Buscar

AS-TIC_S-APLICADAS-NO-ENSINO-SUPERIOR-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 INTRODUÇÃO AO USO DAS TICs NO AMBIENTE EDUCACIONAL ........ 4 
2.1 O uso das TICs na educação – pontos positivos e negativos .............. 9 
3 TICs NO ENSINO SUPERIOR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD..... 11 
3.1 Recursos e Ferramentas interativas utilizadas no EAD e ensino 
presencial das IES ................................................................................................. 12 
3.2 QR Codes como ferramenta interativa e facilitadora do processo de 
ensino e aprendizagem.......................................................................................... 16 
3.3 Uso do smartphone como ferramenta pedagógica ............................. 18 
4. AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
(NTIC) .................................................................................................................... 23 
 4.1 História e conceitos ............................................................................ 23 
4 ELEMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A MÍDIA ......................................... 26 
5 a IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS 29 
5.1 Tecnologia, sociedade e educação .................................................... 29 
6 METODOLOGIA DE ENSINO COM USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS 
NO BRASIL ............................................................................................................... 33 
7 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO .................................................................. 35 
7.1 Estratégias de Ensino: Experiência na disciplina Metodologia do Ensino 
Superior com TIC. .................................................................................................. 38 
8 DOCENTE UNIVERSITÁRIO .................................................................... 40 
9 METODOLOGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM NO ENSINO 
SUPERIOR ................................................................................................................ 43 
9.1 Análise das estratégias de ensino na disciplina metodologia do ensino 
superior com TIC ................................................................................................... 44 
10 O DESAFIO DE INTEGRAR TIC À FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE .. 46 
 
2 
 
10.1 Perspectivas Futuras: Ferramentas cognitivas e pensamento 
computacional integrados ao processo de ensino e aprendizagem ...................... 49 
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 53 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 INTRODUÇÃO AO USO DAS TICS NO AMBIENTE EDUCACIONAL 
A evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) transformou 
substancialmente as relações sociais. Estamos cada vez mais usando dispositivos 
eletrônicos na interação e comunicação com outras pessoas e o mundo. O uso das 
tecnologias em diferentes espaços do cotidiano, vem sendo cada vez mais expandido, 
abrangendo todos os segmentos da sociedade, sendo trivial no processo de 
democratização ao acesso de informação. (PASSERO; ENGSTER; DAZZI, 2016). E, 
adequar-se às mudanças impostas pela tecnologia, é essencial a todos os cidadãos 
que dela participam. 
Nesse contexto, um componente importante e de forte respaldo para a prática 
do EAD no Ensino Superior foi a Lei de Diretrizes Básicas da Educação, em seu art. 
80 ¨ O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de 
ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação 
continuada¨. Esta fornece mecanismos de criação e incentivo para o ensino EAD em 
todos os níveis da educação brasileira (SILVA, 2014). 
Desde a década de 70 as potencialidades educacionais do computador vêm 
sendo estudadas e a discussão continua na atualidade através do contínuo 
desenvolvimento das tecnologias (REIS, SANTOS, TAVARES, 2012). O uso do 
computador nas salas de aula do ensino fundamental, por exemplo, é defendido no 
artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o qual preconiza a necessidade 
da compreensão da tecnologia como formação básica do cidadão (BRASIL, 2005). 
Quando os primeiros computadores começaram a ser instalados nas escolas 
de vários países, na década de 1970, começou-se a fazer referência a eles e a seus 
usos como computadores na educação. Acompanhando os computadores, chegaram 
às escolas os periféricos, ou seja, as impressoras, drivers externos, scanners e as 
primeiras câmeras fotográficas digitais. O conjunto composto por todos esses 
equipamentos passou a ser identificado como tecnologia de informação, ou TI. 
Quando a Internet chegou às escolas, junto com computadores em rede, a World Wide 
Web, o e-mail e as ferramentas de busca, uma nova expressão foi cunhada: TICs, as 
iniciais de tecnologias de informação e comunicação, referente à pluralidade de 
tecnologias (equipamentos e funções) que permitem criar, capturar, interpretar, 
armazenar, receber e transmitir informações (Anderson, 2010). 
 
5 
 
Sendo o computador, como um exemplo de tecnologia da informação, tão 
presente na vida das pessoas, é imprescindível que as instituições educacionais se 
adaptem ao seu uso de maneira a incluí-lo como uma ferramenta de ensino. Assim, 
as Instituições de Ensino (IE), no meio dessa explosão tecnológica se vêem 
“obrigadas” a utilizar as TICs para estreitar as relações físicas e virtuais entre os 
educadores e educandos, pois estes (em sua grande maioria) fazem parte de duas 
gerações marcadas pelo avanço tecnológico que surgiram a partir da década de 90 e 
são denominadas gerações y e z (CARDIM, 2009). 
No dizer de Soares (2016), cada vez mais as tecnologias digitais (TDs) tornam-
se parte do cotidiano escolar. O uso dessas tecnologias tem promovido significativas 
mudanças no ambiente educacional, além da construção do conhecimento devido à 
facilidade de acesso às informações disponibilizadas no ciberespaço. As criações 
coletivas em rede e a disponibilização desses saberes podem ser consideradas como 
uma revolução nos processos de aprendizagem. 
As TICs estão revolucionando o mundo, e uma importante característica 
desse processo de convergência digital é a amplitude e o avanço sem 
precedentes que revoluciona cada vez mais a sociedade, em todos os setores 
(SANTOS, 2015, Apud COSTA, 2019). 
Dessa forma, a era da informação trouxe novas perspectivas, desafios e 
possibilidades para a educação, sendo necessário repensar e refletir atentamente 
sobre o conceito de tecnologia para promover mudanças significativas na dinâmica do 
contexto educacional, frente a essa nova tendência, pois, como afirma Demo (2011, 
p. 10), “a alfabetização não acontece mais apenas na escola ou em ambientes 
restritos”. 
Corroborando, Busnello (2014, p. 21), reafirma que: 
A informação encontra-se na ponta dos dedos.Com isso, a tecnologia 
potencializa e transforma a aprendizagem, os processos formativos dizem 
que o professor deve saber utilizá-la para desenvolver atividades em que as 
tecnologias auxiliem na realização de tarefas. Tais tecnologias influenciam e 
modificam os processos escolares e de Gestão Educacional. 
Diante do exposto, enfatiza-se que as TICs surgem com o propósito de romper 
o isolamento tradicional das salas de aula. Para Meirinhos (2015, p. 3 apud Passero; 
Engster; Dazzi, 2016), as redes de aprendizagem digital permitem expandir a 
aprendizagem escolar muito para além dos seus muros. A interação e colaboração a 
 
6 
 
distância é hoje uma realidade e são necessárias novas abordagens pedagógicas 
para poder tirar proveito educativo da comunicação e acesso à informação 
virtualizada. 
Do ponto de vista de Oliveira (2015), as vantagens de se utilizar as tecnologias 
como ferramenta pedagógica são estimular os alunos, dinamizar o conteúdo, e 
fomenta a autonomia e a criatividade. É válido ressaltar que, a função do professor é 
sem dúvidas, ainda, de grande importância na mediação da construção do 
conhecimento, é ele o agente responsável pela formação de cidadãos com 
participação direta no contexto social. Porém, com o avanço tecnológico, faz-se 
necessário, que o docente se adapte ao novo paradigma da educação: a era digital, 
que seja capaz de integrar tecnologia às experiências de aprendizagem dos alunos 
em suas estratégias de ensino, reconhecendo que as TICs potencializam o processo 
de ensino-aprendizagem, promovem a cidadania digital e estabelecem um elo entre o 
aprendiz e os novos modelos de recursos de aprendizagem. 
Para Garcia et al. (2011, p. 80): 
[…] superar o paradigma tradicional ainda hegemônico implica, entretanto, 
(re) pensar o papel e as competências docentes para lidar com as 
necessidades atuais de formação bem como a organização da sala de aula, 
já que sua configuração não é mais a mesma de anos atrás. 
Todavia, reconhece-se que a formação adquirida pelo docente ao logo da 
trajetória da educação, não o leva a lidar com toda essa expansão tecnológica, e 
diante desse cenário de mudanças. Observa-se ainda que os docentes estejam 
incluídos digitalmente, o uso pedagógico dessas ferramentas exige um conhecimento 
específico. Pondera-se, que não basta incorporar as TICs no contexto escolar, faz-se 
necessário planejar e organizar ações para domínio e utilização dessa ferramenta 
inovadora como agente facilitador e estimulador da aprendizagem. 
Frente do exposto, Rojo (2013) afirma que um ensino eficiente precisa propor 
a função de fornecer competências e conhecimentos os quais os discentes carecem 
para atuarem na nova sociedade que sob o aspecto digital vivencia uma cultura 
inovadora e exige do profissional habilidades. 
Do ponto de vista de Góis et al. (2018), com as TICs inseridas cada vez mais 
na educação, estudar os benefícios do seu uso é uma maneira de obter subsídios 
para a criação de cursos preparatórios para professores e consequente melhoria do 
 
