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PROJETO ESTRUTURAL DE CONCRETO ARMADO Pré-dimensionamento da Estrutura 2021/2 Prof. Fernanda Pecemilis Dalla Bernardina Pré-dimensionamento • Um pré-dimensionamento estrutural torna-se fundamental para o lançamento inicial dos componentes estruturais, observando-se as restrições e possibilidades dos espaços; • Uma das principais cargas a que as estruturas são submetidas é o seu próprio peso. e então, é imprescindível que ele seja conhecido para que se possam dimensionar as diversas partes do edifício que está sendo concebido; • Ao iniciar um projeto estrutural, o engenheiro ainda não conhece as dimensões das diferentes peças que compõem a estrutura, portando não conhecendo o seu peso próprio. Surge um paradoxo sem solução: Para saber o peso é necessário saber as dimensões, mas, para saber as dimensões, é preciso saber o peso Pré-dimensionamento Também o arquiteto, ao fazer o projeto arquitetônico, fica em situação desconfortável, pois não tem ideia do tamanho de cada uma das partes do edifício, isto porque o dimensionamento estrutural está longe de ser iniciado e o espaço ocupado por cada uma das partes da estrutura interfere diretamente na funcionalidade e na estética de sua arquitetura. Com base na experiência de renomados profissionais, com o objetivo de resolver este impasse que perturba tanto os engenheiros quanto os arquitetos, foram desenvolvidos processos expeditos de pré-dimensionamento das estruturas que, se não apresentam resultados exatos, muito se aproximam deles. Evidentemente, é necessário que, posteriormente, sejam realizados os cálculos estruturais com todo o cuidado e a exatidão exigidos pelas normas técnicas, mas, pelo menos, com o pré- dimensionamento, se tem um ponto de partida para que o projeto seja efetivado. Lançamento da Estrutura • Toda laje deve se apoiar em vigas. Estas devem ser locadas nos eixos das alvenarias. • À princípio, todas as vigas devem se apoiar em pilares, porém elas também podem se apoiar em outras vigas (secundárias); • Devemos locar os pilares sempre nos cruzamentos das vigas, porém não necessariamente em todos; • O número de pilares deve ser escolhido de acordo com os critérios estabelecidos em projeto, considerando-se razões estéticas e econômicas • Os pilares devem ser locados de tal forma que as vigas tenham comprimentos aproximados entre si e, portanto, a mesma altura; • Os pilares devem nascer nas fundações e irem até a cobertura, situando-se sobre o mesmo eixo. É aconselhável evitar mudanças de posições ao longo dos pavimentos, para evitar as vigas de transição; • Há situações em que a redução do número de pilares é necessária (casos de garagem), porém, é bom evitar. natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce Lançamento da Estrutura • Cada uso exigirá vãos com dimensões diferentes. • Quanto mais alto o edifício, mais robusta será a estrutura; • Sem dinheiro e mão-de-obra qualificada, a ousadia estrutural fica impossibilitada; • Começar o lançamento pelo pavimento tipo, que se repete mais vezes, depois verificar as interferências no pavimento térreo e na cobertura. • Tomar cuidado nos casos em que há garagem no terréo. • Para prédios de pequena altura pode-se manter a seção de concreto do pilar constante, fazendo-se variar apenas a taxa de armadura. natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce Lançamento dos Pilares • Os pilares recebem uma numeração seqüencial: P01, P02, P03,..., PN (onde N é o número do último pilar). • Esta numeração deve permanecer a mesma em todos os pavimentos. • Começa-se a numerar no canto superior esquerdo do prédio. • Daí, continua-se da esquerda para a direita e de cima para baixo, até o PN. • Junto do nome do pilar se escreve a sua seção transversal, por exemplo: P01 (20x40) ou P01 