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Tecnologias de Informação e Comunicação no Ensino Superior Elizane Andrade da Silva Artigo científico TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR Elizane Andrade da Silva* RESUMO O presente artigo propõe uma reflexão sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação na sociedade do conhecimento, as possibilidades e os desafios para o seu uso na otimização do processo de aprendizagem dos alunos. Na sociedade do conhecimento, há um rompimento de paradigma na área educacional, e a adoção de um processo de ensino e aprendizagem com metodologias que envolvam os recursos tecnológicos pode romper com barreiras físicas, geográficas e temporais entre professores e alunos, permitindo a interação entre eles, mesmo que separados pela distância. Possibilita, ainda, uma aprendizagem significativa, contínua e flexível, de forma a facilitar e intermediar a construção de um saber amplo e rico de informações, utilizando-se das metodologias de aprendizagem colaborativa, as quais podem ocorrer por meio dos ciberespaços. As tecnologias, ao longo dos anos, tomaram conta da vida das pessoas, tornando-se indispensáveis para o nosso dia a dia, pois nos mantêm informados, são utilizadas em momentos de lazer, de entretenimento e na construção do conhecimento. Junto às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), surgem novas formas de produção das pessoas, de leitura, de expressão do pensamento e de escrita. Por fim, apresenta-se de que forma professores podem explorar as ferramentas tecnológicas, tais como: hipermídia, redes sociais, aplicativos móveis, tecnologias assistivas para a potencialização de processos educativos, as possibilidades e desafios para a inclusão digital e possíveis ferramentas tecnológicas que podem ser utilizadas para uma educação superior moderna. Palavras-chave: Ensino Superior; Tecnologias; Aprendizagem, Sociedade do Conhecimento; Novos paradigmas. INTRODUÇÃO As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) são formadas por vários recursos tecnológicos, podendo ser utilizados de forma integrada ao ensino e à aprendizagem, com o intuito de proporcionar e facilitar o processo comunicacional entre as pessoas, contribuindo para o desenvolvimento geral da sociedade. Na área educacional, as TICs possibilitam uma aprendizagem significativa aos alunos, podendo torná-los mais efetivos e ativos aos trabalhos a serem realizados em grupo ou individualmente, auxiliando na interação com professores e com outros alunos. Destaca-se que o grande avanço tecnológico aconteceu nos Estados Unidos da América (EUA) no ano 1969, com a criação da internet, a qual começou a ser utilizada pela sociedade para atender a vários objetivos, fossem eles de ordem pessoal, empresarial, ou então, educacional. Na área educacional ela é utilizada como ferramenta e ambiente de interação, por meio de ferramentas disponíveis, * Professora e Designer Instrucional. Faculdade Educacional da Lapa (FAEL). Mestre em Formação Docente e Novas Tecnologias (UNINTER), especialista em EaD e Novas Tecnologias e graduada em Licenciatura em Pedagogia (FAEL). E-mail: elyzandrade18@hotmail.com. chamadas de ciberespaços, as quais têm o intuito de proporcionar uma aprendizagem colaborativa entre os alunos. Os recursos tecnológicos são formados pelos hardwares (equipamentos físicos), como, por exemplo, notebook, smartphones, tablets, utensílios domésticos, entre outros. E, dentro dos hardwares estão os softwares, termo utilizado para conceituar programas, aplicativos (APPS), de modo a ditar o que uma máquina deve fazer, ou seja, todos os aplicativos e jogos que estão presentes nos smartphones, computadores e tablets são os softwares. Cabe destacar que o único objetivo das tecnologias, logo no início de sua criação, era o de proporcionar a comunicação entre as pessoas, as quais a utilizavam em momentos importantes ou, então, quando era muito necessário. Inicialmente, a tecnologia de comunicação entre pessoas distantes acontecia por meio de cartas enviadas por serviços de correio. O mesmo aconteceu com o telégrafo e o telefone, a partir de seu surgimento, porém eles eram a utilizados somente quando muito necessário e poucas pessoas tinham acesso, somente as mais ricas é que tinham esse recurso tecnológico disponível. Em um contexto global, o conceito de tecnologia refere-se a tudo aquilo que é criado ao longo das épocas ou em cada geração, como o papel e a caneta de escrever, que são recursos tecnológicos criados e utilizados ainda nos dias de hoje, os meios de transporte, que nos permitem ir e vir para outras cidades, estados e até países, o computador e a internet, que nasceram com a finalidade de facilitar e melhorar a comunicação entre as pessoas, de gerar informação real, entre outras. Ao longo do tempo, os recursos tecnológicos e as mídias foram se modernizando, bem como a própria necessidade de comunicação e de informação, e assumiram um caráter informativo, de lazer, de construção do conhecimento e de entretenimento na vida das pessoas, desde as mais jovens às mais idosas. Com a invasão das tecnologias em nossas vidas, surgem também novas possibilidades na vida moderna, pois elas são capazes de aproximar as pessoas que estão distantes e gerar informações em tempo real. As novas tecnologias e especialmente a internet, originaram um novo conceito para a sociedade, a qual Hargreaves (2003) conceitua como sociedade do conhecimento. O avanço da tecnologia também pode ser atrelado ao desenvolvimento da sociedade ao longo dos anos, carregado de marcas históricas da cultura e das formas de compreensão de nossa história. Assim como todo processo em sociedade evolui, o mesmo acontece com a área educacional, a qual tem o desafio de se adaptar às novas realidades, de se reinventar, de forma a oportunizar uma aprendizagem condizente com a realidade, proporcionando mais interação entre os professores e alunos, possibilitando o acesso a informações dinâmicas e confiáveis. Diante desse contexto, identificamos a chegada de uma nova era: a era do conhecimento, a qual emerge da revolução tecnológica, permitindo a troca de informação com intensidade e velocidade. Assim, apresentam-se neste artigo conceitos e ações práticas que podem ser desenvolvidas em âmbito educacional para o exercício da prática docente baseada no uso de recursos tecnológicos. 1. SOCIEDADE DO CONHECIMENTO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA A EDUCAÇÃO O novo paradigma de sociedade do conhecimento traz consigo um intenso fluxo de informações mediadas pelas tecnologias e que estão em constante mudança e expansão. Nesse sentido, salienta-se que a educação precisa acompanhar a evolução da sociedade e passará por profundas modificações, especialmente nas formas de ensinar e de aprender. Porém, não se pode negar que os professores também enfrentam um desafio, que é o da falta de acesso de todos os seus alunos às tecnologias da informação e da comunicação. Borges (2008, p. 179) afirma que a “[...] Sociedade da Informação e do conhecimento é reconhecida pelo uso intenso da informação e do conhecimento e das tecnologias de informação e da comunicação na vida do indivíduo e da sociedade, em suas diversas atividades”. Com o avanço das tecnologias tem-se uma nova visão de educação, em que o espaço físico da escola deixa de ser o único lugar para se preparar os alunos para a vida em sociedade e oportunizar a construção do conhecimento. Além da sala de aula da escola, o aluno é recebe informações diárias dos noticiários, da família, das redes sociais, dos aplicativos, dos sites de busca, das plataformas de vídeos, enfim, em meio a todo esse contexto, o professor tem o desafio de assumir uma nova postura para ensinar, ou seja, em seu planejamento, em sua metodologia de ensino, ele tem a possibilidade de consideraros conhecimentos prévios que os alunos trazem consigo. O docente tem o desafio de criar estratégias de aprendizagem que garantam o desenvolvimento de competências nos estudantes para que possam participar e interagir em um mundo virtual e global, o qual cada vez mais está competitivo, valorizando características de pessoas flexíveis, criativas, capazes de encontrar soluções inovadoras para os problemas e conflitos apresentados. Assim, faz-se necessário considerar que a aprendizagem não é um processo estático, mas algo que se modifica ao longo do tempo de acordo com as demandas da sociedade. Essa nova forma de comunicação e de educação, preenchida por fontes de informação e recursos de comunicação, pede um novo cenário educacional, capaz de acompanhar as mudanças que ocorrem na sociedade, ou seja, que vá além da sala de aula da escola e ultrapasse as fronteiras curriculares, com conteúdo interdisciplinar e multidisciplinar. Porém, para obter sucesso no desenvolvimento de metodologias de ensino e aprendizagem, os professores precisam, inicialmente, reconhecer a tecnologia como um recurso que pode ser utilizado para uma aprendizagem moderna, buscar conhecimentos sobre essas ferramentas e identificar as possibilidades de aplicação delas na sua área educacional. Na obra “Educação: um tesouro a descobrir”, Jacques Delors (2000) apresenta um conceito bastante significativo para a educação na sociedade do conhecimento, considerando uma aprendizagem fundamentada em quatro pilares centrais: aprender a fazer, aprender a conhecer, aprender a conviver e aprender a ser. A seguir, apresentam-se esses conceitos e suas definições: Aprender a fazer: Neste conceito, tem-se como premissa, ir além do conhecimento teórico e torná-lo prático. Com a rápida