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'lZQna{d de §óes JM1(áJ 1mfY{J(9Joil~1tdJei((;((j) ~f!A1fal " ._ ..• _w __ • •__ I EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA +t>Lol ::;59~m'\ ~.03 I f lJ f{Fii.Th T N.· de Reg•••º~.Q.~g ,I ~~i".k.~J..I........~ . v __ Unemat . Biblioteca - BBU 11111111111111111111111111111111 012340 © 2004 Ronald de Góes JU edição - 2004 lU reimpressão - 2004 É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios sem autorização escrita da editora EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA. Rua Pedroso Alvarenga,1245 -cj. 22 0453J-OJ2 - São Paulo, SP- Brasil Fax: (OxxJJ)3079-2707 e-mail: editora@blucher.com.br site: www.bluchcLcom.br Impresso 110 Brasil Prillted ill Brazil 03-6894 ISBN 85-212-0336-5 FICHA CATALOGRÁFICA Góes, Ronald de Manual prático de arquitetura hospitalar /Ronald ele GÓes. li) edição - São Paulo: EdgardBIÜcher, 2004. Bibliografia ISBN 85-212-0336-5 I. Hospitais - Arquitetura r. Título. CDD-725.51 índices para catálogo sistemático: I. Arquitetura hospitalar 725.51 2. Hospitais: Arquitetura 725.51 \ Este manual é um grande instrumento para todos profissionais ligados as instalações de um hospital. Arquitetos, engenheiros, profissionais do segmento e estudantes não podem deixar de ler, pois com certeza é um rico material de apoio. A Gail sente-se orgulhosa em poder participar desta obra, pois a Arqui- tetura Hospitalar é uma preocupação que também está presente em nossos produtos cerâmicos, com o cuidado de atender desde fachadas de hospitais, cozinhas, refeitórios, piscinas até salas de tratamento médico. Agradecemos ao autor, arquiteto Ronald de Góes, pela excelente referência neste segmento que, a partir deste manual, teremos e esperamos' que todos nossos clientes possam ter em suas mãos esta obra. Atenciosamente Gail Arquitetura em Cerâmica a a ix Introdução xi Conceito de saúde xiii Sistema de saúde no Brasil Capo / - Rede de atendimento de saúde no Brasil, / O conceito de municipalização, / Níveis de atendimento, 2 Serviços prestados pelos Centros de Saúde à comunidade, 4 Hospital de base ou de referência:/5/ a 200 leitos, 5 Hospitais especializados, 5 7 Capo 2 - O hospital. 7 Histórico, 7 Leis e portarias, /5 21 Capo 3 - Planejamento do Hospital, 2/ Terminologia, 2/ Aspectos econômico-financeiros, 22 Oimensionamento, 26 Subdivisão, 27 29 Capo 4 - .Hospital: Arquitetura, construção e urbanismo, 29 Arquitetura, introdução, 29 Fases do planejamento, 32 49 Capo 5 - Critérios para projetos, 49 Tipologias hospitalares e custos comparativos, 49 Instalações, 59 lndice de compacidade, 60 Planos horizontais e verticais, 62 índice Yale, 67 Corredor simplesmente carregado/duplamente carregado,7/ Flexibilidade - comentários adicionais, 99 Instalações hospitalares, /00 Arquitetura e energia, /04 Aspectos ambientais. 105 Conforto acústico. 107 Imagem visual e ergonomia, 107 Cores. 109 Metodologia e técnicas de planejamento hospitalar. 111 A experiência brasileira. 113 115 Capo 6 - Acreditação hospitalar. 115 Princípios orientadores de cada padrão. 116 117 Capo 7 - Anexos. 117 Setor funcional I. Atendimento básico de saúde. 118 Setor funcional 2. Ambulatório, 119 Setor funcional 3. Atendimento imediato. 122 Setor funcional 4, Atendimento em regime de internação. 124 Setor funcional 5, Apoio ao diagnóstico e terapia, 132 Setor funcional 6. Apoio técnico. 160 Setor funcional 7, Ação e formação para o desenvolvimento de recursos humanos e pesquisa. 167 Setor funcional 8. Apoio administrativo. 168 Setor funcional 9. Apoio logístico. 170 Diagrama composto - modelo teórico. 176 Projetos, 177 185 Glossário, 185 191 Bibliografia. 191 193 Biografia, 193 Q JlIJfDrtJ!1{;fJO Este trabalho começa com uma definição sobre o conceito de saúde, segundo a visão da ONU, passa pela evolução dos sistemas de saúde no Bra- sil, inclusive na forma como esse sistema dispõe suas estruturas físicas de atendimento, até o presente momento, amparadas no Sistema Unificado de Saúde - SUS. Procurou-se, em seguida, apresentar uma visão histórica do hospital desde a mais remota antiguidade até os primeiros hospitais brasileiros. Na seqüência dessa visão histórica, são mostradas as diferentes experiências de tentativas de normatizar as construções hospitalares brasileiras, principalmente nas suas versões mais recentes a partir da Portaria 400/BSB, de 6 de dezembro de 1977, culminando com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n~ 50 - ANVISA/MS,de 21 de fevereiro de 2002, que atualmente regulamenta o assunto. O trabalho continua com as análises e aspectos ligados ao planejamento, ao financiamento e às exigências legais para a implantação dessas estruturas. Depois são enfocados os aspectos do projeto e da construção propriamente dita, dos hospitais, os critérios exigidos e uma amostra do que é feito no ex- terior e no Brasil sobre o tema. A ênfase dada ao setor de internação, em que pese um processo mundial de desospitalização, decorrente dos avanços da medicina, dos medicamentos e dos procedimentos no atendimento, justifica-se por ser esse setor, ainda, res- ponsável por 50% da dimensão total do hospital. Além do mais, por depender muito do tipo de equipamento a ser adotado, os outros setores do hospital são tratados apenas dentro de um ponto de vista conceitual quanto à localização, dimensões mínimas e aspectos construtivos. A importante parte das instala- ções hospitalares contempla informações sobre os principais equipamentos referentes ao apoio ao diagnóstico e tratamento, apoio logístico, apoio técnico e o das questões ambientais e energéticas. São apresentadas linhas metodológicas para o planejamento e o projeto hospitalar, com uma visão bastante diversificada sobre o assunto, dando ênfase à experiência brasileira . .Finalmente, para permitir uma compreensão mais detalhada sobre as com- plexas relações espaciais inerentes ao edifício hospitalar, este livro apresenta o histograma (diagrama de grupo) completo de cada unidade, seguido de quadros e tabelas, complementando informações às exigências normativas, relativas às dimensões dos ambientes às instalações, entre outras. Posterior- mente, é apresentado o modelo teórico (diagrama composto), dando uma visão completa do hospital. Não se pretende aqui esgotar o tema, que é, por sua vez, complexo e di- nâmico, multifacetado nas suas diversas abordagens, mas contribuir a partir da nossa experiência profissional e docente, por mais de 25 anos trabalhando com este tema. Ronald de Góes Q Na reunião realizada na cidade de Alma Ata, na antiga URSS (Rússia) - a ONU, por intermédio da OMS- Organização Mundial de Saúde - conceituou saúde como um direito humano fundamental, consecução do mais alto nível de vida possível, cuja realização requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, tais como educação, emprego/salário, alimentação, moradia, segurança física e ambiental. Segundo a Declaração de Alma Ata, saúde é o estado de quem tem suas funções orgânicas, físicas e mentais em situação normal, equilibrada. Ou seja, saúde é o estado do que é são; estado do indivíduo em que há exercício regular das funções orgânicas. E doença, por sua vez, é a alteraçã0 ou desvio do estado fisiológico em uma ou várias partes do corpo. Enfim, doença é um distúrbio de saúde física ou mental. Q Q Q As experiências para enfrentar ou tentar resolver os problemas de saúde no Brasil são bastante numerosas e multifacetadas. Devem ser destacados os trabalhos de Osvaldo Cruz no começo do século XX para erradicar a febre amarela e outras moléstias infecto-contagiosas no Rio de Janeiro. O Plano Salte - que visava à saúde alimentação, transporte e energia -, no governo do presidente Eurico Dutra, só teve implantada a parte de transporte, com a construção da rodovia Rio São Paulo, a Via Dutra. O Plano Nacional de Saúde do ministro e médico Lionel Miranda, em 1967, no governo Costa e Silva, entre outros, foi uma iniciativa que tentou organizar os recursos existentes para sistematizar o atendimento médico no Brasil, dentrode um conceito moderno de universalização dos serviços, unificando as ações em unidades integradas e hierarquizadas. Em 1990, cria-se o SUS- Sistema Unificado de Saúde, cuja ação pretende atender ou possibilitar o atendimento de 100% de população brasileira. Pela Lei 8.080 de 19/09/90, foram estabelecidos diretrizes para, pela arti- culação das várias instituições públicas ou privadas, implementar as ações, cabendo ao setor público as ações básicas de saúde. Estabeleceram-se três princípios básicos: universalidade, eqüidade e integralidade, em cuja aplicação, ainda segundo as disposições contidas na lei, objetiva-se a proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos respectivos serviços, considerando os seguintes aspectos: • municipalização; • níveis de atendimento; • tipos de estabelecimento adotados. p[tulo r{~"dt! flrte §!lúde fl0 Era o conceito de municipalização Dentro da premissa de que o homem mora no município, zona rural ou urbana, e não no estado ou país, foram estabelecidas ações para o atendimento primário de saúde, ainda inspirado na conferência de Alma Ata, que envolvam educação, nutrição, atenção àfamilia, imunização, saneamento básico, controle de endemias, tratamento de doenças comuns e previsão de medicamentos essenciais. A municipalização apresenta vantagens e desvantagens no atendimento direto ao cidadão. Entre as vantagens, podemos citar: • adequação dos serviços à realidade e necessidades locais; • elevação de eficiência pelos recursos existentes; • controle dos custos; • utilização dos recursos humanos da localidade e dentro de cada realidade; • utilização de tecnologia apropriada em cada nível de atendimento; • possibilidade de articulação entre estabelecimentos e instituições. Ositens acima relativos àmunicipalização e que configuram ofuncionamento horizontal do SUS não implicam a eliminação do nível regional, ou vertical, de seu funcionamento. A concepção do SUS prevê a integração dos dois níveis com a adoção das práticas de referência e contra-referência de pacientes no sistema. Estão previstas organizações de distritos sanitários, formados a partir de conjuntos de municípios que, por intermédio de suas comunidades, se integrarão ao nível regional, possibilitando o atendimento de acordo com a sua complexidade em cada nível, num intercâmbio de recursos humanos e financeiros, levando em consideração as particularidades de cada região. OSUSvem funcionando de forma deficiente. Osdesequiliorios regionais, num país de dimensões continentais como o Brasil, com sua cultura multifacetada e uma tradição de administração pública autoritária e centralizadora, não permitiram ainda um funcionamento adequado do sistema. Além disso, muitos municípios não estão pondo em prática a política de saúde. Em vez de investimentos nas ações básicas, preferem adotar a política de enviar os pacientes para as sedes regionais, não importando os níveis de complexidade da enfermidade. Casos simples que poderiam ser atendidos na sede do município são transferidos, no mais das vezes, para as capitais dos Estados, sobrecarregando os serviços aí existentes.