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Artigo - Tecnologias de Informacao e Comunicacao no Ensino Superior

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Tecnologias de Informação 
e Comunicação no Ensino 
Superior 
 
 
 
 
 
 
 
Elizane Andrade da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo científico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR 
 
 
Elizane Andrade da Silva* 
 
RESUMO 
 
O presente artigo propõe uma reflexão sobre o uso das tecnologias da informação e 
da comunicação na sociedade do conhecimento, as possibilidades e os desafios 
para o seu uso na otimização do processo de aprendizagem dos alunos. Na 
sociedade do conhecimento, há um rompimento de paradigma na área educacional, 
e a adoção de um processo de ensino e aprendizagem com metodologias que 
envolvam os recursos tecnológicos pode romper com barreiras físicas, geográficas e 
temporais entre professores e alunos, permitindo a interação entre eles, mesmo que 
separados pela distância. Possibilita, ainda, uma aprendizagem significativa, 
contínua e flexível, de forma a facilitar e intermediar a construção de um saber amplo 
e rico de informações, utilizando-se das metodologias de aprendizagem colaborativa, 
as quais podem ocorrer por meio dos ciberespaços. As tecnologias, ao longo dos 
anos, tomaram conta da vida das pessoas, tornando-se indispensáveis para o nosso 
dia a dia, pois nos mantêm informados, são utilizadas em momentos de lazer, de 
entretenimento e na construção do conhecimento. Junto às Tecnologias da 
Informação e da Comunicação (TICs), surgem novas formas de produção das 
pessoas, de leitura, de expressão do pensamento e de escrita. Por fim, apresenta-se 
de que forma professores podem explorar as ferramentas tecnológicas, tais como: 
hipermídia, redes sociais, aplicativos móveis, tecnologias assistivas para a 
potencialização de processos educativos, as possibilidades e desafios para a 
inclusão digital e possíveis ferramentas tecnológicas que podem ser utilizadas para 
uma educação superior moderna. 
 
Palavras-chave: Ensino Superior; Tecnologias; Aprendizagem, Sociedade do 
Conhecimento; Novos paradigmas. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) são formadas por 
vários recursos tecnológicos, podendo ser utilizados de forma integrada ao ensino e 
à aprendizagem, com o intuito de proporcionar e facilitar o processo comunicacional 
entre as pessoas, contribuindo para o desenvolvimento geral da sociedade. Na área 
educacional, as TICs possibilitam uma aprendizagem significativa aos alunos, 
podendo torná-los mais efetivos e ativos aos trabalhos a serem realizados em grupo 
ou individualmente, auxiliando na interação com professores e com outros alunos. 
Destaca-se que o grande avanço tecnológico aconteceu nos Estados Unidos 
da América (EUA) no ano 1969, com a criação da internet, a qual começou a ser 
utilizada pela sociedade para atender a vários objetivos, fossem eles de ordem 
pessoal, empresarial, ou então, educacional. Na área educacional ela é utilizada 
como ferramenta e ambiente de interação, por meio de ferramentas disponíveis, 
 
* Professora e Designer Instrucional. Faculdade Educacional da Lapa (FAEL). Mestre em Formação 
Docente e Novas Tecnologias (UNINTER), especialista em EaD e Novas Tecnologias e graduada em 
Licenciatura em Pedagogia (FAEL). E-mail: elyzandrade18@hotmail.com. 
 
 
 
 
 
chamadas de ciberespaços, as quais têm o intuito de proporcionar uma 
aprendizagem colaborativa entre os alunos. 
Os recursos tecnológicos são formados pelos hardwares (equipamentos 
físicos), como, por exemplo, notebook, smartphones, tablets, utensílios domésticos, 
entre outros. E, dentro dos hardwares estão os softwares, termo utilizado para 
conceituar programas, aplicativos (APPS), de modo a ditar o que uma máquina deve 
fazer, ou seja, todos os aplicativos e jogos que estão presentes nos smartphones, 
computadores e tablets são os softwares. 
Cabe destacar que o único objetivo das tecnologias, logo no início de sua 
criação, era o de proporcionar a comunicação entre as pessoas, as quais a 
utilizavam em momentos importantes ou, então, quando era muito necessário. 
Inicialmente, a tecnologia de comunicação entre pessoas distantes acontecia por 
meio de cartas enviadas por serviços de correio. O mesmo aconteceu com o 
telégrafo e o telefone, a partir de seu surgimento, porém eles eram a utilizados 
somente quando muito necessário e poucas pessoas tinham acesso, somente as 
mais ricas é que tinham esse recurso tecnológico disponível. 
Em um contexto global, o conceito de tecnologia refere-se a tudo aquilo que é 
criado ao longo das épocas ou em cada geração, como o papel e a caneta de 
escrever, que são recursos tecnológicos criados e utilizados ainda nos dias de hoje, 
os meios de transporte, que nos permitem ir e vir para outras cidades, estados e até 
países, o computador e a internet, que nasceram com a finalidade de facilitar e 
melhorar a comunicação entre as pessoas, de gerar informação real, entre outras. 
Ao longo do tempo, os recursos tecnológicos e as mídias foram se 
modernizando, bem como a própria necessidade de comunicação e de informação, e 
assumiram um caráter informativo, de lazer, de construção do conhecimento e de 
entretenimento na vida das pessoas, desde as mais jovens às mais idosas. 
Com a invasão das tecnologias em nossas vidas, surgem também novas 
possibilidades na vida moderna, pois elas são capazes de aproximar as pessoas 
que estão distantes e gerar informações em tempo real. As novas tecnologias e 
especialmente a internet, originaram um novo conceito para a sociedade, a qual 
Hargreaves (2003) conceitua como sociedade do conhecimento. 
O avanço da tecnologia também pode ser atrelado ao desenvolvimento da 
sociedade ao longo dos anos, carregado de marcas históricas da cultura e das 
formas de compreensão de nossa história. Assim como todo processo em sociedade 
evolui, o mesmo acontece com a área educacional, a qual tem o desafio de se 
adaptar às novas realidades, de se reinventar, de forma a oportunizar uma 
aprendizagem condizente com a realidade, proporcionando mais interação entre os 
professores e alunos, possibilitando o acesso a informações dinâmicas e confiáveis. 
Diante desse contexto, identificamos a chegada de uma nova era: a era do 
conhecimento, a qual emerge da revolução tecnológica, permitindo a troca de 
informação com intensidade e velocidade. 
Assim, apresentam-se neste artigo conceitos e ações práticas que podem ser 
desenvolvidas em âmbito educacional para o exercício da prática docente baseada 
no uso de recursos tecnológicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. SOCIEDADE DO CONHECIMENTO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA A 
EDUCAÇÃO 
 
O novo paradigma de sociedade do conhecimento traz consigo um intenso fluxo de 
informações mediadas pelas tecnologias e que estão em constante mudança e 
expansão. Nesse sentido, salienta-se que a educação precisa acompanhar a 
evolução da sociedade e passará por profundas modificações, especialmente nas 
formas de ensinar e de aprender. Porém, não se pode negar que os professores 
também enfrentam um desafio, que é o da falta de acesso de todos os seus alunos 
às tecnologias da informação e da comunicação. Borges (2008, p. 179) afirma que a 
“[...] Sociedade da Informação e do conhecimento é reconhecida pelo uso intenso da 
informação e do conhecimento e das tecnologias de informação e da comunicação 
na vida do indivíduo e da sociedade, em suas diversas atividades”. 
Com o avanço das tecnologias tem-se uma nova visão de educação, em que o 
espaço físico da escola deixa de ser o único lugar para se preparar os alunos para a 
vida em sociedade e oportunizar a construção do conhecimento. Além da sala de 
aula da escola, o aluno é recebe informações diárias dos noticiários, da família, das 
redes sociais, dos aplicativos, dos sites de busca, das plataformas de vídeos, enfim, 
em meio a todo esse contexto, o professor tem o desafio de assumir uma nova 
postura para ensinar, ou seja, em seu planejamento, em sua metodologia de ensino, 
ele tem a possibilidade de consideraros conhecimentos prévios que os alunos 
trazem consigo. 
 O docente tem o desafio de criar estratégias de aprendizagem que garantam o 
desenvolvimento de competências nos estudantes para que possam participar e 
interagir em um mundo virtual e global, o qual cada vez mais está competitivo, 
valorizando características de pessoas flexíveis, criativas, capazes de encontrar 
soluções inovadoras para os problemas e conflitos apresentados. Assim, faz-se 
necessário considerar que a aprendizagem não é um processo estático, mas algo 
que se modifica ao longo do tempo de acordo com as demandas da sociedade. 
Essa nova forma de comunicação e de educação, preenchida por fontes de 
informação e recursos de comunicação, pede um novo cenário educacional, capaz 
de acompanhar as mudanças que ocorrem na sociedade, ou seja, que vá além da 
sala de aula da escola e ultrapasse as fronteiras curriculares, com conteúdo 
interdisciplinar e multidisciplinar. 
Porém, para obter sucesso no desenvolvimento de metodologias de ensino e 
aprendizagem, os professores precisam, inicialmente, reconhecer a tecnologia como 
um recurso que pode ser utilizado para uma aprendizagem moderna, buscar 
conhecimentos sobre essas ferramentas e identificar as possibilidades de aplicação 
delas na sua área educacional. 
Na obra “Educação: um tesouro a descobrir”, Jacques Delors (2000) apresenta 
um conceito bastante significativo para a educação na sociedade do conhecimento, 
considerando uma aprendizagem fundamentada em quatro pilares centrais: 
aprender a fazer, aprender a conhecer, aprender a conviver e aprender a ser. A 
seguir, apresentam-se esses conceitos e suas definições: 
 Aprender a fazer: Neste conceito, tem-se como premissa, ir além do 
conhecimento teórico e torná-lo prático. Com a rápida mudança que ocorre na 
sociedade e nas profissões, os indivíduos têm o desafio de estarem aptos a 
enfrentar novas situações na vida e no mundo do trabalho, como, por exemplo, 
trabalhar em equipe, resolver conflitos, liderar, inovar, tomar decisões. Esse pilar é 
http://www.dgz.org.br/out11/Art_01.htm#R1
 