7 
 
processo de ensino e aprendizagem. É preciso destacar que as tecnologias e as 
metodologias incorporadas ao saber docente, modificam o papel tradicional do 
professor, tornando-o um facilitador da construção do conhecimento pelo aluno e não 
mais um mero transmissor de informações. 
Behrens esclarece que: 
Num mundo globalizado, que derruba barreiras de tempo e espaço, o acesso 
à tecnologia exige atitude crítica e inovadora, possibilitando o relacionamento 
com a sociedade como um todo. O desafio passa por criar e permitir uma 
nova ação docente na qual professor e alunos participam de um processo 
conjunto para aprender de forma criativa, dinâmica, encorajadora e que tenha 
como essência o diálogo e a descoberta. (BEHRENS, 2000, p. 77) 
Nesta perspectiva, não se pode ser indiferente ao fato de que essas 
ferramentas e o aumento exponencial da informação exigem uma nova organização 
do trabalho pedagógico e, para isso é preciso que os professores conquistem uma 
formação em que se faz necessária a especialização dos saberes. Quando se fala da 
formação docente e a preparação para a utilização das tecnologias em sala de aula, 
os estudos que tratam da formação docente, inicial e continuada, mostram que as 
instituições que se dedicam a esse tipo de formação estão transformando-se e 
incorporando cada vez mais em seus ambientes físicos e nas suas práticas 
pedagógicas os recursos tecnológicos e/ou ferramentas das TICs, tendo em vista que 
os professores deverão estar preparados para utilizar delas em suas práxis. (BEIRA; 
NAKAMOTO, 2016) 
Sabe-se que adquirir as competências digitais necessárias e apropriação das 
tecnologias no contexto escolar, torna-se um desafio a ser superado pelos 
educadores, pois demanda conhecimento, qualificação e formação para que esses 
profissionais possam trabalhar com tecnologias digitais a serviço da aprendizagem 
dos alunos, com qualidade. 
Veloso (2011) discute que para trabalhar com as TICs é necessário se apropriar 
de seus recursos, no entanto enfatiza que a apropriação deva ser de maneira crítica 
e não somente tecnológica, para evitar assim que seu uso não seja somente 
instrumental e acabe tornando-se uma prática tecnicista e que a incorporação de 
tecnologias não significa sua efetiva apropriação, pois a incorporação ainda pode ser 
meramente instrumental. 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
educacional.cpb.com.br 
Nesse contexto, é perceptível os impactos positivos das TICs dentro dos 
ambientes educacionais e que a tecnologia, tornou-se uma grande aliada dos 
professores e estudantes. Ela pode ser aplicada como uma ferramenta de auxílio e 
estímulo de aprendizagem por professores, além disso, colabora também como uma 
ferramenta administrativa para que educadores possam organizar seus trabalhos e 
preparar aulas. Por outro lado, observa-se que muitos docentes enfrentam a 
dificuldade de mediar os estudantes na arte de “aprender a aprender”, "aprender a 
conhecer" e de "aprender a pensar" através do uso das TIC’s (UNESCO, DELORS, 
2009). 
Assim sendo, os professores precisam desenvolver metodologias alternativas 
para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem, onde ele sairá do papel de 
transmissor do conhecimento para o de facilitador da construção do mesmo (REIS, 
SANTOS, TAVARES, (2012 apud G). Neste contexto, é perceptível os impactos 
positivos das TIC’s dentro dos ambientes educacionais e que a tecnologia, tornou-se 
uma grande aliada dos professores e estudantes (ÓIS, 2018). Constata-se que a 
democratização da informação, aliada a inclusão digital, pode se tornar um marco 
dessa civilização. 
Assim, por não ser um processo linear, analisar e compreender o uso e a 
integração das TICs no ensino significa explorar situações de mudança e inovação 
 
9 
 
(Espindola, Struchiner & Giannella, 2010 apud Caliari et al., 2017). Esse processo de 
inovação, sobretudo tecnológica, envolve mudanças sociais, institucionais e 
individuais e impõe uma nova atitude dos agentes envolvidos: instituições de ensino, 
professores e alunos. 
2.1 O uso das TICs na educação – pontos positivos e negativos 
A inserção das TICs na educação pode ser uma importante ferramenta para a 
melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Essas tecnologias podem gerar 
resultados positivos ou negativos, dependendo de como elas sejam utilizadas. 
Entretanto, toda a técnica nova só é utilizada com desenvoltura e naturalidade no fim 
de um longo processo de apropriação. No caso das TICs, esse processo envolve 
claramente duas facetas que seria um erro confundir: a tecnológica e a pedagógica 
(PONTE, 2000 apud LEITE; RIBEIRO, 2012, p. 1). 
Para a inclusão dessas tecnologias na educação, de forma positiva, os autores 
supracitados acima afirmam ser necessária a união de multifatores, dentre os quais, 
pode-se destacar como mais importantes: o domínio do professorsobre as 
tecnologias existentes e sua utilização na prática, e isso passa, necessariamente, por 
uma boa formação acadêmica; que a escola seja dotada de uma boa estrutura física 
e material, que possibilite a utilização dessas tecnologias durante as aulas; que os 
governos invistam em capacitação, para que o professor possa atualizar-se frente às 
mudanças e aos avanços tecnológicos; que o professor se mantenha motivado para 
aprender e inovar em sua prática pedagógica; que os currículos escolares possam 
integrar a utilização das novas tecnologias aos blocos de conteúdo das diversas 
disciplinas; dentre outros (LEITE; RIBEIRO, 2012). 
Conforme abordado, descantam-se alguns dos pontos considerados positivos 
e negativos da inserção das TICs na educação. 
 
Pontos positivos 
 
 As TICs no processo educacional podem enriquecer as aulas, diversificando as 
metodologias de ensino e aprendizagem onde os professores deixam de ser 
mestres e passam a ser facilitadores deste processo, proporcionam agilidade 
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1809227617301169#bib0020
 
10 
 
e eficiência tanto para os professores quanto para os alunos (RIBAS, 2008, 
SOLTOSKI, SOUZA, 2011 apud GÓIS, 2018). 
 A introdução das TIC’s nas salas de aula auxilia no processo de ensino e 
aprendizagem, proporcionando o aluno todo tempo a construir conhecimento, 
uma vez que facilitam o acesso a informações (RIBAS, 2008 apud GÓIS, 2018) 
 A flexibilidade da internet valoriza a importância do auto estudo e aprendizagem 
dirigida, destacando a atuação do professor que na maior parte do tempo 
acompanha, gerencia, supervisiona, avalia o aluno (MORAN, 2009 apud GÓIS, 
2018). 
 O uso do computador no processo de ensino e aprendizagem permite para os 
alunos e professores um espaço amplo de pesquisa, poderoso em recursos, 
comunicação e velocidade (REIS, SANTOS, TAVARES, 2012 apud GÓIS, 
2018). 
 As TICs permitem estreitar as relações entre alunos e professores através da 
utilização de programas que permitem a comunicação a distância como e-mails 
e chats, expandindo o processo de ensino para além da sala de aula servindo 
como meio de troca de materiais, desenvolvimento de trabalhos em conjuntos, 
novos conhecimentos compartilhados, etc. (CARDIM, 2009) (RIBAS, 2008 
apud GÓIS, 2018). 
 
Pontos negativos 
 
 As ferramentas tecnológicas ainda não foram absorvidas de maneira efetiva, 
motivos: despreparo inicial de professores que desconhecem o modo de utilizá-
las e muitas vezes elas acabam não atuando como ferramentas pedagógicas, 
dificuldade de investimento financeiro, limitação de banda em algumas regiões 
do país e possíveis conflitos culturais (ALVES, 2012 apud GÓIS, 2018). 
 Facilidade de divulgação de informações, que muitas vezes são equivocadas 
ou até mesmo erradas, além disso, os alunos podem ser prejudicados por 
materiais retirados de fontes nada confiáveis, duvidosas ou sem nenhuma 
fundamentação teórica. (SOLTOSKI, SOUZA, 2011 apud GÓIS, 2018). 
 
11 
 
 As cópias ou plágios dos conteúdos disponibilizados na internet em trabalhos 
escolares. Nesse ponto de vista, a internet acaba facilitando a vida do aluno, 
prejudicando o seu desenvolvimento intelectual (CRUZ, 2010 apud GÓIS, 
2018). 
 Falta de preparo dos usuários para a utilização das TICs associada à 
precariedade de estrutura para a utilização de tais recursos acaba tornando os 
equipamentos mal utilizados ou até inúteis (SOLTOSKI, SOUZA, 2011 apud 
GÓIS, 2018). 
 Este novo homem precisa ser capaz de resolver problemas, precisa dominar 
as novas TIC e estar em constante busca pelo conhecimento para não ser 
deixado para trás (BUENO, VARELLA, 2010 apud GÓIS, 2018). 
Educar nessa nova sociedade, além de treinar as pessoas para o uso das 
novas TICs, significa investir na criação de cidadãos capazes de tomar decisões 
fundamentais, operar com fluência os meios e ferramentas em seu trabalho e ensinar 
os indivíduos para ‘aprender a aprender', de modo que estes não sejam “atropelados” 
pela contínua e acelerada transformação da tecnologia (TAKAHASHI, 2000 apud 
GÓIS, 2018). 
3 TICs NO ENSINO SUPERIOR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD 
Há anos a educação a distância vem desempenhando um importante papel na 
sociedade. A participação das tecnologias na educação vem permitindo o rompimento 
de barreiras geográficas e sociais, aproximando a coletividade em prol de um mesmo 
objetivo comum: o desenvolvimento de pessoas (JÚNIOR et al., 2020). 
Nesse contexto pedagógico, o processo de ensino-aprendizagem nasce de 
uma necessidade extrema de eliminar a distância e encurtar o tempo, proporcionando 
aos envolvidos, erga omnes, a utilização de uma ferramenta capaz de diminuir as 
enormes discrepâncias sociais e grandes desigualdades educacionais, ainda, 
existentes em nosso meio (HACK, 2011). 
É sabido que o uso da tecnologia na educação, dinamizou e melhorou 
consideravelmente o ensino-aprendizagem, levando-o a nível mais elevado, fazendo 
com que alunos e professores desempenhem suas atividades com prazer ao tempo 
 
