Buscar

Redacoes ufpr

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 134 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 134 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 134 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
2 
 
 
3 
 
PROVA 2002 
TEXTO DE CONVENCIMENTO 
 
REDAÇÃO 
Segundo o Mapa da Violência 3, da UNESCO, publicado este ano, na faixa que vai de 15 a 24 
anos, em 2000, morreram 6.414 jovens em decorrência de acidentes de transporte no Brasil 
− o que representa 21,8% do total de mortes pela mesma causa naquele ano. De acordo com 
dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), de 1999, nas colisões fatais em São 
Paulo, 40% dos mortos estavam na faixa etária de 16 a 25 anos. “A maior incidência de 
acidentes com pessoas dessa faixa etária ocorre das 18h de sexta-feira até domingo de manhã, 
sendo o pico na virada de sábado para domingo”, diz José Borges de Carvalho Filho, 
superintendente do Centro de Treinamento e Educação de Trânsito da CET. 
Agora veja os dados gerais da cidade de São Paulo: 
 
(Adaptado de: Folha de S. Paulo, Folhateen, 07 out. 2002.) 
Com base nas informações acima, elabore um texto de até 10 linhas em que você prove a 
necessidade de mudança desse quadro. 
RESUMO 
 
Elabore um resumo de até 10 linhas do texto abaixo. 
É tudo mentira 
Há três anos, quando decidiu escrever um livro questionando os dados que sustentam as 
causas ecológicas, o estatístico dinamarquês Bjørn Lomborg mal poderia imaginar a fúria que 
seu trabalho iria despertar entre os ambientalistas. Best-seller na Europa e nos Estados Unidos, 
seu livro O ambientalista cético (inédito no Brasil) defende que, tanto do ponto de vista 
ambiental quanto do social, o planeta nunca esteve tão bem – e que a tendência é só melhorar. 
Computando análises estatísticas de governos, da ONU e de outros institutos de pesquisa, 
Lomborg afirma que a humanidade não precisa se alarmar com o efeito estufa, os buracos na 
camada de ozônio, a chuva ácida ou o desmatamento da Amazônia – para citar apenas 
algumas das causas dos ecologistas. Ele acredita que os governos e a iniciativa privada já 
estão agindo para corrigir os estragos cometidos contra a natureza e acusa de apocalípticos e 
 
4 
 
inconsistentes os que discordam da sua análise. Eis algumas declarações polêmicas de 
Lomborg: 
“No caso de países emergentes, garantir as necessidades básicas da população – produzir 
bastante comida – pode ser mais importante do que o meio ambiente. É verdade que o número 
de famintos vem caindo no mundo, mas ainda precisa cair mais. De acordo com a ONU, em 
2010 ainda haverá 680 milhões de famintos no planeta. E, além de tirar as pessoas da pobreza, 
é preciso garantir saúde e educação. Apenas quando você não tem que se preocupar em 
conseguir sua próxima refeição é que pode começar a se preocupar com o ambiente. Se 
quisermos que uma floresta permaneça intocada, essa será uma grande vantagem para muitos 
animais, mas uma oportunidade perdida para plantar comida.” 
*** 
“O que deve nortear as decisões que afetam o meio ambiente são os direitos dos seres 
humanos, e não dos animais. As pessoas debatem e participam dos processos decisórios, 
enquanto pingüins e pinheiros não. Logo, o nível de proteção que essas espécies receberão 
vai depender das pessoas que falam em nome delas. E como algumas pessoas vão valorizar 
mais algumas plantas e animais, esses não podem receber direitos especiais em detrimento 
do direito de outros seres humanos. Isso pode parecer egoísta da parte do homem, mas é 
importante notar que essa visão antropocêntrica não consiste automaticamente em 
negligenciar ou eliminar outras formas de vida. Os homens são tão dependentes de outros 
seres vivos que muitas espécies terão o seu bem-estar garantido.” 
*** 
“Se eu pudesse escolher o melhor ambiente para viver, teria nascido agora mesmo ou um 
pouco mais no futuro. As pessoas se imaginam vivendo num ambiente intocável na pré-
história, mas esquecem que a média de vida por lá era de apenas 20 anos. A luta por comida 
era dura e, muitas vezes, a natureza era nossa inimiga. Somente hoje, quando contamos com 
a tecnologia para viver, em média, 67 anos, podemos nos preocupar com a preservação. Ao 
mesmo tempo, somos 6,2 bilhões de pessoas no planeta marchando para 9 bilhões em 2050, 
o que, certamente, causará problemas. Contudo, acredito que a vida poderá ser melhor.” 
(Adaptado de: Superinteressante, jul. 2002.) 
ANOTAÇÕES 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
 
5 
 
INFORME PUBLICITÁRIO 
 
 
 
O mecânico José Pereira, proprietário da oficina da foto acima, decidiu fazer uma reforma de 
seu estabelecimento, que, além dos serviços já anunciados na pintura da parede, passará a 
fazer também consertos de caminhões. A divulgação dos serviços prestados passará a ser feita 
através de um texto publicado no jornal local, melhorando com isso a imagem da oficina. 
Escreva um texto de até 10 linhas para a divulgação dos serviços prestados pela 
oficina mecânica, que deve incluir não só os já anunciados na parede mas também 
a notícia da reforma e da nova atividade. O texto, para ser publicado no jornal, 
deve ser redigido segundo as normas do português padrão escrito. 
ANÁLISE LITERÁRIA 
 
Leia o trecho abaixo, extraído do capítulo “Troca de Opiniões”, do romance Esaú e 
Jacó, escrito por Machado de Assis. 
Senão quando, viu Natividade os primeiros sinais de uma troca de inclinação, que mais 
parecia propósito que efeito natural. Entretanto, era naturalíssimo. Paulo entrou a fazer 
oposição ao governo, ao passo que Pedro moderava o tom e o sentido, e acabava aceitando 
o regime republicano, objeto de tantas desavenças. 
Num texto de no máximo dez linhas, explique por que o narrador tem razão ao 
dizer que essa mudança não é algo proposital, mas sim natural, para os gêmeos. 
 
 
 
6 
 
PRODUÇÕES INÉDITAS – BLOCO UM 
PROPOSTA A 
A partir das informações abaixo, desenvolva um texto entre 10 a 12 linhas que você prove 
por que se deve mudar o cenário de evasão escolar no Ensino Médio brasileiro. 
 
O desafio de manter jovens no ensino médio, principal obstáculo à universalização 
da educação 
Garantir que os adolescentes brasileiros permaneçam na escola nos anos finais do 
ensino médio é o principal desafio para que o Brasil consiga universalizar o acesso à educação 
básica. Isso porque, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), a evasão escolar continua a afetar, sobretudo, jovens na faixa etária dos 
15 a 17. 
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgados na 
quarta-feira (19) mostram que no ano passado, 11,8% dos jovens nesta faixa etária estavam 
fora da escola, o equivalente a 1,1 milhão de pessoas, apesar de o Plano Nacional de Educação 
(PNE), de 2014, ter estabelecido a meta de universalizar o atendimento à população de 15 a 
17 anos até 2016. A pesquisa mostra também que a taxa de frequência escolar para alunos 
no grupo etário aumentou um ponto percentual em relação aos dois anos anteriores, passando 
para 88,2% em 2018, ou um total de 8,6 milhões de jovens de 15 a 17 anos. 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, o Estado tem obrigação de oferecer 
ensino fundamental e médio para todos os brasileiros. Embora algumas iniciativas tenham sido 
lançadas nas últimas décadas para atingir este objetivo, especialistas consultados pelaBBC 
News dizem que os avanços ainda foram bem desiguais, variando bastante de Estado para 
Estado. A meta de universalização ainda não foi alcançada por nenhuma região brasileira. 
Na estimativa de estudo do Instituto Ayrton Senna, a evasão escolar traz prejuízos não 
apenas para os jovens como também para a sociedade, e faz com que o Brasil desperdice R$ 
35 bilhões ao ano - valor calculado a partir da renda do trabalho ao longo da vida a partir da 
conclusão do ensino médio. 
Os dados que indicam evasão escolar, na visão dos especialistas, merecem especial 
atenção porque se referem a uma população que ainda está em idade de formação, prestes a 
entrar no mercado de trabalho. 
"O vilão sempre foi o ensino médio", diz analista da Pnad Educação, Marina Águas. 
Na faixa de 6 a 14 anos, o levantamento indicou que 99,3% das crianças estavam nas 
escolas em 2018 - o que, segundo a analista do IBGE equivale praticamente à universalização, 
situação que se apresenta desde 2016 (nos últimos dois anos, a taxa foi de 99,2%). 
Os dados da Pnad Educação indicam tendência moderada de melhora no setor de 2016 
para cá. A taxa de analfabetismo caiu de 7,2% em 2016 para 6,8% em 2018. O número médio 
de anos de estudo na população subiu de 8,9 para 9,3 nos últimos dois anos. 
Mas os dados expressam grande disparidade regional. Nos dados sobre analfabetismo, 
por exemplo, o índice no Nordeste é de 13,8%, contra 3,63% no Sul. 
 
 
7 
 
PROPOSTA B 
Desenvolva um resumo entre 09 a 12 linhas. 
 
