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SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE REFLEXÕES ACERCA DA ATUAÇÃO DESSE PROFISSIONAL EM UM HOSPITAL DE SÃO LUÍS MA

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SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE: REFLEXÕES ACERCA DA ATUAÇÃO DESSE 
PROFISSIONAL EM UM HOSPITAL DE SÃO LUÍS –MA 
 
SOCIAL SERVICE IN THE HEALTH AREA: REFLECTIONS ABOUT THE ACTION OF THIS 
PROFESSIONAL IN A HOSPITAL OF SÃO LUÍS -MA 
 
Rafaella Xxxx Xxxxx 
Universidade Federal do Maranhão -UFMA 
XXXXXX@hotmail.com 
 
Resumo: o Serviço Social é uma profissão cuja identidade foi e é construída historicamente. 
Trata-se de uma profissão de caráter altamente interventivo na vida social e está presente em 
várias esferas. O presente artigo visa apresentar algumas reflexões sobre a prática do Serviço 
Social em uma unidade hospitalar. Para isso, realizou-se uma visita técnica ao setor de Serviço 
Social do Hospital Universitário Presidente Dutra, onde, a partir de entrevistas 
semiestruturadas, uma assistente social e uma residente em serviço social puderam relatar 
um pouco da sua rotina de trabalho, abordando suas competências, atribuições e desafios 
diários durante o atendimento aos usuários. Os resultados indicam que, apesar da presença 
do profissional de Serviço Social ser fundamental para a promoção dos direitos e bem-estar 
dos usuários por uma assistência à saúde integral e humanizada , existe uma carência de 
assistentes sociais no referido hospital, fato este que acaba comprometendo a qualidade dos 
serviços prestados aos usuários. 
 
Palavras-Chave: Serviço Social; Hospital; Saúde. 
 
 
Abstract: the Social Service is a profession whose identity has been and is built historically. It is a highly 
interventional profession in social life and is present in many spheres. This article aims to present some 
reflections on the practice of Social Work in a hospital unit. For this, a technical visit was made to the 
Social Service sector of the President Dutra University Hospital, where, through semi-structured 
interviews, a social worker and a resident in social service could report a little about their work routine, 
addressing their skills, assignments and daily challenges. The results point to despite the presence of 
the Social Work professional is fundamental for the promotion of users' rights and well-being through 
integral and humanized health care, there is a shortage of social workers in this hospital, a fact that 
ends up compromising the quality of services provided to users. 
 
Keywords: Social service; Hospital; Health. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Serviço Social é uma profissão cuja identidade foi e é construída historicamente. 
Engloba uma série de conhecimentos teóricos, metodológicos e éticos que servem de 
parâmetro para a conquista, garantia, defesa e ampliação de direitos e políticas sociais para a 
população. Desse modo, percebe-se que essa profissão se fundamenta na própria realidade 
social e nas diversas manifestações da questão social, que é definida como: 
 
O conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista 
madura, que têm uma raiz comum: a produção social é cada vez mais 
coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a 
apropriação dos seus frutos se mantém privada, monopolizada por uma 
parte da sociedade. (IAMAMOTO, 1999, p.27) 
 
 Assim, trata-se de uma profissão de caráter altamente interventivo. Ela se insere na 
divisão social e técnica do trabalho (IAMAMOTO, 2010) e atua de forma a minimizar os 
impactos que o capitalismo provoca na maioria dos usuários de serviços públicos e sociais. 
 A inserção e atuação do Serviço Social na área da saúde está legitimada pela Resolução 
do Conselho Nacional de Saúde (CNS) n° 218, de 06 de março de 1997, que reconhece o 
Assistente Social como profissional de saúde de nível superior. Ele se dedica a questões 
referentes não somente à garantia de direitos dos usuários a acessarem os serviços de que 
necessitam, mas também na humanização do atendimento aos usuários do SUS. Porém, 
ressalta-se que: 
O assistente social atua no âmbito das políticas sociais e, nesta medida, não 
é um profissional exclusivamente da área da saúde, podendo estar inserido 
em outras áreas, dependendo do local onde atua e da natureza de suas 
funções. (CNS, 1997, p 1) 
 
