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A lei de Stefan-Boltzmann Termodinâmica Universidade Federal do Paraná (UFPR) 3 pag. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: hadassa-pierce-4 (piercehadassa@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 29 de abril de 2020 ] 1 Procedimento Experimental Com o objetivo de investigar a lei de Stefan- Boltzmann, foi utilizado um cubo de Leslie que tem superf́ıcies emissoras de radiação térmica diferentes: preta, branca, fosca e metálica. As faces foram aque- cida por uma lâmpada incandescente no interior do cubo e, à medida que aqueciam, emitiam radiação in- fravermelha. A figura 1 evidencia a montagem expe- rimental. Figura 1: Foto da montagem experimental. Temos, à ex- trema esquerda, o volt́ımetro ligado à termopilha utilizado para medir a radiação emitida pela face do cubo de Leslie e um outro volt́ımetro (laranja) para medir a voltagem do termistor dentro do cubo. Para medir a radiação emitida por cada face, foi uti- lizado um detector tipo termopilha que mede, através de um volt́ımetro acoplado, a voltagem VD causada pela radiação incidente menos a radiação que o próprio detector emite. Esse dector mede radiação infraver- melha igualmente desde 0, 5 à 40mm. Além disso, ele tem apoios que, durante as medidas, foram utilizados para manter sempre a mesma distância entre o sensor e a face do cubo. Ademais, as medidas foram tomadas no centro das faces, evitando as bordas, e a abertura do sensor era regulável e só era aberta durante as me- didas (após o cubo entrar em eqúılibrio térmico com a lâmpada em seu interior), evitando a interferência da radiação do ambiente. Ainda, as medidas da radiação emitida foram obti- das em função da temperatura T do cubo. A tempera- tura, por sua vez, foi medida através de um volt́ımetro que determinava a resistência de um termistor dentro do cubo e, em seguida, utilizou-se uma tabela de con- versão de ohms do termistor para graus Célsius aco- plada ao cubo e representada na figura 2. Figura 2: Foto da tabela de conversão da resistência, em ohms, do termistor para graus célsius. Tabela 1: Valores de VD para a face de cor preta em função da temperatura da face e a diferença da tem- peratura do cubo elevada à quarta potência pela tem- peratura ambiente elevada à quarta potência V PretoD (V ) T (K) T 4 − T 4amb(K 4) 1,920 311,15 2187344542 2,645 317,15 2931497200 3,480 323,15 10904773290 4,300 329,15 11737495471 5,250 335,15 12617023005 6,162 341,15 13545077756 7,111 347,15 14523412695 8,055 353,15 15553811894 8,891 359,15 16638090532 Também, foi medida a temperatura ambiente Tamb = 18 oC e a área do sensor do detector tipo ter- mopilhaA = 1, 320×10−4m2. E, então, a temperatura do cubo foi variada de 38 à 86oC de 6 em 6oC e, para cada face do cubo, foi anotado o seu respectivo valor de VD. Por fim, os dados coletados estão presentes na ta- bela 1 e 2. A tabela 1 tem os valores de VD para a face de cor preta em função da temperatura do cubo e, além disso, tendo em vista a Lei de Stefan-Boltzmann, tem também a diferença da temperatura do cubo ele- vada à quarta potência pela temperatura ambiente ele- vada à quarta potência. A tabela 2, por sua vez, tem os valores de VD em função da temperatura para as faces branca, fosca e polida. 