 
 
 
 
primordial para a formação de todos os alunos, especialmente para o preparo ao 
trabalho. Dessa forma é preciso compreender o aprender a fazer à luz do surgimento 
da tecnologia na sociedade, mudando as formas de execução do trabalho. 
 Aprender a conhecer: Neste conceito o aluno tem de dominar os instrumentos 
necessários para o seu conhecimento. Assim, o educador tem a possibilidade de 
tornar o ensino e a aprendizagem do discente em algo prazeroso, possibilitando a 
descoberta, a construção do saber, e despertando nele o interesse pela 
aprendizagem/informação. Em algumas situações, com a quantidade de informações 
que recebemos diariamente, deixamos de lado a necessidade de aprimoramento do 
nosso conhecimento, nos desinteressando por algo novo. Desse modo, o aprender a 
conhecer possibilita o exercício da atenção, do pensamento e da memória. 
 Aprender a conviver: Na sociedade do conhecimento e da interação, esse pilar 
assume uma função essencial, pois, em algumas situações, a convivência com os 
outros torna-se difícil, com muitos conflitos, e aprender a conviver possibilitará um 
ambiente de aprendizagem mais harmonioso. Aprender a compreender o outro, 
estar apto a administrar conflitos e colaborar com planos comuns faz parte do pilar 
aprender a conviver. Com ele, professores e alunos têm a possibilidade de aprender 
a conviver em harmonia, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso 
e significativo. 
 Aprender a ser: Este pilar trata do desenvolvimento do pensamento crítico, 
da autonomia, do estímulo à criatividade e aos conhecimentos de forma a possibilitar 
que o indivíduo aprenda a ser decidido, reflexivo, coerente com a sua realidade, 
autônomo. Com esse pilar, professores têm a possibilidade de, por meio de suas 
ações práticas, tornar seus alunos sujeitos crítico, empáticos, criativos e inovadores. 
Pode-se dizer que a variação de personalidades é o que possibilita a inovação no 
âmbito social. 
Diante dos conceitos apresentados, os professores têm a oportunidade de 
desenvolver nos alunos a responsabilidade pessoal, o pensamento autônomo e 
crítico, a criatividade, o sentido ético e estético, a sensibilidade, a imaginação e a 
iniciativa por meio da utilização dos recursos tecnológicos disponíveis. Em todos os 
pilares, torna-se importante que os alunos tenham, em seu processo formativo, 
momentos de descobertas, experiências práticas, científicas, artísticas, sociais e 
culturais. 
A partir da conceituação dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever 
grandes mudanças para a educação, tendo o desafio de romper com um ensino e 
uma aprendizagem voltados apenas à absorção do conteúdo pelos alunos. No 
contexto dos quatro pilares da educação, o educador deve reinventar suas práticas e 
ensinar o educando a pensar, a saber comunicar-se, a pesquisar, a desenvolver o 
raciocínio lógico, a ter autonomia, a fazer sínteses e a elaborar teorias, tornando-se 
competente nessas áreas. 
Para o desenvolvimento de uma educação pautada nos quatro pilares 
elencados anteriormente, os professores precisam estabelecer procedimentos 
didáticos que atendam aos objetivos conceituais, tais como desenvolver em sala de 
aula a “pedagogia da pergunta”, proposta por Freire e Faundez (1985), que 
pressupõe que o conhecimento pode ser produzido por meio da curiosidade. Assim, 
o educador pode estimular a curiosidade do educando de forma a despertá-lo para o 
conhecimento. A curiosidade do aluno pode colaborar para a formação do 
pensamento reflexivo. Assim, aulas dinâmicas e interativas, mediadas por perguntas, 
tornam-se “vivas” e com movimento, sendo essenciais para a aprendizagem. Para 
isso, pode-se fazer relação entre o tema do conteúdo proposto com a experiência do 
 
 
 
 
 
educando e de outros personagens do contexto social; criar uma relação de diálogo 
com o estudante; criar atividades que envolvam o educando em um processo que 
produza conclusões, resultados práticos e utilizar jogos didático-pedagógicos com o 
objetivo de construir o conhecimento. 
Morin (1999, p. 29-30) aponta que o “[...] progresso do conhecimento científico 
exige que o observador se inclua em sua observação, o que concebe em sua 
concepção”. Esse conceito nos permite dizer que, para o educando progredir em seu 
conhecimento, ele precisa ser incluído na observação, na concepção do 
aprendizado, ou seja, ele precisa colocar a “mão na massa”, precisa da prática. 
 
1.2 Web 4.0: possibilidades para a Educação 4.0 
 
 A internet é uma ferramenta que vem revolucionando os estilos de vida, 
apresentando uma forma diferente para a interação entre as pessoas, para fazer 
pesquisa, para a aprendizagem e, até mesmo, para entretenimento e lazer, desde os 
mais jovens aos mais idosos. Mas, como tudo evolui, ela também tem suas versões, 
até chegar à Web 4.0 que temos hoje. Por isso, antes de falarmos de web1 4.0, faz-
se necessário proceder a uma retrospectiva de como tudo começou, ou seja, pela 
web 1.0. Ela foi a primeira geração de uso da internet e surgiu nos anos de 1990, 
com funcionalidades de páginas de hipertextos. Suas principais características eram: 
páginas sem movimento, sem dinâmica, sem a possibilidade de atualização, 
interação também não era possível e era permitido aos usuários a produção de 
conteúdo. Outra característica da web 1.0 é que o acesso a ela era para poucos, 
somente os mais ricos tinham condições de tê-la. A web 1.0 tem como meio mais 
representativo o hipertexto2. Mesmo com suas limitações, é considerada 
revolucionária, pois permitiu que, com o seu uso, fosse possível encontrar 
informações úteis em seus sites. 
 À medida que o tempo foi passando e a sociedade evoluindo, houve 
necessidade de melhoria, de aprimoramento dos recursos ofertados pela web. 
Então, no ano de 2003, surgiu a web 2.0, a qual se tornou responsável pelo 
desenvolvimento e pelo crescimento do número de aplicativos disponíveisna 
internet, os quais utilizam novas técnicas que permitem às páginas serem mais 
dinâmicas, ou seja, teve-se mudanças em relação aos conteúdos e às formas de 
interação entre as pessoas. 
A web 2.0 foi desenvolvida para permitir mais interatividade entre o usuário e 
a rede, e entre suas principais características estão: informações atualizadas, pois 
com ela já é possível atualizar os conteúdos das informações e o usuário torna-se o 
protagonista, obtendo autonomia na web, adquirindo mais facilidade e participação 
com as ferramentas, ou seja, o conteúdo, nessa versão da web, pode ser produzido, 
publicado e compartilhado por qualquer pessoa que tenha acesso à internet. Tem 
como meios representativos o blog e as plataformas de vídeos. 
Pode-se dizer que com a web 2.0 as pessoas deixaram de ser passivas, 
apenas receptoras de mensagens, e passaram a ser responsáveis pela produção 
 
1 Web: termo usado para chamar uma rede de computadores que consegue realizar troca de dados e 
mensagens ao se estar conectado. Essa ação só é possível por meio de um protocolo comum, que 
permite unificar vários usuários no mesmo acesso. 
2 Hipertexto: termo utilizado a um texto, que agrega outras informações em forma de blocos textuais, 
palavras, sons ou imagens, cujo acesso acontece por meio de referências próprias, no mundo digital 
o qual domina-se de hiper ligações. 
 
 
 
 
 
dos conteúdos. Segundo Dantas (2003, s/p), “Tim O’Reilly foi o pioneiro da web 2.0 
e afirma que a “[...] web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um 
entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma”. Destaca-se 
que a característica fundamental da web 2.0 é a aplicação da inteligência coletiva, 
tornando-se uma internet com plataformas mais interativas, dinâmicas e rápidas. 
Já o termo web 3.0, de acordo com Villalobos e Silva (2010, p. 7) foi criado 
por John Markoff, em 2006, e é uma evolução da web 2.0. Com esse novo formato, 
teve-se uma evolução em suas possibilidades, bem como um aumento de qualidade 
de informação e possibilidade de otimizar os sites. Surgiu, então, uma linguagem 
mais potente, com o desenvolvimento de algoritmos genéticos e redes neurais, ou 
seja, ao digitar um termo específico em um buscador, ele encaminha o usuário ao 
site, onde apresenta os tópicos relacionados à pesquisa realizada. Tem como 
principais características a inteligência, por meio da criação de páginas que 
permitem pesquisas rápidas, possibilitando, também, a sociabilidade, a rapidez e é 
aberta, gerando facilidade. 
Assim como as demais versões da web, a 4.0 também surge de uma 
demanda maior da sociedade e do mercado de trabalho, que estão cada vez mais 
se utilizando desse recurso para o desenvolvimento de seus negócios e de seu 
entretenimento, integrando a inteligência artificial no nosso cotidiano. A web 4.0 
ampliou ainda mais o armazenamento de dados e a possibilidade de comunicação 
entre as pessoas. É nela que surge a conexão sem fio, chamada de wireless, a qual 
se proliferou mundialmente, facilitando o uso em smartphones. Ela permite 
integração e interação em tempo real, podendo acontecer por chamadas somente 
em áudio e/ou então por vídeo, ou seja, a chamada videoconferência. 
Outro exemplo prático que surgiu da web 4.0 é o GPS, que nos indica 
caminhos mais rápidos e econômicos, nos dando informações reais das rotas que 
pretendemos seguir, ou seja, informa se há acidentes, congestionamentos, e nos dá 
opções de rotas alternativas que podem ser seguidas. Tudo isso é possível por meio 
de um sistema complexo que trabalha de forma automática, composto por 
inteligência artificial. 
Esse recurso tecnológico revolucionou a maneira de armazenar, coletar 
dados, de trabalhar, pois tornou-se uma excelente alternativa para tornar as 
atividades nas empresas ainda mais eficientes para o mercado. Com essa revolução 
tecnológica e o surgimento da web 4.0, as pessoas também revolucionaram seus 
comportamentos, até mesmo em relação ao consumo, ou seja, as pessoas 
começaram a realizar compras pela internet. 
Com tantos benefícios, será que a web 4.0 impacta na educação? Ela 
modificou a forma como estudamos, como interagimos com professores e alunos? 
Sim, a web 4.0 modificou nossos comportamentos, nossos pensamentos e a forma 
de ver o mundo e, especialmente, o processo de ensino e aprendizagem, pois essa 
revolução tecnológica também invadiu a área educacional, a qual deve acompanhar 
todas as eras que surgem na sociedade e tem o desafio de se reinventar para seguir 
as mudanças e entregar à sociedade um sujeito ativo, pensante, conhecedor e 
disposto a aprender cada vez mais. 
Todos os recursos utilizados hoje em dia por meio da rede mundial de 
computadores, inteligência artificial, automação, impressão 3D e a chamada 
educação 4.0 prometem mudar a forma absorção do conhecimento. Essa mudança 
fundamenta-se no conceito chamado de “learning by doing (aprender fazendo), ou 
seja, o aluno, para aprender de forma significativa, prazerosa e dinâmica, precisa da 
 
