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Unidade IV - Os valores monetários, o custo de oportunidade e a análise de investimentos

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Análise de 
Investimento
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Edson Nunes
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin 
Os valores monetários, o custo de oportunidade e a análise 
de investimentos
• Valores Monetários e Custo de Oportunidade;
• As Alternativas de Investimento;
• Introdução às Metodologias de Avaliação;
• O Valor das Operações
 · Conhecer conceitos básicos de valor presente, valor futuro, taxa de 
juros e suas aplicações na Análise Financeira.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Os valores monetários, o custo 
de oportunidade e a análise de 
investimentos
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Os valores monetários, o custo de oportunidade e a análise de investimentos
Contextualização
Entender os conceitos discutidos nesta Unidade, referentes ao valor monetário, 
custo de oportunidade, alternativas de investimentos e os princípios de análise 
e cálculo de valor do negócio é essencial para todo estudante e profissional De 
Finanças, Administração, Engenharia de Produção e áreas correlatas, pois esses 
temas se tornam relevantes para a realização da Análise de Investimentos em 
ambientes voláteis, com escassez de informações e sujeitos a diversos riscos de 
mercado decorrentes da impossibilidade de prevermos todas as variáveis necessárias 
para serem incluídas nas análises.
Conforme nossas discussões e estudos sobre Análise de Investimentos avançam, 
fica cada vez mais evidente que o Capitalismo moderno exige do gerente ou financista 
um profundo conhecimento do negócio que gerencia ou no qual investe, pois o 
gestor financeiro, administrativo ou produtivo deve trabalhar e gerir as finanças de 
qualquer empreendimento pensando na criação de valor para os acionistas, devido 
ao fato de a gestão moderna estar intimamente relacionada à gestão do “valor”, e 
não apenas focada nos resultados tradicionalmente publicados pela Contabilidade 
ou pelos relatórios de custos do Empreendimento. 
Assim sendo, veremos que os principais estudiosos do tema “valor da Empresa” 
o definem como o valor total de Mercado dos títulos emitidos por ela, sejam esses 
títulos representados por suas dívidas, suas ações, sejam ambos. 
Logo, abordaremos, nesta Unidade, o fato de a metodologia de análise de valor 
ser baseada na somatória dos valores presentes líquidos descontados dos fluxos de 
caixa futuros ser uma alternativa para reproduzir sistematicamente o valor que seria 
atribuído a um negócio. 
E por fim, que esta metodologia é muito importante, pois é utilizada por grande 
parte dos analistas de investimentos no Mercado e pode ser transformada em 
instrumento de gestão da Empresa em sua busca pelo objetivo único, segundo 
Copeland (1995), que é a criação do valor para o acionista.
8
9
Valores monetários e custo de oportunidade
Sempre que o investidor pensa em aplicar seus recursos, ou seja, o seu capital, 
em um determinado projeto ou em ações de uma Firma, pensa na rentabilidade 
que poderá obter com essa tomada de decisão trazida ao valor presente.
Assim sendo, devemos sempre ter em mente que todo o processo de decisão 
de investimentos exige entendimento da dinâmica do valor monetário dos retornos 
futuros esperados no momento presente.
Somado a isso, quando uma Empresa executa projeções de seus demonstrativos 
financeiros como, por exemplo, a Demonstração de Resultados do Exercício (DRE), 
projetará, necessariamente (ou na medida do possível), valores crescentes e realistas 
com as expectativas de desempenho de suas atividades no futuro, ou seja, em todo 
trabalho de projeção orçamentária ou de investimentos se espera e, na verdade, 
tem-se como pressuposto, o fato de as atividades provenientes da atividade fabril 
ou comercial do empreendimento analisado serem sempre crescentes.
Dificilmente, poderíamos imaginar que se projetaria uma DRE com receitas de 
vendas decrescentes, ou mesmo custos crescendo a taxas muito superiores a outros 
itens dessa demonstração, ou com preços nominais caindo ano a ano!
Logo, quando executamos o trabalho de análise dos Fluxos de Caixa operacionais 
incrementais gerados pelo negócio, temos de trazê-los para a data atual de forma a 
podermos compará-los à necessidade de investimento necessário, sendo que, para 
executarmos tal tarefa, exige-se a determinação do valor do dinheiro no tempo.