20/40 S e ç ã o c o n s ta n te 2º 1º Numeração Lançamento dos Pilares • É necessário adotar uma convenção para designar os pilares que nascem, os que passam e os que morrem neste pavimento. • Esta convenção deve ser indicada de forma clara na planta de formas, devendo ser mantida em todos os pavimentos. Pilar que passa Pilar que morre Lançamento dos Pilares ➔Se a distribuição dos pilares for regular, sua carga, para fins de pré- dimensionamento da seção, pode ser estimada através do processo das áreas de influência. ➔A carga média, por metro quadrado de pavimento, incluindo o peso próprio das lajes, vigas e pilares, as alvenarias, os revestimentos e pavimentações, além da carga acidental, pode ser estimada em torno de: ➔Pavimento tipo = 12 kN/m2. ➔Pavimento de cobertura = 10 kN/m2. natal Realce natal Realce Planta de fôrmas: Áreas de influência: Lançamento das Vigas ➔As vigas servem para transmitir as reações das lajes e pesos de paredes até os pilares. ➔Algumas ajudam também a absorver a ação do vento. natal Realce natal Realce Lançamento das Vigas ➔ Normalmente são lançadas vigas para sustentar as paredes do pavimento superior. Lançamento das Vigas ➔ As vigas devem, preferencialmente, ficar embutidas dentro das paredes. bw natal Realce Lançamento das Vigas ➔ Procurar apoiar as vigas diretamente nos pilares, evitando descarregar uma viga sobre outra, sempre que possível. natal Realce Lançamento das Vigas ➔ As vigas podem ter vãos de 2 m a 6 m, com um vão médio de 4 m. natal Realce Lançamento das Vigas ➔ Às vezes pode ser necessário descarregar uma parede diretamente sobre a laje. ➔ Neste caso é necessário reforçar a armadura da laje! natal Realce natal Realce Lançamento das Vigas ➔A estrutura do prédio é formada por pilares e pavimentos (lajes e vigas). ➔Cada pavimento ou nível é designado por um número (centena) ➔ Por exemplo: ➔Fundação – Nível 100 ➔Entrepiso – Nível 200 ➔Pavimento tipo – Nível 300 até Nível 600 ➔Cobertura – Nível 700 ➔Casa de máquinas – Nível 800 ➔Teto da casa de máquinas – Nível 900 ➔Reservatório – Nível 1000 Lançamento das Lajes ➔As lajes recebem a carga acidental e eventualmente o peso de paredes e as transmitem para as vigas. ➔As lajes também ajudam da distribuição da carga horizontal de vento entre os elementos de contraventamento (diafragma). natal Realce natal Realce Lançamento das Lajes ➔As lajes recebem uma numeração associada ao pavimento em que se encontram: ➔Para o nível 200 – Entrepiso: L201, L202, L203, etc. ➔Para o nivel 300 – Pavimento tipo: L301, L302, L303, etc. ➔Começa-se a numerar no canto superior esquerdo do prédio. ➔Daí, continua-se da esquerda para a direita e de cima para baixo, até a última viga. ➔Junto do nome da laje se escreve a sua espessura em cm, por exemplo: L201 (h = 10 cm) 2º Numeração:1º L112 L113 L114 L115 L116 Projeto ‘arquitetônico’ da estrutura de concreto armado Para edifícios de múltiplos andares O projeto arquitetônico deve ser desenvolvido e integrado aos demais projetos: estrutural, instalações (elétricas e hidrossanitárias), e outros. Projeto ‘arquitetônico’ da estrutura de concreto armado Projeto ‘arquitetônico’ da estrutura de concreto armado • Edifícios Residenciais Projeto ‘arquitetônico’ da estrutura de concreto armado • Edifícios comerciais • Normalmente são constituídos por garagem, recepção, acesso aos elevadores e escadas e pavimentos tipo. Projeto ‘arquitetônico’ da estrutura de concreto armado • Uso misto Projeto ‘arquitetônico’ da estrutura de concreto armado • Quando há incompatibilidade quanto ao posicionamento dos pilares (principalmente em lajes de garagem), utiliza-se vigas de transição. • O posicionamento dos pilares deve ser compatível com as áreas de manobra e estacionamento. natal Realce natal Realce Projeto ‘arquitetônico’ da estrutura de concreto armado