Futebol profissional e seu maior tabu 
A palavra tabu, na sua origem, refere-se à proibição de determinado ato que, uma vez cometido, 
implica maldição sobre o indivíduo ou grupo social que o cometeu. O termo propriamente dito, tem sua 
origem nos idiomas tonganês e maori, como foi registrado pelo explorador inglês James Cook há mais de 200 
anos. Naquela época, o conceito de tabu foi associado fortemente à cultura polinésia do Pacífico Sul, mas 
fato é que tabus existem ou existiram em praticamente todas as sociedades. 
No século XXI, um dos maiores tabus que ainda subsiste na sociedade é o da homossexualidade. 
Nos esportes, e particularmente no futebol, esse tabu continua fortemente arraigado. 
Há cinco anos, o alemão Thomas Hitzlsperger foi o primeiro jogador profissional da Bundesliga a 
assumir publicamente sua condição de homossexual. Na ocasião, já tinha encerrado a sua carreira. O assunto 
rendeu manchetes nos jornais e inúmeras entrevistas na TV. Afinal, se tratava de um ex-jogador da seleção. 
É verdade que a sociedade alemã como um todo fez grandes avanços no quesito de desconstruir o 
discurso homofóbico e, ao mesmo tempo, combater a descriminação contra pessoas da comunidade LGBT. 
Constata-se, cada vez mais, que muitos alemães caminham rumo a uma cultura da aceitação dos diferentes. 
Entretanto, no esporte e, especificamente no futebol, o tema da homossexualidade continua sendo 
tratado como tabu. Manifestações homofóbicas nas arquibancadas, cartolas reticentes quanto ao tema e falta 
de posicionamento claro dos clubes contra homofobia são apenas alguns aspectos que denotam o quanto 
ainda precisa ser feito no mundo do futebol. 
Para alguns, o futebol parece ser o último refúgio da virilidade masculina. Para outros é como se 
fosse uma religião. E assim como acontece em comunidades religiosas, a homossexualidade no templo 
chamado futebol é expressamente rejeitada. Pode-se até afirmar que talvez não exista nenhuma outra 
atividade dominada por homens onde a homossexualidade é tão oprimida e silenciada quanto no futebol. É 
como se os 11 homens em campo representassem valentes guerreiros dispostos a dar o sangue pela pátria. 
Consequentemente, no futebol não haveria lugar para mulheres nem gays. 
De acordo com a pesquisadora Gabriele Dietze, professora da Universidade Humboldt de Berlim, "...a 
masculinidade só existe enquanto oposição à feminilidade, feminilidade essa que no futebol não é desejável. 
É por esse motivo que um homem muitas vezes acaba tendo posturas homofóbicas, justamente para se 
posicionar em relação ao homem afeminado". O efeito colateral dessa postura é achar que não se pode 
comparar o futebol feminino ao masculino por não ser "futebol de verdade". 
E por falar em futebol feminino, parece que por aquelas bandas o tema da diversidade é tratado 
com mais naturalidade. Nos clubes e nas seleções de diversos países que disputaram o Mundial da França de 
2019, atuaram jogadoras que, inequivocamente, assumiram a sua orientação sexual homoafetiva. 
Foi o caso de Nilla Fischer, jogadora da seleção da Suécia que de 2013 a 2018 jogou pelo Wolfsburg, 
vencendo dois títulos nacionais e um da Champions League. Em 2011, quando ainda vivia na Suécia, Nilla 
decidiu assumir publicamente a sua homossexualidade numa entrevista a um jornal local. 
Desde o seu "outing", a zagueira de classe mundial vez por outra recebe mensagens de ódio nas 
redes sociais. Para a veterana jogadora de 34 anos, silenciar e tolerar tanto ódio não é uma opção. Ela passou 
a se engajar em movimentos pró-LGBT. No ano passado, conseguiu a aprovação da diretoria do Wolfsburg 
para que as jogadoras do time usassem uma braçadeira com as cores do arco-íris nas partidas do campeonato 
alemão. 
As mulheres, só para variar, mais uma vez numa linha de frente de um bom combate. 
Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira 
vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Desde 2002, atua nos canais ESPN como especialista em futebol 
alemão. 
Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/futebol-profissional-e-seu-maior-tabu/a-49349827 
https://www.dw.com/pt-br/futebol-profissional-e-seu-maior-tabu/a-49349827
 
8 
 
PROPOSTA C 
Escreva um texto de até 10 linhas para a divulgação do loteamento do Jardim 
Aratuba, que deve incluir os já anunciados na parede com aprofundamento das 
informações. O texto, para ser publicado no jornal, deve ser redigido segundo as 
normas do português padrão escrito, em parágrafo único e num todo coeso e 
coerente. 
 
 
http://www.placaserradas.com.br 
PROPOSTA D 
Num texto de no máximo dez linhas, explique por que Camões surpreende-se, ao 
longo de seu soneto, com as mudanças que a vida apresenta. 
 
Mudam-se os tempos, mudam-se as 
vontade 
 
Mudam-se os tempos, mudam-se as 
vontades, 
Muda-se o ser, muda-se a confiança; 
Todo o mundo é composto de mudança, 
Tomando sempre novas qualidades. 
 
Continuamente vemos novidades, 
Diferentes em tudo da esperança; 
Do mal ficam as mágoas na lembrança, 
E do bem, se algum houve, as saudades. 
 
 
O tempo cobre o chão de verde manto, 
Que já coberto foi de neve fria, 
E enfim converte em choro o doce canto. 
 
E, afora este mudar-se cada dia, 
Outra mudança faz de mor espanto: 
Que não se muda já como soía. 
 
 
http://www.placaserradas.com.br/
 
9 
 
PROVA 2004 
TRANSPOSIÇÃO DO DISCURSO 
 
Leia a continuação da entrevista com Tostão, em que ele comenta sua participação 
na Copa de 1970. 
Entrevistador: A Copa de 70 foi usada de um jeito meio sombrio: uma felicidade nacional 
imensa numa época muito dura do país, que marcou talvez o pior momento do regime militar. 
E a Copa foi, digamos, a estampa desse governo Médici. Como isso soava entre vocês, havia 
conversas sobre isso? Você teve algum tipo de vergonha pessoal pela forma com que a vitória 
foi utilizada? 
Tostão: Não houve conversa. Principalmente depois do Saldanha* sair, porque o Saldanha 
gostava muito de conversar sobre essas coisas. É aquilo que eu falei. Acho que houve algum 
problema político também com ele. Agora, na verdade, a maioria absoluta dos jogadores era 
alheia à situação política do país. 
Entrevistador: Pelé também? 
Tostão: A princípio, sim. Quer dizer, eu nunca vi uma posição dele assim mais pública, não 
é? Com raras exceções, a maior parte estava preocupada com o problema do futebol, em 
ganhar o jogo com a sua profissão – problemas políticos à parte.Confesso que isso me 
incomodava demais. Eu tinha na época ideais políticos. Não participava porque, por várias 
vezes, era difícil participar. Mas na intimidade, com meus amigos, minha família, era 
extremamente contra o regime que tinha no país. Agora ali, durante a Copa, os preparativos, 
minha atenção era toda no futebol. Eu achava que isso não podia atrapalhar minha atividade, 
a minha profissão. Eram duas coisas separadas. A minha intenção ali era fazer o melhor. 
Depois que passou, que eu vi que aquilo foi o que estava sendo, é então que a gente percebe 
que aquilo teve um valor político grande. Isso me deixou muito incomodado. Por exemplo, eu 
me arrependi muito quando nós voltamos do México e fomos recebidos pelo Médici em Brasília, 
aquele negócio todo. Eu me critiquei muito por ter ido lá. Naquela época, aquilo era o de 
menos. O que contava era a festa, aquele oba-oba, toda a alegria de ter ganho a Copa. Mas... 
(Novos Estudos CEBRAP, n. 37, p. 103-112, nov. 1993.) 
 
*João Saldanha era o treinador da seleção brasileira de futebol nas eliminatórias para a Copa 
de 70. Depois de o time ser classificado, foi substituído por Zagalo. 
Não ficou bem esclarecido, na época, o motivo dessa substituição. Alguns atribuíram essa 
decisão ao General Médici, então presidente da República. 
Esse trecho da entrevista faz o registro do relato dos acontecimentos feito 
oralmente por Tostão. Sintetize as informações contidas nas perguntas e respostas 
desse trecho, organize-as e apresente-as em um texto de, no máximo, 10 linhas, 
redigido em terceira pessoa e em linguagem adequada às normas do português 
escrito. NÃO atribua título ao texto. 
 
 
 
 
 
 
10 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
 
Uma das polêmicas políticas deste ano foi a proposta do governo de criar o 
Conselho Nacional de Jornalismo, que teria por função “orientar, disciplinar e 
fiscalizar” o exercício da profissão de jornalista. A reação de parte da imprensa foi 
apontar que o papel do Conselho seria justamente o da censura. A revista Veja (18 
ago. 2004) apresentou matéria sobre o tema, na qual constavam opiniões de 
diversas personalidades a respeito do assunto. 
 
Dentre elas, podemos encontrar as seguintes: 
I. “O conselho me parece uma estupidez. Eu defendo o princípio da Primeira 
Emenda americana: a imprensa é livre e ponto. Essa idéia de que tudo deve ser 
regulamentado é facista.” (Renato Mezan, psicanalista) 
II. “Sou de uma geração muito marcada pela questão da liberdade. Creio que uma 
opinião pública bem formada, aliada a meios judiciais pertinentes, ainda é o melhor 
antídoto para qualquer excesso da mídia.” (Moacyr Scliar, escritor) 
III. “Jornalismo é exercício de informação, mas também de opinião. E opinião não 
se tutela.” (Paulo Skaf, empresário) 
IV. “Aquilo que é preciso de verdade, desesperadamente, é cuidar da educação da 
população para que ela tenha discernimento para separar a informação ruim 
daquela que realmente interessa.” (Zélia Duncan, cantora) 
V. “Se alguém se sente incomodado com aquilo que a imprensa disse dele pode 
recorrer à Justiça. E é assim que deve ser. Nenhum conselho tem o direito de julgar 
e controlar o que se diz, se escreve ou se pensa.” (Miguel Falabella, ator e dramaturgo) 
Com relação aos depoimentos acima, é correto afirmar: 
 
A*) Os depoimentos em II, IV e V apresentam formas alternativas para controlar os excessos 
da mídia e com isso se distanciam da proposta do governo. 
B-) O depoimento em III apóia a iniciativa do governo, pois entende que só se obtém opinião 
qualificada mediante o exercício seletivo da informação que chega ao público. 
C-) A opinião em II defende a medida do governo como um meio judicial pertinente para que 
alguém possa se precaver contra a notícia difamatória. 
D-) A opinião em I mostra que o objetivo do governo com a criação do Conselho já está 
contemplado na Constituição. É só fazer valer. 
E-) Os depoimentos em III e IV querem dizer que informação é tudo e que o governo precisa 
garantir que ela seja boa. 
 
