concurso; 2 Sequência de partida dos ônibus da rodoviária. Consideremos agora a sequência de números: (2, 4, 6, 8, 10, 12, …) Os parênteses representam um conjunto de números colocados em uma certa ordem. Nele o primeiro termo é o número 2, o segundo o número 4, o terceiro termo o número 6 e assim por diante. Convencionaremos representar o primeiro termo de uma sequência por a1, o segundo termo por a2, o terceiro termo a3 e assim por diante. Logo, nesta sequência, temos: 2 primeiro termo: a1 = 2; 2 segundo termo: a2 = 4; 2 terceiro termo: a3 = 6; 2 quarto termo: a4 = 8; Para representar o termo da sequência de n elementos usaremos an. Dessa maneira a sequência de n elementos é escrita da forma: (a1, a2, a3, a4, a5,…, an) Se a sequência apresenta um último termo ela é finita, caso contrário ela é dita infinita. (10, 20, 30, 40, 50, 60) é uma sequência finita. (15, 20, 25, 30, 35, …) é uma sequência infinita. Matem_Elementar_02.indd 10 17/04/2017 18:29:50 – 11 – Progressões 1.1.1 Lei da formação dos elementos de uma sequência Consideremos a seguinte sequência de números. (1, 4, 9, 16, 25, 36, …) a1 = 1 a2 = 4 a3 = 9 a4 = 16 an = n 2 A expressão an = n 2 é chamada de lei de formação dos termos ou termo geral da sequência, os valores de n são o conjunto dos números naturais não nulos N*. Com ela, podemos calcular quanquer termo da sequência, por exemplo, o décimo termo é: a10 = 10 2 = 100. Exemplos 1. Determine os seis primeiros termos da sequência definida por na 2.n 1= + para n=1,2,3,… Resolução: na 2.n 1= + 1n 1 a 2.1 1 3= → = + = 2n 2 a 2.2 1 5= → = + = 3n 3 a 2.3 1 7= → = + = 4n 4 a 2.4 1 9= → = + = 5n 5 a 2.5 1 11= → = + = 6n 6 a 2.6 1 13= → = + = Logo, a sequência procurada é (3, 5, 7, 9, 11, 13). Matem_Elementar_02.indd 11 17/04/2017 18:29:50 – 12 – Fundamentos de Matemática Elementar II 2. Uma sequência é formada pela lei de formação na 5n 41= − . Deter‑ mine a posição na sequência do número 19. Resolução: Temos a lei de formação: na 5n 41= − . na 19= e desejamos calcular a posição n. Substituindo teremos: 19 5n 41= − Isolando n, 19 41 5n+ = 60 5n= n 12= Resposta: a posição do número 19 é n 12= . 3. Considere a sequência numérica definida por na 3n 100= − + . a) Determine os cinco primeiros termos da sequência. b) Determine a ordem do termo 10. c) Verifique se o termo 21 pertence a sequência. Resolução: a) Vamos determinar os cinco primeiros termos: A lei de formação dos termos é na 3n 100= − + . Vamos atribuir os valores de n na equação: na 3n 100= − + 1n 1 a 3.1 100 97= → = − + = 2n 2 a 3.2 100 94= → = − + = 3n 3 a 3.3 100 91= → = − + = Matem_Elementar_02.indd 12 17/04/2017 18:29:51 – 13 – Progressões 4n 4 a 3.4 100 88= → = − + = 5n 5 a 3.5 100 85= → = − + = Resposta: os cinco primeiros termos são (97, 94, 91, 88, 85, …) b) Vamos determinar a ordem do termo 10. Sabemos: na 10= Queremos determinar n: Usando a lei da formação na 3n 100= − + Substituindo os valores de na 10 3n 100= − + 10 100 3n− = − 90 3n− = − n 30= Resposta: a ordem do termo 10 é n = 30. c) Vamos verificar se 21 pertence à sequência. Usando a lei da formação na 3n 100= − + , vamos determinar a ordem do termo 21 Substituindo na 21= 21 3n 100= − + 21 100 3n− = − 79 3n− = − 79n 3 = n 26,333= Matem_Elementar_02.indd 13 17/04/2017 18:29:51 – 14 – Fundamentos de Matemática Elementar II Resposta: Chegamos a um valor de n que não é um inteiro, logo o número 21 não pertence à sequência. 1.1.2 Lei da recorrência Outra maneira de determinarmos os elementos da sequência é encontrar um termo qualquer da sequência a partir do termo anterior. Exemplos: 1. Vamos construir a sequência definida pelas relações: 1a 10= n 1 na a 2+ = + , para todo n ≥ 1 Atribuindo valores para n, temos: Para n = 1: 1 1 1 2 2a a 2 a 10 2 a 12+ = + = = + = = Para n = 2: 2 1 2 3 3a a 2 a 12 2 a 14+ = + = = + = = Para n = 3: 3 1 3 4 4a a 2 a 14 2 a 16+ = + = = + = = Para n = 4: 4 1 4 5 5a a 2 a 16 2 a 18+ = + = = + = = Notamos que para calcular o termo a2 precisamos do anterior a1. Para calcular o a3, precisamos do a2 e assim por diante. A sequência desejada é (12, 14, 16, 18, …) Escreva os cinco primeiros termos da sequência definida por 1 n 1 n a 10 a 3a+ = − = Resolução: O primeiro termo é 1a 10= − Para n = 1, temos o segundo termo: n 1 na 3a+ = Matem_Elementar_02.indd 14 17/04/2017 18:29:52 – 15 – Progressões 1 1 na 3a+ = 2a 3.( 10) 30= − = − Para n = 2, temos o terceiro termo: n 1 na 3a+ = 2 1 2a 3a+ = a3 = 3.(-30)= -90 Para n = 3, temos o quarto termo: n 1 na 3a+ = 3 1 3a 3a+ = 4a 3.( 90) 270= − = − Para n = 4, temos o quinto termo: n 1 na 3a+ = 4 1 4a 3a+ = 5a 3.( 270) 810= − = − A sequência é ( 1a , 2a , 3a , 4a , …) Resposta: a sequência desejada é (‑10, ‑30, ‑90, ‑270, ‑810, …) 1.2 Progressões aritméticas (PA) Considere a seguinte sequência: (3, 8, 13, 18, 23, …) Observe que a diferença entre um termo qualquer e o seu antecessor é sempre igual a 5. 8 - 3 = 5; Matem_Elementar_02.indd 15 17/04/2017 18:29:52 – 16 – Fundamentos de Matemática Elementar II 13 - 8 = 5; 18 - 13 = 5; 23 - 18 = 5; 1.2.1 Definição Progressão aritmética é uma sequência numérica em que a diferença entre um termo qualquer e o seu antecessor é sempre constante. Essa constante é chamada de razão da progressão aritmética, represen‑ tada por r. Na sequência abaixo, temos: (a1, a2, a3, a4, a5,…, an) 2 1 3 2 n n 1r a a a a ... a a −= − = − = = − Exemplos de Progressão Aritmética: a) (7, 12, 17, 22, 27) é uma PA, de razão 5 e 1a 7− b) (6, 6, 6, 6, …) é uma PA, de razão 0 e 1a 6= a1 - 6 c) (‑20 , ‑10, 0, 10, 20, 30, …) é uma PA, de razão 10 e 1a 20= − d) (20, 17, 14, 11, 8, 5, 2, ‑1, ‑4, ...) é uma PA, de razão ‑3 e 1a 20= e) 3 5 71, ,2, ,3, ,... 2 2 2 é uma PA, de razão 1 2 e 1a 1= 1.2.2 Classificação da progressão aritmética Considere uma PA e a razão r entre os termos. I. Quando a razão r > 0, cada termo é maior que seu anterior, então dizemos que a PA é crescente. II. Quando a razão r < 0, cada termo é menor que seu anterior, então dizemos que a PA é decrescente. III. Quando a razão r = 0, cada termo é igual ao seu anterior, então dizemos que a PA é constante. Matem_Elementar_02.indd 16 17/04/2017 18:29:52 – 17 – Progressões Exemplos: 1. Classifique as progressões aritméticas em crescente decrescente ou cons‑ tante, identificando a razão de cada uma. a) (‑5, ‑3, 1, 3, 5, …) b) (4, 4, 4, 4, 4, …) c) (20, 15, 10, 5, 0, ‑5, …) d) (12, 16, 20, 24, 28, …) Resolução: Vamos calcular a razão das PA usando a equação 2 1r a a= − a) Na PA (‑5, ‑3, 1, 3, 5, …) temos 1a 5= − , 2a 3= − 2 1r a a 3 ( 5) 3 5 2= − = − − − = − + = Temos r 0> , logo a PA é crescente. b) Na PA (4, 4, 4, 4, 4, …) temos 1a 4= , 2a 4= 2 1r a a 4 4 0= − = − = Temos r 0= , logo a PA é constante. c) Na PA (20, 15, 10, 5, 0, ‑5, …) temos 1a 20= , 2a 15= 2 1r a a 15 20 5= − = − = − Temos r 0< , logo a PA é decrescente. d) Na PA (12, 16, 20, 24, 28, …) temos 1a 12= , 2a 16= 2 1r a a 16 12 4= − = − = Temos r 0> , logo a PA é crescente. Matem_Elementar_02.indd 17 17/04/2017 18:29:53 – 18 – Fundamentos de Matemática Elementar II 1.2.3 – Termo geral da Progressão Aritmética A representação matemática para os seguintes termos da PA é: 2 1a a r= + 3 2 1a a r a 2r= + = + 4 3 1a a r a 3r= + = + 5 4 1a a r a 4r= + = + Podemos observar que o termo na , que ocupa a n‑ésima posição na sequência, é dado por: n 1a a (n 1).r= + − Essa expressão é conhecida como a fórmula do termo geral de uma PA e permite calcular qualquer termo da sequência, a partir de a1 e r, sem precisar determinar todos os termos. Por exemplo: 15 1a a 14r= + 20 1a a 19.r= + 100 1a a 99.r= + Exemplos 1. Determine o 15° termo da sequência (6, 11, 16, 21, 26,…): Resolução:O primeiro termo da sequência é 1a 6= Razão 2 1r a a 11 6 5= − = − = Para o 15° termo n 15= Utilizando a fórmula do termo geral temos: n 1a a (n 1).r= + − Matem_Elementar_02.indd 18 17/04/2017 18:29:53 – 19 – Progressões 15a 6 (15 1).5= + − 15a 76= Resposta: o 15° termo da sequência é 76. 2. Determine a PA cujo décimo termo é 28 e o sexto termo é 16. Resolução: Sabemos 10a 28= e 6a 16= Utilizando a fórmula do termo geral temos: n 1a a (n 1).r= + − 10 1a a (10 1).r= + − 128 a 9.r= + 6 1a a (6 1).r= + − 116 a 5.r= + Temos o sistema: 1 1 28 a 9.r 16 a 5.r = + = + Resolvendo o sistema, chegamos a r = 3 e a1 = 1 Logo a sequência é: (1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22, 25, 28, …) 3. Quantos múltiplos de 5 existem entre 23 e 351? Resolução: Sabemos que o primeiro múltiplo de cinco maior que 23 é 25, logo 1a 25= O último múltiplo de cinco menor que 351 é 350, logo na 350= Queremos determinar o número de termos n, e sabemos que a razão é cinco. Matem_Elementar_02.indd 19 17/04/2017 18:29:53 – 20 – Fundamentos de Matemática Elementar II Utilizando o termo geral da PA: n 1a a (n 1).r= + − 350 25 (n 1).5= + − Resolvendo a equação chegamos a n=66 termos, logo, existem 66 múl‑ tiplos de cinco entre 23 e351. 