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Introdução à Arquitetura da Informação

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DESCRIÇÃO
O contexto histórico, a importância e os conceitos centrais da Arquitetura de Informação (AI),
com seus sistemas de organização, navegação, rotulação e busca, inseridos nas questões
sociocomunicacionais da economia digital nas novas formas de produzir, difundir e consumir.
PROPÓSITO
Refletir sobre a sistematização informacional e sobre como as mudanças contínuas no campo
da comunicação digital passam também por questões de composição organizacional capacita
futuros profissionais em diversos campos da Comunicação.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer as questões sociais e comunicacionais nas novas formas de produção, difusão e
consumo
MÓDULO 2
Descrever o contexto histórico da Arquitetura da Informação
MÓDULO 3
Identificar os componentes centrais da Arquitetura da Informação
INTRODUÇÃO
Em um universo comunicacional e midiático permeado pelas transformações tecnológicas, é
preciso atentar para como se dão as nossas experiências de uso nas redes digitais (a partir do
polo da recepção) e como é possível oportunizar meios, formas e ambiências que facilitem a
ocorrência dessas experiências (no polo da produção). É nesse contexto que o campo da
Arquitetura de Informação (AI) mostra-se como a questão central de conexão entre estes dois
polos, produção e recepção.
Dessa forma, a discussão aqui se centra sobre três eixos:
Um debate introdutório que nos localiza no espaço de discussão sobre como as questões
sociais e comunicacionais nas novas formas de produção, difusão e consumo alteram o
cenário midiático.
Uma aproximação histórica que explica o que é AI (e seus grandes pioneiros).
Uma detalhada explicação sobre os quatro componentes centrais que dão corpo à área da AI:
os sistemas de organização, navegação, rotulação e busca.
MÓDULO 1
 Reconhecer as questões sociais e comunicacionais nas novas formas de produção,
difusão e consumo
A FORÇA DAS CONEXÕES SOCIAIS
Se no mundo “real” as conexões sociais se mostram vitais para o desenvolvimento individual e
coletivo de cada membro da sociedade, no mundo “virtual” o poder das conexões é ainda mais
hiperdimensionado.
Todavia, já como ponto de partida, é necessário explicitar que as distinções ou fronteiras
delimitadas entre o “real” e o “virtual” não se fazem nítidas, ou seja, estamos em um cenário de
continuum entre ambientes online e offline. Logo, pensar as conexões sociais, de modo direto,
também nos faz refletir sobre como o universo digital (do qual a AI faz parte) é o locus de
produção de sentido fundamental para entender o nosso tempo presente.
Como explica Elizabeth Saad (2016), a estrutura das redes sociais no universo digital permite
que ocorram conexões por um ou vários tipos de relações e compartilhamento de valores e
objetivos comuns entre pessoas, organizações, instituições e mesmo inteligência artificial das
mais variadas naturezas. Sob essa lente de análise, as conexões sociais explicitadas no
espaço de sociabilidade digital passam pela busca de um senso de comunidade. Ou seja, é
algo que, obviamente, antecede e muito o advento das redes sociais e o surgimento das
comunidades virtuais em rede.
Zygmunt Bauman, em suas discussões sobre a liquidez das conexões sociais hodiernas,
relembra que fazer parte ou não de uma comunidade é algo que a evolução humana apresenta
em toda a sua trajetória biopolítica e social. Algo que é, muitas vezes, complexo e contraditório,
pois “não ter comunidade significa não ter proteção; alcançar a comunidade, se isto ocorrer,
poderá em breve significar perder a liberdade” (BAUMAN, 2003, p. 10).
 
Foto: Forumlitfest/Wikimedia Commons/CC BY 3.0.
 Zygmunt Bauman, sociólogo e filósofo polonês.
Desse modo, no universo digital, muitas são as semelhanças que acompanham as
constituições sociais, identitárias, políticas e culturais das comunidades pré-redes sociais. A
criação das comunidades virtuais, em especial, reforça essa noção de conexão social. Logo,
sabendo que no universo digital as conexões e as sociabilidades digitais ganham novos
contornos e potencialidades, é fundamental compreender como essas ambiências são criadas
para oferecer determinadas experiências (boas ou não), a depender da forma de interação sob
os preceitos da AI (a serem explicados nos módulos seguintes).
MÍDIAS DIGITAIS NO JORNALISMO
Ao darmos um passo à frente, ainda pensando em como as conexões sociais também são
ressignificadas no espaço online, chegamos às correlações complexas entre as mídias digitais
e o jornalismo. Mais uma vez, a ideia fundamental por trás dessas correlações diz respeito à
interação e à participação realmente efetiva do público na construção da notícia.
 
