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BIOQUÍMICA DA VIDA – Química da água INTRODUÇÃO A BIOQUÍMICA estuda as reações químicas e biológicas dos organismos vivos. Tais reações são invisíveis a olho nu, mas têm extrema importância para a vida. Elas estão presentes especialmente nas células e nas biomoléculas – como proteínas, glicídios, lipídios e ácidos nucleicos. Sob um microscópio, os bioquímicos aceleram ações de enzimas e estudam o metabolismo das reações celulares, além de descreverem moléculas e medirem o pH – que indica a neutralidade e acidez de uma substância. A água cobre mais de 70% da superfície terrestre e é vital para toda a vida no planeta. É a substância mais abundante da natureza, ocorrendo nos rios, lagos, oceanos, mares e nas calotas polares. Dentre os diversos reservatórios, mais de 99 % correspondem aos oceanos, às geleiras e à umidade dos solos e do ar. O total de água doce no nosso planeta, corresponde a 40 x 10^15 litros, ou seja 3% de toda água da Terra, (os 97% restantes são de água salgada), onde 2% fazem parte da calota glacial, esta não disponível na forma líquida. Portanto, verdadeiramente apenas 1% do total de água do planeta é de água doce na forma líquida, incluindo-se as águas dos rios, dos lagos e as subterrâneas. Estima-se que apenas 0,02 % deste total corresponda à disponibilidade efetiva de água doce com a qual pode a humanidade contar, em termos médios e globais, para sustentar- se e atender às necessidades ambientais das outras formas de vida, das quais não pode prescindir. Dos 1% da água doce líquida disponível no planeta, 10% está localizada em território brasileiro. SOLVENTE UNIVERSAL A água é capaz de dissolver substâncias no estado líquido, sólido e gasoso, sendo essa característica uma consequência de sua polaridade, que permite que suas moléculas hidratem íons e outras moléculas também polares. Dentre as principais substâncias dissolvidas pela água, destacam-se os ácidos e os sólidos iônicos. Para dissolver uma substância, a água, ou qualquer outro solvente, sofre diferentes interações com o soluto, propiciando o surgimento de novas ligações. Ao encontrar íons formando um composto iônico (sólido), por exemplo, a água aproxima-se do íon pelo polo de sinal contrário ao dele. Assim sendo, há anulação das cargas, o que faz os íons desprenderem- se do sólido. Esses íons então são envoltos por moléculas de água e ficam impedidos de agregar- se novamente ao sólido. POLARIDADE DA ÁGUA Na molécula da água, o oxigénio estabelece duas ligações covalentes com dois átomos de hidrogénio e o equilíbrio de forças entre os diferentes orbitais de elétrons, determina uma disposição geometricamente assimétrica das ligações O-H, que formam entre si um ângulo de cerca de 104º. Por sua vez, a forte eletronegatividade que caracteriza o núcleo do átomo de oxigénio provoca o deslocamento dos elétrons em direção a este, deixando os hidrogénios desguarnecidos dos seus próprios elétrons. Desta feita, acentua-se a assimetria da molécula de água que, apesar de ser globalmente neutra, apresenta uma distribuição irregular das cargas elétricas, que lhe confere uma polaridade. Nesta circunstância, os átomos de hidrogénio assemelham-se, em certa medida, a simples prótons. A água é, por conseguinte, uma substância polar, e a molécula comporta-se como um dipolo. LIGAÇÃO DE HIDROGÊNIO E TENSÃO SUPERFICIAL DA ÁGUA As forças intermoleculares, como o próprio nome diz, são as forças que mantêm as moléculas de uma substância unidas. Estas forças são chamadas também de forças de Van der Waals em homenagem ao físico holandês Johannes Van der Waals (1837-1923), que pesquisou e propôs a existência destas forças. Entre estas forças, as que têm intensidades mais elevadas são as Ligações de Hidrogênio. Este tipo de interação ocorre quando a