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ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS APRESENTAÇÃO DA APOSTILA Professor Esp. Lucas Farias Vieira ● Especialista em Controladoria e Custos (UniFatecie). ● Bacharel em Ciências Contábeis (UniFatecie). ● Professor Formador EAD - UniFatecie. Ampla experiência como professor tutor, mediador e conteudista. Na área empresarial, atuou como Encarregado de Certificação, com vasta conhecimentos em processos de auditorias externas para Certificação e Recertificação dos selos: Forest Stewardhip Council – FSC (Empresa Certificadora Control Union), Qualidade de Produto (Empresa Certificadora Certa Qualidade), Pintura em Superfície Metálica (Empresa Certificadora Instituto Falcão Bauer) e Ecolabelling - Rótulo Ecológico (Instituto Falcão Bauer). Atuou também com consultorias e assessorias empresariais com foco na contabilidade gerencial, redução de custos e precificação, além de desempenhar função de Encarregado de Compras e Suprimentos em indústrias do setor moveleiro no Noroeste do Paraná. #CURRÍCULO LATTES# http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8984174J8 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8984174J8 APRESENTAÇÃO DA APOSTILA Olá Aluno(a). Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto com você, construir nosso conhecimento sobre os conceitos acerca da Elaboração e Análise de Projetos, onde aprofundaremos um pouco mais sobre projetos, abrangendo os tipos de projeto, os aspectos e a gestão de um projeto. Deste modo, na Unidade I começaremos a nossa jornada pela contextualização e conceituação sobre Gestão de Projetos. Veremos também sobre os tipos de projetos, conceito e definição de análise, e o planejamento estratégico. Já na Unidade II, você descobrirá a importância da elaboração de um projeto, bem como seu impacto dentro de uma organização. Ainda assim, voltaremos no tempo e discutiremos sobre as origens e os precursores do projeto. Veremos os tipos de projeto, as finalidades, e as etapas de elaboração de um projeto. Em nossa Unidade III, vamos ampliar nossos conhecimentos sobre os aspectos funcionais do projeto. Vislumbraremos os aspectos administrativos, legais, econômicos, financeiros, técnicos, e de resultado. Deixaremos claro a diferença entre um projeto e uma rotina (prática), para assim transparecer ainda mais nosso entendimento conceitual sobre o projeto. Por fim, na Unidade IV, o foco é trazido para a manutenção dos projetos. Mudanças podem ocorrer, mesmo após as etapas de planejamento, porém, essas mudanças devem ser estudadas e viabilizadas. Assim, entenderemos este processo e em seguida veremos sobre a gestão de projetos. Abordaremos também sobre as metodologias alternativas de desenvolvimento de projeto, veremos também suas principais características, funcionalidades e benefícios. E para encerrar, veremos a prática na elaboração e gestão de projetos. Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigado e bom estudo! UNIDADE I CONCEITUALIZAÇÃO Professor Especialista Lucas Farias Vieira Plano de Estudo: ● Introdução à elaboração e análise de projetos; ● Conceitos de Projetos; ● Conceitos de Análise; ● Tipos de Análise; ● Planejamento Estratégico. Objetivos de Aprendizagem: ● Conhecer os principais conceitos sobre gestão e análise de projetos; ● Discutir sobre a metodologia do processo de planejamento em gestão de projetos; ● Conhecer os tipos de análises e suas aplicabilidades na gestão e análise de projetos. INTRODUÇÃO Olá Cara(o) Aluna(o)! A Análise e Gestão de Projetos é uma área do conhecimento que pode ser aplicada em diversos contextos e cenários. Você pode encontrar a gestão de projetos na construção civil, no setor automobilístico, em indústrias dos diversos setores da economia, e até mesmo no mercado de softwares. Deste modo, eu pergunto a você caro(a) aluno(a): afinal, você sabe o que é a Análise e Gestão de Projetos e como ela pode ser aplicada? Nesta primeira unidade da nossa disciplina, iremos conhecer a área de conhecimento da Análise e Gestão de Projetos. Em primeiro momento, vamos entender os conceitos necessários referente ao tema, assim, entenderemos o que realmente significa o termo projeto e o termo análise e gestão; em seguida, compreenderemos sobre os tipos de análises e as metodologias da gestão de projetos, utilizando como base o Guia PMBOK (que é um conjunto de práticas na gestão de projetos, considerado a base do conhecimento sobre gestão de projetos por profissionais da área), assim, buscaremos entender como deve ser elaborado e analisado um projeto para que ele seja eficiente e eficaz quanto aos seus objetivos. Ainda nesta unidade, veremos sobre o planejamento estratégico. Assim, buscaremos entender e conceituar o planejamento estratégia, compreender sua importância e impactos. Venha comigo dar este primeiro passo na disciplina de Elaboração e Análise de Projetos! 1 INTRODUÇÃO À ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/two-software-engineers- talking-next-big-1936992991 Caro(a) aluno(a), quando alguém utiliza o termo “projeto”, o que vem a sua mente? Sem dúvida, o termo projeto é muito utilizado em nosso cotidiano, e é também aplicado nas diversas áreas do conhecimento, tais como engenharias, administração, contabilidade, análise e desenvolvimento de sistemas, entre tantas outras. Deste modo, imagine o seguinte: você e seu amigo irão fazer um bolo de chocolate, ambos receberam os mesmos ingredientes, a mesma receita, o mesmo tempo para a preparação, mesmo forno, enfim, as mesmas condições foram postas a vocês. Você acredita que sairá o mesmo resultado? Certamente não, mesmo com as condições iguais é possível que saia um resultado diferente, visto que cada um terá uma maneira de executar o ‘projeto’. Não obstante, em um mercado cada vez mais competitivo e acirrado, que tem levado as organizações a viverem em permanente estado de mudança, percebe-se que nos últimos anos, especialmente no Brasil, há uma busca incessante das https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/two-software-engineers-talking-next-big-1936992991 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/two-software-engineers-talking-next-big-1936992991 empresas no uso de melhores práticas de elaboração, análise e gerenciamento de projetos. Sendo assim, vamos então compreender agora sobre as terminologias e conceitos. 2 CONCEITOS DE PROJETOS Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/project-manager-working- update-tasks-milestones-1756612595 É comum em nosso dia a dia utilizarmos a palavra projeto em diferentes situações e contextos, como por exemplo, a famosa promessa de iniciar o “projeto” vida saudável e fitness no começo do ano, o “projeto” financeiro, o “projeto” da casa própria, e assim por diante. Mas afinal o que significa a palavra Projeto e o que é necessário para compor um projeto? Em vias gerais, projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Assim, necessita de objetivos claros, medidas de resultados, datas e cronogramas que atendam aos requisitos negociados e explícitos dos envolvidos (stakeholders). Neste sentido, já podemos entender que o projeto é realizado sob a forma de um grupo de processos planejados einterdependentes. De acordo com a norma ISO 10006 (2000) – Gestão da qualidade – que se refere às Diretrizes para a Qualidade no gerenciamento de Projetos, projeto é: Projeto: Processo único, consistindo de um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos. NOTA 1 - Um Projeto individual pode fazer parte de uma estrutura de Projetos mais abrangente. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/project-manager-working-update-tasks-milestones-1756612595 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/project-manager-working-update-tasks-milestones-1756612595 NOTA 2 - Em alguns Projetos, o(s) objetivo(s) é (são) aperfeiçoado(s) e as características do produto são definidas progressivamente, enquanto o Projeto evolui. NOTA 3 - O resultado de um Projeto pode ser uma ou várias unidades de um produto. NOTA 4 - A organização é temporária e estabelecida para o tempo de vida do Projeto. NOTA 5 - As interações entre as atividades do Projeto podem ser complexas. Neste sentido, os projetos devem possuir três características essenciais: ser único, temporário e progressivo. Deste modo, o quadro abaixo apresenta de forma resumida as características de um projeto. Quadro 01 – Características de um projeto Fonte: Adaptação de Xavier, Carlos; Xavier, Luiz; Reinert; Stoeckicht (2014, p. 08) Neste sentido, quem pensa em gerir um projeto deve ter em mente que comandar um projeto é realizar a administração prática e realista de elementos em Temporário Único Progressivo Todo projeto tem início, meio e fim. O produto ou serviço gerado é diferente. As características do projeto são mais detalhadas à medida que em que é maior o entendimento do produto ou serviço. prol de um objetivo comum, que pode ser a construção de um imóvel, o desenvolvimento de um sistema, a construção de um modelo novo de carro etc. Em suma, gerir um projeto é alocar recursos necessários (material, pessoas, financeiro) para tal e se planejar de alguma forma; é administrar. É fato que os projetos ocorrem em praticamente todas as empresas e em todas as suas áreas e