É a ambulânciaterapia. Outro aspecto que deve ser considerado é a questão salarial do quadro médico, advindo de uma prática econômica iníqua e irresponsável. Há, no entanto, denúncias de malversação e desvios de recmsos nas guias de AlH etc. Deve-se considerar também o sucateamento da aparelhagem clínica, quando não a destruição dos equipamentos por uso inadequado, sabotagens e uso para beneficiar algumas clínicas privadas. Esses são algW1Sdos problemas constatados na nossa realidade. Níveis de atendimento Rede de Atendimento Os lúveis de atendimentoàsaúde são divididos em três categorias, conforme a resolução n° 03 de 25/03/81, da Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação - Ciplan - Portaria Interministerial n~ 05 de 11/01/80. Nível primário Atividade caracterizada por ações de promoção, proteção e recuperação, no lúvel ambulatorial, por meio de pessoal elementar médio, clínicas gerais e odontólogos. Nesse nível, as atividades se dividem em três grupos: 1) saúde; 2) saneamento; 3) diagnóstico simplificado. A estrutma física para esse nível são os postos e centros de saúde. Nível secundário Além das atividades e apoio ao nível primário, este nível desenvolve ativi- dades das quatro clínicas básicas: 1) clínica médica; 2) clínica cirúrgica; 3) clínica ginecológica; 4) clínica obstétrica; 5) clínica-pediátrica. Em nível ambulatorial, são feitos atendimentos com internações de curta duração, urgências e reabilitação. A estrutura física para esse nível são as unidades mistas, ambulatórios gerais, hospitais locais e regionais. O apoio ao diagnóstico é composto por laboratório de patologia clínica e radiodiagnóstico, com a utilização de equipamentos básicos. Os laboratórios • _L--. . .• '~ ...-- .'- .'- • possuem uma estrutura mais complexa que a do nível primano e o radiodiagnóstico é feito com equipamentos básicos de raio-X. Nível terciário Nível em que são tratados os casos mais complexos do sistema, atenções do nível ambulatorial, urgência e internação. A estrutura física destinada a esse nível são os ambulatórios, os hospitais regionais e os especializados. Tipos de estabelecimentos - estrutura física. Esses estabelecimentos devem ser planejados para o atendimento, numa rede integrada e hierarquizada, a 100% da população do país. Nível primário Posto de Saúde:para agrupamento populacionais entre 500 e 2.000 habi- tantes. Serviços prestados pelas unidades elementares: Postos de Saúde Cidades do interior: onde o pessoal auxiliar é devidamente treinado (na falta de médicos). Capital: onde há médicos e pessoal auxiliar. Serviços prestados à população • Imunização • Educação sanitária • Atendimento de enfermagem (primeiros socorros) • Aplicação de injeções (sob prescrição médica) • Curativos • Atendimento a gestantes, à criança e população adulta em geral • Cuidados odontológicos - preventivo e curativo • Pesquisa de albumina para gestante • Orientação e controle de parteiras leigas • Encaminhamento de pacientes às unidades de apoio - CS e hospitais • Coleta de materiais para exames laboratoriais e seu encaminhamento às unidades de apoio • Registro e encaminhamento de dados bioestatísticos às unidades de apoio • Controle e notificação de doenças transrnissíveis • Mobilização comunitária para ações de saúde e saneamento • Inspeção de saneamento básico • Orientação à construção de privadas higiênicas • Preservação do meio ambiente As ações de saneamento básico e meio ambiente, bem como o controle e análise das construções hospitalares, estão sob fiscalização das COVISAS (estadual e municipal). Centro de Saúde: para agrupamento populacional entre 2.000 e 10.000 habitantes. II Serviços prestados pelos Centros de Saúdeà comunidade Os Centros de Saúde prestam os mesmos atendimentos dos Postos de Saúde e mais: • assistência médica; • assistência odontológica; • análise laboratorial; • educação sanitária; • suplementação alimentar; • atendimento de enfermagem; • controle de doenças infecto-parasitárias; • serviços auxiliares de enfermagem; • saneamento básico; • atendimento aos pacientes encaminhados; • treinamento de pessoal; • supervisão de postos de saúde; • fiscalização sanitária; Nível secundário Ambulatório geral Equipamento de referência para os centros de saúde. Para o seu dimen- sionamento, tem-se de levar em conta a região e a população considerada. Basicamente, sua atuação está caracterizada pelo atendimento às quatro clí- nicas básicas. Estatísticas apontam que 10% dos atendimentos ambulatoriais têm sua procedência dos postos e centros de saúde. Há uma tendência em dotar os ambulatórios de centros cirúrgicos, sim- plificados para cirurgias de pequeno porte, bem como leitos de observação e, quando de grande porte, podem atender um maior número de especiali- dades. São programados para atender agrupamentos populacionais, no nível local, entre 6.000 e 10.000habitantes, e 50.000 a 80.000 na sua área de referência. Nas grandes cidades, podem ser subdivididos para facilitar o deslocamento da população sob sua responsabilidade. Unidade mista Para agrupamento populacional entre 10.000 a 20.000 habitantes. Deve ser implantada em regiões onde a referência centro de saúde-hospital regional é difícil ou onerosa. De um modo geral, seu atendimento caracteriza-se por ações ambulatoriais nas quatro clínicas básicas e internação. Possui laboratório de patologia clínica e equipamentos básicos de radiodiagnóstico. Sua estrutura acrescida da internação é semelhante à de um centro de saúde. Em algumas regiões, a internação da unidade mista destina-se mais às parturientes de parto normal e permanência máxima de 24 horas, com no máximo dezesseis leitos. • T ••. _ • _ 1<1_· - .'- -1:"1 : Para agrupamentos de até 50.000 habitantes As unidades de internação são destinadas às quatro clínicas básicas, o apoio ao centro de saúde e ambulatórios gerais de atendimento de urgência na sua área de referência. A sua implantação deve obedecer às normas para construção e instalação de serviços de saúde. Deve contar com serviços de laboratório de patologia clínica, radiodiagnóstico e área de apoio industrial, tais corno lavanderia e central de esterilização, cozinha industrial. Centro cirúrgico e obstétrico podem ser unificados. Hospital regional- entre 50 e 150 leitos, para agrupamentos populacionais entre 50.000 e 100.000 habitantes Presta assistência médica de urgência e emergência, tem clínicas básicas e internação nas quatro especialidades, além de outras consideradas necessárias na sua área de referência, além de dar apoio aos demais programas de saúde da localidade. Sua estrutura deve comportar, além do laboratório de patologia clínica de nível III (Figura 1), outros equipamentos de apoio ao diagnóstico. Além do raio-x, outros tipos de aparelhos de diagnóstico por imagem podem ser im- plantados como tomografia computadorizada, por exemplo. O centro cirúrgico e o obstétrico devem ter estruturas distintas. Comporta UTI de até seis leitos e área industrial de grande complexidade. Hospital de baseou de referência: J 5 J a 200 leitos Este tipo de hospital tem porte não-vinculado aagrupamentos populacionais. Geralmente localizado em grandes centros urbanos e servindo de referência mais ampla à sua área de influência. Caracteriza-se por um elevado índice profissional e tecnológico. Atuando em várias especialidades médico-cirúrgicas num complexo sistema de atendimento de emergência, apoio ao diagnóstico e ao tratamento e internação, inclusive UTI/CTI(l8 a 24 leitos). Sua estrutura exige uma complexa área industrial (lavanderia, serviço de nutrição, central de esterilização, caldeiras e suprimentos energéticos em geral). O serviço de apoio ao diagnóstico e ao tratamento possui grande variedade de equipamentos para diagnóstico por imagem e outros de grande sofisticação, na parte relativa ao tratamento, como aceleradores lineares, por exemplo. Hospitais especializados Há uma controvérsia no momento na Portaria 1.884 a respeito do papel dos hospitais especializados. Correntes defendem a extinção destes hospitais (como os psiquiátricos por exemplo), substituindo-os ou incorporando as suas atividades em hospitais gerais. Entretanto, o surgimento de novas II patologias como a AlDS e a recidiva de doenças consideradas extintas, tais como a malária, febre amarela, cólera, dengue, meningite e outras, inclusive no meio urbano, fruto das precárias condições de saneamento das nossas vilas e cidades, têm mantido presente na sociedade o debate em torno da existência ou não desses estabelecimentos.