Vigas de transição As vigas de transição têm como função redistribuir os pontos de concentração de carga. São muito usadas em edifícios que possuem garagem no térreo ou subsolo, e necessitam de uma malha de pilares comeixos diferentes dos demais pavimentos. natal Realce natal Realce natal Realce Projeto ‘arquitetônico’ da estrutura de concreto armado Vigas de Transição Aspectos Básicos na Concepção Estrutural • Uniformização da estrutura: garante formas mais simples e maior uniformização das fôrmas; • Compatibilidade entre vãos e materiais: vão econômico para estrutura protendida é maior em relação ao concreto armado;, • Distância entre pilares: 4m a 6m; • Posicionamento dos pilares em regiões de pouco destaque; • Atenção nas posições dos pilares no pavimento tipo, do térreo, garagens e subsolo natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce Aspectos Básicos na Concepção Estrutural • Posicionar as vigas de tal forma que as mesmas formem pórticos com os pilares natal Realce Aspectos Básicos na Concepção Estrutural Lançar vigas onde existam paredes; As paredes podem se apoiar diretamente na laje quando a distância entre vigas for muito pequena. natal Realce Aspectos Básicos na Concepção Estrutural Evitar lajes de vãos muito pequenos (grande quantidade de vigas e elevado o custo com as fôrmas) Evitar lajes com vãos muito grandes (espessuras elevadas e grande quantidade de armaduras) natal Realce natal Realce Aspectos Básicos na Concepção Estrutural Lajes Maciças • Chama-se laje maciça a laje de concreto armado com espessura constante, moldada in loco a partir do lançamento do concreto fresco sobre um sistema de formas planas. • A principal função das lajes é receber os carregamentos atuantes no andar, provenientes do uso da construção (pessoas, móveis e equipamentos), e transferi- los para os apoios; • Nos edifícios usuais, as lajes maciças têm grande contribuição no consumo de concreto: aproximadamente 50% do total. http://materioteca.paginas.ufsc.br/concreto/ http://materioteca.paginas.ufsc.br/concreto/ natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce Lajes Maciças • No projeto de lajes, a primeira etapa consiste em determinar os vãos livres (lo), os vãos teóricos (l) e a relação entre os vãos teóricos. • Vão livre é a distância livre entre as faces dos apoios. No caso de balanços, é a distância da extremidade livre até a face do apoio natal Realce natal Realce Lajes Maciças O vão teórico (l) é denominado vão equivalente pela NBR 6118 (2001), que o define como a distância entre os centros dos apoios, não sendo necessário adotar valores maiores do que: • em laje isolada, o vão livre acrescido da espessura da laje no meio do vão; • em vão extremo de laje contínua, o vão livre acrescido da metade da dimensão do apoio interno e da metade da espessura da laje no meio do vão. Lajes Maciças • Nas lajes em balanço, o vão teórico é o comprimento da extremidade até o centro do apoio, não sendo necessário considerar valores superiores ao vão livre acrescido da metade da espessura da laje na face do apoio. Em geral, para facilidade do cálculo, é usual considerar os vãos teóricos até os eixos dos apoios natal Realce Lajes Maciças • Conhecidos os vãos teóricos considera-se l x o menor vão, l y o maior e λ = ly / lx • De acordo com o valor de λ, é usual a seguinte classificação: • • λ ≤ 2 → laje armada em duas direções; • • λ > 2 → laje armada em uma direção. Nas lajes armadas em duas direções, as duas armaduras são calculadas para resistir os momentos fletores nessas direções. As denominadas lajes armadas em uma direção, na realidade, também têm armaduras nas duas direções Lajes Maciças VINCULAÇÃO Existem, basicamente, três tipos: borda livre, borda simplesmente apoiada e borda engastada Lajes Maciças • A borda livre caracteriza-se