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TUTORIA 03 – M03 – P2 @gabrielholandac METABOLISMO DOS LIPÍDIOS E COLESTEROL Objetivos ➥ Conhecer as características gerais dos lipídeos (estrutura, classificação, funções) ➥ Compreender o metabolismo dos lipídeos (vias metabólicas, digestão, absorção, reserva lipídica) ➥ Compreender a relação entre a formação das placas de ateroma e metabolismo dos lipídeos (Radicais livres e processo de inflamação crônica) ➥ Compreender o controle medicamentoso e não medicamentoso dos níveis lipídicos (mecanismo de ação das estatinas) ➥ Estabelecer uma hipótese diagnóstica para o caso Resumo Características gerais ➥ Lipídios formam uma classe de compostos que tem alta solubilidade em solventes orgânicos ➥ Praticamente insolúveis em água ➥ Estrutura bastante variada ➥ Diversas funções biológicas ➥ Reserva energética ➥ Componentes de membranas e estruturas celulares ➥ Têm função de vitaminas e hormônios ➥ Indispensáveis na dieta por incluírem AG (ácidos graxos) essenciais e vitaminas lipossolúveis Ácidos graxos ➥ Ácidos monocarboxílicos, só tem uma carboxila ➥ Geralmente com uma cadeia carbônica longa, número par de carbonos e sem ramificações ➥ Pode ser saturada ou insaturada ➥ Uma insaturação: monoinsaturados ➥ Mais de uma: poli-insaturados ➥ Insaturações causam dobras na cadeia, dupla ligação cis ➥ Grupo carboxila é a região polar e a cadeia é apolar ➥ Os nomes dos AG vêm de onde são mais encontrados ➥ Ácido palmítico do óleo de palma, ácido oleico do óleo de oliva... ➥ AG mais comuns são os de 16 e 18 carbonos ➥ Os átomos são indicados por letras ou números, começando na carboxila (C1 ou carbono 1) e vai aumentando ➥ Em letras o carbono 2 é α, 3 é β e assim por diante, o último do terminal CH3 é o carbono ꞷ ou n ➥ Propriedades físicas dos AG e lipídios dependem da presença, ou não, de insaturações e do comprimento ➥ AG saturados são flexíveis e distendidas, podem se associar umas com as outras por interações hidrofóbicas ➥ AG insaturados naturais têm quase sempre duplas ligações cis, que produz uma dobra na cadeia ➥ Provoca a formação de agregados menos compactos e menos estáveis ➥ Comprimento da cadeia interfere no grau de interação entre as moléculas, quanto maior a cadeia, maior as interações ➥ Temperatura de fusão dos AG diminui com o número de insaturações e aumenta com o comprimento da cadeia ➥ A consistência dos AG em temperatura ambiente depende da sua estrutura ➥ AG saturados com mais de 14 carbonos são sólidos ➥ Se tiverem pelo menos uma ligação dupla são líquidos ➥ O grau de fluidez das membranas depende do tipo de AG ➥ Ag livres são pouco encontrados no organismo, geralmente estão ligados à um álcool, que pode ser o glicerol ou a esfingosina ➥ Ligados à álcool são triacilgliceróis e glicerofosfolipídios ➥ Ligados a esfingosina são esfingolipídios Triacilgliceróis ➥ Triglicerídeos ➥ Mais abundantes na natureza ➥ 3 moléculas de AG esterificadas a um glicerol, 3 grupos acila ligados a glicerol ➥ Compostos com um grupo acila ou dois grupos e glicerol são escassos nas células, existem como intermediários nas vias de metabolismo ➥ Gorduras animais e óleos vegetais são misturas de triglicerídeos que diferem na composição dos AG e no ponto de fusão ➥ Óleos vegetais são hidrogenados para reduzir as ligações duplas e solidificar a temperatura ambiente, margarinas e etc ➥ Podem ser hidrolisados liberando AG e glicerol ➥ Se for feito em meio alcalino formam-se os sabões, fabricação de sabões a partir de gordura animal fervida em presença de NaOH ou KOH, saponificação ➥ São