 
 
 
 
 
11 
 
CONFRONTO DE IDEIAS 
 
 
DEFINIÇÃO DE CONCEITO 
 
Os tempos são outros 
 
Dentre as muitas coisas intrigantes deste mundo, poucas há tão misteriosas quanto o 
tempo. A ironia é que mal nos damos conta disso. Estando desde o nascimento submetidos a 
uma mesma noção de tempo, aceita por todos à nossa volta em termos sempre idênticos e 
inquestionáveis, tendemos a achar que ela é a única possível e corresponde à própria 
realidade. Causa um grande choque saber que outras culturas têm formas diferentes de 
perceber e compreender o tempo e também de representar o curso da história. E ainda assim 
a nossa defesa automática é acreditar que elas estão erradas e nós certos. Ledo engano. 
Na nossa própria cultura o tempo foi percebido de formas diferentes. Os gregos antigos 
tinham uma noção cíclica do tempo. Ele se iniciava com as prodigiosas eras de ouro e dos 
deuses, declinava depois para as eras de bronze e de ferro, dos heróis, chegando à crise final 
com a fraqueza e penúria da era dos homens, após a qual o ciclo reiniciava. Para os romanos, 
o tempo se enfraquecia na medida em que se afastava do mais sagrado dos eventos, a 
fundação de Roma. Na Idade Média prevalecia o tempo recursivo, pelo qual os cristãos 
acreditavam percorrer uma via penitencial, desde a expulsão do Jardim do Éden até a salvação 
e o retorno ao Paraíso. 
Foi só com a consolidação do capitalismo, a partir do Renascimento, que passou a 
prevalecer uma noção de tempo quantitativo, dividido em unidades idênticas e vazias de 
qualquer conteúdo mítico, cujo símbolo máximo foi o relógio mecânico, com seu incansável 
tique-taque. Essa foi também a época em que a ciência e a técnica se tornaram 
preponderantes. Nesse contexto, o maior dos cientistas modernos, sir Isaac Newton formalizou 
o conceito do tempo como sendo absoluto. "O tempo matemático, verdadeiro e absoluto flui 
homogeneamente, sem nenhuma relação com qualquer coisa externa". Como pertencemos a 
esse tempo moderno, é ele que aprendemos em casa, na escola e nos relógios ao redor. E 
achamos, como Newton, que ele é o único verdadeiro! 
 
12 
 
Mas o mundo moderno foi se complicando e esse conceito fixo e fechado se tornou 
cada vez menos satisfatório. Assim, já no início do século XX, o filósofo Henry Bergson mudava 
de novo o conceito declarando: "Ou o tempo é uma invenção ou ele é nada." O amplo 
conhecimento de outras culturas e as grandes transformações científicas e técnicas do 
Ocidente forçaram a admitir que cada povo cria as noções de tempo e história que 
correspondam às suas formas de vida, suas necessidades e expectativas. 
O que é claro no caso da cultura moderna é que nossa percepção do tempo ficou 
coligada ao desenvolvimento tecnológico. Assim, das pás dos moinhos de vento ao velame 
das caravelas, às máquinas a vapor, às ferrovias, aos veículos automotores, aos 
transatlânticos, aviões, telégrafos, cinema, rádio e tevê, sentimos um efeito de aceleração 
permanente. Foi o que Machado de Assis previu profeticamente ao dizer que, "após a Guerra 
do Paraguai, os relógios passaram a andar mais depressa". O último e mais dramático episódio 
nesta saga da aceleração foi assinalado pela revolução da microeletrônica a partir dos anos 
70. Num repente fomos invadidos por inúmeros prodígios técnicos: fax, bips, PCs, celulares, 
TVs a cabo, modems, e-mail... 
Tudo parece convergir para tornar as comunicações mais rápidas, o trabalho mais 
produtivo e a vida mais fácil. Mas, por outro lado, nossa privacidade é mais rápida e facilmente 
invadida, os espaços públicos se encheram de gente falando sozinha e quem trabalha não só 
pode ser solicitado a todo e qualquer momento como deve estar sempre disponível. 
(SEVCENKO, Nicolau. ISTOÉ, Edição especial: Vida digital, 1999.) 
 
No texto, o autor cita Machado de Assis: “após a Guerra do Paraguai, os relógios 
passaram a andar mais depressa”. Em um texto de até 5 linhas, SEM título,explicite 
a concepção de tempo que está implícita na frase do escritor. 
CONFRONTO DE IDEIAS 
 
Brasília 
Brasília foi construída com base num minucioso planejamento urbano. Apesar disso, o 
Distrito Federal, onde está a capital brasileira, sofre um crescimento desordenado da área 
urbana, que inclui não apenas a cidade propriamente dita, mas também seu entorno. 
Apesar de planejados, Brasília e Distrito Federal apresentam-se como um quadro-
resumo da realidade de países em desenvolvimento. O inchaço da mancha urbana é uma 
dessas características marcantes. O plano de instalação da capital previa uma população de 
500 mil habitantes no ano 2000, mas esse número já superou os dois milhões, criando sérios 
problemas urbanos. 
A periferização é um desses problemas. Diariamente chega ao Distrito Federal um 
grande contingente de população buscando benefícios da política de assentamentos oficial, o 
que levou ao aparecimento de diversas cidades nos últimos anos. Essas novas cidades seriam 
um indicativo da tentativa de erradicação de invasões existentes no Distrito Federal, mas 
acabaram gerando favelização do território. 
Como efeitos imediatos dessa política, aparecem a pobreza e a violência urbanas 
centralizadas nas “vilas miséria”. Mas essa situação não é sentida tão intensamente em Brasília 
 
13 
 
quanto em outros centros urbanos, em razão da estratégia de afastamento dos bolsões de 
miséria em relação às áreas centrais, como o Plano Piloto, onde vive a população de média e 
alta rendas. Os pobres estão confinados a zonas periféricas. De qualquer maneira, o aumento 
da favelização já afeta a população residente nos espaços centrais. Como se não bastasse, o 
inchaço da malha urbana do Distrito Federal já tem previsão de acomodar em 2015, segundo 
fontes do BID, uma população acima de 6,6 milhões. É importante salientar que a relação 
entre migrantes e brasilienses natos no crescimento populacional é da ordem de 60% para 
40%, respectivamente. 
(Adaptado de: Scientific American Brasil, jan. 2003, p. 55-56.) 
Londres 
Londres já tinha meio milhão de habitantes em 1660, numa época em que a segunda 
maior cidade, Bristol, contava cerca de 30.000. De 1700 a 1820, a população chegou a 
1.250.000. A centralização do poder político, a substituição do feudalismo por uma aristocracia 
rural e, em seguida, por uma burguesia rural, com todos os efeitos subseqüentes sobre a 
modernização da terra, o desenvolvimento extraordinário de um comércio mercantil: esses 
processos notáveis haviam ganhado um irresistível impulso no decorrer do tempo – uma 
concentração e uma demanda que alimentavam a si próprias. A cidade do século XIX, na Grã-
Bretanha como em outros lugares, seria uma criação do capitalismo industrial. Em cada etapa, 
ela ia absorvendo áreas cada vez maiores do resto do país: os negociantes de gado trazendo 
animais do País de Gales ou da Escócia para abastecer a cidade de carne; grupos de moças 
vindas do norte de Gales para colher morangos; e – mais importante ainda do que essas 
viagens organizadas, ainda que extraordinárias – milhares em busca de trabalho ou de um 
esconderijo; gente que fugia de uma crise ou de uma vida rigorosa igualmente intolerável. 
(WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade: na história e na literatura. São Paulo: Companhia 
das Letras, 1989. p. 205.) 
Tomando como base os dois textos acima, compare os motivos da expansão 
populacional de Londres no século XIX e de Brasília. Seu texto deve ter no máximo 
10 linhas. NÃO lhe atribua título. 
 
DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA 
 
O campo e a cidade 
“Campo” e “cidade” são palavras muito poderosas, e isso não é de se estranhar, se 
aquilatarmos o quanto elas representam na vivência das comunidades humanas. O termo 
inglês country pode significar tanto “país” quanto “campo”; the country pode ser toda a 
sociedade ou só sua parte rural. Na longa história das comunidades humanas, sempre esteve 
bem evidente esta ligação entre a terra da qual todos nós, direta ou indiretamente, extraímos 
nossa subsistência, e as realizações da sociedade humana. E uma dessas realizações é a 
cidade: a capital, a cidade grande, uma forma distinta de civilização. 
Em torno das comunidades existentes, historicamente bastante variadas, cristalizaram-
se e generalizaram-se atitudes emocionais poderosas. O campo passou a ser associado a uma 
forma natural de vida – de paz, inocência e virtudes simples. À cidade associou-se a idéia de 
centro de realizações – de saber, comunicações, luz. Também constelaram-se poderosas 
 
14 
 
associações negativas: a cidade como lugar de barulho, mundanidade e ambição; o campo 
como lugar de atraso, ignorância e limitação. O contraste entre campo e cidade, enquanto 
formas de vida fundamentais, remonta à Antigüidade clássica. 
A realidade histórica, porém, é surpreendentemente variada. A “forma de vida 
campestre” engloba as mais diversas práticas – de caçadores, pastores, fazendeiros e 
empresários agroindustriais –, e sua organização varia da tribo ao feudo, do camponês e 
pequeno arrendatário à comuna rural, dos latifúndios e plantations às grandes empresas 
agroindustriais capitalistas e fazendas estatais. Também a cidade aparece sob numerosas 
formas: capital do Estado, centro administrativo, centro religioso, centro comercial, porto e 
armazém, base militar, pólo industrial. O que há em comum entre as cidades antigas e 
medievais e as metrópoles e conurbações modernas é o nome e, em parte, a função – mas 
não há em absoluto uma relação de identidade. Além disso, em nosso próprio mundo, entre 
os tradicionais extremos de campo e cidade existe uma ampla gama de concentrações 
humanas: subúrbio, cidade dormitório, favela, complexo industrial. (...) 
(WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade: na história e na literatura. São Paulo: Companhia 
das Letras, 1989. p. 11-12.) 
 