Vamos então pensar!
Qual seria o valor presente na data de hoje de uma quantia que estará disponível no futuro 
a um investidor?
Primeiramente, devemos assim considerar que todos os valores nominais inseridos no Fluxo 
de Caixa da Empresa já estejam em moeda local (R$);
Em segundo lugar, devemos pensar no conceito de custo de oportunidade.
Ex
pl
or
Importante!
Mas qual o conceito de custo de oportunidade?
O Custo de Oportunidade pode ser defi nido como o montante ou preço que devemos 
pagar por tomarmos determinada decisão de investimento face às diversas outras 
opções de investimento disponíveis nos Mercados. Assim sendo, quando temos algo a 
receber no futuro, devemos comparar esse montante a ser recebido com outras taxas de 
aplicações em Bancos, ou tipos de investimento, que deixaram de ser feitos para que a 
referida decisão de investimento ocorresse.
Trocando ideias...
9
UNIDADE Os valores monetários, o custo de oportunidade e a análise de investimentos
Esse mesmo Custo de Oportunidade pode ser compreendido, também, como 
sendo o retorno (ou benefício) esperado por uma determinada pessoa a escolher, 
por exemplo, gastar o seu dinheiro com algo que lhe dá prazer ou felicidade em 
detrimento de aplicá-lo, por exemplo, na Caderneta de Poupança. Nesse exemplo, 
portanto, o “custo de oportunidade” de usufruir do dinheiro é o exato “rendimento” 
da poupança que ele deixa de obter!
Exemplo Numérico (1)
Vamos imaginar uma pessoa que tenha uma dívida de R$ 2.000 com um Banco. 
Nesse caso, os juros já estão incluídos nesse valor. Essa dívida deverá ser quitada 
dentro de um mês, integralmente. Esse mesmo Banco remunera as aplicações de 
seus clientes a uma taxa de juro de 1,5% ao mês.
Quanto valeriam esses R$ 2.000 hoje, caso o cliente desejasse quitar esse 
empréstimo antecipadamente, sem considerarmos a questão da inflação?
Para a resolução dessa questão,utilizaremos a equação do Valor Presente (PV) 
a seguir:
PV FV
i n
=
+( )1
Onde:
PV = Valor Presente
FV = Valor Futuro
i = Taxa de Juros em Porcentual
n = Número de meses do período
Importante!
Essa equação é válida para juros compostos, geralmente, a mais utilizada nos cálculos 
financeiros. Não serão abordadas questões de juros simples. Lembre-se de transformar o 
valor porcentual em valor numérico. Para isso, deve-se dividir o valor porcentual por 100.
i = 1,5% = 
1,5
100
= 0,015
Trocando ideias...
Como os R$ 2.000 seriam pagos em um mês, esse montante é considerado 
Valor Futuro (FV).
10
11
Calculemos o Valor Presente (PV):
PV
PV
PV
=
+
=
=
2 000
1 0 015
2000
1 015
1
.
( , )
,
1.970,44
Assim sendo, os R$ 2.000 que deverão ser pagos em um mês equivaleriam a 
R$ 1.970,44 no dia de hoje, se a pessoa decidir antecipar o pagamento da dívida, 
nesse caso, 1 (um) mês.
Exemplo Numérico (2)
Vejamos agora para executar o cálculo inverso, ou seja, imaginarmos a decisão 
de um cliente de aplicar hoje R$ 1.970,44 (PV) a uma taxa de juros de 1,5% ao 
mês, que, depois de decorrido 1 (um) mês, receberá o valor de R$ 2.000,00 (FV).
Da equação do Valor Presente PV FV
i n
=
+( )1
, deduzimos a equação do Valor 
Futuro (FV), conforme a seguir:
FV PVx i n= +( )1
Resolvendo, temos:
FV x
FV x
FV
= +
=
=
1 970 44 1 0 015
1 970 44 1 015
2 000 00
1. , ( , )
. , ,
. ,
Exemplo Numérico (3)
Caso a dívida desse cliente fosse vencer em 3 meses, o valor presente desse 
montante de R$ 2.000 seria R$ 1.912,63.
Vamos aos cálculos!