essencialmente apolares, as partes polares desaparecem na formação das ligações éster ➥ Permite armazenamento nas células em forma praticamente anidra, sem água ➥ Maneira mais eficiente de armazenar energia ➥ Compostos altamente reduzidos ➥ Liberam muito mais energia que carboidratos ou proteínas ➥ Depositados no tecido adiposo, cutâneo ou visceral ➥ Atuam como isolante térmico, proteção contra choques e sustentação dos órgãos Glicerofosfolipídios ➥ Derivados do glicerol que contêm fosfato na estrutura ➥ O mais simples é o ácido fosfatídico, 1 glicerol esterificada a 2 AG nos carbonos 1 e 2 e a acido fosfórico no carbono 3 ➥ Fosfatidato em pH fisiológico ➥ Age como intermediário na síntese de triglicerídeos e de outros glicerofosfolipídios ➥ Os mais comuns se originam da esterificação de moléculas polares ao ácido fosfórico do fosfatidato ➥ Recebem seus nomes de acordo com a molécula adicionada ➥ Em alguns deles o ácido fosfatídico está ligado a outro ácido fosfatídico por uma molécula de glicerol, chamados de disfofatidilgliceróis ou cardiolipinas ➥ Os membros de cada categoria se diferem pelo tipo de AG que ocupa a posição 1 e 2 ➥ Normalmente a posição 1 tem um AG saturado e a 2 um insaturado ➥ Glicerofosfolipídios e esfingomielinas são chamados de fosfolipídios por terem fosfato Esfingolipídios ➥ Estrutura geral parece com a dos glicerofosfolipídios, mas não têm glicerol ➥ O esqueleto base é formado de um aminoálcool com uma longa cadeia de hidrocarbonetos (esfingosina) ➥ O grupo amino da esfingosina se liga a um AG por uma ligação amídica, gerando uma ceramida ➥ Ligação de uma estrutura polar ao carbono 1 da ceramida foram os esfingolipídios Esfingomielinas ➥ Existem na bainha de mielina que envolve os axônios ➥ Parte polar é uma fosforilcolina Cerebrosídios ➥ Ceramida se liga a glicose ou galactose ➥ Encontrados predominantemente no cérebro ➥ Chamados de glicolipídios Gangliosídios ➥ Têm região polar feita de oligossacarídeos, as vezes ramificados ➥ Inclusão de açucares aminados das extremidades ➥ Encontrados predominantemente no cérebro ➥ Chamados de glicolipídios Esteroides ➥ Lipídios que têm um núcleo tetracíclico em sua estrutura ➥ Composto-chave é o colesterol ➥ Esteroide mais abundante nos animais ➥ Serve de precursor para a síntese de todos os outros esteroides, hormônios esteroides (sexuais e das suprarrenais), sais biliares e vitamina D ➥ Função estrutural nas membranas animais, interfere na fluidez ➥ Colesterol é transportado pelas lipoproteínas plasmáticas, geralmente ligado a AG insaturados, ésteres de colesterol ➥ A ligação éster fica no grupo hidroxila do colesterol e a carboxila do AG ➥ Forma de armazenamento dentro das células ➥ Muito associado à aterosclerose ➥ Nos vegetais o teor é 100x menor que nos animais ➥ Plantas têm outros tipos de esteroides, fitoesteroides, que diferem do colesterol pela cadeia lateral Lipídios anfipáticos ➥ Componentes estruturais de membranas ➥ Possuem porção polar e porção apolar ➥ Nos fosfolipídios a parte apolar é o grupo fosfato que tem carga negativa em pH fisiológico, e seus substituintes colina, etanolamina, serina e inositol, que têm cargas variadas ➥ Glicolipídios têm açucares polares que podem ou não apresentar carga, pela presença de grupos amino ➥ Região hidrofóbica dos enfingo e glicerofosfolipídios é formada pelas cadeias de hidrocarbonetos do AG e da esfingosina ➥ Colesterol tem caráter anfipático, hidroxila polar e o resto da molécula é apolar Transporte de lipídios - Lipoproteínas ➥ Lipídios são transportados pelo sistema circulatório em agregados