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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - São pressupostos processuais de existência (é necessário para que o processo exista): 1) Subjetivo: a) Partes (capacidade de ser parte, de ocupar o polo ativo ou passivo de uma demanda) – pode ser parte a pessoa natural, pessoa jurídica, nascituro, entes despersonalizados (ex: espólio, massa falida, herança jacente/vacante, condomínio) b) Órgão investido de jurisdição 2) Objetivo: Demanda - Depois de analisar se o processo pode existir (pressupostos de existência), verifica-se se o processo é válido - Os requisitos de validade são: 1) Subjetivos A) Partes A1) Capacidade processual A2) Capacidade postulatória A3) Legitimidade ad causam A4) Citação válida do réu B) Juiz B2) Competência B3) Imparcialidade 2) Objetivos A) Intrínsecos B) Extrínsecos B1) Extrínsecos positivos B2) Extrínsecos negativos SUBJETIVOS CAPACIDADE PROCESSUAL (LEGITIMATIO AD PROCESSUM) - Capacidade de formular ou responder pretensões - Prática de atos em nome próprio CPC – “Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo.” - Capacidade de exercício, para a prática de atos processuais CPC – “Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. - Menor impúbere (menos de 16 anos): representação Menor púbere (entre 16 e 18 anos): assistência CPC – “Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade; II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.” - Curador especial: defensoria pública. Hipóteses: quando a parte é incapaz, sem representante legal; quando a parte é incapaz e há colisão de interesses com seus representantes; quando o autor entra com uma ação contra um réu preso, que não apresenta advogado; quando o autor entra com uma ação com DIREITO PROCESSUAL CIVIL réu citado fictamente (por hora certa ou por edital) e que não apresenta advogado (portanto, é um réu revel) CPC – “Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. § 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. § 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. § 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o processo.” - Capacidade processual das pessoas casadas/em união estável: i) Se a parte casada/em união estável, com regime de bens diferente da separação absoluta de bens, for AUTORA de ação que verse sobre direito real imobiliário, é necessário o consentimento do cônjuge para propor a ação ii) Se a parte casada/em união estável, com regime de bens diferente da separação absoluta de bens, for RÉU em ação que verse sobre direito real imobiliário, o cônjuge deve estar também no polo passivo da ação, devendo também ser citado (litisconsórcio necessário) iii) Se a pessoa casada/em união estável for RÉU em ação resultante de fato relacionado a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles, o cônjuge também deve estar no polo passivo da ação, devendo também ser citado iv) Se a pessoa casada/em união estável for RÉU em ação fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família, o cônjuge também deve estar no polo passivo da ação, devendo também ser citado v) Se a pessoa casada/em união estável for RÉU em ação que com objeto o reconhecimento/constituição/extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges, o cônjuge também deve estar no polo passivo da ação, devendo também ser citado - O consentimento do cônjuge pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo OU quando seja impossível conceder - A falta de consentimento do cônjuge quando necessário e não suprida pelo juiz, invalida o processo CPC – “Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; III - o Município, por seu prefeito ou procurador; IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar; V - a massa falida, pelo administrador judicial; VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; VII - o espólio, pelo inventariante; VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens; X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico. § 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte. DIREITO PROCESSUAL CIVIL § 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada. § 3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo. § 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.” - Entes despersonalizados (ex: massa falida, herança jacente/vacante, espólio, condomínio) não possuem personalidade jurídica, mas possuem personalidade judiciária - Condomínio: representado pelo síndico Espólio: representado pelo inventariante - PJDPrivado: representado pelo sócio ou administrador PJDPúblico: U representada pela Advocacia Geral da União diretamente ou mediante órgão vinculado; E/DF representados pelos seus procuradores; M representado pelo prefeito ou procuradores CAPACIDADE POSTULATÓRIA - Capacidade específica/técnica para formular pretensões e defesas em linguagem própria. Exercida pelo advogado ou pelo defensor público - Regra: necessidade da presença de advogado ou defensor público - Exceções: casos em que há capacidade postulatória do jurisdicionado – juizado especial (no JE estadual, para causas até 20 SM; no JE federal em causas até 60 SM, exceto recursos) e mulher pedindo medidas protetivas, segundo a Lei Maria da Penha LEGITIMIDADE AD CAUSAM CPC – “Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.” - Pertinência subjetiva para a demanda OBS: LEGITIMIDADEAD CAUSAM e INTERESSE DE AGIR são CONDIÇÕES DA AÇÃO e também REQUISITOS DE VALIDADE - Regra: ordinária; estar em juízo