molécula possui um hidrogênio (“polo positivo”) ligado ao flúor, nitrogênio ou oxigênio, ou seja, elementos muito eletronegativos (“polos negativos”). Como esta força é muito forte, origina dipolos muito acentuados; e é necessária uma energia muito alta para romper as moléculas. As ligações de hidrogênio existem entre as moléculas de água. Observe a figura abaixo: Pode-se observar que o hidrogênio (carga positiva) atrai o oxigênio (carga negativa) das moléculas de água vizinhas. Assim, ocorre a ligação de hidrogênio, onde cada molécula de água fica circundada por outras quatro moléculas de água. Este tipo de força intermolecular é responsável por alguns fenômenos interessantes como a tensão superficial da água, que permite que alguns insetos andem sobre ela. As moléculas que estão na superfície da água só realizam ligações de hidrogênio com moléculas situadas do lado ou na parte de baixo delas, isto provoca a contração do líquido, e cria uma força sobre as moléculas da superfície. Isto causa a chamada tensão superficial, que é como uma fina camada ou película que envolve o líquido. Esta propriedade é muito importante, pois é a tensão superficial que controla certos fenômenos de superfície, sustentando a vida de comunidades de micro-organismos. ADESÃO DA ÁGUA Além das forças de coesão, a água também pode se aderir à outras moléculas. Isso pode ocorrer graças à sua polaridade. A água tende a atrair e ser atraída por outras moléculas polares. Essa atração entre as moléculas de água e outras moléculas polares é chamada de adesão. As moléculas de água não se ligam com moléculas apolares, ou seja, não há adesão. Por isso ela não se distribui igualmente sobre uma superfície encerada, e forma gotículas separadas sobre elas, pois a cera é apolar. CAPILARIDADE A capilaridade é um fenômeno físico resultante das interações entre as forças de adesão e coesão da molécula de água. É graças a capilaridade que a água desliza através das paredes de tubos ou deslizar por entre poros de alguns materiais, como o algodão, por exemplo. Quando se coloca um tubo de fino calibre em contato com água, o líquido tende a subir pelas paredes desse tubo, graças às forças de adesão e coesão. A adesão está relacionada com a afinidade entre o líquido e a superfície do tubo, pois há a formação de pontes de hidrogênio entre os dois. Graças à coesão das moléculas de água, também proporcionada pelas pontes de hidrogênio, elas mantêm-se unidas, e umas acabam arrastando as outras pela coluna, elevando o nível de água. DILATAÇÃO ANÔMALA DA ÁGUA Geralmente as substâncias se dilatam quando aquecidas e contraem quando resfriadas. A água, contudo, não possui este comportamento. De 4 ºC até 100 ºC, a água comporta-se normalmente como qualquer outra substância, aumentando seu volume quando aquecida, mas de 0ºC a 4ºC, ela se contrai ao ser aquecida, ao invés de se dilatar. Aí está o comportamento anômalo da água! Antes de explicar este comportamento, verifiquemos alguns fatos: 1) conforme se aquece a água, seu volume diminui (entre 0ºC e 4ºC); 2) conforme se aquece a água, seu volume aumenta (entre 4ºC e 100ºC); 3) entre 4ºC e 100ºC a densidade da água diminui, pois seu volume aumenta (a densidade mínima ocorre em 100ºC, quando a água começa se transformar em vapor); 4) entre 0ºC e 4ºC a densidade da água aumenta, pois seu volume diminui (a densidade máxima ocorre em 4ºC, onde o seu volume é o menor possível); Estes quatro fatos podem ser verificados no gráfico a seguir: Em 0ºC, temos o estado sólido da água, quando ela se torna gelo. O volume deveria ser mínimo devido ao fato de ser um sólido (moléculas fortemente ligadas). Mas isso não acontece por causa das pontes de hidrogênio que são formadas no estado sólido da água. Elas ocorrem por meio de uma ligação molecular originada da atração de polos