mudança que ocorre na sociedade e nas profissões, os indivíduos têm o desafio de estarem aptos a enfrentar novas situações na vida e no mundo do trabalho, como, por exemplo, trabalhar em equipe, resolver conflitos, liderar, inovar, tomar decisões. Esse pilar é http://www.dgz.org.br/out11/Art_01.htm#R1 primordial para a formação de todos os alunos, especialmente para o preparo ao trabalho. Dessa forma é preciso compreender o aprender a fazer à luz do surgimento da tecnologia na sociedade, mudando as formas de execução do trabalho. Aprender a conhecer: Neste conceito o aluno tem de dominar os instrumentos necessários para o seu conhecimento. Assim, o educador tem a possibilidade de tornar o ensino e a aprendizagem do discente em algo prazeroso, possibilitando a descoberta, a construção do saber, e despertando nele o interesse pela aprendizagem/informação. Em algumas situações, com a quantidade de informações que recebemos diariamente, deixamos de lado a necessidade de aprimoramento do nosso conhecimento, nos desinteressando por algo novo. Desse modo, o aprender a conhecer possibilita o exercício da atenção, do pensamento e da memória. Aprender a conviver: Na sociedade do conhecimento e da interação, esse pilar assume uma função essencial, pois, em algumas situações, a convivência com os outros torna-se difícil, com muitos conflitos, e aprender a conviver possibilitará um ambiente de aprendizagem mais harmonioso. Aprender a compreender o outro, estar apto a administrar conflitos e colaborar com planos comuns faz parte do pilar aprender a conviver. Com ele, professores e alunos têm a possibilidade de aprender a conviver em harmonia, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso e significativo. Aprender a ser: Este pilar trata do desenvolvimento do pensamento crítico, da autonomia, do estímulo à criatividade e aos conhecimentos de forma a possibilitar que o indivíduo aprenda a ser decidido, reflexivo, coerente com a sua realidade, autônomo. Com esse pilar, professores têm a possibilidade de, por meio de suas ações práticas, tornar seus alunos sujeitos crítico, empáticos, criativos e inovadores. Pode-se dizer que a variação de personalidades é o que possibilita a inovação no âmbito social. Diante dos conceitos apresentados, os professores têm a oportunidade de desenvolver nos alunos a responsabilidade pessoal, o pensamento autônomo e crítico, a criatividade, o sentido ético e estético, a sensibilidade, a imaginação e a iniciativa por meio da utilização dos recursos tecnológicos disponíveis. Em todos os pilares, torna-se importante que os alunos tenham, em seu processo formativo, momentos de descobertas, experiências práticas, científicas, artísticas, sociais e culturais. A partir da conceituação dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever grandes mudanças para a educação, tendo o desafio de romper com um ensino e uma aprendizagem voltados apenas à absorção do conteúdo pelos alunos. No contexto dos quatro pilares da educação, o educador deve reinventar suas práticas e ensinar o educando a pensar, a saber comunicar-se, a pesquisar, a desenvolver o raciocínio lógico, a ter autonomia, a fazer sínteses e a elaborar teorias, tornando-se competente nessas áreas. Para o desenvolvimento de uma educação pautada nos quatro pilares elencados anteriormente, os professores precisam estabelecer procedimentos didáticos que atendam aos objetivos conceituais, tais como desenvolver em sala de aula a “pedagogia da pergunta”, proposta por Freire e Faundez (1985), que pressupõe que o conhecimento pode ser produzido por meio da curiosidade. Assim, o educador pode estimular a curiosidade do educando de forma a despertá-lo para o conhecimento. A curiosidade do aluno pode colaborar para a formação do pensamento reflexivo. Assim, aulas dinâmicas e interativas, mediadas por perguntas, tornam-se “vivas” e com movimento, sendo essenciais para a aprendizagem. Para isso, pode-se fazer relação entre o tema do conteúdo proposto com a experiência do educando e de outros personagens do contexto social; criar uma relação de diálogo com o estudante; criar atividades que envolvam o educando em um processo que produza conclusões, resultados práticos e utilizar jogos didático-pedagógicos com o objetivo de construir o conhecimento. Morin (1999, p. 29-30) aponta que o “[...] progresso do conhecimento científico exige que o observador se inclua em sua observação, o que concebe em sua concepção”. Esse conceito nos permite dizer que, para o educando progredir em seu conhecimento, ele precisa ser incluído na observação, na concepção do aprendizado, ou seja, ele precisa colocar a “mão na massa”, precisa da prática. 1.2 Web 4.0: possibilidades para a Educação 4.0 A internet é uma ferramenta que vem revolucionando os estilos de vida, apresentando uma forma diferente para a interação entre as pessoas, para fazer pesquisa, para a aprendizagem e, até mesmo, para entretenimento e lazer, desde os mais jovens aos mais idosos. Mas, como tudo evolui, ela também tem suas versões, até chegar à Web 4.0 que temos hoje. Por isso, antes de falarmos de web1 4.0, faz- se necessário proceder a uma retrospectiva de como tudo começou, ou seja, pela web 1.0. Ela foi a primeira geração de uso da internet e surgiu nos anos de 1990, com funcionalidades de páginas de hipertextos. Suas principais características eram: páginas sem movimento, sem dinâmica, sem a possibilidade de atualização, interação também não era possível e era permitido aos usuários a produção de conteúdo. Outra característica da web 1.0 é que o acesso a ela era para poucos, somente os mais ricos tinham condições de tê-la. A web 1.0 tem como meio mais representativo o hipertexto2. Mesmo com suas limitações, é considerada revolucionária, pois permitiu que, com o seu uso, fosse possível encontrar informações úteis em seus sites. À medida que o tempo foi passando e a sociedade evoluindo, houve necessidade de melhoria, de aprimoramento dos recursos ofertados pela web. Então, no ano de 2003, surgiu a web 2.0, a qual se tornou responsável pelo desenvolvimento e pelo crescimento do número de aplicativos disponíveisna internet, os quais utilizam novas técnicas que permitem às páginas serem mais dinâmicas, ou seja, teve-se mudanças em relação aos conteúdos e às formas de interação entre as pessoas. A web 2.0 foi desenvolvida para permitir mais interatividade entre o usuário e a rede, e entre suas principais características estão: informações atualizadas, pois com ela já é possível atualizar os conteúdos das informações e o usuário torna-se o protagonista, obtendo autonomia na web, adquirindo mais facilidade e participação com as ferramentas, ou seja, o conteúdo, nessa versão da web, pode ser produzido, publicado e compartilhado por qualquer pessoa que tenha acesso à internet. Tem como meios representativos o blog e as plataformas de vídeos. Pode-se dizer que com a web 2.0 as pessoas deixaram de ser passivas, apenas receptoras de mensagens, e passaram a ser responsáveis pela produção 1 Web: termo usado para chamar uma rede de computadores que consegue realizar troca de dados e mensagens ao se estar conectado. Essa ação só é possível por meio de um protocolo comum, que permite unificar vários usuários no mesmo acesso. 2 Hipertexto: termo utilizado a um texto, que agrega outras informações em forma de blocos textuais, palavras, sons ou imagens, cujo acesso acontece por meio de referências próprias, no mundo digital o qual domina-se de hiper ligações. dos conteúdos. Segundo Dantas (2003, s/p), “Tim O’Reilly foi o pioneiro da web 2.0 e afirma que a “[...] web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma”. Destaca-se que a característica fundamental da web 2.0 é a aplicação da inteligência coletiva, tornando-se uma internet com plataformas mais interativas, dinâmicas e rápidas. Já o termo web 3.0, de acordo com Villalobos e Silva (2010, p. 7) foi criado por John Markoff, em 2006, e é uma evolução da web 2.0. Com esse novo formato, teve-se uma evolução em suas possibilidades, bem como um aumento de qualidade de informação e possibilidade de otimizar os sites. Surgiu, então, uma linguagem mais potente, com o desenvolvimento de algoritmos genéticos e redes neurais, ou seja, ao digitar um termo específico em um buscador, ele encaminha o usuário ao site, onde apresenta os tópicos relacionados à pesquisa realizada. Tem como principais características a inteligência, por meio da criação de páginas que permitem pesquisas rápidas, possibilitando, também, a sociabilidade, a rapidez e é aberta, gerando facilidade. Assim como as demais versões da web, a 4.0 também surge de uma demanda maior da sociedade e do mercado de trabalho, que estão cada vez mais se utilizando desse recurso para o desenvolvimento de seus negócios e de seu entretenimento, integrando a inteligência artificial no nosso cotidiano. A web 4.0 ampliou ainda mais o armazenamento de dados e a possibilidade de comunicação entre as pessoas. É nela que surge a conexão sem fio, chamada de wireless, a qual se proliferou mundialmente, facilitando o uso em smartphones. Ela permite integração e interação em tempo real, podendo acontecer por chamadas somente em áudio e/ou então por vídeo, ou seja, a chamada videoconferência. Outro exemplo prático que surgiu da web 4.0 é o GPS, que nos indica caminhos mais rápidos e econômicos, nos dando informações reais das rotas que pretendemos seguir, ou seja, informa se há acidentes, congestionamentos, e nos dá opções de rotas alternativas que podem ser seguidas. Tudo isso é possível por meio de um sistema complexo que trabalha de forma