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Lipídeos, lipoproteínas e dislipidemias - Bioquímica clínica

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Aula 03 – Bioquímica clínica 
Lipídeos, lipoproteínas e dislipidemias 
 
• Dislipidemias 
Que são as alterações dos lipídeos e lipoproteínas. 
• Lipídeos 
São substâncias orgânicas e insolúveis em água, presentes em todos os tecidos e 
atuam como hormônios ou precursores destes, como o colesterol que pode ser 
precursor da vitamina D, cortisol e testosterona. São componentes estruturais das 
biomembranas, como os fosfolipídeos e o colesterol. Também é combustível 
metabólico, em que a oxidação dos ácidos graxos produz acetil-CoA, que se torna 
combustíveis não imediatos. Estes também são isolantes térmicos, possuindo 
importância para a condução nervosa, porque a bainha de mielina possui importante 
função na velocidade desta condução. 
Então os mais importantes são o colesterol, os fosfolipídeos, ácidos graxos, 
triglicerídeos, o colesterol livre e esterificado, que são insolúveis em meio aquoso e são 
transportados em um complexo macromolecular que são as lipoproteínas, que 
transportam os lipídeos no plasma, sendo circular. 
 
As apoproteínas podem se chamar de Apolipoproteínas, que são componentes 
proteicos das partículas de lipoproteínas. Cada tipo de lipoproteína contém um conjunto 
de apoproteínas específicas e estas têm o papel de manter a integridade estrutural do 
complexo lipídeo/proteína, além de interagir com receptores celulares e realizar o 
reconhecimento de receptores de superfície, como a APOb que se relaciona com 
receptores hepáticos. Estas também ativam enzimas envolvidas no metabolismo 
lipídico, como a LCAT e LPL. 
 
No metabolismo lipoproteico, as partículas remanescentes se direcionam para o fígado 
e são reconhecidas pela APOB. A APOC está relacionada com a ativação de enzimas 
responsáveis pelo metabolismo lipoproteico. A APOE está relacionada com a remoção 
de partículas da circulação e por fim, recentemente, se soube que a APO(a) que 
diferente da APOA que é importante no transporte reverso, a APO(a) se relaciona com 
a Lp(a), em que a lipoproteína a, não se relaciona com o transporte reverso e até então, 
não possui ação bem definida, não sendo molécula vital. Se observou que as pessoas 
com níveis de Lpa elevado apresentam aumento no risco de doenças cardiovasculares, 
então acredita-se que ela pode estar envolvida com o transporte do colesterol ruim, 
possuindo função da aterogênese e disfunção do endotélio vascular, relacionando-se 
com coagulopatia, eventos aterotrombóticos. 
As lipoproteínas são classificadas de acordo com suas densidades, como as descritas 
abaixo. 
 