 
 
 
 
prática. Assim, as aulas passam de mera transmissão de conteúdo ao exercício 
prático desse conteúdo a ser aprendido e assimilado pelo aluno. 
A seguir, serão apresentados os recursos tecnológicos e suas formas de 
utilização, de forma a proporcionar ludicidade, interação, coletividade e 
aprendizagem colaborativa. 
 
1.3 Web 4.0: interação e aprendizagem colaborativa 
 
A evolução da internet e dos recursos tecnológicos trouxeram mudanças 
significativas para a educação. Pessoas que não poderiam estar presentes 
diariamente em sala de aula, por diversas situações, agora têm a possibilidade de 
estudar de onde estiverem, por meio da chamada Educação a Distância, mediada 
pelo uso de recursos tecnológicos e metodologias que permitem a interação entre 
professores/alunos e entre alunos/alunos, mesmo que distantes por barreiras 
geográficas e temporais, proporcionando ludicidade, interação, coletividade e 
aprendizagem colaborativa. 
A aprendizagem colaborativa é considerada como uma metodologia de ensino 
formada por técnicas planejadas pelo professor para atender a demanda de 
aprendizagem dos alunos, podendo ser estruturada em grupos ou individualizada. 
Ela tem como propósito o aprender, seja por meio do conhecimento compartilhado 
entre os colegas e/ou na interação com o professor. Nessa metodologia, o aluno é 
estimulado para desenvolver sua autonomia e para buscar seu próprio 
conhecimento, o qual é construído socialmente, seja em ambiente escolar, familiar 
e/ou social. 
Como na aprendizagem colaborativa o conhecimento é socialmente 
construído por se basear em um processo ativo e efetivo entre o grupo. O educando 
participa ativamente do processo de ensino-aprendizagem e o grupo arquiteta e 
desenvolve o como e o que fazer. A seguir, destacam-se algumas vantagens da 
aprendizagem colaborativa: 
 
• trabalhos em equipe; 
• dinâmicas de grupo; 
• compartilhamento de informações.; 
• aprendizagem significativa; 
• respeito às diferenças; 
• diversidade de saberes; 
• diminuição do isolamento; 
• aumento da autoconfiança e da autoestima; 
• integração do grupo. 
 
A partir dos itens apresentados, compreende-se que a aprendizagem 
colaborativa acontece por meio da interação, seja entre aluno/professor ou 
aluno/aluno. Não há hierarquia entre o grupo (o respeito é fundamental nesse tipo de 
aprendizagem), pois ele é heterogêneo e cada um possui uma ideia, um 
posicionamento específico. Com isso, a construção e a socialização de ideias aca-
bam ficando mais ricas e consistentes, pois, compartilhando ideias, opiniões ou 
informações, o aluno aprende e constrói seu saber junto com o outro, de maneira 
flexível e dinâmica 
Vale destacar que o termo interação é anterior ao surgimento do computador, 
ou seja, já existia no meio social, sendo utilizado na relação pessoal entre as 
 
 
 
 
 
pessoas. Ela é a ação que uma pessoa gera sobre a(s) outra(s). Para a realização 
da aprendizagem colaborativa,alunos e professores precisam estar dispostos a 
interagir. Essa interação resultará na troca de saberes, oportunizando um novo 
entendimento e um novo saber sobre uma determinada situação. Na interação, é 
válido saber o que o outro pensa sobre determinado assunto para, então, conhecer 
a diversidade de saberes. Silva (2003, p. 20) apresenta o seguinte o conceito de 
interatividade: 
 
Interatividade é a disponibilização consciente de um ser mais 
comunicacional de modo expressivamente complexo, ao mesmo tempo 
atentando para as interações existentes e promovendo mais e melhores 
interações – seja entre usuários e tecnologia, digitais ou analógicas, seja 
nas relações presenciais ou virtuais entre os seres humanos. 
 
Assim, pode-se afirmar que, a interação é algo que acontece em meio às 
relações pessoais, profissionais e educacionais, em vários ambientes, sejam eles 
presenciais ou virtuais. Mas, para que a interatividade aconteça, Silva (2003, p. 20) 
propõe três engajamentos: 
 
• Participação e intervenção - emissor permite a participação-intervenção 
do receptor, interferindo ao ponto de modificar a mensagem. 
• Bidirecionalidade e-hibridação - o emissor deve ser receptor em 
potencial e vice-versa, a comunicação é produção conjunta dos dois polos, 
assim como a mensagem deve ser codificada e decodificada por ambos. É 
uma proposta coparticipativa. 
• Permutabilidade – potencialidade - é necessário que o emissor 
disponibilize múltiplas redes articulatórias, pois se a proposta for muito 
fechada, as articulações também serão limitadas, tirando do receptor a 
ampla liberdade de associações e significações. 
 
A partir dos conceitos apresentados, entende-se que a interatividade é uma 
parte do conceito de aprendizagem colaborativa, pois ela deverá resultar na troca de 
saberes compartilhados, oportunizando uma nova compreensão e um novo saber 
sobre a temática a ser abordada. Desta forma, as tecnologias da informação e da 
comunicação apresentam ferramentas que possibilitam a troca de saberes entre as 
pessoas. 
Várias são as ferramentas tecnológicas que permitem a interação, as quais 
poderão ser adotadas para uso profissional, pessoal e educacional. Dentre elas 
destacam-se: salas de aula virtuais, e-mails, listas e grupos de discussão, websites, 
aplicativos/software de videoconferência, dentre outras. Essas ferramentas trazem 
grandes vantagens e oportunidades para comunicação, interação e informação, 
permitindo a combinação entre a oportunidade de interação do indivíduo com a 
flexibilidade de tempo e espaço, sem perder a qualidade nos estudos. 
Na educação virtual, conhecida também como Educação a Distância, a 
interação mediatizada define as formas de apresentação dos conteúdos didáticos, 
os quais são previamente selecionados e organizados por uma equipe 
multidisciplinar que deve contar com professores, designers educacionais, tutores. 
Segundo Belloni (1999, p. 59), essa interação oferece ainda: 
 
[...] possibilidades inéditas de interação mediatizada (professor/aluno; 
estudante/estudante) e de interatividade com materiais de boa qualidade e 
grande variedade. As técnicas de interação mediatizada criadas pelas redes 
telemáticas (e-mail, listas e grupos de discussão, webs, sites etc.) apresentam 
grandes vantagens pois permitem combinar a flexibilidade da interação humana 
 
 
 
 
 
(com relação à fixidez dos programas informáticos, por mais interativos que 
sejam) com a independência no tempo e no espaço, sem por isso perder 
velocidade. 
 
Na sociedade do conhecimento, as TICs assumem o papel de auxiliares no 
desenvolvimento da aprendizagem e do conhecimento dos alunos, tornando-os mais 
atrativos, dinâmicos, agradáveis, possibilitando a troca de ideias e saberes, de forma 
a ampliar e potencializar ainda mais os conhecimentos das pessoas. Algo bastante 
relevante a ser destacado é que, por meio das tecnologias, é possível conhecer a 
região onde outra pessoa mora, pois a ferramenta de mapa nos permite essa ação. 
Por meio das tecnologias, surgem os chamados ciberespaços, os quais 
podem ser utilizados para a interação entre os alunos, onde eles poderão trocar 
mensagens de texto, áudios, vídeos, tudo em tempo real, por meio de ferramentas 
tecnológicas que possuem. Eles também poderão aproximar alunos e professores 
que estão separados pela distância, promovendo, além da comunicação, a 
informação e a aprendizagem de forma colaborativa. 
Nesses ambientes o professor assume o papel de agente mediador, 
oferecendo temas a serem trabalhados e conduzindo o aprendizado com base em 
seus objetivos centrais, em seu planejamento e, ainda, podendo trabalhar com 
metodologias ativas e enriquecedoras para a sua aula/disciplina. As metodologias 
ativas possibilitam uma aprendizagem colaborativa e, que se aproveita o 
conhecimento que o aluno já traz consigo e realiza-se a potencialização dele, por 
meio das técnicas docentes carregadas de teoria e prática, oportunizando o 
aprender e o desenvolver dos alunos. Beck (2018, s/p.), define metodologias ativas 
como: 
 
Um método no contexto de educação, define um conjunto lógico de ações, 
com o propósito de desenvolver nos alunos a capacidade de aprender 
novas competências. Podemos encarar as metodologias ativas como 
um modo consciente para alcançar um fim definido: a “transmissão de um 
novo saber”, por exemplo. 
 