É o caso, por exemplo, dos hospitais de doenças infecto-contagiosas. Além disso, as normas oficiais existentes que orientam a construção de hospitais e outras w1idades de saúde ainda consideram a existência/premência de alguns desses equipamentos. De um modo geral, principalmente na iniciativa privada, a tendência para hospitais com cem ou mais leitos é do tipo hospital geral. Neste caso, fica difícil uma certa especialização com o sistema hoje existente dos segmos e planos de saúde privados. Geralmente os hospitais especializados tornam-se gerais no decorrer de seu funcionamento. Hospitais considerados especializados: • hospitais de doenças infecto-contagiosas; • hospitais geriátricos; • hospitais oncológicos; • hospitais pediátricos; • hospitais psiquiátricos; • hospitais universitários. Por atendimento específico • hospitais militares • hospitais/manicôn1ios Judiciário/Penitenciários PS Rede de saúde no Brasil Estrutura física hierarquizada e integrada PS cs PS PS Posto de saúde CS Centro de saúde HL Hospital local HR Hospital regional (geral) HE Hospital especializado Nosocomium Nosodochium Ptochotrophium Poedotrophium Xenotrophium Gynetrophium Gerontokomium Hospitium apftulo Segundo o Ministério da Saúde, o hospital é a parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionarà população assistência médica integral, preventiva e curativa sob qualquer regime de atendimento, inclusive domiciliar, constituindo-se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente. Histórico A palavra hospital vem do latimhospitalis, adjetivo derivado dehospes (hóspede, estrangeiro, viajante, conviva). Por extensão, o que dá agasalho, que hospeda. Surgiram designação em outros idiomas, hospital,hospedale, etc. No irúcio da era cristã, a terminologia mais usada era de origem grega ou latina: Lugar para tratar doentes, asilo, enfermos Lugar para receber doentes Asilo para pobres Asilo para crianças Asilo de refúgio para viajantes estrangeiros Hospital para mulheres Asilo para velhos Lugar onde os hóspedes eram recebidos, daí o nome de hospício para estabelecimentos que recebia enfermos pobres, incuráveis ou insanos. Nas suas origens, os hospitais eram locais aonde as pessoas, com doenças graves, iam para morrer com um mínimo de dignidade. Eram instituições filantrópicas e agências de auxílio aos pobres. Há documentos históricos que registram a existência de hospitais na Babilônia e no Egito. Em sua obraHistory, Heródoto refere-se à medicina dos povos do vale do rio Nilo e ressalta várias especialidades existentes: olhos, dentes, distúrbios internos, etc. 11 • .11_" - • Diodoro Cículo, outro historiador grego, informa-nos sobre uma prá- tica que, de certa forma, antecipou os modernos sistemas de assistência social: "Nos períodos de guerra e nas viagens a qualquer parte do território egípcio, os doentes são tratados gratuitamente, pois os médicos são pagos pelo estado e seguem escrupulosamente as receitas prescritas no passado pelos grandes médicos." o conhecimento da medicina egípcia chega-nos principalmente por meio dos chamadospapiros médicos,textos exclusivos sobre o assunto. Os papiros mais antigos e interessantes, são os encontrados por Georg Ebers e Edwin Smith. Ebers descobriu em Luxor, no ano de 1873, datado do período de 1553 a 1550, a.C. uma coletânea de textos originários, provavelmente, do antigo império, (3300 a 2360 a.C.), época das primeiras oito dinastias, cujos governantes edificaram as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos. O grande mestre do período foi Imhotep. Excelente médico, mas famoso como arquiteto e construtor de pirâmides.É atribuída a ele a construção da pirâmide mais antiga que se conhece, a de Sakhara, para o faraó Zoser, que viveu na terceira dinastia. Depois, Irnhotep foi deificado pelos egípcios. Os gregos o associaram a Asclépio, mas conhecido por Esculápio, seu nome latino, o deus grego da medicina. É provável que algumas das prescrições contidas no papiro encontrado por Ebers sejam de Imhotep. Essas prescrições, além de recomendar vários tipos de procedimentos médicos, continham normas de conduta ética para os médicos. Os egípciosconsideravam a respiração como sendo a função vital mais importante. Que o coração era o centro da circulação sangüínea, ao contrário de assírios e babilônios que acreditavam ser esta uma função do fígado. Os egípcios achavam que a circulação dependia da respiração. Reconheciam várias doenças cardíacas, abdominais e oftalmológicas, além da angina e de diversos distúrbios da bexiga e de vários tipos de edemas. A mitologia grega fala do Asclépio, hospital templo. Índia registra um grande construtor de hospitais que existiu em 226 a.C., o rei Asoka, Que foi influenciado pelo budismo, que, com os seus feitos, pensava atingir o mrvana. Só com o cristianismo onosocomiunpassou a ser tido como um lugar para tratar de doentes, pobres e peregrinos. Para alguns autores, um nosocômio fundado por São Basílio (269 a 372 d.C. ), em Cesárea, Capadócia, na segunda metade do século IV,é o primeiro hospital cristão. Para outros, foi o hospital construído em Roma, no mesmo século. Outro marco importante, na construção de hospitais de inspiração cristã, foi o que o imperador Constantino edificou em Constantinopla sobre os escombros dos templos de Esculápio (335 d.C.) para atender estrangeiros e peregrinos em viagem a Jerusalém. Marco fundamental na história dos hospitais foi a construção, pelo arcebis- po Landri, em Lyon (542), na França, dos Hotel de Dieu, considerados marcos de progresso na assistência hospitalar, na Idade Média (Figura 1). Em 1804, na Inglaterra, surge o hospital St. John de St. Bartholomeu. O primeiro construído pela igreja, dentro dos fundamentos de um hospital geral e o segundo destinado ao tratamento de lepra, sendo hoje um hospital geral. A partir do cisma entre a igreja inglesa (anglicana) e o Vaticano, o rei Henrique VIII transformou vários conventos em hospitais. O Saint Thomas outro grande hospital inglês, construído no século VIII foi um deles. Os fundamentos religiosos existentes nas organizações hospitalares remonta ao século VIIa partir dos mosteiros. Os religiosos aprendiam noções de medicina e logo estenderam suas práticas para fora dos conventos. Os concílios de Clermont 1130 e de Latran, em 1139, proibiram aos monges a prática da medicina, e o concílio de Viena 1312 decidiu que o tratamento dos enfermos deveria ser feito por leigos; aos religiosos caberia somente o conforto espiritual. Carlos Magno, entretanto, exigiu que as igrejas tivessem hospitais. Avanços significativos na construção e organização de hospitais foram proporcionados pelos maometanos. Grandes hospitais surgiram em Odessa, Hippo e Éfeso. Damasco, por intermédio do califa EI Welid, ganhou o seu em 707. Harum-al-Raschid (786-801) determinou que cada mesquita tivesse um nosocômio anexo. Durante o seu califado, surgiu um grande hospital em Bagdá. Essa instituição, organizada por Gondisapur, foi muito famosa e tinha nos seus quadros a presença do grande médico Avicena (980-1036). No Cairo, em 970, Advd-Al-Daula, organizou um grande hospital que também funcionava como escola de medicina. Como a religião que leva em consideração vários aspectos da higiene humana, essas preocupações foram transferi das para as edificações dos seus hospitais. Enfermarias separadas por sexo, por convalescentes, por especialidade médica, cozinha dietética, biblioteca e asilo de órfãos. Possibilitava ainda, aos que tinham alta, ajuda financeira para as primeiras despesas fora do hospital. A alimentação era boa e aos doentes que sofriam de insônia oferecia-se música e assistência pessoal para fazê-Ios dormir. O IVConcílio de Cartagena determinou que os hospitais fossem edificados ao lado da igreja, e o de Aquisgrana traçou as regras para a construção das instituições hospitalares, reforçando a idéia do hospital junto a igrejas ou conventos. A planta física determinava que cada sala deveria ter um altar, e a cama dos enfermos deveria permitir a observação dos atos religiosos. A capela era destacada e deveria haver espaço para o sepultamento dos benfeitores da obra. O financiamento do hospital medieval traduz a sua origem e o seu grande objetivo. A caridade medieval era o mais forte sentimento da época e por ele tentou-se assegurar a salvação e a santificação. Doações, legados, oferendas, terras etc. proveram as fases financeiras do hospital medieval. As congregações religiosas, que cuidavam de enfermos e atuavam nos hospitais, tiveram sua origem nessa época, influenciadas também por Santo Antônio, pelo Espírito Santo, pelos Templários, etc. Em 1634, surgiu a Congregação das Irmãs de Caridade de São Vicente de Paula. Originada no Hotel de Dieu, em Paris, e construída, inicialmente, por um pequeno grupo de jovens que haviam aprendido enfermagem. Essa congregação depois expandiu-se pelo mundo, atuando em outras causa beneficentes, como habitação popular. Na Renascença, as congregações religiosas foram perdendo o controle dos hospitais e estes adquirindo caráter mais municipal. Uma grande transforma- ção aconteceu no planejamento e na construção hospitalar, após o incêndio do Hotel de Dieu em Paris, em 1772. Esse hospital era gigantesco até para os padrões atuais, pois sua lotação era de 1.100 leitos individuais e 600 coletivos, mas, na verdade, era uma verdadeira máquina de contaminação. O governo incumbiu a Academia de Ciências de Paris de formar uma comissão para elaborar um projeto de reforma. Participaram dessa comissão celebridades como Lavoisier, Laplace, Tennon, entre outros, que estabeleceram diretrizes que norte aram por mais de um século em grande número de hospitais pelo mundo. Havia um projeto anterior de reforma com capacidade para 5.000 leitos. A comissão rejeitou tal proposta e fez as seguintes recomendações: • o número de leitos nunca seria superior a 1.200 unidades; • deveria ser reduzido o número de leitos para enfermaria; • deveria haver maior isolamento entre as enfermarias; • não deveria haver salas contínuas; • as salas deveriam ser dispostas de modo a permitir a circulação do ar com abertura de todos os lados; • os pavilhões deveriam ficar em ordem paralela; • as fachadas deveriam ser uma ao norte e outra ao sul; • deveria ser construído um só pavilhão destinado aos enfermos ou dois pavilhões em caso de escassez de terrenos; • deveria haver permissão para três andares, em certos casos, os mais elevados para os empregados, o térreo e o intermediário para os enfermos; • deveriam tratados e implantados jardins entre os pavilhões. Em 1778, Jacobus R.Tennon publicou uma série de relatórios sobre a situação dos hospitais parisienses, inclusive sobre o hospital Hotel de Dieu, considerado, na época, um verdadeiro criadouro de enfermidades. O primeiro hospital da América foi oJesus Nazareno, construído por Fernão Cortez em 1524 no México. No Brasil, a assistência hospitalar teve início logo após o Descobrimento. Portugal tinha o hábito de transferir para as colônias todo o seu acervo cultural e no período do descobrimento encontrava-se em evolução o sistema criado pela rainha D. Leonor de Lencastre, que deu origem a obras de misericórdia, cultivando com a instituição das Santas Casas. .L-......