4. Determine a PA em que 3 6a a 36+ = e 1 7a a 30+ = Resolução: Utilizando o termo geral da PA: n 1a a (n 1).r= + − 3 1a a (3 1).r= + − 3 1a a 2.r= + 5 1a a (5 1).r= + − 5 1a a 4.r= + 6 1a a (6 1).r= + − 6 1a a 5.r= + Substituindo a3 e a5 temos: 3 6a a 36+ = 1 1a 2.r a 5.r 36+ + + = 12a 7.r 36+ = Substituindo a1 e a7 temos: 1 7a a 30+ = 1 1a a 6.r 30+ + = 12a 6.r 30+ = Matem_Elementar_02.indd 20 17/04/2017 18:29:54 – 21 – Progressões Chegamos ao sistema: 1 1 2a 7.r 36 2a 6.r 30 + = + = Resolvendo o sistema, temos r 6= e 1a 3= − Logo, a PA desejada é: (‑3,3,9,15,21,27,33,39,…) 5. Milena decidiu que irá caminhar todos os dias e, a cada semana, vai caminhar 500 metros a mais por dia do que na caminhada da semana anterior. Sabendo que na primeira semana ela andou 1500 metros por dia, quanto ela vai caminhar por dia na décima semana? Resolução: Toda semana ela anda 500 metros a mais, a razão da PA é r=500. Na primeira semana ela andou 1500 metros logo, 1a 1500= . Queremos saber quanto ela andou na décima semana então n=10. Utilizando o termo geral da PA: n 1a a (n 1).r= + − Substituindo os valores conhecidos temos: 10a 1500 (10 1).500= + − 10a 1500 9x500= + 10a 1500 4500= + 10a 6000= Portanto, na décima semana, Milena vai caminhar 6000 metros por dia. 1.2.4 – Soma dos n primeiros termos de uma PA O alemão Karl Friedrich Gauss (1777 – 1855) foi um dos grandes mate‑ máticos de todos os tempos, fez contribuições nos campos da matemática, Matem_Elementar_02.indd 21 17/04/2017 18:29:54 – 22 – Fundamentos de Matemática Elementar II física e filosofia. Gauss sempre teve muita facilidade com matemática. Conta‑se que, aos 10 anos, ele tinha um professor que não aceitava conversas paralelas e brincadeiras em sala de aula. Um dia o professor decidiu dar‑lhes uma ativi‑ dade que deveria envolvê‑los por algum tempo sem perturbá‑lo. O professor pediu aos seus alunos para somar todos os números de 1 a 100, sabendo que a atividade tomaria um longo tempo dos alunos para realização dos cálculos. Em poucos minutos, Gauss concluiu a atividade, chegando à Resposta: de 5050. O professor conferiu o resultado e chegou a conclusão de que estava correto. O que Gauss tinha percebido é que existia um padrão que se repetia na soma. Se somarmos o primeiro termo com o último resulta em 101 e se somarmos o segundo com o penúltimo também resulta em 101, e assim sucessivamente. 1 100a a 101+ = 2 99a a 101+ = 3 98a a 101+ = … 98 2a a 101+ = 100 1a a 101+ = Notamos que a primeira dessas igualdades é igual à última, ou seja, cada igualdade aparece duas vezes. Assim, a soma dos cem primeiros termos dessa sequência pode ser dada por: 2S 100 101= × 100 101S 5050 2 ×= = Notamos que 100 é o numero de termos e 101 é a soma do primeiro termo com o último. Generalizando para uma PA de n termos, temos: 1 n n (a a ) S .n 2 += Matem_Elementar_02.indd 22 17/04/2017 18:29:54 – 23 – Progressões Equação da soma de n termos da PA. Exemplos 1. Determine a soma dos 10 primeiros termos da PA. (2,4,6,8,…) Resolução: Temos: Primeiro termo 1a 2= Razão r 2= n 10= Calculando o décimo termo, temos: n 1a a (n 1).r= + − 10a 2 (10 1).2= + − 10a 20= Utilizando a equação da soma dos termos: 1 n(a a )S .n 2 += 10 (2 20)S .10 2 += 10S 110= Portanto, a soma dos 10 primeiros termos da PA é 110. 2. Determine o valor de x na equação: 1+3+5+…+x=100 Notamos que a soma dos termos é nS 100= Os termos formam uma PA. Onde o primeiro termo é 1a 1= , na x= e a razão é r=2. Matem_Elementar_02.indd 23 17/04/2017 18:29:55 – 24 – Fundamentos de Matemática Elementar II Calculando o número de termos na PA. n 1a a (n 1).r= + − x 1 (n 1).2= + − x 2n 1= − x 1n 2 += Usando a eq uação da soma dos termos da PA: 1 n(a a )S .n 2 += (1 x)100 .n 2 += 200 (1 x).n= + Substituindo n encontrado anteriormente x 1200 (1 x). 2 += + Aplicando a propriedade distributiva: 2400 (1 x)= + Efetuando e isolando x: x 19 ou x 21= = − Observamos, na sequência dada, que x é um número positivo. Portanto, o valor de x na equação é 19. 3. Em uma indústria de automóveis, a produção mensal é de 300 car‑ ros, mas a nova meta é produzir 40 carros a mais do que o mês ante‑ rior. Nessas condições, qual será a produção de automóveis daqui a um ano? Matem_Elementar_02.indd 24 17/04/2017 18:29:55 – 25 – Progressões Resolução: No primeiro mês temos a produção de 1a =300 automóveis e a razão é r=40. Em um ano serão 12 meses, n=12. Desejamos calcular a quan‑ tidade de automóveis produzidos nesses 12 meses ou seja, a soma da produção dos 12 meses, 12S . Calculando a produção no 12º mês 12a Usando o fórmula do termo geral: n 1a a (n 1).r= + − Substituindo os termos conhecidos: 12 1a a (12 1).r= + − 12a 300 (11).40= + 12a 300 440= + 12a 740= Calculando a soma dos 12 meses 12S Usando a equação da soma da PA: 1 n n (a a ) S .n 2 += Substituindo n=12: 1 12 12 (a a ) S .12 2 += Substituindo 12a 740= e 1a =300 12 (300 740)S .12 2 += 12S = 6240 Resposta: a produção em um ano será de 6240 automóveis. Matem_Elementar_02.indd 25 17/04/2017 18:29:56 – 26 – Fundamentos de Matemática Elementar II 4. Calcular a soma dos 60 primeiros termos de uma PA em que 1a =‑30 e r=4. Resolução: Usando o fórmula do termo geral para achar qual é o termor de ordem 60, n=60: n 1a a (n 1).r= + − 60 1a a (60 1).r= + − 60 1a a (59).r= + Substituindo os termos conhecidos: a60 = -30 + (59).4 a60 = -30 + 236 a60 = 260 Usando a equação da soma da PA: 1 n n (a a ) S .n 2 += Substituindo 1a = -30 e a60 = 206 1 n n (a a ) S .n 2 += 60 ( 30 206)S .60 2 − += S60 = 5280 Resposta: A soma dos 60 primeiros termos da PA é 5280. 1.3 Progressões Geométricas (PG) Considere a seguinte sequência numérica: (1, 2, 4, 8, 16, 32, ...) Matem_Elementar_02.indd 26 17/04/2017 18:29:56 – 27 – Progressões Notamos que existe um padrão entre os termos da sequência e cada termo é sempre o dobro do anterior. 1.3.1 Definição Progressão Geométrica é a sequência de números em que cada termo é igual ao produto do termo anterior por uma constante. Essa constante é chamada de razão da progressão geométrica, indicada pela letra q. Exemplos: a) (5, 15, 45, 135, ...) é uma PG de razão q=3 b) (2, ‑8, 32, ‑128, 512, ...) é uma PG de razão q=‑4 c) (25, 5, 1, 1 5 , 1 25 , ...) é uma PG de razão 1q 5 = d) (3, 30, 300, 3000, 30000, ...) é uma PG de razão q=10 e) (6, 6, 6, 6, 6, ...) é uma PG de razão q=1 Na sequência: (a1, a2, a3, a4, a5,…, an) Para descobrirmos a razão q fazemos: 32 4 n 1 2 3 n 1 aa a a q ... a a a a − = = = = = Podemos classificar as progressões geométricas como: a) Crescente: cada termo da sequênciaé maior que seu antecessor. Pode‑se ter os seguintes casos: I. 1a 0> e q > 0 Exemplo: (2, 6, 18, 54, ...) 1a = 2 e q = 3 II. 1a 0< e 0 < q < 0 Exemplo: (-2, -1, 1 2 − , 1 4 − , ...) 1a = -2, 1q 2 = Matem_Elementar_02.indd 27 17/04/2017 18:29:56 – 28 – Fundamentos de Matemática Elementar II b) Decrescente: cada termo da sequência é menor que seu antecessor. Pode‑se ter os seguintes casos: I. 1a 0> e 0 < q < 1 Exemplo: (20, 10, 5, 5 2 , 5 4 , ...) 1a = 20 e q= 1 2 II. 1a 0< e q > 1 Exemplo: (‑5, ‑10, ‑20, ‑40, ‑80, ...) 1a = ‑5 e q = 2 c) Constante: cada termo da sequência é igual ao seu antecessor. Pode‑se ter os seguintes casos: I. q = 1 Exemplo: (3, 3, 3, 3, 3, ...) 1a = 3 e q = 1 II. q = 0 Exemplo: (0, 0, 0, 0, 0, ...) 1a = 0 e q = 0 d) Alternada: cada termo da sequência é alternadamente positivo e negativo. Nesse caso, q < 0. Exemplo: (3, ‑6, 12, ‑24, 48, ...) 1a = 3 e q = ‑2 e) Estacionária: cada termo da sequência a partir do segundo resulta no mesmo valor. Exemplo: (8, 0, 0, 0, 0, ...) 1a = 8 e q = 0 Exemplo: Classifique as progressões geométricas a seguir, como crescente, decres‑ cente, constante, alternada ou estacionaria: Matem_Elementar_02.indd 28 17/04/2017 18:29:57 – 29 – Progressões a) (1, 4, 16, 32, …) b) (8, 4, 21, …) c) (5, ‑5, 5, ‑5, …) Resolução: Para determinarmos as classificações devemos calcular a razão q e o pri‑ meiro termo 1a . a) Para a sequência (1, 4, 16, 64, …) temos 1a 1= e 2a 4= Podemos calcular a razão pela expressão 32 4 n 1 2 3 n 1 aa a a q ... a a a a − = = = = = 4q 4 1 = = Temos q 0> e 1a 0> , a PG é crescente. b) Para a sequência (8, 4, 2, 1, …) temos 1a 8= e 2a 4= Calculando a razão: 2 1 a 4 1q a 8 2 = = = Temos 0<q<1 e 1a 0> , a PG é decrescente. c) Para a sequência (5,‑5,5,‑5,…) temos 1a 5= e 2a 5= − Podemos calcular a razão pela expressão 2 1 a 5q 1 a 5 −= = = − Temos q 1= − 1a 0> , a PG é alternada. Matem_Elementar_02.indd 29 17/04/2017 18:29:57 – 30 – Fundamentos de Matemática Elementar II 1.3.2 Termo geral da PG O temo geral da progressão geométrica vai permitir encontrar qualquer termo de uma sequência conhecendo o primeiro termo 1a e a razão q da PG. Seja uma progressão geométrica de n elementos escritos na forma: (a1, a2, a3, a4, a5,…, an) 2 1a a .q= 2 3 2 1 3 1a a .q (a .q).q a a .q= = → = 2 3 4 3 1 4 1a a .q (a .q ).q a a .q= = → = 3 4 5 4 1 5 1a a .q (a .q ).q a a .q= = → = … n 1 n n 1 n 1a a .q a a .q − −= → = De modo geral o termo na que ocupa a n‑ésima posição da sequência é representado por: n 1 n 1a a .q −= A equação é conhecida como termo geral da PG Exemplos 1. Determine o décimo termo da sequência (2,4,8,16,…). Resolução: Sabemos que o primeiro termo é 1a =2, n=10 e a razão é: 2 1 a 4q 2 a 2 = = = Usando o termo geral da PG n 1 n 1a a .q −= Matem_Elementar_02.indd 30 17/04/2017 18:29:58 – 31 – Progressões Substituindo n=10 na equação: 10 1 10 1a a .q −= 9 10 1a a .q= Substituindo o 1a e q temos: 9 10a 2.2= 10 10a 2= 10a 1024= O décimo termo é 1024. 