Com as metodologias ativas, o professor assume um novo papel frente a essa 
“inovação” não tão nova assim, pois ela vem sendo discutida há algum tempo por 
autores como Freire, Dewey e Vygotsky, que trabalhavam com o método de 
“perguntas” e que oportunizam ao aluno aprender fazendo, ou seja, colocando “a 
mão na massa”, utilizando seus conhecimentos na prática, de forma a ganhar cada 
vez mais saber. Na interação proporcionada pelas metodologias ativas, tem-se a 
possibilidade de uma ação recíproca, instantânea, enfim, em tempo real, sendo a 
interatividade um agente potencializador para que o conhecimento aconteça de 
forma interna e externa. 
Segundo Moran (2007, p. 50), “[...] aprendemos hoje muito pela interação, 
mas esquecemos que o conhecimento só se faz forte, só se consolida, quando o 
reorganizamos de nossa própria perspectiva, de nosso universo e repertório”. Assim, 
a interação pode ser utilizada como um recurso tecnológico usual, prático e regado 
de ferramentas que nos possibilitem a comunicação ativa com nossos alunos, como, 
por exemplo, fóruns, chats, blogs, grupos fechados em redes sociais, Classroom, 
Teams, Skype, entre outros. Nesses ciberespaços os alunos podem interagir de 
múltiplas formas, como enviando mensagens de texto, áudio, vídeos e imagens. 
Muitos conceitos são encontrados para definir o processo educacional 
mediado pelas novas tecnologias, dentre eles, cita-se a Educação a Distância, 
 
 
 
 
 
virtual, on-line e e-learning. Em todas elas, o professor pode trabalhar com as 
metodologias ativas, as quais, para Beck (2018, n.p.): 
 
Estão muito relacionadas com a postura do educador, da forma de 
avaliação e de como são valorizadas as experiências prévias dos 
participantes. Acontece que nas últimas décadas é que passamos a utilizar 
o termo, como uma forma de conceitualizar uma prática antiga de orientar 
crianças, adolescentes e adultos, dentro e fora da sala de aula. 
 
Enquanto professores, somos responsáveis pelas nossas escolhas 
metodológicas e pelo sucesso do aprendizado do discente, e precisamos refletir: 
será que, de fato, quero que meu aluno aprenda? Como eu quero que ele aprenda? 
Quais são as metodologias utilizadas e que funcionaram? Qual é o caminho a ser 
escolhido? O que eu posso fazer para melhorar minha forma de ensinar? Quais são 
as minhas possibilidades de desenvolver a metodologia ativa em minha sala de 
aula? 
Essas indagações e a prática docente são desafiadoras para professores que 
precisam o tempo todo buscar o novo, estarem atualizados, serem flexíveis e 
aprenderem a conviver com as inovações que surgem em nossassalas de aula. 
Muitos saberes, às vezes, precisam ser remodelados, reinventados. É preciso 
“pensar fora da caixa”: se na escola, na sala de aula, eu não tenho os recursos 
tecnológicos da comunicação e da informação, o que posso fazer? O professor deve 
reinventar, buscar o que tem em mãos e desenvolver técnicas e práticas que 
permitam a interação entre seus alunos, para que eles coloquem em prática seus 
saberes, podendo utilizar-se de materiais recicláveis, que são ótimos para 
desenvolver técnicas para a experimentação. 
Ainda com relação às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) 
elas são consideradas ferramentas de produção e divulgação de dados, de 
informações, de conhecimento, de interação, de aprendizagem e de comunicação 
em tempo real, assim, utilizar-se delas em sala de aula permite que o aluno obtenha 
todas essas oportunidades em seu aprendizado. 
Uma opção que os recursos nos oferecem e que podem ser utilizados nas 
aulas são os hipertextos, textos que utilizam a internet e que permitem a criação e a 
recriação de ideias e pensamentos, gerando, assim, uma aprendizagem colaborativa 
e de inserção do aluno na aprendizagem. Ele passa a ser coautor de sua produção e 
aprende de uma forma diferenciada. Com o hipertexto utilizado para a aprendizagem 
colaborativa, o professor torna-se o mediador, o provocador do conhecimento, 
podendo conduzir aulas, dinâmicas em grupo, utilizando-se de gamificação (jogos) 
de forma a promover a interação entre todos os envolvidos na educação. 
Dentro dos princípios das metodologias ativas, tem-se a possibilidade de 
criação, de personalização das aulas, pois não existe um modo de fazer pronto. 
Cada professor tem autonomia para desenvolver suas técnicas e estratégias de 
ensino, o que se tem são múltiplas possibilidades e estudos já realizados, os quais 
poderão servir de parâmetro para que os professores possam desenvolver suas 
aulas de forma ativa, comunicativa, interacionista e inclusiva. No quesito de inclusão, 
destaca-se que, ao desenvolver as metodologias ativas em sala de aula, o professor 
tem um desafio a ser pensado: será que todos os meus alunos estão incluídos 
nessa metodologia? Será que ela é exequível? Se tenho alunos com dificuldades de 
aprendizagem ou deficiência, o que devo fazer? Tenho alunos que não querem 
participar, como devo proceder nesses casos? 
 
 
 
 
 
Essas são indagações que, na prática de muitos professores, são realidade; 
por isso, ao propor uma aprendizagem com base em metodologias ativas, 
pressupõe-se a inclusão de todos os alunos no processo de personalização do 
aprendizado, o respeito à vontade do aluno e a flexibilidade para mudar de 
estratégia sempre que necessário, pois uma das características da aprendizagem 
colaborativa é a criação de um ambiente que respeite as diferenças, proporcione o 
trabalho em grupo, no qual o aluno possa se colocar dentro do contexto, ou seja, o 
professor poderá trabalhar com as técnicas de aprendizagem baseadas em 
problemas, em situações reais, vivenciadas pelos alunos. Alguns autores nos trazem 
conceitos de aprendizagem com base no estímulo da motivação dos alunos para 
aprender. Alcântara e Behrens (2004, p. 3) destacam dois e seus conceitos: 
 
John Dewey: um de seus principais conceitos foi o de centralizar a ação 
docente em atividades relevantes e significativas para os alunos, levando-se 
em consideração suas aptidões, necessidades e experiências vivenciadas. 
Jerome Bruner: a aprendizagem pela descoberta vem de suas 
experiências e significa uma abordagem para a instrução, pela qual os 
estudantes interagem com o meio ambiente, explorando e manipulando 
objetos, atracando-se com questões e controvérsias ou realizando 
experimentos. O aluno seleciona e transforma a informação, constrói 
hipóteses e toma decisões, contando para isso com uma estrutura cognitiva 
(modelos, esquemas mentais). 
 
O conceito de aprendizagem colaborativa é intrínseco ao conceito de 
metodologias ativas, pois, quando se tem duas ou mais pessoas produzindo 
conhecimento, deixa-se de ter uma ideia ou um pensamento e passa-se a ter três, 
quatro ou mais ideias ou conceitos sobre determinada situação. Ainda segundo 
Alcântara e Behrens (2004, p. 6), “[...] a aprendizagem colaborativa apresenta-se 
como o conhecimento resultante de um trabalho em grupo, construído e aprovado 
pelos seus membros, ou seja, criado sob a perspectiva de um esforço baseado na 
colaboração e cooperação”. Dessa forma, aluno e professor adquirem novos 
conhecimentos, com informações diversas, considerando a cultura local e regional 
na qual o aluno está inserido. Na educação mediada pelas tecnologias, como é o 
caso da Educação a Distância, o conhecimento cultural é intrínseco à aprendizagem, 
pois torna-se possível conhecer a cultura regional e local de diversas cidades, 
estados ou países por meio da interação com alunos de diversas culturas. 
Assim, papel do professor na aprendizagem colaborativa é o de mediador, de 
observador, planejando e executando as atividades, estabelecendo metas, seguindo 
o fluxo da conversa e oferecendo a orientação necessária aos seus alunos, 
respeitando as diferenças entre eles e buscando sempre ações de melhoria em suas 
formas de ensinar. Segundo Palloff e Pratt (2002, p. 157): 
 
O trabalho de uma comunidade de aprendizagem dá sustentação ao 
crescimento tanto intelectual quanto pessoal do aluno e do professor. A 
aprendizagem colaborativa permite a construção da “inteligência coletiva”, 
visto que é um “todo” coletivo construído e reconstruído, elaborado e 
reelaborado, partilhado e compartilhado. Isso acaba sendo algo enrique-
cedor para o todo envolvido. 
 
Na educação mediada pelas tecnologias, a interação torna-se essencial para 
a produção do conhecimento, assim a comunidade de aprendizagem segue para 
uma nova proporção no ambiente, mais estimulada e desenvolvida, a fim de ser um 
veículo eficaz para a educação. Portanto, na era da web 4.0, o professor tem o 
 
 
 
 
 
desafio de se reinventar e criar um paradigma em que ele deixe de ser o centro das 
atenções e um mero transmissor de conteúdo a fim de se tornar mediador, 
orientador, gerando novos contextos educacionais, criando novas formas de ensino 
e aprendizagem, possibilitando uma aprendizagem colaborativa na qual todos 
cresçam e aprendam juntos. Todas essas técnicas são possíveis por meio da 
chamada Educação 4.0, a qual será explicada a seguir. 
 