•• I 84 11 10: 3 11 •• ·············..······~·~··········r···~········l:::: r········~····I··········~··~······..············· ::;URA 1 - :-EL DIEU DE PARIS :delo hospitalar de Poyet ::: :::-eca de artes decorativas =~trada _ ::jtio Jlheres - -:)mens o : ::;rviças ::::mhos - - ::Jministração o o' 'dades ::::Jpela ::::Jlerias _:::'dins 5 @] 2 11 11 ···· 7 Brás Cubas fundou em Santos, em 1543, o primeiro hospital do Brasil. Alguns anos depois, Olinda, em Pernambuco, construiu o seu primeiro hospital e antes do fim do século XVISão Paulo criou a sua Santa Casa. Com a Independência e o regime republicano, praticamente não houve iniciativas governamentais que estabelecessem normas para construção de hospitais. Somente após a Revolução de 30, houve novas iniciativas que tentaram reestruturar os conceitos, padrões e normas das construções hospitalares. No Brasil, as experiências mais marcantesforam a organização e a construção da Santa Casa de Misericórdia de Santos, o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, o prédio da Faculdade de Medicina de São Paulo de Ramos de Azevedo e o chamado Movimento do Recife, com o DAU, equipe do arquiteto Luís Carlos Nunes. Essa experiência no Nordeste brasileiro é criminosamente omitida na história dos serviços de saúde no Brasil.É mais divulgada nos cursos de arquitetura e urbanismo. Carlos de Lima Cavalcanti, governador de Pernambuco, um dos líderes, no Nordeste da Revolução de 30, trouxe do Rio de Janeiro, um jovem arquiteto mineiro, para desenvolver um trabalho de reestruturação dos edifícios públicos da capital pernambucana e algumas cidades do interior. Para essa tarefa criou o Departamento de Arquitetura e Urbanismo-DAU, que foi a estrutura oficial que permitiu o trabalho de Nunes. Luís Nunes ficara conhecido não só pelo seu brilhantismo como aluno do curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, mas também pela liderança, que, na presidência do centro acadêmico da escola, exerceu para introduzir um novo currículo no ensino da arquitetura e que levou Lúcio Costa à direção da ENBA. Com uma visi:toampla, Luís Nunes solicita a colaboração do eminente médico Josué de Castro, do sanitarista Saturnino de Brito e de uma equipe de sanitaristas cariocas, produzindo trabalhos também no campo habitacio- nal, educacional, de abastecimento, saneamento e saúde pública. Projetou e executou a primeira obra no Brasil dentro dos princípios de Le Corbusieur: a caixa-d'água de Olinda, em Pernambuco. Na área de saúde foram construídos postos, uma usina de pasteurização de leite, abatedouro de animais, o Leprosário da Mirueira, a Colônia Agrícola de Barreiros para doentes mentais crônicos, o Pavilhão de Óbitos da Faculdade de Medicina (hoje sede do IAB de Pernambuco) e o Hospital da Brigada Mi- litar, todos em 1934 e 1936. O Hospital da Brigada Militar insere-se também no programa de reestruturação da força pública, elemento chave no equilíbrio de forças com o governo central. Nesse edifício, Nunes adota o partido já chamado na época, de "bloco", de- fendido pelas correntes mais avançadas da medicina, em detrimento do partido em "pavilhões", que tinha como base a ultrapassada teoria dos miasmas. Esse hospital, assim como o da Faculdade de Medicina de São Paulo de Ramos de Azevedo, são os primeiros a incorporar as descobertas da medicina quanto à identificação dos vetares de transmissão de diversas doenças contagiosas. Seu partido é composto por três blocos, dois longitudinais com três andares e um transversal com seis andares, sua estrutura é em concreto armado, arrojadíssimo para a época, foi calculada pelo pernambucano Jo- aquim Cardozo, que depois se tornou o calculista de Niemeyer. O hospi- tal em pleno funcionamento, ainda hoje surpreende pela funcionalidade. Ver Figura 2. Com o movimento comunista de 1935, Luís Nunes, simpático ao movi- mento, é demitido do DAU.Ainda foi reconduzido ao cargo, mas, doente pelo excesso de trabalho, morreu em 1937, aos 28 anos de idade. Na Segunda metade do século surge em São Paulo, na USP,na Universidade Católica do Rio de Janeiro, na Ordem dos Camilianos, na UNAERP,cursos de administração hospitalar depois disseminados em várias regiões do Brasil. Em 1979, o autor deste livro introduziu num dos níveis das disciplinas de projeto do curso de arquitetura e urbanismo da UFRN, em nível de graduação, o curso de arquitetura hospitalar, depois ampliado em cursos de especialização em administração hospitalar para o departamento de enfermagem e para o de medicina do trabalho, este para médicos e enfermeiros. aL---.. = :;URA 2 - J5PITAL DA BRIGADA MILITAR DE ~=:IFE - PE 1934 - ::_·teto: LuísCarlos Nunes = :: :::ulista:Joaquim Cardozo : :;-'do arquitetônico com lâminas :;-:::elas isoladas articuladas por - :)Ioco monolito central. Bas- ::- -8 revolucionário para a época '- ::_e ainda permanece atual. : : ~ oeu com o sistema pavilhonar, _ o:) utilizado então, baseado na 7:-'0 dos "miasmas". = : - :::epção de projeto para o Hos- -:; da Brigada Militar de Recife. ::;:: 1ada do Hospital da Brigada -or de Recife . Revista AU. - N~51 Revista AU. - N~51 •• Revista AU. - N~51 • -1"'1.-- • • L1. Vejamos algumas ações pioneiras de arquitetos e outros profissionais em relação à arquitetura hospitalar: 1942 Jorge Moreira (RJ) projeta o hospital da universidade do Brasil. 1943 o médico Januário Cicco constrói o hospital geral de Natal, hoje Materni- dade Escola da UFRN, com o nome do seu criador. Em função da Segunda Guerra Mundial, antes de funcionar como unidade de saúde, foi requisitada para ser o QG das tropas aliadas sediadas em Natal. 1945 Rino Levi introduz mudança nos berçários, não separando os lactentes por puérpera. Os demais ficam com a mãe. 1950 Odair Cardoso ministra curso de Administração Hospitalar, na USP, em São Paulo. Rino Levi ministra curso sobre arquitetura hospitalar no IAB, em São Paulo. 1951 Jarbas Karman, arquiteto paulista, foi o primeiro profissional a cursar mes- trado no exterior, na Universidade de Yale,nos Estados Unidos, sobre ar- quitetura hospitalar. 1954 Rino Levi projeta o Hospital Israelita Albert Einstein. A segunda etapa foi projetada nos anos 70 por Jorge Wilheim e a terceira e última em 1997 pelo mesmo autor e também por Jarbas Karman e Domingos Fiorentini. É um dos maiores hospitais do Brasil com 85.000m2. 1959 Oscar Niemayer e Germano Galler projetam o Hospital de Base de Brasília. Mas a grande evolução na arquitetura hospitalar brasileira foram as trans- formações verificadas no programa. Vilanova Artigas costumava afirmar que o programa é arquitetura datilografada. 1979 o autor deste livro cria a disciplina arquitetura hospitalar, no curso de graduação em arquitetura e urbanismo da UFRN. O curso depois é am- pliado para o nível de especialização, sendo algumas vezes ministrado no departamento de enfermagem e medicina da mesma universidade. 1994 É fundada a ABDEH - Associação Brasileira Para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar em São Paulo. O primeiro presidente foi o arquiteto João Carlos Bross, de São Paulo. O segundo presidente Jayme Espínola Castro Neto, de São Paulo, O terceiro presidente foi a arquiteta Mariluz Gomez. Até o ano 2002 o presidente foi o arquiteto gaúcho Irineu Breit- mano Atualmente o presidente é o engenheiro Salim Lamha Neto de São Paulo. Essa entidade congrega arquitetos, engenheiros, médicos e enfermeiros. Está estruturada em todo território brasileiro. os anos 70, com o acelerado processo da urbanização brasileira e con- seqüente demanda por serviços essenciais, entre eles e, principalmente, os de saúde, levou o Ministério da Saúde a reorganizar as normas para edifica- ção hospitalar. is e Portarias _~i 6.229 de /7 de julho de /975 ;)ispõe sobre o Sistema Nacional de Saúde e confere ao Ministério da Saúde competência para a fixação de ~as e padrões para prédios e instalações do serviço de saúde. Portaria 517/BSB de 26 de dezembro de 1975.Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, e 10 em vista o disposto nos itens D e C do artigo primeiro e parágrafos 1? e 2? do artigo 6? da lei n? 6.229 ~- de julho de 1975, ~esolve: nstituir, no Ministério da Saúde, um grupo de trabalho integrado por representantes dos Ministério da ,,:.