RENOVAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

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RENOVAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL:
-Alteraram-se demandas práticas e inserção nas estruturas organizacional-institucional (alteração do exercício profissional); a formação do quadro técnico viu redimensionado (bem como padrão de organização de categoria); seus referenciais teóricos-culturais e ideológicos sofreram giros sensíveis.
A Renovação do Serviço Social é um processo que ocorreu em vários espaços da América Latina e no Brasil. Momentos que são diferenciados pelos Seminários: Araxá, Teresópolis, Sumaré - Boa Vista e BH, entre outros acontecimentos que ocorreu antes e durante o processo de Renovação do Serviço Social. As mudanças começam acontecer por meio da aproximação da teoria marxista, textos, matérias que aproxima os Assistentes Sociais com a realidade, fazendo com que o mesmo desperte seus pensamentos possibilitando enxergar novos horizontes e espaços de atuação profissional, além da caridade. Com os efeitos das exigências da realidade e com o surgimento de novas demandas a necessidade de integrar novos procedimentos administrativos modernos para responder a essas novas demandas, ou seja, a necessidade de novas formas de atuação para atender a população usuária. E todos os efeitos globais dessas exigências causa a Erosão do Serviço Social Tradicional, nesse processo de Erosão gerado por problemas externos, e que vários grupos de Assistentes Sociais se organizaram e fizeram movimentos para que o Serviço Social tivesse novos conceitos, ideias ao Serviço Social Latino Americano. O profissional do serviço social moderno provoca um profundo giro na formação do Assistente Social, a aproximação com outras categorias profissionais, como: psicologia, sociologia que faz com que ocorram mudanças de pensamentos no serviço social. Com isso alguns profissionais começam a se preocupar com a formação, conhecimentos, indagação e investigação teórico- metodológico dos profissionais de serviço social. O Movimento de Reconceituação é o movimento, mas importante do processo de Erosão do Serviço Social. Movimento que contribuiu significativamente na interação da Erosão do Serviço Social tradicional, para a ruptura do Serviço Social tradicional. E que durante o processo de Reconceituação houve grandes reuniões de profissionais de Serviço Social que acreditava e contribuíram para que o serviço social trilhasse novos caminhos, ou seja, a renovação do Serviço Social. Na primeira metade dos anos 60 a categoria Profissional precisava de desenvolvimento teórico para qualificação do Serviço Social. Porém, o Serviço Social precisava de profissionais que respondesse as demandas impostas pela Ditadura Militar (Laicização do Serviço Social). Os três momentos mais importantes no processo de renovação do serviço social se dá na década de 60,70 e 80, período que ocorre durante a Ditadura Militar á redemocratização do Brasil. A década de 60, é marcada pelo Movimento de Reconceituação do Serviço Social; na década de 70 acontece o grande marco o Congresso da Virada, conhecido como o Ano da Virada, os representantes do regime militar é substituído por representantes populares. São três direções principais do Serviço Social, em relação constitutiva a renovação do Serviço Social. As direções são: Primeira - Perspectiva Modernizadora: Perspectiva modernizadora da profissão que renova, remodela o Serviço Social isso ocorre entorno do meado dos anos 60 no cume de sua formação com os Documentos do seminário de Araxá e Teresópolis. O Serviço Social passa a refletir a maneira que se realiza a prática profissional, surgem novas práticas para atender as novas demandas atendendo a ordem sociopolítica da ditadura militar, e também houve a aproximação da teoria Positivista que visa à modernização da profissão, em que essa modernização acontece artificialmente e que ainda não é nesse momento que houve a ruptura com o tradicionalismo. 
O que é o SS tradicional? “Sugerimos entender como SS tradicional “a prática empirista, reiterativa, paliativa e burocratizada” dos profissionais, parametrada “por uma ética liberal-burguesa” e cuja teleologia “consiste na correção – desde um ponto de vista claramente funcionalista – de resultados psicossociais considerados negativos ou indesejáveis, sobre o substrato de uma concepção (aberta ou velada) idealista e/ou mecanicista da dinâmica social, sempre pressuposta a ordenação capitalista da vida como um dado factual eliminável). - “um dos componentes das relações entre a autocracia burguesa e o SS operou para a manutenção, sem alterações de monta, das modalidades de intervenção e (auto)representações que martirizavam a profissão desde o início dos anos cinquenta. 
