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10/08/2020 – Aula 14 Ciclo Mecânico do Coração (Rodrigo) Circuito pulmonar: transporta o sangue pobre em oxigênio do coração para os pulmões e traz sangue oxigenado de volta ao coração; Circuito sistêmico: conduz o sangue rico em oxigênio do coração para as partes do corpo exceto os pulmões e traz este de volta ao coração. Quando o átrio começa a dilatar, isso por sua vez já excita a musculatura cardíaca e a ativar o coração e consequentemente a contração e o início desse ciclo cardíaco. OBS: o retorno venoso (quantidade de sangue que retorna ao coração – chega no AD) aumenta o Débito Cardíaco (volume de sangue que é ejetado do coração por minuto). O coração direito bombeia sangue diretamente do AD para a artéria pulmonar e vai levar esse sangue para os pulmões e vai gerar a pequena circulação. Quando o sangue sofre o processo de hematose, volta pelas veias pulmonares ao AE e passa para o VE e pela artéria aorta, vai para o corpo. Se tiver uma taquicardia pode elevar as pressões sanguíneas pulmonares e o sangue que vai sofrer hematose pode extravasar dos capilares e pode levar a um edema agudo de pulmão -> parada respiratória O coração é um órgão cuja função está associada à produção de pressão para que o sangue possa chegar à totalidade de células presentes no organismo. O sangue desloca-se de uma zona de maior pressão para uma zona de menor pressão: • se as pressões se igualarem, o sangue para; • • quando a pressão venosa é maior do que a capilar, pode correr refluxo -> começa a caracterizar um choque circulatório. OBS: artéria coronária vai irrigar o coração, o que vai dar início ao ciclo cardíaco. Infarto do miocárdio: geralmente entupimento das coronárias. Válvulas: • Válvula tricúspide do lado direito e válvula mitral do lado esquerdo (atrioventriculares) e as valvas semilunares (aórtica e pulmonar) > importância: impedem o refluxo -> são responsáveis pelo trajeto do sangue; • O refluxo nas valvas (quando não se fecham direito – desgaste): regurgitação, percebido na clínica por um sopro cardíaco (na ausculta); • A existência de quatro válvulas cardíacas assegura o funcionamento do coração e o modo unidirecional como o sangue se desloca; • As válvulas além de determinarem o sentido do fluxo sanguíneo, evita o retrocesso de sangue no sistema; • Abertura e fechamento das válvulas: as valvas tricúspide e bicúspide não permitem que o sangue regresse às aurículas devido à existência de cordas tendíneas ligadas aos músculos papilares situados no interior dos ventrículos; • As válvulas semilunares estão ligadas no ponto em que as artérias pulmonar e aorta deixam os ventrículos; PAREDE DO CORAÇÃO - Endocárdio: camada fina, interna de endotélio; - Miocárdio: camada intermédia de músculo cardíaco; - Epicárdio: membrana externa fina que cobre o coração; -> Pericárdio: membrana dupla com membrana externa rija e fibrosa que ancora o coração; • Fluido pericárdico no interior diminui fricção entre camadas; • Pericardite: inflamação do saco pericardial devido à infecção viral ou bacteriana – fricção dolorosa entre membranas; • Tamponamento cardíaco: acúmulo de sangue no saco pericardial devido à hemorragia – compressão do coração: limita a quantidade de sangue que entra no coração. CÉLULAS MUSCULARES CARDÍACAS - 99% são células musculares contráteis e 1% células cardíacas especializadas do sistema de condução, apresentam uma contração menos eficiente mais com despolarização espontânea. - Todos os cadiomiócitos formam o sincício e estão unidas por discos intercalares; são ramificadas e uninucleadas. - Os discos intercalares contêm desmossomos (conferem resistência mecânica) e junções de hiato (GAP- conexinas permitem a passagem de íons cálcio: propagação de potenciais de ação entre células adjacentes); tecido fibroso não condutor separa células musculares das aurículas das células dos ventrículos. HIPERTROFIA CARDÍACA: aumento de tamanho das fibras musculares cardíacas devido à resistência ao bombeamento ou no bombeamento de maior volume de sangue – cardiopatia hipertrófica. SISTEMA DE CONDUÇÃO CARDÍACO - Células especializadas na iniciação e condução de potenciais de ação, possuem despolarização espontânea e pouca capacidade contrátil. 