 
2. EDUCAÇÃO 4.0: POSSIBILIDADES, LIMITES E DESAFIOS DO PROFESSOR 
 
A Educação 4.0 é o conceito atribuído à geração que vive imersa no mundo 
tecnológico, que precisa de novas técnicas de ensino e aprendizagem, pois tem 
necessidade de acompanhar a evolução ao longo dos anos, em que a aprendizagem 
colaborativa e as metodologias ativas vêm ganhando cada vez mais espaço. 
Assim como a web, a educação também passa por mudanças significativas ao 
longo de sua trajetória. Por isso, o modelo tradicional, com lousa, papel e giz em 
sala de aula, está começando a dar seu lugar a uma outra forma de ensino e 
aprendizagem que se baseia no uso de novos recursos, por isso que é chamada de 
Educação 4.0, estabelecendo com a promessa de oportunizar o conhecimento de 
uma forma inovadora, com recursos de sua geração, e os alunos não têm mais a 
obrigação de acumular o conhecimento, mas, sim, de receber um ensino com o 
conteúdo suficiente para que possam atuar em profissões do futuro. 
O termo Educação 4.0 está alinhado à revolução tecnológica, incluindo 
informática, linguagem digital, inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT)3, tendo 
como premissa o uso do learning by doing, que significa “aprender fazendo”, ou seja, 
aprender por meio de vivências, de projetos, de situações baseadas em problemas, 
na experimentação, ou seja, em “colocar a mão na massa”. 
No contexto histórico, a educação sofreu profundas transformações e a partir 
dp contexto social em que está inserida, apresentando um novo cenário, o qual pede 
uma outrapostura profissional, visto que se insere em uma era tecnológica e digital, 
que requer competências importantes a serem desenvolvidas, tais como: 
 
Capacidade de utilizar e comunicar de maneira disciplinada, crítica e criativa 
o conhecimento e as ferramentas simbólicas que a humanidade foi 
construindo através dos tempos. Capacidade para viver e conviver 
democraticamente em grupos humanos cada vez mais heterogêneos, na 
sociedade global. Capacidade de viver e atuar autonomamente e construir o 
próprio projeto de vida. (GÓMEZ, 2015, p. 77) 
 
Com esse novo cenário, o contexto educacional encontra um novo desafio: 
criar ambientes que possibilitem e estimulem a criatividade, a autonomia, a 
colaboração, a empatia, a solidariedade e a investigação por meio de pesquisas, da 
interação, da inovação e do desenvolvimento de uma cultura maker4 na educação. 
Além disso, o professor tem o desafio de, junto aos alunos, experimentar as 
 
3 A Internet das Coisas (Internet of Things-IoT) é o conceito utilizado para definir uma rede de objetos 
físicos capaz de reunir e de transmitir dados. Surgiu no ano de 1999, proposta por Kevin Ashton, o 
qual, dez anos mais tarde, escreveu o artigo “A Coisa da Internet das Coisas” para o RFID Journal. 
Disponível em: <https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/08/internet-das-coisas-entenda-o-
conceito-e-o-que-muda-com-tecnologia.html>. Acesso em: 8 maio 2020. 
4 Maker – Faça você mesmo. 
https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/08/internet-das-coisas-entenda-o-conceito-e-o-que-muda-com-tecnologia.html
https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/08/internet-das-coisas-entenda-o-conceito-e-o-que-muda-com-tecnologia.html
 
 
 
 
 
interações formativas, vivenciar cenários complexos de produção, solucionar 
problemas, aprendendo na prática o significado das palavras solidariedade, bondade 
e empatia. 
Contudo, vale destacar que, ao longo dos anos, a educação também passou 
por evoluções que podem ser destacadas da seguinte forma: 
 
• Educação 1.0 – A figura do professor era a mais importante para a 
organização e o trabalho do ensino e da aprendizagem dos alunos, os quais, 
por sua vez, tinham admiração e submissão ao professor, pois ele era o 
“detentor” do conhecimento. As primeiras escolas que surgiram chamavam-se 
Escolas Paroquiais e eram apenas para a formação de eclesiásticos 
(sacerdotes da igreja). As aulas eram realizadas nas igrejas e o ensino era 
baseado apenas na leitura de textos sagrados, ou seja, tratava-se de uma 
educação puramente cristã. Essa educação permaneceu por séculos e 
atendia as expectativas da sociedade da época, pois não queria que as 
pessoas pensassem, refletissem e chegassem a uma conclusão própria. 
Dessa forma, o currículo na educação 1.0 consistia em apenas aprender a 
escrever, a ler, a conhecer a bíblia, um pouco de aritmética e canto. Com o 
passar do tempo, foram incluídos outros conteúdos, como o latim, a dialética, 
a retórica e a gramática; 
• Educação 2.0 – Surge aqui um novo conceito educacional, a chamada nova 
escola. Tinha como objetivo preparar as pessoas para trabalharem nas 
fábricas. Nesse contexto educacional, houve forte influência da Revolução 
Industrial, em que as tarefas eram mecânicas, repetitivas, e o trabalho era 
individual. Na escola, apresentava-se uma metodologia padronizada, 
concentrada, centralizada e sincronizada; não se permitia inovação e 
conteúdo fora do currículo. A educação passou a ter o objetivo de treinar as 
pessoas para a sociedade e o mercado de trabalho. A aprendizagem era 
baseada na memorização; 
• Educação 3.0 – Nesse contexto, surgiu um novo paradigma da educação, ou 
seja, começou a se pensar no que ensinar, como ensinar, de que forma 
ensinar e o que desenvolver para entregar como resultado, ou seja, com o 
objetivo de formar as pessoas para trabalharem no novo mercado de trabalho. 
Na Educação 3.0, o professor começa a utilizar as tecnologias no campo 
pedagógico, estimulando cada vez mais os estudantes a serem autônomos, a 
usarem a criatividade, a participarem, a terem conteúdos mais flexíveis, 
incentivando as pesquisas a partir de projetos estruturados; 
• Educação 4.0 - Com todo o avanço tecnológico e industrial que emergiram 
com o tempo, a educação também precisou se reinventar, pois a informação 
encontra-se nas redes sociais, nas plataformas de vídeos, nos sites, acessível 
a todos, rompendo barreiras físicas, geográficas e de tempo. O professor, 
nesse cenário, torna-se o mediador, o condutor de uma aprendizagem 
inovadora. Porém, não podemos deixar de mencionar alguns desafios dos 
professores nesse tipo de educação: o acesso que nem todos os alunos têm 
aos recursos tecnológicos, portanto, novamente, o professor e a escola 
precisam se reinventar e buscar soluções alternativas, de forma a possibilitar 
um processo educacional linear a todos os alunos. 
 
 Sobre a Educação 4.0, pode-se trazer um pensamento de Brandão (2005, p. 
50), que afirma que: 
 
 
 
 
 
 
Dentro de cada um de nós sempre cabe mais um saberzinho. Antes se 
pensava que tinha uma idade para aprender e depois outra em que a 
pessoa só servia para trabalhar ou para “ter filhos”. Mas hoje a gente sabe 
que aprender pode ser por toda a vida. Eu sempre posso ser alguém melhor 
do que eu já sou. Eu sempre posso aprender com os outros, com os livros, 
com o mundo, e saber melhor o que eu já sei. E eu sempre posso aprender 
o que eu não sei. E muita coisa de tudo isso a gente aprende quando 
aprendeu bem a ler-e-escrever. 
 
 Os professores têm o desafio de instigar os alunos a buscarem o 
conhecimento de forma prazerosa, levando em consideração que o conhecimento 
não é estático, ele evolui e se modifica ao longo do tempo e, por isso, estamos 
sempre aprendendo. Na era digital há uma potencialização das formas de 
aprendizagem, as quais são ainda mais facilitadas, pois, com navegadores de 
pesquisa, é possível aprender a realizar qualquer atividade, desde a receita de um 
bolo até uma pesquisa mais profunda. Portanto, o professor pode trabalhar com 
essas ferramentas em sala de aula, buscando a inovação. Mas, na prática, quais são 
as possibilidades que o professor tem para envolver o aluno nas metodologias 
ativas, com técnicas de aprendizagem colaborativa? 
Sabe-se que esta metodologia de ensino permite atividades em equipe, com 
base na valorização do conhecimento que o aluno traz consigo para sala de aula, 
por meio de um problema real, de conhecimentos compartilhados tanto no grupo 
como de forma individual, na construção da empatia, da solidariedade, do 
desenvolvimento da autonomia do discente. Mas, para isso, professores e 
instituições de ensino têm o desafio de encontrar estratégias para que esse objetivo 
seja alcançado. 
Desse modo, a metodologia pautada na aprendizagem colaborativa, alinhada 
à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), estabelece um ensino por meio de dez 
competências gerais, que são: “conhecimento, pensamento científico, crítico e 
criativo; cultura digital; repertório cultural; comunicação; trabalho e projeto de vida; 
argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; 
responsabilidade e cidadania” (COMPETÊNCIAS NA BNCC, 2020, n.p.). O 
desenvolvimento dessas competências poderá trazer inúmeros benefícios à 
aprendizagem do discente. 
Pode-se dizer que a metodologia atual de ensino utilizada já não se enquadra 
mais na sociedade do conhecimento e nem às expectativas e demandas dos alunos, 
por isso que tornar a aprendizagem colaborativa pode ser uma boa forma de romper 
com o modelo tradicional do ensino e evoluí-lo, assim como as tecnologias. As 
ferramentas que podem ser utilizadas para a implantação da aprendizagem 
colaborativa em sala de aula são: 
 
Chats: podem proporcionar a colaboração entre os alunos em tempo real, 
tornando-se uma parte do ensino e da aprendizagem previsto em sala de aula. 
Nesse ambiente, o professor atuará como o mediador, propondo temáticas para a 
troca de ideias e informaçõese respondendo a dúvidas. Há vários recursos 
disponíveis e que podem ser utilizados pelo professor, o importante é selecionar os 
que permitem a interação em grupos; 
Blogs: há várias opções disponíveis na internet, como, por exemplo, o 
Wordpress e o Blogspot. Essas ferramentas possibilitam que estudantes enviem 
suas atividades, possam comentar e realizar a divulgação de conteúdo; 
 
 
 
 
 
Vídeos: são recursos digitais que podem ser gravados por um aparelho com 
a possibilidade de gravação de vídeos. 
 Pode-se dizer que as pessoas da sociedade do conhecimento compreendem 
que a interação e a colaboração são importantes para a produção de ideias, que seu 
desenvolvimento pessoal e profissional precisa de estudos, capacitações, 
participação em diversos projetos, reflexões, desenvolvimento de habilidades, troca 
de experiências e atuação prática. 
Com relação às metodologias ativas, o professor pode trabalhar com várias 
técnicas e estratégias de aprendizagem, como, por exemplo: 
Gamificação: técnica que consiste em um ensino e aprendizagem baseados em 
jogos, podendo ser virtuais ou não. No mundo virtual, tem-se a plataforma Kahoot, 
que é uma ferramenta que permite a criação de pesquisas, questionários e que pode 
ser utilizada para propor a gamificação de conteúdo. 
Sala de Aula Invertida: técnica que consiste em proporcionar o conhecimento 
prévio ao aluno, ou seja, o professor envia/disponibiliza o conteúdo ao aluno, ele lê, 
formula seus conceitos e, depois, deverá colocá-lo em prática em sala de aula, seja 
de forma presencial ou a distância. 
Aprendizagem Baseada em Problemas: É uma técnica que deriva do termo em 
inglês Problem Based Learning (PBL), no qual os professores propõem atividades 
que estimulam o raciocínio dos alunos por meio de problemas reais que eles 
precisam solucionar. 
 