automática, composto por inteligência artificial. Esse recurso tecnológico revolucionou a maneira de armazenar, coletar dados, de trabalhar, pois tornou-se uma excelente alternativa para tornar as atividades nas empresas ainda mais eficientes para o mercado. Com essa revolução tecnológica e o surgimento da web 4.0, as pessoas também revolucionaram seus comportamentos, até mesmo em relação ao consumo, ou seja, as pessoas começaram a realizar compras pela internet. Com tantos benefícios, será que a web 4.0 impacta na educação? Ela modificou a forma como estudamos, como interagimos com professores e alunos? Sim, a web 4.0 modificou nossos comportamentos, nossos pensamentos e a forma de ver o mundo e, especialmente, o processo de ensino e aprendizagem, pois essa revolução tecnológica também invadiu a área educacional, a qual deve acompanhar todas as eras que surgem na sociedade e tem o desafio de se reinventar para seguir as mudanças e entregar à sociedade um sujeito ativo, pensante, conhecedor e disposto a aprender cada vez mais. Todos os recursos utilizados hoje em dia por meio da rede mundial de computadores, inteligência artificial, automação, impressão 3D e a chamada educação 4.0 prometem mudar a forma absorção do conhecimento. Essa mudança fundamenta-se no conceito chamado de “learning by doing (aprender fazendo), ou seja, o aluno, para aprender de forma significativa, prazerosa e dinâmica, precisa da prática. Assim, as aulas passam de mera transmissão de conteúdo ao exercício prático desse conteúdo a ser aprendido e assimilado pelo aluno. A seguir, serão apresentados os recursos tecnológicos e suas formas de utilização, de forma a proporcionar ludicidade, interação, coletividade e aprendizagem colaborativa. 1.3 Web 4.0: interação e aprendizagem colaborativa A evolução da internet e dos recursos tecnológicos trouxeram mudanças significativas para a educação. Pessoas que não poderiam estar presentes diariamente em sala de aula, por diversas situações, agora têm a possibilidade de estudar de onde estiverem, por meio da chamada Educação a Distância, mediada pelo uso de recursos tecnológicos e metodologias que permitem a interação entre professores/alunos e entre alunos/alunos, mesmo que distantes por barreiras geográficas e temporais, proporcionando ludicidade, interação, coletividade e aprendizagem colaborativa. A aprendizagem colaborativa é considerada como uma metodologia de ensino formada por técnicas planejadas pelo professor para atender a demanda de aprendizagem dos alunos, podendo ser estruturada em grupos ou individualizada. Ela tem como propósito o aprender, seja por meio do conhecimento compartilhado entre os colegas e/ou na interação com o professor. Nessa metodologia, o aluno é estimulado para desenvolver sua autonomia e para buscar seu próprio conhecimento, o qual é construído socialmente, seja em ambiente escolar, familiar e/ou social. Como na aprendizagem colaborativa o conhecimento é socialmente construído por se basear em um processo ativo e efetivo entre o grupo. O educando participa ativamente do processo de ensino-aprendizagem e o grupo arquiteta e desenvolve o como e o que fazer. A seguir, destacam-se algumas vantagens da aprendizagem colaborativa: • trabalhos em equipe; • dinâmicas de grupo; • compartilhamento de informações.; • aprendizagem significativa; • respeito às diferenças; • diversidade de saberes; • diminuição do isolamento; • aumento da autoconfiança e da autoestima; • integração do grupo. A partir dos itens apresentados, compreende-se que a aprendizagem colaborativa acontece por meio da interação, seja entre aluno/professor ou aluno/aluno. Não há hierarquia entre o grupo (o respeito é fundamental nesse tipo de aprendizagem), pois ele é heterogêneo e cada um possui uma ideia, um posicionamento específico. Com isso, a construção e a socialização de ideias aca- bam ficando mais ricas e consistentes, pois, compartilhando ideias, opiniões ou informações, o aluno aprende e constrói seu saber junto com o outro, de maneira flexível e dinâmica Vale destacar que o termo interação é anterior ao surgimento do computador, ou seja, já existia no meio social, sendo utilizado na relação pessoal entre as pessoas. Ela é a ação que uma pessoa gera sobre a(s) outra(s). Para a realização da aprendizagem colaborativa,alunos e professores precisam estar dispostos a interagir. Essa interação resultará na troca de saberes, oportunizando um novo entendimento e um novo saber sobre uma determinada situação. Na interação, é válido saber o que o outro pensa sobre determinado assunto para, então, conhecer a diversidade de saberes. Silva (2003, p. 20) apresenta o seguinte o conceito de interatividade: Interatividade é a disponibilização consciente de um ser mais comunicacional de modo expressivamente complexo, ao mesmo tempo atentando para as interações existentes e promovendo mais e melhores interações – seja entre usuários e tecnologia, digitais ou analógicas, seja nas relações presenciais ou virtuais entre os seres humanos. Assim, pode-se afirmar que, a interação é algo que acontece em meio às relações pessoais, profissionais e educacionais, em vários ambientes, sejam eles presenciais ou virtuais. Mas, para que a interatividade aconteça, Silva (2003, p. 20) propõe três engajamentos: • Participação e intervenção - emissor permite a participação-intervenção do receptor, interferindo ao ponto de modificar a mensagem. • Bidirecionalidade e-hibridação - o emissor deve ser receptor em potencial e vice-versa, a comunicação é produção conjunta dos dois polos, assim como a mensagem deve ser codificada e decodificada por ambos. É uma proposta coparticipativa. • Permutabilidade – potencialidade - é necessário que o emissor disponibilize múltiplas redes articulatórias, pois se a proposta for muito fechada, as articulações também serão limitadas, tirando do receptor a ampla liberdade de associações e significações. A partir dos conceitos apresentados, entende-se que a interatividade é uma parte do conceito de aprendizagem colaborativa, pois ela deverá resultar na troca de saberes compartilhados, oportunizando uma nova compreensão e um novo saber sobre a temática a ser abordada. Desta forma, as tecnologias da informação e da comunicação apresentam ferramentas que possibilitam a troca de saberes entre as pessoas. Várias são as ferramentas tecnológicas que permitem a interação, as quais poderão ser adotadas para uso profissional, pessoal e educacional. Dentre elas destacam-se: salas de aula virtuais, e-mails, listas e grupos de discussão, websites, aplicativos/software de videoconferência, dentre outras. Essas ferramentas trazem grandes vantagens e oportunidades para comunicação, interação e informação, permitindo a combinação entre a oportunidade de interação do indivíduo com a flexibilidade de tempo e espaço, sem perder a qualidade nos estudos. Na educação virtual, conhecida também como Educação a Distância, a interação mediatizada define as formas de apresentação dos conteúdos didáticos, os quais são previamente selecionados e organizados por uma equipe multidisciplinar que deve contar com professores, designers educacionais, tutores. Segundo Belloni (1999, p. 59), essa interação oferece ainda: [...] possibilidades inéditas de interação mediatizada (professor/aluno; estudante/estudante) e de interatividade com materiais de boa qualidade e grande variedade. As técnicas de interação mediatizada criadas pelas redes telemáticas (e-mail, listas e grupos de discussão, webs, sites etc.) apresentam grandes vantagens pois permitem combinar a flexibilidade da interação humana (com relação à fixidez dos programas informáticos, por mais interativos que sejam) com a independência no tempo e no espaço, sem por isso perder velocidade. Na sociedade do conhecimento, as TICs assumem o papel de auxiliares no desenvolvimento da aprendizagem e do conhecimento dos alunos, tornando-os mais atrativos, dinâmicos, agradáveis, possibilitando a troca de ideias e saberes, de forma a ampliar e potencializar ainda mais os conhecimentos das pessoas. Algo bastante relevante a ser destacado é que, por meio das tecnologias, é possível conhecer a região onde outra pessoa mora, pois a ferramenta de mapa nos permite essa ação. Por meio das tecnologias, surgem os chamados ciberespaços, os quais podem ser utilizados para a interação entre os alunos, onde eles poderão trocar mensagens de texto, áudios, vídeos, tudo em tempo real, por meio de ferramentas tecnológicas que possuem. Eles também poderão aproximar alunos e professores que estão separados pela distância, promovendo, além da comunicação, a informação e a aprendizagem de forma colaborativa. Nesses ambientes o professor assume o papel de agente mediador, oferecendo temas a serem trabalhados e conduzindo o aprendizado com base em seus objetivos centrais, em seu planejamento e, ainda, podendo trabalhar com metodologias ativas e enriquecedoras para a sua aula/disciplina. As metodologias ativas possibilitam uma aprendizagem colaborativa e, que se aproveita o conhecimento que o aluno já traz consigo e realiza-se a potencialização dele, por meio das técnicas docentes carregadas de teoria e prática, oportunizando o aprender e o desenvolver dos alunos. Beck (2018, s/p.), define metodologias ativas como: Um método no contexto de educação, define um conjunto lógico de ações, com o propósito de desenvolver nos alunos a capacidade de aprender novas competências. Podemos encarar as metodologias ativas como um modo consciente para alcançar um fim definido: a “transmissão de um novo saber”, por exemplo. Com as metodologias ativas, o