1) Nó sinusal (AS) e seus ramos direitos e esquerdos e fibras intermodais 2): localiza-se na aurícula direita junto à veia cava superior e os ramos se distribuem pelo átrio esquerdo e direito; 3) Nó auriculo-ventricular (nó AV): localiza-se na base da aurícula direita; 4) Feixe de HIS: com origem no nó AV, entram no septo interventricular, divide-se em dois ramos e percorre as paredes ventriculares; 5) Fibras de Purkinje: fibras terminais que se estendem do feixe de His. POTENCIAL DE AÇÃO-> NÓ SA - Nó sinoatrial (SA): também chamado de nodo sinusal, é de onde partem os impulsos, a cada ciclo, que se distribuem por todo o restante do coração – por isso pode ser considerado o nosso marcapasso natural. • Apresenta uma frequência de descarga rítmica de aproximadamente 70 despolarizações (e repolarizações) a cada minuto; • A cada despolarização forma-se uma onda de impulso que se distribui a partir desse nodo, por toda a massa muscular que forma o SINCÍCIO ATRIAL, provocando a contração do mesmo; • Cerca de 0,04 segundos após a partida do impulso do nodo SA, através de fibras internodais, o impulso chega ao nodo AV. - Como o sistema é um sincício, quando excita uma célula, vai reverberando até excitar as células seguintes, gerando exatamente esse processo de contração conjunta ou rítmica. - Em média o coração bate 70 a 80 batidas por minuto (bpm), em média isso pode aumentar (taquicardia) ou diminuir (bradicardia). Isso tudo começa no nodo SA - > nodo AV -> feixe de His -> fibras cardíacas. DISFUNÇÃO DO NÓDULO SINOATRIAL: • Bradicardia sinusal persistente; • Parada cardíaca sinusal, bloqueio da saída sinoatrial; • Fibrilação atrial crônica e inabilidade do coração em resumir o ritmo sinusal seguido a cardioversão, a fibrilação atrial. PROPAGAÇÃO DO IMPULSO ELÉTRICO - Nó SA -> propagação do impulso pelas aurículas através do tracto interatrial e das junções de hiato -> tracto internodal -> nó AV (único ponto de contato elétrico entre aurículas e ventrículos) -> atraso de 0,1s -> feixe de HIS -> rede de Purkinje -> miocárdio do ventrículo. DOENÇAS QUE AFETAM A ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO • Bloqueio cardíaco completo: condução de impulso bloqueada entre átrios e ventrículos; • Batimento prematuro: excitação de área do coração que despolariza a uma taxa mais rápida que o nó SA -> implante de marcapasso (dispositivo que gera impulsos de forma rítmica); MIOPATIAS - Se houver algum tipo de obstrução dos vasos, quem sofre é a musculatura cardíaca (miocárdio) -> INFARTO DO MIOCÁRDIO: obstrução do fluxo sanguíneo no tecido cardíaco e consequente necrose -> consequências: cicatrização do tecido cardíaco (substituição dos cardiomiócitos por fibrócitos) -> mudança na contratilidade e na condução elétrica -> arritmias. ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO - O cálcio vai entrar pelos canais dependentes de voltagem que vem mediante ao potencial de ação (cálcio sai do retículo sarcoplasmático), por sua vez começa a permitir a formação das pontes transversas e o fenômeno da contração. O relaxamento é quando o cálcio volta para o retículo, quando é eliminado, extraído da célula via os transportadores de cálcio: bomba de cálcio e trocador de cálcio. O ELETROCARDIOGRAMA - Corresponde à atividade elétrica do coração medida na superfície da pele; não é uma medida direta da atividade elétrica do coração. - É uma representação complexa da atividade elétrica e que não pode ser comparado à atividade medidanuma única célula. - Um exame que coloca eletrodos que vão mapear o campo eletromagnético gerado pelas ondas que começa na base do coração e vão reverberando até a parte apical (encontro do ventrículos). - Quando tem uma isquemia, tem uma perturbação das correntes iônicas e isso é percebido na excitação cardíaca que vai causar alteração na forca e pressão e na funcionalidade do coração em bombear sangue para o todo o corpo. - Alterações de frequência: • Taquicardia (>100 bpm); • Bradicardia (<60 bpm). EVENTOS MECÂNICOS: CICLO CARDÍACO - É um ciclo que envolve a sístole (contração), o que leva ao esvaziamento do coração (átrio e ventrículo), esse sangue vai ser ejetado para os vasos adjacentes (no caso, as artérias). A diástole (relaxamento), está