níveis, gerando produtos e/ou serviços para clientes internos e/ou externos. Como exemplo de projetos, de acordo com Xavier, Carlos; Xavier, Luiz; Reinert; Stoeckicht (2014, p. 08), podemos citar: ● Lançamento de um novo produto ou serviço; ● Construção de uma garagem; ● Desenvolvimento de um software; ● Implantação de uma nova tecnologia; ● Realização de uma viagem; ● Publicação de um livro; ● Organização de um evento (festa, reunião, congresso, torneio esportivo etc.); ● Planejamento e implementação de uma mudança organizacional; ● Pesquisa de um novo produto; ● Construção de um edifício; ● Implantação de um novo treinamento para os funcionários. Ainda assim, é importante ficar claro que a Gestão de Projetos visa otimizar o tempo, o custo e a qualidade de um projeto, buscando maneiras efetivas de se atingir um objetivo (GAUTHIER; IKA, 2012 apud DIAS; GONZALEZ; GUIMARÃES, 2017, p. 02), utilizando um tempo determinado, assim como orçamento e características previamente estabelecidas. Deste modo, podemos afirmar que a gestão de projetos destaca-se pelos seguintes benefícios/características: I. Simplicidade de propósito: um projeto deve possuir metas e objetivos facilmente compreendidos. II. Clareza de propósito: o projeto pode ser descrito claramente em poucos termos: objetivos, escopo, limitações, recursos, administração, qualidade de resultados e assim por diante. III. Controle independente: pode ser protegido do mercado ou de outras flutuações que afetam operações rotineiras. IV. Facilidade de mediação: o andamento do projeto pode ser monitorado por meio de sua comparação com metas e padrões (indicadores) definidos de desempenho. V. Flexibilidade de Emprego: a administração do projeto pode empregar especialistas e peritos de alto padrão por períodos limitados, sem prejudicar os arranjos de longo prazo na lotação de cargos. VI. Conduz à motivação e moral da equipe: a novidade e o interesse específico do trabalho do projeto devem ser atraentes às pessoas e levar à formação de equipes entusiásticas e automotivadas. VII. Sensibilidade ao estilo de administração e liderança: embora às vezes capazes de autogestão, as equipes de especialistas automotivadas reagem criticamente a certos estilos de liderança. VIII. Útil ao desenvolvimento individual: trabalhar com uma equipe eficiente favorece o desenvolvimento acelerado e a capacitação pessoal. IX. Favorece a discrição e a segurança: os projetos podem ser protegidos de ação hostil ou atividade de informação para defesa, pesquisa, desenvolvimento de produto ou segurança de produtos sensíveis ao mercado ou de alto valor. X. Mobilidade: os projetos podem ser executados em locais remotos, países estrangeiros e assim por diante; são independentes. XI. Facilidade de distribuição: a administração ou condução de um projeto inteiro pode ficar livre de contrato, como, por exemplo, em um acordo BOT de construção, operação e transferência (KEELLING, 2002). Contudo, o termo Projeto possui uma vasta abrangência em diversos pontos, conforme podemos observar no quadro abaixo: Quadro 02 – Abrangência do termo projeto Empreendimento não repetitivo: É um evento que não faz parte da rotina da empresa. É algo novo para as pessoas que irão realizar. Sequência clara e lógica de eventos: O projeto é caracterizado por atividades encadeadas logicamente de modo a permitir que, durante a execução, o acompanhamento e o controle sejam precisos. Início, meio e fim: Todo projeto respeita um determinado ciclo de vida, isto é. Tem uma característica temporal. Muitas vezes o término de um projeto coincide com o início de outro. Objetivo claro e definido: Ao se iniciar um projeto, é de fundamental importância saber aonde se quer chegar. Sem um objetivo claro, qualquer caminho parecerá poder atendê-lo e a possibilidade de fracasso torna-se muito mais elevada. Conduzido por pessoas: O centro fundamental de qualquer projeto é o homem. Sem ele o projeto não existe, mesmo que se disponha de modernos equipamentos de controle e gestão. Parâmetros definidos: Todo projeto necessita ter estabelecidos valores para prazos, custos, pessoal, material e equipamentos envolvidos, bem como a qualidade desejada. É possível que ocorra mudanças e variações no decorrer do projeto, porém, os parâmetros iniciais vão atuar como referências para o projeto e sua avaliação. Os projetos atingem todos os níveis da organização Podem envolver uma pequena quantidade de pessoas, ou milhares delas. Podem levar menos de um dia, ou vários anos. Podem ser aplicados a todas as áreas do conhecimento humano, e muitas vezes precisam ser subdivididas em partes, de fácil gerenciamento e controle, chamadas de subprojetos. Fonte: Adaptação de Molinari (2010, p. 45). Neste sentido, a Gestão de Projetos é uma técnica que pode ser utilizada de diversas formas em diferentes setores e tipos de organizações. No ramo da pesquisa e do desenvolvimento, ferramentas e técnicas são utilizadas e implementadas para realizar projetos mais complexos de desenvolvimento de produtos, de maneira efetiva. Na área da construção civil, a Gestão de Projetos é utilizada como ferramenta de planejamento, gestão e controle dos projetos. No campo da engenharia, utiliza-se cronograma de projetos e métodos quantitativos com o objetivo de alcançar maior produtividade dentro dos sistemas manufaturados (KWAK; ANBARI, 2009 apud DIAS; GONZALEZ; GUIMARÃES, 2017, p.02). 3 CONCEITOS DE ANÁLISE Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/business-team-investment-entrepreneur-trading-discussing-1416437156 Analisar um projeto refere-se em realizar um exame detalhado do projeto, decompondo-o em processos e atividades menores, observando, assim, todos os pormenores que formam o projeto. Sendo assim, há diversos tipos de análise em projetos. Por exemplo, há a análise dos custos em um projeto, a análise de viabilidade, análise dos processos de execução, análise dos riscos, análise do escopo, análise do tempo e cronograma do projeto, e assim por diante. Ainda neste sentido, a análise de projeto modela o problema e consiste das atividades necessárias para o entendimento do domínio do problema (o que precisa ser feito em um projeto, por isto, é correto se dizer que a análise é um processo de investigação. Deste modo, a análise está muito próxima do planejamento e gerenciamento de um projeto, visto que, para se ter o devido controle e monitoramento em um projeto é necessário analisar o andamento do projeto junto com o plano e escopo do mesmo. Isto quer dizer que, a análise é a distinção e a separação das partes de um todo com vista a conhecer os respectivos princípios ou elementos. Ainda assim, também https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/business-team-investment-entrepreneur-trading-discussing-1416437156 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/business-team-investment-entrepreneur-trading-discussing-1416437156 se trata de um exame, que pode ser qualitativo ou quantitativo, dependendo do que se pretende analisar. Em outras palavras, podemos entender que uma análise busca enfatizar a investigação de uma situação problema. Por consequência, o objetivo de uma análise é levar o gestor a investigar e poder tomar decisões de maneira mais assertiva e embasada. Diante disto, a qualidade do processo de análise é um fator importante porque um erro de concepção resolvido em uma fase de análise possui um custo; porém, se este mesmo erro for detectado na fase de projeto o custo já é maior; na fase de execução e implementação, o custo é maior ainda. 4 TIPOS DE ANÁLISES Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/intelligence-bi-business- analytics-ba-key-1081970570 Os projetos, dentro de cada setor, podem ser classificados em função de sua finalidade, quer seja de criar meios de produção, novos produtos, ou ampliar a capacidade ou ainda, aumentar a produtividade de meios de produção já existentes. Em um projeto há diversos fatores que podem impactar diretamente no sucesso ou fracasso de um projeto, os principais são os custos, prazos, aquisições, riscos, comunicações, recursos (materiais, máquinas, pessoas etc.), e qualidade. Deste modo, como vimos o processo de análise busca enfatizar a investigação de uma situação problema. Por consequência, o objetivo de uma análise é levar o gestor a investigar e poder tomar decisões de maneira mais assertiva e embasada. Assim, existe a análise dos riscos em um projeto, este processo ocorre através das seguintes atividades: identificação dos objetivos do projeto; identificação dos fatores de risco; estimativa do impacto dos riscos; definição da resposta aos riscos; e redefinição do plano do projeto (ALENCAR; SCHMITZ, 2005). https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/intelligence-bi-business-analytics-ba-key-1081970570 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/intelligence-bi-business-analytics-ba-key-1081970570 A análise de risco busca mitigar os riscos internos e externos ao projeto. O primeiro tipo de risco refere-se aquele que está ligado ao processo de desenvolvimento, ou seja, ligado às nove áreas de conhecimento definidas no Guia PMBOK® (PMI, 2017). Já os riscos externos estão ligados ao produto do projeto, ao que entregaremos para o contratante. Esse risco, se é de negócio, é passível de