2.1 Educação a Distância: novas possibilidades 
 
A Educação a Distância está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDBEN) n. 9.394, de 1996, e foi regulamentada, inicialmente, 
por meio do Decreto n. 5.622/2005, que foi revogado pelo Decreto n. 9.057/2017, o 
qual estabelece, em seu art. 1º: 
 
Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade 
educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de 
ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de 
informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de 
acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e 
desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da 
educação que estejam em lugares e tempos diversos. (BRASIL, 2017, n.p.) 
 
Assim, a Educação a Distância tem o seu processo de ensino e aprendizagem 
mediado pelas tecnologias da informação, com metodologias que sejam capazes de 
promover o aprendizado significativo do aluno que está distante fisicamente do 
professor. Esse processo é desafiador, porém cheio de possibilidades para quem 
não pode estar presente diariamente em sala de aula por diversos motivos. A 
comunicação entre professores e alunos nessa modalidade de ensino pode ser tanto 
síncrona, que ocorre em tempo real, ou seja, por contato telefônico, chats, 
mensagens instantâneas, quanto assíncrona, que não ocorre em tempo real, como, 
por exemplo, por meio de Fóruns e e-mails. 
Para que aconteça a interatividade no processo de ensino e aprendizagem na 
modalidade a distância, é necessário que o professor/mediador atue com diversas 
possibilidades de estratégias metodológicas, como estudos de caso, Problem Based 
Learning (PBL), que representa a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), 
utilizando-se das ferramentas de comunicação direta com o aluno, que estão 
 
 
 
 
 
disponíveis nos ambientes virtuais de aprendizagem, como fóruns, chats e 
ferramentas de tutoria on-line. A troca de ideias, sugestões e opiniões proporcionada 
pelo professor tem como resultado a construção de um saber compartilhado, 
colaborativo, no qual “todos” (professores e alunos) são sujeitos ativos na 
construção da aprendizagem, pois quem ensina também tem a oportunidade de 
aprender, e quem está disposto a aprender tem a oportunidade de ensinar. A 
Educação a Distância (EaD) surge e evolui com o intuito de eliminar a distância 
física entre alunos e professores, tendo como principal atrativo a flexibilidade de 
tempo, de lugar e de espaço. 
Como ferramentas utilizadas para o ensino e aprendizagem, na modalidade a 
distância, há uma gama de meios de comunicação, além dos citados anteriormente, 
que poderão ser utilizados, como videoaulas produzidas pelo professor responsável 
pela disciplina, vídeos de canais confiáveis, materiais didáticos específicos para o 
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), no qual se faz necessária uma linguagem 
clara, dialógica e que permita que todos os alunos compreendam o conteúdo e 
sejam capazes de colocá-lo em prática futuramente. Mason (1994), ao tratar sobre 
os estudos de “aprendizagem on-line”, classifica os ambientes virtuais de 
aprendizagem em três tipos: instrucionista, interativo e cooperativo. Vejamos as 
características de cada um. 
 
Ambiente instrucionista - ambiente centrado no conteúdo – que pode ser 
impresso – e no suporte, que são tutorias ou formulários enviados por 
e-mail, normalmente respondidos por outras pessoas (monitores/tutores) e 
não exatamente pelo autor. A interação é mínima e a participação on-line do 
estudante é praticamente individual. 
Ambiente interativo - centrado na interação on-line, na qual a participação 
é essencial para o curso. O objetivo é atender, também, as expectativas dos 
participantes. Nesse ambiente ocorre muita discussão e reflexão. 
Ambiente Cooperativo - ambiente cujos objetivos são o trabalho 
colaborativo e a participação on-line. Existe muita interação entre os 
participantes por meio de comunicação on-line, construção de pesquisas, 
descoberta de novos desafios e soluções. (MASON, 1994, p. 15) 
 
Na Educação 4.0 pode-se acrescentar mais dois conceitos: interatividade e 
colaboração, pois professores e alunos interagem entre eles, trocam ideias, opiniões 
e sugestões, gerando uma aprendizagem colaborativa e significativa, sendo 
formadores de opinião que se expõem, comentando seus pontos de vistas nas redes 
sociais corporativas, através dos blogs pessoais, wikis e comunidades 
organizacionais. Nesse contexto, o professor tem a possibilidade de trabalhar com 
metodologias capazes de apresentar aos alunos o que fazer com as ferramentas 
diante de conflitos, como aprender por meio das redes sociais e a produzir 
conhecimentos, sendo essa a nova característica da Educação 4.0. De acordo com 
Moran (2002): 
 
Hoje, ainda entendemos por aula um espaço e um tempo determinados. 
Mas, esse tempo e esse espaço, cada vez mais, serão flexíveis. O professor 
continuará "dando aula", e enriquecerá esse processo com as 
possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: para receber e 
responder mensagens dos alunos, criar listas de discussão e alimentar 
continuamente os debates e pesquisas com textos, páginas da Internet, até 
mesmo fora do horário específico da aula. Há uma possibilidade cada vez 
mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos e espaços 
diferentes. Assim, tanto professores quanto alunos estarão motivados, 
entendendo "aula" como pesquisa e intercâmbio. Nesse processo, o papel 
 
 
 
 
 
do professor vem sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna um 
supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante aventura 
do conhecimento. (MORAN, 2002, p. 2) 
 
 Diante desse contexto, pode-se dizer que os professores têm o desafio da 
busca pela adaptação da educação nesse modelo de ensino, visto que, no ambiente 
de aprendizagem, o aluno estará envolvido com o seu próprio aprendizado, pois é 
por meio dele que irá superar os desafios lançados pelo professor e construirá seu 
próprio conhecimento. Assim, com o auxílio da interação e da cooperação entre os 
alunos,essa aprendizagem poderá estimular mais a criatividade, proporcionando 
novas descobertas. 
No processo de ensino e aprendizagem na modalidade a distância, o 
professor pode utilizar-se da metodologia chamada de e-learning para viabilizar a 
troca de conhecimento entre ele e seus alunos. Essa metodologia surgiu da 
necessidade das empresas em capacitar e treinar seus funcionários a distância. Ela 
é considerada como uma solução para superar as dificuldades de tempo, de 
deslocamento e de espaço físico para reunir muitas pessoas. 
A Educação a Distância surgiu de uma necessidade de democratização do 
acesso ao Ensino Superior, previsto no Plano Nacional de Educação5 (PNE, 2014-
2024), no qual consta que “[...] é preciso ampliar o conceito da educação a distância 
para incorporar todas as possibilidades propiciadas pelas Tecnologias de 
Comunicação e Informação (TCI) para todos os níveis e modalidades de educação”. 
Assim, a EaD vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade do conhecimento, 
oportunizando a muitas pessoas que não tinham condições financeiras, 
disponibilidade de tempo ou que moram em locais de difícil acesso ao ensino 
(realidade em muitas regiões brasileiras) cursar uma graduação. Esse fator é 
importante, pois, com esse perfil, a educação a distância contribui para o 
desenvolvimento econômico e social das regiões brasileiras. Com um nível de 
escolaridade maior, a chance de melhorar a condição financeira familiar aumenta. 
Outro indicador importante proposto pelo PNE é o 12A, que tem como 
objetivo: “Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% 
(cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população 
de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e 
expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas”. Nesse 
sentido, pode-se dizer que, devido à flexibilidade de tempo que a EaD oferece, ela 
contribui para o cumprimento da meta proposta, pois pessoas que não podem estar 
presentes fisicamente todos os dias em sala de aula poderão realizar o curso do seu 
próprio jeito. 
A EaD (E-learning) é uma tendência em âmbito educacional, empresarial, 
industrial e comercial, sendo uma realidade já vivenciada por muitos, pois, devido à 
flexibilidade de tempo e espaço, ela proporciona a aprendizagem e a formação 
continuada nos diversos setores da sociedade, até mesmo o trabalho com conceito 
estritamente presencial ganha um novo formato, o de trabalho remoto, também 
conhecido como Home Office. 
Além dos termos já apresentados, muitas outros surgem ou surgirão com o 
passar do tempo e da evolução tecnológica na sociedade, assim, outro exemplo que 
 
5 O Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024 foi instituído pela Lei n. 13.005, de 25 de junho de 
2014, estabelecendo diretrizes, metas e estratégias para a política educacional brasileira dos 
próximos dez anos a partir da definição de 20 metas. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm
 
 
 