relacionado ao processo de enchimento das câmaras cardíacas. Se encher demais, pode dilatar e o coração está fraco e não consegue bombear/esvaziar o que leva a uma cardiomiopatia dilatada. Se o coração ficar vazio (volume mínimo), isso prejudica o débito cardíaco e pode gerar um choque circulatório – ocorre quando o coração está fibrilando. • Sístole: contração/esvaziamento; • Diástole: relaxamento/enchimento. - Nos eventos mecânicos, começa a ter relações de pressão, volume, abertura e fechamento das válvulas que por sua vez vão gerar os sons, que estão relacionadas ao eletrocardiograma, que é o processo de excitação que vai levar a contração do músculo cardíaco. GRÁFICO - Correlaciona o ECG, a pressão sanguínea no endocárdio (dentro das câmaras cardíacas), as bulhas cardíacas (sons de fechamento das válvulas cardíacas) e o volume ventricular (quantidade de sangue nos ventrículos). - ECG: diferentes ondas. - Pressão sanguínea no endocárdio: medida em mmHg. - Bulhas cardíacas: tem uma pausa entre a primeira e segunda bulha – se aparecer outras, pode indicar sopro. - Volume cardíaco: em mL – esse volume está sendo mensurado e tende a aumentar e diminuir. - Sístole atrial: primeira bulha (válvulas atrioventriculares fecham); - Sístole ventricular: ejeção de sangue (diminui o volume ventricular) – abertura das válvulas semilunares; 1) Diástole ventricular: fechamento das válvulas semilunares – no início ouve-se a segunda bolha, as válvulas atrioventriculares abrem, sangue cai nos átrios e vai passando para os ventrículos, o volume ventricular vai aumentando. • Pressão auricular > pressão ventricular; • Válvula AV aberta e válvula aórtica fecha -> volume ventricular aumenta – retorno venoso; • ECG em repouso; • Fenômeno passivo -> depende apenas da pressão. 2) Sístole atrial: no final, vai empurrar para o ventrículo a quantidade de sangue para completá-lo. • ECG: primeira despolarização; • A sístole que ocorre primeiro no ciclo com o referencial da diástole ventricular, é a ATRIAL (para que o sangue entre no ventrículo – termina de encher e os deixa aptos a ejetar sangue); • Ocorre aumento do volume ventricular; • Disparo do nó SA -> contração auricular -> aumento da pressão auricular -> termina o enchimento dos ventrículos -> aumento da pressão ventricular. - Entre a sístole atrial e a ventricular: contração isovolumétrica – volume ventricular continua o mesmo apesar da contração. • As válvulas AV e aórtica estão fechadas; • Aumento muito rápido da pressão ventricular; • P ventricular > P aórtica -> abertura da válvula aórtica; • ECG: cai • Pronto para ejetar o sangue. 3) Sístole Ventricular: ejeta o volume ventricular sistólico diretamente para as artérias, vai contribuir para gerar o débito cardíaco e aumentar a pressão aórtica – Pressão Arterial. • Aumento da pressão aórtica; • Diminuição do volume ventricular; • Volume sistólico final; • Início da repolarização ventricular; • Fechamento da válvula aórtica; • P aórtica > P ventricular; • Segunda bulha: fechamento das válvulas semilunares – impede refluxo por diferença de pressão. 4) Diástole ventricular: relaxamento. • P ventricular > P auricular; • Repouso; • Relaxamento ventricular isovolumétrica -> nesse relaxamento, quando passa, as pressões no seguimento atrial começam literalmente a aumentar e quando ficam maiores, o átrio começa a encher e força a abertura das válvulas semilunares, começa novamente a encher o ventrículo; • P ventricular < P auricular -> abertura da válvula AV. OBS: a aorta é elástica e quando dilata, tende a se estender e por energia potencial elástica, tende a voltar ao normal -> faz pressão no sangue e sustenta a pressão alta no seguimento arterial. RESUMO: O volume ventricular começa a aumentar (encher), os átrios contraem quando tem o disparo do nodo SA, contração dos átrios e o término do enchimento dos ventrículos – aumento sistemático da pressão intraventricular. O disparo leva a contração do ventrículo, fecha as válvulas AV e gera o fenômeno de tensão: contração isovolumétrica, o que aumenta a pressão dentro dos ventrículos que fica tão grande que faz o sangue ser ejetado, porque leva a abertura das valvas semilunares. Aí o sangue segue pela aorta (pressão mais alta) e pelas artérias pulmonares