2. Em uma progressão geométrica o nono termo é 768 e o quinto termo é 48. Determine o terceiro termo da sequência. Resolução: Sabemos que o nono termo é 9a 768= , e o quinto termo é 5a 48= , Usando o termo geral da PG: n 1 n 1a a .q −= Para o nono termo: n=9 9 1 9 1a a .q −= 8 9 1a a .q= Mas 9a 768= 8 1768 a .q= Para o quinto termo: n=5 5 1 5 1a a .q −= 4 5 1a a .q= Matem_Elementar_02.indd 31 17/04/2017 18:29:58 – 32 – Fundamentos de Matemática Elementar II Mas 5a 48= 4 148 a .q= Temos o sistema: 8 1 4 1 768 a .q 48 a .q = = Dividindo a primeira equação pela segunda: 8 1 4 1 a .q768 48 a .q = 416 q= 4 42 q= q=2. Vamos calcular o primeiro termo 1a . Utilizando a segunda equação do sistema, e substituindo o valor da razão, temos: 4 148 a .q= 4 148 a .2= 148 a .16= 1a 3= Para determinar o terceiro termo 3a da sequência, temos n=3. n 1 n 1a a .q −= 3 1 3 1a a .q −= 2 3 1a a .q= Matem_Elementar_02.indd 32 17/04/2017 18:29:58 – 33 – Progressões 1a 3= e q=2 2 3a 3.2= 3a 12= Resposta: O terceiro termo da PG é 12. 1.3.3 Fórmula da soma dos n primeiros termos de uma PG Seja uma progressão geométrica de n elementos, escritos na forma: (a1, a2, a3, a4, a5,…, an) A soma dos n primeiros termos é dada por: n 1 2 3 4 n 1 nS a a a a ... a a−= + + + + + + Substituindo 2 1a a .q= , 2 3 1a a .q= , 34 1a a .q= , …, n 1 n 1a a .q −= temos: 2 3 n 1 n 1 1 1 1 1S a a .q a .q a .q ... a .q −= + + + + + (1) Multiplicando a equação 1 pela razão q. 2 3 n 1 n 1 1 1 1 1S .q (a a .q a .q a .q ... a .q ).q −= + + + + + Distribuindo q 2 3 n 1 n 1 1 1 1 1S .q a .q a .q.q a .q .q a .q .q ... a .q q −= + + + + + Simplificando: 2 3 4 n n 1 1 1 1 1S .q a .q a .q a .q a .q ... a .q= + + + + + (2) Subtraindo a equação 2 da equação 1, teremos: 2 3 4 n n n 1 1 1 1 1 2 3 n 1 1 1 1 1 1S .q S a .q a .q a .q a .q ... a .q (a a .q a .q a .q ... a .q ) −− = + + + + + −− + + + + + 2 3 4 n 1 1 1 1 2 3 n 1 1 1 1 1 1S .(q 1) a .q a .q a .q a .q ...... a a .q a .q a .q ... a .q −− = + + + + − − − − − − Matem_Elementar_02.indd 33 17/04/2017 18:29:59 – 34 – Fundamentos de Matemática Elementar II n n 1 1S .(q 1) a .q a− = − Multiplicando por (‑1) e equação acima: n n 1 1S .(1 q) a a .q− = − Isolando nS n 1 n a (1 q ) S 1 q −= − Essa é a fórmula da soma dos n primeiros termos de uma PG. Exemplo: Sendo a progressão geométrica dada por (1,3,9,27,…), quantos termos devem ser somados para que a soma resulte em 29.524? Resolução: Sabemos que 1a =1 e 2a =3. Vamos determinar a razão q: 2 1 a 3q 3 a 1 = = = Devemos calcular o número de termos n, usando a fórmula da soma dos n primeiros termos de uma PG. Temos que a soma é nS =29524 n 1 n a (1 q ) S 1 q −= − Substituindo os termos conhecidos n1(1 3 )29524 1 3 −= − n1 329524 2 −= − n29524.( 2) 1 3− = − Matem_Elementar_02.indd 34 17/04/2017 18:29:59 – 35 – Progressões n59048 1 3− = − n59048 1 3− − = − n59049 3− = − n3 59049= Fatorando o número 59049 chegamos: n 103 3= Logo temos: n 10= Concluímos que n=10, ou seja, a soma dos dez primeiros termos da sequência resulta em 29.524 1.3.4 Soma dos termos de uma PG infinita Seja uma progressão geométrica infinita (a1, a2, a3, a4, a5,…). A soma de seus termos é chamada de série geométrica, e podemos classificar a progressão geométrica em relação à razão q, como: 2 Convergente, quando1‑<q<0, resultando a soma em uma constante numérica. 2 Divergente, quando q≤‑1 ou q≥1. À medida em que n aumenta, a soma dos termos também aumenta, isto é, diverge. Vamos considerar o caso em que a soma é convergente, calculando o limite da soma quando n tende ao infinito. Considerando S a soma infinita, temos: n 1 n n n a (1 q ) S lim S lim 1 q→∞ = →∞ −= − Quando n tende a um valor muito grande, o termo da expressão nq 0→ , para‑1<q<1, logo: 1a (1 0)S 1 q −= − Matem_Elementar_02.indd 35 17/04/2017 18:30:00 – 36 – Fundamentos de Matemática Elementar II 1aS 1 q = − Esta é a equação da soma de uma PG infinita convergente Exemplos 1. Determine a soma infinita da seguinte sequência (4,2,1, 1 2 , 1 4 ,…) Resolução: Sabemos que o primeiro termo é 1a 4= A razão é 2 1 a 2 1q a 4 2 = = = Utilizando a formula da soma infinita: 1 a S 1 q = − Substituindo os valos conhecidos: 4S 811 2 = = − A soma infinita da progressão geométrica é 8. 2. Determine o valor de variável x na expressão a seguir: 2 3 4x x xx ... 12 4 16 64 + + + + = Resolução: O primei ro termo é 1a x= e o segundo é 2 2 xa 4 = A razão é: 2 2 1 x a x4q a x 4 = = = Matem_Elementar_02.indd 36 17/04/2017 18:30:00 – 37 – Progressões Utilizando soma dos termos de uma PG infinita 1aS 1 q = − Substituindo os valores S=12 e xq 4 = , temos: x12 x1 4 = − x12 4 x 4 = − 4 x12. x 4 − = ( )3. 4 x x− = 12 3x x− = 12 4x= x 3= Resposta: Para que a soma dos termosda PG seja 12, o valor de x é 3. Obtenha a fração geratriz da dizima periódica 0,44444… Resolução: A soma dos termos é X=0,44444… Podemos escrever x na forma: X=0,4+0,04+0,004+0,0004+0,00004+… O primeiro termo é 1a 0,4= o segundo termo é 2a 0,04= Calculando a razão q: Matem_Elementar_02.indd 37 17/04/2017 18:30:00 – 38 – Fundamentos de Matemática Elementar II 2 1 a 0,04q 0,1 a 0,4 = = = Utilizando a fórmula da soma infinita da PG: 1aS 1 q = − Substituindo 1a e q: 0,4S 1 0,1 = − 0,4 4S 0,9 9 = = Resposta: a fração geratriz é 4 9 Matem_Elementar_02.indd 38 17/04/2017 18:30:01 Neste capítulo, estudaremos uma área da Matemática que trata dos problemas de contagem, ou seja, que analisa dados e tenta quantifi cá‑los para avaliar tendências e tomar decisões: a Análise Combinatória. Análise Combinatória Karen Cristine Uaska dos Santos Couceiro 2 Matem_Elementar_02.indd 39 17/04/2017 18:30:02 – 40 – Fundamentos de Matemática Elementar II Vejamos algumas situações: 2 Objetivando aumentar o número de linhas telefônicas, em alguns estados brasileiros os números de telefones celulares passaram de oito para nove algarismos. Quantas linhas telefônicas serão criadas a mais com essa alteração? 2 No Brasil, as placas dos automóveis são compostas por três letras e quatro algarismos. Qual o número máximo de possibilidades para as placas com essa formatação? 2 De quantas maneiras podemos escolher os seis números da loteria chamada Mega‑Sena, onde dispomos de uma cartela com números em sequência de 01 a 60? Situações como as apresentadas acima, permitem o estudo do tamanho de uma rede telefônica, da frota de automóveis em determinada região e da quantidade de opções em um jogo de loteria. O estudo da Análise Combinatória permitirá resolver essas e outras situ‑ ações em diferentes métodos de resoluções. 2.1 Problemas de contagem Vamos estudar, aqui, algumas técnicas para a descrição e contagem de todos os casos possíveis de um acontecimento. Observamos a seguinte situação: Para a eleição do Grêmio Estudantil de uma escola, há dois alunos can‑ didatos a presidente e três alunos candidatos a vice‑presidente. Sabendo que as escolhas de presidente e vice‑presidente são independentes, quais os possí‑ veis resultados dessa eleição? Candidatos a presidente Artur Beatriz Candidatos a vice‑presidente Cláudio Denise Everton Matem_Elementar_02.indd 40 17/04/2017 18:30:02 – 41 – Análise Combinatória 2 Uma maneira de analisar essa situação é construindo a árvore das possibilidades, representando os possíveis agrupamentos, ou seja, os resultados: Presidente Vice-presidente Resultados possíveis Artur Cláudio Artur e Cláudio 6 re su lta do s po ss ív ei s Denise Artur e Denise Everton Artur e Everton Beatriz Cláudio Beatriz e Cláudio Denise Beatriz e Denise Everton Beatriz e Everton 2 Outro recurso que pode ser utilizado é a construção de uma tabela de dupla entrada: Presidente Vice-presidente Cláudio Denise Everton Artur Artur e Cláudio Artur e Denise Artur e Everton Beatriz Beatriz e Cláudio Beatriz e Denise Beatriz e Everton Conclui‑se que é possível obter 6 resultados diferentes: Artur e Cláudio, Artur e Denise, Artur e Everton, Beatriz e Cláudio, Beatriz e Denise, Beatriz e Everton. Vejamos agora, outros exemplos de problemas de contagem: 1. Júlio dispõem de quatro camisetas, nas cores amarela (a), branca (b), cinza (c) e vermelha (v) e de três calças, nas cores azul (A), preta (P) e marrom (M). De quantas maneiras diferentes Júlio pode se vestir usando uma camiseta e uma calça? Resolução: Construindo a árvore das possibilidades temos, Matem_Elementar_02.indd 41 17/04/2017 18:30:02 – 42 – Fundamentos de Matemática Elementar II Camisetas Calças Resultados possíveis a A aA 12 re su lta do s p os sív ei s P aP M aM b A bA P bP M bM c A cA P cP M cM v A vA P vP M vM 2 Construindo a tabela: Camisetas Calças Azul (A) Preta (P) Marrom (M) Amarela (a) aA aP aM Branca (b) bA bP bM Cinza (c) cA cP cM Vermelha (v) vA vP vM Também verificamos que há 4 3 12⋅ = maneiras diferentes de Júlio se vestir. 