 
Os quilomícrons são sintetizados e liberados por células do epitélio intestinal, e estas 
lipoproteínas contém colesterol, proteínas, fosfolipídeos e o quilomícron possui como 
principal componente os triglicerídeos. São responsáveis pelo transporte de 
triglicerídeos exógeno. 
O VLDL é a lipoproteína de muita baixa densidade, que são ricas de triglicerídeos, 
contudo, são sintetizadas e liberadas pelo fígado, se diferenciam dos quilomícrons por 
conta de seu local de síntese e o fato de que o quilomícron transporta lipídeos exógenos 
e a VLDL endógeno. 
A IDL, que são lipoproteínas de densidade intermediária, que contém todos os lipídeos, 
tendo como componente predominante o colesterol e os triglicerídeos, possuindo meia-
vida muito curta, sendo produzidas na circulação a partir do VLDL e são imediatamente 
catabolizadas, originando LDL, não permitindo que elas sejam dosadas. 
A LDL que é a lipoproteína de baixa densidade, que possui como principal componente 
o colesterol, que é formada na circulação a partir da IDL (essencialmente, diz-se que 
ele provém do VLDL, já que este é o componente maior), em que alguns subtipos são 
aterogênicos, se depositando no lúmen do vaso. Este leva o colesterol para o vaso e 
faz com que este seja depositado e assim, se relacionam com a formação de placas. 
A HDL, que é a lipoproteína de alta densidade, que é formada no tecido periférico do 
fígado e possui como principal componente as proteínas. Esta é chamada de colesterol 
bom, é como se fosse uma vassoura que varre e tira o colesterol do vaso e direciona-o 
para o fígado, portanto, ele realiza o transporte reverso de colesterol. 
• Enzimas envolvidas no transporte de lipoproteínas 
Lipase lipoproteica: também chamada de LPL, se liga na superfície das células do 
endotélio vascular, digerindo os triglicerídeos. 
Lipase Hepática: também chamada de LH, está associada a membrana plasmática do 
fígado e seu substrato são partículas já digeridas pela LPL, sendo importante na 
conversão de IDL para LDL. 
LCAT: glicoproteína que esterifica o colesterol remanescente na superfície do LDL e é 
importante na função do HDL. 
CETP: troca de componentes entre lipoproteínas, que é sintetizada no fígado e transfere 
ésteres de colesterol do LDL para o HDL. 
Os QM transportam os lipídeos da 
dieta e são sintetizados e liberados 
pela células do epitélio intestinal. 
O complexo macromolecular é 
constituído de triglicerídeos 
principalmente. A pós a síntese os 
QM são lançados na circulação e 
os triglicerídeos do QM sofrem 
ação da lipase lipoproteica, que 
digere os triglicerídeos dos QM, 
em que o cofator é a APOC, que é 
importante na ativação dessa 
enzima e então a partícula 
remanescente mais pobre em 
triglicerídeos, este é removido da circulação pelo fígado ao interagir com os receptores 
do fígado, atuando a APOB e a APOE. 
Na via endógena, se tem o VLDL, que são lipoproteínas ricas em TG, sintetizadas e 
liberadas pelo fígado, que interage com a APOC, B e E, então o VLDL sofre ação da 
lipase lipoproteica, digerindo seus TG e gerando partículas remanescentes que 
possuem meia-vida curta, que são as IDL, que são catabolizadas dando origem ao LDL, 
então parte da IDL sai da corrente por interação com receptor hepático e a maioria sofre 
ação da LP, que se parece com a lipase lipoproteica, mas esta digere apenas parte das 
partículas já digeridas. Então se tem a geração das LDL, que formada possui função de 
transportar o colesterol para os tecidos periféricos, que são eficientemente removidas 
pela interação com o receptor do fígado, então parte da LDL transporta o colesterol para 
os tecidos extra-hepáticos e parte dela é importante na regulação do colesterol 
endógeno. 
 
 
Porque a LDL se liga ao hepatócito em seu receptor, sendo internalizada e digerida por 
enzimas dos lisossomas intracelulares e o colesterol liberado é hidrolisado pela 
colesterol esterase, sendo liberado para ser utilizado pela célula para síntese de 
membranas ou pode permanecer na célula, sendo reesterificado pela ACT. Este 
procedimento é importante para homeostase do colesterol e esta liberação é 
responsável por 3 ações regulatórias: 
a. Supressão da atividade da enzima de síntese do colesterol: hidroxi-
metillcoenzilredutase, que é limitante na síntese do colesterol, indicando a 
quantidade de colesterol a ser sintetizada. 
b. Ativação da enzima acilcolesteroltransferase, que esterifica o colesterol em 
excesso permitindo que ele seja armazenado 
c. Modulação no número de receptores de LDL da membrana, que evita o acúmulo 
de colesterol dentro da célula. 
- O HDL é encontrado no fígado e intestino, e são partículas discoides encontradas 
também nas células periféricas e se tornam esféricas à medida que o colesterol é 
transformado pela LCAT, conseguindo rastrear o colesterol das membranas celulares. 
Este troca a apoproteínas e ésteres de colesterol por triglicerídeos para captá-los, 
deixando-os no fígado, este é o chamado transporte reverso. 
O HDL também se chama de colesterol bom porque realiza papel ateroprotetor, sendo 
fator autônomo de proteção para o endotélio, induzindo a liberação de NO sintase, a 
liberação de NO e o efeito de vasorrelaxamento. Inibe a oxidação do LDL, que se 
deposita na íntima dos vasos, com ação aterogênica. Inibe também a expressão de 
moléculas de adesãoe ativação de leucócitos, influenciando na coagulação e fibrinólise, 
porque quando a placa ateromatosa se rompe, ela acaba externalizando colágeno e 
isso favorece adesão e agregação plaquetária, formando trombos. 
• Dislipidemias 
São alterações metabólicas decorrentes de distúrbios de qualquer fase do metabolismo 
lipídico, que ocasionam repercussão nos níveis séricos das lipoproteínas. Então por 
exemplo, mutações nos receptores de LDL, se tem um distúrbio. Se a mutação for na 
lipoproteína lipase também, porque causa aumento de QM. São classificadas em: 
- Hiperlipidemias ou hiperlipoproteinemias: aumento de níveis de lípides ou 
lipoproteínas, sendo as mais recorrentes e estão associadas a outras doenças, como 
pancreatites. 
- Hipolipidemias ou hipolipoproteinemias: redução nos níveis de lípides ou lipoproteínas. 
A LDL só oxidada é ruim? O que causa essa oxidação? O LDL é responsável pela 
aterogênese quando oxidado, e existem subtipos de LDL, sendo estes cerca de 11 
partículas e apenas 2 subtipos podem ser oxidados. A oxidação para formar a placa 
envolve o balanço de substâncias antioxidantes e mecanismos de estresse oxidativo. O 
colesterol quando é dosado, pode ser identificado para fazer acompanhamento como 
Colesterol total, triglicerídeos, HDL e o LDL. O colesterol total sozinho não é indicador 
de doença cardiovascular, porque pode-se ter maiores níveis de HDL, e cerca de 40% 
dos pacientes com doenças relacionadas possuem níveis normais de colesterol, 
contudo, apenas em níveis muito elevados ou muito diminuídos, tem-se a possibilidade 
desta indicação. O ideal é que o colesterol seja <200, considerando que o LDL deve 
estar <100, visto que, o LDL é extremamente aterogênico. O HDL possui papel 
superimportante, visto que, possui efeito ateroprotetor, em que se espera de um 
colesterol por volta de >55 em mulheres e >65 em homens. 
O LDL baixo demais pode causar câncer, apresentar risco de doenças neurológicas, 
exigindo fino ajuste e intervenção individualizado. O triglicerídeo é indicação de 
alimentação rica em carboidratos ruins, estando este por volta de 400, 300 ou 500, 
contudo, pacientes com triglicerídeos acima de 900, tem-se a indicação de um 
polimorfismo genético, ou seja, interação distintas da alimentação. Este possui papel 
superimportante na formação de placas, porque ele pode influenciar na funcionalidade 
do HDL e do LDL, incentivando o LDL e prejudicando a atuação do HDL, então em 
outras palavras, a aterogenicidade do LDL depende dos triglicerídeos e dos níveis de 
HDL. 
Se sabe que o subtipo de LDL é o ruim, através de uma relação entre o TG e o HDL, 
através da razão entre os dois. Abaixo tem-se os valores relacionados com os riscos do 
desenvolvimento de doenças cardíacas, em que o risco alto apresenta em sua maioria 
o LDL ruim, sendo o de menor tamanho. 
 