negativos e positivos de moléculas diferentes, gerando uma geometria no gelo que exige uma áreamaior. Logo, com uma área maior (maior volume), mas com a mesma massa de água, a densidade tende a diminuir, fazendo o gelo flutuar na água. Ao aquecer a água, há uma agitação maior das moléculas, quebrando as pontes de hidrogênio. Dessa forma, de 0ºC a 4ºC, quando a temperatura começa a aumentar, as pontes começam a ser quebradas, mas em vez de aumentar o volume da água, ele diminui, devido a quebra das pontes, fazendo diminuir a área ocupada por elas; ou seja, no estado de gelo o volume era maior do que entre 0ºC e 4ºC. Quando maior parte das pontes são desfeitas em 4ºC, a água tem seu volume mínimo e, a partir desse momento, para de se contrair e tende a se dilatar com o aumento da temperatura, começando o processo normal igual a todas as substâncias. Este fenômeno, do gelo ter o volume maior (densidade menor) entre 0ºC e 4ºC, faz com que os lagos mantenham uma camada de gelo na superfície, mas a água fica no estado líquido em seu interior, permitindo a vida no ambiente aquático. A convecção ajuda a manter este estado, pois a água mais densa (com temperatura próxima de 4ºC) tende a descer para o fundo do lago, enquanto a menos densa (próximo a 0ºC) tende a subir, ajudando a formar a camada de gelo na superfície. Outros exemplos conhecidos por esta característica da água são os icebergs na superfície dos oceanos e o estouro de garrafa com água congelada no refrigerador. CAPACIDADE TÉRMICA Também relacionado ao calor específico, a capacidade térmica é a quantidade de energia recebida e cedida a um corpo para que a sua temperatura seja alterada em 1°C. Para 1 kg de água ter elevada sua temperatura em 1°C são necessários 4186 J. O cálculo para capacidade térmica é o seguinte: C = Q/∆t ou C = m.c Sendo: • C é a capacidade térmica (cal/°C ou J/K); • Q é a quantidade de calor (cal ou J); • ∆t é avariação de temperatura (°C ou K); • M é a massa (g ou Kg); • C é a calor específico (cal/g°C ou J/Kg.K). Essa propriedade da água é essencial para a estabilidade climática e para a vida no planeta Terra, pois é um importante estabilizador no clima do globo. É possível entender melhor com as estações do ano, como inverno e verão. No inverno, o oceano se resfria lentamente e nisso é liberado uma quantidade de calor que contribui com a estabilidade da temperatura global. No verão, o oceano se esquenta também lentamente, pois é necessária muita energia para aumentar a sua temperatura, e isto também estabiliza a temperatura global. Nessa estação, para aumentar a temperatura do oceano é necessário muito calor, o que também modera no efeito do clima. Os interiores continentais, por exemplo, são lugares que enfrentam extremas temperaturas exatamente por estarem longe dos oceanos. FONTES: https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/ligacoes-hidrogenio.htm http://www.juventudect.fiocruz.br/bioquimica#:~:text=A%20BIOQU%C3%8DMICA%20 estuda%20as%20rea%C3%A7%C3%B5es,glic%C3%ADdios%2C%20lip%C3%ADdios%20e%20%C 3%A1cidos%20nucleicos. http://materiais.dbio.uevora.pt/jaraujo/biocel/agua.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/a-agua-como-solvente.htm http://www.juventudect.fiocruz.br/bioquimica#:~:text=A%20BIOQU%C3%8DMICA%20estuda%20as%20rea%C3%A7%C3%B5es,glic%C3%ADdios%2C%20lip%C3%ADdios%20e%20%C3%A1cidos%20nucleicos http://www.juventudect.fiocruz.br/bioquimica#:~:text=A%20BIOQU%C3%8DMICA%20estuda%20as%20rea%C3%A7%C3%B5es,glic%C3%ADdios%2C%20lip%C3%ADdios%20e%20%C3%A1cidos%20nucleicos http://www.juventudect.fiocruz.br/bioquimica#:~:text=A%20BIOQU%C3%8DMICA%20estuda%20as%20rea%C3%A7%C3%B5es,glic%C3%ADdios%2C%20lip%C3%ADdios%20e%20%C3%A1cidos%20nucleicos http://materiais.dbio.uevora.pt/jaraujo/biocel/agua.htm
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