moleculares hidrossolúveis ➥ Lipídios apolares se associam a anfipáticos e proteínas, formando lipoproteínas plasmáticas ➥ AG são mobilizados ligados à albumina sérica ➥ Só uma pequena quantidade de AG é transportado nas lipoproteínas em forma de ésteres de colesterol ➥ A associação a moléculas polares viabiliza a distribuiçãodos lipídios vindos da dieta e absorvidos no intestino e dos sintetizados endogenamente ➥ Lipoproteínas plasmáticas são partículas esféricas com um núcleo central de lipídios (colesterol e triglicerídeos), circundados por uma camada de lipídios antipáticos (fosfolipídios e colesterol) ➥ Associadas a proteínas, chamadas de apolipoproteínas, classificadas em A, B, C, D e E, com seus subtipos ➥ Dão polaridade a lipoproteína ➥ Atuam como ativadoras de enzimas que participam do metabolismo dessas partículas ➥ Formam os ligantes dos receptores de lipoproteínas ➥ São classificadas de acordo com sua densidade ➥ Diâmetro das lipoproteínas pode ficar 1000x menor, dos quilomícrons até o HDL ➥ Composição delas sofre modificações constantes por causa da troca de moléculas de lipídios e apolipoproteínas ➥ Quilomícrons são sintetizados na mucosa intestinal a partir dos lipídios da dieta, e então são transportados para os tecidos ➥ VLDL (very low) têm densidade muito baixa, origem hepática e transportam triglicerídeos e colesterol para os tecidos ➥ Formam as IDL e LDL (intermediate e low) ricas em colesterol ➥ LDL são a principal fonte de colesterol para os tecidos, exceto fígado e intestino, entram nas células por endocitose ➥ HDL (high) têm função oposta ao LDL, atuando na remoção do colesterol dos tecidos para o fígado Metabolismo dos lipídios Degradação de triacilgliceróis ➥ Ação de 3 enzimas principais ➥ Lipase de triacilgliceróis do adiposo (ATGL), catalisa da hidrolise do triglicerídeo em AG e diacilglicerol ➥ Lipase hormônio-sensível (HSL) remove outro AG do diacilglicerol que converte em monoacilglicerol ➥ Monoacilglicerol lipase (MAGL) atua formando um glicerol e um AG ➥ Lipólise nos adipócitos depende da interação das enzimas com a gota de triglicerídeos ➥ A gota é delimitada por uma camada de fosfolipídios e colesterol associados a proteínas (peripilinas) ➥ Regulam a atividade e medeiam a fixação da gota ➥ Produtos da hidrolise de triacilgliceróis são oxidados por processos distintos ➥ Glicerol não é muito aproveitado pelos adipócitos porque têm pouco glicerol quinase, então é liberado no sangue ➥ Vai para o fígado e rins e é convertido em glicerol 3-fosfato (glicerol quinase) e é transformado em di-hidroxiacetona fosfato que é um intermediário da glicólise ou gliconeogênese ➥ AG liberados no sangue são transportados pela albumina e usados como fonte de energia nos tecidos ➥ Exceção do tecido nervoso e das hemácias que usam glicose ➥ Triglicerídeos da dieta, transportados pelos quilomícrons e VLDL são hidrolisados pela lipase lipoproteica no endotélio dos capilares, formam glicerol e AG ➥ Quilomícrons que restam após depositar AG estão ricos em colesterol e são retirados da circulação pelo fígado por endocitose Degradação de AG AG saturados ➥ AG é convertido em Acil-CoA pela acil-CoA sintetase, na membrana externa da mitocôndria ➥ Forma uma ligação de tioéster entre a carboxila e o AG do grupo SH da CoA, gasta ATP e forma AMP (-2 fosfato) ➥ As Acil-CoAs são compostos ricos em energia ➥ Membrana interna da mitocôndria é impermeável a Acil-CoA, mas são introduzidos ligados à carnitina ➥ A ligação do grupo acila à carnitina é reversível e catalisada pela carnitina-acil-transferase ➥ Vão para o interior