2. Quantos números de três algarismos distintos podemos formar com os algarismos 5, 7 e 8? Quais são eles? Matem_Elementar_02.indd 42 17/04/2017 18:30:02 – 43 – Análise Combinatória Resolução: Observe que os números devem possuir algarismos distintos, isto é, dife‑ rentes. Logo, números como 557 ou 788 não podem ser considerados. Podemos resolver este exercício escrevendo todos os números possíveis: 578 758 857 587 785 875 Temos seis resultados possíveis. Ou construindo a árvore das possibilidades: Algarismo das centenas Algarismo das dezenas Algarismo das unidades Números formados 5 7 8 578 6 re su lta do s p os sív ei s 8 7 587 7 5 8 758 8 5 785 8 5 7 857 7 5 875 Concluímos que podemos escrever 6 números distintos: 578, 587, 758, 785, 857 e 875. 3. Lançando‑se simultaneamente dois dados comuns, um vermelho e outro preto e considerando os números que poderão sair na face superior: a) Quais são os resultados possíveis? Quantos são? b) Quais são as somas possíveis? Quantas são? Matem_Elementar_02.indd 43 17/04/2017 18:30:02 – 44 – Fundamentos de Matemática Elementar II Resolução: Neste caso é mais conveniente a construção de uma tabela, veja: Dado vermelho Dado preto Face 1 Face 2 Face 3 Face 4 Face 5 Face 6 Face 1 1 e 1 1 e 2 1 e 3 1 e 4 1 e 5 1 e 6 Face 2 2 e 1 2 e 2 2 e 3 2 e 4 2 e 5 2 e 6 Face 3 3 e 1 3 e 2 3 e 3 3 e 4 3 e 5 3 e 6 Face 4 4 e 1 4 e 2 4 e 3 4 e 4 4 e 5 4 e 6 Face 5 5 e 1 5 e 2 5 e 3 5 e 4 5 e 5 5 e 6 Face 6 6 e 1 6 e 2 6 e 3 6 e 4 6 e 5 6 e 6 a) Verificamos, conforme a tabela, que há 6 6 36⋅ = resultados possíveis. b) Considerando que o menor número que pode sair na face superior do dado vermelho é 1 e na face superior do dado preto também é 1, concluímos que a menor soma possível é 2 (1+1). De maneira análoga, a maior soma possível é 12 (6+6). Portanto, há 11 somas possíveis das faces superiores de dois dados lança‑ dos simultaneamente: 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12. 2.2 Princípio fundamental da contagem Nos exemplos anteriores, utilizamos diferentes maneiras para descrever todas as possibilidades da ocorrência de um evento: árvore das possibilidades, tabela de dupla entrada ou simplesmente escrevendo os resultados possíveis. Veremos agora, com o princípio fundamental da contagem ou princípio multiplica- tivo, essa mesma quantidade de possibilidades sem a necessidade de descrevê‑las. Se um evento ocorrer por diversas etapas sucessivas e independentes, de tal modo que: 2 p1 é a quantidade de possibilidades da 1ª etapa 2 p2 é a quantidade de possibilidades da 2ª etapa Matem_Elementar_02.indd 44 17/04/2017 18:30:02 – 45 – Análise Combinatória 2 . 2 . 2 . pn é a quantidade de possibilidades da n‑ésima etapa, então p1 ⋅ p2 ⋅ ... ⋅ pn é a quantidade total de possibilidades de o evento ocorrer. Vamos retornar ao exemplo 1 dos problemas de contagem: “Júlio dis‑ põem de quatro camisetas, nas cores amarela (a), branca (b), cinza (c) e verme‑ lha (v) e de três calças, nas cores azul (A), preta (P) e marrom (M). De quantas maneiras diferentes Júlio pode se vestir usando uma camiseta e uma calça?” Aplicando o princípio multiplicativo, concluímos prontamente que Júlio possui 12 maneiras diferentes de se vestir, porque poderia escolher qual‑ quer uma das quatro camisetas e combinar, com cada camiseta escolhida, qualquer uma das três calças ( )4 3 12⋅ = . Exemplos: 1. Com os algarismos 1, 2, 3, 4, e 5: a) Quantos números de 3 algarismos podemos formar? Resolução: Um número de três algarismos possui a forma C D U e o algarismo da casa das centenas não pode ser zero. Como o zero não é um dos algarismos citados neste exemplo, podemos escolher qualquer um desses cinco algarismos para a casa das centenas, cinco para a casa das dezenas e cincopara a casa das unidades. Usando o princípio multiplicativo concluímos que: Podemos formar 5 5 5 125⋅ ⋅ = números de três algarismos utilizando os algarismos 1, 2, 3, 4, e 5. b) Quantos números de 3 algarismos distintos podemos formar? Resolução: Para formar números com algarismos distintos, sem repetição de algarismos, verificamos a quantidade de possibilidades para a primeira Matem_Elementar_02.indd 45 17/04/2017 18:30:03 – 46 – Fundamentos de Matemática Elementar II opção e o algarismo escolhido não poderá ser utilizado nas demais casas. Ou seja: cinco opções quatro opções três opções 1 1 1 2 2 2\ 3 3 3 4 4\ 4\ 5 5 5 Havia cinco opções para a casa das centenas (1, 2, 3, 4 e 5) e, supondo que escolhemos o algarismo 4, agora não podemos escolher este algarismo para as demais casas. Restam quatro opções para a casa das dezenas (1, 2, 3, e 5). Se escolhermos, por exemplo, o algarismo 2 para a casa das dezenas, restará três opções para a casa das unidades (1, 3 e 5). Usando o princípio multiplicativo, podemos formar 5 4 3 60⋅ ⋅ = números distintos. 2. Com os algarismos 0, 2, 4, 6 e 8: a) Quantos números de 4 algarismos podemos formar? Resolução: Um número com quatro algarismos possui a forma UM C D U e o primeiro algarismo não pode ser zero, pois formaria um número de três algarismos. quatro opções cinco opções cinco opções cinco opções 2 0 0 0 4 2 2 2 6 4 4 4 Matem_Elementar_02.indd 46 17/04/2017 18:30:03 – 47 – Análise Combinatória 8 6 6 6 8 8 8 Temos quatro opções para a casa das unidades de milhar (2, 4, 6 e 8), cinco opções para a casa das centenas (0, 2, 4, 6, e 8), cinco opções para a casa das dezenas (0, 2, 4, 6, e 8) e cinco opções para a casa das unidades (0, 2, 4, 6 e 8). Usando o princípio multiplicativo, podemos formar 4 5 5 5 500⋅ ⋅ ⋅ = números de quatro algarismos utilizando 0, 2, 4, 6 e 8. b) Quantos números de 5 algarismos distintos podemos formar? Resolução: Um número com cinco algarismos possui a forma DM UM C D U não pode ser zero. Como queremos números distintos, não pode haver repetição de algarismos. Temos a seguinte situação: quatro opções quatro opções três opções duas opções uma opções 2 0 0 0 0\ 4 2 2 2\ 2\ 6 4\ 4\ 4\ 4\ 8 6 6\ 6\ 6\ 8 8 8 8 Na casa das dezenas de milhar temos quatro opções (2, 4, 6 e 8). Caso a opção seja pelo algarismo 4, este não poderá mais ser escolhido para as outras casas. Na casa das unidades de milhar há quatro opções (0, 2, 6 e 8). Supondo que o algarismo 6 tenha sido o escolhido, restaram três opções para a casa das centenas (0, 2 e 8), onde escolhemos o algarismo 2. Na casa das dezenas há duas opções (0 e 8), onde escolhemos o algarismo 0. Restou somente uma opção para a casa das unidades (8). Matem_Elementar_02.indd 47 17/04/2017 18:30:03 – 48 – Fundamentos de Matemática Elementar II Utilizando o princípio multiplicativo 4 4 3 2 1 96⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = , concluímos que podemos formar 96 números de cinco algarismos distintos. 3. No Brasil, as placas dos automóveis são compostas por três letras e quatro algarismos. Qual o número máximo de possibilidades para as placas com essa formatação? (Considere 26 letras, supondo que não há nenhuma restrição.) Resolução: 26 opções 26 opções 26 opções 10 opções 10 opções 10 opções 10 opções A A A 0 0 0 0 a a a a a a a Z Z Z 9 9 9 9 Considerando que não há nenhuma restrição para a formação das pla‑ cas, temos 26 opções para cada uma das três posições ocupadas por letras (A a Z) e 10 opções para cada uma das quatro posições ocupadas por algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9). Utilizando o princípio multiplicativo 26 26 26 10 10 10 10 175 760 000⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = , concluímos que é possível for‑ mar 175 760 000 placas de automóveis com essa formatação. 