úde, da Previdência e Assistência Social, do INPS, da Associação Brasileira de Hospitais, da Associação ~casileira de Enfermagem, da Faculdade de Saúde Pública de São Paulo e da Pontifica Universidade Católica Rio de Janeiro, com a finalidade de proceder o estudo a revisão ou reformulação, em parte ou no todo, .s publicações, da coordenação de assistência médico-hospitalar, normas de construção e instalação do ,.;pitalgeral, normas de administração e controle do hospital e avaliação do hospital. _·~,Lgnao grupo de trabalho : ,razo de 60 dias para apresentar relatório de atividades. Paulo Almeida Machado Ministro da Saúde 11 Decreto 76.973 - 3 li J 2/ J 975• 81 Ia" - • aL..1 • Dispõe sobre normas e padrões para prédios destinados a serviço de saúde, credenciação e contratos com os mesmos e dá outras providências. O Presidente da Republica, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 81, item III, de constituição e tendo em vista o disposto na lei número 6.229, de 17 de julho de 1975. Decreta • Art. 1~,As construções e instalações de serviços de saúde em todo território nacional obedecerão às normas e padrões fixados pelo Ministério da Saúde. • SI;', Compete às secretarias de saúde, ou órgãos equivalentes dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, a aprovação dos projetos e autorização para funcionamento, uma vez apurado o exato cumprimento das normas e padrões que trata esse artigo. • § 2~, Compete às Secretarias de Obras, ou órgãos equivalentes dos Estados, do Distrito Federal, dos Terri- tórios e dos Municípios, o licenciamento para as construções e suas aprovação observadas as prescrições do Código de Obras local, • Art. 2°, As normas e padrões, de que trata o artigo 1~, item I, letra "g", da Lei 6.229 de 17 de julho de 1975, a serem fixado por ato do Ministério da Saúde disporão sobre: 1. Conceitos e definições. 2. Localização adequada. 3. Áreas de circulação, externas e internas. 4. Área total construída. 5. Acomodação dos pacientes 6. Locais para o adequado atendimento clínico, cirúrgico e de recuperação dos pacientes. 7. Instalações sanitárias, elétricas, mecânicas e hidráulicas. 8. Instalações para atendimento de pacientes. 9. Áreas destinadas à alimentação e ao lazer dos pacientes. 10. Serviços gerais especializados. 11. Detalhes sobre os tipos de materiais de construção. 12. Sistemas de segurança contra acidentes e de emergência. 13. Instalações para o destino adequado final dos dejetos. 14. Pormenores, atendidas às peculiaridades, necessidades locais, e condições específicas em cada caso. • Art. 3° - O Ministério da Saúde se articulará com as respectivas Secretarias de Saúde a fim de orientá-Ias sobre o exato cumprimento e interpretação das normas baixadas em conformidade com este decreto. • Art. 4° - As instituições financeiras oficiais somente concederão créditos para a construção, ampliação ou reforma de Unidade de Saúde, bem assim a aquisição de equipamentos, quando os respectivos projetos tenham sido previamente aprovados pelo Ministério da Saúde. • Art. 5° - Nenhuma contratação ou credenciação de serviços com unidades de saúde será efetivada pelos órgãos da administração direta ou indireta da união sem que os respectivos projetos de construção, inclu- sive os de ampliação ou reforma, iniciadas após a vigência da Lei 6.229 de 17 de julho de 1975, tenham re- cebido aprovação previa do Ministério da Saúde. _~.rt6~- Para os efeitos deste decreto entendem-se como serviços de saúde ou unidades de saúde, os hos- ; :rais, postos ou casas de saúde, consultórios, clínicas em geral, unidades médico-sanitárias, outros esta- --elecimentos afins ou locais onde se exerçam atividades de diagnóstico e tratamento, visando a promoção, ~.roteção e recuperação da saúde . • A.rt7~- A inobservância do disposto neste decreto e nas normas e padrões a serem baixadas pelo Minis- ·ério da Saúde configurará infração de natureza sanitária a ser apurada e punida na forma do Decreto-Lei -~5,de 25 de agosto de 1969. .-\rt. 8~ - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em con- ~rário. Brasilia, 31 de dezembro de 1975; 154°, da Independência e 87°, da República ::'''rtaria 30/ B5B - 11/02/ 77 Aprova os conceitos e definições de que trata o item I do Art. 2~do Decreto 76.973 de 31/ 12/ 1975. Resolve: .-\provar os conceitos e definições de que trata o item I do artigo 2°, do Decreto 76.973, de 31 de de"embro de 1975, referentes às normas e padrões previstos no artigo 10, letra "g" da Lei 6.229, de 17 de julho de 1975. Recomendar à coordenação de Assistência Médica e Hospitalar, da Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde do Ministério da Saúde as providências necessárias à publicação na imprensa nacional, a impressão Jo documento mencionado no item I desta Portaria, promovendo sua divulgação junto aos órgãos e enti- -Iades interessados, em todo o território nacional. Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Paulo de Almeida Machado Ministro da Saúde :Jortaria 400/B5B de 6/12/1977 o Ministro de Estado da Saúde, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2° do Decreto 6.229, 17 de 310 de 1975. Resolve: Ficam aprovados as normas e os padrões sobre construções e instalações de serviços de saúde, que com esta baixam, a serem observados em todo o território nacional, em complementação à Portaria Ministerial O,de 11/11/1977, para os efeitos do disposto nos Arts. 4~e 5° do Decreto 76.973 de 31/12/1975 _ Órgão competente da Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde, do Ministério da Saúde, se articulará com as secretarias de saúde, a fim de orientá-Ias sobre o exato cumprimento e interpretação das normas aprovadas . .-\ inobservância das normas e padrões aprovados por esta Portaria constitui infração à legislação sanitária federal tal como configurado no Art. 10, 2~da Lei 6.437 de 20/08/1977. Paulo de Almeida Machado Ministro da Saúde - 11 Portaria 61 IBSB de 15/0211979 o Ministro de Estado de Saúde, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2~,do Decreto 76.973, de 31 de dezembro de 1975 e, tendo em vista o disposto no artigo 1~item I, letra "g", de Lei 6.229, de 17 de julho de 1975 e considerando tratar-se de denonlinação usual de Unidade de Saúde, Resolve: 1. Introduzir na Portaria30/BSB, de 11 de fevereiro de 1977, publicado no D.O.U de 18 de fevereiro de 1977, modificação no item I, Terminologia Geral, subitem 16 que passa a ter seguinte redação: "Posto de Assis- tência Médica-Estabelecimento de Saúde destinado à assistência médica ambulatorial". Essa Portaria entrará em vigor na data de sua publicação. Paulo Almeida Machado Ministro da Saúde Portaria 1.8841GM de lI/lI I 1994 o Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições legais, e • Considerando o princípio da descentralização político-administrativa previsto na Constituição Federal e na Lei Orgânica da Saúde: • Considerando a necessidade de atualizar as normas existentes na área de infra-estrutura física em saúde; • Considerando a necessidade de dotar as Secretarias Estaduais e Municipais de instrumento norteador das novas construções de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde que atenda aos princípios de regionalização, hierarquização, acessibilidade e qualidade da assistência prestada à população: • Considerando a necessidade das Secretarias Estaduais e Municipais contarem com um instrumento de ava- liação de projetos físicos, adequado às novas tecnologias na área da saúde, resolve: 1. Aprovar as normas que com estas baixam destinadas ao exame e aprovação dos projetos Físicos de Esta- belecimentos Assistenciais de Saúde, constantes do Anexo I desta Portaria a serem observadas em todo território nacional, na área pública ou privada compreendendo:. a) as construções novas de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde de todo o país; as áreas a serem am- pliadas de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde já existentes; b) as reformas de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde já existentes. 2. A Secretaria de Assistência à Saúde, do Ministério da Saúde, prestará cooperação técnica às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, a fim de orientá-Ias sobre o exato cumprimento e interpretação das nor- mas aprovadas por esta Portaria, 3. As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde poderão implementar os procedimentos para adoção destas normas, podendo estabelecer normas de caráter supletivo ou complementar a fim de adequá-Ios às espe- cificidades locais. 4. A inobservância das normas aprovadas por esta Portaria constitui infração à legislação sanitária federal, conforme dispõe o artigo 10, inciso lI, da Lei6.437, de 20 de agosto de 1977. 5. Determinar à Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, que proceda a revisão desta Por- taria, após 2 (dois) anos de sua vigência, com o objetivo de atualizá-Ia ao desenvolvimento científico e tec- nológico do país. • Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, particu- larmente a Portaria 400, de6 de dezembro de 1977 do Ministério da Saúde. Henrique Santillo Ministro da Saúde Ibscrvação: foi publicada no D.O.V. de 27/12/94 - seção 1, página 20.646, retificação do anexo i, desta Porta- ~a,em seu capítulo Programação Físico - Funcional dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, Atribuição _. A.tividade 2.3. :')i publicado no D.O.V. de 15/03/95 - seção 1, página 34.96, retificação do anexo I desta Portaria, em seu 3pítulo Critérios para projetos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, itens Circulações Externas e In- .ornas,em seus parágrafo. 10e 6? :)i publicado no D.O.V. de 05/07/95 - seção 1, página 991, retificação do anexo I desta Portaria, em seu capí- ··tlo Programação Físico - FW1cionaldos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, itens 2.1 e 2.2 atribuição atividades 3.1 e 3.2 e capítulo Critérios para Projetos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, item _,stalações Prediais Ordinárias e Especiais, subitem 2 Instalações Elétricas e Eletrônicas e nas tabelas de am- :pntes relativas ao Atendimento Imediato. O texto desta publicação já se encontra com as referidas retificações. ?ortaria 674 de 31/ /2/ /997 e RDC n.o 50 de 21/02/2002 ronsulta Pública jeto: revisão da Portaria GrvI/MS1.884 de 11/11/1994 ."Lgem:Departamento Técnico Normativo/Secretaria de vigilância Sanitária .