Considere os subsídios apresentados nas charges de Millôr e nos textos “Brasília”, 
“Londres” e “O campo e a cidade”. 
Escreva um texto em prosa, de 17 a 20 linhas, que aborde a organização da vida 
urbana. Você pode tomar a sua cidade como referência. Seu texto deverá 
contemplar pelo menos um dos seguintes tópicos: 
• Ocupação do espaço urbano. 
• Infraestrutura para a população na cidade. 
• Qualidade de vida. 
• Acesso a bens culturais. 
• Verticalização da arquitetura urbana. 
Você deverá observar as seguintes orientações: 
• Fazer uso de informações ou posicionamentos fornecidos nos textos e charges de 
referência (à sua escolha). 
• Manifestar de forma clara seu posicionamento pessoal diante do assunto. 
• Dar um título ao seu texto. 
 
 
15 
 
PRODUÇÕES INÉDITAS – BLOCO DOIS 
PROPOSTA A 
A partir da leitura abaixo; transponha o texto para discurso totalmente indireto em que sejam 
contemplados os seguintes aspectos: 
1. Ter de 08 a 12 linhas; 
2. Preservar as ideias do texto-base; 
3. Demonstrar a diferença entre vozes do texto (entrevistador e entrevistado); 
4. Estabelecer um todo coeso e coerente. 
 
Precisamos de mais generosidade. Menos narcisismo. O filósofo, Ph.D em Epistemologia, professor e 
escritor Luiz Felipe Pondé mostra outro lado de suas reflexões, levando à compreensão do porquê da 
extrema solidão contemporânea. 
Ser solteiro ou, como diz o termo vigente, ser single está na moda? Por quê? 
Toda hora inventam uma modinha para dar um nome a um comportamento. Por exemplo, à dificuldade 
de partilhar a vida com uma pessoa, agora se dá o nome de single; não é mais solteiro ou sozinho, é 
single. E tem tanta gente single no mundo hoje porque as pessoas estão exigentes demais, insatisfeitas, 
e porque a vida sozinho é mais possível, mais barata. Para viver com uma pessoa, você tem de fazer 
concessões, precisa ser corajoso, tem de investir na pessoa com todos os riscos que o "investimento" 
traz. A vida single está na moda porque há um ônus enorme na vida partilhada. 
Quem é sozinho acaba cada vez mais solitário?Quanto mais sozinha, mais viciada na solidão a pessoa fica. E aí é mais difícil fazer concessões. Não 
estou falando só de amor romântico, mas de amizade, de vínculos. Hoje se tem todo um equipamento 
urbano pra viver sozinho. 
A pessoa pode falar com amigos que estão longe - ou mesmo que não existem - pode comprar comida 
sozinha, pode ter um cachorro, para brincar de parceria com ele. O cachorro tem sempre amor 
incondicional, por isso é mais fácil do que gente. 
Então viver sozinho é um caminho sem volta? 
Quando alguém fica sozinho, não precisa se submeter às vontades, taras, desejos e dificuldades do 
outro. À medida que você vai ficando sozinho porque está bom, uma hora tenta ficar com alguém e não 
consegue. Está acostumado. 
Mas então você defende que as pessoas são mais felizes com alguém? 
Eu acredito que tem pessoas que vivem bem sozinhas. E são mais felizes assim. Assim como acho que 
tem pessoas que são mais felizes não tendo filhos. A questão é outra. A questão é que existe hoje uma 
epidemia de solidão por fruto de narcisismo, egoísmo, falta de generosidade, entropia afetiva. Sempre 
existiram pessoas que viviam melhor sozinhas, mas é a minoria. 
Disponível em: https://www.fronteiras.com/entrevistas/luiz-felipe-ponde-vivemos-uma-epidemia-da-solidao-fruto-do-narcisismo 
https://www.fronteiras.com/entrevistas/luiz-felipe-ponde-vivemos-uma-epidemia-da-solidao-fruto-do-narcisismo
 
16 
 
PROPOSTA B (ATENÇÃO, LEIA O RESUMO DO BLOCO 3) 
Em um texto de 10 a 15 linhas, confronte as opiniões dos editoriais acerca da 
eutanásia, argumentando qual direito deve prevalecer, ou o direito incondicional 
à vida ou o direito à liberdade de escolha. 
 
Texto 1 
 
Quanto vale a vida de um doente, de alguém preso a uma cama, às vezes 
permanentemente? Juízes e tribunais ao redor do mundo têm decidido que esta é uma vida 
que vale menos, que pode ser descartada. A última vítima desta mentalidade é o francês 
Vincent Lambert, enfermeiro que sofreu um acidente de moto dez anos atrás, ficando 
tetraplégico e com lesões cerebrais extensas. Ele não está inconsciente: segundo os pais, 
dorme, acorda e acompanha movimentos com olhos. Mas nunca terá como se recuperar, 
alegam os médicos, e foi com base neste raciocínio que a Justiça francesa autorizou a 
eutanásia de Lambert, encerrando uma disputa jurídica que opôs por vários anos os pais e 
dois irmãos do enfermeiro, que desejavam mantê-lo vivo, e a esposa e outros cinco irmãos, 
defensores do desligamento dos aparelhos. 
Que familiares e o Judiciário francês tenham desejado abreviar a vida de Lambert já é 
suficientemente cruel, mas a maneira como isso está sendo levado a cabo é ainda mais 
macabra: a alimentação e a hidratação do paciente estão sendo gradualmente reduzidas, 
enquanto ele recebe sedativos. Em outras palavras, Lambert morrerá de fome e sede, algo 
tão desumano que motivou até mesmo uma apelação do Comitê de Direitos da Pessoa com 
Deficiência das Nações Unidas, também recusada pela Justiça francesa. Em uma inversão de 
valores que seria irônica se não fosse tão abjeta, a única forma de eutanásia permitida na 
França é justamente a interrupção da alimentação de pacientes em estado vegetativo e sem 
perspectiva de recuperação. A vontade de legisladores e juízes conseguiu, assim, transformar 
o ato de matar alguém de fome em uma “morte digna”. 
Lambert não é o primeiro a morrer desta forma. A norte-americana Terri Schiavo, que 
entrou em estado vegetativo após sofrer sequelas de um ataque cardíaco em 1990, morreu 
em março de 2005 da mesma maneira escolhida para matar Lambert: ela também teve sua 
alimentação e hidratação suspensas por ordem judicial, a pedido do marido, contra a vontade 
dos pais. A disputa judicial que levou 15 anos, com envolvimento da Suprema Corte e leis 
aprovadas pelo Legislativo da Flórida e pelo Congresso americano, fez do caso de Terri o mais 
célebre envolvendo a eutanásia realizada desta maneira particularmente cruel. 
Mais recentemente, a eutanásia ordenada pela Justiça também vitimou duas crianças 
no Reino Unido. Em 2017, o bebê Charlie Gard, que sofria de uma forma grave de uma doença 
degenerativa, morreu poucos dias antes do primeiro aniversário porque os médicos que 
cuidavam dele em Londres e os magistrados do país negaram aos pais da criança o direito de 
tentar terapias alternativas no exterior. A família só desistiu ao perceber que os interessados 
na morte de Charlie tinham conseguido arrastar o caso nos tribunais por tempo suficiente para 
que se fechasse qualquer janela de oportunidade que o filho porventura tivesse. A tragédia se 
repetiu em 2018 com Alfie Evans, de quase 2 anos, com algumas agravantes: os médicos do 
Hospital Alder Hey, em Liverpool, mesmo sem saber exatamente qual era o problema de Alfie, 
recusaram ofertas para tratar a criança na Itália; e o padre que oferecia assistência espiritual 
aos pais chegou a ser impedido de entrar no hospital, em uma violação da liberdade religiosa. 
Não se trata, aqui, de defender a chamada “obstinação terapêutica” ou “distanásia”, 
que consiste em manter o paciente vivo a qualquer preço, um erro que costuma apenas 
prolongar a agonia do paciente. Mas a eutanásia, a ação deliberada para encerrar uma vida, 
merece condenação ainda maior, porque traz consigo um enorme desprezo pela dignidade 
humana, como se houvesse vidas que não merecessem ser vividas, como se fosse preferível 
 
17 
 
estar morto – uma “cultura da morte” que tem sido exaltada até mesmo em filmes de sucesso, 
como ‘Menina de ouro’ e ‘Como eu era antes de você’. Ao contrário do que afirma o slogan, 
não há nada de “digno” em um assassinato. Ainda que cometida da forma mais asséptica 
possível, dentro de um hospital; ainda que realizada por vontade do próprio paciente, a 
eutanásia continua sendo a eliminação deliberada de uma vida por não ser considerada tão 
valiosa quanto a das outras pessoas. 
Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/a-eutanasia-de-vincent-lambert-e-a-cultura-
da-morte/ 
 