4. Para emplacar carros novos, cada estado brasileiro possui uma sequência de letras e números definidos. No estado do Paraná, por exemplo, as pla‑ cas definidas vão da série inicial AAA‑0001 até a série final BEZ‑9999. Sabendo que dentre os quatro algarismos ao menos um deles deve ser diferente de zero, qual o número máximo de possibilidades para as pla‑ cas no estado do Paraná? Matem_Elementar_02.indd 48 17/04/2017 18:30:03 – 49 – Análise Combinatória Resolução: Na formatação das placas podemos utilizar as 26 letras do alfabeto e os 10 algarismos (de 0 a 9). Para as placas do Paraná elas podem ser do tipo A __ __ – __ __ __ __ ou B __ __ – __ __ __ __. I. Opções de placas iniciando com a letra A: 1 opçãos 26 opções 26 opções 10 opções 10 opções 10 opções 10 opções A A A 0 0 0 0 a a a a a a Z Z 9 9 9 9 Usando o princípio multiplicativo, temos 1 26 26 10 10 10 10 6 760 000⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = . Como não podemos ter as placas com quatro algarismos zero, como AAA‑0000, AAB‑0000, ... , AAZ‑000, ABA‑0000, ... , AZZ‑0000, retiramos 26 26 676⋅ = possibilidades. Assim, temos 6760 000 676 6 759324− = placas iniciando com A. II. Opções de placas iniciando com a letra B: 1 opçãos 5 opções 26 opções 10 opções 10 opções 10 opções 10 opções B A A 0 0 0 0 a a a a a a E Z 9 9 9 9 Usando o princípio multiplicativo, temos: 1 5 26 10 10 10 10 1300 000⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = . Matem_Elementar_02.indd 49 17/04/2017 18:30:03 – 50 – Fundamentos de Matemática Elementar II Como ao menos um algarismo deve ser diferente de zero, retiramos as pos‑ sibilidades de placas terminadas em 0000, que totalizam 5 26 130⋅ = placas. Assim, temos 1300 000 130 1 299 870− = placas iniciadas com a letra B. Somando (I) e (II), concluímos que há 6 759 324 1 299 870 8 059194+ = placas possíveis para o estado do Paraná. 5. Existem 4 ruas ligando os bairros A e B e 3 ruas ligando os bairros B e C. De quantos modos diferentes é possível ir do bairro A até o bairro C, passando por B? Resolução: Esquematicamente, temos: Fixando uma das ruas que ligam A e B e variando as ruas que ligam B e C, visualizamos que há 12 modos diferentes de ir do bairro A até o bairro C, passando por B: Matem_Elementar_02.indd 50 17/04/2017 18:30:03 – 51 – Análise Combinatória Pelo princípio multiplicativo também verificamos as doze possibilidades: 4 3 12⋅ = Logo, há 12 modos diferentes de ir do bairro A até o bairro C, passando pelo bairro B. 6. Quantos anagramas da palavra FAEL: a) Começam com L? b) Não terminam com consoantes? Resolução: a) Anagramas são as alterações possíveis na sequência de letras de uma palavra. Que começam com L, podemos ter LFAE, LFEA, dentre outras. Esquematicamente, temos: uma opção três opções duas opções uma opção L F F F/ A A/ A/ E E E L/ L/ L/ Pelo princípio multiplicativo, temos 1 3 2 1 6⋅ ⋅ ⋅ = anagramas que come‑ çam com a letra L. b) Para determinar os anagramas que não terminam com consoantes, temos duas opções para última letra (A ou E). uma opção três opções duas opções uma opção F/ F/ F A A/ A A/ E Matem_Elementar_02.indd 51 17/04/2017 18:30:03 – 52 – Fundamentos de Matemática Elementar II E/ E/ E/ L L L Aplicando o princípio multiplicativo, concluímos que há 1 2 3 2 12⋅ ⋅ ⋅ = anagramas da palavra FAEL que não terminam com consoantes. 2.3 Fatorial Nos problemas de análise combinatória, é comum aparecer multiplica‑ ções cujos fatores são números naturais consecutivos, como: 1.2.3.4 1.2.3.4.5 1.2.3.4.5.6 Para facilitar essa escrita, utilizamos um símbolo chamado fatorial, representado por “!” (um ponto de exclamação). Define‑se fatorial por: “Seja n um número inteiro maior que 1, n fatorial ou fatorial de n é o produto dos n números naturais consecutivos de n a 1. Indica‑se n!.” n! (Lê‑se: n fatorial ou fatorial de n) n! n (n 1) (n 2) (n 3) ... 3 2 1,= ⋅ − ⋅ − ⋅ − ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ sendo n N∈ e n 1> ou n! n (n 1)!= ⋅ − Exemplos: 2! 2 1 2= ⋅ = 3! 3 2 1 6= ⋅ ⋅ = 4! 4 3 2 1 24= ⋅ ⋅ ⋅ = 5! 5 4 3 2 1 120= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = 6! 6 5 4 3 2 1 720= ⋅⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = Note que a propriedade n! n (n 1)!= ⋅ − deve ser conservada em todos os casos. Sendo assim: I. Para n 2= : Matem_Elementar_02.indd 52 17/04/2017 18:30:04 – 53 – Análise Combinatória n! n (n 1)! 2! 2 (2 1)! 2 1 2 1! (dividindo ambos os membros por 2) 1 1! 1! 1 = ⋅ − = ⋅ − ⋅ = ⋅ = ∴ = II. Para n 1= : n! n (n 1)! 1! 1 (1 1)! 1! 1 0! = ⋅ − = ⋅ − = ⋅ Para que essa igualdade seja verdadeira, define‑se 0! 1= . Exemplos: 1. Calcule o valor de: a) 7! 5! 3!+ Resolução: 7! 7 6 5 4 3 2 1 5040 40 5! 3! 5 4 3 2 1 3 2 1 126 ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅= = = + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ b) 8! 6! 6! 5! + − Resolução: 8! 6! (8 7 6 5!) (6 5!) 5! 6! 5! (6 5!) 5! + ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ = = − ⋅ − (8 7 6 6) 5! ⋅ ⋅ + 336 6 342 (6 1) 5 5 + = = − 2. Simplifique a expressão (n 2)! (n 1)! + + : Matem_Elementar_02.indd 53 17/04/2017 18:30:04 – 54 – Fundamentos de Matemática Elementar II Resolução: (n 2) (n 1)!(n 2)! (n 1)! + ⋅ ++ = + (n 1)!+ n 2= + 3. Resolva a equação (y 4)! (y 3)! 15(y 2)!+ + + = + . Resolução: 2 2 1 2 (y 4)! (y 3)! 15(y 2)! (y 4) (y 3) (y 2)! (y 3) (y 2)! 15(y 2)! (y 2)! (y 4) (y 3) (y 3) 15(y 2)! Dividindo ambos os membros por (y 2)! 0: (y 4) (y 3) (y 3) 15 y 3y 4y 12 y 3 15 y 8y 0 y(y 8) 0 y 0 y 8 (nãos + + + = + + ⋅ + ⋅ + + + ⋅ + = + + + ⋅ + + + = + + ≠ + ⋅ + + + = + + + + + = + = + = = = − { } atisfaz pois em n!, n N e n 1) S 0 ∈ > = 4. Resolva a equação (n 3)! 24− = . Resolução: { } (n 3)! 24 (n 3)! 4 3 2 1 (n 3)! 4! n 3 4 n 7 S 7 − = − = ⋅ ⋅ ⋅ − = − = = = Matem_Elementar_02.indd 54 17/04/2017 18:30:04 – 55 – Análise Combinatória 2.4 Arranjos simples Começaremos a estudar problemas de contagem onde há a necessidade de organizar ou agrupar os elementos de um conjunto. Vamos considerar os seguintes Exemplos: a) Com os algarismos 3, 5, 7 e 8, vamos formar todos os números possíveis de dois algarismos distintos: Resolução: Como os algarismos devem ser distintos, vamos construir a árvore das possibilidades: Primeira posição Segunda posição Números formados 3 5 35 12 re su lta do s p os sív ei s 7 37 8 38 5 3 53 7 57 8 58 7 3 73 5 75 8 78 8 3 83 5 85 7 87 Neste exemplo, 4 elementos foram agrupados de 2 em 2, ou tomados 2 a 2. Observamos que os números formados diferem entre si pela posição que ocupam: 35 e 53, por exemplo. Isto é, a ordem dos elementos interfere nos números formados. Matem_Elementar_02.indd 55 17/04/2017 18:30:04 – 56 – Fundamentos de Matemática Elementar II Cada número obtido dessa maneira é denominado arranjo simples dos 4 elementos tomados 2 a 2. Indicamos esses arranjos por 4,2A ou 24A . b) Cinco alunos, Júlia, Marcos, Davi, Luana e Eduardo disputam votos para representantes de turma, onde o primeiro colocado será eleito para representante e o segundo colocado será eleito para suplente de turma. Sabendo que as escolhas de representante e suplente são inde‑ pendentes, quais são as possibilidades para os dois primeiros lugares? Resolução: Construindo a árvore de possibilidades, temos: Representante Suplente Resultados possíveis (Representante/ Suplente) Júlia Marcos Júlia/Marcos 20 re su lta do s p os sív ei s Davi Júlia/Davi Luana Júlia/Luana Eduardo Júlia/Eduardo Marcos Júlia Marcos/Júlia Davi Marcos/Davi Luana Marcos/Luana Eduardo Marcos/Eduardo Davi Júlia Davi/Júlia Marcos Davi/Marcos Luana Davi/Luana Eduardo Davi/Eduardo Luana Júlia Luana/Júlia Marcos Luana/Marcos Davi Luana/Davi Eduardo Luana/Eduardo Eduardo Júlia Eduardo/Júlia Marcos Eduardo/Marcos Davi Eduardo/Davi Luana Eduardo/Luana Matem_Elementar_02.indd 56 17/04/2017 18:30:04 – 57 – Análise Combinatória Neste exemplo, 5 elementos foram agrupados de 2 em 2, ou tomados 2 a 2. Também observamos que a ordem dos elementos interfere no resultado: Júlia para represente e Davi para suplente difere de Davi para representante e Júlia para suplente. Cada resultado assim obtido é denominado arranjo simples dos 5 ele‑ mentos tomados 2 a 2, ou seja, 5,2A ou 2 5A . Nesses dois exemplos, temos o que chamamos de arranjos simples. Sendo C um conjunto com n elementos e p n≤ , com n, p *N∈ , definimos: Arranjo simples de n elementos de C, tomados p a p, é toda sequência de p elementos A quantidade de arranjos simples de n elementos distintos, tomados p a p, indica‑se por pn,p nA ou A . Organizaremos uma tabela para calcular n,pA : Escolha do: Número de possibilidades: primeiro elemento (qualquer elemento de um conjunto) n segundo elemento, após a escolha do pri- meiro n – 1 terceiro elemento, após a escolha do pri- meiro e do segundo n – 2 . . . p-ésimo elemento, após a escolha dos ante- riores (1º, 2º, ..., (p – 1) elementos n – (p – 1) ou n – p + 1 Portanto, pelo princípio multiplicativo, tem‑se que: n,pA n (n 1) (n 2) (n 3) (n p 1)= ⋅ − ⋅ − ⋅ − ⋅ ⋅ − +… Note que a fórmula de An,p pode ser descrita por meio de fatoriais, ou seja, é o produto de p fatores decrescentes em uma unidade a partir de n. Matem_Elementar_02.indd 57 17/04/2017 18:30:05 – 58 – Fundamentos de Matemática Elementar II Exemplos: 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 a) A 5 b) A 5 4 20 c) A 5 4 3 60 d) A 5 4 3 2 120 e) A 5 4 3 2 1 120 = = ⋅ = = ⋅ ⋅ = = ⋅ ⋅ ⋅ = = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = No exemplo c, onde 5,3A 5 4 3= ⋅ ⋅ , multiplicando o segundo membro dessa igualdade por 2! 