12 
 
que possibilita a inserção dos indivíduos ao mundo globalizado. Porém, na atualidade 
o docente tem enfrentado novos desafios no processo de ensino-aprendizagem com 
o avanço da tecnologia frente as práticas educacionais. Dentro desse debate, o autor 
salienta que “o aluno contemporâneo é um dos aspectos que exige do professor novas 
competências que precisam ser contempladas em seu processo de formação inicial e 
continuada”. Tendo em vista, o contexto ao qual o aluno está inserido, diante de 
informações complexas, que exige assim, uma responsabilidade maior de um 
profissional que contribui de forma significativa para a construção do conhecimento 
intelectual (Teles et al. 2018 apud SANTOS, 2020). 
Aceitando essa premissa, afirma-se que o professor nesse cenário de 
mudanças, como agente ativo no processo de ensino-aprendizagem deve estar em 
constante busca das capacidades que a tecnologia dispõe para bem orientar os 
educandos de forma que corresponda aos seus anseios, visto que a expansão 
tecnológica tem levado aos centros de ensino uma nova forma de pensar o ensino e 
aprendizagem (SANTOS, 2021). 
Sendo assim, a que se refere a esses aspectos de formação do professor 
universitário, esta não ocorre apenas em cursos preparatórios, mas também no 
exercício profissional durante sua formação contínua, pois, o uso das TICs nas IES 
tem suma importância no que diz respeito à formação de um cidadão preparado para 
enfrentar a nova sociedade da informação e comunicação que exige um profissional 
competente, antenado com o mundo à sua volta e comprometido com o advento das 
novas tecnologias (ALVES, 2012). 
3.1 Recursos e Ferramentas interativas utilizadas no EAD e ensino presencial 
das IES 
O EAD, por ser uma modalidade de ensino relativamente nova, requer recursos 
tecnológicos que sejam adequados para um processo de ensino e aprendizagem de 
qualidade. As ferramentas interativas surgem para facilitar o processo de ensino-
aprendizagem e estimular a colaboração e interação entre os participantes de um 
curso baseado na web e se fazem necessárias na Educação a Distância, em virtude 
da mesma ser uma modalidade que possibilita a comunicação e abordagens 
educacionais, baseando-se tanto na noção de distância física entre o aluno e o 
 
13 
 
professor como na flexibilidade do tempo e na localização do aluno em qualquer 
espaço (ALMEIDA, 2003). 
Para Moreira (2020), essa modalidade de ensino objetiva levar uma educação 
para todos de modo a oportunizar, inclusive, a realização de atividades práticas por 
meio de dispositivos tecnológicos. 
Os investimentos em sistemas e tecnologias de informação e comunicação 
pelas instituições de ensino superior buscam melhorar o desempenho dos alunos e 
professores e o entendimento sobre a adoção de ferramentas de apoio, 
proporcionados pelas tecnologias, faz-se necessárioao desenvolvimento contínuo do 
processo inovador no ensino superior, tanto na modalidade a distância quanto 
presencial (CALIARI et. al 2017). 
Nesse contexto, destaca-se o uso do “moodle” – Modular Object-Oriented 
Dynamic Learning Environment (ambiente modular de aprendizagem dinâmica 
orientada a objetos) – que é uma plataforma de aprendizagem a distância baseada 
em software livre (ARAGÃO, 2004) (SANTOS, 2009). Tais sistemas de educação via 
Internet podem ser chamados também de Sistemas de Gerenciamento de 
Aprendizagem (SGA) ou Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) (FILHO, 2004). 
Para Seixas et al. (2012), a principal função do AVA é servir de repositório de 
conteúdo e meio de interação/comunicação entre os atores envolvidos no processo 
de ensino-aprendizagem. Estes ambientes possuem diferentes formas de 
apresentação de suas ferramentas, com funções específicas e maneiras de distintas 
de interação com os usuários. Este conjunto de ferramentas pode ser subdividido em 
ferramentas síncronas e assíncronas. 
As ferramentas assíncronas permitem acesso sem que haja necessidade de 
que todos os sujeitos estejam conectados simultaneamente (Seixas et al. 2012). 
Exemplifica-se: 
 E-mail, considerada uma ferramenta importante da Internet e que permite a 
troca de mensagens e compartilhamento de informações; podendo ser acessado 
através de computadores, notebooks, tablets e smartphones. 
 Fórum ou Lista de discussão através de site que reúne recursos que permite 
interação entre usuários, por meio de debates ou simples perguntas e respostas entre 
os participantes, em torno de temas específicos. 
 
14 
 
  Webblogs ou Blogs que é um veículo de publicação digital de postagens em 
ordem cronológica como um diário virtual. 
 Aplicativos de mensagens: Whatsapp, skype, telegrama, que permitem a 
interação entre grupos de pessoas instantaneamente, onde é possível disponibilizar 
materiais e conteúdo dos mais variados formatos digitais, promover discussões, 
aprofundar assuntos dados em aula, além de estimular a autoria dos alunos. 
As ferramentas síncronas necessitam de conexão simultânea de todos os 
envolvidos na execução das atividades. Ocorrem em tempo real (online) (Seixas et al. 
2012). Exemplifica-se: 
 Chat (Sala de bate-papo) permite a comunicação síncrona, entre distintas 
pessoas conectadas em determinado momento; 
  Web conferencias, comunicação, de duas ou mais pessoas, através de envio 
e áudio e vídeo em tempo real; 
  Audioconferências, sistema de transmissão de áudio, recebido 
simultaneamente por um ou mais usuários. Tanto as web conferencias e 
audioconferências acontece através das plataformas digitais, como Google Meet e 
Zoom; 
 Teleconferência, todo tipo de conferência a distância, envolvendo 
transmissão e recepção de tipos de mídia, com sons e imagens, em tempo real. 
No atual cenário da educação, os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), 
destacam-se como uma importante ferramenta alternativa na articulação do processo 
de ensino e aprendizagem. A sala de aula virtual (ou classroom) tornou-se alternativa 
segura para a continuidade das atividades educacionais. Nesse ambiente virtual de 
aprendizagem (AVA), as tele aulas vêm sendo utilizadas talvez “assertivamente”, 
como um importante meio pedagógico para impedir que as atividades educacionais 
parem totalmente (LIMA, 2020). 
Para Paula (2009, p. 15): 
Os AVAs podem ser investigados de acordo com a profundidade e a 
qualidade das informações disponibilizadas. Eles são elaborados para 
atender aos interesses informacionais comuns dos usuários no âmbito do 
processo de ensino-aprendizagem. Esses usuários elaboram informações 
que são componentes essenciais e indissociáveis da aprendizagem: o fazer 
(atividade), a situação (contexto) e a própria cultura dos atores em interação 
com os conteúdos sugeridos. 
 
15 
 
Nessa dinâmica intersubjetiva, necessidades e desafios vêm sendo postos à 
prova com todas as atividades inseridas em meios virtuais através do uso das 
tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) no contexto educacional. 
Para Moreira (2019), novas práticas e concepções surgiram e tudo se 
transformou em um curto espaço de tempo. Esse novo modo de ver o mundo pode 
ser denominado como era da informação digital ou era da comunicação virtual. Sabe-
se que o uso da tecnologia na atualidade é de grande valia na educação, pois essa 
otimiza o processo de ensino-aprendizagem. 
Com a implantação da tecnologia no ambiente escolar, atualmente surgiu outra 
modalidade de aprendizado e acesso à conteúdos, chamado “mobile learning”, uma 
otimização do e-learning, a diferença é que ocorre por meio do uso de aparelhos 
móveis (como smartphones, tablets e notebooks). Ou seja, esta forma inovadora de 
aprender, consiste em utilizar estes recursos como um novo ambiente de troca de 
conhecimentos, fácil, rápido e acessível. Pode-se usar o “mobile learning” em 
qualquer hora e lugar, acessar programas educacionais, assistir vídeos educacionais 
e etc. (STYLIANOUDAKIS; BÔAVENTURA, 2017, p. 3). 
Em consonância com os autores, ressalta-se que o uso de smartphones, 
especialmente, pode auxiliar o aluno na organização da sua vida acadêmica, bem 
como no momento das pesquisas, para desenvolver trabalhos, visto que esse é uma 
ferramenta rápida e completa de comunicação, repasse de informações 
instantaneamente, através de aplicativos (STYLIANOUDAKIS; BÔAVENTURA, 
2017). 
Assim, diante dessa cosmovisão transformadora que estamos vivenciando, 
hoje temos acesso à informação vinda de todos os lugares, é imprescindível o uso 
desta no contexto educacional. Dessa forma, no atual cenário educacional de aulas 
remotas, destaca-se o uso de aplicativos, como por exemplo, os grupos de 
WhatsApp, que possibilitam o repasse de informações em tempo real a inúmeras 
pessoas ou compartilhar através das redes sociais informações que alcançam 
milhares de usuários em poucas horas. 
 