-\Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, no uso de suas atribuições legais e tendo em ·'a o disposto na Resolução Conetro na 5 de 4 de setembro de 1995, resolve: Submeter à consulta pública a proposta de revisão da Portaria GM/MS1.884, anexo a esta Portaria; _ Estabelecer o prazo de 90 (noventa) dias a contar da data de publicação desta Portaria, para que sejam apresentadas sugestões fundamentadas, relativas à revisão de que trata o item 1 acima; Informar que as sugestões deverão ser encaminhadas, por escrito, para o seguinte endereço: Ministério da Saúde/Secretaria de Vigilância Sanitária, Att. dos arquitetos Flávio Bicalho ou Regina Barcellos, Esplanada los Ministérios, bloco G, sala 752, CEP: 70.053-900 Brasília - DF. - ('omunicar que a consolidação do texto final da nova Portaria será procedida pelo Departamento Técnico _:ormativo da Secretaria de Vigilância Sanitária no prazo de 60 (sessenta) dias. Marta Nóbmga Martinez A Portaria 674 de 31/12/1997 - Consulta Pública - permaneceu, praticamente, quatro anos em discus- . seja em congressos, seminários, reuniões técnicas, etc., objetivando a mais ampla participação de todos - .nteressados na implantação de uma nova norma. No dia 21 de fevereiro de 2002, é finalmente aprovada a Resolução da Diretoria Colegiada n° 50 (RDC n? 50), publicada no D.O.U. de 30 de março de 2002, já pela ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A RDC n? 50 de 21 de fevereiro de 2002 dispõe sobre o Regulamento para o planejamento, programação e avaliação de projetos físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde e, após todos os considerandos de ordem legal, determina: • Art. I? Aprovar o Regulamento Técnico destinado ao planejamento, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, em anexo a esta Resolução a ser observado em todo o território nacional, na área pública e privada compreendo: a) as construções novas de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde de todo o país; b) as áreas a serem ampliadas de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde já existentes e os anteriormente não-destinados a estabelecimentos de saúde; c) as reformas de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde já existentes e os anteriormente de saúde. • Art. 2? A Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde prestará cooperação técnica às secretarias estaduais e municipais de saúde, a fim de orientá-Ias sobre o exato cumprimento e interpreta- ção deste regulamento técnico. • Art. 30.As secretarias estaduais e municipais de saúde são responsáveis pela aplicação e exécução de ações, visando ao cumprimento deste regulamento técnico, podendo estabelecer normas de caráter supletivo ou complementar, a fim de adequá-Io às especificidades locais. • Art. 4? A Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde procederá à revisão deste re- gulamento, após cinco anos de sua vigência, com o objetivo de atualizá-lo ao desenvolvimento científico e tecnológico do país. • Art. 5? A inobservância das normas aprovadas por este regulamento constitui infração à legislação sanitária federal, conforme dispõe o artigo 10, incisos II e III, da Lei 6.437 de 20 de agosto de 1977. • Art. 6°. Esta resolução da diretoria colegiada entrará em vigor na data da sua publicação. Gonzalo Vicina Neto apitulo o planejamento de um hospital envolve os seguintes aspectos: legais, econômico-financeiros e técnicos. Documentos legais a serem observados • NBR 5984 - Norma Geral de Desenho Técnico • Disposições da ABNT • Códigos, leis, normas municipais, inclusive concessionárias de serviços públicos • Códigos, leis, normas estaduais • Códigos, leis, normas federais Terminologia A norma da Portaria 1.884/GM do Ministério da Saúde e sua atualização Portaria 50, de 31/12/1997 estabelecem uma termologia apropriada que deve ser consultada. Entretanto, existe variações terminológicas de escritório para escritório nas diversas regiões do país. Tal fato talvez explique a exigência da norma em unificar ou padronizar as apresentações dos projetos facilitando a sua análise. Assim a norma estabelece a partir de um programa Físico Funcional, as seguintes etapas Estudo Preliminar, projeto básico e projeto executivo A complexidade do edifício hospitalar, entretanto, geralmente acarreta, para analistas dos diversos órgãos públicos envolvidos na sua aprovação, dificuldades de interpretação e compreensão que exigem do projetista um maior detalhamento ou ampliação das etapas do seu projeto: • Estudo Preliminar • Anteprojeto • Projeto legal • Projeto básico • Projeto executivo • Detalhes • As Built • _1:1."- • -1-1 • Além do projeto de arquitetura, para cada etapa, devem ser apresentados os seguintes projetos complementares: todos com o nível de informações que cada etapa exige nas escalas determinadas pela norma do Ministério da Saúde. Instalações elétricas, eletrônicas, hidráulicas, fiuidomecânicas, climatização, estruturas e fundações e os respectivos memoriais descritivos. O projeto legal, de representação mais simples, e constando do projeto de arquitetura, geralmente é utilizado para aprovação no Corpo de Bombeiros, CREA, prefeitura, Covisa municipal e estadual e concessionárias. Para o Ministério da Saúde/ANVISA, devem ser apresentados os docu- mentos exigidos pela norma. Corpo de Bombeiros, Covisas, Concessionárias e eventualmente prefeituras exigem os projetos devidamente detalhados das instalações a elas pertinentes. Estudos de impacto de vizinhança têm sido cada vez mais exigidos por algumas prefeituras, nos quais são abordadas questões de tráfego, ruído, estacionamento, limpeza pública e estudos sobre a evolução no uso do solo da região onde será erigido o edifício hospitalar. • Responsabilidades. • Formatos das folhas de desenho. • Padronização gráfica dos desenhos. • Memoriais descritivos, especificações, memória de cálculo, quantitati- vos e orçamentos. • Tipos e siglas adotadas. • Aprovação dos projetos. Aspectos econômico-financeiros A conjuntura econômico-financeira brasileira atual, no fim do século XXe início do século XXI,é caracterizada por um processo de redução do papel do estado na vida econômica. Processos de privatizações já foram concretizados em setores antes considerados estratégicose de segurança nacional, tais como telecomunicações, mineração, eletricidades, entre outros. Dentro dessa visão, ao estado caberiam ações básicas de saúde, educação, além segurança externa e interna e administração. A experiência tem mostrado, até o momento, resultados insatisfatório em alguns setores e noutros, como na saúde pública e educação, desastrosos. A crise na saúde, já comentada, ao lado dos seguros e planos privados, além da terceirização de algumas ações, tem levado a uma acelerada constituição de empresas de assistência médica onde o hospital assume uma função primordial. Os profissionais, com o objetivo de resguardar a qualidade da sua atuação cada vez mais difícil na rede pública, em violento processo de sucateamento, ressalvadas algumas exceções, procuram criar seus próprios espaços de atuação, ora em clínicas de até 30 leitos, pequenos hospitais de até cinqüenta leitos, ou por meio de empresas e grandes hospitais. ••• • • Associação Médica Brasileira publicou documento que aponta que o Brasil possuía um total de 6.532 hospitais, até meados da década de 90, sendo que, destes, 60,1% são de pequeno porte, ou seja, abaixo de cinqüenta leitos, de baixa complexidade, que na maioria das vezes resolvem doenças que não necessitam de internação ou, no mínimo, exigem pouco tempo de internação hospitalar. Saliente-se que os hospitais oferecem grande contingente de empregos, que pode variar de 3,5 a 8,0 funcionários por leito, variando conforme a complexidade, dos serviços ambulatoriais e complementares de diagnóstico e tratamento, com custo ainda elevados devido a salários, benefícios, encargos, treinamento, entre outras variáveis. Estima-se que 40% dos leitos hospitalares, em países desenvolvidos, sejam ocupados por idosos. No Brasil, temos poucas escolas de graduação em administração ho~pitalar, embora nos últimos tempos tenham aumentados os cursos de pós-graduação em administração hospitalar e especialização em arquitetura hospitalar. Linhas de crédito foram abertas pelo BNDES, repasses ao Banco do Brasil, bancos públicos regionais e alguns da iniciativa privada, para o financiamento e conseqüente implantação desses empreendimentos. Além das exigências cadastrais próprias de atividades bancárias essas instituições exigem os seguintes elementos e documentos: • Consulta prévia - agência do banco. • Terreno onde será localizado o empreendimento - com escritura pública regularizada. • Estudo de mercado. • Projetos técnicos devidamente aprovados nos órgãos competentes. • Estudo de viabilidade econômica. • Orçamentos para obras civis, equipamentos, móveis e utensílios. Condições de financiamento • 70% do total para obras civis, móveis e utensílios de obras pequenas e médias. • 80% do total para obras civis, móveis e utensílios de obras grandes. • Garantias reais de 120%. Amortização Carência Juros oito anos três anos no total ou até seis meses após a implantação do empreendimento TJLP+ juros reais de 4% ao ano (sujeitas à modificação da conjuntura econômica) Observação importante Financiamento de equipamentos e rnóveis cirúrgicos, equipamentos de diagnóstico por imagem, autoclaves, lavanderia industrial, cozinha industrial são financiados pela linha Finame do BNDES, com regras e exigências próprias. Recomendações importantes • _11_· - • • A construção de um hospital é investimento alto. Requer alta dose de profissionalismo e responsabilidade para os empreendedores, projetistas e construtores. • O projetista deve estar bem atento à capacidade técnica e econômico financeira dos empreendedores. A recíproca é verdadeira. Normalmente os honorários profissionais são acertados entre as partes para quando da liberação da parcela do financiamento. O que, pelo demonstrado acima, constitui um longo caminho a ser superado. • É necessário, portanto, um contrato de prestação de serviços bem elabo- rado, com assessoria jurídica, onde seja prevista remuneração adequada durante o andamento do processo de financiamento. Por seu lado o em- preendedor deve exigir a