 
 
pode ser citado é o AVA, o qual, na educação a distância, passa a ser a nova sala 
de aula dos alunos, disponível de forma virtual. Ele apresenta várias ferramentas 
que proporcionam a interação e a construção do conhecimento. Nele, surgem novas 
formas e espaços educacionais que possibilitam uma educação totalmente a 
distância. Destaca-se que no Ambiente Virtual de Aprendizagem a construção do 
conhecimento pelo aluno está pautada no conceito e no modelo educacional do 
construtivismo, no qual os alunos são os protagonistas, responsáveis pela sua 
aprendizagem. 
Segundo Coll (1992, p. 169-170) “[...] o construtivismo é mudança de visão, 
pois ele não considera o conhecimento só pelo prisma do sujeito nem só pelo prisma 
do objeto, mas pela óptica da interação sujeito-objeto”. O construtivismo é uma 
teoria de ensino e conhecimento em que o aluno e o objeto da aprendizagem se 
mantêm conectados entre si em um processo de interação, de forma recíproca, 
dialética e sem realizar um fechamento conclusivo sobre o conhecimento, ou seja, o 
conhecimento não é dado por acabado. O AVA oportuniza a flexibilidade de 
informações na navegação, oferecendo ao aluno a oportunidade de decidir qual o 
caminho que lhe é mais favorável para o momento em que está estudando. 
Existem ambientes virtuais simples, como as páginas de grupo, e complexos, 
como as plataformas virtuais integrais. Há, também, ambientes gratuitos, como 
Google Classroom, TelEduc, Moodle, Aulanet, E-Proinfo, e ambientes pagos, como 
o Eureka e o Blackboard. A aprendizagem no ambiente virtual exige do aluno a 
autonomia, a vontade de aprender, e o professor tem o desafio de motivá-lo, de 
orientá-lo sobre qual caminho deve percorrer para chegar a uma aprendizagem de 
sucesso. Se não houver interação na sala de aula virtual, o professor não terá como 
diagnosticar se o saber foi compreendido ou não. Dessa forma, os alunos não são 
apenas responsáveis por sua conexão, mas devem, também, participar e interagir no 
processo de aprendizagem, enviando mensagens com seu ponto de vista, sendo um 
ativo construtor de sua própria aprendizagem e da aprendizagem de seus colegas. 
O processo de construção do conhecimento é adquirido de forma 
colaborativa, construtiva, por meio do desenvolvimento da aprendizagem em grupo e 
sendo o professor o responsável pelo desenvolvimento do pensamento crítico dos 
alunos, no deixando de ser um observador passivo e tornando-se um agente de 
mudança positiva, capaz de impactar sua vida e seu ambiente. Destaca-se que 
todas as modalidades e níveis educacionais têm a possibilidade de utilizarem-se dos 
recursos tecnológicos para o ensino e a aprendizagem, pois esses recursos e a 
interação que a internet proporciona facilitam e corroboram para uma aprendizagem 
cada vez mais significativa. 
Para Gadotti (apud MORAN, 2007, p. 17), “[...] na era do conhecimento, 
distribuir conhecimento é distribuir renda. Não há desenvolvimento sem inovação 
tecnológica e não há inovação sem pesquisa, sem educação, sem escola”. Com as 
mudanças sociais e tecnológicas, as escolas vêm se adaptando e se renovando 
para a era virtual. O aprender e o ensinar na educação 4.0 estão exigindo maior 
flexibilidade de professores e alunos, além de conteúdos que valorizem a pesquisa, 
a comunicação e a interação, tornando os modelos engessados e fixos obsoletos. 
Para proporcionar ao aluno uma educação “ativa” no processo do aprender, o 
professor será o grande mediador. Em sala de aula, ele poderá ajudar o aluno a 
selecionar e a interpretar as informações recebidas e pesquisadas, por isso ele pode 
despertar no aluno a vontade de aprender, de conhecer e de buscar novos saberes. 
De acordo com Eduardo Chaves (apud MORAN, 2007, p. 34): 
 
 
 
 
 
 
A educação deixa de ser centrada em conteúdos disciplinares 
(conteudocêntrica) e passa a ser centrada no desenvolvimento de 
competências e habilidades. A educação deixa de ser centrada no ensino 
(didatocêntrica) e passa a ser centrada na aprendizagem. A educação deixa 
de ser centrada no professor (magistrocêntrica) e passa a ser centrada no 
aluno. A educação deixa de ser algo passivo para o aluno e passa a ser 
algo no qual ele ativamente participa. 
 
Corroborando com a citação anterior, o professor tem a possibilidade, diante 
deste contexto, de ser um agente transformador da aprendizagem, onde ele tem a 
autonomia de escolher suas metodologias de ensino, de definir estratégias e 
técnicas de aprendizagem centradas no aluno, sendo capaz de aprender e de se 
desenvolver junto com os demais indivíduos do grupo e da sociedade aos quais ele 
está inserido, onde as tecnologias vêm ao encontro desse novo modelo educacional, 
em que o processo educacional está cada vez mais conectado à rede de 
informações. 
O uso de recursos em sala deve ser pensado e organizado pelo professor 
como uma possibilidade de interação entreele, os alunos, os objetos e as 
informações. 
 
Com o uso intensivo desses procedimentos, ainda que a sala seja o espaço 
do encontro físico entre professor e aluno, a aula se expande e incorpora 
novos ambientes e processos, por meio dos quais a interação comunicativa 
e a relação ensino-aprendizagem se fortaleçam. (KENSKI, 2007, p. 90) 
 
Assim, a dinâmica da aula fica muito mais atrativa e criativa, podendo criar 
laços e aproximações bem mais sólidos do que as breves interações nas aulas 
presencias. 
 
2.2 Tecnologia Assistiva: possibilidades para inclusão digital na educação 
 
A Constituição Brasileira de 1988 tem como uma de suas premissas “[...] 
garantir os direitos sociais e individuais das pessoas, inclusive os das pessoas com 
deficiência” e, a partir daí, surgiram várias legislações e normas que visam garantir a 
acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência. 
No ano de 2000, a Lei n. 10.098, de 19 de dezembro, garantiu “[...] a 
promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade 
reduzida”. Essa legislação tinha como intuito romper com barreiras do dia a dia para 
as Pessoas com Deficiência (PCD), fossem elas arquitetônicas, urbanas, na 
comunicação e no transporte. A intenção era assegurar a autonomia desses 
cidadãos e cidadãs. 
Em 2004, foi lançado o Decreto n. 5.296, de 2 de dezembro, reforçando as 
diretrizes estabelecidas na Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, incluindo 
atendimento prioritário, obrigação do desenvolvimento de projetos urbanísticos e 
arquitetônicos acessíveis, e, o principal, garantindo o “[...] acesso à comunicação e à 
informação” para as pessoas com deficiência, destacando as normas técnicas de 
acessibilidade desenvolvidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT) como parâmetros a serem seguidos na construção, adaptação de 
edificações e em construções. 
No ano de 2015, teve-se a aprovação da Lei n. 13.146, de 6 de julho, que 
institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa 
com Deficiência), segundo a qual, em seu art.1°, pretende “[...] assegurar e 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
 
 
 
 
 
promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades 
fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e 
cidadania”. Dessa forma, todos os setores, como comércio, escolas, instituições de 
Ensino Superior, rede bancária, farmácias, hospitais, supermercados, entre outros, 
precisaram adaptar-se às normativas estabelecidas, melhorando sua infraestrutura 
física e de atendimento às pessoas com deficiência. Segundo a referida legislação, 
em seu art. 2º, 
 
Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo 
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em 
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e 
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
(BRASIL, 2015, n.p.) 
 
Assim, a sociedade precisou adaptar-se para promover a acessibilidade às 
pessoas com deficiência em todas as dimensões. De acordo com o art. 3º da Lei n. 
13.146/2015, “[...] para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: I - Acessibilidade: 
possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de 
informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias por pessoa com 
deficiência ou com mobilidade reduzida”. Portanto, as Instituições têm o desafio de 
desenvolver ações que rompam com as barreiras de comunicação e acesso à 
informação, bem como promovam o uso dos recursos tecnológicos. Outra questão 
estabelecida na Lei n. 13.146, de 2015, em seu art. 3º, inciso III, diz respeito à 
tecnologia assistiva, a qual consiste em: 
 
Tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, 
recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem 
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da 
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua 
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (BRASIL, 
2015, n.p.) 
 
A referida legislação tem como objetivo eliminar toda e qualquer barreira que 
impeça a pessoa com deficiência de assumir seu papel na sociedade com 
autonomia, inclusive eliminando barreiras tecnológicas, ou seja, as que dificultam ou 
impedem o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias. Assim, a inclusão 
digital em sala de aula deve ser pensada para os alunos que têm problemas físicos, 
visuais, auditivos e dificuldades em participar plenamente das atividades propostas. 
Com a disponibilização de softwares e programas especiais, os alunos com 
algum problema de visão, audição, comunicação oral, entre outros, pode amenizar 
as dificuldades de interação e diminuir a distância que os separavam de um melhor 
aprendizado, independentemente de suas condições físicas e sociais. Dessa forma, 
para garantir a acessibilidade comunicacional e digital às pessoas com deficiência, 
professores e instituições têm o desafio de desenvolver estratégias e técnicas que 
garantam o acesso e a eliminação de qualquer barreira no ensino e na 
aprendizagem. Na área educacional, a acessibilidade pressupõe medidas que vão 
além da dimensão arquitetônica, abrangendo o campo curricular, o legal, o das 
práticas avaliativas, metodológicas, entre outras. De acordo com a Política Nacional 
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008): 
 
Na educação superior, a educação especial se efetiva por meio de ações 
que promovam o acesso, a permanência e a participação dos alunos. Estas 
ações envolvem o planejamento e a organização de recursos e serviços 
 
 
 
 
 
para a promoção da acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos 
sistemas de informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem 
ser disponibilizados nos processos seletivos e no desenvolvimento de todas 
as atividades que envolvam o ensino, a pesquisa e a extensão. (BRASIL, 
2008, n.p.) 
 