Texto 2 
Eutanásia – um debate sobre a sociedade que queremos 
Muito para além das questões éticas, médicas e jurídicas, o debate sobre a eutanásia 
é um debate sobre direitos humanos, sobre liberdade e autonomia, sobre a vida e sobre a 
forma como a queremos viver e sobre o modelo de sociedade que queremos. 
Esta concretiza-se no ato de antecipar a morte de alguém em situação de grande 
sofrimento e sem qualquer esperança de cura, em resposta a um pedido do próprio proferido 
de forma informada, consciente e reiterada. Muito mais do que uma dor ou outro sintoma 
físico ou psicológico, o sofrimento é uma dependência, uma indignidade, uma ausência de ser, 
uma falta de sentido. É insuportável viver porque se sofre e porque se é obrigado a sofrer, 
sabendo que depois do sofrimento só há sofrer. 
A vida é um direito, não uma obrigação, e por isso não é aceitável que sejamos forçados 
a estendê-la para além da nossa vontade. Cada pessoa deve ter o direito a viver de acordo 
com a sua visão do mundo, não devendo esta ser imposta por terceiros, como agora acontece, 
em que os doentes se veem impedidos de decidir pela existência de restrições legais, estando 
o Estado, de uma forma que qualificamos como inconstitucional, a ditar às pessoas o modo 
como estas devem gerir a sua vida. Em defesa da autonomia e da liberdade, entendo que ser 
competente e autónomo, significa também ser livre e responsável pelas suas escolhas, o que, 
nas palavras de Stuart Mill, significa, também, ser-se livre de poder escolher quando e como 
morrer. 
Neste âmbito, o que está em causa não é uma opção entre a vida e a morte, mas 
sabendo o doente qual o seu destino, uma escolha entre duas formas de morrer, isto é, a 
escolha entre uma morte livre e digna e uma morte agoniante decorrente da doença. E isto é 
assim porque não podemos olhar a vida apenas de uma perspectiva meramente biológica 
porque ela é muito mais do que isso. Está em constante construção. É oresultado das nossas 
experiências, das nossas escolhas e das nossas convicções. Não se trata de um dom que nos 
foi dado ou de algo inato. É mutável e vai sendo construída com as opções que tomamos e 
que nos tornam naquilo que somos. 
Disponível em: https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/convidados/interior/eutanasia-um-debate-sobre-a-
sociedade-que-queremos-9294523.html 
 
PROPOSTA C 
A partir do texto a seguir, faça uma produção de 07 a 10 linhas em que você 
conceitue a expressão “autoconhecimento” A PARTIR da afirmação de Rupi Kaur. 
 
“Você não acorda de repente e se transforma em uma borboleta – crescer é um 
processo” (O que o sol faz com as flores, de Rupi Kaur). 
Começo o texto com essa citação porque ela diz muito sobre o que eu acredito. O 
processo não precisa ser pesado, dolorido. Ele pode ser leve e divertido. Enquanto estivermos 
https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/a-eutanasia-de-vincent-lambert-e-a-cultura-da-morte/
https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/a-eutanasia-de-vincent-lambert-e-a-cultura-da-morte/
https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/convidados/interior/eutanasia-um-debate-sobre-a-sociedade-que-queremos-9294523.html
https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/convidados/interior/eutanasia-um-debate-sobre-a-sociedade-que-queremos-9294523.html
 
18 
 
aqui nesse planeta Terra, reino da materialidade e da ilusão de separação, a maior escola de 
evolução espiritual de todos os tempos… Estamos aprendendo. Ninguém está a salvo de 
aprender, expandir. 
Quando eu era pequena, havia um pôster do Snoopy que me chamava a atenção. E 
guardei ele no meu coração até hoje. Ele dizia: “A grama do vizinho sempre é mais verde… 
Até você descobrir que ela é artificial.” Pois é isso. Julgamos o livro pela capa. Temos a 
tendência a acreditar que as pessoas são mais felizes que a gente, que são mais inteligentes, 
que elas têm menos problemas, seus casamentos são mais divertidos, que têm menos desafios 
que nós… Olhamos sempre a capa. E a verdade é que desconhecemos a grande história por 
trás das pessoas que nos cercam. 
Acho engraçado, pois hoje as pessoas me veem dando aula sobre espiritualidade e 
autoconhecimento, fazendo palestras sobre bem-estar e equilíbrio, meditando… Ouvem minha 
voz suave, com um ar doce e amoroso e acham que sou diferente delas. Que não tenho 
questões pessoais, que sou livre da raiva, do medo e imune aos desafios da vida. Ouço às 
vezes coisas como “evoluída”, “experiente”, “diferente de mim”, “você está anos-luz na minha 
frente”. Até meu marido caçoa de mim quando estou nervosa e irritada. Ele diz: “Cadê a guru 
tão espiritualizada? Não é você que ensina sobre consciência?” 
Pois é, ensino mesmo. Todos ensinamos a todo momento, mas enquanto ensino eu 
também aprendo, muito, todo o tempo. Ainda tenho muito a aprender e tenho clareza disso. 
Estou em um constante processo de aprendizado, de liberar meu corpo físico de padrões e 
marcas profundas de um passado limitante, de críticas, rejeição, assim como me libertar de 
condicionamentos destrutivos de separação, insegurança e isolamento. Quem não tem marcas 
que levante a mão… Eu também as tenho. 
E apesar de ter tido muita cura pelo caminho, ainda tenho muito chão pela frente. 
Embora mais suaves, ainda carrego e reproduzo nas minhas relações e em meus filhos vários 
padrões que achei que já haviam sido curados. Como é difícil liberar, né!? 
Mas a vida é isso, e tudo bem. Esse eterno descascar, suavizar, sutilizando nosso corpo 
emocional de dor para que estejamos cada dia mais próximos da nossa alma. 
Eu não sou uma mãe perfeita, não sou uma amiga perfeita, atenciosa, presente, não 
sou uma filha generosa, não sou a esposa dedicada… Longe disso. Ainda permaneço 
reservada, às vezes séria demais, me mantenho segura em meu mundo controlado, protegido 
e organizado por mim. Ainda tenho guardado lá no fundo o medo de sofrer novamente. 
Ainda reluto em sair da minha zona de conforto, mas ao mesmo tempo é tão lindo de 
ver como aos pouco coloco os pés pra fora e sinto a grama. Dou uma espiada, estabeleço 
contato, sorrio mais… Confio cada dia mais e aos poucos vou me mostrando para o outro, 
permitindo o toque, me abrindo para o desconhecido, aprendo que “está tudo bem”, “que 
tudo vai dar certo”, “que já deu certo, se não deu é porque não acabou… pois não tem como 
dar errado”. 
Ao perceber meu antigo condicionamento, meu piloto automático de proteção, sinto 
que o enfraqueço, o desarmo. Ao ensinar o que mais preciso aprender, eu realmente aprendo, 
me lembro, me libero aos poucos, me sinto mais forte, potente, capaz. 
Hoje sei e compreendo que não é sobre sermos o pacote ideal. Afinal, como o ideal 
pode ser comum a todos? O que é ideal para mim pode não ser pra você, não é verdade? O 
que entendi é que a vida é sobre sermos luz, do jeito que der, do jeito que a gente dá conta. 
Tentar, dentro da sua natureza, ser um impacto positivo e não negativo aonde quer que você 
passe. Seja inspiração! 
Consciência é também a clareza do processo, do seu processo pessoal de liberação do 
que te impede de ser luz internamente e na vida das pessoas. Consciência é olhar para o seu 
 
19 
 
lado sombra e o seu lado luz, sabendo que eles são interdependentes, que eles são um, a 
perfeita sintonia. Em compaixão. Um não existe sem o outro. É você quem decide. 
A sombra está a serviço da luz se assim o desejar. Assim como a luz pode estar a 
serviço da sombra se assim o permitir. Consciência é olhar a grande figura, o todo que existe 
fora e o todo que existe dentro de você e entender que ao colocar uma pitada de amor em 
tudo, você está colocando na verdade uma pitada de amor em si mesmo. 
Acolha seu processo pessoal e a sua jornada com amor, tolerância, compaixão, 
paciência infinita com os outros mas, principalmente, com você. Tá tudo certo. Enjoy the ride. 
Viva a VIDA! 
Disponível em: https://vidasimples.co/colunistas/relato-de-uma-jornada-de-autoconhecimento/ 
 
PROPOSTA D 
Modal de transporte é um dos assuntos mais delicados e que exige atenção de 
governantes e sociedade em todo planeta. A partir das informações do texto a 
seguir, aponte as diferenças entre modais de transporte nas três cidades 
apresentadas e justifique por que não se pode ter um modelo padrão de 
mobilidade urbana. Seu texto deverá ter entre 09 a 12 linhas. 
 
Copenhague, na Dinamarca 
Mundialmente famosa por sua cultura de valorização da bicicleta, a capital da 
Dinamarca é considerada a melhor cidade do mundo para quem utiliza as bikes como meio de 
transporte. A mobilidade urbana é garantida pelo fácil deslocamento dos moradores pelas vias 
de acesso às regiões centrais. Os números ajudam a entender o cenário: 50% dos habitantes 
deslocam-se diariamente de bicicleta para ir trabalhar ou estudar, e 63% dos membros do 
parlamento dinamarquês também. Aliado ao uso das bikes, Copenhague oferece outros 
exemplos de projetos bem sucedidos que ajudam a melhorar o deslocamento pela cidade. O 
sistema de sinais de tráfego inteligentes, por exemplo, consegue identificar a aproximação de 
veículos na rodovia (sejam eles bicicletas, carros ou ônibus). O sinal detecta quantos ciclistas 
estão se aproximando do cruzamento. Se há um grupo muito grande, permanece aberto por 
um tempo um maior para permitir que todos cruzem a rodovia. Assim, é capaz de organizar 
melhor o fluxo. 
Berlim, na Alemanha 
A diversidade de modais disponíveis e a facilidade de acesso é a principal característica 
da mobilidade urbana em Berlim. Lá, trens, ônibus, metrôs, carros e bicicletas circulam em 
harmonia. Os moradores da capital alemã fazem, em média, 3,5 viagens por dia, e a taxa de 
tráfego de pedestres é semelhante à taxa de tráfego de automóveis. Cerca de 13% das rotas 
são feitas de bicicleta, e a preferência pelo transporte público aumenta a cada ano. Entre 2001 
e 2011, o número de usuários do transporte público cresceu mais de 20%. Em 2014, foram 
mais de 978 milhões de passageiros. 
Um dos componentes importantes daspolíticas públicas de Berlim para o transporte 
tem sido o planejamento das vias para bicicleta e pedestres. A cidade construiu mais de 1000 
quilômetros de ciclovias e o número de ciclistas aumentou mais de 40% entre 2004 e 2012. 
Em média, moradores de Berlim andam ou pedalam em 40% das suas viagens. Outra 
importante iniciativa da cidade alemã são os projetos de carros elétricos. Desde 2012, Berlim 
tem investido na tecnologia, e conta com 7,9 mil veículos elétricos, e mais de 500 estações de 
carga de energia espalhadas pela cidade. 
 