da mitocôndria para serem oxidados β-Oxidação ➥ Acil-CoA na matriz mitocondrial é oxidada ➥ Oxidação do carbono B do AG, ciclo de Lynen ➥ Série cíclica de 4 reações ➥ No final a acil-CoA é encurtada de 2 carbonos que são liberados como Acetil-CoA com produção FADH2 e NADH ➥ Acil-CoA desidrogenase oxida a Acil-CoA em uma enoil-CoA trans, formando FADH2 ➥ Enoil-CoA hidratase causa a hidratação da ligação trans formando um isômero L de uma B-hidroxiacil-CoA ➥ B-hidroxiacil-CoA desidrogenase oxida a hidroxila da carbonila formando B-cetoacil-CoA e NADH ➥ Coenzima A (H-SCoA) divide a B-cetoacil-CoA e forma acetil- CoA e acil-CoA com 2 carbonos a menos, a Acil-CoA participa do ciclo novamente, até ser convertida em Acetil-CoA-tiolase ➥ As enzimas podem ser individualizadas ou multifuncionais ➥ O numero de voltas no ciclo depende do tamanho do AG ➥ Ác palmítico (16C) precisa de 7 voltas, gera 8 acetil-CoA ➥ Acetil-CoA via para ciclo de Krebs ➥ Rendimento total de 129 ATP ➥ Também gera boa quantidade de água AG insaturados ➥ Precisa de enzimas adicionais na B-oxidação ➥ As duplas ligações dos insaturados são separadas por grupos metileno, com localização em número par ou ímpar ➥ Sempre têm ligação cis que não é reconhecida pela enoil-CoA hidratase do ciclo de Lynen ➥ Depois da remoção de algumas unidades de 2 carbonos pela B- oxidação o AG insaturado pode gerar dois tipos de enoil-CoA, dependendo da posição original da ligação dupla ➥ Os enoil-CoA possuem ligação cis e precisam ser transformadas em ligações trans para depois serem reconhecidas pela enoil-CoA hidratase ➥ O segundo tipo precisa de mais alterações para ser reconhecido pela enoil-CoA Corpos cetônicos ➥ São produzidos no fígado e oxidados nos outros tecidos ➥ Uma pequena quantidade de acetil-CoA é transformada em acetoacetato e B-hidroxibutirato nos hepatócitos ➥ Acetoacetato é descarboxilado espontaneamente e vira acetona ➥ Os 3 compostos juntos são chamados de corpos cetônicos, a síntese é chamada de cetogênese ➥ Ocorre na matriz mitocondrial na condensação de 3 acetil-CoA em duas etapas ➥ A primeira é feita pela tiolase, 2 acetil-CoA formam acetoacetil- CoA, ultima reação de volta do ciclo de Lynen, só ocorre quando há acúmulo de acetil-CoA ➥ Acetoacetil-CoA reage com outra acetil-CoA e forma HMG-CoA que é clivada e origina o acetoacetato e acetil-CoA ➥ São liberados na corrente sanguínea e são aproveitados como fonte de energia nos tecidos ➥ Tem a enzima que o fígado não possui, B-cetoacil-CoA transferase ➥ Quando há grande produção dos corpos (jejum e diabetes) o cérebro passa a oxida-los ➥ A concentração alta no sangue induz a síntese de monocarboxilato translocase que permite e entrada deles no SNC e a síntese de enzimas para a oxidação ➥ Produção de corpos é acentuada quando a degradação de triglicerídeos não é acompanhada pela de carboidratos ➥ Para a oxidação do acetil-CoA no ciclo de Krebs precisa de oxaloacetato, na falta de carboidratos ocorre falta do piruvato que não vai ser transformado em oxaloacetato ➥ Quando não há glicose o corpo começa a gliconeogênese que consome o oxaloacetato ➥ A concentração baixa de oxaloacetato aumenta a concentração de acetil-CoA que produz os corpos cetônicos ➥ Acumulo de corpos cetônicos causa cetose ➥ Acetoacetato e B-hidroxibutirato são transportados para o plasma por simporte com prótons, aumentando a quantidade de H no sangue e reduzindo o pH Síntese de AG ➥ Acetil-CoA precisa ser transportada para o citosol ➥ A via da síntese inicia com acetil-CoA e produz ác palmítico ➥ Ocorre quando a carga de ATP é alta