 Ainda nesse contexto, a RESOLUÇÃO CFESS nº 383/99 de 29/03/1999 também traz a 
indicação de que “[...] o Serviço Social não é exclusivo da saúde, qualifica o profissional a atuar com 
competência nas diferentes dimensões da questão social no âmbito das políticas sociais, inclusive a 
saúde. ” (CFESS, 1999, p.). Ou seja, apesar de também atuar na esfera da saúde, a atuação do 
Serviço Social não está restrita a ela. Por ser uma profissão marcada pelo dinamismo, é comum 
a presença de assistentes sociais em diversos setores, tais como: educação, previdência, 
judiciário, direitos humanos, ONGs, etc. 
 Independentemente da área de atuação, as atribuições e competências dos 
Assistentes Sociais são orientadas pelas diretrizes presentes no Código de Ética Profissional e 
na Lei n° 8.662/1993 referente a Regulamentação da Profissão. Ambas devem ser respeitadas 
pelos profissionais e pelas instituições que os empregam. 
 No que se refere a área na saúde, em especial no contexto hospitalar, a presença do 
profissional de Serviço Social é fundamental para a promoção dos direitos e bem-estar dos 
usuários por uma assistência à saúde integral e humanizada. Desse modo, esse artigo busca 
apresentar algumas reflexões sobre a prática do Serviço Social em uma unidade hospitalar, 
destacando suas competências, atribuições e desafios diários durante o atendimento direto 
aos usuários. 
 
2 ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO HUUFMA 
2.1 Conhecendo o Hospital 
 O hospital escolhido pertence à Universidade Federal do Maranhão (UFMA). De acordo 
com dados coletados no site1 oficial da Instituição, o Hospital Universitário da Universidade 
Federal do Maranhão (HUUFMA), é um órgão de natureza pública e federal. Trata-se de um 
hospital de referência no estado do Maranhão que tem como missão educar através do 
ensino, pesquisa, extensão e inovação tecnológica e prestar assistência em saúde de alta e 
média complexidade aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) visando sempre a 
qualidade, a segurança e a gratuidade dos serviços prestados 
 O HUUFMA conta com duas unidades hospitalares: 
 Unidade Presidente Dutra, onde são oferecidos os serviços assistenciais em Clínica 
Médica, Clínica Cirúrgica, Ambulatórios Especializados, Neurocirurgia, Traumato-
ortopedia, Obesidade, Transplantes, Hemodinâmica, UTI Geral e Cardíaca, Litotripsia, 
Terapia Renal Substitutiva-TRS e outros. 
 Unidade Materno Infantil, que oferece assistência integral à mulher e à criança com os 
serviços de UTI Neonatal e Pediátrica, Clínicas Médica e Cirúrgica Materno-Infantil, 
Gestação de Alto-risco, Ambulatórios Especializados, SPA Pediátrico, Imunização, 
Doenças Infecto-parasitárias (DIP) e outros. 
 
1 Disponível em: <http://www2.ebserh.gov.br/web/hu-ufma/apresentacao> Acesso em: 6 dez. 2019. 
 
Atualmente essas duas unidades são geridas pela Empresa Brasileira de Serviços 
Hospitalares (EBSERH). Ambas são centros de ensino e pesquisa voltadas para a formação 
profissional na área da saúde e demais áreas próximas. Através de programas de residência 
médica e multiprofissional, recebe acadêmicos de medicina, enfermagem, odontologia, 
farmácia, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e serviço social. 
 