 
https://vidasimples.co/colunistas/relato-de-uma-jornada-de-autoconhecimento/
 
20 
 
Hong Kong 
Principal centro de negócios e turismo da Ásia, Hong Kong conta com um dos sistemas 
de mobilidade urbana mais bem organizados e eficientes do continente. Por dia, são 
aproximadamente 12,6 milhões de viagens feitas de transporte público. O que faz os 
deslocamentos serem eficientes é o sistema MTR (Mass Transit Railway), reconhecido como 
um dos mais eficazes do mundo. Espécie de linha de trem super rápida, serve às áreas 
urbanizadas de Hong Kong e localidades próximas, sendo o meio de transporte mais popular 
da região, com cerca de 5 milhões de viagens diárias. O MTR tem aproximadamente 218,2 
quilômetros de extensão, com 159 estações. A eficiência no tempo dos trajetos também conta 
pontos para a cidade: estimativas apontam que os trechos são feitos dentro do horário 
estimado em 99% dos casos. 
Disponível em: https://g1.globo.com/especial-publicitario/em-movimento/noticia/sete-cidades-no-mundo-que-sao-modelos-de-mobilidade-
urbana.ghtml 
 
PROPOSTA E 
Considere os subsídios apresentados no site da revista Piauí, 
Escreva um texto em prosa, de 12 a 15 linhas, que aborde a organização comercial entre 
União Europeia e Mercosul. Você pode tomar os exemplos como referência à discussão. Seu 
texto deverá contemplar pelo menos um dos seguintes tópicos: 
• Balança comercial. 
• Relações Internacionais. 
• Acordos comerciais. 
• Estratégias de comércio e protecionismo. 
• Sanções comerciais. 
Você deverá observar as seguintes orientações: 
• Fazer uso de informações ou posicionamentos fornecidos no texto de base (à sua escolha). 
• Manifestar de forma clara seu posicionamento pessoal diante do assunto. 
• Dar um título ao seu texto. 
 
Após duas décadas de negociações, Mercosul e União Europeia fecharam um 
acordo de livre-comércio 
O tratado determina que, em até dez anos, não haverá mais tarifas sobre 92% dos 
produtos brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios exportados para o bloco europeu. Por 
outro lado, 72% das importações vindas da União Europeia também não vão pagar tarifas. 
Hoje, o bloco é o segundo maior parceiro comercial do Mercosul – em 2018, importou 54,6 
bilhões de dólares em produtos –, ficando atrás somente da China. 
 
https://g1.globo.com/especial-publicitario/em-movimento/noticia/sete-cidades-no-mundo-que-sao-modelos-de-mobilidade-urbana.ghtml
https://g1.globo.com/especial-publicitario/em-movimento/noticia/sete-cidades-no-mundo-que-sao-modelos-de-mobilidade-urbana.ghtml
 
21 
 
 
Nos últimos cinco anos, o Mercosul exportou, em média, 48,2 bilhões de dólares por ano 
para os 28 países da União Europeia. Isso coloca os europeus em segundo lugar no ranking 
de principais parceiros econômicos do Mercosul, atrás da China (50,3 bilhões de dólares por 
ano) e à frente dos Estados Unidos (30,6 bilhões de dólares por ano). 
 
O principal produto que o Mercosul exporta para a União Europeia é farelo de soja: em 2018, 
foram 5,7 bilhões de dólares. Para cada dólar de farelo de soja que exportou, o Mercosul 
importou dois dólares de máquinas – como motores, válvulas e centrífugas –, principal produto 
importado da União Europeia (foram 9,5 bilhões de dólares em 2018). 
 
 
22 
 
A soja é o alimento que o Brasil mais exporta para a União Europeia. Em 2018, foram 5 
milhões de toneladas embarcadas. Essa é a mesma quantidade que foi exportada de milho e 
café, segundo e terceiro alimentos mais exportados pelo Brasil. 
 
Em 2018, para cada litro de vinho que importou da União Europeia, o Brasil exportou 37 
litros de suco de laranja para os europeus. 
 
A cada 9 toneladas de açúcar que o Brasil exportou para a União Europeia em 2018, o país 
importou um carro de passeio. 
 
Por ano, o Brasil exporta uma média de 184 milhões de dólares em carne bovina para a Itália. 
Isso é cinco vezes mais do que o Brasil importa de bolsas, sapatos e malas de couro italiano 
(35,4 milhões de dólares). 
 
 
 
23 
 
 
Após ter firmado o acordo com a União Europeia, o Mercosul estuda a possibilidade de um 
tratado com a Suíça – país que não faz parte do bloco econômico europeu. Hoje, embora seja 
o maior produtor de café do mundo, o Brasil tem déficit com a Suíça no comércio desse 
produto. Por ano, o país exporta 7 milhões de dólares em café não torrado para os suíços, e 
importa de volta 37,4 milhões de dólares de café torrado – valor cinco vezes maior. 
Fontes: Ministério da Economia; Trade Map; Secem (Sistema de Estatísticas de Comércio 
Exterior do Mercosul). 
Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/soja-brasileira-trator-europeu/ 
ANOTAÇÕES 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
https://piaui.folha.uol.com.br/soja-brasileira-trator-europeu/
 
24 
 
PROVA 2005 
PROGRESSÃO TEXTUAL 
 
Escreva no mínimo 8 (oito) e no máximo 12 (doze) linhas dando continuidade ao 
trecho abaixo, de maneira que a continuação e a conclusão propostas por você 
formem, com a introdução, um todo coerente. 
 
Os programas do tipo “reality shows” parecem ter vindo para ficar, pois a cada ano 
surgem novas versões que continuam atingindo picos de audiência, como as várias edições do 
Big Brother Brasil. O ingresso do indivíduo comum e de sua realidade banal no domínio da 
mídia de massa tem sido alvo de diferentes posicionamentos sobre o fenômeno que se tornou 
conhecido como espetacularização da vida cotidiana. 
Esses programas provocam reações bastante antagônicas nos telespectadores. De um 
lado, _______________________________________________________________________ 
 
DEFINIÇÃO DE PRESSUPOSTO 
 
Eugenia 
A eugenia surgiu sob o impacto da publicação, em 1859, de um livro que mudaria para 
sempre o pensamento ocidental: A Origem das Espécies, de Charles Darwin. Darwin mostrou 
que as espécies não são imutáveis, mas evoluem gradualmente a partir de um antepassado 
comum à medida que os indivíduos mais aptos vivem mais e deixam mais descendentes. Pela 
primeira vez, o destino do mundo estava nasmãos da natureza, e não nas de Deus. 
Darwin restringiu sua teoria ao mundo natural, mas outros pensadores a adaptaram – 
de um jeito meio torto – às sociedades humanas. O mais destacado entre eles foi o matemático 
inglês Francis Galton, primo de Darwin. Em 1865, ele postulou que a hereditariedade transmitia 
características mentais – o que faz sentido. Mas algumas idéias de Galton eram bem mais 
esquisitas. Por exemplo, ele dizia que, se os membros das melhores famílias se casassem com 
parceiros escolhidos, poderiam gerar uma raça de homens mais capazes. A partir das palavras 
gregas para “bem” e “nascer”, Galton criou o termo “eugenia” para batizar essa nova teoria. 
Galton se inspirou nas obras então recém-descobertas de Gregor Mendel, um monge 
checo morto 12 anos antes que passaria à história como fundador da genética. Ao cruzar pés 
de ervilhas, Mendel havia identificado características que governavam a reprodução, 
chamando-as de dominantes e recessivas. Quando ervilhas de casca enrugada cruzam com as 
de casca lisa, o descendente tende a ter casca enrugada, pois esse gene é dominante. 
Os eugenistas viram na genética o argumento para justificar seu racismo. Eles 
interpretaram as experiências de Mendel assim: casca enrugada é uma degeneração (hoje 
sabe-se que estavam errados – tratava-se apenas de uma variação genética, algo ótimo para 
a sobrevivência). Misturar genes bons com “degenerados”, para eles, estragaria a linhagem. 
Para evitar isso, só mantendo a raça “pura” – e aí eles não estavam mais falando de ervilhas. 
 
25 
 
O eugenista Madison Grant, do Museu Americano de História Natural, advertia em 1916: “O 
cruzamento entre um branco e um índio faz um índio, entre um branco e um negro faz um 
negro, entre um branco e um hindu faz um hindu, entre qualquer raça européia e um judeu 
faz um judeu”. 
As idéias eugenistas fizeram sucesso entre as elites intelectuais de boa parte do 
Ocidente, inclusive as brasileiras. Mas houve um país em que elas se desenvolveram primeiro, 
e não foi a Alemanha: foram os EUA. Não tardou até que os eugenistas de lá começassem a 
querer transformar suas teorias em políticas públicas. “Em suas mentes, as futuras gerações 
dos geneticamente incapazes deveriam ser eliminadas”, diz o jornalista americano Edwin 
Black, autor de A Guerra contra os Fracos. A miscigenação deveria ser proibida. 
(Adaptado da revista Superinteressante, jul. 2005.) 
“As ideias eugenistas fizeram sucesso entre as elites intelectuais de boa parte do Ocidente, 
inclusive as brasileiras. Mas houve um país em que elas se desenvolveram primeiro, e não foi 
a Alemanha: foram os EUA.” Ao dizer “e não foi a Alemanha”, o autor do texto se antecipa a 
uma possível conclusão do leitor. 
 
Utilizando de 4 (quatro) a 5 (cinco) linhas, apresente o fato que levaria o leitor a 
pensar assim e explique a relação desse fato com o tema exposto no texto Eugenia. 
 