professor assume um novo papel frente a essa “inovação” não tão nova assim, pois ela vem sendo discutida há algum tempo por autores como Freire, Dewey e Vygotsky, que trabalhavam com o método de “perguntas” e que oportunizam ao aluno aprender fazendo, ou seja, colocando “a mão na massa”, utilizando seus conhecimentos na prática, de forma a ganhar cada vez mais saber. Na interação proporcionada pelas metodologias ativas, tem-se a possibilidade de uma ação recíproca, instantânea, enfim, em tempo real, sendo a interatividade um agente potencializador para que o conhecimento aconteça de forma interna e externa. Segundo Moran (2007, p. 50), “[...] aprendemos hoje muito pela interação, mas esquecemos que o conhecimento só se faz forte, só se consolida, quando o reorganizamos de nossa própria perspectiva, de nosso universo e repertório”. Assim, a interação pode ser utilizada como um recurso tecnológico usual, prático e regado de ferramentas que nos possibilitem a comunicação ativa com nossos alunos, como, por exemplo, fóruns, chats, blogs, grupos fechados em redes sociais, Classroom, Teams, Skype, entre outros. Nesses ciberespaços os alunos podem interagir de múltiplas formas, como enviando mensagens de texto, áudio, vídeos e imagens. Muitos conceitos são encontrados para definir o processo educacional mediado pelas novas tecnologias, dentre eles, cita-se a Educação a Distância, virtual, on-line e e-learning. Em todas elas, o professor pode trabalhar com as metodologias ativas, as quais, para Beck (2018, n.p.): Estão muito relacionadas com a postura do educador, da forma de avaliação e de como são valorizadas as experiências prévias dos participantes. Acontece que nas últimas décadas é que passamos a utilizar o termo, como uma forma de conceitualizar uma prática antiga de orientar crianças, adolescentes e adultos, dentro e fora da sala de aula. Enquanto professores, somos responsáveis pelas nossas escolhas metodológicas e pelo sucesso do aprendizado do discente, e precisamos refletir: será que, de fato, quero que meu aluno aprenda? Como eu quero que ele aprenda? Quais são as metodologias utilizadas e que funcionaram? Qual é o caminho a ser escolhido? O que eu posso fazer para melhorar minha forma de ensinar? Quais são as minhas possibilidades de desenvolver a metodologia ativa em minha sala de aula? Essas indagações e a prática docente são desafiadoras para professores que precisam o tempo todo buscar o novo, estarem atualizados, serem flexíveis e aprenderem a conviver com as inovações que surgem em nossassalas de aula. Muitos saberes, às vezes, precisam ser remodelados, reinventados. É preciso “pensar fora da caixa”: se na escola, na sala de aula, eu não tenho os recursos tecnológicos da comunicação e da informação, o que posso fazer? O professor deve reinventar, buscar o que tem em mãos e desenvolver técnicas e práticas que permitam a interação entre seus alunos, para que eles coloquem em prática seus saberes, podendo utilizar-se de materiais recicláveis, que são ótimos para desenvolver técnicas para a experimentação. Ainda com relação às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) elas são consideradas ferramentas de produção e divulgação de dados, de informações, de conhecimento, de interação, de aprendizagem e de comunicação em tempo real, assim, utilizar-se delas em sala de aula permite que o aluno obtenha todas essas oportunidades em seu aprendizado. Uma opção que os recursos nos oferecem e que podem ser utilizados nas aulas são os hipertextos, textos que utilizam a internet e que permitem a criação e a recriação de ideias e pensamentos, gerando, assim, uma aprendizagem colaborativa e de inserção do aluno na aprendizagem. Ele passa a ser coautor de sua produção e aprende de uma forma diferenciada. Com o hipertexto utilizado para a aprendizagem colaborativa, o professor torna-se o mediador, o provocador do conhecimento, podendo conduzir aulas, dinâmicas em grupo, utilizando-se de gamificação (jogos) de forma a promover a interação entre todos os envolvidos na educação. Dentro dos princípios das metodologias ativas, tem-se a possibilidade de criação, de personalização das aulas, pois não existe um modo de fazer pronto. Cada professor tem autonomia para desenvolver suas técnicas e estratégias de ensino, o que se tem são múltiplas possibilidades e estudos já realizados, os quais poderão servir de parâmetro para que os professores possam desenvolver suas aulas de forma ativa, comunicativa, interacionista e inclusiva. No quesito de inclusão, destaca-se que, ao desenvolver as metodologias ativas em sala de aula, o professor tem um desafio a ser pensado: será que todos os meus alunos estão incluídos nessa metodologia? Será que ela é exequível? Se tenho alunos com dificuldades de aprendizagem ou deficiência, o que devo fazer? Tenho alunos que não querem participar, como devo proceder nesses casos? Essas são indagações que, na prática de muitos professores, são realidade; por isso, ao propor uma aprendizagem com base em metodologias ativas, pressupõe-se a inclusão de todos os alunos no processo de personalização do aprendizado, o respeito à vontade do aluno e a flexibilidade para mudar de estratégia sempre que necessário, pois uma das características da aprendizagem colaborativa é a criação de um ambiente que respeite as diferenças, proporcione o trabalho em grupo, no qual o aluno possa se colocar dentro do contexto, ou seja, o professor poderá trabalhar com as técnicas de aprendizagem baseadas em problemas, em situações reais, vivenciadas pelos alunos. Alguns autores nos trazem conceitos de aprendizagem com base no estímulo da motivação dos alunos para aprender. Alcântara e Behrens (2004, p. 3) destacam dois e seus conceitos: John Dewey: um de seus principais conceitos foi o de centralizar a ação docente em atividades relevantes e significativas para os alunos, levando-se em consideração suas aptidões, necessidades e experiências vivenciadas. Jerome Bruner: a aprendizagem pela descoberta vem de suas experiências e significa uma abordagem para a instrução, pela qual os estudantes interagem com o meio ambiente, explorando e manipulando objetos, atracando-se com questões e controvérsias ou realizando experimentos. O aluno seleciona e transforma a informação, constrói hipóteses e toma decisões, contando para isso com uma estrutura cognitiva (modelos, esquemas mentais). O conceito de aprendizagem colaborativa é intrínseco ao conceito de metodologias ativas, pois, quando se tem duas ou mais pessoas produzindo conhecimento, deixa-se de ter uma ideia ou um pensamento e passa-se a ter três, quatro ou mais ideias ou conceitos sobre determinada situação. Ainda segundo Alcântara e Behrens (2004, p. 6), “[...] a aprendizagem colaborativa apresenta-se como o conhecimento resultante de um trabalho em grupo, construído e aprovado pelos seus membros, ou seja, criado sob a perspectiva de um esforço baseado na colaboração e cooperação”. Dessa forma, aluno e professor adquirem novos conhecimentos, com informações diversas, considerando a cultura local e regional na qual o aluno está inserido. Na educação mediada pelas tecnologias, como é o caso da Educação a Distância, o conhecimento cultural é intrínseco à aprendizagem, pois torna-se possível conhecer a cultura regional e local de diversas cidades, estados ou países por meio da interação com alunos de diversas culturas. Assim, papel do professor na aprendizagem colaborativa é o de mediador, de observador, planejando e executando as atividades, estabelecendo metas, seguindo o fluxo da conversa e oferecendo a orientação necessária aos seus alunos, respeitando as diferenças entre eles e buscando sempre ações de melhoria em suas formas de ensinar. Segundo Palloff e Pratt (2002, p. 157): O trabalho de uma comunidade de aprendizagem dá sustentação ao crescimento tanto intelectual quanto pessoal do aluno e do professor. A aprendizagem colaborativa permite a construção da “inteligência coletiva”, visto que é um “todo” coletivo construído e reconstruído, elaborado e reelaborado, partilhado e compartilhado. Isso acaba sendo algo enrique- cedor para o todo envolvido. Na educação mediada pelas tecnologias, a interação torna-se essencial para a produção do conhecimento, assim a comunidade de aprendizagem segue para uma nova proporção no ambiente, mais estimulada e desenvolvida, a fim de ser um veículo eficaz para a educação. Portanto, na era da web 4.0, o professor tem o desafio de se reinventar e criar um paradigma em que ele deixe de ser o centro das atenções e um mero transmissor de conteúdo a fim de se tornar mediador, orientador, gerando novos contextos educacionais, criando novas formas de ensino e aprendizagem, possibilitando uma aprendizagem colaborativa na qual todos cresçam e aprendam juntos. Todas essas técnicas são possíveis por meio da chamada Educação 4.0, a qual será explicada a seguir. 