Para o cálculo com o prazo de vencimento em 3 meses, utilizamos os seguintes 
valores:
PV
PV
PV
=
+
=
=
2000
2 000
1 04568
1 912 63
1 0 015 3( , )
.
,
. ,
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UNIDADE Os valores monetários, o custo de oportunidade e a análise de investimentos
Retornando ao nosso raciocínio inverso, é verdade que R$ 1.912,63 aplicados 
por 3 (três) meses à taxa de juros de 1,5% ao mês teriam um resgate de R$ 2.000,00.
Concluindo, essa taxa de juros que o Banco oferece para aplicações é o que 
chamamos de custo de oportunidade. Assim, nesse exemplo, caso o cliente tivesse 
disponível R$ 1.912,63 e quisesse aplicá-lo no Banco, receberia como rendimento 
1,5% ao mês, percentual esse que seria o seu custo de oportunidade no caso de 
decidir gastar o montante financeiro (Valor Presente) de R$ 1.912,63 ao invés de 
poupá-lo por três meses a uma taxa mensal de 1,5% a.m.
Seria interessante reler esse primeiro tópico discutido e refletir um pouco mais a respeito 
do papel desempenhado pelo custo de oportunidade. Ou seja, quando sabemos que toda 
decisão de investimento ou de gasto resulta de uma estratégia de trade-off, isto é, escolhemos 
algo em detrimento de outra opção, devemos sempre assumir que os investidores ou 
consumidores fazem suas escolhas acertadas e mais “vantajosas economicamente” falando.
Mas será que isso é verdadeiro no nosso dia a dia como consumidores, ou quando agimos 
como investidores?
Ex
pl
or
As alternativas de investimento
Agora que já conhecemos o conceito de valor presente, valor futuro e custo 
de oportunidade, podemos iniciar a nossa análise a respeito das alternativas de 
investimentos.
De forma a estudarmos esse tema, vamos imaginar uma série de Fluxos de Caixa 
da Operação da Empresa Alfa S.A. decorrentes dos fluxos financeiros positivos 
(entradas de caixa) e negativos (pagamentos) de sua operação fabril.
Observe que o Fluxo de Caixa cresce anualmente do Ano X1 ao Ano X6 em 
razão do crescimento das entradas de caixa serem superiores ao crescimento dos 
desembolsos efetuados pela Firma.
Assim, a Tabela a seguir nos mostra que o Fluxo Líquido de Caixa de R$ 500,00 
no primeiro ano atinge R$ 1.100,00 no último ano da série.
Observe o Demonstrativo de Fluxo de Caixa da Empresa Alfa S.A.:
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Tabela 1
Empresa ALFA S.A.
Em R$ mil
Ano X1 Ano X2 Ano X3 Ano X4 Ano X5 Ano X6
(+) Entrada de Caixa (Recebimentos) 2.000,00 2.400,00 2.600,00 2.750,00 2.920,00 3.100,00
(-) Saídas de Caixa (Desembolsos) (1.500,00) (1.600,00) (1.700,00) (1.800,00) (1.900,00) (2.000,00)
(=) Fluxo Líquido de Caixa 500,00 800,00 900,00 950,00 1.020,00 1.100,00
Taxa de Desconto 5% a.a. 1,050 1,103 1,160 1,216 1,280 1,340
Valor Presente dos Fluxos Futuros de Caixa 476,19 752,62 777,47 781,57 799,20 820,84
Mas, como podemos trazer estes Fluxos Líquidos de Caixa a valor presente, se 
for considerada uma taxa de juros de 5% ao mês?
• Primeiramente, devemos tomar a taxa de desconto de 5%, dividirmos por 
100 e somarmos 1.
• Em seguida, a partir do 2º ano, procedemos com o mesmo cálculo, 
elevando-a pelo número de anos. Ou seja, no 2º ano elevamos a taxa à 
segunda potência, no 3º ano à terceira potência e assim por diante.
Vejamos:
Tabela 2
Ano X1 Ano X2 Ano X3 Ano X4 Ano X5 Ano X6
(1,05)1 (1,05)2 (1,05)3 (1,05)4 (1,05)5 (1,05)6
Assim sendo, as taxas de desconto seriam:
Tabela 3
Ano X1 Ano X2 Ano X3 Ano X4 Ano X5 Ano X6
1,05 1,103 1,160 1,216 1,280 1,340
Mas, como podemos calcular o Valor Presente dos Fluxos Futuros de Caixa com 
base nas taxas de desconto calculadas acima?