ANÁLISE DE DADOS 
 
A conclusão da revista Veja é apenas uma das possibilidades de análise dos dados 
sobre a relação entre a renda de brancos e negros em 1990 e 2005. Elabore uma 
conclusão compatível com os dados e diferente da formulada pela revista. 
Apresente-a em um texto de 4 (quatro) a 5 (cinco) linhas. 
 
26 
 
RESUMO 
 
Faça um resumo do texto abaixo, com 12 (doze) linhas, no máximo. 
Definindo teoria 
A palavra "teoria" vem aparecendo bastante na mídia, em parte devido ao debate entre 
criacionismo e ciência. Existem usos diferentes do termo, que acabam criando confusão. No 
seu uso popular, o termo descreve um corpo de idéias ainda incerto, baseado em especulações 
não demonstradas. Teoria, para muitos, significa um corpo de hipóteses esperando ainda por 
confirmação. Às vezes, o uso popular do termo distancia-se ainda mais do científico, 
significando idéias que são meio absurdas, fora da realidade: "Ah, esse cara sempre foi um 
inventor de teorias, não sabe do que está falando", ou "isso aí não passa de uma teoria, 
provavelmente é besteira". 
Teoria em ciência significa algo completamente diferente. O termo mais apropriado 
para uma idéia de caráter especulativo é hipótese, e não teoria. Uma hipótese é justamente 
uma suposição ainda não provada, aceita provisoriamente como base para investigações 
futuras. Por exemplo, a panspermia é uma hipótese que sugere que a vida na Terra veio de 
outras partes do cosmo. Não sabemos se está certa ou errada, mas podemos tentar comprová-
la ou refutá-la. Já uma teoria consiste na formulação de relações ou princípios descrevendo 
fenômenos observados que já foi verificada, ao menos em parte. Ou seja, uma teoria não é 
mais uma mera hipótese, tendo já passado por testes que confirmam suas premissas. 
Quando cientistas falam de uma teoria, falam de um corpo de idéias aceitas pela 
comunidade científica como descrições adequadas para fenômenos observados. A confirmação 
é por meio de observações e experimentos, o que cientistas chamam de método de validação 
empírica. Quanto mais sucesso tem uma teoria, maior o número de fenômenos que pode 
descrever. Quanto mais elegante, mais simples é. 
Uma teoria de enorme sucesso em física é a teoria da gravitação universal de Newton. 
Ao propor que objetos com massa exercem uma força de atração mútua cuja intensidade cai 
com o inverso do quadrado da distância entre as massas, Newton e seus sucessores foram 
capazes de explicar as órbitas planetárias em torno do Sol, o fenômeno das marés, a forma 
oblata da Terra (achatada nos pólos), o movimento de projéteis na Terra e no espaço etc. 
Quando a Nasa lança um foguete da Terra ou o faz colidir com um cometa, a teoria usada no 
planejamento das missões é a de Newton. Testes em laboratórios e observações astronômicas 
mostram que a teoria funciona extremamente bem em distâncias que variam de décimos de 
milímetros até milhões de trilhões de quilômetros, a escala em que galáxias formam 
aglomerados atraídas por sua gravidade mútua. 
Isso não significa que a teoria (ou qualquer outra) seja perfeita. Sabemos que ela deixa 
de ser válida quando objetos estão muito próximos de estrelas como o Sol. Correções são 
necessárias, no caso fornecidas pela teoria da relatividade geral de Einstein, que, em 1916, 
generalizou a teoria de Newton. O fato de teorias não serem perfeitas é fundamental para o 
progresso da ciência. Caso contrário, não nos restaria nada a fazer. E é justamente aqui o 
lugar da hipótese em ciência, tentando, através de idéias ainda não demonstradas, alavancar 
o conhecimento, desenvolver ainda mais nossas teorias. Para construir a teoria da relatividade, 
Einstein supôs que a velocidade da luz é sempre constante e que a matéria curva o espaço. 
Quando isso foi confirmado, a formulação ganhou o título de teoria. A pesquisa agora gira em 
torno dos limites dessa teoria e de como pode ser melhorada. 
 
27 
 
(GLEISER, Marcelo. Folha de S. Paulo, Mais!, 02 out. 2005.) 
 
ANÁLISE DE CHARGE 
 
A charge foi publicada no jornal Folha de S. Paulo no dia 26/11/2005. Faça uma 
interpretação dessa charge em um texto de 15 (quinze) a 20 (vinte) linhas. Seu 
texto deve contemplar, não necessariamente nesta ordem: 
• uma apresentação do contexto político-social em que a charge foi divulgada; 
• a identificação das pessoas ou grupos que poderiam ser os autores das 
mensagens veiculadas pelo outdoor (“Mais de 3 milhões de empregos”) e pelo 
cartaz (“Você está demitido”); 
• a identificação dos destinatários de cada uma dessas mensagens; 
• comentário sobre as estratégias textuais do autor da charge para cumprir suas 
intenções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
PRODUÇÕES INÉDITAS – BLOCO TRÊS 
 
PROPOSTA A 
A partir das informações presentes no texto a seguir, desenvolva uma 
continuação para a produção. Seu texto deverá ter entre 12 a 15 linhas e 
contemplar os seguintes critérios: 
1. Manter o padrão de linguagem; 
2. Apresentar uma continuação do parágrafo; um parágrafo inédito eum de 
conclusão 
3. Expor um terceiro ‘capítulo’ acerca da real intenção por trás da proibição 
dos patinetes 
 
O que os patinetes compartilhados explicam sobre o Brasil? 
Há alguns fenômenos observados no caso da apreensão dos patinetes que se repetem 
na política nacional de tempos em tempos, em novelas diferentes. 
Inicialmente, verifica-se a sanha regulatória: a vontade que os políticos têm de 
regulamentarem algo já amparado no ordenamento jurídico, seja por normas anteriores, seja 
por princípios gerais presentes na disposição legal existente. Se nada for feito, o político não 
conseguirá capitalizar sua imagem, não aparecerá em veículos de comunicação, não será 
objeto de comentários em redes sociais e conversas entre a população sobre o episódio. O 
ditado de que “quem não é falado, não é lembrado” vale para as urnas. E sempre haverá 
algum grupo que apoia a regulamentação, mesmo que a maior parte da população não seja 
favorável a ela. 
Vitória, Rio de Janeiro, Balneário Camboriú, Curitiba, Distrito Federal, Belo Horizonte e 
a Assembleia Legislativa do Espírito Santo são algumas das cidades e estados onde algum 
político já se manifestou por uma regulamentação em relação aos patinetes compartilhados. 
Outro capítulo comum deste enredo é o fato de as regulamentações serem vendidas 
como necessárias por algum motivo [...] __________________________________________ 
Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/como-a-perseguicao-aos-patinetes-
em-sao-paulo-explica-o-brasil/ 
ANOTAÇÕES 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/como-a-perseguicao-aos-patinetes-em-sao-paulo-explica-o-brasil/
https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/como-a-perseguicao-aos-patinetes-em-sao-paulo-explica-o-brasil/
 
29 
 
PROPOSTA B 
A partir do meme do Instagram “Chapolin Sincero” e do texto do portal UOL, desenvolva um 
comentário em que sejam explicitadas as relações dos textos com a realidade. A redação deverá 
ser desenvolvida entre 08 e 12 linhas, em parágrafo único. Sua produção precisa: 
 
1. Explicitar a temática (pressuposto) 
2. Referenciar a fonte apenas do ‘meme’ (elementos explícitos extratextuais) 
3. Apresentar a perspectiva do meme em comparação à reportagem (subentendidos) 
4. Posicionar-se acerca da discussão 
5. Declarar, novamente, temática em conjunto com a síntese de sua opinião 
 
TEXTO 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#6/7/2019 
Texto 2 
O cenário do abandono de cães no Brasil é triste, e apesar de 60% dos brasileiros discordarem 
com o ato de abandonar, somente 17% das pessoas que têm cachorros adotam animais abandonados. 
Os dados são parte da pesquisa da organização não-governamental Proteção Animal Mundial para lançar 
a campanha global “A vida é melhor com cães”. A campanha irá tratar de problemas como o abandono 
e a falta de cuidados veterinários. 
“A vida é melhor com cães” é uma grande mobilização de histórias. A ONG irá recolher narrativas 
de superação que provem o papel fundamental que os cãezinhos tem em nossas vidas. Por meio dessa 
ação, a campanha promete promover o bem-estar e o convívio saudável com das comunidades e os 
cachorrinhos. 
O Brasil é o país com mais cachorros de estimação e entre os entrevistados que possuem pets, 
77% citaram cães como seu bichinho. Destes, 94% consideram o animal um membro da família. O que 
para nós é contraditório pois apesar desses animais serem considerados família, ainda existe uma 
carência no sentido de cuidado, falta consciência em relação aos cuidados veterinários, passeios, 
castração etc. 
“Uma vez que os animais são abandonados, eles passam a ser responsabilidade de todos – 
pessoas, ongs, poder público… Mas é na esfera dos governos municipais, que o problema dos cães e 
gatos de rua pode ter soluções concretas com a implementação de políticas públicas que lidem com 
essas populações de animais da forma coordenada, permanente e mais humanitária possível”, explica 
Rosângela Ribeiro, gerente de campanhas veterinárias da Proteção Animal Mundial no Brasil. 
Disponível em: https://paisefilhos.uol.com.br/familia/pesquisa-comprova-o-que-a-gente-ja-sabia-quase-100-dos-brasileiros-consideram-
os-pets-como-filhos/ 
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#6/7/2019
https://paisefilhos.uol.com.br/familia/pesquisa-comprova-o-que-a-gente-ja-sabia-quase-100-dos-brasileiros-consideram-os-pets-como-filhos/
https://paisefilhos.uol.com.br/familia/pesquisa-comprova-o-que-a-gente-ja-sabia-quase-100-dos-brasileiros-consideram-os-pets-como-filhos/
 
30 
 
PROPOSTA C 
Elabore uma conclusão acerca dos dados apresentados abaixo. Seu texto deverá 
ter entre 12 e 15 e, obrigatoriamente: 
1. Citar, ao menos, 3 matrizes energéticas do gráfico; 
2. Explicá-las; 
3. Mostrar suas vantagens e desvantagens; 
4. Demonstrar em qual sentido o Brasil tem progredido; 
5. Expor em qual sentido o Brasil ainda tem pontos a melhorar; 
6. Fazer uma conclusão adequada das ideias; 
7. Apresentar a fonte do texto-base. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
PROPOSTA D 
Elabore um resumo do texto a seguir numa produção de 09 a 12 linhas. 
 