capacidade técnico-operacional dos projetis- tas. • Médicos, muitas vezes não têm um conhecimento adequado sobre a complexidade do projeto de um hospital. Recomenda-se um esclarecimento prévio. • O acompanhamento do arquiteto deve, se possível, existir a partir da escolha do terreno. No mais das vezes os empreendedores procuram o projetista com terreno já escolhido e, geralmente, inadequado quanto ao uso ou dimensões insuficientes. • O custo total de um hospital é de 60% para obras físicas e 40% para equipamentos, podendo estes valores serem alterados em função do conceito e conseqüente modelo de atendimento a ser adotado. Equipamentos de diagnóstico por imagem sempre oneram muito os custos no item equipamento. • Não definir partido arquitetônico enquanto não houver o conceito (modelo) de atendimento a ser adotado. • O Manual de Convênios do Ministério da Saúde, que trata do financiamento de obras pelo Ministério da Saúde, editado pela Portaria 426/GM de 11/04/97, determina: 1) obras financiadas pelo Ministério da Saúde terão de apresentar projeto básico e complementares; 2) os projetos executivos poderão se feitos conconútantemente à execução da obra; 3) os projetos executivos podem ser financiados pelo Ministério da Saúde, desde que o convênio preveja este serviço. O proponente, no entanto, paga os projetos básicos; 4) a avaliação técnico-financeira dos projetos pela equipe do Ministério da Saúde só será feita após a avaliação efetuada pelas equipes das secretarias estaduais de saúde. O projeto pode ser aprovado ou não, independentemente da aprovação prévia nas secretarias estaduais de saúde; 5) a empresa do projeto não pode ser a da obra. _. 1_._ • • • O Projeto Reforsus (Reforço à Organização do Sistema Único de Saúde) estabelece financiamento para aquisição de equipamentos médicos hospi talares . Aspectos técnicos Tais aspectos são os seguintes: localização, programa, dimensionamento, diagrama de grupo e composto, projetos e construção. Localização A Portaria 400 de 6/12/1977 preconizava quanto à localização dos EAS as seguintes condições especiais quanto à escolha do terreno: • abastecimento de água adequado em qualidade e quantidade, com um mínimo de 500 litros por dia e por leito. Disponibilidade de rede de esgoto e de águas pluviais, assim como de luz, telefone e gás; • proximidade do centro de comunidade a que a instituição médico- hospitalar se destinar, facilidade de vias de acesso e meio de transporte;. • ocupação máxima de 50% da área total do terreno, já computadas as futuras ampliações; • orientação do edifício que possibilite iluminação e ventilação adequadas nos locais de permanência prolongada dos pacientes e em outros locais como centros cirúrgico e obstétricos; • afastamento ITÚnimode 5 m em relação às vias públicas e de 3 m em relação às divisas de propriedades vizinhas, obedecendo-se à legislação local; • evitar proximidade de áreas de influência de indústrias, depósitos de inflamáveis e explosivos, quartéis, centros de diversões, cemitérios e outros agentes produtores de ruídos, poeiras, fumaças e fortes odores. Observação: evitar terrenos que demandem grande movimentação de terra (ideal é i= 10%). A Portaria 1.884/GM 11/11/1994 não estabelece estas condições quanto à localização dos EAS. O mesmo com a sua atualização pela RDC n° 50. De um modo geral, continuando as modificações iniciadas na Portaria 1.884, a RDC n° 50 amplia a liberdade de ação dos projetistas, eliminando padrões e modelos preestabelecidos dos partidos arquitetônicos apresentados nas normas anteriores. Aos profissionais ficarão as responsabilidades das suas propostas técnicas, ressalvando-se as exigências básicas para o perfeito funcionamento dos EAS. Questões como critérios de localização, relaçãom2/leito, maior flexibilidade no dimensionamento mínimo de ambientes, uma maior abertura às inovações tecnológicas, aos avanços da medicina e sua conseqüente influência no espaço físico do hospital, permitemuma abordagem mais lúcida e dinâmica dos assuntos relacionados com a arquitetura hospitalar. Novos critérios, como o de considerar o layout básico de funcionamento como ponto de partida do projeto, além das dimensões e características dos .1··1. 1::.J··t;;;;1 -..-•• equipamentos (em constante processo de miniaturização), os procedimentos e atendimentos ambulatoriais e conseqüente diminuição dos internamentos, as novas alternativas ao trabalho, impõem urna nova metodologia na composição do projeto do hospital. Inclusive à busca por novos parâmetros. Por outro lado, funções hospitalares geradoras de demanda por grandes áreas corno lavanderia industrial, centrais de esterilização, serviços de nutrição etc., estão cada vez mais sendo terceirizados. No caso dos serviços de nutrição, ainda há resistências à terceirização (no sistema decatering), porque, segundo muitos nutricionistas, as distâncias entre a produção do alimento e o ponto de consumo, isto é, o hospital, provocaria perda de qualidade no alimento (sabor, aspectos nutritivos, temperatura etc.). Já os serviços de lavanderias e centrais de esterilização podem ser realizados fora do hospital acarretando, portanto, redução na área do edifício. Ressalte-se ainda urna tendência já verificada de implantação de centros clínicos, associados a hospitais. Nesses estabelecimentos, ficaria concentrada grande parte dos serviços de apoio ao diagnóstico e tratamento, tais corno laboratórios de análises clínicas, serviços de diagnóstico por imagem, etc. Assim, a questão de localização e seus condicionantes é um elemento a ser considerado quando da escolha do terreno para construção do hospital, e o bom senso deve prevalecer. O que tem de ser considerado é o processo caótico da urbanização brasileira e as dificuldades dos poderes públicos em estabelecer leis de uso do solo que acompanhem esse processo. Mesmo o recente Estatuto das Cidades vai encontrar grandes barreiras para interromper o referido processo. Hoje fica cada vez mais difícil encontrar grandes áreas de perfil adequado para a localização de hospitais em qualquer média ou grande cidade brasileira. Tal fato, mantidas as exigências anteriores para localização, tornaria praticamente impossível, na realidade brasileira, construir hospitais. Entretanto, entendemos que as exigências ainda servem corno parâmetros básicos de localização. Dimensionamento A Portaria 1.884 e a RDC 50 não mais estabelecem o parâmetro m2/leito para um dimensionamento prévio do edifício hospitalar. Fatores já comentados no capítulo anterior justificaram a eliminação desses parâmetros. Entretanto, alguns autores e profissionais ainda trabalham com essa referência, para diferentes tipos de hospitais. A OMS estabelece quatro leitos por 1.000 habitantes. O Brasil estabelece 2,5 leitos por 1.000 habitantes. Pelo critério da OMS, o Bi"asil precisaria de 650.000 leitos e pelo critério do próprio Brasil seriam 425.000 leitos. O IBGE numa pesquisa realizada em 2002 revela que o número de leitos no país caiu 10%. Em 1992, eles eram 544.357 e passaram para 471.171 em 2002. Queda que é de 13% ocorrida mais no setor privado. Já o setor público aumentou para 10.876 o número de leitos. A pesquisa revela também que 36% dos municípios brasileiros não oferecem leitosà população. A redução, talvez, se justif"ique pela eliminação dos leitos nos hospitais psiquiátricos (em função da lei que determina a eliminação progressiva desses estabelecimentos e sua substituição por tratamentos alternativos). Ou pela melhora nas ações básicas de saúde, inclusive ambulatorial. Os números apresentados servem de parâmetros para o dimensionamento de novos hospitais, ampliação ou reforma dos existentes. Subdivisão Hospitais gerais: 60m2/ leito é considerado uma relação mínima. administração/apoio técnico e apoio logístico: 15 m21leito apoio ao diagnóstico e tratamento: 15 m21leito internação: 30 m2/leito total: 60 nhleito Hospitais universitários: 115 m2/ leito, a subdivisão é a mesma dos hospitais gerais, com o incre- mento para as áreas de ensino: alojamentos, bibliotecas, salas de estudos etc. A existência de ambulatórios na estrutura hospitalar pressupõe um acréscimo na sua área total. Mas exige cálculo à parte. Para alguns autores o ambulatório completo, num hospital geral, cOlTesponde a 1/3 a mais da área prevista para um hospital. No Brasil, segundo estatísticas, entre 10% e 18% das consultas ambulatoriais correspondem a uma internação, variando de região para região. Nesse caso, o melhor é proceder o dimensionamento com base numa rigorosa pesquisa e em estudos estatísticos, considerando a região onde será implantado o hospital. Dois outros fatores que provocam o incremento de áreas num hospital são os chamados equipamentos de diagnóstico por imagem e os chamados espaços lúdicos (tendência que se acentua na arquitetura hospitalar), representados por galerias de arte, lojas, bancos, praças de alimentação etc., dentro de uma justificativa de humanização dos hospitais. Europa e Estados Unidos utilizam muito esses espaços. No Brasil, estamos iniciando esse processo.Neste caso, o arquiteto tem de definir, junto com o cliente, o nível de utilização desses equipamentos e espaços. apftulo t}O'f! Itl' IleLU r Cl ~ o o 0000' • ti f f)Jl(~, fIlO Arquitetura: introdução o hospital é um dos programas mais complexos a ser atendido pela composição arquitetõnica.