1. Faça um resumo de sua apreensão acerca do Movimento (ou processo) de Reconceituação no contexto latino americano, tomando por referência as anotações de aula e a revisão literária apresentada na primeira parte do capítulo dois de Silva.
R:O movimento de reconceituação do serviço social latino americano, originou-se a partir da década de 1960, onde o serviço social estava em um processo de ruptura com o serviço social tradicional , no Brasil ele teve seu início no período da ditadura militar e se prolongou de 1964 até 1976 e suas correntes de base foram o positivismo e o funcionalismo , a fenomenologia e o marxismo , só com a advento da ditadura militar em total ação na sociedade brasileira e as inúmeras censuras feitas por ele no ar, o pensamento de ruptura do marxismo só pode vim átona no final da década de 1970 e no início de 1980.
Não podemos dizer que o movimento de reconceituação foi feito de forma linear , por que entre si, ele traz diversas contradições e vários autores de opiniões antagônicas começaram a comentar sobre esse processo, acreditava-se que para se ter um movimento de reconceituação do serviço social , tinha que ir diretamente no interior da profissão, para que pudesse haver modificações nas propostas da profissão e dar conta das pressões sociais do setor popular, que estavam se mobilizando dia após dia em virtude das consequências das desigualdades sociais , devido acumulação capitalista. Esse movimento de reconceituação na America latina teve um contexto de impor aos assistentes sociais a total necessidade de ruptura com o caráter conservador, que deu origem a profissão, e teve como linha de pensamento a principal necessidade de uma nova proposta profissional , olhando diretamente para o proletariado que constituíam a maioria da clientela do serviço social.
2. Sintetize cada uma das cinco teses constitutivas do Movimento de Reconceituação. Escolha uma e fala uma reflexão crítica articulando-a à realidade atual do Social Social brasileiro.
R:No Brasil o movimento de reconceituação foi sustentado por 5 teses, com objetivo de ruptura com os serviço social tradicional ,colocando em pratica a não neutralidade da ação profissional , e a esperança de estabelecer um vínculo com o proletariado com um objetivo se se fazer alguma transformação social , observando sempre que o processo de renovação do serviço social é um processo histórico, com isso estava em constante transformação, e a preocupação central dos autores é de encontrar novas alternativas para prática profissional, que vamos expor a seguir.
Tese 2.1 :Esforço de superação do serviço social tradicional
Que tinha o seu fundamento estrutural no FUNCIONALISMO, essa tese não só tem esse objetivo como também de mostrar sem dúvidas o questionamento do processo metodológico do serviço social, que não estava dando conta das questões sociais existentes.
Tese 2.2: Desvelamento da dimensão político, ideológico da profissão e explicitação do caráter contraditório de sua prática
Com base nessa tese o movimento de reconceituação do serviço social se cria e vai se desenvolvendo, é quando começa se ter uma identificação político-ideológico da profissão pelo capital, e com total negação de uma prática conservadora, mostrando um compromisso social com as classes empobrecidas, tem seu caráter contraditório na prática profissional, quando mostra a necessidade de questionamento das normas que orientama clientela , que estava em um processo de adaptação social, rompendo com a pratica de controle e dominação , visando os interesses dos menos favorecidos.
Tese 2.3: Vinculação da ação profissional com as classes populares e transformação social como horizonte da prática do serviço social A análise da tese se dá com objetivo de questionar as estruturas sociais, as questões sociais, lutando por um serviço social com as suas práticas de trabalho, atrelado a luta de classes.
