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EDUARDO SALOMÃO, MAYCK SOARES, MATEUS DUARTE TERAPIA MANUAL NO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DA SÍNDROME DO IMPACTO DO OMBRO Ombro: O ombro é a articulação com a maior capacidade e amplitude de movimento, tendo mais de 180 graus de amplitude em todos os planos. Devido a esta grande mobilidade, a articulação glenoumeral é uma das mais instáveis e frequentemente lesionadas do corpo Devido a sua baixa estabilidade estrutural, uso excessivo, lesões musculoesqueléticas e um fraco ou ausente tratamento preventivo fazem com que essa articulação apresente maior incidência de lesões que levam a busca de tratamento médico e fisioterapêutico Síndrome do Impacto do Ombro (SIO) É uma condição patológica na qual os tecidos moles são impactados/comprimidos dolorosamente na região da articulação do ombro (Garving, 2017) Pode ser causada pelo excesso de movimentos com o ombro em abdução maior do que 90º de amplitude ou por um trauma. É uma denominação geral de algumas lesões no ombro, como por exemplo, as tendinites, as bursites, além de outras. É uma das causas mais comuns de dores no ombro em adultos. Incidência A síndrome do impacto é comum tanto em atletas, jovens como também a pessoas da meia idade. Esportes de arremesso Formato do acrômio Degeneração articular Uso excessivo, principalmente em atividades com elevação das mãos acima da cabeça Principais Causas Compressão de tendões Formação de Osteófitos subacromiais Osteoartrite da articulação coracoacromial Perda funcional do Manguito Rotador por mecânica umeral alterada Instabilidade do ombro e movimentos repetitivos Capsulite adesiva Bursa subacromial grossa Terapia manual Reduzir e eliminar dores musculoesqueléticas Diminuir a tensão muscular Promover benefícios intra-articulares Aumento da flexibilidade dos tecidos Relaxamento Objetivos Fazer uma revisão da literatura acerca da Terapia Manual no tratamento da Síndrome do Impacto do Ombro, verificando a eficácia acerca de três terapias específicas: liberação miofascial, manipulação e mobilização articular Mobilização e Manipulação Em geral são técnicas de terapia manual passiva que exigem habilidade. Podendo ser aplicada a articulações e a tecidos moles com velocidade e amplitude variáveis, usando movimentos fisiológicos ou acessórios com fins terapêuticos Manipulação articular (Thrust) É uma técnica de baixa amplitude e alta velocidade É aplicada com apenas uma repetição Antes da aplicação a articulação é movida até o limite da mobilidade, de forma que os tecidos fiquem levemente tensionados, depois um movimento súbito é aplicado ao tecido que está restringindo a mobilidade. É importante manter pequena a amplitude do movimento súbito, de modo a não danificar outros tecidos e não perder o controle da manobra. É um movimento de alta velocidade e curta amplitude que não pode ser impedido pelo paciente. Liberação miofascial técnica de massagem aplicada em determinadas regiões do corpo, com a função de eliminar os pequenos nódulos de tensão muscular resultante do enrijecimento das fáscias que recobrem os músculos. Liberar as tensões e dores musculares crônicas Liberar o movimento das articulações e melhora a flexibilidade Melhorar a circulação Promover maior mobilidade e amplitude de movimento Metodologia Resultados e Discussão Conclusão Sobre mobilização articular, existem formas de aplicação que comprovam a eficácia dessa técnica. A mobilização da coluna torácica superior combinada com exercícios demonstrou benefícios mesmo após 6 meses de tratamento. A mobilização póstero-lateral também mostrou se mais eficaz que o tratamento placebo. No entanto a mobilização da coluna cervical para o tratamento da SIO, quando adicionado a um protocolo de atendimento já existente não se mostrou mais efetivo. Sobre manipulação torácica, não há evidência que se ela seja benéfica ao tratamento da Síndrome do Impacto do Ombro. Todavia, a técnica de manipulação da 1ª costela mostrou melhora significativa da amplitude de movimento do ombro. Desta maneira, são necessários mais estudos que acompanhem o médio e longo prazo, pois todas as técnicas foram aplicadas apenas uma ou duas vezes, assim como replicações da manipulação da 1ª costela para confirmação da eficácia dessa terapia. Sobre liberação de pontos de gatilhos miofasciais, pôde-se identificar que existe uma colaboração com a diminuição de dor e melhora na funcionalidade dos pacientes acometidos pela Síndrome do Impacto de Ombro - SIO, porém é necessário que mais estudos randomizados e ou de coorte sejam realizados para que assim tenhamos uma confirmação dessa forma de tratamento que visa diminuir dor e gerar funcionalidade para o paciente. Referências BARRA-LÓPEZ, M.e. et al. Efectividad del masaje funcional en el síndrome de impingement subacromial. Fisioterapia, [s.l.], v. 37, n. 2, p.75-82, mar. 2015. BIGLIANI, LU; MORRISON, DS; APRIL, EW. The morphology of the acromion and its relationship to rotator cuff tears. Orthop Trans.10:228. 1986. 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