negociação. Por outro lado, visando analisar a viabilidade financeira de um projeto, existem alguns instrumentos e técnicas da matemática financeira que buscam auxiliar neste processo, tais como o PayBack; Taxa interna de retorno (TIR); Fluxo de Caixa; Valor Presente Líquido (VPL); Retorno sobre o Investimento (ROI); etc. Assim, em síntese, a análise de viabilidade financeira visa demonstrar se o projeto trará lucro ou não para a organização. Ou seja, a análise de viabilidade econômica e financeira irá comparar os retornos que poderão ser obtidos com os investimentos demandados, para decidir se vale a pena ou não investir. Há ainda o processo de análise dos orçamentos e custos em um projeto, que visa acompanhar e confrontar os custos orçados com os custos realizados. Vale destacar também, que os custos são um fator determinante para um projeto, e que, se mal administrados, podem comprometer drasticamente a saúde do projeto. Por outro lado, a análise de progresso do projeto busca analisar e medir as entregas dos trabalhos, a fim de verificar se o projeto está sendo desenvolvido no tempo conforme o planejado. Isto quer dizer que é um exame do cronograma de prazos que foi planejado com o que realmente está sendo executado. Já a análise de qualidade pode ser entendida como o processo de auditoria dos requisitos e dos resultados das medições de controle relativas à qualidade, para garantir que sejam usados os padrões adequados e as definições operacionais apropriadas. Ou seja, é a verificação se o produto do projeto está atendendo aos requisitos de qualidade necessários, e que foram estipulados pelo cliente, patrocinador ou consumidor. Não obstante, uma vez que os dados foram organizados, faz-se necessário a análise efetiva para compreender o seu estado atual e as implicações para o futuro. Como regra geral, todos os dados devem ser vistos com a devida atenção e cuidado. É importante não focar demais em dados passados pela mesma razão que não se pode dirigir um veículo olhando apenas para o retrovisor. Sendo assim, a equipe de análise de projeto deve avaliar o quanto o projeto tem se alterado desde a linha base, o que significa em termos futuros e quais são as causas para tais desvios (DISMORE; BREWIN, 2014). REFLITA Gestão de riscos e o poder das partes interessadas Nosso país abraçou a realização de grandes eventos nos últimos anos. Fomos escolhidos para sediar a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas 2016. Várias concessões, obras e iniciativas foram empreendidas para que o Brasil tivesse condições de realizá-los dentro do calendário estabelecido. Em um dos projetos relacionados com esses eventos havia uma pressão muito grande de calendário, gerada por atrasos em uma das obras e a necessidade de montagem do data center que viabilizaria a disponibilização de todos os sistemas necessários para o uso dessa instalação. No entanto, o datacenter ficava dentro da obra, que estava em atraso. É importante ressaltar que a instalação de componentes computacionais não pode ser feita em ambientes não refrigerados adequadamente, para não queimarem por superaquecimento. Tampouco os equipamentos podem ficar expostos à poeira, que danifica tanto as ventoinhas de refrigeração quanto os contatos internos dos componentes. Mesmo com o risco de atraso mapeado e gerenciado, e estando o cliente ciente da situação, a qual em cada reunião de acompanhamento trazíamos à tona e tentávamos de forma infrutífera estabelecer planos de contingência e ações de mitigação, os dias insistiam em passar de forma mais rápida que a evolução das atividades no cronograma da obra. Vários planos de contingência propostos e negados... - Podemos utilizar o datacenter do prédio atual? - Não dá, pois há equipamentos de operação local que necessitam de conexão na rede e de servidores locais para processar as informações. - E se colocamos aqui apenas uma estrutura mínima e um canal de comunicação para acesso a servidores em outro local? - Não podemos correr o risco de uma queda de link ou demora de resposta, pois impactarána velocidade da operação das atividades locais. E se gerarmos um gargalo aqui, o evento fica severamente impactado. - E uma “sala-cofre” em contêiner, atendendo a todas as normas e disponibilizada ao lado do prédio? - Sem chance! Estamos em um canteiro de obras e o custo de aluguel desse tipo de solução não é comportado no projeto. Não há tempo para licitar um aluguel como esse. - E se... - Não dá, pois... - Talvez uma... - Não é viável… Restando uma semana para a data limite, o cliente nos informa: temos que instalar e colocar em funcionamento, mesmo com o prédio em obras. Isso foi determinado pelo governador do estado. O que até então era risco deixou de ser. Virou fato! Fizemos uma atualização da situação da obra e tínhamos apenas piso elevado e ar-condicionado instalados e os dutos de cabeamento prontos. Os equipamentos de operação que dependiam dos servidores e os equipamentos de armazenamento a serem disponibilizados estavam sendo instalados e estariam prontos para entrar em operação em cinco dias. Tivemos que improvisar uma sala fechada com vários metros de lona preta, rolos de fita adesiva e pedaços de divisória como peso no chão. Tivemos que isolar o local com os dutos de ar-condicionado e os racks onde os equipamentos foram instalados criando paredes de lona preta para poder conter a poeira e manter uma temperatura aceitável para o funcionamento temporário dos equipamentos. O difícil foi acertar as aberturas de saída de ar, que era jogado no bolsão de lona pelo ar-condicionado, para que as paredes de lona não se desprendessem e frequentemente reforçar as fitas durante os três dias que a construtora levou para terminar as paredes e instalar porta e face de vidro do datacenter. Tínhamos um prazo impossível de ser modificado e várias equipes trabalhando em conjunto na viabilização da entrega dessa obra, que foi de suma importância para a realização de um grande evento. Fatores externos ao projeto, mesmo que mapeados e gerenciados, podem impactar de forma significativa o projeto. Algumas vezes, o trabalho na busca de planos de contingência não gera alternativas, tampouco é possível estabelecer ações de mitigação em um cronograma que gerimos ou que é fruto de um contrato onde a gestão de mudanças é complexa. O cenário pode ter sua complexidade aumentada quando partes interessadas envolvem a esfera política, ou mesmo toda a população de um país. Por outro lado, soluções criativas podem viabilizar o contorno de situações complexas, mesmo que de forma temporária. Fonte: Vignochi et al. (2017, p. 139). #REFLITA# 5 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/one-chess-pieces-staying- against-full-1007325445 O desenvolvimento de projetos é uma atividade cada vez mais estratégica no cotidiano das empresas. Sua importância vem acompanhado da necessidade de aumentar a eficiência ao longo dos ciclos de planejamento e execução dos projetos, em função do correto alinhamento com os objetivos estratégicos do negócio e a maximização na utilização dos diferentes recursos envolvidos no empreendimento (MONTAGNER, 2012). Caro(a) Aluno(a), de acordo com a linha de pensamento de Chiavenato e Sapiro (2003, p. 40), “o planejamento estratégico é um processo de formulação de estratégias organizacionais na qual se busca a inserção da organização e de sua missão no ambiente em que ela está atuando”. Neste sentido, o Planejamento Estratégico significa o caminho escolhido, as ações estabelecidas e adequadas para atingir os objetivos propostos. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/one-chess-pieces-staying-against-full-1007325445 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/one-chess-pieces-staying-against-full-1007325445 Ansoff (1981 apud ESTRADA; NETO; AUGUSTIN, 2011, p.121) conceitua o planejamento estratégico como sendo: [...] a análise racional das oportunidades oferecidas pelo meio, dos pontos fortes e fracos das empresas e da escolha de um modo de compatibilização (estratégia) entre os dois extremos, compatibilização esta que deveria satisfazer do melhor modo possível aos objetivos da empresa. Uma vez escolhida a estratégia, chegava-se à solução essencial, e a empresa deveria procurar implantá-la. Sob o ponto de vista de Rasmussen (1990, p. 33), o planejamento estratégico pode ser caracterizado como sendo uma “ferramenta primordial que a alta gestão possui, no fim do século XX, para obter vantagem sobre os seus competidores e conseguir identificar oportunidades no seu macroambiente operacional”. Deste modo, o planejamento estratégico corresponde ao estabelecimento e definição de um conjunto de providências a serem tomadas pelo executivo para a situação em que o futuro tende a ser diferente do passado; entretanto a empresa tem condições e meios de agir sobre as variáveis e fatores de modo que possa exercer alguma influência; o planejamento é um processo contínuo, um exercício mental que é executado pela organização independentemente de vontade específica dos seus executivos. Ainda assim, podemos entender o planejamento estratégico como um plano antecipado do que será realizado no longo prazo. O planejamento estratégico é o processo de pensar, criar, moldar e controlar o futuro da organização dentro de um horizonte estratégico (MAUSS; SANTOS, 2007). Deste modo, para planejar é preciso conhecer e compreender o contexto. Relaciona-se com ao cumprimento de metas e objetivos de uma organização. Assim, o objetivo do planejamento é definir uma direção para a empresa. Já estratégia, tem a ver com o que será feito para atingir essas metas e objetivos. É, então, a combinação dos fins (metas) e dos meios pelos quais a empresa pretender chegar aos seus resultados (BRAGA; MONTEIRO, 2005). Por outro lado, Sertek; Guindani; Martins (2007, p.36) caracteriza as estratégias empresariais como sendo: O padrão de decisões em uma empresa que determina e revela seus padrões, propósitos ou metas, produz as principais políticas e planos para a obtenção dessas metas e define a escala de negócios em que a empresa deve se envolver, o tipo de organização econômica e humana que pretende ser e a natureza da contribuição econômica e não econômica, que pretende proporcionar a seus acionistas, funcionários e comunidades. Não obstante, o planejamento estratégico é compreendido como um conjunto de atividades sistematizadas realizadas no seio de uma organização, direcionado aos diversos clientes da mesma. Ela é intervencionista, pois sempre modifica, para melhor, a estrutura, o processo e a cultura da instituição (BRAGA; MONTEIRO, 2005). Matos; Matos; Almeida (2007, p.437) destacam que todo o processo de “elaboração de um planejamento estratégico não pode ser considerado um simples exercício de planejamento. Um planejamento estratégico deve refletir, sintética e completamente, o raciocínio estratégico da organização”. Ainda sob o ponto de vista de Braga e Monteiro (2005, p.25), “o planejamento estratégico traça as diretrizes para o estabelecimento de planos de ação e contribui para a sobrevivência e a continuidade (a longo prazo) do negócio”. Chiavenato e Sapiro (2003, p.39) alertam que: O planejamento estratégico está relacionado com os objetivos estratégicos de médio e longo prazo que afetam a direção ou a viabilidade da empresa. Mas, aplicado isoladamente, é insuficiente, pois não se trabalha apenas com ações imediatas e operacionais: é preciso que, no processo de planejamento estratégico, sejam elaboradas de maneira integrada e articulada todos os planos derivados do planejamento estratégico. Ainda assim, vale lembrar que o planejamento estratégico caracteriza-se por ser um processo dinâmico e flexível, que permite incorporar as mudanças do ambiente. Uma vez que a demanda por constantes inovações e por aperfeiçoamento, exigidapelo mercado, não se restringe apenas ao cerne das organizações, mas está presente na vida diária do indivíduo, antecipar-se a essas mudanças torna-se uma necessidade, tanto empresarial, na busca por diferenciais competitivos, quanto pessoal, na procura por autorrealização, e, por esses motivos é também aplicável também na elaboração de projetos. Neste sentido, para Braga e Monteiro (2005, p.17), “a estratégia é sempre sistêmica e holística, pois envolve diversos componentes da organização de forma integrada”. Sendo assim, baseado em Matos José; Matos Rosa; Almeida (2007, p. 437): A função do planejamento estratégico é complementar o raciocínio estratégico da organização. O responsável pela implantação do plano estratégico deve ser coordenador e comunicador. Ele deve assumir o controle da implementação. Ele deverá fornecer informações e relatórios analíticos que proporcionem aos gestores informações e dados que possibilitem as tomadas de decisões. Por outro lado, a estratégia precisa ser planejada. O planejamento estratégico é a maneira pela qual a estratégia é articulada e preparada. Contudo, ele não é algo que se faz uma vez a cada ano. Ele é descontínuo. Quanto maior for a mudança ambiental, mas deverá ser feito e refeito de maneira contínua o planejamento estratégico (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003). Deste modo, o processo de planejar estrategicamente uma organização, exige desenvolvimento prévio de um modo de pensar estrategicamente, a fim de se controlar e se preparar para as possíveis mudanças futuras. Com isso, este modo de pensar envolve diversas lacunas sobre o que fazer, como fazer, quando fazer, onde fazer, qual a melhor maneira de fazer, para quem fazer, entre outras (BRAGA; MONTEIRO, 2005, p.17). Contudo, hoje um processo de planejamento vai muito além da análise de dados, também percepção, insight, intuição, criatividade, síntese e a capacidade de interconexão de processos complexos de observação que ocorrem na mente, formando assim uma rede intrincada de pensamentos (MINTZBERG, 2004 apud KICH; PEREIRA, 2014). Assim, o pensamento estratégico é assim denominado por indicar uma gama de pensamentos dedicados à estratégia, ou seja, o procedimento mental sobre a operacionalidade de planos e projetos a serem estruturados. Portanto, planejar é uma atividade de extrema importância dentro de um projeto, pois é responsável por definir uma série de variáveis que darão dimensão ao mesmo e nortearão o seu desenvolvimento. Assim, podemos mencionar quatro razões básicas para o planejamento em um projeto, sendo: obter um melhor entendimento dos objetivos do projeto; aumentar a eficiência da operação; eliminar ou reduzir as incertezas; e prover uma base consistente para monitoramento e controle (MONTAGNER, 2012). SAIBA MAIS Basicamente, na administração devemos considerar três tipos de indicadores primordiais para avaliarmos o sucesso ou o fracasso de qualquer iniciativa: a eficiência, a eficácia e a efetividade. Embora seja muito comum observarmos empreendedores usarem essas três palavras como sinônimos, na verdade, cada uma delas possuem significados bem distintos, funcionando como etapas na avaliação de qualquer tipo de processo. ⮚ Eficiência: fizemos um uso racional dos recursos? Antes de mais nada, é fundamental avaliar se a equipe cumpriu com as metas de gastos estabelecidas já no início do projeto ou, ainda, se a meta estabelecida na fase de planejamento realmente é razoável. Qualquer projeto deve ser avaliado em um contexto, seja organizacional (interno), seja mercadológico (externo). Se houver um aumento expressivo de custos – em outras palavras, desperdícios – pode ser que o próprio fruto do projeto perca a sua competitividade, caso seja um produto ou serviço, ou ainda, que os recursos financeiros do empreendimento fiquem comprometidos. A eficiência, portanto, é um critério fundamental. ⮚ Eficácia: concluímos as etapas de ação? Evidentemente, quando estabelecemos um planejamento não nos restringimos a estabelecer metas de gastos, como também muitas outras. Para dizer que o projeto teve eficácia é essencial verificar se todo o escopo, os objetivos e as metas foram conquistados. Quer um exemplo? Uma campanha governamental de vacinação pode ter como objetivo aplicar determinada vacina em cerca de 10.000 pessoas, no prazo de 2 meses, nas regiões sul e sudeste. Se cada uma dessas metas foi conquistada, podemos dizer que fomos eficazes em nosso projeto. No entanto, será que podemos dizer que obtivemos efetividade? É o que veremos a seguir. ⮚ Efetividade: qual foi o impacto do projeto? Pode parecer que se formos eficazes e eficientes certamente o projeto terá sucesso, certo? Não é bem assim. Agora é chegado o momento de se avaliar os verdadeiros impactos do projeto. No exemplo citado anteriormente, não deveríamos ficar satisfeitos apenas com a execução do plano. Apenas o monitoramento de novas incidências da doença a ser controlada poderá dizer quais foram os verdadeiros impactos da ação. Em alguns casos, inclusive, os impactos são maiores do que o esperado. Fonte: PORTAL ARTIA, 2019. 3 dicas para avaliar o seu projeto. Disponível em: https://artia.com/blog/3-dicas-para-avaliar-o-seu- projeto/#:~:text=Estabele%C3%A7a%20objetivos%2C%20metas%2C%20indicadores%20e,realment e%20houve%20sucesso%20ou%20n%C3%A3o.. Acesso em: 12/05/2021. #SAIBA MAIS# https://artia.com/blog/3-dicas-para-avaliar-o-seu-projeto/#:~:text=Estabele%C3%A7a%20objetivos%2C%20metas%2C%20indicadores%20e,realmente%20houve%20sucesso%20ou%20n%C3%A3o https://artia.com/blog/3-dicas-para-avaliar-o-seu-projeto/#:~:text=Estabele%C3%A7a%20objetivos%2C%20metas%2C%20indicadores%20e,realmente%20houve%20sucesso%20ou%20n%C3%A3o https://artia.com/blog/3-dicas-para-avaliar-o-seu-projeto/#:~:text=Estabele%C3%A7a%20objetivos%2C%20metas%2C%20indicadores%20e,realmente%20houve%20sucesso%20ou%20n%C3%A3o CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), Nesta unidade foi apresentado a você os principais aspectos conceituais sobre os temas projeto e análise de projetos. Em primeiro momento, entendemos os conceitos necessários referente ao tema; em diante, compreenderemos sobre as metodologias da análise de projetos, utilizando como base o Guia PMBOK (que é um conjunto de práticas na gestão de projetos, considerado a base do conhecimento sobre gestão de projetos por profissionais da área). Vimos sobre análise. Entendemos seu conceito e as aplicações para viabilidade econômico-financeira de um projeto, riscos, qualidade, orçamentos e custos, progresso de atividades. Compreendemos assim, que a equipe de análise de projeto deve avaliar o quanto o projeto tem se alterado desde a linha base, o que significa em termos futuros e quais são as causas para tais desvios (DISMORE; BREWIN, 