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OBJETIVO: EXPLANÁ-LO CONTEXTUALIZANDO-O ÀS DIFERENTES ÁREAS DE CONHECIMENTO E, SUPERFICIALMENTE, CORRELACIONANDO-O COM OS PODERES QUE LHES SÃO INDEPENDENTES E HARMÔNICOS À LUZ DA CF/88. BACHARELANDO DIREITO CONSTITUCIONAL TEMA: CRIME DE RESPONSABILIDADE Crime de responsabilidade Configura-se tal crime quando um agente político pratique uma infração político-administrativa que esteja devidamente infringindo o art. 85 da CF/88 ou lei especial nº 1.079/1950. Uma vez que um agente político cometa tal crime, deverá ser submetido ao processo de impeachment. Obs.: Sabe-se que, sob forte influência norte-americana, a constituição de 1891 previu o crime de responsabilidade. Dispositivos legais Constituição Federal de 1988: Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I - a existência da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. Obs.: LEI Nº 1.079, DE 10 DE ABRIL DE 1950 Art. 10. São crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária: 6) ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição legal; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Contratação de operação de crédito: Lei 10.028/2000 altera CP e Lei 1.079/50: Art. 359-A, Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa: OBS.: LEI Nº 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964. Frisa-se que é imprescindível que haja lei especial e nacional disciplinando as hipóteses que configuram tal crime a fim de que não viole o princípio da legalidade “Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege” ( art. 1º do CP e art. 5º - XXXIX da CF/88). Referindo-se ao processo de impeachment da Ex-Presidente Dilma Rousseff (ADPF- 378, Min. Barroso), o STF reafirmou o rito do impeachment do Ex-Presidente Fernando Collor; ressalvando-se particularidades da CF/88 que diferem da CF/46: Na ADPF 378, o STF entendeu que a aplicação subsidiária do Regimento Interno da Câmara dos Deputados e Senado Federal não viola a reserva de lei especial mencionada no art. 85 CF/88 desde que as normas regimentais não contrariem preceitos legais e constitucionais, limitando-se a disciplinar questões internas. Constituição de 1946 Constituição de 1988 CÂMARA DOS DEPUTADOS Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I- Declaração, pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA dos seus membros, da procedência ou improcedência da acusação, contra o Presidente da República. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I- Autorizar, por 2/3 de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente da República. Constituição de 1946 x Constituição de 1988 Procedimentos A acusação poderá ser feita por qualquer cidadão no pleno gozo de seus direitos políticos, a denúncia deverá estar assinalada com firma reconhecida e munida de documentos comprobatórios ou declaração de impossibilidade de apresentá-los, com indicação do local onde possa encontrá-los, além de, se for o caso, um rol de no mínimo cinco testemunhas. Procedimentos Conforme STF, antes da apreciação pelo plenário da Câmara dos Deputados, assegura-se ao Presidente desta Casa a competência para examinar a idoneidade da denúncia que não se reduz à verificação das formalidades extrínsecas e da legitimidade de denunciantes e denunciados, podendo estender à rejeição imediata da acusação, sujeitando ao controle do plenário da Casa mediante recurso. A competência para decidir quando irá apreciar o pedido de impeachment; Sequencialmente conforme STF o poder de indeferir liminar monocraticamente quando julgar a acusação despida de justa causa; Finalmente havendo recurso contra essa decisão, em razão do “poder de agenda” poderá pautá-lo quando bem entender. Procedimentos Admitida a acusação, será constituída uma comissão especial para emissão de parecer e a votação para formação desta e, somente pode se dar por voto aberto. Após o recebimento da denúncia, o presidente será notificado para se manifestar, caso queira, no prazo de dez sessões. . Procedimentos Elaborado e votado o parecer da comissão especial, independentemente do seu conteúdo a denúncia será apreciada pelo Plenário da Câmara, podendo autorizar ou não a instauração do processo de impeachment contra o Presidente. Tal autorização está condicionada ao quórum de 2/3 de seus membros. Após a autorização da instauração, resultará numa Resolução e caberá ao Senado dar continuidade aos trâmites. SIM NÃO ABSTENÇÕES 367 137 7 CÂMARA DOS DEPUTADOS QUÓRUM (DILMA ROUSSEFF). AUSENTES 2 Senado Federal Sabe-se que o procedimento no Senado é trifásico: Juízo de acusação, Juízo de pronúncia e Julgamento: JUÍZO DE ACUSAÇÃO JUÍZO DE PRONÚNCIA JUDICIUM CAUSAE (JULGAMENTO) (Maioria simples e voto aberto) (Maioria simples e voto aberto) (2/3 e voto aberto) SENADO FEDERAL (IMPEACHMENT) Fases do impeachment no Senado JUÍZO DE ACUSAÇÃO Depois de autorizado o processamento pela Câmara, será constituído uma comissão especial no Senado para elaboração de parecer. Independente de seu conteúdo, haverá discussão e votação nominal do parecer, no Plenário da Câmara do Senado Federal. Se o Plenário não admitir a denúncia, o processo será extinto e consequentemente arquivado. Caso a denúncia seja admitida, será passível de deliberação. Eis o momento em que o processo está formalmente instaurado no Senado, passando a ser presidido pelo Presidente do STF e que ocasionará o afastamento do Presidente da República por até 180 dias. Trata-se de suspensão cautelar, automática e temporária. SIM NÃO PRESENTES 55 22 77 SENADO FEDERAL QUÓRUM (DILMA ROUSSEFF). Fases do impeachment no Senado JUÍZO DE PRONÚNCIA Inicia-se a fase em que uma nova comissão é instalada para aprofundar as investigações das acusações. Tal comissão designa um relator, que elabora novo parecer recomendando se o acusado deve ser julgado ou não. Esse parecer é encaminhado ao plenário, que mais uma vez por maioria simples decide se o Presidente será ou não julgado. SIM NÃO PRESENTES 59 21 80 SENADO FEDERAL QUÓRUM (DILMA ROUSSEFF). Fases do impeachment no Senado JULGAMENTO Fase final do julgamento. A sessão do Senado em que o Presidente é julgado por crime de responsabilidade é presidida pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal. Dessa vez, dois terços dos senadores precisam ser a favor do impeachment para que ele seja condenado. SIM NÃO ABSTENÇÕES 61 20 0 PERDA DO CARGO SIM NÃO ABSTENÇÕES 42 36 3 INELEGIBILIDADE E INABILITAÇÃO PARA EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA SENADO FEDERAL QUÓRUM (DILMA ROUSSEFF). Crime de Responsabilidade admite-se controle judicial? Referência Bibliográfica: LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 25. edição. São Paulo: Saraiva, 2021. SILVA, José Afonso, Curso de Direito Constitucional Positivo, Malheiros Editores, 9º edição 4º tiragem, 1994, São Paulo - SP. REALE, Miguel. "Teoria Tridimensional do Direito", 5ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 1994. Versão digitalizada. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988. FICAMOS GRATOS PELA ATENÇÃO DE TODOS! A JUSTIÇA é a força dos mais FRACOS (Joseph Joubert). BACHARELANDO
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