em nome próprio na defesa de interesses próprios - Exceção: extraordinária; substituto processual; estar em juízo em nome próprio na defesa de interesses alheios. SOMENTE é possível substituição processual quando houver autorização no ordenamento jurídico; Ex: quando MP propõe ação civil pública contra uma empresa; quando o MP propõe ação de investigação de paternidade contra o suposto pai; quando o MP propõe ação de alimentos em prol de crianças e adolescentes - Súmula 594 STJ: “O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança ou adolescente independentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou do fato de o menor se encontrar nas situações de risco descritas no art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou de quaisquer outros questionamentos acerca da existência ou eficiência da Defensoria Pública na comarca.” - Não confundir substituição processual (caso do MP entrando com ação de alimentos – MP atua em nome próprio na defesa de interesse alheio – MP tem legitimidade extraordinária) com representação (caso de uma criança que entra com ação de alimentos, representada pela sua mãe – a criança é a parte autora, e a mãe somente supre a capacidade processual – a mãe está em juízo em nome alheio na defesa de interesse alheio – criança tem legitimidade ordinária) - Não confundir substituição processual (legitimidade extraordinária, atua em nome próprio defendendo interesses alheios) com sucessão processual (troca de partes ou procuradores – inter vivos, no caso de alienação de coisa/objeto/direito litigioso ou revogação/renúncia de procurador; ou causa mortis, no caso de falecimento de uma parte em ação cuja obrigação é transmissível ou falecimento de procurador) Art. 108 CPC: “No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos expressos em lei.”. DIREITO PROCESSUAL CIVIL Art. 338 CPC: “Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º .” Art. 339 CPC: “Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. § 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338 . § 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.” CITAÇÃO VÁLIDA DO RÉU CPC – “Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual. Parágrafo único. A citação será efetivada em até 45 (quarenta e cinco) dias a partir da propositura da ação. Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. § 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução. § 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de: I - conhecimento, o réu será considerado revel; II - execução, o feito terá seguimento.” - O processo só produz efeitos em relação ao réu se ele for devidamente citado VÍCIOS SANÁVEIS NO CASO DE INCAPACIDADE PROCESSUAL OU IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO CPC – “Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. § 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre.* § 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; Obs: Alienação da coisa, objeto ou direito litigioso – possibilidade de sucessão inter vivos Art. 109 CPC: “A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes. § 1º O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária. § 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do alienante ou cedente. § 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário.” - Se houver o consentimento expresso da parte contrária, haverá sucessão processual inter vivos (do alienante/cedente para o adquirente/cessionário) - Se não houver o consentimento expresso da parte contrária, não haverá sucessão processual. Mas o adquirente/cessionário pode entrar no processo como assistente litisconsorcial do alienante/cedente (espécie de intervenção de terceiros) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art85%C2%A78 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art338 DIREITO PROCESSUAL CIVIL II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.” - Princípio da primazia da decisão de mérito: havendo vícios sanáveis, é preciso abrir prazo para que seja corrigido - *No caso de descumprimento da determinação, em instância originária, o terceiro será revel se estiver no polo passivo OU será excluído se estiver no polo ativo, junto com o autor - Competência - Imparcialidade (a imparcialidade é comprometida nos casos de IMPEDIMENTO e SUSPEIÇÃO) OBJETIVOS - Respeito ao formalismo procedimental - Seguir as regras de procedimento; o procedimento pode sofrer alterações pelas partes - Elementos de fora do processo que podem comprometer sua validade - Podem ser requisitos extrínsecos positivos ou negativos EXTRÍNSECOS POSITIVOS - Interesse de agir EXTRÍNSECOS NEGATIVOS - Que não devem estar presentes: litispendência, coisa julgada, perempção e convenção de arbitragem - LITISPENDÊNCIA: duas ou mais lides idênticas em curso (mesmos elementos da demanda – partes, causa de pedir e pedido) - COISA JULGADA: quando uma nova lide é idêntica a uma ação que já foi julgada e alcançada pela coisa julgada material - PEREMPÇÃO: quando a parte dá causa a extinção do processo por três vezes por motivo de abandono - CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM: clausula contratual instituindo a arbitragem como a técnica de solução de conflitos - O juiz só pode se manifestar de ofício quanto à litispendência, coisa julgada e perempção. O juiz não pode se manifestar de ofício quanto à convenção de arbitragem (se o réu não alega, o juiz entende que renunciou à arbitragem)
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