2014). Em seguida, em nossa caminhada do conhecimento, vimos sobre o planejamento estratégico, bem como sua definição, importância e relevância. Assim, você já deve ter compreendido que um projeto um projeto se caracteriza por três características essenciais: ser único, temporário e progressivo. Ainda assim, um projeto é composto por fases essenciais, sendo a iniciação, o planejamento, a implementação ou execução e, por fim, o encerramento. Um projeto há uma série de atividades que precisam ser executadas, que devem ser previamente planejadas, controladas e monitoradas antes e durante a sua execução. Deste modo, te aguardo no próximo capítulo para aprofundarmos ainda mais nosso conhecimento. Nos vemos no próximo capítulo! LIVRO Título: Fundamentos em Gestão de Projetos: Construindo competências para gerenciar projetos Autor: Marly Monteiro de Carvalho; Roque Rabechini Júnior Editora: Atlas; 4ª edição (3 junho 2015) Sinopse: Este livro apresenta um recorte que o difere dos demais publicados neste campo de estudo. Sem deixarde abordar as práticas gerenciais adotadas na última versão do PMBOK (Project Management Body of Knowledge), o texto enfatiza a importância do gerenciamento de projetos em termos organizacionais. Ou seja, dedica boa parte de seu conteúdo na apresentação e no estudo de temas como: maturidade, competências em gerenciamento de projetos, bem como carteira (portfólio) de projetos, estruturas e estratégias organizacionais. A obra, também, dá uma contribuição bastante significativa aos alunos e profissionais da área de gerenciamento de projetos, pois se propõe a discutir casos reais e fictícios de empresas, além de apresentar uma série de exercícios, que podem ser desenvolvidos nos mais diferentes níveis de treinamento. Livro-texto para as disciplinas de Gestão de Projetos dos cursos de Engenharia de Produção e de Administração de Empresas. Obra recomendada também para cursos de especialização e MBA. FILME/VÍDEO Título: A grande aposta Ano: 2015 Sinopse: Michael Burry (Christian Bale) é o dono de uma empresa de médio porte, que decide investir muito dinheiro do fundo que coordena ao apostar que o sistema imobiliário nos Estados Unidos irá quebrar em breve. Tal decisão gera complicações junto aos investidores, já que nunca antes alguém havia apostado contra o sistema e levado vantagem. Ao saber destes investimentos, o corretor Jared Vennett (Ryan Gosling) percebe a oportunidade e passa a oferecê-la a seus clientes. Um deles é Mark Baum (Steve Carell), o dono de uma corretora que enfrenta problemas pessoais desde que seu irmão se suicidou. Paralelamente, dois iniciantes na Bolsa de Valores percebem que podem ganhar muito dinheiro ao apostar na crise imobiliária e, para tanto, pedem ajuda a um guru de Wall Street, Ben Rickert (Brad Pitt), que vive recluso. REFERÊNCIAS ALENCAR, Antonio Juarez; SCHMITZ, Eber Assis. Análise de risco em gerência de projetos; 2ª ed.; Rio de Janeiro: Brasport, 2005. ASSOCIAÇÃO Brasileira De Normas Técnicas (2000), NBR ISO 10006. Gestão da qualidade: diretrizes para a qualidade no gerenciamento de Projetos. Rio de Janeiro: ABNT, 18 p. BRAGA, Ryon; MONTEIRO, Carlos. Planejamento estratégico sistêmico para instituição de ensino. São Paulo: Editora Hoper, 2005. CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento estratégico; Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2003. DIAS, Joyce Abrantes; GONZALEZ, Victor Manuel Gomez; GUIMARÃES, Julio Cesar Ferro de. Gestão de Projetos: Origens e Trajetória para o Alinhamento com a Sustentabilidade Ambiental; XVII Mostra de Iniciação Científica – Universidade Católica de Caixas do Sul, Caxias do Sul, 2017. DISMORE, Paul C.; BREWIN, Jeannette Cabanis. Manual de gerenciamento de projetos; 2ª ed.; Rio de Janeiro: Brasport, 2014. ESTRADA, Rolando Juan Soliz; NETO, Luis Moretto; AUGUSTIN, Eziane Samara. Planejamento estratégico pessoal. 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Objetivos de Aprendizagem: ● Conhecer os impactos da gestão de projeto; ● Discutir sobre a importância da gestão de projetos na atualidade; ● Conhecer as etapas de um projeto, bem como seu funcionamento processual; ● Entender os tipos de projetos. INTRODUÇÃO Olá Cara(o) Aluna(o)! Como vimos na unidade anterior, a gestão de projetos é um assunto importante e que pode, direta ou indiretamente, impactar, tanto positivamente como negativamente, nos resultados de uma organização. Neste sentido, algumas empresas têm investido muito em treinamentos, processos, ferramentas e estruturas com o objetivo de aumentar a maturidade e a eficiência de uma organização, porém, ainda assim é possível observar uma série de falhas ligadas a esta prática. Deste modo, eu pergunto a você caro(a) aluno(a): afinal, você sabe o que é a Análise e Gestão de Projetos e como ela pode ser aplicada? Nesta unidade, iremos conhecer a importância da Análise e Gestão de Projetos. Em primeiro momento, vamos entender os impactos de uma boa gestão de projetos na atualidade, abordando sua aplicabilidade e os principais benefícios. Em seguida, voltaremos no tempo e vamos entender os primórdios da gestão de projetos, pois, é importante entendermos a evolução da gestão de projetos. Veremos também os tipos de projetos existentes. Entenderemos suas finalidades e aplicabilidades. Por fim, veremos as etapas e os processos que compõem um projeto, utilizando como base o Guia PMBOK. Venha comigo! 1 IMPORTÂNCIA DO PROJETO Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/concept-compliance-rules- law-regulation-policy-1903290286 Como vimos na unidade anterior, podemos compreender um projeto como um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Assim, necessita de objetivos claros, medidas de resultados, datas e cronogramas que atendam aos requisitos negociados e explícitos dos envolvidos (stakeholders). Assim, a gestão de projetos tem como base não apenas as habilidades técnicas para realizar o trabalho, mas reúne tambémas habilidades de gestão de pessoas e de relacionamento com o cliente. Portanto, as vantagens trazidas pela gestão de projetos precisam satisfazer a todas as partes envolvidas no processo: desde o gerente (responsável pelo planejamento, execução e supervisão do trabalho), a equipe de produção e o cliente (PORTAL ARTIA, ONLINE, 2018). https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/concept-compliance-rules-law-regulation-policy-1903290286 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/concept-compliance-rules-law-regulation-policy-1903290286 Deste modo, a gestão de projetos proporciona maior controle dos processos. Gerir um projeto grande é uma tarefa complexa, porém, através da gestão eficiente de projetos é possível simplificar e otimizar. Afinal, este é um dos grandes benefícios da gestão de projetos. Através das práticas da gestão de projeto pode-se realizar o acompanhamento e monitoramento centralizado de todas as etapas e fatores que englobam um projeto, tais como recursos, risco, aquisições, qualidade, pessoas, prazo etc. Outra vantagem da aplicação dos conhecimentos da gestão de projeto é o cumprimento de cronograma. Por meio das técnicas da gestão de projeto é possível estimar prazos, planejar e monitorar ações, e elaborar cronogramas de entrega de atividades. Mas lembre-se, estamos aqui falando de estimativa e não certeza. Claro que imprevistos podem ocorrer, e nisto, a gestão de projetos auxilia realizando o acompanhamento e a verificação de todas as informações disponíveis, e assim, é possível prever, minimizar e, até mesmo, evitar atrasos (PORTAL ARTIA, ONLINE, 2018). No quesito qualidade, a gestão de projeto está alinhada à proposta do processo de controle do projeto, ora, é o momento de análise do que foi feito, como foi feito, ou como deverá ser refeito, em termos de qualidade. É importante frisar que esta etapa não é linear no projeto, ou seja, não ocorre apenas após os dois outros processos (ROCHA; COSTA; NOGUEIRA; BELMIRO, 2014). Já quanto aos riscos, que de acordo com o PMI (2017, p.68), “risco é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, provocará um efeito positivo ou negativo nos objetivos do projeto”. Assim, as técnicas de Gerenciamento de Riscos possibilitam a chance de melhor compreender a natureza do projeto, envolvendo os membros do time de modo a identificar possíveis ameaças e oportunidades do projeto (VIANA, 2018). Deste modo, em síntese, as vantagens da aplicação da gestão de projetos se dão no maior controle sobre o projeto (abrangendo o controle dos custos, prazos, qualidade, riscos, aquisições, recursos, pessoas), o cumprimento dos prazos estipulados, o monitoramento da lucratividade, a minimização dos riscos, maior engajamento da equipe envolvida, e como consequência, afeta diretamente na satisfação do cliente/patrocinador (PORTAL ARTIA, ONLINE, 2018). REFLITA O canto da Sereia! Em certa oportunidade, entrei em um projeto com toda a gana de fazer um excelente negócio, o qual me daria visibilidade e resultado financeiro. Por estar enfeitiçado, deixei de lado as boas e velhas práticas de gerenciamento de projetos, um erro imensurável. Fiz exatamente o que odeio que façam comigo: prometer coisas sem ter a certeza de que é possível realizar. Quanto ao fato de ganhar dinheiro com o negócio, doce esperança... só