Para encontrarmos o valor presente de cada fluxo líquido do ano, basta dividir o 
valor pela taxa de desconto calculada:
Tabela 4
Empresa ALFA S.A.
Em R$ mil
Ano X1 Ano X2 Ano X3 Ano X4 Ano X5 Ano X6
(=) Fluxo Líquido de Caixa 500,00 800,00 900,00 950,00 1.020,00 1.100,00
Taxa de Desconto 5% a.a. 1,050 1,103 1,160 1,216 1,280 1,340
Valor Presente dos Fluxos Futuros de Caixa 476,19 752,62 777,47 781,57 799,20 820,84
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UNIDADE Os valores monetários, o custo de oportunidade e a análise de investimentos
Enquanto, para obtermos o valor do negócio (retorno) calculado para o acionista 
(investidor) com base nessa expectativa de seis anos de operação da empresa, 
devemos somar esses valores presentes líquidos dos fluxos de caixa futuros que 
resulta em um total de R$ 4.380,89, conforme a seguir:
Tabela 5
Empresa ALFA S.A.
Em R$ mil
Ano X1 Ano X2 Ano X3 Ano X4 Ano X5 Ano X6
(+) Entrada de Caixa (Recebimentos) 2.000,00 2.400,00 2.600,00 2.750,00 2.920,00 3.100,00
(-) Saídas de Caixa (Desembolsos) (1.500,00) (1.600,00) (1.700,00) (1.800,00) (1.900,00) (2.000,00)
(=) Fluxo Líquido de Caixa 500,00 800,00 900,00 950,00 1.020,00 1.100,00
Taxa de Desconto 5% a.a. 1,050 1,103 1,160 1,216 1,280 1,340
Valor Presente dos Fluxos Futuros de Caixa 476,19 752,62 777,47 781,57 799,20 820,84
Somatória do Valor Presente Líquido dos Fluxos 
de Caixa Futuro
4.380,89
Vamos supor que você é empresário dono de uma Empresa de Consultoria que tem a receber 
de um cliente três pagamentos (títulos) de R$ 850 mil referentes a serviços prestados.
Esses pagamentos serão pagos em três meses consecutivos, ou seja, em 30, 60 e 90 dias. 
Como você necessita de Capital de Giro para o seu negócio, leva o contrato para o seu Banco 
e negocia com o gerente a antecipação desses pagamentos (recebimento). Nessa operação, 
o seu Banco cobra uma taxa de juros (desconto) de 2,5% ao mês e, portanto, o valor recebido 
à vista seria de R$ 2.427 mil.
Ex
pl
or
Veja os cálculos:
Tabela 6
Empresa de Consultoria Mês 1 Mês 2 Mês 3
(+) Entrada de Caixa (Recebimentos) 850.000,00 850.000,00 850.000,00
(=) Fluxo Líquido de Caixa 850.000,00 850.000,00 850.000,00
Taxa de Desconto 2,5% a.a. 1,025 1,051 1,077
Valor Presente dos Fluxos Futuros de Caixa 829.268,29 809.042,24 789.309,96
Somatória do Valor Presente Líquido dos Fluxos 
de Caixa Futuro
2.427.620,49
14
15
Importante!
Observe, entretanto, que temos outro problema importante a analisar nesse caso.
É certo que o empresário pode sim desejar “antecipar” esses pagamentos de seu cliente 
e receber imediatamente R$ 2.427 mil, utilizando esse recurso como Capital de Giro para 
seus outros negócios e, assim, honrar as obrigações do dia a dia da Firma.
Entretanto, o seu Analista de Investimentos o avisa que o custo de oportunidade (Custo 
de Capital) da Empresa de Consultoria é de 2,0% ao mês, e que não existe a possibilidade 
de inadimplênciadesses pagamentos nas datas esperadas, ou seja, temos como certas 
as três entradas de R$ 850 mil nesses próximos 90 dias.
Importante!
