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AD1 - História do Brasil IV

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AD1 – PRIMEIRA AVALIAÇÃO A DISTÂNCIA – 2021.1
Disciplina: História do Brasil IV
Aluno: Daniel Ferreira Marques dos Santos
Matrícula: 16116090135
Pólo: Miguel Pereira
						Resenha Crítica
GOMES, Angela de Castro. “Estado Novo: ambiguidades e heranças do autoritarismo no Brasil”. IN: GOMES, Ângela. Brechó: estudos de história política e historiografia. Curitiba: Editora `Prismas, 2018.
A autora e historiadora Angela de Castro Gomes em sua contribuição em relação ao estudo do Estado Novo - para a obra Brechó de 2018 - se propõe a analisar o autoritarismo do Estado Novo e corrigir o que chama de “ideias equivocadas” que ainda rondam a historiografia brasileira do período, escolhendo três destas para desenvolvimento e as explicando, a saber, na visão da mesma: a estabilidade do Estado Novo, a compactação pós Revolução de 30 até 1945 em uma espécie de história linear e finalmente e finalmente que o regime foi comandado sob a luz de uma única orientação política, repressiva e ideológica.
Começando o artigo logo abordando a primeira de suas críticas - a estabilidade e coesão – coloca o início do Estado Novo em 1937 como o desfecho de uma luta interna pelo poder e projetos distintos que começou logo entre vitoriosos da Revolução de 30 e colocando Getúlio Vargas como somente um entre os demais, ressaltando que a situação só mudaria com a chefia do mesmo no governo provisório, GOMES (2012) inclusive coloca as eleições indiretas de 1934 como prova disso, quando Getúlio disputava votos com Góes Monteiro e Borges de Medeiros.
Citando ainda a Revolução Paulista de 32, Intentona Comunista de 1935 e o fracassado golpe dos Integralistas em 1938 como provas que o regime passou longe da estabilidade - no que concordamos inteiramente, especialmente em referência aos três últimos movimentos citados – a autora, voltando à figura centralizadora de Vargas e sua importância, afirma que somente após o Estado Novo é que Vargas se consolidaria como figura sem contestação no regime e também idealizada e massivamente propagandeada a nosso ver, e a esse respeito concorda SANTOS (2007). quando cita Francisco Campos e sua visão do “líder”: 
O ideário campista guardaria lugar de destaque ao "mito” 
mobilizador das massas - papel desempenhado pelo Chefe de Estado - e aos meios de comunicação não só na mobilização dessas massas, mas na importante tarefa de controlar e arrefecer seus ímpetos irracionais, próprios das grandes coletividades. A idéia de que o mandatário da nação gozava de legitimidade não apenas como o chefe do povo, mas como seu representante legítimo, produto de suas aspirações, impregnava discursos e textos oficiais, constando até mesmo de publicações destinadas ao público infantil. Na cartilha intitulada Catecismo cívico do Brasil Novo, o papel de Vargas era justificado pelo apelo ao chamado "princípio da autoridade" (SANTOS, 2007, pg.9).
	
	A autora então aproveita para engatar outra de suas críticas: a que o período entre 1930 e 1945 não foi linear e vai mais a fundo afirmando que mesmo no Estado Novo houve um período entre 1937 e 1941 e outro se iniciando em 1942 até sua queda – mais brando, buscando se afastar do autoritarismo e buscando novos alicerces junto aos trabalhadores para legitimação - atribuindo tal mudança a conjunturas internacionais e nacionais, notadamente a Segunda Guerra Mundial e junto as elites liberais brasileiras, o que nos parece certo, bastando observar - só para citar um exemplo referente a esse novo “pacto social” varguista – o ensinado por CAPELATO (1999):
O uso dos meios de comunicação tinha como objetivo legitimar o Estado Novo e conquistar o apoio dos trabalhadores à política varguista. Essa meta se esclarece na justificativa do ministro do Trabalho, Alexandre Marcondes Filho, referente ao rádio. É importante notar que sua fala data de 1942, ou seja, anos depois do golpe de 1937. (...) Nos primeiros anos do Estado Novo, a preocupação de contato mais direto com as massas não era marcante. O caráter autoritário da mudança de regime, realizada através de um golpe, permite entender essa postura. Ela se modificou posteriormente, sem, no entanto diminuir a importância e a intensidade da propaganda posta em prática no nazi-fascismo. (CAPELATO, 1999, pg. 163)
Sobre essa equivocada sensação de linearidade do período, como se 1937 fosse uma extensão de 1930 – ou vice-versa - no que repetimos nos parece correta, achamos importante destacar a escrita de LENHARO (1986) sobre a criação do Estado Novo:
O fato nasceu mesmo pronto, acabado, no ato mesmo de sua fundação. O Estado Novo se apresenta como o único sujeito histórico adequado ao país para aquele momento e, ao mesmo tempo, o corredor da sua linha de evolução histórica. Daí a utilização do fato mítico da Revolução de 1930, da qual 37 se apresentará como revolução acabada e da qual tomará de empréstimo sua origem mítica de fundação (LENHARO,1986, pg.14) 
 Versando sobre a terceira dos erros da historiografia ao tratar do Estado Novo, como já citado acima, a autora identifica nessa segunda fase do mesmo uma mudança de orientação política, fazendo de modo analítico de forma a juntar a seu ver – e no que concordamos - que o Estado Novo não teve somente uma única diretriz política, justamente pelo fato de ter mudado sua postura perante a sociedade e ao mundo em 1942, e o defendido por ela que o período do Estado Novo não foi linear, em um brilhante exercício argumentativo.
Com base nos argumentos pela obra de Angela de Castro Gomes no tocante ao Estado Novo e sua nuances, achamos o texto coerente com a proposta apresentada - até certo ponto didático demais ao apresentar acontecimentos históricos e seus desdobramentos em minúcias para contextualizar e explicar seus argumentos – não que isso o desabone, ao contrário, preocupa-se em se fazer entender por completo.
Tem como ponto alto a originalidade do tema levantado e a facilidade de escrever da autora torna seu texto leve e corrido, ao mesmo tempo, em que informa de maneira correta a nosso ver o seu ponto de vista histórico.
Bibliografia:
CAPELATO, Maria Helena Rolim. Propaganda política e controles dos meios de comunicação In: PANDOLFI, Dulce (org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1999, p. 167-178. 
GOMES, Angela de Castro. Estado Novo: ambiguidades e heranças do autoritarismo no Brasil. IN: GOMES, Ângela. Brechó: estudos de história política e historiografia. Curitiba: Editores Prismas, 2018.
LENHARO, Alcir. Sacralização da política. Campinas: Papirus, 1986.
PICCOLO, M; CORRÊA, M. L. História do Brasil IV - Vol.1. Rio de Janeiro: Cederj, 2012.
SANTOS, M. A. C. dos. Francisco Campos: um ideólogo para o Estado Novo. Locus: Revista de História. V. 13, n. 2. p. 31-48, 2007.

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