2! , que é igual a 1, temos: 5,3 2! 2 1 5! 5!A 5 4 3 5 4 3 2! 2! 2! (5 2)! ⋅= ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ = = − Usando o mesmo raciocínio para n,pA , temos: n,pA n (n 1) (n 2) (n 3) (n p 1)= ⋅ − ⋅ − ⋅ − ⋅ ⋅ − +… Multiplicando o segundo membro por (n p)! (n p)! − − , temos: n,p n,p (n p)! A n (n 1) (n 2) (n 3) (n p 1) (n p)! (n p) (n p 1) 3 2 1 A n (n 1) (n 2) (n 3) (n p 1) (n p)! −= ⋅ − ⋅ − ⋅ − ⋅ ⋅ − + ⋅ − − ⋅ − − ⋅ ⋅ ⋅ ⋅= ⋅ − ⋅ − ⋅ − ⋅ ⋅ − + ⋅ − … … … Assim, concluímos que arranjos simples de n elementos, tomados p a p, podem ser calculados por: n,p n!A (n p)! = − Exemplos: 1. Calcule: a) 7,4A Matem_Elementar_02.indd 58 17/04/2017 18:30:05 – 59 – Análise Combinatória Resolução: n,p 7,4 7,4 n!A (n p)! 7!A (7 4)! 7 6 5 4 3!A = − = − ⋅ ⋅ ⋅ ⋅= 3! 7,4 7,4 A 7 6 5 4 A 840 = ⋅ ⋅ ⋅ = b) 8,4 6,3 9,2 7,1 A A A A + − Resolução: 8,4 6,3 9,2 7,1 8 7 6 5 4!8! 6! A A (8 4)! (6 3)! 9! 7!A A (9 2)! (7 1)! ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ++ − −= = − − − − 4! 6 5 4 3!⋅ ⋅ ⋅+ 3! 9 8 7!⋅ ⋅ 7! 7 6!⋅− 6! 8 7 6 5 6 5 4 1680 120 1800 360 9 8 7 72 7 65 13 = ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ += = = = ⋅ − − 2. Quantos pares ordenados com elementos distintos podemos formar com as letras a, b, c, d, e, f e g? Resolução: Considerando dois pares ordenados quaisquer, observa‑se que a ordem dos elementos altera o par ordenado, exemplo ( ) ( )a ,b b,a≠ . Trata‑se, então, de um problema de arranjo simples. Temos que arranjar sete letras tomadas duas a duas, ou seja, 7,2A . Matem_Elementar_02.indd 59 17/04/2017 18:30:05 – 60 – Fundamentos de Matemática Elementar II 7,2 7! 7 6 5!A (7 2)! ⋅ ⋅= = − 5! 42= Logo, podemos formar 42 pares ordenados. 3. Quantos números de quatro algarismos distintos podemos formar com os algarismos 1 a 9? Resolução: Alterando a ordem dos algarismos, observa‑se que altera o número for‑ mado. Observe, por exemplo, 1234 2134≠ . Temos, portanto, um problema de arranjo simples, de 9 elementos tomados 4 a 4. 9,4 9! 9 8 7 6 5!A (9 4)! ⋅ ⋅ ⋅ ⋅= = − 5! 3024= Podemos formar 3024 números com os algarismos 1 a 9. 4. Quantos números de quatro algarismos distintos podemos formar com os dez primeiros números naturais? Resolução: Como no exemplo anterior, a ordem dos elementos altera o número formado. Temos um problema de arranjo simples. Primeiramente, arranjamos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, que são os dez primeiros números naturais, tomados 4 a 4: 10,4 10! 10 9 8 7 6!A 5040 (10 4)! 6! ⋅ ⋅ ⋅ ⋅= = = − Para um número possuir quatro algarismos, o zero não deve ocupar a primeira posição. Sendo assim, devemos retirar as possibilidades em que isso ocorre. Fixando o zero na primeira posição, restam 9 algarismos para seremarranjados, tomados 3 a 3. 9,3 9! 9 8 7 6!A 504 (9 3)! 6! ⋅ ⋅ ⋅= = = − Matem_Elementar_02.indd 60 17/04/2017 18:30:05 – 61 – Análise Combinatória 10,4 9,3A A 5040 504 4536− = − = Logo, podemos formar 4536 números. 5. Resolva a equação x,2A 72= . Resolução: Vamos lembrar que todo n,pA , deve ter n p≥ (condição de existência). x,2A 72 x ! 72 (x 2)! x (x 1) (x 2)! = = − ⋅ − ⋅ − (x 2)!− 2 2 1 72 x x 72 x x 72 0 x 8 = − = − − = = − { } 2 2 e x 9 Como x 2, somente x 9 satisfaz a equação. S 9 = ≥ = = 6. Resolva a equação x,3 x,2A 16 A= ⋅ . Resolução: x,3 x,2A 16 A x ! x !16 (x 3)! (x 2)! x (x 1) (x 2) (x 3)! = ⋅ = ⋅ − − ⋅ − ⋅ − ⋅ − (x 3)!− x (x 1) (x 2)! 16 ⋅ − ⋅ − = ⋅ (x 2)!− { } dividindo por x (x 1) ambos os membrosx (x 1) (x 2) 16 x (x 1) x 2 16 x 18 S 18 ⋅ −⋅ − ⋅ − = ⋅ ⋅ − − = = = Matem_Elementar_02.indd 61 17/04/2017 18:30:05 – 62 – Fundamentos de Matemática Elementar II 2.5 Permutação simples Seja C um conjunto com n elementos, definimos: Permutação simples dos n elementos é qualquer agrupamento orde- nado (sequência) de n elementos distintos de C. Indica‑se a permutação simples de n elementos por Pn. Lê‑se: permutação simples de n elementos. A permutação de n elementos, é um caso particular de arranjo, quando n = p, ou seja, um arranjo simples de n elementos, tomados n a n. Assim, temos: n n,n n n n P A n!P (n n)! n!P 0! n!P 1 = = − = = ∴ nP n!= Como n! n (n 1) (n 2) 1= ⋅ − ⋅ − ⋅ ⋅… , o número de permutações de n ele‑ mentos pode ser: nP n (n 1) (n 2) 1= ⋅ − ⋅ − ⋅ ⋅… Exemplos: 1. Quantos anagramas possui a palavra LIVRO? Resolução: Cada anagrama é uma permutação simples das letras L, I, V, R, O. Sendo assim: n 5 5 5P n! P 5! P 5 4 3 2 1 P 120= ⇒ = ⇒ = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⇒ = A palavra LIVRO possui 120 anagramas. Matem_Elementar_02.indd 62 17/04/2017 18:30:06 – 63 – Análise Combinatória 2. Usando os algarismos 2, 4, 6 e 8, quantos números de quatro algarismos distintos podemos formar? Resolução: Basta permutar os quatro algarismos: 2, 4, 6 e 8. 4P 4! 4 3 2 1 24= = ⋅ ⋅ ⋅ = Logo, podemos formar 24 números. 3. Com a palavra VIAGEM, podemos formar: a) Quantos anagramas? Resolução: O total de anagramas é obtido através da permutação das seis letras da palavra VIAGEM, ou seja: 6P 6! 6 5 4 3 2 1 720= = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = anagramas. b) Quantos anagramas que iniciam com a letra V? Resolução: Fixando a letra V na primeira posição, podemos permutar as demais cinco letras (I, A, G, E, M). Ou seja: _V_ ____ ____ ____ ____ ____ 5P 5! 5 4 3 2 1 120= = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = anagramas que iniciam com a letra V. c) Quantos anagramas que iniciam com consoante? Resolução: Analogamente ao exercício anterior, observamos que há P5 para cada consoante: _V_ ____ ____ ____ ____ ____ _G_ ____ ____ ____ ____ ____ _M_ ____ ____ ____ ____ ____ Matem_Elementar_02.indd 63 17/04/2017 18:30:06 – 64 – Fundamentos de Matemática Elementar II Como são três consoantes, temos 3.P5 anagramas: 53 P 3 5! 3 5 4 3 2 1 360⋅ = ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = d) Quantos anagramas iniciam com consoante e terminam em vogal? Resolução: Para cada consoante na primeira posição e para cada vogal na última posição, temos P4 anagramas, totalizando 3.3.P4 anagramas que iniciam com consoante e terminam em vogal: Assim, 43 3 P 3 3 4! 3 3 4 3 2 1 216⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = anagramas. 4. Permutando os algarismos do número 1234 e colocando‑os em ordem crescente, qual é a posição ocupada pelo número 4312? Resolução: Colocamos as permutações obtidas pelos 4 algarismos em ordem crescente: Números iniciados com 1: _1_ ____ ____ ____ 3P 3! 6= = } 22 elementosNúmeros iniciados com 2: _2_ ____ ____ ____ 3P 3! 6= =Números iniciados com 3: _3_ ____ ____ ____ 3P 3! 6= =Números iniciados com 4 e 1: _4_ _1_ ____ ____ 2P 2! 2= = Números iniciados com 4 e 2: _4_ _2_ ____ ____ 2!22 ==P Números iniciados com 4 e 3: _4_ _3_ __1_ __2_ 23º Observamos que há 22 elementos precedendo o número 4312. Logo, ele pertence à 23ª posição. 5. Calcular 5 2 4 2 3 3 3P 2P 3P y 5P P P + = + − . Matem_Elementar_02.indd 64 17/04/2017 18:30:06 – 65 – Análise Combinatória Resolução: 5 2 4 2 3 3 3P 2P 3P y 5P P P 3 5! 2 2! 3 4!y 5 2! 3! 3! 360 4 72y 10 6 6 y 91 12 y 103 + = + − ⋅ + ⋅ ⋅= + ⋅ − + = + − = + = 2.6 Combinação simples Para definir combinação simples vamos analisar duas situações: a) No hexágono abaixo, cujos vértices são A, B, C, D, E e F, quantos seg‑ mentos podemos traçar com extremidades em dois desses seis pontos? Escolhendo o vértice A como uma das extremidades, a outra extremi‑ dade pode ser B, C, D, E ou F. Temos então, cinco possibilidades de segmen‑ tos para cada um dos seis vértices escolhidos. Veja: AB, AC, AD, AE, AF, BA, BC, BD, BE, BF, CA, CB, CD, CE, CF, DA, DB, DC, DE, DF, EA, EB, EC, ED, EF, FA, FB, FC, FD, FE. Matem_Elementar_02.indd 65 17/04/2017 18:30:06 – 66 – Fundamentos de Matemática Elementar II Como 5 6 30⋅ = , obtemos 30 segmentos. No entanto, observe que AB = BA, ou seja, representam o mesmo segmento pois a ordem das extremi‑ dades não os diferencia. Isto significa que contamos em dobro a quantidade de segmentos obtidos. Sendo assim, a quantidade de segmentos traçados com extremidade em dois desses pontos será: 5 6 15 2 ⋅ = Esse cálculo também pode ser obtido pelo arranjo simples de seis ele‑ mentos tomados dois a dois, dividido pela quantidade de permutações sim‑ ples de dois elementos: 6,2 2 6! 