pela ausência de apoio, apresentando, portanto, deslocamentos verticais. • Nos outros dois tipos de vinculação, não há deslocamentos verticais. Nas bordas engastadas, também as rotações são impedidas. Este é o caso, por exemplo, de lajes que apresentam continuidade, sendo o engastamento promovido pela laje adjacente. natal Realce Lajes Maciças • Uma diferença significativa entre as espessuras de duas lajes adjacentes pode limitar a consideração de borda engastada somente para a laje com menor espessura, admitindo-se simplesmente apoiada a laje com maior espessura. É claro que cuidados devem ser tomados na consideração dessas vinculações, devendo-se ainda analisar a diferença entre os momentos atuantes nas bordas das lajes, quando consideradas engastadas. Lajes Maciças • Na tabela a seguir são apresentados alguns casos de vinculação, com bordas simplesmente apoiadas e engastadas. Lajes Maciças • Para saber se um lado da laje é engastado, é importante que se faça as três perguntas a seguir: • A borda da laje estudada tem laje vizinha? • A laje vizinha está no mesmo nível? • Toda a borda da laje é contínua e está no mesmo nível? • Se todas as respostas forem positivas: borda engastada; • Primeira pergunta negativa: borda livre ou simplesmente apoiada; natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce Lajes Maciças • Pode ocorrer, por exemplo, uma borda com uma parte engastada e a outra apoiada, como mostrado. Um critério aproximado, possível para este caso, é indicado na tabela. Lajes Maciças ESPESSURAS, COBRIMENTOS MÍNIMOS E PRÉ-DIMENSIONAMENTO De acordo com a NBR 6118 , as espessuras das lajes devem respeitar os seguintes limites mínimos: • 7cm para lajes de cobertura não em balanço; • 8cm para lajes de piso não em balanço; • 10cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço; • 10cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30kN; • 12cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30kN. Além das espessuras mínimas citadas acima a norma ainda solicita um coeficiente adicional de ponderação para o dimensionamento de lajes em balanço com espessura inferior a 19 cm. https://www.guiadaengenharia.com/dimensionamento-marquise-concreto/ Lajes Maciças COBRIMENTO Cobrimento nominal da armadura (c) é o cobrimento mínimo (cmin) acrescido de uma tolerância de execução (∆c): c = cmin + ∆c O projeto e a execução devem considerar esse valor do cobrimento nominal para assegurar que o cobrimento mínimo seja respeitado ao longo de todo o elemento. Lajes Maciças COBRIMENTO São especificados também os valores mínimos de cobrimento para armaduras das lajes, de acordo com a agressividade do meio em que se encontram. Esses valores são dados na abaixo, extraída da NBR 6118. Lajes Maciças PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ALTURA ÚTIL E DA ESPESSURA A espessura das lajes pode ser obtida com a expressão ℎ = 𝑑 + ∅ 2 + 𝑐 = d + 2,5cm d → altura útil da laje ∅→ diâmetro das barras c → cobrimento nominal da armadura Seção transversal de uma laje Para pré-dimensionamento C=2cm ∅=1cm natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce Lajes Maciças PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ALTURA ÚTIL E DA ESPESSURA A NBR 6118 não especifica critérios de pré-dimensionamento. Para lajes retangulares com bordas apoiadas ou engastadas, a altura útil d (em cm) pode ser estimada por meio da expressão: 𝑑 = 2,5 − 0,1. 𝑛 . 𝑙∗ 100 Onde d - altura útil n – número de bordas engastadas 𝑙∗ ≤ ൜ 𝑙𝑥 0,7. 𝑙𝑦 (𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟) Seção transversal de uma laje natal Realce natal Realce natal Realce natal Realce Lajes Maciças Lajes Maciças Pré-dimensionamento ℎ = 𝑑 + ∅ 2 + 𝑐 = d + 2,5cm 𝑑 = 2,5 − 0,1. 𝑛 . 𝑙∗ 100 natal Realce natal Realce
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