2. EDUCAÇÃO 4.0: POSSIBILIDADES, LIMITES E DESAFIOS DO PROFESSOR A Educação 4.0 é o conceito atribuído à geração que vive imersa no mundo tecnológico, que precisa de novas técnicas de ensino e aprendizagem, pois tem necessidade de acompanhar a evolução ao longo dos anos, em que a aprendizagem colaborativa e as metodologias ativas vêm ganhando cada vez mais espaço. Assim como a web, a educação também passa por mudanças significativas ao longo de sua trajetória. Por isso, o modelo tradicional, com lousa, papel e giz em sala de aula, está começando a dar seu lugar a uma outra forma de ensino e aprendizagem que se baseia no uso de novos recursos, por isso que é chamada de Educação 4.0, estabelecendo com a promessa de oportunizar o conhecimento de uma forma inovadora, com recursos de sua geração, e os alunos não têm mais a obrigação de acumular o conhecimento, mas, sim, de receber um ensino com o conteúdo suficiente para que possam atuar em profissões do futuro. O termo Educação 4.0 está alinhado à revolução tecnológica, incluindo informática, linguagem digital, inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT)3, tendo como premissa o uso do learning by doing, que significa “aprender fazendo”, ou seja, aprender por meio de vivências, de projetos, de situações baseadas em problemas, na experimentação, ou seja, em “colocar a mão na massa”. No contexto histórico, a educação sofreu profundas transformações e a partir dp contexto social em que está inserida, apresentando um novo cenário, o qual pede uma outrapostura profissional, visto que se insere em uma era tecnológica e digital, que requer competências importantes a serem desenvolvidas, tais como: Capacidade de utilizar e comunicar de maneira disciplinada, crítica e criativa o conhecimento e as ferramentas simbólicas que a humanidade foi construindo através dos tempos. Capacidade para viver e conviver democraticamente em grupos humanos cada vez mais heterogêneos, na sociedade global. Capacidade de viver e atuar autonomamente e construir o próprio projeto de vida. (GÓMEZ, 2015, p. 77) Com esse novo cenário, o contexto educacional encontra um novo desafio: criar ambientes que possibilitem e estimulem a criatividade, a autonomia, a colaboração, a empatia, a solidariedade e a investigação por meio de pesquisas, da interação, da inovação e do desenvolvimento de uma cultura maker4 na educação. Além disso, o professor tem o desafio de, junto aos alunos, experimentar as 3 A Internet das Coisas (Internet of Things-IoT) é o conceito utilizado para definir uma rede de objetos físicos capaz de reunir e de transmitir dados. Surgiu no ano de 1999, proposta por Kevin Ashton, o qual, dez anos mais tarde, escreveu o artigo “A Coisa da Internet das Coisas” para o RFID Journal. Disponível em: <https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/08/internet-das-coisas-entenda-o- conceito-e-o-que-muda-com-tecnologia.html>. Acesso em: 8 maio 2020. 4 Maker – Faça você mesmo. https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/08/internet-das-coisas-entenda-o-conceito-e-o-que-muda-com-tecnologia.html https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/08/internet-das-coisas-entenda-o-conceito-e-o-que-muda-com-tecnologia.html interações formativas, vivenciar cenários complexos de produção, solucionar problemas, aprendendo na prática o significado das palavras solidariedade, bondade e empatia. Contudo, vale destacar que, ao longo dos anos, a educação também passou por evoluções que podem ser destacadas da seguinte forma: • Educação 1.0 – A figura do professor era a mais importante para a organização e o trabalho do ensino e da aprendizagem dos alunos, os quais, por sua vez, tinham admiração e submissão ao professor, pois ele era o “detentor” do conhecimento. As primeiras escolas que surgiram chamavam-se Escolas Paroquiais e eram apenas para a formação de eclesiásticos (sacerdotes da igreja). As aulas eram realizadas nas igrejas e o ensino era baseado apenas na leitura de textos sagrados, ou seja, tratava-se de uma educação puramente cristã. Essa educação permaneceu por séculos e atendia as expectativas da sociedade da época, pois não queria que as pessoas pensassem, refletissem e chegassem a uma conclusão própria. Dessa forma, o currículo na educação 1.0 consistia em apenas aprender a escrever, a ler, a conhecer a bíblia, um pouco de aritmética e canto. Com o passar do tempo, foram incluídos outros conteúdos, como o latim, a dialética, a retórica e a gramática; • Educação 2.0 – Surge aqui um novo conceito educacional, a chamada nova escola. Tinha como objetivo preparar as pessoas para trabalharem nas fábricas. Nesse contexto educacional, houve forte influência da Revolução Industrial, em que as tarefas eram mecânicas, repetitivas, e o trabalho era individual. Na escola, apresentava-se uma metodologia padronizada, concentrada, centralizada e sincronizada; não se permitia inovação e conteúdo fora do currículo. A educação passou a ter o objetivo de treinar as pessoas para a sociedade e o mercado de trabalho. A aprendizagem era baseada na memorização; • Educação 3.0 – Nesse contexto, surgiu um novo paradigma da educação, ou seja, começou a se pensar no que ensinar, como ensinar, de que forma ensinar e o que desenvolver para entregar como resultado, ou seja, com o objetivo de formar as pessoas para trabalharem no novo mercado de trabalho. Na Educação 3.0, o professor começa a utilizar as tecnologias no campo pedagógico, estimulando cada vez mais os estudantes a serem autônomos, a usarem a criatividade, a participarem, a terem conteúdos mais flexíveis, incentivando as pesquisas a partir de projetos estruturados; • Educação 4.0 - Com todo o avanço tecnológico e industrial que emergiram com o tempo, a educação também precisou se reinventar, pois a informação encontra-se nas redes sociais, nas plataformas de vídeos, nos sites, acessível a todos, rompendo barreiras físicas, geográficas e de tempo. O professor, nesse cenário, torna-se o mediador, o condutor de uma aprendizagem inovadora. Porém, não podemos deixar de mencionar alguns desafios dos professores nesse tipo de educação: o acesso que nem todos os alunos têm aos recursos tecnológicos, portanto, novamente, o professor e a escola precisam se reinventar e buscar soluções alternativas, de forma a possibilitar um processo educacional linear a todos os alunos. Sobre a Educação 4.0, pode-se trazer um pensamento de Brandão (2005, p. 50), que afirma que: Dentro de cada um de nós sempre cabe mais um saberzinho. Antes se pensava que tinha uma idade para aprender e depois outra em que a pessoa só servia para trabalhar ou para “ter filhos”. Mas hoje a gente sabe que aprender pode ser por toda a vida. Eu sempre posso ser alguém melhor do que eu já sou. Eu sempre posso aprender com os outros, com os livros, com o mundo, e saber melhor o que eu já sei. E eu sempre posso aprender o que eu não sei. E muita coisa de tudo isso a gente aprende quando aprendeu bem a ler-e-escrever. Os professores têm o desafio de instigar os alunos a buscarem o conhecimento de forma prazerosa, levando em consideração que o conhecimento não é estático, ele evolui e se modifica ao longo do tempo e, por isso, estamos sempre aprendendo. Na era digital há uma potencialização das formas de aprendizagem, as quais são ainda mais facilitadas, pois, com navegadores de pesquisa, é possível aprender a realizar qualquer atividade, desde a receita de um bolo até uma pesquisa mais profunda. Portanto, o professor pode trabalhar com essas ferramentas em sala de aula, buscando a inovação. Mas, na prática, quais são as possibilidades que o professor tem para envolver o aluno nas metodologias ativas, com técnicas de aprendizagem colaborativa? Sabe-se que esta metodologia de ensino permite atividades em equipe, com base na valorização do conhecimento que o aluno traz consigo para sala de aula, por meio de um problema real, de conhecimentos compartilhados tanto no grupo como de forma individual, na construção da empatia, da solidariedade, do desenvolvimento da autonomia do discente. Mas, para isso, professores e instituições de ensino têm o desafio de encontrar estratégias para que esse objetivo seja alcançado. Desse modo, a metodologia pautada na aprendizagem colaborativa, alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), estabelece um ensino por meio de dez competências gerais, que são: “conhecimento, pensamento científico, crítico e criativo; cultura digital; repertório cultural; comunicação; trabalho e projeto de vida; argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; responsabilidade e cidadania” (COMPETÊNCIAS NA BNCC, 2020, n.p.). O desenvolvimento dessas competências poderá trazer inúmeros benefícios à aprendizagem do discente. Pode-se dizer que a metodologia atual de ensino utilizada já não se enquadra mais na sociedade do conhecimento e nem às expectativas e demandas dos alunos, por isso que tornar a aprendizagem colaborativa pode ser uma boa forma de romper com o modelo tradicional do ensino e evoluí-lo, assim como as tecnologias. As ferramentas que podem ser utilizadas para a implantação da aprendizagem colaborativa em sala de aula são: Chats: podem proporcionar a colaboração entre os alunos em tempo real, tornando-se uma parte do ensino e da aprendizagem previsto em sala de aula. Nesse ambiente, o professor atuará como o mediador, propondo temáticas para a troca de ideias e informaçõese respondendo a dúvidas. Há vários recursos disponíveis e que podem ser utilizados pelo professor, o importante é selecionar os que permitem a interação em grupos; Blogs: há várias opções disponíveis na internet, como, por exemplo, o Wordpress e o Blogspot. Essas ferramentas possibilitam que estudantes enviem suas atividades, possam comentar e realizar a divulgação de conteúdo; Vídeos: são recursos digitais que podem ser gravados por um aparelho com a possibilidade de gravação de vídeos. Pode-se dizer que as pessoas da sociedade do conhecimento compreendem que a interação e a colaboração são importantes para a produção de ideias, que seu desenvolvimento pessoal e profissional precisa de estudos, capacitações, participação em diversos projetos, reflexões, desenvolvimento de habilidades, troca de experiências e atuação prática. Com relação às metodologias ativas, o professor pode trabalhar com várias técnicas e estratégias de aprendizagem, como, por exemplo: Gamificação: técnica que consiste em um ensino e aprendizagem baseados em jogos, podendo ser virtuais ou não. No mundo virtual, tem-se a plataforma Kahoot, que é uma ferramenta que permite a criação de pesquisas, questionários e que pode ser utilizada para propor a gamificação de conteúdo. Sala de Aula Invertida: técnica que consiste em proporcionar o conhecimento prévio ao aluno, ou seja, o professor envia/disponibiliza o conteúdo ao aluno, ele lê, formula seus conceitos e, depois, deverá colocá-lo em prática em sala de aula, seja de forma presencial ou a distância. Aprendizagem Baseada em Problemas: É uma técnica que deriva do termo em inglês Problem Based Learning (PBL), no qual os professores propõem atividades que estimulam o raciocínio dos alunos por meio de problemas reais que eles precisam solucionar. 