1 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: hadassa-pierce-4 (piercehadassa@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Tabela 2: Valores de VD para a face branca, fosca e polida em função da temperatura. V BrancoD (V ) V Fosco D (V ) V Polida D (V ) T (K) 1,970 0,756 0,210 311,15 2,634 1,090 0,260 317,15 3,530 1,470 0,400 323,15 4,390 1,800 0,510 329,15 5,281 2,156 0,620 335,15 6,283 2,521 0,748 341,15 7,163 2,853 0,813 347,15 8,123 3,131 0,851 353,15 9,051 3,512 0,943 359,15 2 Análise dos Dados Tendo em vista que a Lei de Stefan-Boltzmann se da por [1] VD = ǫσA(T 4 − T 4amb) (1) na qual ǫ é a emissividade do material, σ é a cons- tante de Stefan-Boltzmann, A é a área do sensor do dectector tipo termopilha, T é a temperatura do corpo e Tamb é a temperatura do ambiente. Nas figuras 3 e 4 estão representados, respectivamente, os gráficos do potencial VD em função de T 4 1 −T 4amb para as faces do cubo preta e branca. V D ( V ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 T4 - Tamb 4 (K4) 2e+09 3e+09 4e+09 5e+09 6e+09 7e+09 8e+09 9e+09 1e+10 Figura 3: Gráfico do potencial VD para a face preta em função da temperatura T . Para ambos os gráficos, figuras 3 e 4, foram ajus- tadas retas e os coeficientes ângulares α e lineares β foram os mesmos: α = (9, 7 ± 0, 1)10−11 V K4 e β = (−0, 14± 0, 08)V . V D ( V ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 T4 - Tamb 4 (K4) 2e+09 3e+09 4e+09 5e+09 6e+09 7e+09 8e+09 9e+09 1e+10 Figura 4: Gráfico do potencial VD para a face branca em função da temperatura T . Segundo a equação 1, o coeficiente angular de VD em função de T 4 1 − T 4amb é dado por α = ǫσA (2) que, rearranjando, fica σ = α ǫA (3) Agora, supondo o valor de ǫ = 1, emissividade máxima, temos que a constante de Stefan-Boltzmann é σ = 9, 7 1× 1, 320× 10−4 = 7, 39× 10−8 W m2K4 (4) que, quando comparada com o valor nominal, gera um erro de ∆σ = 7, 39× 10−8 − 5, 67× 10−8 5, 67× 10−8 × 100 = 30% (5) V D ( V ) 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 T4 - Tamb 4 (K4) 2e+09 3e+09 4e+09 5e+09 6e+09 7e+09 8e+09 9e+09 1e+10 Figura 5: Gráfico do potencial VD para a face fosca em função da temperatura T . O gráfico 5 e 6 representam, respectivamente, o po- tencial VD em função de T 4 1 − T 4amb para as faces do cubo fosca e polida. A tabela 3 evidência os valores dos coeficientes angulares α e lineares β para as retas ajustadas desses gráficos. Tabela 3: Valores dos coeficientes angulares α e linea- res β para as retas ajustadas dos gráficos do potencial VD em função de T 4 1 −T 4amb para as faces fosca e polida do cubo. Face α(10−11 V K4 ) β(V ) Fosca 3, 7± 0, 1 0, 03± 0, 06 Polida 10, 50± 0, 7 0, 01± 0, 04 V D ( V ) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 T4 - Tamb 4 (K4) 2e+09 3e+09 4e+09 5e+09 6e+09 7e+09 8e+09 9e+09 1e+10 Figura 6: Gráfico do potencial VD para a face polida em função da temperatura T . Rearranjando, novamente, a equação 3 chega-se à ǫ = α σA (6) Portanto, substituindo os dados de coeficiente an- gular da tabela 3 é posśıvel calcular o valor da emis- sividade para a face fosca e polida que ficam ǫfosca = 0, 54 (7) 2 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: hadassa-pierce-4 (piercehadassa@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark e ǫpolida = 0, 14 (8) 3 Conclusão Esse experimento teve como objetivo investigar a lei de Stefan-Boltzmann através de um aparato experi- mentando utilizando-se de um cubo de Leslie. Através dos dados obtidos, foi posśıvel obter as emissividades para as faces fosca e polida do cubo e a constante de Stefan-Boltzmann com um erro de 30%, atribui-se esse erro à dificuldade em medir o diâmetro do sensor para calcular a área e a suposição de emissividade máxima. Apesar disso, verifica-se a Lei de Stefan-Boltzman e, por conseguinte, a dependência da radiação térmica com a potência quarta da temperatura do corpo. Referências [1] F́ısica Quântica. Átomos, Moléculas, Sólidos, Núcleos e Part́ıculas, Robert Eisberg, Robert Resnick. Editora Campus, 1979, 3 ed. [2] Sobre a Lei de Rayleigh-Jeans, Bassalo, José. Revista Brasileira de Ensino de F́ısica, 1994. 3 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: hadassa-pierce-4 (piercehadassa@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Procedimento Experimental Análise dos Dados Conclusão
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