16 
 
3.2 QR Codes como ferramenta interativa e facilitadora do processo de ensino 
e aprendizagem 
Atualmente vivemos em uma era digital, na qual, a particularidade mais notória 
é que quase tudo se relaciona aos avanços tecnológicos, sendo assim, torna-se cada 
vez mais inevitável ignorar o uso de tecnologias no cotidiano. Santomé (2013) ao 
contextualizar as tecnologias na sociedade destaca: 
O mundo dos aparelhos e recursos que esta revolução torna possível, na 
medida em que seu manejo se torna, a cada dia mais simples, e seu custo 
mais acessível, penetra com enorme rapidez em todas as esferas da vida das 
pessoas. À medida que vão aparecendo no mercado novas máquinas, 
dispositivos e programas e com a difusão de seu uso, a maneira de viver seus 
usuários sofre grandes transformações de maneira continuada. Originam-se 
novas formas de acesso à informação, de se relacionar, ver, se comportar, 
aprender, trabalhar, se divertir, pensar e ser. (SANTOMÉ, 2013, p. 16 apud 
Ribas et al. 2017 p. 01). 
A nova estrutura educacional permite a integração entre os diversos atores do 
processo de aprendizagem, contribuindo para a criação e desenvolvimento de novos 
ambientes educacionais que integrem novos espaços do saber. A nova forma de 
educar visa à integralização, em busca de um pensamento complexo, estabelecendo 
conexões entre as diversas áreas do conhecimento por meio de um pensamento 
multidimensional, que provoque a produção individual e coletiva dos alunos e com 
enfoque crítico, reflexivo e transformador (SANTOS, 2016). 
Assim, Ribas et al. (2017), destaca que no universo tecnológico existem 
diversas ferramentas que podem ser exploradas com o intuito de ensinar, como as 
ferramentas do Google, as demais redes sociais, aplicativos e em um contexto mais 
amplo e contemporâneo, surge-se o uso do QR Codes, como transmissor de 
informações de maneira mais rápida e como recurso pedagógico no processo de 
ensino e aprendizagem. 
O autor explicitado,nos esclarece que o QR Codes (QUICK RESPONSE 
CODE) foi criado em 1994, no Japão, pela Denso Wave, uma empresa japonesa 
fabricante mundial de equipamentos automotivos. O objetivo principal era de se criar 
um código, em que fosse rapidamente interpretado por um equipamento de leitura, 
para que assim pudesse catalogar os componentes automotivos produzidos por ela. 
O nome QR (Quick Response) traduzido para o português significa “resposta rápida”, 
 
17 
 
expressa o conceito de desenvolvimento para o código, cujo foco foi colocado na 
leitura de alta velocidade (Ribas et al. 2017). 
No dizer de Boaventura (2017), por permitir armazenar uma informação de 
modo a torná-la pública, o docente através da inserção do QR code em prática diária, 
tem a possibilidade atualizar-se, promovendo ao aluno um ensino mais dinâmico e 
interativo. Na atualidade, existem programas para decodificar um código QR code 
para a grande maioria dos celulares com câmeras. Nestes aparelhos basta abrir o 
programa e apontar a câmera para o código que será decodificado imediatamente. O 
uso de códigos QR, baseado no conceito do Mobile Learning, poderão dar um novo 
enfoque aos processos de ensino e aprendizagem, introduzindo uma nova dinâmica 
que trará motivação para os alunos estudarem. Além disso, o seu uso poderá quebrar 
as barreiras físicas associadas à escola e extrapolar a aquisição de conhecimentos 
para ambientes não formais. 
Nesse contexto, afirma-se que a inserção de dispositivos móveis na prática 
docente em instituições de ensino fará com que o aluno compreenda que o celular 
pode vir a ser mais que um telefone móvel, e que pode ser usado para adquirir e 
distribuir conhecimento (PEREIRA et al., 2012). 
Ressalta-se que há diversas possibilidades de aliar a tecnologia à educação, 
mas é necessário que o professor possua o conhecimento e o domínio do meio 
utilizado, além de criatividade para desenvolver atividades e entretenimentos para os 
alunos. Incorporar as tecnologias móveis no plano de aula pode estimular o interesse 
no conteúdo abordado, fazendo com que o processo de ensino-aprendizagem seja 
algo agradável para o aluno, bem como para o educador. Compreende-se que os 
recursos tecnológicos quando inseridos na prática de ensino despertam o interesse e 
proporcionam o conhecimento (PEREIRA et al., 2012). 
Dessa forma, a possibilidade que o educando possui de estar integrado a 
internet torna-o um ser promíscuo, que segundo Pivato e Oliveira (2014), o docente 
tem o dever de orientá-lo, para que no seu dia a dia o estudante tenha a oportunidade 
de desenvolver capacidades pertinentes ao entendimento social, mediante a 
comunidade digital, fazendo uso dos recursos tecnológicos no campo educacional de 
forma consciente e responsável. 
 
18 
 
Porém, sabe-se que a aceitação digital ainda não é vista com bons olhos pelos 
próprios profissionais da educação, sobre esse assunto afirmam Pivato e Oliveira 
(2014, p. 326-327): 
Atualmente, encontramos nas escolas certa resistência por parte de 
orientadores, diretores, e até de outros professores quanto ao uso do uso de 
tecnologias móveis, como celulares e tablets, a serviço da educação nas 
salas de aula. Diante deste desafio, a comunidade internacional interessou- 
se pelo assunto, de modo que a Organização das Nações Unidas para a 
Educação a Ciência e a Cultura – UNESCO, publicou um guia contendo 
significativas recomendações políticas que visam auxiliar os governos na 
efetivação desses recursos nas salas de aula, enumerando motivos que 
demonstram vantagens de tal uso para a educação. 
Diante do exposto, é perceptível que a aversão ao uso da tecnologia como 
recurso didático, é mais um desafio a ser superado. 
3.3 Uso do smartphone como ferramenta pedagógica 
Do giz ao celular conectado à internet. Desde seu surgimento, em 1973, o 
celular vem se modernizando e atraindo cada vez mais usuários. Essa atração é 
decorrente das inúmeras funcionalidades que podem auxiliar no desenvolvimento de 
atividades cotidianas de lazer, trabalho e estudo. (Soares, 2016) 
A evolução tecnológica do celular tem o seu auge com a chegada dos modelos 
smartphones “telefones inteligentes”. 
Os smartphones trazem o conceito de “celulares inteligentes”. A proposta de 
tornar o celular um equipamento multifuncional vem desde os anos 1980, 
quando, ainda, era utilizado apenas para efetuar chamadas e enviar 
mensagens. A partir dos anos 1990, os aparelhos ganharam novos formatos, 
designers e, mais do que isso, uma nova interface e aplicativos diversos para 
permitir a interatividade entre as pessoas e o equipamento. Hoje, o 
smartphone é mais que um acessório; somaram-se às chamadas e 
mensagens instantâneas as possibilidades de acessar à internet, assistir 
vídeos, ouvir músicas, organizar as tarefas do dia a dia, dentre tantas outras 
atividades (POSSA et al, 2015, p. 13). 
O uso dos smartphones e da tecnologia como ferramentas educacionais está 
previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNs), normas 
essas que são obrigatórias para a educação básica no Brasil, conforme trechos 
recortados abaixo: 
 
19 
 
[...] Art. 28 A utilização qualificada das tecnologias e conteúdos das mídias 
como recurso aliado ao desenvolvimento do currículo contribui para o 
importante papel que tem a escola como ambiente de inclusão digital e de 
utilização crítica das tecnologias da informação e comunicação, requerendo 
o aporte dos sistemas de ensino no que se refere à: I – provisão de recursos 
midiáticos atualizados e em número suficiente para o atendimento aos 
alunos; II – adequada formação do professor e demais profissionais da 
escola. (BRASIL, 2013, p.136) 
Na contemporaneidade os telefones móveis têm feito parte da experiência 
sociocultural dos discentes, assim, faz-se necessário considerar as vantagens de sua 
utilização em sala de aula e benefícios dessa ferramenta na mediação da 
aprendizagem significativa. (Soares, 2016). Para isso a educação precisa trabalhar a 
partir de um viés de inovação através do uso das novas tecnologias, como esclarece 
Brito (2011): 
As novas tecnologias trouxeram grande impacto sobre a Educação 
desenvolvida nos dias atuais, criando diferentes formas de aprendizado, 
disseminação do conhecimento e, especialmente, as novas relações entre 
professor e aluno. Com isso, esse impacto das tecnologias também tem 
provocado mudanças na Educação. (BRITO,2011, p.139 apud Silva et.al 
2021, p.26). 
Nesse sentido, Silva et. al (2021), explana que a educação se vê atualmente 
pressionada pelo sistema social das inovações, pois ela é mediadora da formação 
desses indivíduos que irão construir o futuro da humanidade. Assim, as instituições 
de ensino precisam compreender que os alunos já estão imersos em tecnologia em 
seu cotidiano e o contexto educacional não pode ficar estanque disso, precisam 
acompanhar as transformações que ocorrem dentro da sociedade e afetam também 
o contexto socioeducacional, advindo pela utilização dos celulares pelos alunos. 
(Soares, 2016) 
Tyska (2018), substancia que os smartphones surgiram para revolucionar as 
telecomunicações. Além de permitir o envio e o recebimento de mensagens e efetuar 
e receber chamadas, conta com inúmeras tecnologias em um único aparelho, como 
mp3 player, câmera, filmadora, gravador de voz, sistema de posicionamento global, 
aplicativos para várias finalidades, acesso à internet dentre outras. Todas essas 
possibilidades de uso, de acordo com Terra (2016, p. 29 apud Tyska, 2018 p. 17), 
tornaram o aparelho uma ferramenta completa “de interação e de comunicação do 
novo século, deixando os indivíduos cada vez mais próximos e conectados. E, 
paralelamente, Fonseca (2013 apud Tyska, 2018), afirma que a apropriação do 
 