não faliu porque já tinha um nome relativamente bom no mercado e aquele projeto foi entregue com qualidade, proporcionando muita visibilidade para novas oportunidades. Porém, obtive um resultado financeiro abaixo das expectativas iniciais. Foi uma lição difícil, que fez com que eu retornasse aos conceitos básicos e resgatasse a essência de um bom gerenciamento de projetos: “fazer de tudo para que o projeto não dê errado”, um conceito totalmente diferente da proposta “fazer de tudo para o projeto dar certo”. E é por isso que, atualmente, invisto em um diagnóstico de preparação executado com técnica e propriedade, através de um modelo de questionário que me auxilia a definir três pontos fundamentais: expectativas do projeto na visão do patrocinador, análise de competências técnicas e comportamentais da equipe do projeto e, por fim, mapeamento do poder de decisão e interesse dos gestores táticos/estratégicos, principalmente daqueles que medirão o meu trabalho e me pagarão. Faço isso por minha própria conta e risco, em todos os projetos, sem exceção, para que eu realmente entenda o projeto além da técnica e saiba onde estou me metendo, a ponto de definir se entro no jogo ou desisto do projeto – e, acredite, não são raras as vezes em que declino do trabalho com muita tranquilidade, pois estou convicto de que o correto é investir no único tempo sobre o qual tenho propriedade... o presente! Chega de transferir frustrações para o futuro. Entendo que franqueza e objetividade são um grande benefício para ambas as partes: cliente e fornecedor. Afinal, se não for desta maneira, estaremos trabalhando com promessas inatingíveis também chamadas de mentiras, que não podem ser administradas com boas práticas ou metodologias de gerenciamento de projetos. Então, basta de prometer para assumir negócios. É imprescindível eliminarmos as frases: “depois a gente vê” ou “na hora a gente resolve”. Já passou agora de todos criarmos um hábito correto e ético, utilizando o gerenciamento de projetos para aquilo que ele se propõe... falar a verdade com o máximo de propriedade e certeza possível, sem enganação, sem termos pomposos ou apresentação de boas práticas somente no discurso. Nossas diretrizes devem ser simples: clareza, propriedade e verdade, doa a quem doer. De fato, no início dói muito investir tempo e dinheiro para dizer que você não quer fazer parte do projeto. Mas se não for dessa forma não entrou no projeto, por um simples motivo: não quero fazer de conta que gerencio projetos, comprometendo meu trabalho, minha reputação e o dinheiro que levo para casa. O raciocínio é muito simples: comece certo...ou não faça. Fonte: Vignochi (2018, p. 45). #REFLITA# 2 AS ORIGENS DO PROJETO Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/graphic-designers-work- together-ux-ui-1916870621 A história registra grandes feitos da humanidade, desde o início das civilizações, que podem ser classificados como projetos. O livro-base sobre o gerenciamento de projetos, PMBOK® (PMI, 2008), reúne esses conhecimentos divididos em nove áreas de conhecimento integradas: integração, escopo, prazo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicação, riscos e aquisições, considerando-se não só os processos de iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento, como também os princípios e práticas geralmente aceitos e aplicáveis (SILVEIRA; SBRAGIA; KRUGLIANSKAS, 2013, p. 575). A Gestão de Projetos (GP) tornou-se uma área de conhecimentos amplamente estudada a partir da década de 1980, apesar de sua complexidade. Ainda que a gestão de projetos tenha se tornado mais popular e mais analisada desde então, não há uma teoria unificada sobre o assunto, dificultando sua integração como uma https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/graphic-designers-work-together-ux-ui-1916870621 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/graphic-designers-work-together-ux-ui-1916870621 disciplina tradicional da administração (GAREL, 2013 apud DIAS, GONZALEZ, GUIMARÃES, 2017, p. 02). Neste sentido, de acordo com a linha de pensamento de Molinari (2010), a origem da Gestão de Projetos tem um “pai” e uma “mãe”. O primeiro diz respeito ao nascimento das escolas da Administração, que com o seu formalismo foi a base de diversas técnicas e boas práticas no nascimento desta disciplina. A segunda, refere- se ao Gerenciamento Empírico que, por ser de uma maneira informal, ou seja, o sentimento baseado na experiência prática da execução das tarefas, serviu de amadurecimentodo processo de Gerenciamento de Projetos. Historicamente, durante a Idade Média, a gestão de projetos era observada de forma sutil e rudimentar, sendo incorporada na elaboração de artefatos. Paralelamente, na construção civil, durante o desenvolvimento de variados tipos de arquitetura, a gestão de projetos, em forma simples, era uma maneira de visualizar o objeto a ser construído. Aos poucos, durante a evolução da civilização entre os séculos, a prática de projetos passou a ser mais elaborada, sendo dividida por profissões. Com o desenvolvimento de máquinas e indústrias, durante os séculos XVIII e XIX, os projetos passaram a ter mais importância e serem mais elaborados. Assim, a partir de 1930, a Gestão de Projetos passou a ser racionalizada, apesar de ainda não ser considerada um modelo de gestão específico (GAREL, 2013 apud DIAS, GONZALEZ, GUIMARÃES, 2017, p. 02). Por outro lado, apesar Gestão de Projetos já ser utilizada, de maneira simples e rudimentar, como uma forma de realizar projetos dos mais variados tipos, a origem do termo “Gestão de Projetos” só passou a ser utilizado na modernidade, possuindo um maior desenvolvimento nas décadas de 1950 e 1960 (GAUTHIER; IKA, 2012 apud DIAS, GONZALEZ, GUIMARÃES, 2017, p.02). Em 1969, com o termo já definido, ocorre nos Estados Unidos a criação do Instituto da Gestão de Projetos (Project Management Institute, PMI), visando ampliar as ferramentas e técnicas para a indústria em geral. Com o desenvolvimento da instituição, práticas dentro do ramo da Gestão de Projetos foram tomadas ao longo dos anos, tais quais: criação do livro base "Project Management Body of Knowledge", cuja primeira publicação foi em 1987; desenvolvimento de certificação de projetos; carta de princípios éticos para criação da profissão de gestor de projetos (GAREL, 2013 apud DIAS, GONZALEZ, GUIMARÃES, 2017, p. 03). 2.1 A Gestão de Projetos na atualidade Nos últimos anos, o gerenciamento de projetos vem se tornando um domínio do conhecimento cada vez mais estudado e utilizado, tendência que tem como marco inicial a fundação do Project Management Institute (PMI), em 1969, e a subseqüente publicação do Project Management Body of Knowledge (PMBOK). De acordo com Rad e Raghavan (2000 apud MAXIMINIANO; ANSELMO, 2006, p. 395), “o gerenciamento de projetos é uma das disciplinas que mais crescem no mundo de hoje”. Atualmente, em um mercado cada vez mais globalizado e competitivo, que tem levado as organizações a viverem em permanente estado de mudança, temos presenciado nos últimos anos a constante busca por parte das empresas no uso de melhores práticas de gerenciamento de projetos, seja para se tornarem mais eficientes ou apenas para redução de custos e mitigação de desperdícios. Implantar projetos em uma empresa traz muitos benefícios, porém não é uma tarefa fácil. Para garantir que tudo ocorra de acordo com o planejado e os objetivos sejam alcançados, existe a gestão de projetos, uma série de processos e estratégias que facilitam e agilizam a execução de um projeto. Nesse cenário, o gerente de projetos é uma figura de destaque na atualidade, que precisa ter habilidades como liderança, confiança e visão (PORTAL ARTIA, ONLINE, 2020). No Brasil observa-se que, de maneira geral, o número de organizações que estão fazendo uso do gerenciamento de projetos está aumentando. À medida que cresce a procura por gerenciamento de projetos, maior é a necessidade de compreender sua utilização, os benefícios e as possibilidades de aplicação na gestão dos negócios, uma vez que as organizações diferem quanto ao estágio em que se encontram (SILVEIRA; SBRAGIA; KRUGLIANSKAS, 2013, p. 575). 