e a acetil-CoA pode ser armazenada como gordura ➥ Membrana da mitocôndria é impermeável a acetil-CoA então os carbonos do grupo acetila vão em forma de citrato ➥ Piruvato no citosol condensa com oxaloacetato em citrato, citrato sintase ➥ Citrato não participa do ciclo de Krebs por inibição da enzima isocritrato desidrogenase, a concentração aumenta ➥ Transportado pelo citosol pela tricarboxilato translocase e é quebrado em acetil-CoA e oxaloacetato, citrato liase ➥ Oxaloacetato no citosol é transformado em malato pela malato desidrogenase ➥ Malato é transformado em piruvato e NADPH ➥ Piruvato volta para a mitocôndria e vira oxaloacetato ➥ NADPH é agente redutor da síntese, vai ser usado depois ➥ A formação de AG consiste na união de dos carbonos, a primeira unidade vem do acetil-CoA eo resto do malonil-CoA ➥ Malonil é formado da carboxilação de acetil-CoA, uso da biotina ➥ A síntese ocorre em um complexo enzimático chamado de sintase de ácidos graxos ➥ A única parte do complexo que não tem ação enzimática é a proteína carreadora de acila (ACP) que sempre está ligada ao AG em formação ➥ O ACP se une aos grupos acila por ligação tioéster com a sulfidrila do terminal do grupo fosfopanteteína (ACP) ➥ A fosfopanteteína do ACP leva o substrato entre as enzimas do complexo ➥ A síntese começa com a transferência do grupo acetila da acetil- CoA para o ACP e depois é transferida para o grupo SH da B- cetoacetil-ACP sintase (BS) do complexo enzimático ➥ ACP fica livre e recebe o malonil -CoA, formando malonil-ACP ➥ Ocorre uma condensação dos grupos acetila e malonila pela BS, forma B-cetoacil-ACP ➥ A cadeia fica presa no ACP (4 carbonos) e libera CO2, que vai ser utilizado na formação de malonil-CoA ➥ A cadeia sofre redução, desidratação e outra redução ➥ Ocorre pela B-cetoacetil-ACP redutase (BR), B-hidroxiacil-ACP desidratase (BD) e enoil-ACP redutase (ER) ➥ As redutases usam NADPH como doador de elétrons ➥ Acaba o primeiro ciclo da síntese com formação de butiril-ACP ➥ Para continuar o aumento da cadeia precisa adicionar mais carbonos vindos do malonil-CoA ➥ O grupo butirila é transferido para o SH da BS, como ocorreu no inicio do ciclo, deixando o ACP livre ➥ ACP recebe outro malonil-CoA, que é condensado com o butiril novamente ➥ Ocorre essa troca da cadeia entre as unidades do complexo até o fim da formação do AG ➥ O ciclo ocorre por mais 6 voltas (total de 7) formando palmitoil-ACP, que é hidrolisado pela tioesterase (enzima 6) liberando ác palmítico ➥ NADPH vem da formação do malato e da via das pentoses ➥ A sequencia das reações da síntese AG é o inverso da oxidação deles no ciclo de Lynen, mas uma via não é o inverso da outra ➥ Elas possuem enzimas e coenzimas diferentes e mudam o local onde ocorrem ➥ Nos humanos a maior parte da síntese de AG ocorre no fígado e no tecido adiposo (menos) ➥ AG são sintetizados a partir dos componentes da dieta, carboidratos (principalmente) e proteínas ➥ São exportados para os tecidos por lipoproteínas plasmáticas Síntese de triacilgliceróis ➥ São sintetizados a partir de acil-CoA vinda dos AG e glicerol 3- fosfato ➥ Glicerol 3-fosfato é formado no tecido adiposo pela redução de di- hidroxiacetona fosfato, vinda dos carboidratos, aminoácidos e lactato ➥ No fígado a fosforilação do glicerol ocorre pela glicerol quinase ➥ Glicerol 3-P é acilado em duas etapas formando diacilglicerol 3-P ➥ Grupo fosfato é hidrolisado e forma diacilglicerol que é acilado e forma o triacilglicerol Absorção dos lipídios ➥ Os lipídios provenientes da dieta estimulam a secreção de enzimas presentes em glândulas