20 
 
smartphone para o ensino e aprendizagem está estritamente ligada à familiaridade, 
por ser uma tecnologia comum do cotidiano das pessoas, à mobilidade e 
portabilidade,que permite levá-lo para qualquer parte, aos aspectos cognitivos, por 
meio do contato com uma gama de recursos em vários formatos, como texto, som, 
imagem e vídeo e à conectividade, por meio da internet no aparelho, que amplia as 
formas de comunicação e o acesso à informação, atributos apontados como 
potencializadores do Mobile Learning. 
Complementando, Pinheiro e Rodrigues (2012, p.122 apud Soares, 2016), 
potencializa que, “o celular é um instrumento pedagógico poderoso, pois concentra 
várias mídias, contribuindo para o desenvolvimento de competência comunicativa dos 
alunos”. Não obstante, Vivian e Pauly (2012, p.11 apud Sores, 2016), alegam que 
“ensinar através do uso de novas mídias parece ser um desafio que cria novos 
paradigmas em relação à educação e transcende nossas expectativas, motivando o 
docente a ir sempre mais além”. Fica evidente o uso pedagógico do celular e como 
esse aparelho pode ser imaginado e concebido em prol da educação e do avanço da 
ciência. 
Nota-se que desde a chegada e popularização das TICs, principalmente da 
internet e depois com os dispositivos móveis como os smartphones, a postura do 
professor tem sido desafiada constantemente, pois ele deixou de ser a única fonte de 
informação e passou a ter a tecnologia a seu dispor, isto porque o processo de 
evolução na educação segue, cada vez mais nos conectando através das redes. 
(SILVA, 2015 apud Tyska, 2018) 
Assim, Soares (2016, p. 10), reitera que as universidades precisam inserir os 
dispositivos móveis na formação do futuro profissional da educação, para que depois: 
Já inserido no mercado de trabalho, atuando como docente tenha habilidades 
para inserção destes recursos em suas aulas. É preciso também repensar o 
currículo na escola básica, levando em consideração as possibilidades de uso 
dos celulares, que quando usado de forma pedagógica, propicia de maneira 
colaborativa o aprendizado dos alunos. 
Com base nessas premissas, Bonilla (2015 apud Soares 2016), afirma-se ser 
fundamental aos professores compreender as características e potencialidades das 
tecnologias, tendo claro que compreender significa mais do que ser capaz de fazer 
funcionar, significa inseri-las no contexto contemporâneo, penetrar nessa nova 
 
21 
 
linguagem, nessa nova lógica, nesse novo modo de ser, pensar e agir. E que é só 
fazendo essa imersão que os professores terão condições de entender um pouco mais 
seus jovens alunos. 
Porém, Belizário (2013), afirma que segundo alguns educadores, o uso deste 
dispositivo em sala-de-aula tem representado uma grande ameaça, pois, quando não 
solicitado, o smartphone se torna um grande inimigo e vilão no que tange ao trabalho 
pedagógico. Então, o grande desafio tem sido incorporar esse dispositivo, que cabe 
na palma da mão, como uma ferramenta extra nesse processo de ensino-
aprendizagem, combatendo os excessos e, ao mesmo tempo, permitindo aos 
professores, aqueles que não têm o mesmo domínio da maioria de seus alunos 
nascidos na era digital, que se reciclem. É importante que o professor não nascido na 
era digital aprenda a apropriar-se dessa ferramenta, entendendo seu uso, seus 
mecanismos de funcionamento e de interação. É necessário também que o aluno 
perceba que utilizar os smartphones dentro e fora da sala de aula pode ser igualmente 
proveitoso. Cavalcante et al. (2021) 
A autora supracitada, enfatiza que: 
Cabe então aos educadores apropriarem-se dessas ferramentas para delas 
tirar o melhor proveito possível, vindo a dinamizar e otimizar o ensino. É 
impossível negar o mundo de possibilidades que a tecnologia, a internet e os 
smartphones podem trazer aos usuários e, quando bem utilizados seus 
recursos, os resultados muito provavelmente serão proveitosos e benéficos 
ao processo de ensino-aprendizagem. (Cavalcante et al., 2021, p. 05) 
Com o objetivo de defender o uso de dispositivos móveis na educação, 
especialmente o smartphone por ser o mais popular e acessível entre os jovens, a 
Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Tecnologia (UNESCO) 
em 2014 publicou o guia “Diretrizes de políticas para a aprendizagem móvel”. Consta-
se de recomendações para auxiliar governos a implantarem políticas para a 
aprendizagem móvel (Mobile Learning) nas salas de aula, além de elencar os 
principais motivos de seu uso, a saber: permitir a aprendizagem a qualquer hora, em 
qualquer lugar; expandir o alcance e a equidade da educação; fornecer feedback e 
avaliação imediatos; facilitar a aprendizagem individualizada; assegurar o uso 
produtivo do tempo em sala de aula, criar novas comunidades de estudantes; apoiar 
a aprendizagem fora da sala de aula; potencializar a aprendizagem sem solução de 
continuidade; criar uma ponte entre a aprendizagem formal e a não formal; minimizar 
 
22 
 
a interrupção educacional em áreas de conflito ou desastre; auxiliar estudantes com 
deficiências; melhorar a comunicação e a administração e por fim melhorar a relação 
custo-eficiência. (Tyska, 2018). 
Neste guia, menciona-se que o acolhimento da tecnologia nas disciplinas pode 
“permitir a aprendizagem a qualquer hora, em qualquer lugar”, “minimizar a 
interrupção em aulas” e “criar uma ponte entre a educação formal e a não formal”. 
Destaca ainda que as tecnologias móveis, por serem altamente portáteis e 
relativamente baratas, ampliaram enormemente o potencial e a viabilidade da 
aprendizagem personalizada; além de ampliar e enriquecer oportunidades 
educacionais para estudantes em diversos ambientes. (UNESCO, 2013). 
Frente ao exposto, Reinaldo et al. (2016), intensifica: 
As TICs revelam novas e motivantes perspectivas para o ensino e se permite 
migrar do “novo contexto social” para o “tecnológico contexto social”, onde o 
termo novo foi absorvido pelo termo tecnológico e isto é indiscutível. A 
inserção de TICs como recursos pedagógicos permite resgatar alguma 
esperança a muitos professores e alunos insatisfeitos com as aulas e 
ferramentas educacionais tradicionais. (Reinaldo et al. (2016), p.05) 
Conforme destaca (KHATCHADOURIAN, 2019, p. 23 apud CAVALCANTE, 
2021) a junção dos smartphones mais internet, acaba por diminuir as diferenças entre 
as classes sociais no que tange os acessos à educação de qualidade, uma vez que a 
mesma aula pode ser vista em qualquer parte do globo, desde que seja acessada, e 
algumas dessas plataformas ainda permitem comentários e tira-dúvidas, além da 
disponibilização de materiais, vídeos ou mesmo do curso completo. O objetivo é 
permitir ao educador explorar esse espaço em favor da aprendizagem. Para Saboia 
et al. (2013 apud Tyska, 2018), a existência e o uso do smartphone não se evidencia 
somente no momento em que vemos o dispositivo móvel em uso, “mas culturalmente 
nossas ações, relações e nosso vocabulário denunciam que estamos fortemente 
influenciados por esta era digital. Entende-se que os dispositivos móveis, advindos da 
era tecnológica, podem ser usados como alavanca para fazer avançar o progresso 
em direção à Educação para Todos. 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 4. AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTIC) 
 4.1 História e conceitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.lantec.fe.unicamp.br 
Como é sabido o surgimento das tecnologias digitais alterou o contexto 
pedagógico e educacional do Brasil, que passou a ser transformado gradativamente. 
As novas tecnologias abriram novas portas para o ensino no país. As mudanças 
podem ser encontradas em diversas áreas e são capazes de possibilitar também a 
inclusão social, através de materiais adaptados, simuladores, e outros meios que 
visam auxiliar o ensino e o aprendizado às pessoas com deficiências - PCD (JÚNIOR 
E MELO, 2021). 
Segundo Aguiar (2013), os termos “meios de comunicação” e “evolução da 
tecnologia” quando utilizados no contexto do ambiente educacional devem ser 
apresentados como ferramentas fundamentais para a inovação e auxílio para o 
ensino. Não devemos restringira inovação tecnológica somente às transformações 
incorporadas aos equipamentos ou ferramentas, tais como: computadores, celulares, 
 
24 
 
tablete, internet entre outros. A inovação está intrinsicamente relacionada à um 
conjunto de modificações sociais e econômicas. 
Corroborando com o autor, Ferrão (2013) afirma, que a utilização das novas 
tecnologias na Educação é um fato de extremo impacto no contexto educacional do 
país, uma vez que se torna impossível à uma sociedade não se adaptar as novas 
tecnologias e processos. Para Leite (2013) nenhuma sociedade pode excluir por muito 
tempo em suas instituições de formação os importantes componentes de sua cultura 
cotidiana. Ou seja, uma vez que a tecnologia avança e passa a participar diariamente 
na vida da população torna-se essencial que o processo educacional seja reavaliado 
e reestruturado, para que assim, haja uma integração entre a cultura cotidiana da 
sociedade e o processo de aprendizagem nas instituições de ensino. 
Segundo Lima (2015) apud Júnior e Melo (2021), a era da informação teve sua 
origem na busca da automatização pelo homem das tarefas repetitivas. O ábaco, 
instrumento para cálculos usado por volta de 1000 anos a.C. pelos chineses pode ser 
considerado como o parente mais distante do computador. No ambiente educacional 
ao desenvolver projetos cooperativos intensifica-se o uso recursos das novas 
tecnologias o que possibilita também a execução de diferentes projetos através da 
rede. 
 Para tanto, a utilização das novas tecnologias na Educação é um fato de 
extremo impacto no contexto educacional do país, uma vez que se torna impossível à 
uma sociedade não se adaptar as novas tecnologias e processos. Nessa perspectiva, 
Dore; Luscher (2015) denomina o fenômeno como sendo um processo de 
aprendizagem cooperativa e ressalta “os professores aprendem ao mesmo que os 
estudantes e atualizam continuamente tanto os seus saberes “disciplinares” como 
suas competências pedagógicas” 
Martins (2018), enfatiza que a educação contemporânea tem sido marcada pela 
utilização de recursos tecnológicos em sala de aula, que tem contribuído no 
aprendizado e no interesse dos alunos pela escola, no entanto tem exigido melhor 
formação de professores para o uso das mídias, com uma prática pedagógica reflexiva 
e transformadora. 
Com a introdução das tecnologias no espaço educacional, deixa de ser uma 
opção ou desejo vanguardista para uma necessidade real, instituída por um 
mercado educativo e profissional altamente competitivo (BARBOSA, 2007). 
Passando a ter um feito de “reconstrução” nessa atualidade, caracteriza pela 
 