de pressão bem mais baixa e tem o fechamento das válvulas semilunares (segunda bulha) para o sangue não retornar das artérias para o ventrículo. Fechadas as valvas, tem um resíduo ventricular de sangue, o musculo vai estar relaxado. O retorno venoso vai tender a dilatar o átrio e a pressão no átrio vai abrindo as válvulas AV, o que faz o sangue encher de forma rápida e progressiva os ventrículos, e está novamente no ciclo diastólico. Se esses fenômenos forem adiantados -> sístole prematura -> diminui o débito cardíaco. SONS CARDÍACOS OU BULHAS - 1º som: fechamento das válvulas AV. - 2º som: fechamento das válvulas semilunares. FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC): expressada em bpm (batimentos por minuto), representa o número de estimulações elétricas geradas pelo coração a cada minuto. É uma variável regulada através do sistema nervoso autônomo e por via hormonal. VOLUME SISTÓLICO: volume de sangue que a cada sístole é ejetado. Um aumento do volume sistólico promove uma resposta adaptativa do coração que inclui um aumento da contratilidade. • Volume diastólico final: o volume de sangue que se encontra em cada câmara ventricular ao final de uma diástole; • Volume sistólico final: volume de sangue que se encontra em cada câmara ventricular ao final de uma sístole; • Volume sistólico ou débito sistólico: o volume de sangue ejetado por cada câmara ventricular durante uma sístole. DÉBITO CARDÍADO (DC): o volume de sangue ejetado por cada ventrículo a cada MINUTO. OBS: diurético diminui o volume de sangue (diminuir a pré carga cardíaca), usar drogas anti-hipertensivas e vasodilatadoras para diminuir a pós carga porque o coração tem que fazer força para passar no diâmetro das artérias que estão contraídas e também se usa cardiotônicos que vão aumentar a quantidade de cálcio dentro do músculo cardíaco sem aumentar a energia - > tende a compensar a insuficiência cardíaca. REGULAÇÃO DA ATIVIDADE CARDÍACA Controle intrínseco: quantidade de sangue venoso que retorna ao coração – ao receber maior volume de sangue proveniente do retorno venoso, as fibras musculares cardíacas se tornam mais distendidas devido ao maior enchimento de suas câmaras -> isso faz com que, ao se contraírem durante a sístole, o fazem com uma maior força, uma maior força de contração, consequentemente, aumenta o volume ejetado a cada sístole -> aumentando o volume sistólico, também aumenta o DC (DC= VS x FC). → Outra forma de controle intrínseco: ao receber maior volume de sangue do retorno venoso, as fibras cardíacas se tornam mais distendidas devido → ao maior enchimento de suas câmaras, inclusive as fibras de Purkinje-> as fibras de Purkinje, mais distendidas, tornam-se mais excitáveis. A maior excitabilidade das mesmas acaba acarretando uma maior frequência de descarga rítmica na despolarização espontânea de tais fibras -> aumenta a FC -> aumento do DC (DC = VS X FC). • Lei/mecanismo de Frank-Starling (promove a regulação positiva da atividade cardíaca) – estabelece que o coração, dentro de limites fisiológicos, é capaz de ejetar todo o volume de sangue que recebe proveniente do retorno venoso; podemos concluir que o coração pode regular sua atividade a cada momento, seja aumentando o débito cardíaco, seja reduzindo-o, de acordo com a necessidade. • Reflexo que induz uma dilatação cardíaca atrial causada por retorno venoso que leva a excitação do musculo cardíaco e eleva a sua contração e consequentemente eleva a ejeção sistólica e o DC. Controle extrínseco: estimulação simpática (induz taquicardia – fornecem as aurículas, especialmente os nós SA e AV) e parassimpática (bradicardia – a atividade nervosa espalha-se pelos ventrículos) do coração. Os dois ramos do SN autônomo são coordenados primariamente pelo centro de controle cardiovascular localizado no bulbo. Acelerado pelos adrenérgicos e lentificado pelos colinérgicos. OBS: crescimento da musculatura cardíaca – mais forte e grande, mas insuficiente (ocupa mais espaço do que deveria): hipertensão, liberação contínua de adrenalina no sangue, consumo de anabolizantes e esteroides -> causa além da excitação, aumento da musculatura cardíaca -> cardiomiopatia hipertrófica -> irreversível.
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