2.2 Procedimentos Metodológicos 
 A metodologia utilizada para executar esse artigo incluiu, primeiramente, a pesquisa 
bibliográfica baseada em materiais publicados em livros e sites que discutem a inserção do 
Serviço Social na área da saúde. Em seguida, foi iniciada a coleta de dados através de uma 
visita técnica ao setor de Serviço Social Hospital Universitário Presidente Dutra realizada em 
02 de dezembro de 2019. As informações foram coletadas através de entrevistas 
semiestruturadas, pois apesar da entrevista seguir um roteirobásico de perguntas, não se 
limitou a elas. Outras perguntas foram incluídas de acordo com as informações que o 
interlocutor apresentou no decorrer do diálogo. 
2.3 O Serviço Social no HUUFMA – Unidade Presidente Dutra 
Atualmente a saúde é uma das áreas que mais absorve o trabalho do Assistente Social. 
É um setor em que estão presentes inúmeras instituições (Hospitais, Unidades de Pronto 
Atendimento, Clínicas, Casas de Apoio, etc) voltadas para o atendimento, educação e defesa 
dos direitos de indivíduos que enfrentam algum tipo de vulnerabilidade em meio a doença. A 
presença do assistente social se mostra fundamental nesses espaços, pois trata-se de um 
profissional voltado para a coletividade e para a integração do indivíduo no meio social, 
principalmente em situações de doença. 
Uma vez inseridos nesse setor, os assistentes sociais podem atuar em importantes 
dimensões a saber: ‘’atendimento direto aos usuários; mobilização, participação e controle 
social; investigação, planejamento e gestão; assessoria, qualificação e formação profissional’’ 
(CFESS, 2010, p.41). Porém sem esquecer que essas dimensões estão interligadas, são 
complementares e indissociáveis. 
Visando conhecer um pouco do cotidiano de quem trabalha nesse setor, na ocasião do 
dia 02 de dezembro de 2019 foi realizada uma visita técnica ao setor de Serviço Social do 
Hospital Universitário Presidente Dutra. Cabe destacar que dentro do referido hospital, o 
Serviço Social atua em quatro diferentes eixos: Diretrizes e Dispositivos Protetivos Legais na 
Saúde do Adulto e do Idoso; Direitos Sexuais e Reprodutivos; Saúde e Proteção Social na 
Infância; e Saúde Cardiovascular e seus Determinantes Sociais. 
A visita ocorreu no horário da tarde e foi previamente agendada, pois o setor de Serviço 
Social funciona somente de segunda a sexta feira, ou seja, não funciona nos fins de semana. A 
entrevista, que na realidade foi basicamente um diálogo, tentou obedecer o seguinte roteiro: 
nome da (a) entrevistado (a); há quanto tempo trabalha na instituição e em qual setor; 
Informações sobre o dia a dia do trabalho; qual o perfil de quem procura o Serviço Social; quais 
são as principais atribuições e competências profissionais do assistente social no espaço 
hospitalar; como se relacionam com a equipe multidisciplinar (médicos, enfermeiros, 
psicólogos, dentistas, fisioterapeutas etc); como o atendimento ao público acontece e suas 
principais demandas. Ao final perguntou-se quais os pontos positivos e negativos que vivenciam 
na prática profissional. 
Duas profissionais – uma assistente social e uma residente da área - foram entrevistadas. 
Ambas são formadas pela UFMA e trabalham no setor responsável pela atuação em saúde 
cardiovascular. Respeitando os princípios éticos da pesquisa de campo, decidiu-se por manter 
os nomes das profissionais em sigilo, como forma de garantir o anonimato das mesmas. 
A assistente social entrevistada trabalha no hospital desde 2006 e é especialista em 
Serviço Social pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS). Trabalha com uma jornada de 20 
horas semanais, pois além de trabalhar na área da saúde, também atua do setor sócio jurídico 
de outra Instituição. Já a residente atua no hospital há um ano, com uma jornada de 60 horas 
semanais, divididas entre estudos teóricos e prática profissional. Ambas relataram que o Serviço 
Social foi inserido recentemente no HUUFMA, graças a ação dos governos de esquerda que 
reconheceram a importância de democratizar o acesso a unidade e serviços de saúde para a 
população. 
 Historicamente no Brasil, a conquista da garantia e ampliação dos direitos referentes 
a serviços de saúde é um ato continuo que se intensificou com a Constituição Federal de 1988, 
que diz: 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de 
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação. 
 