6! A 6 5(6 2)! 4! 15 P 2! 2! 2 ⋅−= = = = b) Sandra, Marta, Joana, Cecília e Ana participam de uma escola de dança. Três delas serão escolhidas para representar a escola em um evento. Quantos grupos com três dançarinas podem ser formados? Escolhendo três das cinco dançarinas, vamos formar todos os grupos possíveis: 2 Sandra – Marta – Joana Sandra – Cecília – Ana 2 Sandra – Marta – Cecília Marta – Joana – Cecília 2 Sandra – Marta – Ana Marta – Joana – Ana 2 Sandra – Joana – Cecília Marta – Cecília – Ana 2 Sandra – Joana – Ana Joana – Cecília – Ana Podemos formar dez grupos com três das cinco dançarinas. Observe que a ordem da escolha das dançarinas não interefere no grupo formado. O grupo formado por Sandra – Marta – Joana é igual ao grupo formado por Joana – Sandra – Marta. Matem_Elementar_02.indd 66 17/04/2017 18:30:06 – 67 – Análise Combinatória Nesses dois exemplos, vimos casos em que a ordem dos elementos não altera o agrupamento formado. Esse tipo de agrupamento recebe o nome de combinação simples. Combinação simples de n elementos distintos, tomados p a p ( p n≤ ), é todo agrupamento formado por p elementos distintos escolhidos dentre os n elementos dados, de modo que a mudança da ordem dos elementos não modi‑ fique o agrupamento. Notação: pn,p nC ou C Lê-se: Combinação simples de n elementos tomados p a p. No exemplo a, vimos que o cálculo da quantidade de segmentos traça‑ dos com extremidade em dois vértices do hexágono, poderia ser obtido pelo arranjo simples de seis elementos tomados dois a dois, dividido pela quanti‑ dade de permutações simples de dois elementos. Esse mesmo raciocínio pode ser utilizado para obter a fórmula para cálculo do número de combinações simples. Veja: n,p n,p p n! A (n p)! n!C P p! p! (n p)! −= = = − Logo, n,p n!C p! (n p)! = − Casos particulares: I. Se *n N∈ e p = 0, temos: n,0 n! n! n!C 1 0! (n 0)! 1 n! n! = = = = − ⋅ Um conjunto com n elementos possui um único subconjunto com zero elementos, que é o vazio. II. Se n = p = 0, temos: Matem_Elementar_02.indd 67 17/04/2017 18:30:07 – 68 – Fundamentos de Matemática Elementar II 0,0 0! 0!C 1 0! (0 0)! 0! = = = − Um conjunto com zero elementos possui um único subconjunto com zero elementos, que é o vazio. Exemplos: 1. Quantas comissões com cinco elementos podemos formar numa classe de vinte alunos? Resolução: Chamando os cinco alunos de A, B, C, D e E, temos que {A, B, C, D, E} = {B, A, C, D, E}, ou seja, a ordem dos cinco alunos escolhidos não interfere nacomissão formada. Assim, têm‑se um problema de combinação simples de 20 elementos, tomados cinco a cinco. n,p 20,5 20,5 20,5 20,5 n!C p! (n p)! 20!C 5! (20 5)! 20 19 18 17 16 15!C 5!15! 20 19 18 17 16C 5 4 3 2 1 C 15504 = − = − ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = Logo, podemos formar 15 504 comissões. 2. Sabendo que não existem três pontos alinhados em um plano, quantos triângulos podemos formar com 12 pontos desse plano? Resolução: Para formar triângulos, precisamos de três pontos não alinhados em um plano. Sendo A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, os pontos do plano, verifica‑se Matem_Elementar_02.indd 68 17/04/2017 18:30:07 – 69 – Análise Combinatória que o ABC BAC∆ ≅ ∆ ou que o DEF FED∆ ≅ ∆ , ou seja, a ordem dos pon‑ tos não altera o triângulo formado. Temos então, um problema de combina‑ ção de 12 elementos, tomados 3 a 3. 12,3 12! 12! 12 11 10 9!C 3! (12 3)! 3! 9! ⋅ ⋅ ⋅= = = − 3 2 9!⋅ ⋅ 1320 220 6 = = Logo, podemos formar 220 triângulos. 3. Uma escola possui 5 professores de português e 6 de matemática. Quan‑ tos grupos com 2 professores de português e 3 professores de matemá‑ tica podemos formar? Resolução: Considerando os grupos com 2 professores de português como C5,2 e os grupos com 3 professores de matemática como C6,3, têm‑se pelo princípio fundamental da contagem que o total de grupos é: 5,2 6,3 5! 6! 5! 6!C C 2! (5 2)! 3! (6 3)! 2! 3! 3! 3! 5 4 3! ⋅ = ⋅ = ⋅ = − − ⋅ ⋅= 2 3!⋅ 6 5 4 3!⋅ ⋅ ⋅⋅ 3 2 3!⋅ ⋅ 10 20 200= = ⋅ = Podemos formar 200 grupos. 4. Em uma empresa há quatro diretores e cinco gerentes. Quantas comissões de cinco pessoas podem ser formadas contendo no mínimo um diretor? Resolução: Devemos combinar 9 pessoas (4 diretores + 5 gerentes) tomados 5 a 5: 9,5 9! 9 8 7 6 5!C 5! (9 5)! ⋅ ⋅ ⋅ ⋅= = − 4 3 2 5!⋅ ⋅ ⋅ 126= No entanto, as comissões devem conter no mínimo um diretor. Sendo assim, devemos retirar as opções em que apenas os cinco gerentes participam: Matem_Elementar_02.indd 69 17/04/2017 18:30:07 – 70 – Fundamentos de Matemática Elementar II 5,5 5! 5!C 1 5! (5 5)! 5! 0! = = = − Assim: 9,5 5,5C C 126 1 125− = − = Podem ser formadas 125 comissões. 5. Calcule: a) 20,4 10,3 4,2 C C C+ 20,4 10,3 4,2 20! 20! 4! (20 4)! 4!16!C 10! 4! 10! 4!C C 3! (10 3)! 2! (4 2)! 3! 7! 2! 2! 20 19 18 17 16! 4845 4845 16154 3 2 16! 10 9 8 7! 4 3 2 120 6 126 42 3 2 7! 4 − = = = + + + − − ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅= = = =⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ++ ⋅ ⋅ b) 2 3 512 7 8C C C+ − Observação: pn n,pC C= Resolução: 2 3 5 12 7 8C C C 12! 7! 8! 2! (12 2)! 3! (7 3)! 5! (8 5)! + − = + − = − − − Matem_Elementar_02.indd 70 17/04/2017 18:30:07 – 71 – Análise Combinatória 12 11 10!⋅ ⋅= 2 10!⋅ 7 6 5 4!⋅ ⋅ ⋅+ 3 2 4!⋅ ⋅ 8 7 6 5!⋅ ⋅ ⋅− 5! 3! 66 35 56 45 = + − = 6. Determine n nas equações: a) n,2 n,1C C 28+ = Condição de existência: n 2 e n 1, log o n 2.≥ ≥ ≥ Resolução: n,2 n,1C C 28 n! n! 28 2! (n 2)! 1! (n 1)! n (n 1) (n 2)! + = + = − − ⋅ − ⋅ − 2 (n 2)!⋅ − n (n 1)!⋅ − + (n 1)!− 2 2 2 1 2 28 n n n 28 2 n n 2n 56 2 2 n n 56 0 n 7 e n 8 = − + = − + = + − = = = − { } Como n 2, S 7 ≥ = b) n,3 n 2,45C C 0+− = Condição de existência: n 3≥ Matem_Elementar_02.indd 71 17/04/2017 18:30:07 – 72 – Fundamentos de Matemática Elementar II Resolução: n,3 n 2,4 n (n 1) (n 2) (n 3)!5 6 5C C 0 n! (n 2)!5 0 3! (n 3)! 4! (n 2 4)! + ⋅ − ⋅ − ⋅ − ⋅ − = +⋅ − = − + − (n 3)!− (n 2) (n 1) n (n 1) (n 2)!1 24 + ⋅ + ⋅ ⋅ − ⋅ − − ⋅ (n 2)!− { } 2 2 1 2 0 5 1n (n 1) (n 2) (n 2) (n 1) n (n 1) 6 24 15 (n 2) (n 2) (n 1) 4 (n 2) (n 1) 20 (n 2) n 3n 2 20n 40 n 17n 42 0 n 3 ou n 14 S 3,14 = ⋅ ⋅ − ⋅ − = ⋅ + ⋅ + ⋅ ⋅ − ⋅ − = ⋅ + ⋅ + + ⋅ + = ⋅ − + + = − − + = = = = c) n 2,4 n 1,3C A+ += Resolução: n 2,4 n 1,3C A (n 2)! (n 1)! 4! (n 2 4)! (n 1 3)! (n 2)! (n 1)! 24 (n 2)! (n 2)! (n 2) (n 1)! + += + += + − + − + += ⋅ − − + ⋅ + 24 (n 2)!⋅ − (n 1)!+ = (n 2)!− n 2 24 n 22 + = = Matem_Elementar_02.indd 72 17/04/2017 18:30:07 – 73 – Análise Combinatória 7. A quina no jogo da Loto é obtida com o acerto de cinco números, entre 1 e 80. Se o jogador fez um palpite simples (cinco números), de quantas maneiras é possível montar uma quina? Resolução: Observe que a ordem dos números não altera a formação da quina. Temos, portanto, um problema de combinação de 80 elementos tomados 5 a 5. 80,5 80! 80 79 78 77 76 75!C 24 040 016 5! (80 5)! 5 4 3 2 75! ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅= = = − ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ Logo, há 24 040 016 maneiras de montar uma quina. 2.7 Arranjo com repetição Estudamos até o momento, arranjos simples, onde não há repetição de elementos. Vejamos agora o que acontece quando temos arranjos que consi‑ deram a repetição de elementos. Notação: (AR)n,p Leitura: Arranjo com repetição de n elementos, tomados p a p. Consideremos duas situações: I. Quantos números de dois algarismos distintos podemos for‑ mar usando os algarismos 1, 3, 5 e 7? Resolução: Como a ordem dos elementos altera o número formado, devemos calcu‑ lar o arranjo de 4 algarismos tomados 2 a 2. 4,2 4! 4!A 12 (4 2)! 2! = = = − Logo, podemos formar 12 números. II. Quantos números de dois algarismos podemos formar usando os algarismos 1, 3, 5 e 7? – 74 – Fundamentos de Matemática Elementar II Resolução: Observe que agora não há a obrigatoriedade dos algarismos serem dis‑ tintos, ou seja, os números 11, 33, 55 e 77 também são considerados. Essa situação pode ser representada da seguinte maneira: quatro opções quatro opções 1 1 3 3 5 5 7 7 Pelo princípio fundamental da contagem, podemos formar 24 4 4 16⋅ = = números de dois algarismos. De um modo geral, para calcular o arranjo de n elementos, conside‑ rando a repetição desses elementos, obtemos: p n,p(AR) n= Exemplos: 1. Quantos números de quatro algarismos podemos formar com os seis primeiros números naturais diferentes de zero? Resolução: Os seis primeiros números naturais diferentes de zero são 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Como a ordem dos elementos altera o número formado, observe como exemplo que 1234 2134≠ , temos um problema de arranjo. Não há a obrigatoriedade de utilizar elementos distintos. Temos, por‑ tanto, um problema de arranjo com repetição de 6 elementos, tomados 4 a 4. 