2.1 Educação a Distância: novas possibilidades A Educação a Distância está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n. 9.394, de 1996, e foi regulamentada, inicialmente, por meio do Decreto n. 5.622/2005, que foi revogado pelo Decreto n. 9.057/2017, o qual estabelece, em seu art. 1º: Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos. (BRASIL, 2017, n.p.) Assim, a Educação a Distância tem o seu processo de ensino e aprendizagem mediado pelas tecnologias da informação, com metodologias que sejam capazes de promover o aprendizado significativo do aluno que está distante fisicamente do professor. Esse processo é desafiador, porém cheio de possibilidades para quem não pode estar presente diariamente em sala de aula por diversos motivos. A comunicação entre professores e alunos nessa modalidade de ensino pode ser tanto síncrona, que ocorre em tempo real, ou seja, por contato telefônico, chats, mensagens instantâneas, quanto assíncrona, que não ocorre em tempo real, como, por exemplo, por meio de Fóruns e e-mails. Para que aconteça a interatividade no processo de ensino e aprendizagem na modalidade a distância, é necessário que o professor/mediador atue com diversas possibilidades de estratégias metodológicas, como estudos de caso, Problem Based Learning (PBL), que representa a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), utilizando-se das ferramentas de comunicação direta com o aluno, que estão disponíveis nos ambientes virtuais de aprendizagem, como fóruns, chats e ferramentas de tutoria on-line. A troca de ideias, sugestões e opiniões proporcionada pelo professor tem como resultado a construção de um saber compartilhado, colaborativo, no qual “todos” (professores e alunos) são sujeitos ativos na construção da aprendizagem, pois quem ensina também tem a oportunidade de aprender, e quem está disposto a aprender tem a oportunidade de ensinar. A Educação a Distância (EaD) surge e evolui com o intuito de eliminar a distância física entre alunos e professores, tendo como principal atrativo a flexibilidade de tempo, de lugar e de espaço. Como ferramentas utilizadas para o ensino e aprendizagem, na modalidade a distância, há uma gama de meios de comunicação, além dos citados anteriormente, que poderão ser utilizados, como videoaulas produzidas pelo professor responsável pela disciplina, vídeos de canais confiáveis, materiais didáticos específicos para o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), no qual se faz necessária uma linguagem clara, dialógica e que permita que todos os alunos compreendam o conteúdo e sejam capazes de colocá-lo em prática futuramente. Mason (1994), ao tratar sobre os estudos de “aprendizagem on-line”, classifica os ambientes virtuais de aprendizagem em três tipos: instrucionista, interativo e cooperativo. Vejamos as características de cada um. Ambiente instrucionista - ambiente centrado no conteúdo – que pode ser impresso – e no suporte, que são tutorias ou formulários enviados por e-mail, normalmente respondidos por outras pessoas (monitores/tutores) e não exatamente pelo autor. A interação é mínima e a participação on-line do estudante é praticamente individual. Ambiente interativo - centrado na interação on-line, na qual a participação é essencial para o curso. O objetivo é atender, também, as expectativas dos participantes. Nesse ambiente ocorre muita discussão e reflexão. Ambiente Cooperativo - ambiente cujos objetivos são o trabalho colaborativo e a participação on-line. Existe muita interação entre os participantes por meio de comunicação on-line, construção de pesquisas, descoberta de novos desafios e soluções. (MASON, 1994, p. 15) Na Educação 4.0 pode-se acrescentar mais dois conceitos: interatividade e colaboração, pois professores e alunos interagem entre eles, trocam ideias, opiniões e sugestões, gerando uma aprendizagem colaborativa e significativa, sendo formadores de opinião que se expõem, comentando seus pontos de vistas nas redes sociais corporativas, através dos blogs pessoais, wikis e comunidades organizacionais. Nesse contexto, o professor tem a possibilidade de trabalhar com metodologias capazes de apresentar aos alunos o que fazer com as ferramentas diante de conflitos, como aprender por meio das redes sociais e a produzir conhecimentos, sendo essa a nova característica da Educação 4.0. De acordo com Moran (2002): Hoje, ainda entendemos por aula um espaço e um tempo determinados. Mas, esse tempo e esse espaço, cada vez mais, serão flexíveis. O professor continuará "dando aula", e enriquecerá esse processo com as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: para receber e responder mensagens dos alunos, criar listas de discussão e alimentar continuamente os debates e pesquisas com textos, páginas da Internet, até mesmo fora do horário específico da aula. Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos e espaços diferentes. Assim, tanto professores quanto alunos estarão motivados, entendendo "aula" como pesquisa e intercâmbio. Nesse processo, o papel do professor vem sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante aventura do conhecimento. (MORAN, 2002, p. 2) Diante desse contexto, pode-se dizer que os professores têm o desafio da busca pela adaptação da educação nesse modelo de ensino, visto que, no ambiente de aprendizagem, o aluno estará envolvido com o seu próprio aprendizado, pois é por meio dele que irá superar os desafios lançados pelo professor e construirá seu próprio conhecimento. Assim, com o auxílio da interação e da cooperação entre os alunos,essa aprendizagem poderá estimular mais a criatividade, proporcionando novas descobertas. No processo de ensino e aprendizagem na modalidade a distância, o professor pode utilizar-se da metodologia chamada de e-learning para viabilizar a troca de conhecimento entre ele e seus alunos. Essa metodologia surgiu da necessidade das empresas em capacitar e treinar seus funcionários a distância. Ela é considerada como uma solução para superar as dificuldades de tempo, de deslocamento e de espaço físico para reunir muitas pessoas. A Educação a Distância surgiu de uma necessidade de democratização do acesso ao Ensino Superior, previsto no Plano Nacional de Educação5 (PNE, 2014- 2024), no qual consta que “[...] é preciso ampliar o conceito da educação a distância para incorporar todas as possibilidades propiciadas pelas Tecnologias de Comunicação e Informação (TCI) para todos os níveis e modalidades de educação”. Assim, a EaD vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade do conhecimento, oportunizando a muitas pessoas que não tinham condições financeiras, disponibilidade de tempo ou que moram em locais de difícil acesso ao ensino (realidade em muitas regiões brasileiras) cursar uma graduação. Esse fator é importante, pois, com esse perfil, a educação a distância contribui para o desenvolvimento econômico e social das regiões brasileiras. Com um nível de escolaridade maior, a chance de melhorar a condição financeira familiar aumenta. Outro indicador importante proposto pelo PNE é o 12A, que tem como objetivo: “Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas”. Nesse sentido, pode-se dizer que, devido à flexibilidade de tempo que a EaD oferece, ela contribui para o cumprimento da meta proposta, pois pessoas que não podem estar presentes fisicamente todos os dias em sala de aula poderão realizar o curso do seu próprio jeito. A EaD (E-learning) é uma tendência em âmbito educacional, empresarial, industrial e comercial, sendo uma realidade já vivenciada por muitos, pois, devido à flexibilidade de tempo e espaço, ela proporciona a aprendizagem e a formação continuada nos diversos setores da sociedade, até mesmo o trabalho com conceito estritamente presencial ganha um novo formato, o de trabalho remoto, também conhecido como Home Office. Além dos termos já apresentados, muitas outros surgem ou surgirão com o passar do tempo e da evolução tecnológica na sociedade, assim, outro exemplo que 5 O Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024 foi instituído pela Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014, estabelecendo diretrizes, metas e estratégias para a política educacional brasileira dos próximos dez anos a partir da definição de 20 metas. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm pode ser citado é o AVA, o qual, na educação a distância, passa a ser a nova sala de aula dos alunos, disponível de forma virtual. Ele apresenta várias ferramentas que proporcionam a interação e a construção do conhecimento. Nele, surgem novas formas e espaços educacionais que possibilitam uma educação totalmente a distância. Destaca-se que no Ambiente Virtual de Aprendizagem a construção do conhecimento pelo aluno está pautada no conceito e no modelo educacional do construtivismo, no qual os alunos são os protagonistas, responsáveis pela sua aprendizagem. Segundo Coll (1992, p. 169-170) “[...] o construtivismo é mudança de visão, pois ele não considera o conhecimento só pelo prisma do sujeito nem só pelo prisma do objeto, mas pela óptica da interação sujeito-objeto”. O construtivismo é uma teoria de ensino e conhecimento em que o aluno e o objeto da aprendizagem se mantêm conectados entre si em um processo de interação, de forma recíproca, dialética e sem realizar um fechamento conclusivo sobre o conhecimento, ou seja, o conhecimento não é dado por acabado. O AVA oportuniza a flexibilidade de informações na navegação, oferecendo ao aluno a oportunidade de decidir qual o caminho que lhe é mais favorável para o momento em que está estudando. Existem ambientes virtuais simples, como as páginas de grupo, e complexos, como as plataformas virtuais integrais. Há, também, ambientes gratuitos, como Google Classroom, TelEduc, Moodle, Aulanet, E-Proinfo, e ambientes pagos, como o Eureka e o Blackboard. A aprendizagem no ambiente virtual exige do aluno a autonomia, a vontade de aprender, e o professor tem o desafio de motivá-lo, de orientá-lo sobre qual caminho deve percorrer para chegar a uma aprendizagem de sucesso. Se não houver interação na sala de aula virtual, o professor não terá como diagnosticar se o saber foi compreendido ou não. Dessa forma, os alunos não são apenas responsáveis por sua conexão, mas devem, também, participar e interagir no processo de aprendizagem, enviando mensagens com seu ponto de vista, sendo um ativo construtor de sua própria aprendizagem e da aprendizagem de seus colegas. O processo de construção do conhecimento é adquirido de forma colaborativa, construtiva, por meio do desenvolvimento da aprendizagem em grupo e sendo o professor o responsável pelo desenvolvimento do pensamento crítico dos alunos, no deixando de ser um observador passivo e tornando-se um agente de mudança positiva, capaz de impactar sua vida e seu ambiente. Destaca-se que todas as modalidades e níveis educacionais têm a possibilidade de utilizarem-se dos recursos tecnológicos para o ensino e a aprendizagem, pois esses recursos e a interação que a internet proporciona facilitam e corroboram para uma aprendizagem cada vez mais significativa. Para Gadotti (apud MORAN, 2007, p. 17), “[...] na era do conhecimento, distribuir conhecimento é distribuir renda. Não há desenvolvimento sem inovação tecnológica e não há inovação sem pesquisa, sem educação, sem escola”. Com as mudanças sociais e tecnológicas, as escolas vêm se adaptando e se renovando para a era virtual. O aprender e o ensinar na educação 4.0 estão exigindo maior flexibilidade de professores e alunos, além de conteúdos que valorizem a pesquisa, a comunicação e a interação, tornando os modelos engessados e fixos obsoletos. Para proporcionar ao aluno uma educação “ativa” no processo do aprender, o professor será o grande mediador. Em sala de aula, ele poderá ajudar o aluno a selecionar e a interpretar as informações recebidas e pesquisadas, por isso ele pode despertar no aluno a vontade de aprender, de conhecer e de buscar novos saberes. De acordo com Eduardo Chaves (apud MORAN, 2007, p. 34): A educação deixa de ser centrada em conteúdos disciplinares (conteudocêntrica) e passa a ser centrada no desenvolvimento de competências e habilidades. A educação deixa de ser centrada no ensino (didatocêntrica) e passa a ser centrada na aprendizagem. A educação deixa de ser centrada no professor (magistrocêntrica) e passa a ser centrada no aluno. A educação deixa de ser algo passivo para o aluno e passa a ser algo no qual ele ativamente participa. Corroborando com a citação anterior, o professor tem a possibilidade, diante deste contexto, de ser um agente transformador da aprendizagem, onde ele tem a autonomia de escolher suas metodologias de ensino, de definir estratégias e técnicas de aprendizagem centradas no aluno, sendo capaz de aprender e de se desenvolver junto com os demais indivíduos do grupo e da sociedade aos quais ele está inserido, onde as tecnologias vêm ao encontro desse novo modelo educacional, em que o processo educacional está cada vez mais conectado à rede de informações. O uso de recursos em sala deve ser pensado e organizado pelo professor como uma possibilidade de interação entreele, os alunos, os objetos e as informações. Com o uso intensivo desses procedimentos, ainda que a sala seja o espaço do encontro físico entre professor e aluno, a aula se expande e incorpora novos ambientes e processos, por meio dos quais a interação comunicativa e a relação ensino-aprendizagem se fortaleçam. (KENSKI, 2007, p. 90) Assim, a dinâmica da aula fica muito mais atrativa e criativa, podendo criar laços e aproximações bem mais sólidos do que as breves interações nas aulas presencias. 2.2 Tecnologia Assistiva: possibilidades para inclusão digital na educação A Constituição Brasileira de 1988 tem como uma de suas premissas “[...] garantir os direitos sociais e individuais das pessoas, inclusive os das pessoas com deficiência” e, a partir daí, surgiram várias legislações e normas que visam garantir a acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência. No ano de 2000, a Lei n. 10.098, de 19 de dezembro, garantiu “[...] a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida”. Essa legislação tinha como intuito romper com barreiras do dia a dia para as Pessoas com Deficiência (PCD), fossem elas arquitetônicas, urbanas, na comunicação e no transporte. A intenção era assegurar a autonomia desses cidadãos e cidadãs. Em 2004, foi lançado o Decreto n. 5.296, de 2 de dezembro, reforçando as diretrizes estabelecidas na Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, incluindo atendimento prioritário, obrigação do desenvolvimento de projetos urbanísticos e arquitetônicos acessíveis, e, o principal, garantindo o “[...] acesso à comunicação e à informação” para as pessoas com deficiência, destacando as normas técnicas de acessibilidade desenvolvidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) como parâmetros a serem seguidos na construção, adaptação de edificações e em construções. No ano de 2015, teve-se a aprovação da Lei n. 13.146, de 6 de julho, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), segundo a qual, em seu art.1°, pretende “[...] assegurar e http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania”. Dessa forma, todos os setores, como comércio, escolas, instituições de Ensino Superior, rede bancária, farmácias, hospitais, supermercados, entre outros, precisaram adaptar-se às normativas estabelecidas, melhorando sua infraestrutura física e de atendimento às pessoas com deficiência. Segundo a referida legislação, em seu art. 2º, Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. (BRASIL, 2015, n.p.) Assim, a sociedade precisou adaptar-se para promover a acessibilidade às pessoas com deficiência em todas as dimensões. De acordo com o art. 3º da Lei n. 13.146/2015, “[...] para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: I - Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida”. Portanto, as Instituições têm o desafio de desenvolver ações que rompam com as barreiras de comunicação e acesso à informação, bem como promovam o uso dos recursos tecnológicos. Outra questão estabelecida na Lei n. 13.146, de 2015, em seu art. 3º, inciso III, diz respeito à tecnologia assistiva, a qual consiste em: Tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (BRASIL, 2015, n.p.) A referida legislação tem como objetivo eliminar toda e qualquer barreira que impeça a pessoa com deficiência de assumir seu papel na sociedade com autonomia, inclusive eliminando barreiras tecnológicas, ou seja, as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias. Assim, a inclusão digital em sala de aula deve ser pensada para os alunos que têm problemas físicos, visuais, auditivos e dificuldades em participar plenamente das atividades propostas. Com a disponibilização de softwares e programas especiais, os alunos com algum problema de visão, audição, comunicação oral, entre outros, pode amenizar as dificuldades de interação e diminuir a distância que os separavam de um melhor aprendizado, independentemente de suas condições físicas e sociais. Dessa forma, para garantir a acessibilidade comunicacional e digital às pessoas com deficiência, professores e instituições têm o desafio de desenvolver estratégias e técnicas que garantam o acesso e a eliminação de qualquer barreira no ensino e na aprendizagem. Na área educacional, a acessibilidade pressupõe medidas que vão além da dimensão arquitetônica, abrangendo o campo curricular, o legal, o das práticas avaliativas, metodológicas, entre outras. De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008): Na educação superior, a educação especial se efetiva por meio de ações que promovam o acesso, a permanência e a participação dos alunos. Estas ações envolvem o planejamento e a organização de recursos e serviços para a promoção da acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos sistemas de informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser disponibilizados nos processos seletivos e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvam o ensino, a pesquisa e a extensão. (BRASIL, 2008, n.p.) Conforme o exposto, as Instituições têm o desafio de trabalhar em todas as dimensões da acessibilidade, desenvolvendo e implementando ações para garantir o acesso, a permanência e a participação dos alunos nas atividades