25 
 
presença das TIC’s nos mais diversos contextos, fazendo surgir ambientes 
de ensino aprendizagem circundados pelas tecnologias (ROSA, 2013, Apud 
COSTA ,2019). 
Nesse contexto, é comum no meio acadêmico a preocupação acerca da 
utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC como ferramentas no 
processo de ensino aprendizagem, acarretando grandes debates sobre o uso desta 
ferramenta em sala de aula. De um lado, profissionais defendem a inserção dessas 
tecnologias no processo educacional, outros acreditam que ao utilizarem essas 
tecnologias na sala de aula contribuirão para o comodismo do aluno que deixam de 
desenvolver habilidades de raciocínio, criatividade e autonomia. Desse modo, tem-se 
um desafio aos docentes que deverão buscar conhecimento para a utilização dessas 
tecnologias, pois de certa forma cada vez mais deixa de ser o detentor da transmissão 
do conhecimento (MARTINS, 2018). 
Todavia, é necessário reconhecer que o aluno moderno está em constante 
contato com a informática, subtrai do docente a função de detentor do saber, 
transformando-o em colaborador, parceiro e mediador do conhecimento. O uso dos 
recursos digitais na educação potencializa o conhecimento já adquirido dos alunos, 
por meio do acesso organizado, as ferramentas expandidas de comunicação, 
interação e difusão do conhecimento, os quais são abertas aos discentes dessa nova 
geração, (Garcia et al. 2011). “Este novo universo, traz consigo novas exigências aos 
indivíduos que precisam ser autônomos, criativos e críticos, tendo habilidade para 
obter e selecionar informações e para construir conhecimentos. ” Teles et al. (2018, p. 
58). 
Contudo, Pivato e Oliveira (2014), reforçam, que se faz pertinente que os 
docentes juntamente com a escola estejam prontos para lidar com esta nova 
realidade, e assim, desenvolvam uma educação nos moldes eficazes e que 
correspondam aos anseios da clientela contemporânea. 
Acredita-se que o uso de recursos tecnológicos na sala de aula contribui para 
uma aprendizagem mais significativa e contextualizada, permitindo aos professores 
explorar nova forma de ensinar e aos alunos, nova forma de aprender. Tendo em vista 
que o aluno contemporâneo, exige cada vez mais do docente uma didática moderna, 
voltada para uso de tecnologias, visando a transformação de sua prática pedagógica 
 
26 
 
no processo de ensino e aprendizagem, bem como as concepções dos alunos acerca 
dessas práticas (MARTINS, 2018). 
Assim, em um ambiente educacional no qual as novas tecnologias moldam 
constantemente o aprendizado, a atuação do professor não pode ser apresentada 
como um ditador de conteúdo. É fundamental que a disseminação do conteúdo seja 
realizada de maneira eficaz através dos diversos meios, o que evidencia a 
necessidade de que a atuação e a competência do educador devam deslocar-se 
constantemente para que seja possível promover a aprendizagem e o estímulo do 
pensamento no aluno (JÚNIOR E MELO, 2021 apud FAGUNDES; LUCE; ESPINAR, 
2014). 
Os autores Júnior e Melo (2021), ressaltam que o trabalho pedagógico do 
professor sofre uma drástica alteração, antes era visto como especialista e detentor 
do conhecimento cuja função era somente instruir, agora é apresentado como um 
profissional da aprendizagem capaz de incentivar, orientar e motivar. Isso ocorre 
devido a busca e exploração dos novos ambientes profissionais e virtuais de 
aprendizagem. 
4 ELEMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A MÍDIA 
Nos anos 90, ainda século XX, iniciou-se o processo de popularização do 
computador e da internet, elevando a conexão mundial contemporânea e globalizada, 
surgindo o que também o ciberespaço, que é uma expressão utilizada para um espaço 
além do físico adentrando no mundo virtual de conexão entre pessoas pelas mídias 
digitais (Reis e Leal 2021). 
Ao longo do século XX, especialmente entre os anos 1940 e 1970, o telefone, 
o cinema, o rádio, as revistas e a televisão constituíram-se em um sistema, que o 
desenvolveu-se, transformou-se em aparato de última geração ao integrar outros 
avanços tecnológicos mais recentes como telefones, TV interativa e a internet. Tais 
aparatos foram sendo produzidos e vinculados com a totalidade, estabelecendo uma 
íntima relação com os objetivos da industrialização (BRANDÃO, 2002). 
Desde a década de 1980, enfatizavam que o papel da escola na produção 
social da comunicação emancipatória com as mídias precisava ser estudado e 
 
27 
 
aperfeiçoado. Era preciso “aprender a elaborar e a intervir no processo 
comunicacional que se dá entre professores e alunos com essas mídias, para ajudar 
na realização da cidadania contemporânea”. (Rezende e Fusari 1995, p. 68 apud 
Martins, 2018) 
O avanço tecnológico se colocou presentes em todos os setores da vida social, 
e na educação não poderia ser diferente, pois o impacto desse avanço se efetiva como 
processo social atingindo todas as instituições, invadindo a vida do homem no interior 
de sua casa, na rua onde mora, nas salas de aulas com os alunos, etc. Desta forma, 
os aparelhos tecnológicos dirigem suas atividades e condicionam seu pensar, seu 
agir, seu sentir, seu raciocínio e sua relação com as pessoas. (DORIGONI; SILVA, 
2008, p. 3) 
Assim, segundo Fantim (2011), faz-se necessário refletir sobre o papel que as 
mídiastêm desempenhado na sociedade contemporânea e na formação dos sujeitos. 
Verifica-se que a demanda da sociedade nem sempre é a mesma da escola. Por mais 
que se fale que as atuais gerações de crianças e jovens cresceram com a TV, com o 
vídeo, com o controle remoto, e mais recentemente com computador e Internet, o 
entendimento a respeito das mudanças propiciadas pelas tecnologias de informação 
e comunicação (TIC), pelas mídias digitais e pelas redes sociais está longe de ser 
suficientemente problematizado na escola. 
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) oferecem recursos para 
favorecer e enriquecer as aplicações e os processos, principalmente na área de 
educação. A adoção dos recursos das TICs para a aprendizagem abre novas 
possibilidades para complementar a educação formal. (CARITÁ, PANDOVAN, 
SANCHES, 2011, p.2). 
Com o computador em sala de aula, os alunos podem criar algo e 
compartilhar com o professor e seus colegas de sala. É valido lembrar que 
textos ou imagens criadas por um aluno não precisam ficar expostos apenas 
para seus colegas e professores. Ao usar a rede mundial de computadores o 
mundo todo pode ter acessos aos trabalhos e criações de cada indivíduo 
(VALENTE, 2005, Apud COSTA 2019). 
Essa divulgação on-line de trabalhos poderá ajudar o aluno a desenvolver suas 
habilidades, pois, ao mesmo tempo em que algo é disponibilizado na internet, pode 
receber comentários os quais podem levar ao crescimento cultural e intelectual, ou 
até mesmo crítica construtiva que contribuirá para o aprimoramento no seu trabalho. 
 
28 
 
Caberá ao mesmo considerar o que irá ou não o ajudar em seu desenvolvimento 
(BELLONI, 2001 apud MARTINS, 2018). 
Entretanto, a perspectiva que se abre no campo educacional, indo do livro e do 
quadro de giz à sala de aula informatizada ou on-line, leva o professor a uma 
perplexidade, despertando insegurança frente aos desafios que representa a 
incorporação dos TIC ao cotidiano escolar (DORIGONI; SILVA, 2008). 
Ainda de acordo com os autores supracitados, enquanto o mundo se apresenta 
cada vez mais aberto e com máquinas que lidam com o saber e com o imaginário, a 
escola ainda se estrutura em tempos e espaços pré-determinados, fechada ignorando 
as inovações. Em decorrência da velocidade dos avanços tecnológicos e sua 
interferência no trabalho e na vida de todos, a escola se encontra em crise. A escola 
que tem como ideal preparar as pessoas para vida, para cidadania e para o trabalho, 
deve-se então questionar, sobre qual contexto social se reportar já que este está em 
permanente modificação (DORIGONI; SILVA, 2008). 
Diante dessa realidade, delineiam os desafios da escola sobre esse tema na 
tentativa de responder como ela poderá contribuir para que as crianças e jovens se 
tornem usuários criativos e críticos dessas ferramentas, evitando que se tornem meros 
consumidores compulsivos de representações novas de velhos clichês (BELLONI, 
2001, p.8). 
O que marcará a modernidade educativa será a didática do aprender a 
aprender, ou do saber pensar, englobando, num só toda a necessidade de 
apropriação do conhecimento disponível, e seu manejo criativo e crítico… A 
competência que a escola deve consolidar e sempre renovar é aquela 
fundada na propriedade do conhecimento como instrumento mais eficaz da 
emancipação das pessoas e da sociedade. (DEMO, 1995, p.45, Apud 
MARTINS, 2018). 
Assim, Moura (2015), mostra que é papel da escola atender as demandas e 
necessidades dos alunos, tanto o educador quanto os alunos devem ter 
constantemente autonomia e responsabilidade nesse processo que visa promover o 
lado crítico do aluno, que deve ser estimulado a utilizar constantemente a reflexão 
para atingir níveis mais sofisticados de ideias, ações e conceitos. 
 