4 6,4(AR) 6 1296= = Assim, podemos formar 1296 números. Matem_Elementar_02.indd 74 17/04/2017 18:30:08 – 75 – Análise Combinatória 2. Um concurso público dispõem de 50 questões objetivas, com cinco alternativas diferentes para cada questão (a, b, c, d, e). De quantas for‑ mas diferentes podemos responder a essas 50 questões? Resolução: Observe que a ordem dos elementos altera o resultado e que pode ocor‑ rer repetição das alternativas. Temos, portanto, um arranjo com repetição. 50 5,50(AR) 5= Assim, temos 550 formas diferentes para responder a essas 50 questões. 2.8 Permutação com elementos repetidos No estudo das permutações simples, vimos que a permutação de n ele‑ mentos distintos é dada por Pn = n!. Estudaremos agora, problemas de contagem que envolvem a permuta‑ ção com elementos repetidos. É o caso, por exemplo, do cálculo da quanti‑ dade de anagramas da palavra CALCULADORA. Se as letras fossem todas diferentes, cada anagrama seria uma permu‑ tação das 11 letras, o que corresponderia a 11! anagramas. Mas, a letra A se repete 3 vezes e a letra C e L se repetem 2 vezes cada. Considerando a letra C, para cada um dos 11! anagramas formados, há outro idêntico com a letra C nas mesmas posições. Veja: Sendo assim, para não contarmos esses anagramas “iguais”, devemos divi‑ dir o total de anagramas por 2!, que é a permutação das duas letras C. Além disso, temos duas letras L e três letras A. Logo, o total de anagramas é dado por: 11! 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 663 200 3! 2! 2! 24 ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅= = Matem_Elementar_02.indd 75 17/04/2017 18:30:08 – 76 – Fundamentos de Matemática Elementar II O número de anagramas da palavra CALCULADORA é indicado por 3, 2, 2,1,1,1,1 11P 1 663 200= , onde 3, 2, 2, 1, 1, 1 e 1 significam que existe, res‑ pectivamente 3 letras A, 2letras C, 2 letras L, 1 letra U, 1 letra D, 1 letra O, 1 letra R, num total de 11 letras. Generalizando essa idéia para n elementos com p1 elementos iguais a α , p2 elementos iguais a β e, assim, sucessivamente até pr elementos iguais a γ , temos: 1 2 3 4 rp , p , p , p , , p n 1 2 3 4 r 1 2 3 4 r n!p , p !, p !, p !, p !, , p ! onde p p p p p n. = + + + + + = … … … Exemplos: 1. Quantos anagramas podemos formar com a palavra GEOGRAFIA? Resolução: A palavra GEOGRAFIA possui um total de 9 letras, sendo duas letras iguais a G e duas letras iguais a A. Logo, 2,2 9 9! 9 8 7 6 5 4 3 2P 90 720 2! 2! 4 ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅= = = anagramas 2. Quantos anagramas iniciados pela letra I podemos formar da palavra INCRÍVEIS? Resolução: A palavra INCRÍVEIS possui nove letras, sendo três delas iguais à letra I. Fixando o I na primeira posição, devemos permutar as outras oito letras, sendo que duas letras I ainda se repetem: 2 8 8!P 20160 2! = = Logo, podemos formar 20 160 anagramas. Matem_Elementar_02.indd 76 17/04/2017 18:30:08 – 77 – Análise Combinatória 3. Quantos números pares obtemos da permutação dos algarismos conti‑ dos no número 5 443 125? Resolução: O número 5 443 125 possui 7 algarismos mas para formar números pares, o algarismo contido na unidade deve ser par, que nesse exemplo é 4 ou 2. 2 Fixando o algarismo 4 na unidade: ____ ____ ____ ____ ____ ____ _4__ As primeiras seis posições podem ser preenchidas com os algaris‑ mos restantes 5, 4, 3, 1, 2, 5: 2,1,1,1,1 6 6!P 360 2!1!1!1!1! = = números terminados com o algarismo 4. 2 Fixando o algarismo 2 na unidade: ____ ____ ____ ____ ____ ____ _2__ As primeiras seis posições podem ser preenchidas com os algaris‑ mos restantes 5, 4, 4, 3, 1, 5: 2, 2,1,1 6 6!P 180 2! 2!1!1! = = números terminados com o algarismo 2. Assim, a quantidade de números pares é 360 180 540+ = . 4. De quantas maneiras podemos organizar em uma prateleira 6 livros iguais de Física, 7 livros iguais de Matemática e 3 livros iguais de Química? Resolução:’ 6, 7, 3 16 16!P 960 960 6! 7! 3! = = Há 960 960 maneiras diferentes de organizar esses livros em uma prateleira. Matem_Elementar_02.indd 77 17/04/2017 18:30:08 – 78 – Fundamentos de Matemática Elementar II 5. Quantos números diferentes podemos achar permutando os algarismos do número 225 744 112? Resolução: Como há algarismos iguais, devemos calcular a permutação com repetição: 3,1,1, 2, 2 9 9!P 15120 3!1!1! 2! 2! = = números diferentes. 6. Na figura abaixo, quantos caminhos diferentes podem ser feitos de X até Y, deslocando‑se uma unidade de cada vez, para cima ou para a direita? Resolução: Partindo de X, temos como opções 5 unidades para cima e 6 unidades para a direita, totalizando 11 opções. Como as repetições são consideradas, calculamos a permutação com repetição. Assim: 5, 6 11 11!P 462 5! 6! = = Matem_Elementar_02.indd 78 17/04/2017 18:30:08 – 79 – Análise Combinatória Logo, podem ser feitos 462 caminhos diferentes de X até Y. 2.9 Números binomiais A combinação de n elementos tomados p a p, vista anteriormente por Cn,p, também pode ser representada pelo número binomial n p . Assim, n,p n n!C , com n p 0. p p! (n p)! = = ≥ ≥ − Lê-se: binomial de n sobre p. Exemplos: a) 6 6! 20 3 3! 3! = = b) 7 7! 21 2 2! 5! = = Pela definição, concluímos que: I. n n! n! 1 0 0! (n 0)! n! = = = − II. n n! n (n 1)! n 1 1! (n 1)! (n 1)! ⋅ −= = = − − III. n n! n! n! 1 n n! (n n)! n! 0! n! = = = = − Os números binomiais podem ser dispostos ordenadamente conforme esquema mostrado abaixo, formando o chamado triângulo de Pascal ou tri- ângulo de Tartaglia. Matem_Elementar_02.indd 79 17/04/2017 18:30:09 – 80 – Fundamentos de Matemática Elementar II 0 0 1 1 0 1 2 2 2 0 1 2 3 3 3 3 0 1 2 3 4 4 4 4 4 0 1 2 3 4 5 5 5 5 5 5 0 1 2 3 4 5 6 6 6 6 0 1 2 3 6 6 6 4 5 6 7 7 7 7 7 7 7 7 0 1 2 3 4 5 6 7 n n n n n n n n n 0 1 2 3 4 5 6 7 n � � � � � � � � � � Matem_Elementar_02.indd 80 17/04/2017 18:30:09 – 81 – Análise Combinatória Observação: 2 Os binomiais com o mesmo numerador são colocados na mesma linha e os binomiais com o mesmo denominador são colocados na mesma coluna. 2 Substituindo os binomiais do triângulo de Pascal pelos seus respec‑ tivos valores teremos: 1 1 1 1 2 1 1 3 3 1 1 4 6 4 1 1 5 10 10 5 1 1 6 15 20 15 6 1 1 7 21 35 35 21 7 1 � � � � � � � � � 2.9.1 Propriedades do triângulo de Pascal I. Todos os elementos da primeira coluna são iguais a 1, pois: n n! n! 1 0 0! (n 0)! n! = = = − II. O último elemento de cada linha é igual a 1, pois: n n! n! n! 1 n n! (n n)! n! 0! n! = = = = − III. Se dois números binomiais são complementares, então eles são iguais. Dois números binomiais n p e n q são complementares se p q n+ = . Matem_Elementar_02.indd 81 17/04/2017 18:30:09 – 82 – Fundamentos de Matemática Elementar II Exemplos: a) 6 6 e 2 4 são complementares, pois 2 4 6 n+ = = . b) 10 10 e 3 7 são complementares, pois 3 7 10 n.+ = = Se p q n+ = , então n n p q = . Demonstração: p q n q n p Assim : n n nn! n! q n p p(n p)! (n n p)! (n p)! p! Logo, n n p q + = ⇒ = − = = = = − − − + − = Exemplos: a) 6 6 6! 6!pois 2 4 2! 4! 4! 2! = = b) 8 8 8! 8!pois 7 1 7!1! 1! 7! = = IV. Relação de Stiffel: n n n 1 p p 1 p 1 + + = + + Matem_Elementar_02.indd 82 17/04/2017 18:30:09 – 83 – Análise Combinatória Essa propriedade é utilizada para facilitar a construção do triângulo de Pascal. Observa‑se que “somando dois elemen‑ tos que estão lado a lado no triângulo, obtêm‑se o elemento situado logo abaixo do elemento da direita”. V. A soma dos números binomiais de uma mesma linha é uma potên‑ cia de base 2, cujo expoente é a ordem desta linha. No geral, a soma dos elementos da linha n é 2n, ou seja: n n n n n 2 0 1 2 n + + + + = � Veja: Soma dos elementos: 1 —————————————–———> linha 0 —> 20 = 1 1 1 —––———————————–—> linha 1 —> 21 = 2 1 2 1 –––———————————> linha 2 —> 22 = 4 1 3 3 1 ––––————————> linha 3 —> 23 = 8 1 4 6 4 1 ––———————> linha 4 —> 24 = 16 1 5 10 10 5 1 ––––————> linha 5 —> 25 = 32 1 6 15 20 15 6 1 —––––—> linha 6 —> 26 = 64 1 7 21 35 35 21 7 1 –––– > linha 7 —> 27 = 128 VI. A soma dos n primeiros termos da coluna p é igual ao termo n da coluna p + 1. Matem_Elementar_02.indd 83 17/04/2017 18:30:09 – 84 – Fundamentos de Matemática Elementar II Exemplos: 1. Calcule os números binomiais abaixo: a) 5 2 Resolução: 5 5! 5! 10 2 2! (5 2)! 2! 3! = = = − b) 564 523 + − Resolução: 564 4! 6! 5! 523 3! (4 3)! 2! (6 2)! 5! (5 5)! 4! 6! 5! 4 15 1 18 3!1! 2! 4! 5! 0! + − = + − = − − − = + − = + − = Matem_Elementar_02.indd 84 17/04/2017 18:30:10 – 85 – Análise Combinatória c) 7 8 3 5 15 02 ⋅ ⋅ Resolução: 7 8 7! 8! 7! 8! 3 5 3! (7 3)! 5! (8 5)! 3! 4! 5! 3! 5! 1! 5! 1!15 2! (5 2)! 0! (1 0)! 2! 3! 0!1!02 35 56 196 10 1 ⋅ ⋅⋅ −
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