acadêmicas e pedagógicas, das quais se pode elencar: • Deficiente Visual: software de ampliação de tela; equipamento para ampliação de textos para atendimento a estudante com visão subnormal; lupas, réguas de leitura; transcrição para o Braille de materiais de que o discente necessita para realizar seu curso; programas de computador como Winvox, Papovox, DosVox, entre outros, que permitem que um livro seja transformando em arquivo audível; disponibilização de ferramentas tecnológicas de auxílio (softwares) como: Dosvox, Jaws, LeaderSpeakek; • Deficiente Auditivo: ofertar a disciplina de Libras de forma obrigatória nos cursos de Licenciatura; ofertar a disciplina de Libras nos demais cursos como optativa; criar setor especializado no atendimento às pessoas com deficiência; possuir tradutores e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS em todas as videoaulas, seminários, palestras e eventos; elaboração de avaliações com tradução para a Língua Brasileira de Sinais – Libras pelo professor intérprete. Destaca-se que as avaliações deverão ser gravadas em vídeos pelo professor intérprete e enviadas para aplicação no polo; correção especializada das provas escritas dos alunos surdos, a qual poderá ser realizada pelo professor intérprete, valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a singularidade linguística manifestada no aspecto formal da Língua Portuguesa; ferramentas de tradução de telas para Libras, como, por exemplo, VLibras. Essas são algumas das possibilidades que Instituições de Ensino e professores podem adotar para garantir a acessibilidade e romper com as barreiras comunicacionais, oportunizando o acesso às tecnologias da informação e da informaçãopelas pessoas com deficiência. 3. INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS À EDUCAÇÃO É inegável que as tecnologias estão cada vez mais presentes na sociedade, ganhando espaço em todas as áreas: educacional, industrial, comercial e empresarial. Assim, como em todas as áreas, a educação se reinventa e novos espaços de aprendizagem surgem, como os ciberespaços (espaço de comunicação que engloba diversos sites acessíveis eletronicamente) e as ferramentas que esses ambientes oferecem, que podem ser utilizados para o ensino e a aprendizagem. Para Lévy (1999, p. 17), o ciberespaço “[...] é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores”, ou seja, a terminologia significa ir além da infraestrutura da comunicação digital, é um mundo repleto de informações, de ideias, de interações. O ciberespaço, ainda segundo Lévy (1998, p. 104), refere-se ao "[...] universo das redes digitais como lugar de encontros e de aventuras, terreno de conflitos mundiais, nova fronteira econômica e cultural". O autor ainda destaca que “[...] o ciberespaço ganhou espaço e popularidade a partir do acesso em massa da internet, rompendo paradigmas e potencializando a forma de comunicação de divulgação de informações”. Lévy (1999, p. 32) complementa, ainda, afirmando que “[...] o ciberespaço se conecta com diversas formas de tecnologia que têm habilidade de criar, gravar, comunicar e simular”. Assim, esses espaços têm como característica a proposição do saber, da geração de conhecimento, da possibilidade da comunicação em grupo, possibilitando a ressignificação dos conceitos já aprendidos. Para Ribas e Ziviani (2008, p. 21): O ciberespaço tem um elemento denominado comunidade virtual, que é organizada em torno de uma finalidade compartilhada por um conjunto de pessoas que estabelecem vínculos sociais e de pertencimento diferenciados dos grupos e equipes tradicionais, principalmente pelo modo que ocorre a interatividade; auxiliados por tecnologias, cada integrante contribui, agregando algo na produção informacional e subjetiva. As redes sociais, são exemplos de comunidades virtuais, as quais estão organizadas de forma remota, composta por inúmeras pessoas, de diferentes regiões e países, conectadas por meio delas, que estão o tempo todo compartilhando ideias, sugestões, conhecimentos e saberes. Esse é o movimento natural para a sociedade, desde os mais jovens aos mais idosos, que estão conectados nessa rede infinita de possibilidades, e a educação 4.0 tem a possibilidade de aproveitar o melhor que os ciberespaços propiciam e garantir uma transição do conceito tradicional de aprendizagem, ressignificando e criando novas estratégias. Ao serem membros de uma comunidade virtual, as pessoas partilham informações, interpretem os resultados ou os dados apresentados, de forma a demonstrar aos outros a sua interpretação ou compreensão sobre o assunto a ser trabalhado, e isso faz com que se tenham novas formas de expressão do conhecimento, antes tidas apenas por meio dos livros, artigos, enciclopédias etc. Na educação 4.0, além dos exemplos citados, tem-se blogs de autores renomados, canais em plataformas digitais, webinars e lives6 acontecendo diariamente com grandes educadores e pensadores das áreas. Essa gama de instrumentos digitais permite ao professor reinventar sua prática metodológica para a aprendizagem discente. Porém, poderá encontrar nesse trajeto alguns desafios ou impossibilidades de utilização, dos quais pode-se destacar: • Falta de acesso à internet e a equipamentos para participar da aprendizagem por meio dos ciberespaços, da gamificação e de eventos e webinars promovidos; • O professor não conhecer e não saber trabalhar com esses recursos; • Os alunos, ao longo do projeto, podem apresentar dificuldades para compreender o roteiro de ensino virtual e não conseguir aprender de forma satisfatória. 6 Lives – É uma ferramenta do Google (também disponível em outros aplicativos, atualmente) que permite a criação de eventos e webinars (videoconferências) ao vivo e com interação da comunidade via chat. Esses são alguns dos desafios que o professor enfrentará para desenvolver uma nova forma de ensinar e de aprender, situações em que ele precisará ser resiliente7 e ressignificar as relações do saber, buscando novas alternativas e propiciando uma nova maneira de aprender e de ensinar. Com esses novos ambientes de aprendizagem, surge também outro termo, adaptado do mundo presencial, que é a cibercultura, ou seja, o saber é flexível, construído por meio de hipertextos e pela interatividade, possibilitando o resgate de manifestações culturais pelos ambientes virtuais. Algo que vem assumindo uma nova postura frente ao uso dos recursos tecnológicos, das redes sociais e das informações por meio digital são os modos de se expressar, de pensar, de produzir, de ler e de escrever, pois, com o avanço da tecnologia, tem-se a adoção de um novo padrão, especialmente de leitura e de escrita. A leitura e a informação, até o século XX, aconteciam por meio de veículos impressos (como jornais ou revistas), os quais traziam notícias e acontecimentos de forma periódica (diária, semanal, mensal etc.). Porém, com a criação do rádio e, posteriormente, da televisão, tornou-se possível uma atualização mais constante da informação. E o mesmo processo aconteceu com a escrita, pois o que era escrito em papel com a caneta, passou a ser digitado em um computador. Pode-se destacar também que, com a criação do telefone, a escrita de cartas tornou-se obsoleta, pois as pessoas passaram a optar pela comunicação via telefone, por esta ser mais rápida e fácil. Como tudo evolui, os meios de comunicação também passam por transformações; depois do telefone, veio o fax, o e-mail, as mensagens de texto pelo telefone (SMS), os aplicativos de comunicação, as redes sociais, os canais de vídeos, entre outros. Dessa forma, a leitura e a escrita são inerentes a esse contexto e estão presentes diariamente na vida em sociedade, pois, enquanto se está acessando a rede social, por exemplo, há prática de leitura; quando se comenta um status em uma rede social, há produção da escrita. Considerando esse aspecto, o professor tem a possibilidade de utilizar esses recursos (redes sociais) para otimizar a leitura e a escrita dos seus alunos, criando comunidades/grupos de estudantes com atividades propostas para a aprendizagem, oportunizando uma abordagem colaborativa e moderna. Podemos dizer que a integração das tecnologias ao ensino, planejadas e executadas pelos professores de forma coerente e coesa, poderá desenvolver novas formas de ensinar e de aprender, pois a escola também precisa dar conta de formar um profissional para o mercado de trabalho, então não há como ensinar e formar profissionais mantendo o mesmo modelo tradicional de aprendizagem, no qual o professor é o detentor do saber, utilizando-se das mesmas técnicas de aprendizagem. Tem-se, assim, o desafio de acompanhar essas transformações para que elas possam fazer parte do processo de mudanças que norteará o futuro comum, na tentativa de formar os alunos para atenderem a um mercado de trabalho também chamado de 4.0. Moran (2007, p. 36) afirma que “[...] estamos caminhando para um conjunto de situações de educação plenamente audiovisuais, com possibilidade de forte interação, proporcionando a integração do melhor que conhecemos da televisão 7 O termo resiliência vem do latim e significa “voltar ao seu estado original”, ou seja, compreende-se como a habilidade de um indivíduo em retornar ao seu estado de espírito, principalmente após passar por alguma situação difícil ou crítica, e continuar em frente. com o melhor da internet”. Com base nas novas formas de aprender e ensinar, e corroborando com o autor, enquanto professores, temos a possibilidade de aproveitar o melhor que as tecnologias nos oferecem, gerando conhecimentos
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