29 
 
5 A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS 
5.1 Tecnologia, sociedade e educação 
 
 
 
 
 
 
 
www.itforum365.com.br 
O isolamento social gerado pela pandemia tornou o cenário da educação 
superior ainda mais desafiador. O Ministério da Educação/MEC (2020), considerando 
o art. 9º, incisos II e VII, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 2º do 
Decreto nº 9.235, de 15 de dezembro de 2017, publicou em 18 de março de 2020, a 
portaria de nº 343 em seu artigo 1º, que autoriza a utilização de meios e tecnologias 
digitais para a substituição temporária das aulas presenciais de ensino superior (IES): 
Art. 1º Autorizar, em caráter excepcional, a substituição das disciplinas 
presenciais, em andamento, por aulas que utilizem meios e tecnologias de 
informação e comunicação, nos limites estabelecidos pela legislação em 
vigor, por instituição de educação superior integrante do sistema federal de 
ensino, de que trata o art. 2º do Decreto nº 9.235, de 15 de dezembro de 
2017. 
Por meio do parecer CNE/CP nº 5/2020, determinou-se “a reorganização do 
calendário escolar e da possibilidade de cômputo de atividades não presenciais para 
fins de cumprimento da carga horária mínima anual, em razão da Pandemia da 
COVID-19” (BRASIL, 2020). 
http://www.itforum365.com.br/
 
30 
 
Diante dessa nova realidade, Reis e Leal (2021), afirmam serem grandes os 
impactos na vida de todos. Para retardar a proliferação do novo coronavírus, foi 
necessário o fechamento de todos os estabelecimentos que concentram grandes 
números de pessoas, estando as instituições educacionais inclusas em todos os 
decretos governamentais, sendo desafiadas a reestruturar seus projetos e modelos 
de ensino, passando a utilizar-se de ferramentas digitais, para garantia do processo 
de ensino-aprendizagem. 
Nesse sentido, Cordeiro (2020), destaca que: 
As adaptações ao mundo digital ocorreram nas redes públicas e nas redes 
particulares de ensino, através da utilização de aplicativos de 
videoconferência, redes sociais e até mesmo a adaptação para a modalidade 
de Educação a Distância (EAD) através da criação de ambientes virtuais de 
aprendizagem (AVA). Reaprender a ensinar e reaprender a aprender são os 
desafios em meio ao isolamento social na educação de nosso país. 
(CORDEIRO, 2020 p. 02). 
Porém, Cordeiro (2020) ressalta, que nem todos os educadores brasileiros 
tiveram formação adequada para lidarem com essas novas ferramentas digitais. 
Precisam se reinventar e reaprender novas maneiras de ensinar e de aprender. Não 
obstante, esse tem sido um caminho que apesar de árduo, é essencial realizar na 
atual situação da educação brasileira. 
De acordo com as diretrizes da Base Nacional Curricular – BNCC 
(BRASIL,2017, p 9), faz-se necessário em tempos de pandemia: 
 (...) 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e 
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas 
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e 
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problema se 
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”. 
Assim, para Valente (2018 apud Marques e Marques, 2021), as instituições de 
ensino sejam elas de formação básica ou de ensino superior precisam estar 
antenadas quanto a ressignificação do processo de ensino e da aprendizagem. Isso 
porque os alunos dessa geração não apresentam o mesmo perfil das gerações 
anteriores, pois tem no seu dia a dia a presença dos recursos tecnológicos e, estes 
são preferíveis nos recursos metodológicos e nas práticas pedagógicas de ensino que 
àquelas de procedimentos tradicionais. Além disso, têm no seu processo de pesquisa 
muitas ferramentas de buscas como exemplo: o Google e o Youtube, sites de fácil 
 
31 
 
acesso e sem burocracia, já que podem ser acessados por dispositivos móveis como 
o tablet e o smartphone. 
Nesse cenário, surge uma revolução educacional sobre o quanto a tecnologia 
tem se mostrado eficiente e o quanto as pessoas precisam estar aptas a esse avanço 
tecnológico (Cordeiro, 2020). Não se trata aqui de utilizar as tecnologias a qualquercusto, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de 
civilização que questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidades e 
a cultura dos sistemas educacionais tradicionais e, sobretudo, os papéis de professor 
e de aluno (LÉVY, 2005, p. 172 apud Cordeiro, 2020). 
Das múltiplas funções que a tecnologia tem e seu potencial transformador no 
desenvolvimento social, político e econômico, entende-se que na educação esta 
ferramenta tornou-se revolucionaria por dentro do contexto de familiarização do 
ensino na relação docente-discente e os recursos digitais. Neste sentido, a avaliação 
sobre as garantias das possibilidades do ensino nas instituições de educação superior 
e da educação básica que são de modalidades presenciais tiveram que se adaptarem 
a modalidade remota de ensino e aprendizagem, por vezes apresentará no futuro 
resultados e pontos de vistas com outras perspectivas no período pós-pandemia 
ressignificando também as funções do papel docente e dos estudantes. (CORDEIRO, 
2020). 
Corroborando com o exposto, Cordeiro (2020, p.1) ressalta que: 
O impacto da pandemia na educação, traz à tona a discussão sobre a 
urgência de mecanismos para a implementação da educação a distância em 
nosso país. Sabe-se que a tecnologia é um fator primordial no que diz respeito 
à evolução digital, permitindo experiências proveitosas especificamente no 
âmbito educacional. No entanto, diante do contexto em que o mundo se 
depara, com uma realidade caótica sem precedentes de uma pandemia 
causada pelo COVID-19, que se instalou no mundo, fechando ou alterando 
diversos setores dentre eles o educacional, onde milhares de crianças 
ficaram impedidas de ir à escola. Contudo, as instituições educacionais se 
empenham na busca de novas modalidades de estudo, como o suporte das 
tecnologias digitais. Assim, professores e alunos tiveram que se adaptar às 
aulas a distância e utilizar toda a criatividade para dar continuidade às 
atividades escolares, utilizando para isso a Rede Mundial de Computadores, 
Internet que foi um diferencial neste processo e os diversos recursos 
tecnológicos disponíveis. 
Afirma-se que as transformações no ensino e na aprendizagem impulsionada 
pelas tecnologias educacionais geram no educador fortes pressões para impulsionar 
novos ritmos e percepções, uma vez que, emerge uma nova forma de aprendizagem 
 
32 
 
fomentada pelos recursos digitais. Portanto, para além dos domínios das técnicas de 
ensino, as novas técnicas de ensino exigem do professor maior capacidade, crítica, 
reflexiva e competente frente aos planejamentos de sua aula e relação com sua turma, 
apto para esclarecer os possíveis questionamentos da classe ou de possível discente 
com pouca familiaridade com este recurso. (GARCIA, et al, 2011 apud MARQUES; 
MARQUES, 2021) 
Logo percebe-se que, 
As mudanças do processo de ensino estão evidentemente em cursos onde 
os recursos tecnológicos ano após ano se fazem cada vez mais presentes 
em todas as modalidades do ensino e nas competências do papel docente. 
Por estas tecnologias terem facilidades de superarem limitações e alcançar 
grandes distancias em tempo remoto, tem se tornando no período de 
pandemia da COVID-19 o melhor meio para transmitir as práticas do ensino 
e da aprendizagem realizados a partir das funções cognitivas das instituições 
educacionais e, também garantir o acesso ao conhecimento pelas interações 
remotas entre docente-discente em busca de manter o calendário das 
modalidades de ensino presencial das diversas instituições de ensino em 
regularidade. Além disso, garantir acompanhamento, espaço para sanar 
dúvidas e receber possíveis feedbacks da aprendizagem entre alunos e 
professores por intermédio das plataformas online de ensino. (MARQUES; 
MARQUES, 2021, p. 5) 
Portanto, os domínios docentes referentes às Tecnologias de Informação e 
Comunicação (TIC) devem ser conscientes para que os objetivos no ato de transmitir 
o conhecimento sejam captados pelos estudantes, levando-os a compreender que são 
partes efetivas na incorporação reflexiva da qualidade do ensino crítico oferecido, 
compreendendo que vem rompendo as estruturas do ensino tradicional e ampliando 
novos significados da concepção de ensino, especificamente durante o período de 
pandemia da COVID-19. (MARQUES; MARQUES, 2021) 
Nesta direção, Kenski (2013), enfatiza que: 
Os desafios e as adaptações ao processo de mudanças por conta das 
tecnologias se dão diariamente, ainda mais quando se pensa a tecnologia 
como “o conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplicam 
ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um 
determinado tipo de atividade”. 
Desse modo, para além do uso de ferramentas, já bastante estimulado nas 
escolas, é necessário avançar para o uso da tecnologia no tocante à metodologia que 
se pretende ensinar. Pois, para Rocha (1996 apud Martins, 2017), a aproximação 
direta das tecnologias e a sua utilização no meio educacional vai além da exploração 
 
33 
 
única e simples das ferramentas disponibilizadas, ela é elemento que constitui o 
percurso da ciência moderna, “é uma fusão das atividades intelectuais com a 
experimentação, viabilizada pelo domínio das técnicas e práticas artesanais” e o meio 
escolar é ambiente propício para a referida junção. 
6 METODOLOGIA DE ENSINO COM USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NO 
BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
conservacaodefloraefauna.blogspot.com/ 
 O Brasil deu um grande passo ao acesso à tecnologia, entretanto, quando o 
assunto é inclusão digital ainda é necessário que o acesso à internet seja ampliado 
de modo significativo, para assim termos um canal diferenciado de informação e 
cultura. O acesso à internet ainda é restrito, reflexo das desigualdades no país. De 
acordo com pesquisa realizada em 2006, pelo comitê Gestor da Internet no Brasil 
(CGIBr) em 2006 havia uma imensa maioria da população sem acesso à rede mundial 
de computadores (MOURA, 2015). 
Dessa forma, Tazra (2015) enfatiza que a inclusão digital é extremamente 
necessária para o desenvolvimento cultural e educacional do país, visto que há um 
potencial de liberdade em cada meio de comunicação, entretanto, a internet possui 
 