situadas na base da língua, conhecidas como lipase lingual, mas não ocorre a hidrolise na boca ➥ Lipase gástrica promove a continuidade do processo, contudo, o pH altamente ácido dificulta a ação enzimática ➥ No duodeno, o bolo alimentar com o pH ácido acaba por induzir a liberação do hormônio digestivo colecistocinina (CCK), também conhecido como pancreozimina. O CCK faz com que a vesícula biliar sofra contração e liberação da bile para o duodeno, também estimulando a secreção pancreática ➥ Os lipídios são emulsificados pela ação dos sais biliares, formando micelas mistas de triacilgliceróis, que sofrem a digestão pela ação da lipase pancreática, liberando ácidos graxos ➥ Os ácidos graxos podem ser absorvidos pelas células que compõem o intestino, os enterócitos, e reconvertidos em triacilgliceróis, onde juntamente com o colesterol e apoliproteínas, irão formar o quilomícron ➥ Os quilomícrons (QM) são então secretados nos vasos linfáticos e corrente sanguínea, sofrendo ação de lipases lipoprotéicas e gerando ácidos graxos e glicerol Metabolismo do colesterol ➥ Principalmente produzido no fígado e intestino delgado ➥ É transportado pelas lipoproteínas plasmáticas ➥ Cérebro também produz colesterol, 6x mais que o fígado ➥ Não é capaz de absorver ou exportar por lipoproteínas porque elas não atravessam a barreira hematoencefálica ➥ O colesterol no cérebro é formado pela síntese de novo e o excedente é exportado em formas de hidroxilados ➥ Acetil-CoA é a precursora de todos os átomos de carbono do colesterol e o agente redutor é o NADPH ➥ As enzimas que catalisam a síntese ficam no citoplasma e no RE ➥ A via é composta de dezenas de reações ➥ Acetil-CoA forma unidades de 5 carbonos de isopreno que se polimerizam em um intermediário linear que é cliclado em colesterol ➥ A síntese começa com a condensação de 2 acetil-CoA, formando acetoacetil-CoA, tiolase ➥ Acetoacetil-CoA se condensa com outro acetil-CoA formando HMG-CoA, HMG-CoA sintase ➥ Nos hepatócitos as duas enzimas são encontradas nas mitocôndrias e a HMG-CoA é precursora de corpos cetônicos ➥ HMG-CoA é reduzia a mevalonato, por dois NADPH, essa é a reação limitante da síntese de colesterol ➥ Mevalonato sofre duas fosforilações e uma descarboxilação formando a unidade isoprenoide ➥ 6 isoprenoides são usados para formar o esqualeno que é o ultimo intermediário da síntese ➥ Finalmente o esqualeno é dobrado formando o núcleo tetracíclico e um grupo hidroxila, colesterol ➥ Para cada molécula produzida são gastos 18 ATP e dezenas de NADPH Aterosclerose ➥ Caracterizada pelo acúmulo de lipídios, elementos fibrosos e inflamatórios, especificamente de resposta à injúria endotelial vascular ➥ É condição inflamatória que pode ser convertida em um evento clínico e agudo ocasionado pela ruptura da placa e formação de trombos ➥ Pode resultar da interação de anormalidades metabólicas e nutricionais, tais como hiperlipidemias, forças mecânicas associadas como a hipertensão arterial, toxinas exógenas, proteínas anormalmente glicosiladas associadas com os diabetes mellitus, lipídios ou proteínas modificadas oxidativamente e infecções virais e bacterianas ➥ A resposta inflamatória na aterogênese é mediada através de mudanças funcionais em células endoteliais (CEs), linfócitos T, macrófagos derivados de monócitos e células do músculo liso ➥ A ativação destas células desencadeia a elaboração e interação de um extenso espectro de citoquinas, moléculas de adesão, fatores de crescimento, acúmulo de lipídios e proliferação de células do músculo liso. ➥ A resposta inflamatória pode