É um edifício multifacetado, onde .interagem relações diversas de alta tecnologia e refinados processos de atuação profissional (atendimento médico e serviços complementares) com outras de características industriais (lavanderia, serviço de nutrição, transportes, etc). Do ponto de vista funcional, um edifício deste porte deveria ser, de pre- ferência, construído em um único pavimento térreo. A norma, entretanto, preconiza uma ocupação máxima em torno de 50% do terreno, já previstas futuras ampliações. Por outro lado, as grandes dimensões requeridas para este tipo de edifício são enormes:60m2/leito no mínimo. Então, um hospital de 100 leitos, por exemplo, terá 6.000m2 e exigirá um terreno de 12.000m2 ou 1,2 HA. Área difícil de encontrar, hoje em cidades de médio e grande por- tes, com boa localização. Assim, a verticalização, praticamente, se impõe pelas dificuldades de ter- renos disponíveis. Deve-se salientar que dispondo de uma área de tamanho adequado, a verticalização só é recomendável em hospitais acima de 200 lei- tos, pois a partir daí os longos percursos solicitam um edifício verticalizado. A opção entre o sistema pavilhonar horizontal térreo, com no máximo dois pavimentos, que permite a utilização de rampas ou de bloco na vertical, exige alguma prudência por parte do projetista, no sentido de dimensionar qual a intensidade ou em qual nível se dará a verticalização. Questões como aumento de custos, possibilidade de incêndio (o sério problema da evacuação de doen- tes), elevadores, fluxos de pessoas e serviço, suprimento de materiais, etc., são itens a serem considerados ao se optar por uma solução verticalizada. A norma exige, por uma condição lógica, no processo de atendimento, facilidades para circulação de pacientes, entre outras, que setores como ad- ministração, ambulatório, pronto atendimento (urgência e emergência, parte dos serviços de apoio ao diagnóstico e terapia, dotados de aparelhos comple- xos e pesados, como raios-x, tomógrafos, ressonância sejam ser colocados no térreo). Aliás, a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) sugere que • - ... -- • -1--; • esses equipamentos deveriam ficar no hospital, em um edifício isolado dadas as suas características que, entre outras exigências necessitam do controle de radiação nuclear. Outros setores de grande demanda, por suprimento ou serviço, como nutrição e dietética, lavanderia, caldeiras, etc., devem também ser localizados no térreo. O setor de pronto atendimento (urgência e emergência), impôs aos cen- tros cirúrgicos e obstétricos, UTI-CTI, a se localizarem também no térreo. Quando possível, ótimo. Entretanto,pela grande demanda de área ou neces- sidade de um melhor isolamento, geralmente esses serviços são colocados no andar imediatamente acima, com a finalidade de permitir um atendiment mais rápido. Tradicionalmente, em edifícios verticalizados e quando ainda não havia os modernos equipamentos de iluminação artificial (focos cirúrgicos), os centros cirúrgicos eram colocados no último pavimento, para aproveitar a iluminação natural (zenital). O serviço de pronto atendimento colaborou também para trazer os centros de cirurgia para o térreo ou, no máximo, para o primeiro andar. Como veremos mais adiante, alguns autores preconizam um número de andares entre seis e oito pavimentos, pelo critério econômico. (Juan Mascará O custo das decisões arquitetõnicas no projeto hospitalar- Ministério da Saúde, 1995.) Sílvia Caldas Pinto em seu livroHospitais. planejamentc físico para unidades de nível secundário,publicado em 1996 pela edi- tora Thesaurus, de Brasília, defende a idéia de que um hospital não deverió ter mais de 28 metros de altura a partir do nível do terreno. Na prática, um edifício com sete ou oito andares, com 3.60 m de pé direito. Entre outras considerações, o objetivo de evitar edifícios hospitalares muito altos é facilitar o acesso, a implantação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos, sem maiores transtornos para as atividades do hospital e para o conforto dos pacientes. Para não falar na questão dz possibilidade de incêndio. Pontos que devem ser considerados 1) Programa 2) Plano diretor (para hospitais existentes e novos) 3) Flexibilidade: conceito de projeto no qual é considerada a dinâmica d espaços hospitalares, suas constantes ampliações, modificações e adapta- ções, exigindo uma solução compatível com tal dinâmica. 4) Expansibilidade: conceito de projeto no qual, a partir da morfolo arquitetônica adotada (tipologia) no seu sentido macro já sejam previst futuras ampliações. 5) Contigüidade: é a forma pela qual a anatomia do edifício hospitalar c_ ganiza os percursos, distâncias e relações entre setores, unidades oud"- partamentos. 6) Valência: conceito que desempenha um papel importante na conce ção e na atualização de instituições de saúde. No ordenamento funcior • • • e na aglutinação racional e lógica de componentes afins. Na interação e nos inter-relacionamentos qualitativos e quantitativos, na mais-valia po- sicional e na proximal de elementos distância/urgência/prioridade/neces- sidade/peculiaridades dependente. Na otimização de fatores, utilização de custo/benefício, na potencialização de vetores de correlacionamento funcional de produção e de recursos humanos.É um conceito introduzido no planejamento hospitalar pelo arquiteto Jarbas Karman. 7) Tipologia da internação: Forma, custos, planos horizontais, planos verticais, espaços intersticiais, circulação, apartamentos ou enfermarias, número de leitos a serem implantados no geral e em cada unidade, espa- ços de apoio. Instalações • Check-list, hidráulica, elétrica, elétrica de urgência, elétrica diferenciada, fiuidomecânicas, climatização, centrais energéticas, energias ativas versus passiva, agrupamento de unidades com necessidades semelhantes, acesso aos sistemas, instalações aparentes versus assepsias versus manutenção legislação, economia e consumo de energia. • Condições ambientais: iluminação, conforto térmico e acústico, ergonomia e sinalização e cores. • Espaços lúdicos: espaços hospitalares não diretamente ligados à cura, tais como lojas, galeria de arte, lanchonete, local para pequenos concertos musicais, bancas de jornais e revistas e bancos. • Metodologia do Planejamento Hospitalar: Métodos e técnicas utilizadas para o planejamento hospitalar. Experiências internacional e brasileira. • Condicionantes do planejamento hospitalar • Condicionantes para expansão • Condicionantes para mudança • Condicionantes para atualização • Condicionante de ser voltado para o futuro Fases do planejamento - Programa ·'- • _1--. . Hospital geral contemporâneo, de médio e grande porte, contempla hoje o seguinte programa: 1. Atendimento básico de saúde 2. Ambulatório 3. Atendimento imediato: urgência/emergência • Atendimento em regime de inter- nação: • recém-nascidos • semi-intensiva • intensiva • queimados • Apoio ao diagnóstico e terapia • Patologia clinica: análises clí- mcas • Diagnóstico por imagens Raio-X Tomografia computado- rizada • Ressonância magnética • Ultra-sonografia • Métodos Gráficos Hemodinâmica • Anatomia patológica • Medicina nuclear Gama-câmara Cintilógrafo • Centro cirúrgico •• Centro obstétrico Normal Cirúrgico • CTI/UTI/CRO •• Reabilitação Fisioterapia Hemoterapia/hematologia • Radioterapia • Quimioterapia • Diálise • Banco de leite • Apoio Técnico • Nutrição e dietética •• Lactário • Farmácia •• Central de material esteriliza- do •• Ação para formação de re- cursos humanos e pesquisa • Apoio Administrativo •• Diretorias •• Pessoal •• Contabilidade •• Finanças •• Compras •• Processamento de dados •• Arquivo médico e estatístico •• Auditório •• Biblioteca •• Governadoria • Apoio Logístico • Processamento de roupas/ lavanderia •• Central de material! equipamentos - almoxarifadc •• ManutençãO •• Conforto e higiene •• Limpeza/zeladoria •• Geral • Garagem •• Central de gases • Casa força • Guaritas • Tratamento de resíduos • Estacionamento o programa acima relacionado diz respeito a um hospital geral público E o mesmo modelo pode ser utilizado para uma entidade privada. A RDCn? 50. Entretanto, não obriga a quem for construir um hospital que o mesmo tenha todas aquelas unidades. O que a norma exige é que se existir a unidade, esta tem de obedecer às exigências legais em todos os seus aspectos. O detalhamento dos espaços será feito no capitulo junto com os diagra- mas. As relações dessas unidades (diagrama de grupo) e as relações gerais (diagrama composto) serão observadas nos Anexos. Plano diretor: edifício a ser implantado. Contato inicial • Entidade contratantevers'us entidade contratada. • Definição da equipe da entidade contratante que acompanhará projeto e obra. • Definição da equipe técnica que desenvolverá projetos. • Explanação, pela equipe técnica de projeto, sobre o escopo do trabalho a ser desenvolvido • Documento básico contendo proposta técnica (ações e produto) a ser de- senvolvida e proposta financeira. • • _ I .1._ .,. ntrato de prestação de serviços -=-erreno =:scritura do terreno >yantamento topográfico :,lanialtimétrico) da área e ruas :ljacentes. Perímetro da área Ângulos Norte verdadeiro e magnético ~-\rborização existente Y1obiliáriourbano Compatibilização entre escritura e levantamento ropográfico nceituação do edifício .;anto a: -'lodelo do atendimento a ser oferecido: - Ações de saúde a serem desenvolvidas - Especialidades médicas - Gestão administrativa e financeira • Modelo Operacional - Espaço físico - Programa - Mobiliário - Equipamentos médico- cirúrgicos, industriais e operacionais • Modelo de Implantação - Obra total - Obra por etapas • Modelo do Financiamento - Direto recursos próprios - Indireto: agente financeiros • Consulta Prévia • Prefeitura municipal - uso do solo ~posturas municipais - Covisa: federal estadual municipal • Concessionárias serviços públicos • água • esgotos • telefone • eletricidade • Agente fmanceiro • Condições do financiamento • Garantias reais • Documentação necessária • Documento básico preliminar Projetos Estudo preliminar de Arquitetura: Anteprojeto de Arquitetura: maquetes/perspectivas Consulta prévia Prefeitura Covisa Concessionárias Orçamento Estimado Projeto básico de Arquitetura 1:100 Projeto básico de Instalações 1:100 Projeto básico de Estrutura 1:100 Projeto básico de Equipamentos 1:100 Memorial justificativo • Apresentação Covisas • Aprovado • Reprovado (caiu em exigências) Esc. 1:100 Esc. 1:100/1.50 • • Projeto Viabilidade Econômico-financeiro • Pesquisa de mercado • Projeto • Solicitação do financiamento • Apresentação da documentação • Cronogramas