34 
 
um potencial imenso de liberdade, cujo nenhum sistema de dominação pode conter 
ou calar. 
Na visão de Coletto; Battini e Monteiro (2018), as tecnologias digitais 
proporcionam um novo rumo ao que diz respeito ao ensino educacional atual, pois 
mobilizam os educandos a possuírem uma melhor aquisição de conhecimento durante 
sua formação tanto pessoal como profissional onde ele estiver inserido. Cabe, pois, 
aos professores mediarem as questões surgidas através dos questionamentos, bem 
como reflexões sobre acertos e erros. Com a utilização destes métodos, podemos 
inverter a forma de ensino, buscando identificar o que e como o aluno pode aprender. 
Isso o permite construir a autonomia do discente, já que: 
Os docentes deixam de ser os principais depositários do conhecimento e 
passam a ser consultores metodológicos e animadores de grupos de 
trabalho. Esta estratégia obriga a reformular os objetivos da educação. O 
desenvolvimento de competências-chave [...] substitui a sólida formação 
disciplinar até então visada. (Labarca, 1995 apud Barreto, 2004, p. 14). 
Compreende-se que dessa forma, as TICs apresentam alternativas que podem 
complementar o ensino tradicional, com métodos que tornem o aluno um ser ativo, 
com uma maior capacidade crítica, evidenciando sempre a autonomia dos alunos em 
seus processos de ensino e de aprendizagens, sendo estimulados a pesquisar antes 
do conteúdo ser exposto, levando para sala de aula um conhecimento prévio, 
facilitando o desenvolvimento de atividades mais avançadas em classe. E assim, o 
professor recorre ao aprofundamento do conteúdo, promovendo o diálogo e o debate 
(NOVAES et al., 2021). 
Moran (2013) enfatiza que: 
 [...]. Se queremosque os alunos sejam proativos, precisamos adotar 
metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais 
complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados, com 
apoio de materiais relevantes. Se queremos que sejam criativos, eles 
precisam experimentar inúmeras novas possibilidades de mostrar sua 
iniciativa. (Moran, 2013, p. 01 apud Novaes et al. 2021). 
Assim, Aguiar (2013) mostra que com a velocidade da comunicação, deve 
sempre estar antenado com mudanças, estabelecendo acesso e domínio das novas 
tecnologias, proporcionando maior atenção do aluno, fazendo com que fique mais 
participativo e interessado em compartilhar as informações passadas em sala de aula. 
 
35 
 
Contudo, Moura (2015) relata que não dá para negar as novas tecnologias, pois 
foram mudanças e transformações que ocorreram nas últimas décadas na sociedade 
e que está refletindo na escola, fazendo com que os professores tenham que 
reconstruir o método de aula. 
Porém, Silva (2016 apud Novaes et al. 2021), conceitua que professor e 
aprendizes experimentam a exploração navegando na Internet, mas o ambiente de 
aprendizagem não estimula fazer do hipertexto e da interatividade próprios da mídia 
on-line uma valiosa atitude de inclusão cidadã na cibercultura. Assim, mesmo com a 
internet na escola, a educação pode continuar a ser o que ela sempre foi, distribuição 
de conteúdo empacotados para assimilação e repetição (SILVA, 2016). 
7 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO 
A tecnologia está presente em todos os setores da vida contemporânea. Num 
curto período de tempo ela foi ganhando espaço e hoje é indiscutível a sua importância 
nas mais variadas atividades do cotidiano. Na esfera econômica destaca-se o 
desenvolvimento do comércio internacional, a expansão de empresas multinacionais; 
no âmbito da informação e comunicação, ressalta-se a velocidade com que as notícias 
circulam em rede, sem falar da comunicação em massa. A tecnologia trouxe inúmeras 
mudanças em âmbito mundial, conforme destaca Castells (2016), com 
desdobramentos principalmente na ordem social e impactos não menos importantes 
na esfera da educação. 
 Alguns sociólogos, tais como Ulrich Beck (2010) e Anthony Giddens (2012), 
denominam esse período de modernidade, cuja característica principal é a ruptura 
com os modelos institucionais tradicionais. A educação é um exemplo dessa mudança 
com a chegada da tecnologia, uma vez que possibilita o aprendizado através de 
múltiplos espaços virtuais. 
Não há como se falar em desenvolvimento tecnológico sem mencionar as 
redes. Elas são uma importante categoria por se tratar de um elemento substancial 
para a compreensão da nova era tecnológica que se impõe. As redes são um 
verdadeiro desdobramento desta sociedade da informação, trata-se de “conexões 
entre entidades”. Assim, sejam “redes de computadores, grades de poder e redes 
 
36 
 
sociais, todas funcionam através do princípio simples de que as pessoas, grupos, 
sistemas, nós, podem ser conectados para criar um todo integrado”. (SIEMENS, 2004, 
p. 5). 
A contribuição da compreensão das redes faz-se necessária, uma vez que 
ela instrumentaliza juntamente com a internet a difusão das informações. A 
sociedade da informação é, então, alicerçada pelo fluxo de informações 
intenso, uma nova era que coloca à disposição inúmeras maneiras de 
aprender, ultrapassando o espaço físico dos estabelecimentos de ensino 
formal. (COUTINHO; LISBÔA, 2011, Apud FERNANDES N. A.). 
Assim, a tecnologia encurta distâncias, possibilitando o acesso ao 
conhecimento àqueles que desejam possuí-lo, mas moram longe das instituições de 
ensino que, geralmente, localizam-se nos grandes centros urbanos. Daí a importância 
de falar-se em Ensino a Distância – EAD nesse contexto, proporcionando a 
democratização do ensino e ainda a inclusão social. Trata-se de um novo viés 
educacional que favorece “ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a 
aprendizagem coletiva em rede” (LÉVY, 2010, p. 160), tornando o aluno mais 
autônomo, criativo e flexível em seu processo de aprendizagem. Além disso, o uso 
das Tecnologias da Informação e da Comunicação – TIC também facilita a formação 
contínua do docente, desenvolvendo suas competências para o ensino. 
Nesse aspecto, a escola é desafiada a encontrar maneiras de adequar o ensino 
à nova ordem que se impõe. O aluno precisa desenvolver competências que o façam 
ser capaz de lidar, de maneira crítica, com o volume de informações que chega até si. 
As instituições de ensino contemporâneas não só podem, mas devem incentivar e 
desenvolver nos professores e alunos competências que contribuam para romper com 
o paradigma tradicional da educação. Cabe à escola, segundo Coutinho e Lisboa 
(2011, p. 17), “educar crianças, jovens e adultos de maneira diferente para um mundo 
mutante”. 
Percebe-se, pois, que ao contrário do contexto da prática educativa tradicional, 
o processo de ensino-aprendizagem não ocorre unicamente dentro da sala de aula, 
no âmbito formal, mas em todos os lugares, inclusive nos espaços virtuais. Estes 
podem, inclusive, contribuir para a difusão de informações sobre o patrimônio cultural, 
auxiliando sobre maneira no processo de educação patrimonial que será abordado de 
forma mais consistente no próximo item. 
 
37 
 
O uso de tecnologias, faz-se importante para a democratização do 
conhecimento e inclusão social, uma vez que possibilita fazer esse conhecimento 
chegar às localidades mais remotas do país. Para isso, tanto professor quanto aluno 
devem desenvolver competências que favoreçam a utilização dos meios tecnológicos. 
Nesse sentido, vê-se no uso das tecnologias a possibilidade de proporcionar 
formas de trabalho mais significativas com a educação patrimonial, oportunizando que 
alunos que não moram em cidades históricas, conheçam esse patrimônio a partir das 
TICs, por exemplo. Dessa forma, poderiam ser utilizados vídeos, podcasts, blogs e 
jogos através das redes sociais. Assim, torna-se conhecida a diversidade cultural 
nacional, chamando a atenção para a sua preservação. 
Essa diversidade cultural é contemplada a partir dos PCN’s, devendo, portanto, 
ser abordada transversalmente nas práticas pedagógicas da educação básica. Porém, 
a realidade mostra que em muitos contextos educacionais do Brasil não há essa 
preocupação desde o planejamento das aulas. Às vezes, os próprios professores 
desconhecem aspectos referentes ao patrimônio, o que dificulta o trabalho com essa 
temática. 
 Além disso, a realidade do ensino público, hoje, obsta o emprego de 
tecnologias, posto que para sua utilização faz-se necessário uma infraestrutura 
mínima como, por exemplo, ter disponível uma internet banda larga, wifi, tablets, 
computadores, datashow. Este fato não é observado em muitas escolas públicas 
nacionais. No caso das escolas privadas, onde se detém um maior poder econômico, 
apesar de se observar uma infraestrutura mínima, em muitos casos, a conexão da 
internet não é de qualidade ou os professores não se encontram devidamente 
preparados para o trabalho com as TICs. 
No contexto que ultrapassa a sala de aula, constata-se que os alunos estão 
acessando a internet, em sua maioria, através de smartphones e outros dispositivos 
digitais. Há, inclusive, pesquisas que apontam que os jovens têm aumentado o seu 
acesso à internet e o tempo em que utilizam seus dispositivos digitais e celulares fora 
da escola. Tais pesquisas serviram para constatar a importância de se estar 
conectado e a facilidade com que a população tem tido acesso às mais diversas 
informações. 
 
38 
 
7.1 Estratégias de Ensino: Experiência na disciplina Metodologia do Ensino 
Superior com TIC. 
Na atualidade, o ensino superior e as práticas docentes enfrentam algumas 
mudanças e desafios advindos do uso das Tecnologias Digitais de Informação e 
Comunicação (TDIC) na sociedade. Exige-se então, novas competências docentes e 
surgem

Outros materiais