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A ideologia alemã Introdução O nascimento do materialismo histórico O autor aponta para a separação feita, a partir dessa obra, entre a fase pré e propriamente marxista, marcada pelo materialismo histórico, entretanto, essa divisão não explica como se dá uma fase a outra. Assim, Marx e Engels no momento de escrita da ideologia alemã já estavam em contato e já haviam passado por um longo processo de atividade política. Do hegelianismo de oposição ao socialismo utópico É retomada a oposição de Marx a monarquia absolutista da prússia e posteriormente a ideologia alemã, entretanto, a primeira concepção filosófica do jovem Marx foi idealista. Marx é atraído nesse momento, sobretudo pela dialética. Posteriormente, Marx vai trabalhar na Gazeta Renana, após circulação proibida, o autor iniciou uma formação política, entrou em contato com a proibição da coleta de madeira por camponeses. Além disso, teve contato inicial com a corrente socialista que, num primeiro momento se opôs mas posteriormente incorporou o pensamento e entendeu o proletariado como classe mais explorada e portanto mais revolucionária. Engels, por outros caminhos também entra em contato com o socialismo e em 1844 conhece Marx, ambos iniciam sua colaboração. A influência de Feuerbach A essência do cristianismo: uma crítica, ataque a religião, além de um ataque ao sistema idealista hegeliano. Há, nessa obra, uma inversão daquilo que Hegel chama de alienação. Para Hegel, alienação é enriquecimento material, enquanto em Feuerbach a objetivação alienada é empobrecimento. A ideia de ir do terra para o céu e não do céu para a terra Fundamentos para a filosofia do futuro: proposição do humanismo naturalista, de uma igreja da humanidade. Marx e Engels acolhem as ideias de Feuerbach, porém continuam dialogando com Hegel e trazendo a dialética, o conflito. Assim, se pensa o materialismo histórico dialético O processo de transição O surgimento do pensamento marxista se dá dentro do movimento da classe operária. Além disso, há um rompimento com os jovens hegelianos, sobretudo Bruno Bauer, crítico na Questão judaica, numa defesa de uma revolução universal. O materialismo histórico em sua primeira formulação Conceito de ideologia ( ideia invertida, consciência falsa da realidade) Em Hegel a ideia é o sujeito, em Feuerbach o homem natural é o sujeito. As ideias não mudam por si só como uma ideia absoluta. “As ideias se sistematizaram na ideologia- compêndio das ilusões através das quais os homens pensavam sua própria realidade enviesada, deformada, fantasmagórica.” Sob o prisma da ideologia que a ideia de que a história se desenvolve como realização das ideias, entretanto essas ideias partem do substrato material da história A história e seu substrato material Momento de crítica ao Feuerbach e o indivíduo natural, para os autores, a essência do homem são as relações sociais. O indivíduo depende de suas condições de produção. A partir de então, a vida produz consciência e não o contrário. Para que a revolução aconteça, é necessário ter condições materiais para tal. O modo de produção então é a conjunção do intercâmbio( relações) e da produção material Da divisão do trabalho às ilusões ideológicas Para os autores, divisão do trabalho e propriedade são termos idênticos. O marco para isso é a separação do trabalho manual e trabalho intelectual é a partir daí que as ideias, as abstrações materiais se desenvolvem no seio da classe dominante. “A consciência entificada se imagina algo mais e algo distinto da prática existente. Imagina que representa algo sem representar algo real.” Estado e classe dominante O estado está a interesse da classe dominante e não em interesse comum. Como uma forma de sobreposição dos conflitos de classe Visão científica do comunismo A classe e deseja implementar sua dominação precisa primeiro conquistar o poder do estado. A classe revolucionária atua como representante de toda massa da sociedade contra a classe dominante. O comunismo como uma forma de superação do estado de coisas atuais. A ideologia alemã é um marco para se pensar a transição do socialismo utópico para o científico, centrado no papel do proletariado. Do materialismo contemplativo ao materialismo prático Nesse momento, Marx e Engels adicionam a prática ao materialismo, o conflito. A prática se opõe ao contemplativo. Adiciona as relações sociais ao homem concreto proposto pelo materialismo Oposição entre a concepção materialista e a idealista INTRODUÇÃO Revoluções epistemológicas que para os autores são charlatanices filosóficas e a necessidade dos jovens hegelianos lutarem contra essas ilusões do pensamento criando uma consciência humana crítica. Não é lutando contra a fraseologia do mundo que se luta contra x o mundo, entretanto para os autores nenhum desses teóricos se propuseram a observar qual a relação entre a filosofia alemã e a realidade alemã. Assim, é necessário partir de bases e problemas reais. 