• Classificação das dislipidemias - podem ser primárias ou secundárias. 
As hiperlipidemias primárias envolvem um defeito genético, que pode ser nas 
apoproteínas (de grande importância na integridade do complexo, interação com 
receptor e ativação de enzimas), defeitos genéticos em receptores e em enzimas. Como 
consequência disso, tem-se níveis extremamente elevados de colesterol e triglicerídeos, 
contudo, tais casos são muito raros. 
Um exemplo desta condição é a 
hiperquilomicronemia (acúmulo de 
quilomícrons), que pode ser 
proveniente da deficiência de LPL 
(que é a responsável por metabolizar 
os quilomícrons) e na deficiência de 
Apo C-II, que é o cofator que permite 
a metabolização através da LPL. 
Como resultado, se tem triglicerídeos 
elevados porque estes compõem os 
quilomícrons. 
Outro exemplo raro é a 
hipercolesterolemia familiar, que é um 
distúrbio genético em que o paciente 
possui deficiência no receptor de LDL 
funcional, gerando o defeito na remoção de 
LDL da circulação, que para ser removido, 
precisa interagir com o receptor hepático, 
podendo ocasionar complicações 
vasculares, como a aterosclerose precoce, 
conduzindo a óbitos anteriores aos 35 
anos. A maioria desses pacientes 
apresentam as xantomas ou a xantelasma, que é o acúmulo de lipídeos nas pálpebras 
ou no arco corneal. 
A hiperlipoproteinemia familiar combinada ainda possui origem desconhecida, mas 
apresenta uma superprodução de VLDL. 
 
A disbertaliproteinemia, que representa uma mutação na APOE, causando falha na 
remoção plasmática dos remanescentes. 
 
Na trigliceridemia familiar, que é uma das mais frequentes dislipidemias endógenas, 
em que o paciente tem um distúrbio hereditário comum, no qual a concentração sérica 
de VLDL se encontra elevado e reduz o catabolismo. 
As hiperlipidemias secundárias são as que possuem alguma causa, como os maus 
hábitos alimentares, faz uso de medicamentos capazes de aumentar os lípides 
(corticoides, anabolizantes, b-bloqueadores). 
 
• Hipolipidemias 
Que são as diminuições de LDL e HDL, como as descritas abaixo. 
- Diminuição de LDL: 
a. Abetalipoproteinemia 
b. Hipobetalipoproteinemia familiar, que envolve a síntese de APOb reduzida, que 
reconhece o remanescente. 
- Diminuição das HDL 
a. Doença de Tangier

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