3 OS TIPOS DE PROJETOS Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/people-different-skills- connecting-together-online-1687380997 Atividades baseadas em projetos estão cada vez mais presentes em todos os setores da atividade humana. Assim, comumente a palavra “projeto” é aplicada em diversos contextos, como: “projeto arquitetônico”, “projeto de lei (jurídico)”, “projeto pedagógico”; “projeto elétrico, hidráulico, naval”, “projeto de software”, “projeto de marketing”, “projeto de pesquisa (educação, ciência, tecnologia)”, dentre tantas outras. Mas, lembre-se: um projeto é sinônimo de um processo único, que consiste em um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para início e término. Deste modo, perceba que um projeto se caracteriza por três características essenciais: ser único, temporário e progressivo. Assim, um projeto pode ser de cunho social, pessoal, cultural, empresarial ou de pesquisa. Isto quer dizer que o tipo de projeto varia muito com o seu objetivo, sua finalidade. Neste sentido, os projetos sociais se caracterizam por proporcionar melhoria na qualidade de vida da sociedade. Este tipo de projeto pode ser tanto individual quanto coletivo. Os movimentos realizados pelas ONG’s (Organizações não Governamentais), que fazem campanhas para arrecadação de roupas com a finalidade de distribuí-las para pessoas que necessitam, são um exemplo de um projeto social. https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/people-different-skills-connecting-together-online-1687380997 https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/people-different-skills-connecting-together-online-1687380997 Por sua vez, os projetos de cunho cultural, são aqueles voltados para levarem qualquer tipo de manifestação artística para a população, como, por exemplo, a dança, a música e o teatro. Assim, produção de filmes, livros, restaurações de museus etc., são resultados de projetos culturais (PORTAL EUAX, ONLINE, 2018). Os projetos educacionais são compreendidos como sendo um empreendimento ou conjunto de atividades com objetivos claramente definido em função de problemas, necessidades, oportunidades ou interesse de um sistema educacional (MOURA; BARBOSA, 2011). Já nos projetos empresariais, o objetivo é criar oportunidades, melhorar soluções para um negócio já existente ou estruturar um novo negócio. Para tal, pode- se citar como exemplo o desenvolvimento de um novo produto, a abertura de um negócio, etc. Ainda assim, quanto aos projetos pessoais, são geralmente individuais e se baseiam em duas perguntas: “o que eu quero para mim?” e “como eu vou conseguir isso?”. Em geral, as pessoas têm o costume de pensar e idealizar algo para o futuro e estipular uma meta, seja um cargo dentro de uma empresa, viagens, aquisição de bens materiais e afins (PORTAL EUAX, ONLINE, 2018). Por outro lado, há também a classificação dos tipos de projetos levando em consideração o ponto de vista econômico. Assim, há os projetos de implantação, projetos de expansão ou ampliação, projeto de modernização, projeto de relocalização e projeto de diversificação. Os projetos de implantação são aqueles que dão origem a uma nova unidade operacional, e por conta disso, normalmente demanda um longo tempo para ser implantado, e o montante de investimento, no geral, é elevado. São exemplos deste tipo de projeto: a construção de uma fábrica, um centro de distribuição próprio ou a instalação de uma estrutura administrativa em um edifício comercial (MONTAGNER, 2012). Já os projetos de expansão ou ampliação são muito parecidos com o modelo anterior, a diferença é que este tipo de projeto trabalha em cima de uma base preexistente. Este tipo de projeto requer alguns cuidados adicionais, pois pensar em expandir ou ampliar uma unidade operacional deve-se levar em conta que a operação está em funcionamento, e não pode ter suas operações prejudicadas por conta disto. Os projetos de modernização geralmente demandam uma atividade intensa de treinamento, pois ao instalar um novo equipamento ou uma nova tecnologia, faz-se necessário treinar e capacitar as pessoas envolvidas nesta operação. Por sua vez, os projetos de relocalizaçãoreferem-se às situações em que uma organização pretende realizar a mudança de suas instalações, seja por questões pessoais ou incentivos fiscais. Assim, um projeto deste tipo, em função do investimento ou do tempo de migração, pode ter o mesmo padrão de aprovação de um projeto de implantação, pois tem em seu desenvolvimento atividades muito similares entre si (MONTAGNER, 2012). Por fim, quanto aos projetos de diversificação, este tipo de projeto envolve menos as questões operacionais por ter foco no aspecto mercadológico. Assim, um projeto deste porte envolve mudanças, como por exemplo, atendimento a novos canais de distribuição, alteração do portfólio de produtos ou serviços; novos formatos de comercialização, novo modelo de equipe comercial, etc. (MONTAGNER, 2012). É comum em nosso dia a dia utilizarmos a palavra projeto em diferentes situações e contextos, como por exemplo, a famosa promessa de iniciar o “projeto” vida saudável e fitness no começo do ano, o “projeto” financeiro, o “projeto” da casa própria, e assim por diante. REFLITA “Todo projeto é um trabalho, mas nem todo trabalho é um projeto”. - Moura; Barbosa (2011, p.23) #REFLITA# 4 AS FINALIDADES DE UM PROJETO Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/project-management- scheduling-concept-gantt-chart-1148670914 A Gestão de Projetos é uma técnica que pode ser utilizada de diversas formas em diferentes setores e tipos de organizações. No ramo da pesquisa e do desenvolvimento, ferramentas e técnicas são utilizadas e implementadas para realizar projetos mais complexos de desenvolvimento de produtos, de maneira efetiva. Na área da construção civil, a Gestão de Projetos é utilizada como ferramenta de planejamento, gestão e controle dos projetos. No campo da engenharia, utiliza-se cronograma de projetos e métodos quantitativos com o objetivo de alcançar maior produtividade dentro dos sistemas manufaturados (KWAK; ANBARI, 2009 apud DIAS; GONZALEZ; GUIMARÃES, 2017, p. 02). Por outro lado, é fato que os projetos ocorrem em praticamente todas as empresas e em todas as suas áreas e níveis, gerando produtos e/ou serviços para clientes internos e/ou externos. Como exemplo de projetos, de acordo com Xavier, Carlos; Xavier, Luiz; Reinert; Stoeckicht (2014, p. 08), podemos citar: ● Lançamento de um novo produto ou serviço; ● Construção de uma garagem; ● Desenvolvimento de um software; https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/project-management-scheduling-concept-gantt-chart-1148670914 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/project-management-scheduling-concept-gantt-chart-1148670914 ● Implantação de uma nova tecnologia; ● Realização de uma viagem; ● Publicação de um livro; ● Organização de um evento (festa, reunião, congresso, torneio esportivo etc.); ● Planejamento e implementação de uma mudança organizacional; ● Pesquisa de um novo produto; ● Construção de um edifício; ● Implantação de um novo treinamento para os funcionários. Sendo assim, embora os projetos sejam aplicados em diversos setores e com diversas finalidades, as técnicas, metodologias e ferramentas da Gestão de Projetos podem ser aplicadas de maneira adaptativa conforme a necessidade do projeto. 5 AS ETAPAS DO PROJETO E ELABORAÇÃO Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/document-management- system-dms-being-setup-1874749972 O Gerenciamento de Projetos (GP) é um ramo da Ciência da Administração que trata da iniciação, do planejamento, da execução, do monitoramento, do controle e do fechamento de projetos. Assim sendo, o Gerenciamento de Projetos envolve a aplicação de conhecimento, técnicas, ferramentas e habilidades às atividades do projeto, a fim de atender aos seus requisitos. Sua aplicação ao longo de todo o trabalho permite a avaliação do desempenho, o aprendizado contínuo e a antecipação do desempenho futuro com razoável confiabilidade. Portanto, podemos dizer que o gerente de projetos é a pessoa responsável pela realização dos objetivos do projeto (XAVIER, CARLOS; XAVIER, LUIZ; REINERT; STOECKICHT, 2014). Neste sentido, um projeto divide-se em fases que compreendem um conjunto de atividades interdependentes (processos) de modo a se obter um controle melhor e criar uma interdependência entre as atividades, constituindo o ciclo de vida do projeto. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/document-management-system-dms-being-setup-1874749972 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/document-management-system-dms-being-setup-1874749972 O ciclo de vida define, para cada fase, as técnicas que serão utilizadas e as pessoas envolvidas (MOLINARI, 2010). Assim, em um projeto tipicamente padrão temos 04 fases principais: iniciação, planejamento, implementação ou execução e encerramento. Quadro 04 – Fases de um projeto Fonte: Elaboração do autor. A primeira fase do ciclo de vida do projeto é a fase de Iniciação, ela é o ponto inicial dos projetos. Nesta etapa devem ser definidos os objetivos preliminares e o custo-benefício entre outros pontos do projeto. Ainda nesta fase o objetivo ou necessidade do projeto é identificado, podendo ser um problema ou uma oportunidade comercial. Na fase de Iniciação devem ser executadas algumas tarefas, como por exemplo: a identificação de necessidade e/ou oportunidade; tradução dessas necessidades e/ou oportunidades em um problema; equacionamento e definição do problema; determinação dos objetivos e metas a serem alcançadas; análise do ambiente do problema; análise das potencialidades ou recursos disponíveis; avaliação da viabilidade de atingimento dos objetivos; levantamento ou estimativa dos recursos necessários; elaboração da proposta do projeto; apresentação da proposta e venda Iniciação Planejamento Implementação/Execução Conclusão da ideia; avaliação e seleção com base na proposta submetida; e decisão quanto à execução do projeto (MENEZES, 2009). Em sequência, a segunda fase, denominada de Planejamento, envolve a definição de uma metodologia de Gestão de Projetos a ser utilizada. Na prática, isso significa escolher as melhores estratégias tendo em vista os recursos mobilizados e os objetivos que devem ser perseguidos, juntamente com a estratégia para produzi- los. Isso também é referido como “gerenciamento