Conforme o exposto, as Instituições têm o desafio de trabalhar em todas as 
dimensões da acessibilidade, desenvolvendo e implementando ações para garantir o 
acesso, a permanência e a participação dos alunos nas atividades acadêmicas e 
pedagógicas, das quais se pode elencar: 
 
• Deficiente Visual: software de ampliação de tela; equipamento para ampliação 
de textos para atendimento a estudante com visão subnormal; lupas, réguas de 
leitura; transcrição para o Braille de materiais de que o discente necessita para 
realizar seu curso; programas de computador como Winvox, Papovox, DosVox, entre 
outros, que permitem que um livro seja transformando em arquivo audível; 
disponibilização de ferramentas tecnológicas de auxílio (softwares) como: Dosvox, 
Jaws, LeaderSpeakek; 
• Deficiente Auditivo: ofertar a disciplina de Libras de forma obrigatória nos cursos 
de Licenciatura; ofertar a disciplina de Libras nos demais cursos como optativa; criar 
setor especializado no atendimento às pessoas com deficiência; possuir tradutores e 
intérpretes da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS em todas as videoaulas, 
seminários, palestras e eventos; elaboração de avaliações com tradução para a 
Língua Brasileira de Sinais – Libras pelo professor intérprete. Destaca-se que as 
avaliações deverão ser gravadas em vídeos pelo professor intérprete e enviadas 
para aplicação no polo; correção especializada das provas escritas dos alunos 
surdos, a qual poderá ser realizada pelo professor intérprete, valorizando o aspecto 
semântico e reconhecendo a singularidade linguística manifestada no aspecto formal 
da Língua Portuguesa; ferramentas de tradução de telas para Libras, como, por 
exemplo, VLibras. 
Essas são algumas das possibilidades que Instituições de Ensino e 
professores podem adotar para garantir a acessibilidade e romper com as barreiras 
comunicacionais, oportunizando o acesso às tecnologias da informação e da 
informaçãopelas pessoas com deficiência. 
 
3. INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS À EDUCAÇÃO 
É inegável que as tecnologias estão cada vez mais presentes na sociedade, 
ganhando espaço em todas as áreas: educacional, industrial, comercial e 
empresarial. Assim, como em todas as áreas, a educação se reinventa e novos 
espaços de aprendizagem surgem, como os ciberespaços (espaço de comunicação 
que engloba diversos sites acessíveis eletronicamente) e as ferramentas que esses 
ambientes oferecem, que podem ser utilizados para o ensino e a aprendizagem. 
Para Lévy (1999, p. 17), o ciberespaço “[...] é o novo meio de comunicação que 
surge da interconexão mundial dos computadores”, ou seja, a terminologia significa 
ir além da infraestrutura da comunicação digital, é um mundo repleto de 
informações, de ideias, de interações. 
O ciberespaço, ainda segundo Lévy (1998, p. 104), refere-se ao "[...] universo 
das redes digitais como lugar de encontros e de aventuras, terreno de conflitos 
mundiais, nova fronteira econômica e cultural". O autor ainda destaca que “[...] o 
 
 
 
 
 
ciberespaço ganhou espaço e popularidade a partir do acesso em massa da 
internet, rompendo paradigmas e potencializando a forma de comunicação de 
divulgação de informações”. 
 Lévy (1999, p. 32) complementa, ainda, afirmando que “[...] o ciberespaço se 
conecta com diversas formas de tecnologia que têm habilidade de criar, gravar, 
comunicar e simular”. Assim, esses espaços têm como característica a proposição 
do saber, da geração de conhecimento, da possibilidade da comunicação em grupo, 
possibilitando a ressignificação dos conceitos já aprendidos. Para Ribas e Ziviani 
(2008, p. 21): 
 
O ciberespaço tem um elemento denominado comunidade virtual, que é 
organizada em torno de uma finalidade compartilhada por um conjunto de 
pessoas que estabelecem vínculos sociais e de pertencimento diferenciados 
dos grupos e equipes tradicionais, principalmente pelo modo que ocorre a 
interatividade; auxiliados por tecnologias, cada integrante contribui, 
agregando algo na produção informacional e subjetiva. 
 
As redes sociais, são exemplos de comunidades virtuais, as quais estão 
organizadas de forma remota, composta por inúmeras pessoas, de diferentes 
regiões e países, conectadas por meio delas, que estão o tempo todo 
compartilhando ideias, sugestões, conhecimentos e saberes. Esse é o movimento 
natural para a sociedade, desde os mais jovens aos mais idosos, que estão 
conectados nessa rede infinita de possibilidades, e a educação 4.0 tem a 
possibilidade de aproveitar o melhor que os ciberespaços propiciam e garantir uma 
transição do conceito tradicional de aprendizagem, ressignificando e criando novas 
estratégias. 
Ao serem membros de uma comunidade virtual, as pessoas partilham 
informações, interpretem os resultados ou os dados apresentados, de forma a 
demonstrar aos outros a sua interpretação ou compreensão sobre o assunto a ser 
trabalhado, e isso faz com que se tenham novas formas de expressão do 
conhecimento, antes tidas apenas por meio dos livros, artigos, enciclopédias etc. Na 
educação 4.0, além dos exemplos citados, tem-se blogs de autores renomados, 
canais em plataformas digitais, webinars e lives6 acontecendo diariamente com 
grandes educadores e pensadores das áreas. Essa gama de instrumentos digitais 
permite ao professor reinventar sua prática metodológica para a aprendizagem 
discente. Porém, poderá encontrar nesse trajeto alguns desafios ou impossibilidades 
de utilização, dos quais pode-se destacar: 
 
• Falta de acesso à internet e a equipamentos para participar da aprendizagem 
por meio dos ciberespaços, da gamificação e de eventos e webinars 
promovidos; 
• O professor não conhecer e não saber trabalhar com esses recursos; 
• Os alunos, ao longo do projeto, podem apresentar dificuldades para 
compreender o roteiro de ensino virtual e não conseguir aprender de forma 
satisfatória. 
 
 
6 Lives – É uma ferramenta do Google (também disponível em outros aplicativos, atualmente) que 
permite a criação de eventos e webinars (videoconferências) ao vivo e com interação da comunidade 
via chat. 
 
 
 
 
 
Esses são alguns dos desafios que o professor enfrentará para desenvolver 
uma nova forma de ensinar e de aprender, situações em que ele precisará ser 
resiliente7 e ressignificar as relações do saber, buscando novas alternativas e 
propiciando uma nova maneira de aprender e de ensinar. Com esses novos 
ambientes de aprendizagem, surge também outro termo, adaptado do mundo 
presencial, que é a cibercultura, ou seja, o saber é flexível, construído por meio de 
hipertextos e pela interatividade, possibilitando o resgate de manifestações culturais 
pelos ambientes virtuais. 
Algo que vem assumindo uma nova postura frente ao uso dos recursos 
tecnológicos, das redes sociais e das informações por meio digital são os modos de 
se expressar, de pensar, de produzir, de ler e de escrever, pois, com o avanço da 
tecnologia, tem-se a adoção de um novo padrão, especialmente de leitura e de 
escrita. 
A leitura e a informação, até o século XX, aconteciam por meio de veículos 
impressos (como jornais ou revistas), os quais traziam notícias e acontecimentos de 
forma periódica (diária, semanal, mensal etc.). Porém, com a criação do rádio e, 
posteriormente, da televisão, tornou-se possível uma atualização mais constante da 
informação. E o mesmo processo aconteceu com a escrita, pois o que era escrito em 
papel com a caneta, passou a ser digitado em um computador. Pode-se destacar 
também que, com a criação do telefone, a escrita de cartas tornou-se obsoleta, pois 
as pessoas passaram a optar pela comunicação via telefone, por esta ser mais 
rápida e fácil. 
Como tudo evolui, os meios de comunicação também passam por 
transformações; depois do telefone, veio o fax, o e-mail, as mensagens de texto pelo 
telefone (SMS), os aplicativos de comunicação, as redes sociais, os canais de 
vídeos, entre outros. Dessa forma, a leitura e a escrita são inerentes a esse contexto 
e estão presentes diariamente na vida em sociedade, pois, enquanto se está 
acessando a rede social, por exemplo, há prática de leitura; quando se comenta um 
status em uma rede social, há produção da escrita. Considerando esse aspecto, o 
professor tem a possibilidade de utilizar esses recursos (redes sociais) para otimizar 
a leitura e a escrita dos seus alunos, criando comunidades/grupos de estudantes 
com atividades propostas para a aprendizagem, oportunizando uma abordagem 
colaborativa e moderna. 
Podemos dizer que a integração das tecnologias ao ensino, planejadas e 
executadas pelos professores de forma coerente e coesa, poderá desenvolver novas 
formas de ensinar e de aprender, pois a escola também precisa dar conta de formar 
um profissional para o mercado de trabalho, então não há como ensinar e formar 
profissionais mantendo o mesmo modelo tradicional de aprendizagem, no qual o 
professor é o detentor do saber, utilizando-se das mesmas técnicas de 
aprendizagem. Tem-se, assim, o desafio de acompanhar essas transformações para 
que elas possam fazer parte do processo de mudanças que norteará o futuro 
comum, na tentativa de formar os alunos para atenderem a um mercado de trabalho 
também chamado de 4.0. 
Moran (2007, p. 36) afirma que “[...] estamos caminhando para um conjunto 
de situações de educação plenamente audiovisuais, com possibilidade de forte 
interação, proporcionando a integração do melhor que conhecemos da televisão 
 
7 O termo resiliência vem do latim e significa “voltar ao seu estado original”, ou seja, compreende-se 
como a habilidade de um indivíduo em retornar ao seu estado de espírito, principalmente após passar 
por alguma situação difícil ou crítica, e continuar em frente. 
 
 
 
 
 
com o melhor da internet”. Com base nas novas formas de aprender e ensinar, e 
corroborando com o autor, enquanto professores, temos a possibilidade de 
aproveitar o melhor que as tecnologias nos oferecem, gerando conhecimentos

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