1. A IDEOLOGIA ALEMÃ; EM ESPECIAL, A FILOSOFIA ALEMÃ. Os indivíduos reais e suas condições reais de existência como ponto de partida. Ao produzirem seus meios de existência, os homens produzem sua própria vida mental. “A forma com que os indivíduos manifestam a sua vida reflete aquilo que são, a forma dessas relações, por sua vez, é condicionada pela produção”. Ao produzirem seus meios de existência, os homens produzem sua vida material. Esses meios, por sua vez, encontrados pelos homens, são meios já existentes. A maneira como os indivíduos manifestam sua vida reflete exatamente o que eles são. O que eles são coincide, pois, com sua produção, isto é, tanto com o que produzem quanto a maneira como produzem. O que os indivíduos são depende, portanto, das condições materiais da sua produção. O aumento da população e a divisão do trabalho são importantes para se pensar o grau de desenvolvimento das forças produtivas. Separando trabalho industrial e agrícola e com isso a separação entre cidade e campo. Posteriormente leva a separação entre trabalho comercial e trabalho industrial. Cada novo estágio de divisão determina as relações dos indivíduos entre si no tocante à matéria, aos instrumentos e aos produtos do trabalho. A relação da divisão do trabalho e as formas de propriedade 1. Propriedade da tribo - relações familiares, agricultura… 2. Propriedade comunal e estatal( antiguidade)- Reunião de tribos em uma cidade,os cidadãos exercem seu poder, coletivamente, sobre os escravos;c divisão do trabalho um pouco mais evoluída, desenvolvimento da propriedade privada imobiliária sob o domínio estatal e divisão entre campo e cidade 3. Propriedade feudal ou dos diversos estamentos.(idade média) População dispersa em um grande território. Após O declínio do império romano a população diminuiu culminando da propriedade feudal, aqui, não os escravos mas os camponeses são submetidos a servidão “Eis, portanto, os fatos: indivíduos determinados com atividade produtiva segundo um modo determinado entrar em relações sociais e políticas determinadas. Em cada caso isolado, a observação empírica deve mostrar nos fatos, e sem nenhuma especulação nem mistificação, a ligação entre estrutura social e política e a produção” História Todos os seres devem ter condições de viver para fazer história. O primeiro fato histórico é, portanto, a produção dos meios que permitem satisfazer as necessidades. Na concepção histórica três concepções são importantes: 1. A primeira coisa a se fazer é observar o fato fundamental( a produção dos meios que permitem satisfazer as necessidades)e dar o lugar a que tem direito. 2. A segunda coisa é entender a produção de novas necessidades, sendo esse, o primeiro ato histórico. 3. A terceira relação é que os homens que renovam a cada dia sua própria vida, passam a criar outras vidas e reproduzir. Cria-se então, a família, inicialmente, a única relação social Esses três são aspectos coexistentes no percurso histórico. Dele se cria o quarto aspecto; um modo de produção ou um estágio industrial determinado estão ligadosa um modo de corrupção ou a um estágio social determinado ( forças produtivas) Assim, Marx fala da consciência, não uma consciência pura, mas uma consciência que assim como a linguagem só existe na relação com os outros homens. A natureza é condicionada pela sociedade e vice-versa. A divisão social do trabalho só se torna efetiva quando divide trabalho material e trabalho intelectual, nesse ponto, a consciência parece poder se emancipar do mundo. As forças produtivas, a consciência e o estado devem entrar em conflito. Para o autor, a divisão do trabalho e a propriedade privada são idênticas, implica também no conflito entre interesses de indivíduos isolados ou da família e da coletividade. É justamente essa contradição entre o interesse particular e o interesse coletivo que lev o interesse coletivo a tomar, na qualidade do estado, uma forma independente, separada dos interesses reais do indivíduos e do conjunto e a fazer ao mesmo tempo as vezes de comunidade ilusória mas sempre tendo por base concreta os laços existentes em cada agrupamento familiar e tribal, tais como laços de sangue, língua, divisão do trabalho em larga escala e outros interesses Interesse universal ilusório que é o estado. Assim, o poder social, ou seja, a força produtiva multiplicada e compartilhada na divisão do trabalho não aparece para esses indivíduos como própria força. Esta “alienação”só pode ser superada sob duas condições