 
O que foi a perspectiva modernizadora? A Perspectiva Modernizadora é uma das direções da renovação do Serviço Social no Brasil, sendo um esforço de adequar a profissão às exigências postas pelos processos sócio-políticos emergentes no pós 64. Conforme Paulo Netto, o Serviço Social ajustouse ao projeto de governo para atender ao “grande capital” (NETTO, in: Ditadura e Serviço Social, 2006). Assim, na perspectiva modernizadora, o Serviço Social ajustouse ao projeto econômico do governo militar. Nesse contexto, o Serviço Social é considerado um instrumento de intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais a serem operacionalizadas voltadas às estratégias de desenvolvimento capitalista. Além disso, e apesar disso, é o vetor de renovação que mais influenciou a massa da categoria profissional. O principal representante da modernização conservadora do Serviço Social é José Lucena Dantas, que se orientou pela teoria funcionalista, a qual prevê o funcionamento do sistema na mais perfeita ordem, caso contrário, as disfunções precisam ser corrigidas. A expressão das ideias da perspectiva modernizadora do Serviço social é encontrada nos dois seminários de teorização do Serviço Social realizados durante a Ditadura Militar: Seminários de Araxá – 1967 e Teresópolis – 1970. Foi no âmbito desses encontros que essa perspectiva foi formulada por seus participantes. Nos documentos que daí se originaram e no de consenso em torno do olhar sobre a profissão, o Serviço Social é considerado um instrumento profissional de suporte às políticas de desenvolvimento. No documento de Araxá não há qualquer análise ou polemização acerca do conteúdo das políticas sociais, assim como a noção ideológica da “participação” dos comunitários, que se destinava, na verdade, à sua manipulação, cooptação, visando a sua integração/adaptação. Assim, o referencial estrutural-funcionalista – apesar de não ter sido assumido no documento – é que embasa o mesmo. Há uma tentativa de escamotear essa teoria com a operacionalidade técnica. As chamadas “disfunções” colocam-se como objeto de intervenção do Serviço Social para serem corrigidas e mesmo prevenidas, objetivando o equilíbrio do sistema, da ordem capitalista, posto que o Funcionalismo “[...] busca a integração do homem ao meio e tem como base o equilíbrio das tensões na unificação social de todos os papéis.” (FALEIROS, 1983, p. 22). Ou seja, no referencial funcionalista, o sistema deve funcionar na mais perfeita ordem, caso contrário as disfunções precisam ser corrigidas, sendo esta o fundamento da proposta de modernização do Serviço Social. Já na fase do Seminário de Teresópolis, as problemáticas ideológicas são escamoteadas com o seu deslocamento para o terreno burocratizado da instrumentalidade técnicoprofissional. A prática do Serviço Social necessitava desenvolver-se e adquirir um nível 
mínimo de cientificidade. O método profissional se constituiria a partir de duas categorias básicas, a saber: o diagnóstico e a intervenção planejada. No Documento de Teresópolis consta que o objeto de intervenção do Assistente Social são as situações sociais-problemas advindas do processo de desenvolvimento. Há aqui, um redirecionamento da metodologia profissional tradicional (caso, grupo, comunidade), em face às requisições tecnocráticas deste contexto histórico. Destarte, a “concepção científica do Serviço Social” nada mais era do que uma pauta interventiva cujo andamento pode ser objeto de acompanhamento, vigilância e avaliação por parte das hierarquias institucional-organizacionais de corte tecnoburocrático. Destarte, O Serviço Social na perspectiva modernizadora, “modernizou” a metodologia e a formação acadêmica para atuar nas instituições burguesas remodeladas do regime militar. A perspectiva modernizadora aceita como dado inquestionável a ordem sócio-política instaurada pela ditadura e busca dotar a profissão de referências e instrumentos capazes de responder às demandas que se apresentam nesse momento. A congruência com a ditadura traz para o Assistente Social a abertura de espaços sócioprofissionais nas instituições e organizações estatais submetidas à racionalidade burocrática das reformas produzidas pelo Estado ditatorial. Contudo, como o movimento de modernização do Serviço Social ocorreu durante o regime militar, não pode ser implementado em sua totalidade, pois o próprio regime político não favorecia a expansão das mudanças pelo engessamento e totalitarismo vigentes na época. Essa vertente profissional entrou em crise a partir da segunda metade da década de 70, perdendo sua hegemonia. A crise da perspectiva modernizadora estava conectada também à crise da ditadura militar, a partir da reorganização da sociedade civil em decorrência dos movimentos operário e popular, como “diretas já”, greves dos operários do ABC e outros. A ocorrência da redução da importância intelectual da vertente modernizadora tem a ver com a mudança no cenário sócio-político da sociedade brasileira e também com a demanda de segmento da categoria profissional.