Eu falo, você não compreende, e nós não nos comunicamos. 
Por Deborah Sousa 
E assim segue a humanidade, se desentendendo nos mais variados níveis, do 
presidente dos EUA até o pessoal do prédio que não interpretou direito a ata da reunião. 
Por que será que a comunicação tem sido tarefa tão difícil ultimamente? Quem sabe, 
um pouco de má vontade do emissor, ou do receptor, porém a culpa não deve ser nunca da 
mensagem. O fluxo de informações faz parte da nossa vida, porém ganhou status 
absurdamente exagerado com tantos emissores disparando – em massa – informações 
desconexas, interessantes, dispensáveis, repetidas, erradas, engraçadas, bancárias, religiosas, 
comerciais, íntimas, desconhecidas, e segue uma lista enorme que só paramos quando damos 
um basta ao desligar a luz e dormir. (Tem gente que não sabe parar e continua num ciclo sem 
fim de infinita exposição ao mundo conectado). 
Tenho tido dificuldades rotineiras com assuntos simples e, por isso, acredito que a 
comunicação verbal está cada vez mais rápida e superficial. O que ficaria subentendido fica 
apenas à mercê da interpretação do receptor da conversa. Uma ótima alternativa então seria 
escrever! Quem sabe por escrito fica tudo claro e objetivo? 
Mas não tem sido o que vemos nas trocas de e-mails, nos comunicados de empresa, 
nos raros textos escritos dos aplicativos e nos comentários das redes socais, que por falta de 
interpretação ou leitura mesmo, dão margem aos ‘textões’ exaltados que nunca têm fim! Sem 
contar as mensagens erradas enviadas para grupos diferentes ou do colega para o chefe e 
vice-versa. 
Quem nunca trocou o receptor de uma mensagem através de qualquer veículo… que 
elabore a primeira crítica! 
A fim de evitar essas situações constrangedoras adotei um comportamento mais 
cuidadoso em relação à minha comunicação. Releio antes de apertar a tecla de envio, 
pergunto-me se ficaria constrangida se outra pessoa fosse ler, se estou sendo irônica com 
algum colega ou coisa parecida, e já vou deletando tudo.Mesmo assim, as falhas pipocam nas 
conversas… Para que correr o risco de estragar uma relação, ser mal interpretada ou grosseira 
com outra pessoa? A vida de todo mundo está difícil e cheia de desafios. Não vou eu piorar 
com uma comunicação truncada ou mesmo ‘violenta’. 
É nossa responsabilidade – como emissores – escolher como a informação vai chegar 
para o emissor, sendo ele nosso ‘best friend’, um(a) CEO, uma plateia. Quem quer que seja, 
todos merecem respeito e um pouco do nosso tempo para elaborar melhor o que será 
comunicado. 
O jornalista aprende muitas técnicas justamente para minimizar as possíveis falhas na 
comunicação, mas que não evitam todas e estão aí os processos por danos morais para contar 
que deslizes e erros grosseiros também acontecem nas redações. Mas se eu fosse gestora de 
uma empresa não dispensaria o trabalho de um jornalista para garantir que os conteúdos 
divulgados dentro e fora da companhia fossem objetivos, claros e acessíveis a todos os tipos 
de pessoas, inclusive, como provocava sempre meu professor de faculdade: ‘será que a minha 
mãe vai entender esse texto?’. 
Disponível em: https://observatoriodacomunicacao.org.br/artigos/eu-falo-voce-nao-compreende-e-nos-nao-nos-comunicamos-por-deborah-souza/ 
https://observatoriodacomunicacao.org.br/artigos/eu-falo-voce-nao-compreende-e-nos-nao-nos-comunicamos-por-deborah-souza/
 
32 
 
PROPOSTA E 
A charge de Duke publicada na Folha de São Paulo revela um comportamento 
oriundo da vida pós-moderna. A partir da ilustração do cartunista, desenvolva 
um comentário em que seja explicitada a crítica do autor e se você concorda ou 
não com o posicionamento adotado. Sua produção deverá ser desenvolvida entre 
08 e 12 linhas. 
 
 
ANOTAÇÕES 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
 
33 
 
PROVA 2006 
POEMA À PROSA 
 A literatura, entre muitas coisas, é também uma maneira de se pensar o 
mundo. Nos poemas acima, encontramos visões diferentes que mantêm relações 
intertextuais. Em um texto de até 10 (dez) linhas, interprete, referindo-se a 
elementos dos dois textos, a Pasárgada de Millôr Fernandes. 
 
ANÁLISE DE INFOGRÁFICO 
 
Uma pesquisa Datafolha, divulgada na Folha de São Paulo em 13 de agosto de 2006, investigou 
como o brasileiro se situa politicamente. Os resultados mostraram que 47% dos eleitores se 
definiram como sendo de direita, 30% de esquerda e 23% de centro. As pessoas pesquisadas 
ainda se manifestaram sobre assuntos polêmicos, como aborto, maioridade penal e pena de 
morte. O resultado sobre esses três temas, conforme se vê nos gráficos acima, foram 
tabulados de acordo com o perfil político dos entrevistados. 
 
Tendo em vista que a direita foi sempre associada a um perfil conservador e a 
esquerda a um perfil progressista, escreva um texto comparando o perfil da 
esquerda e o da direita brasileiras, tomando por base os resultados da pesquisa. 
Seu texto deverá ter de 10 a 12 linhas. 
 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
PROGRESSÃO TEXTUAL 
 
Fazendo referência aos resultados da pesquisa apresentada na Questão Anterior, 
escreva um parágrafo, de 4 a 6 linhas, que apresente uma conclusão coerente para 
o texto abaixo. Ao redigir o parágrafo, dê continuidade à frase que o inicia. 
 
Segundo dados da Anistia Internacional, a cada ano três países, em média, têm abolido a pena 
de morte. E o ritmo parece estar aumentando. Só em 2004 foram cinco os países a tirar a 
pena capital de seus códigos penais. Entre eles, estão dois europeus: Grécia e Turquia – fato 
emblemático, que reforça as campanhas internacionais contra a punição. Essa tendência, na 
verdade, vem se confirmando desde o final da década de 1980. Nos últimos 15 anos, nada 
menos que 40 nações deixaram oficialmente de condenar pessoas à execução. Eram 116 em 
1990, e hoje são 76. Ou seja, um terço do total de países adeptos da pena de morte desistiu 
de aplicá-la nesse período de menos de duas décadas, conforme os dados da Anistia. A China 
– com mais de 3 mil execuções em 2004 – é uma exceção no contexto político internacional. 
As punições chinesas, somadas às penas de morte levadas a cabo no Irã, no Vietnã e nos 
Estados Unidos, representam 97% do total mundial. (Terra no 158, jun. 2005.) 
Se o Brasil viesse a adotar a pena de morte, _________________________ 
 
RESUMO 
 
A IRRELEVÂNCIA DA MÍDIA 
A indústria da informação, sobretudo a impressa, está numa encruzilhada. Com a 
circulação estagnada, os jornais lutam para seduzir novos leitores. O público, porém, emite 
sinais de que considera o conteúdo dos jornais cada vez mais irrelevante. Na época em que o 
país estava submetido a três poderes efetivos – Exército, Marinha e Aeronáutica – costumava-
se atribuir à imprensa importância capital na cruzada da resistência. Ao ecoar as ruas na 
campanha das Diretas-já, os jornais ajudaram a empurrar a farda de volta para os quartéis. 
Restabelecida a democracia, o Collorgate tonificou a musculatura dos meios de 
comunicação. Teve-se a impressão de que a imprensa exercia, de fato, o quarto poder. Sob 
FHC, a imprensa tardou a acordar. Só depois de uma fase de namoro se deu conta de que 
estava diante de um presidente afeito à maleabilidade ética. A caída em si não foi generalizada. 
Alcançou apenas parte da mídia. Ainda assim, sobrevieram os escândalos da compra de votos 
da reeleição, as privatizações trançadas “no limite da irresponsabilidade”, as malversações da 
Sudam e outras cositas. Graças à exposição negativa, FHC é hoje um dos ex-presidentes mais 
impopulares. Tão impopular que o PSDB cuida de escondê-lo na campanha. 
Escalando essa aversão, Lula chegou à presidência em 2002. E com ele veio a má 
notícia para a imprensa: o brasileiro deu as costas para o noticiário, eis a novidade. Poucos 
governos mereceram da mídia exposição tão negativa quanto a administração petista. As 
perversões atribuídas ao PT e a Lula foram alardeadas à saciedade. A despeito disso, o 
eleitorado atribui ao presidente um volume de intenções de voto que, por ora, humilha os 
concorrentes. Humilha também a mídia. 
 
36 
 
Poder-se-ia argumentar que o eleitor pobre de Lula não lê jornal. Bobagem. A crise 
ética ganhou espaço também nos meios de comunicação eletrônicos. E não há casebre 
brasileiro que não disponha de um aparelho de rádio ou de televisão. No segundo semestre 
de 2005, os analistas políticos tiraram do noticiário que produziram as suas próprias confusões. 
Onze em cada dez comentaristas difundiu a idéia de que a reeleição de Lula estava ameaçada. 
Vítima de si mesma, a mídia está na bica de virar, ela própria, notícia. Sua 
“desimportância” reclama estudos e análises aprofundadas. Seu propalado poder de influência, 
seu festejado

Continue navegando