de escopo” (CAMARGO, 2019). Ainda assim, vale ressaltar que a fase do planejamento inicia-se com uma ideia ou um conceito já definido no estágio anterior, nesse ponto essa ideia deve ser revisada e aprofundada, junto com o levantamento prévio de materiais, recursos humanos e a programação de atividades do projeto. Já na fase de Implementação/ Execução ocorre, de fato, a execução de todas as ações programadas na fase anterior e junto com isso são controlados os recursos e o tempo de execução para que esse projeto não saia do que foi planejado (KEELLING, 2002). Durante esta fase do projeto, as pessoas estão realizando as tarefas e as informações de progresso estão sendo relatadas através de reuniões regulares da equipe. O gerente do projeto usa essas informações para manter o controle sobre a direção do projeto, comparando os relatórios de progresso com o plano do projeto para medir o desempenho das atividades do projeto e tomar medidas corretivas conforme necessário. Nesta fase ocorre a realização de algumas etapas, tais como: a execução das etapas previstas e programadas; ativa-se a comunicação entre os membros da equipe do projeto; utilizam-se os recursos humanos e materiais, sempre que possível dentro do que foi programado (quantidade e períodos de utilização); e efetuam-se as programações no projeto segundo seu status que é adotando os planos e programas iniciais como diretrizes eventualmente, mutáveis (MENEZES, 2009). Por fim, no último estágio do ciclo de vida de um projeto, denominado de Conclusão, na qualé o momento de entregar as atividades, encerrar contas bancárias, devolver maquinário e prestar as contas de encerramento do projeto. Entretanto, a gestão de um projeto de software bem-sucedido compreende o escopo do trabalho (abrangência, amplitude, objetivos) a ser realizado, os riscos em que se incorre em custos e benefícios; os recursos exigidos e respectivas responsabilidades; as tarefas a serem executadas; os marcos de referência a serem acompanhados (pontos de revisão, aprovação, com seus respectivos produtos); o esforço e custo despendido e a programação a ser seguida (FERNANDES, 1995 apud REZENDE, 2005). SAIBA MAIS O trabalho na área de gestão de projetos requer o conhecimento sobre o que é a norma PMI. O Project Management Institute (PMI) é uma organização sem fins lucrativos que tem o objetivo de disseminar as melhores práticas de gerenciamento de projetos em todo o mundo. Essa entidade fomenta o debate sobre o tema por meio de publicações, eventos e reuniões. Reconhecida em diversos países, a instituição tem mais de 700 mil integrantes localizados em diferentes países e que estão em constante aperfeiçoamento profissional. Tudo começou em 1969, durante um jantar em um restaurante que ficava a apenas algumas quadras do City Hall, na Filadélfia, EUA. Esse jantar era uma continuação de vários meses de discussões entre dois homens, Jim Snyder e Gordon Davis, que decidiram ali a criação de uma nova organização. O objetivo deles era proporcionar um meio de os gerentes de projeto se reunirem, compartilharem informações e discutirem problemas comuns. Os debates seguintes resultaram na primeira reunião formal, no Georgia Institute of Technology, em Atlanta, EUA, em outubro de 1969. Como subproduto, nasceu o Project Management Institute. Pouco tempo depois, artigos de incorporação foram arquivados na Pensilvânia, assinados por cinco pessoas oficialmente reconhecidas como fundadoras do PMI. São elas: James Snyder, Eric Jenett, Gordon Davis, AE ‘Ned’ Engman e Susan C. Gallagher. Portanto, o PMI é uma associação voltada para profissionais de gerenciamento de projetos. Para melhor organização, ele é separado de acordo com capítulos, que seguem uma categorização segundo regiões geográficas. Isso significa que cada membro do PMI é vinculado a um capítulo e, juntamente dos demais profissionais da mesma região, faz trabalhos voluntários para levar as melhores práticas do gerenciamento de projetos ao conhecimento dos outros profissionais. A ideia dessa integração é promover melhorias contínuas no setor e a valorização do papel dos profissionais que nele atuam. Atualmente, pode-se dizer que a mais expressiva contribuição do PMI é o estabelecimento de melhores práticas de gerenciamento de projetos. Essas ações são seguidas no mundo todo e estão compiladas em uma obra única, o PMBOK. Fonte: Portal Project Builder, 2021. O que é PMI? Disponível em: https://www.projectbuilder.com.br/blog/o-que-e-pmi/. Acesso em: 13/05/2021. #SAIBA MAIS# https://www.projectbuilder.com.br/blog/o-que-e-pmi/ CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), Chegamos ao fim de mais uma unidade. Nesta unidade entendemos a importância e o impacto da gestão de projetos. Assim, vimos que, em síntese, as vantagens da aplicação da gestão de projetos se dão no maior controle sobre o projeto (abrangendo o controle dos custos, prazos, qualidade, riscos, aquisições, recursos, pessoas), o cumprimento dos prazos estipulados, o monitoramento da lucratividade, a minimização dos riscos, maior engajamento da equipe envolvida, e como consequência, afeta diretamente na satisfação do cliente/patrocinador. Posteriormente viajamos nas origens da Gestão de projetos, percorrendo no espaço-tempo de seus primórdios até a atualidade. Mais especificamente, vimos que no Brasil, observa-se, de maneira geral, que o número de organizações que estão fazendo uso do gerenciamento de projetos está aumentando. À medida que cresce a procura por gerenciamento de projetos, maior é a necessidade de compreender sua utilização, os benefícios e as possibilidades de aplicação na gestão dos negócios, uma vez que as organizações diferem quanto ao estágio em que se encontram. Logo em seguida, abordamos os tipos de projeto, em especial os projetos sociais, culturais, educacionais, empresariais, de pesquisa, e pessoais. Vimos também sobre as finalidades de um produto. Mas, lembre-se: um projeto é sinônimo de um processo único, que consiste em um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para início e término. Deste modo, perceba que um projeto se caracteriza por três características essenciais: ser único, temporário e progressivo. E por fim, compreendemos as etapas que compõem um projeto. Para isso, entendemos um pouco sobre o ciclo de vida de um projeto, bem como as fases que o compõe. Assim, entendemos que em um projeto tipicamente padrão temos 04 fases principais: iniciação, planejamento, implementação ou execução e encerramento. Deste modo, te aguardo no próximo capítulo para aprofundarmos ainda mais nosso conhecimento. Nos vemos no próximo capítulo! LIVRO Título: Gestão De Projetos: as melhores práticas Autor: Harold R. Kerzner Editora: Bookman; 3ª edição (5 outubro 2016) Sinopse: Altos executivos de empresas de classe mundial discutem abertamente estudos de caso que demonstram a evolução do pensamento e as reais estratégias que os ajudaram a chegar à excelência em gestão de projetos em menos de seis anos! Seguindo as orientações do Project Management Institute, líderes de diversos setores falam de: Gerenciamento de risco do projeto; Gerenciamento do portfólio; O escritório de projetos; Equipes integradas e equipes virtuais; Gestão de projetos em culturas multinacionais. FILME/VÍDEO Título: Jobs Ano: 2013. Sinopse: Em 1976, Steve Jobs abandonou a faculdade e junto com seu amigo, o gênio da tecnologia Steve Wozniak, iniciaram uma revolução nos computadores com a invenção do Apple 1, o primeiro computador pessoal. Construído na garagem dos pais de Jobs, o Apple 1 e a formação da empresa Apple mudaram o mundo para sempre. Steve Jobs não se incomodava em passar por cima dos outros para atingir suas metas, o que fez com que tivesse dificuldades em manter relações amorosas e de amizade. REFERÊNCIAS CAMARGO, Robson. Ciclo de vida de um projeto: saiba cumprir etapas para ter mais sucesso; 2019. Disponível em: https://robsoncamargo.com.br/blog/Ciclo-de- vida-de-um-projeto. Acesso em: 13/05/2021. DIAS, Joyce Abrantes; GONZALEZ, Victor Manuel Gomez; GUIMARÃES, Julio Cesar Ferro de. Gestão de Projetos: Origens e Trajetória para o Alinhamento com a Sustentabilidade Ambiental; XVII Mostra de Iniciação Científica – Universidade Católica de Caixas do Sul, Caxias do Sul, 2017. KEELLING, Ralph. Gestão de Projetos: uma abordagem global. São Paulo: Saraiva. 2002. MAXIMINIANO, Antonio Cesar Amaru; ANSELMO, Jefferson Leandro. Escritório de gerenciamento de projetos: um estudo de caso, Revista De Administração, São Paulo, v.41, n.4, 2006. MENEZES, Luís César de Moura. Gestão de Projetos. São Paulo: Atlas, 2009. MOLINARI, Leonardo da Mata Rezende. Gestão de Projetos: teoria, técnicas e práticas; São Paulo: Editora Érica, 2010. MONTAGNER, Carlos Alberto. Elaboração e análise de projetos. Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2012. MOURA, Dácio G.; BARBOSA, Eduardo F. Trabalhando com projetos: planejamento e gestão de projetos educacionais. Petrópolis: Editora Vozes, 2011. PORTAL ARTIA, 2018. Gestão de Projetos: seu guia completo para gerenciar projetos do início ao fim. Disponível em: https://artia.com/blog/gestao-de-projetos-o- que-e-para-que-serve/. Acesso em: 13/05/2021. PORTAL ARTIA, 2020, Qual a importância da gestão
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