Logo, o Analista de Investimentos recomenda o não desconto dos títulos baseado 
nos cálculos a seguir:
Tabela 7
Empresa de Consultoria Mês 1 Mês 2 Mês 3
(+) Entrada de Caixa (Recebimentos) 850.000,00 850.000,00 850.000,00
(=) Fluxo Líquido de Caixa 850.000,00 850.000,00 850.000,00
Taxa de Desconto 2,5% a.a. 1,020 1,040 1,061
Valor Presente dos Fluxos Futuros de Caixa 833.333,33 816.993,46 800.980,02
Somatória do Valor Presente Líquido dos Fluxos 
de Caixa Futuro
2.451.306,82
Logo, o valor calculado pelo seu custo de capital (R$ 2.451 mil) a 2% a.m. é, 
certamente, superior ao valor presente líquido com base no desconto dos títulos 
no mesmo período a uma taxa mais alta de 2,5% (R$ 2.427 mil). Portanto, o 
administrador não deve aceitar a proposta de antecipação desses títulos com base 
nas taxas oferecidas pelo Banco.
Introdução às metodologias de avaliação
Estamos assumindo que o Fluxo de Caixa descontado é o melhor e mais 
recomendado método de avaliação de uma Empresa. Assim sendo, até esse 
estágio dessa Unidade, discutimos que a somatória dos Fluxos Líquidos de Caixa 
futuros esperados, descontados a uma determinada taxa de desconto, representa 
o que chamamos de Enterprise Value (EV) ou Valor da Empresa. Mas para 
poder aprofundar nesse tema, precisamos ainda estudar e compreender alguns 
importantes conceitos e metodologias de cálculo.
Segundo Copeland:
Dizer que o valor de uma empresa é igual ao valor de seus fluxos de caixa 
projetados, descontados a uma taxa apropriada, deixa muitas questões 
práticas em aberto. Como definir os fluxos de caixa? Qual a taxa de 
15
UNIDADE Os valores monetários, o custo de oportunidade e a análise de investimentos
desconto correta? Embora inúmeras metodologias para a resolução dessas 
questões ofereçam os mesmos resultados matemáticos, recomendamos 
duas que chamamos de modelo DFC da entidade e modelo do lucro 
econômico. Defendemos a utilização desses modelos em empresas 
não financeiras, porque são simples de utilizar e permitem ao usuário 
desenvolver uma perspectiva econômico-financeira melhor da empresa 
que está sendo avaliada (COPELAND ET AL., 1995, p. 121).
Segundo essa metodologia do cálculo do valor do negócio com base no Fluxo de 
Caixa Descontado (FCD), é possível chegar ao valor da Empresa – por exemplo, 
do “preço justo” da ação em Bolsa de Valores – por meio da avaliação de todos 
os componentes de valor total da Empresa e do entendimento das fontes de 
investimento e financiamento que geram valor para o acionista.
Segundo Copeland (1995, p.123), o modelo de FCD ainda ajuda a detectar 
oportunidades importantes na busca de ideias para a criação de valor e pode ser 
perfeitamente agregado ao processo de Orçamento de Investimento com o qual a 
maioria das empresas opera normalmente.
O valor das operações
Ainda segundo Copeland, o valor da Empresa – ou o seu preço justo – é igual 
ao valor das projeções dos fluxos de caixa livres (free cash flows) descontados ao 
seu valor presente.
O modelo de FCD é o resultado operacional da Empresa depois dos impostos, 
mais custos que não envolvem Caixa (depreciação), menos investimento de capital 
de giro operacional, imobilizado e outros ativos. Nesse modelo, devemos destacar: 
não se incorporam os fluxos de caixa relativos a financiamento junto a Bancos e 
Financeiras.
De forma a ser coerente com a definição de FCD, a taxa de desconto deve refletir 
o custo de oportunidade de cada fonte de capital, ponderada pela sua contribuição 
ao capital total da Empresa. Essa taxa de desconto é chamada de Custo Médio 
Ponderado de Capital (ou Weighted Average Cost of Capital – WACC) e significa 
que o custo de oportunidade para uma determinada classe de investidores é igual ao 
retorno que esses mesmos investidores esperam receber em outros investimentos 
de risco equivalente (trade-off).