práticas: 1. Para que a alienação se torne um poder insuportável, ela deve ter feito da humanidade uma massa privada de propriedade 2. O desenvolvimento das forças produtivas é uma condição prévia absoluta, só através desse desenvolvimento é possível estabelecer um intercâmbio universal entre os homens - pág 31 Abolida a propriedade privada é possível que os homens entendam o seu produto e sua força de trabalho não como estranhas a ele. O proletário só existe em termos da história mundial. Da produção da consciência É um fato empírico que os indivíduos foram, cada vez mais, submetidos a uma força que lhes é estranha, essa força que se revela como mercado mundial. Essa força só será superada com a revolução comunista e pela abolição da propriedade privada. A dependência universal, essa forma natural da cooperação entre indivíduos em escola histórico mundial será transformada por essa revolução comunista em controle e domínio consciente dessas forças que, engendradas pela ação recíproca dos homens entre si, lhes foram até agora impostos como se fossem forças fundamentalmente estranhas, e os dominaram “ A revolução, e não a crítica, é a verdadeira motriz da história”. A soma das forças produtivas, de capitais, de formas de relações sociais são a base concreta da representação. Crítica ao Feuerbach e ao fato de entender o homem não como homem histórico mas como objeto sensível, não atividade sensível, tornando o homem, assim, uma abstração. A história não é senão a sucessão das diferentes gerações, cada uma das quais explora os materiais, os capitais, as forças produtivas que lhe são transmitidas pelas gerações precedentes; assim, sendo, cada geração, por um lado, continua o modo de atividade que lhe é transmitido, mas em circunstâncias radicalmente transformadas A classe que possui os meios de produção material também detém os meios de produção intelectual. A divisão do trabalho se manifestou na classe dominante como divisão do trabalho intelectual e material. pg 49 ( achei importante) Por fim, é exposto que os filósofos por muito dominaram na história por todo o tempo a partir de três esforços: 1. Separar as ideias daqueles que dominam empiricamente e assim, que são idéias ou ilusões que dominam a história 2. Autodeterminação do conceito- ordem no domínio das ideias 3. eliminação dos elementos materialistas da história- transformação de pessoas em conceitos Essas ilusões são explicadas pela posição práticas na vida e da divisão do trabalho. A BASE REAL DA IDEOLOGIA Trocas e força produtiva “A maior divisão do trabalho intelectual e material é a separação entre a cidade e o campo”. Surge como uma passagem da barbárie para a civilização da organização tribal para o estado. A existência da cidade demanda administração, organização comunitária e política. A cidade, assim, representa a “concertação da população dos instrumentos de produção, do capital, dos prazeres” e o campo o contrário. Essa oposição só existe no âmbito da propriedade privada. Representa a subordinação do indivíduo a divisão do trabalho, dessa forma, a abolição da contradição campo cidade é um dos princípios da vida comunitária. Na idade média, o trabalho era a propriedade de cada um, a partir de algumas demandas nas relações entre cidade e campo, as corporações de trabalhadores foram criadas. O êxodo dos servos para as cidades prosseguiu sem interrupção durante toda a Idade Média. Esses servos, perseguidos no campo pelos seus senhores, chegavam um a um as cidades, onde encontraram uma comunidade organizada, contra a qual eram impotentes e no interior da qual eram obrigado a aceitar a situação que lhes eru colenda pela necessidade que e tinha de trabalho e pelos interesses de seus concorrentes organizados da cidade. Esses trabalhadores, que chegavam isoladamente, jamais conseguiram ser uma força, porque o seu trabalho era da alçada de uma cor oração e devia ser aprendido, e então os mestres da corporação os submetiam às suas leis e os organizavam segundo os seus interesses; ou então seu trabalho não exige a aprendizagem, não era da esfera de uma corporação, era um trabalho de diaristas e, neste caso, nunca chegavam a criar uma organização e permaneciam como uma plebe desorganizada. A necessidade do trabalho de diaristas nas cidades criou a plebe. A separação entre produção e comércio faz com que a cidade entre em contato entre si. A divisão do trabalho entre cidade resulta em manufaturas colonização cidades industriais Relações do estado e do direito com a propriedade A primeira forma de propriedade é a tribal. Posteriormente, a primeira forma que a propriedade privada realmente começa é a na propriedade imobiliária burguesia- estado
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