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Mecanismos de Ação de Anticonvulsivantes e Barbitúricos

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ANTICONVULSIVANTES
MECANISMOS
O mecanismo de ação dos antiepilépticos enquadram-se em três categorias 
principais:
1) Reduzir as deflagrações repetitivas e persistentes dos neurônios, um efeito 
mediato pela promoção do estado inativo dos canais de Na+ ativados por 
voltagem.
2) Aumento da inibição sináptica mediada pelo GABA, um efeito mediado 
por ação pré ou pós-sináptica. (Crises tonicoclônicas parciais e 
secundariamente generalizadas)
3) Inibição dos canais de Ca+2 ativados por voltagem, que são responsáveis 
pelas correntes de Ca+2 do tipo T. (Crise de ausencia) 
BARBITÚRICOS
Os barbitúricos deprimem reversivelmente a 
atividade de todos os tecidos excitáveis. Agem 
por todo SNC. O local de inibição é ora pós-
sináptico, como nas células piramidais 
cerebelares e corticais… ou pré-sináptico, como 
na medula espinal. 
Sua ação se da à sua integração com os 
receptores GABAa, potencializando a 
transmissão gabaérgica. Os barbitúricos 
potencializam a ação do GAVA na entrada de 
Cl- no neurônio, prolongando o tempo de 
abertura do canal de cloreto. Além disso, podem 
bloquear os receptores expiatórios glutamato. 
No caso do pentobarbital, o esmo também 
bloqueia os canais de sódio de alta frequência. 
Todas essas ações moleculares diminuem a 
atividade neuronal.
Depressão do SNC: Em doses baixas, produzem 
sedação. Em doses crescentes, causam hipnose, 
seguida de anestesia, coma e morte. Dessa 
forma, essa classe atinge qualquer grau de 
depressão central, dependendo da dosagem. Não 
possuem propriedades analgésicas. Seu uso 
crônico leva à dependência. 
Depressão Respiratória: Diminuem a resposta 
à hipóxia e aos quimiorreceptores de CO2. A 
dosagem excessiva é seguida de depressão 
respiratória e morte.
A percepção e a reação à dor são relativamente poupadas até quase o momento 
da inconsciência e, em pequenas doses, os barbitúricos aumentam as reações aos 
estímulos dolorosos. Por essa razão não se pode confiar neles para produzir 
sedação ou sono na presença de dor, ainda que moderada. 
A administração crônica de barbitúricos aumenta notavelmente o conteúdo de 
proteína e lipídeos no retículo endoplasmático liso hepá- tico, bem como a atividade da 
glicuroniltransferase e das CYPs 1A2, 2C9, 2C19 e 3A4. A indução dessas enzimas 
aumenta o metabolismo de um número de fármacos e substâncias endógenas, 
incluindo hormô- nios esteroides, colesterol, sais biliares e vitaminas K e D. 
Outros efeitos adversos. Como aumentam a síntese de porfirina, os barbitúricos 
são absolutamente contraindicados em pacientes com porfiria intermitente 
aguda ou porfiria variegada. Em doses hipnóticas, são pequenos os efeitos dos 
barbitúricos sobre o controle da respiração; entretanto, na presença de 
insuficiência pulmonar, pode ocorrer depressão respiratória grave, e por este 
motivo são contraindicados. A injeção intravenosa rápida de um barbitúrico 
pode causar z colapso cardiovascular antes que venha a anestesia, de modo que 
os sinais de profundidade da anestesia originados do SNC podem não alertar 
adequadamente sobre a iminente toxicidade. A pressão arterial pode cair para 
níveis de choque; mesmo a injeção intravenosa lenta de barbitúricos com 
frequência produz apneia e às vezes laringospasmo, tosse e outras dificuldades 
respiratórias. 
BENZODIAZEPÍNICOS
Ansiolíticos mais usados em 
substituição aos barbitúricos no 
tratamento de insônia e ansiedade 
por serem fármacos considerados 
mais seguros e eficazes. Os 
benzodiazepínicos modulam os 
efeitos do GABA ligando-se a um 
local específico de alta afinidade 
(distinto do local de ligação do 
GABA), situado na interface da 
subunidade alfa e gama no 
receptor GABAa.
Embora a classe modifique a 
atividade de todos os níveis do 
neuroeixo, algumas estruturas são 
preferencialmente afetadas. Os 
benzodiazepínicos não produzem o 
mesmo grau de depressão 
neuronial pelos barbitúricos e anes
tésicos voláteis. Todos os benzos têm perfis farmacológico semelhantes, entrando, 
diferem em seletividade e assim a utilidade clínica de cada um deles varia 
consideravelmente. A administração gradual de benzodiazepínicos progride para 
hipnose e então, estupor. A literatura refere-se frequentemente a usos e efeitos 
“anestésicos” de alguns medicamentos da classe. Entretanto, nao produzem uma 
verdadeira anestesia geral, pois a consciência geralmente persiste e não se pode 
obter imobilidade suficiente que possibilite uma cirurgia. 
 1. Redução da ansiedade: Em doses baixas, os benzodiazepínicos são ansiolíticos. 
A redução d ansiedade é atribuída à potenciação seletiva da transmissão 
gabaérgica em neurônios que têm a subu- nidade α2 em seus receptores 
GABAA, inibindo, assim, os circuitos neuronais no sistema límbico do cérebro. 
2. Efeito hipnótico/sedativo: Todos os benzodiazepínicos têm propriedades sedativa 
e calmante, e alguns podem produzir hipnose (sono produzido “artificialmente”) 
em doses mais elevadas. O efei- to hipnótico é mediado pelos receptores α1-
GABAA. 
3. Amnésia anterógrada: A perda temporária da memória com o uso de 
benzodiazepínicos também é mediada pelos receptores α1-GABAa. A capacidade 
de aprender e formar novas memórias também é reduzida. 
4. Efeito anticonvulsivante: Vários benzodiazepínicos têm atividade 
anticonvulsivante. Esse efeito é parcialmente mediado pelos receptores α1-
GABAa. 
5. Relaxamento muscular: Em doses elevadas, os benzodiazepíni- cos diminuem a 
espasticidade do músculo esquelético, provavel- mente aumentando a inibição 
pré-sináptica na medula espinal, onde predominam os receptores α2-GABAA. 
O baclofeno é um rela- xante muscular que parece atuar nos receptores GABA 
na medula espinal. 
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