Assim, o valor do negócio, uma vez calculado com base nas mais diversas 
premissas financeiras da Empresa e econômicas do Mercado na qual ela se encontra, 
acaba por gerar o preço justo do papel em Bolsa de Valores para um determinado 
cenário. Sabemos que toda premissa adotada pelo Analista de Investimentos ao 
executar o trabalho de valuation exige bom senso, profissionalismo e certo grau de 
conservadorismo por parte desse avaliador.
16
17
Devemos sempre estar alertas para o fato de o modelo criado para determinada 
análise de valor ser embasado em fórmulas matemáticas juntamente a aspectos 
subjetivos que acabam fazendo parte do modelo e determinante no cálculo do “valor”.
Mais uma vez, devemos reiterar que nenhum valuation apresenta valor único 
de uma Empresa ou negócio, mas um “cálculo de valor” com base nessa enorme 
combinação de variáveis que se modificam a cada mudança de variável macro e 
microeconômicas, setoriais e próprias internas à Empresa. Em tese, defendem os 
especialistas, podemos, portanto, obter diferentes “preços justos” para a mesma 
ação de uma Empresa, dependendo apenas das premissas utilizadas e dos cenários 
alternativos criados.
Com os assuntos abordados, é possível de projetar dados e números da Empresa 
ou negócio analisado com base na situação em que ela se encontra no momento, que 
chamaremos de “cenário-base” de avaliação. Em um segundo momento, e com a 
modelagem pronta, o Analista de Investimentos pode criar novos cenários e projetar 
“preços justos” alternativos a partir de mudanças de premissas, ou demais variáveis.
Assim sendo, cada cenário criado pode oferecer um novo preço para um papel, 
mais ou menos otimista, mais ou menos conservador, mas sempre diferente do 
cenário-base discutido anteriormente. Ou seja, cada cenário alternativo para a 
avaliação de um negócio contemplará diferentes premissas para receitas, custos 
e despesas, novos investimentos e taxa de desconto, entre outros, que são os 
determinantes que “movimentam” o negócio e “geram” o seu Fluxo de Caixa de 
forma a determinar o seu valor.
Importante!
• Estudo dos conceitos de valores monetários e custo de oportunidade;
• O trabalho de projeção orçamentária e de investimentos da Empresa;
• A apresentação do conceito valor monetário;
• O conceito de valor do dinheiro no tempo;
• Compreendendo custo de oportunidade;
• Estudando os conceitos iniciais referentes ao cálculo do valor da Empresa – Valuation 
e suas peculiaridades.
Em Síntese
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UNIDADE Os valores monetários, o custo de oportunidade e a análise de investimentos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Avaliação de Empresas “valuation”
Para você, interessado(a) em rever alguns conceitos referentes ao Valuation, sugiro ler 
mais a respeito na Parte I – “O Valor de uma Empresa e a Missão do Administrador”, 
o tema – Por que Valorizar o Valor? nas páginas 3 a 28 do livro Avaliação de Empresas 
“valuation”, de T. Copeland et al. (1995). Nesse texto, o autor trata em detalhes da 
questão desse importante aspecto da gestão moderna.
Gestão de Investimentos e Geração de Valor de C. P.
No livro Gestão de Investimentos e Geração de Valor de C. P., Samanez (2007), você 
encontrará, no Capítulo 1 - “O valor do dinheiro no tempo: cálculo financeiro básico 
necessário na avaliação econômica de investimentos”. Nas páginas 3 a 16, há alguns 
conceitos interessantes e valiosos para o trabalho de estudo a respeito dos fluxos de 
caixa no trabalho da análise de investimentos.
Elementos de Engenharia Econômica
RIBA, A.; LENZI, E. K; LENZI, M. K. Curitiba: Intersaberes, 2012. (e-book)
Projeto de Investimento
REBELATTO, D. São Paulo: Malone, 2004. (e-book)
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Referências
BODIE, Zvi; KANE, A.; MARCUS, A. J. Fundamentos de Investimentos. 3.ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2002.
SAMANEZ, C. P. Gestão de Investimentos e Geração de Valor. São Paulo: 
Pearson, 2006.
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10.ed. São Paulo: 
Pearson, 2007.HOJI, M. Administração Financeira e Orçamentária. São Paulo: Atlas, 2008.
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