Assim sendo, é de responsabilidade integral do Estado fornecer serviços de saúde 
gratuitos e de qualidade para a população. Os estudos de Nogueira e Mioto (2009) indicam que 
a partir do momento que a política brasileira reconheceu a dimensão social da saúde, o espaço 
de atuação do Serviço Social foi crescendo progressivamente. Para isso, ainda em 1988, foi 
implantado o Sistema Único de Saúde (SUS), que assegura a todo cidadão, independentemente 
de idade, etnia, condição socioeconômica, religião ou orientação social, o acesso gratuito aos 
serviços de saúde. Trata-se, portanto, do Princípio da Universalização. 
Dentro do Hospital Universitário Presidente Dutra, o Serviço Social se insere em diversos 
protocolos assistenciais. Ele contribui para a ampliação do conhecimento do processo saúde-
doença, visando as decisões conscientes na utilização de políticas públicas. Atua no 
acompanhamento e suporte dos indivíduos que estão internados e seus familiares e/ou 
acompanhantes. Ou seja, atua diretamente junto aos usuários e família em todas as fases do 
tratamento, acolhendo, realizado escuta qualificada, oferecendo informações acerca das 
rotinas do hospital, orientando e socializando acerca dos direitos e deveres do usuário e 
garantindo a continuidade do tratamento, caso necessário. 
Através da entrevista ou anamnese social, o assistente social passa a conhecer a 
realidade dos usuários e de suas famílias, no que diz respeito a aspectos sociais, econômicos, 
religiosos, previdenciários e habitacionais, pois todos esses fatores interferem na qualidade do 
tratamento prestado. Desse modo, através do Diagnóstico Social (FALEIROS, 1971) o Serviço 
Social trabalha com o conceito ampliado de saúde. Isso significa dizer que, muito além da 
ausência de doença, a saúde é resultante de adequadas condições de alimentação, habitação, 
educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e 
posse da terra e acesso a serviços de saúde. 
Geralmente quem procura o setor de Serviço Social do Hospital Universitário Presidente 
Dutra são indivíduos oriundos do interior do Estado que se encontram em fase de tratamento, 
seja ambulatorial ou intensivo. Como principais demandas de trabalho do assistente está a 
articulação de políticas de saúde, demandas previdenciárias, orientação para benefícios, acionar 
o suporte da Secretaria de Saúde do Município, caso o usuário necessite de Tratamento Fora do 
Domicílio (TFD). Porém a principal demanda é assegurar o caráter pedagógico do Serviço Social, 
fazendo com que os usuários se tornem conscientes de seus direitos e deveres enquanto 
cidadãos e enquanto atendidos pelos serviços de saúde. 
Um aspecto que muito chamou atenção foi o fato da escassez de assistentes sociais no 
hospital. Muitos se aposentaram e não foram substituídos, muitos postos fecharam as portas 
para esse profissional, como no Banco de Sangue e no Ambulatório, locais que deveriam, mas 
não contam com a presença de assistentes sociais. Como consequência, os profissionais do 
Serviço Social que restaram acabam sendo sobrecarregados de atividades e são 
constantemente pressionados pela direção do hospital para darem conta de todas as 
demandas. Isso torna o Serviço Social um trabalho altamente precarizado e considerado, dentro 
da hierarquia hospitalar, um setor não prioritário. 
Ainda discorrendo sobre as práticas profissionais em um hospital, o Serviço Social 
trabalha integrado à uma equipe multidisciplinar, constituída por diversos outros profissionais 
(médicos, enfermeiros, psicólogos, dentistas, fisioterapeutas etc), focados em um único objetivo 
comum: que a saúde dos pacientes/usuários do serviço seja recuperada. Entretanto 
Vasconcelos (2006) aponta em suas analises é que na maioria das vezes há o processo de 
subalternização e subutilização do Serviço Social, pois muitos assistentes sociais aindase 
colocam como passivos, submissos e dependentes das rotinas institucionais e da solicitação dos 
demais profissionais da equipe. 
Nesse sentido, as ´profissionais entrevistadas relataram que a participação do Serviço 
Social na equipe multidisciplinar de saúde ainda é um grande desafio, principalmente quando 
se relacionam com médicos, que ainda não compreendem a saúde como além da ausência de 
patologias. Muitos ainda enxergam o Serviço Social sob o prisma do assistencialismo, traço esse 
remanescente de sua origem, quando ainda era relacionado com a caridade e ideais católicos. 