ser induzida pelo estresse oxidativo, principalmente à oxidação da LDL-c ➥ Estas interações resultam em expressão e seleção de vários mediadores potenciais da formação de lesão vascular, tais como fatores de crescimento de endotélio vascular (VEGF), o fator de crescimento de fibroblastos (FGF), a interleucina1 (IL-1) e os fatores de transformação -α e -β (TGF-α, TGF-β) ➥ A IL-1, e os TGF-α e TGF-β podem inibir a proliferação endotelial e induzir a expressão genética secundária pelo endotélio de fatores de crescimento, como o fator de crescimento derivado de plaquetas (FCDP) e outros mediadores potenciais da formação de lesão vascular ➥ O TGF-β também induz a síntese de tecido conjuntivo pelo endotélio https://www.infoescola.com/glandulas/ https://www.infoescola.com/quimica/acido/ https://www.infoescola.com/sistema-digestivo/bile/ ➥ As moléculas de adesão podem promover lesão endotelial por diminuição da distância entre monócitos e células endoteliais e facilitação do ataque de espécies ativa de oxigênio (EAOs), originadas de monócitos ativados, constituindo um fator adicional favorecedor à aterogênese ➥ A molécula de adesão vascular-1 (VCAM-1) liga-se às classes de leucócitos encontradas em ateromas nascentes: monócitos e linfócitos T. As células endoteliais expressam VCAM-1 em resposta à entrada de colesterol em áreas propensas à formação da lesão ➥ O mecanismo de induçãodas VCAM-1, depois de uma dieta aterogênica, provavelmente, depende da inflamação, provocada por lipoproteínas modificadas acumuladas na íntima arterial em resposta a hiperlipidemia ➥ Constituintes de lipoproteínas modificadas, entre elas, fosfolipídios oxidados e cadeias curtas de aldeídos resultam da oxidação lipoprotéica, que podem induzir a ativação transcricional do gene VCAM-1 mediado em parte pelo fator nuclear-kB (NF-kB Estatinas ➥ Classe de fármacos com características hipolipemiantes e possuem grandes potência e eficácia na redução dos níveis plasmáticos de colesterol total e LDL-c colesterol ➥ Também agem melhorando a vasodilatação do endotélio, aumentando a biodisponibilidade de óxido nítrico e reduzindo os níveis de endotelina ➥ Principal indicação no tratamento da aterosclerose e são utilizadas nas profilaxias primária, secundária e terciária da doença. ➥ Inibição competitiva da HMG-CoA redutase, enzima responsável pela formação de colesterol pelo fígado e, consequentemente, pela formação das lipoproteínas plasmáticas ➥ Na dislipidemia o tratamento medicamentoso, pode-se destacar como os principais grupos: estatinas, ezetimiba, colestiramina, fibratos e ácido nicotínico ➥ Hipolipemiantes devem ser empregados apenas quando não houver efeito satisfatório significativo com as mudanças nos hábitos e estilo de vida do paciente ou quando não for possível aguardar esses efeitos com o tratamento não medicamentoso ➥ As alterações do perfil lipídico dos pacientes podem incluir colesterol total (CT) alto, triglicerídeos (TG) alto, colesterol de lipoproteína de alta densidade baixo (HDL-C) e LDL-C alto ➥ Dislipidemia é classificada como: hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e HDL-C baixo ➥ O mecanismo de ação das estatinas é caracterizado pela inibição da enzima HMG-CoA redutase, sendo essa inibição reversível e competitiva com o substrato da HMG-CoA, que é o Mevalonato ➥ São incorporadas ao tecido hepático por transportadores do tipo OATP (Organic Anion Transporting Polypeptides) para sofrer biotransformação, com ampla variação no sítio metabólico até sua eliminação pela bile
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