Desse modo, não conseguem entender, por exemplo, o por quê do Serviço Social solicitar 
constantemente declarações e laudos médicos de determinados usuários. Ou seja, o assistente 
social precisa frequentemente justificar suas solicitações para convencer os médicos a 
repassarem determinados documentos que são fundamentais para a entrada de algum 
benefício para o usuário, por exemplo. Constantemente devem fazer com que a equipe de 
trabalho entenda que o contexto social do indivíduo, também é considerado uma questão de 
saúde. 
Entretanto, apesar dos inúmeros desafios da prática profissional diária, as entrevistadas 
relataram estar realizadas no Serviço Social e consideram de grande importância demarcar o 
posicionamento político da categoria enquanto resistência a um governo que a cada dia que 
passa restringe os direitos da população. As provocações que ficam referem-se ao que 
representa ser resistência nessa conjuntura de repressão de direitos e o que é ser assistente 
social em uma sociedade capitalista, historicamente desigual, racista e machista. São pontos 
que merecem ser detalhados em artigos futuros. Desse modo, é papel do Serviço Social, dentro 
da política de saúde ser o canal por onde os usuários conseguem acessar instrumentos que 
disseminem a postura de resistência, garantia e defesa de seus direitos como cidadãos e, 
sobretudo, como seres humanos. 
 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Com base em tudo que foi exposto, até o momento é perceptível que atuação do 
Serviço Social na área da saúde, em especial no setor hospitalar, muito contribui para a defesa 
e garantia do direito humano a ter acesso a uma saúde digna e de qualidade. Infelizmente 
ainda é uma profissão que ainda não é reconhecida como deveria. Muitos, principalmente os 
integrantes da equipe multidisciplinar de saúde, ainda enxergam o Serviço Social sob a forma 
do assistencialismo, traço remanescente de seu surgimento, vinculado aos ideais da Igreja 
Católica. 
Verificou-se no Hospital Universitário Presidente Dutra, uma carência de assistentes 
sociais. Em alguns setores como o Ambulatório e o Banco de Sangue, a presença de 
profissionais da área se faz ausente, uma vez que não houve a preocupação por parte da 
direção hospitalar em repor os funcionários que se aposentaram. Isso gera muitos prejuízos 
aos pacientes/ usuários, pois o Serviço Social atua somente durante os dias uteis da semana 
(de segunda a sexta). Desse modo, aos sábados e domingos, esse setor não funciona, o que 
gera um acumulo de demandas, sobrecarga profissional e comprometimento da qualidade 
dos serviços oferecidos. 
Porém, apesar das grandes dificuldades que enfrentam em seu cotidiano profissional, 
as duas profissionais entrevistadas se mostraram realizadas profissionalmente e esperançosas 
por dias melhores, principalmente em uma época em que se vivencia uma grande repressão 
de direitos. Elas acreditam ser de fundamental importância que a categoria se mobilize ainda 
mais no intuito de questionar e criticar o sistema político vigente e defender o acesso a 
serviços de saúde universal e de qualidade para todos. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em: 6 dez. 2019. 
 
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Parâmetros para a Atuação de Assistentes sociais 
na Política de Assistência Social. Brasília, DF, 2010. 82p. (Série: Trabalho e Projeto profissional 
nas Políticas Sociais). Disponível em: 
<http://www.cfess.org.br/arquivos/Parametros_para_a_Atuação_de_Assistentes_Sociais_na_
Saude.pdf> Acesso em: 8 dez. 2019. 
 
CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução nº 218, de 6 de março de 1997. Disponível em: 
<http://www.cfess.org.br/arquivos/resolucao_383_99.pdf> Acesso em: 6 dez. 2019. 
 
FALEIROS, Vicente de Paula. Metodologia do diagnostico social. Brasília: Ed.De Brasilia, 
1971. 102p. 
 
IAMAMOTO, Marilda Vilela O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação 
profissional. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1999. 328p. 
 
IAMAMOTO, Marilda Villela. Servico social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, 
trabalho e questao social. 4 ED. Sao Paulo: Cortez, 2010. 495p. 
VASCONCELOS, Ana Maria. Serviço Social e Práticas Democráticas na Saúde. Disponível em 
: <www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto2-5.pdf > Acesso em 8 dez. 2019

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