Foto: Shutterstock.com
Dessa maneira, como uma tendência crescente da presença das mídias digitais no jornalismo,
os produtores de informação digital começam a se atentar para o fato de que os
indivíduos/receptores estão tuitando, tirando e procurando fotos, fazendo streaming de vídeo e
acessando constantemente sites de mídia, ávidos pelas últimas atualizações, como explica
Santos (2020).
Assim, a produção de informação digital em tempo real traz um desafio aos editores de
notícias, que precisam se certificar de que estão acompanhando como as informações são
acessadas e compartilhadas online.
No jornalismo, mais uma vez, como um dos palcos principais para o emergente uso das mídias
digitais, os dados em tempo real são a chave para impulsionar a inovação e a estratégia de
negócios que lidam com o campo da informação digital. Esses dados se referem ao
desempenho, à disponibilidade e à resiliência da informação digital em termos de
pervasividade (Conseguir chegar a todos os espaços disponíveis na internet) .
 
Foto: Shutterstock,com
Obter dados em tempo real significa, acima de tudo, que o acesso à informação digital é
sempre rápido e ininterrupto e que os serviços prestados ao consumidor desses materiais
estarão sempre ativos e conectados (YÚDICO, 2014).
Aqui, também de forma premente, questões muito relevantes à AI começam a se desenhar
diante de nossos olhos. Por exemplo:
Foto: Shutterstock.com
 
Foto: Shutterstock.com
Perceber como a interface de um site jornalístico é apresentado ao público.
Foto: Shutterstock.com
 
Foto: Shutterstock.com
Entender de que modo o usuário constrói o seu percurso de navegabilidade por entre os
hipertextos disponíveis em determinadas editorias.
Foto: Shutterstock.com
 
Foto: Shutterstock.com
Implementar um trânsito de bom fluxo organizativo entre os conteúdos das redes sociais e o
site central etc.
Nesse contexto de nova participação na produção e no consumo de informações, podemos
citar três exemplos práticos e que se inserem particularmente no universo do jornalismo:
 
Foto: Shutterstock.com
O uso recorrente dos memes em portais noticiosos e, aliás, também no jornalismo "off-line".
 
Foto: chrisdorney/Shutterstock.com
A criação de listas (também chamada de buzzfeedização do jornalismo) como forma de
engajamento.
 
Foto: Shutterstock.com
O combate constante às chamadas fake news, que se proliferam pelas redes sociais.
Como apontam Oliveira e Saggin (2018), portais noticiosos utilizam cada vez mais memes em
suas publicações. Assim, torna-se fundamental entender essa linguagem como algo que
ultrapassa a mera barreira do “humor fácil” e que acaba por se localizar como uma forma de
ironia e crítica presente na sociabilidade digital.
Em outras palavras, ao fazer uso dos memes no jornalismo, os portais noticiosos online
reforçam a ideia de que é intercambiável a relação informativa entre esses sites e as redes
sociais digitais. O meme é uma mensagem de fácil compreensão, “algo ligado diretamente ao
conhecimento empírico, às vivências do receptor” (OLIVEIRA; SAGGIN, 2018, p. 4).
A questão dos memes, a princípio, pode ser vista em duas frentes:
CONTEÚDO/ASSUNTO
ESTILO/FORMATO
CONTEÚDO/ASSUNTO
Diz respeito às notícias que reverberam determinados assuntos justamente a partir dos
memes. Segundo Oliveirae Saggin (2018, p. 4), um dos motivos “que podem fazer um meme
virar notícia é o inesperado, a ruptura daquilo que as pessoas consideram normal; isso
acaba gerando brincadeiras na internet, e sua disseminação torna a discussão atrativa para o
jornalismo”.
ESTILO/FORMATO
É a criação ou reapropriação da cultura de memes e sua linguagem utilizadas dentro das redes
sociais de produtos jornalísticos, como demonstra a imagem a seguir:
 
Foto: Twitter @Globo_Rural/Revista Globo Rural/Editora Globo©
 Exemplo de uso da linguagem dos memes em um tweet do Globo Rural.
Não podemos esquecer, contudo, que, para além de incrementar determinada notícia com um
viés mais satírico, a utilização de memes nos portais de notícia também procura criar laços
entre os usuários do site e a busca pelo entretenimento presente no universo das redes
sociais. É o que desenvolvem os autores:
(...) O USO DOS MEMES PELO JORNALISMO TENDE A
CONTINUAR CRESCENDO. ESTAMOS INTIMAMENTE
CONECTADOS AO ENTRETENIMENTO ATRAVÉS DE
COMPUTADORES E DISPOSITIVOS MÓVEIS, O QUE
NOS DÁ A CERTEZA DE QUE OS MEMES
CONTINUARÃO A SER PRODUZIDOS, DISSEMINADOS
EM LARGA ESCALA E, CONSEQUENTEMENTE, SE
TORNARÃO FONTE PARA O JORNALISMO OFERECER
PARTE DAQUILO QUE AS PESSOAS PROCURAM NA
INTERNET – ENTRETENIMENTO.
(SOUZA; ARAGÃO, 2016, p. 14)
Por sua vez, a expressão buzzfeedização é utilizada para descrever a forma como as mídias
digitais têm transformado o jornalismo online a partir do uso reiterado de listas e por uma
linguagem que busca atrair mais os leitores/usuários das redes.
De modo mais prático, o termo deriva do portal de entretenimento BuzzFeed e sua tradição em
postar conteúdos que engajam o público a partir de listas ou de manchetes, como “5 pontos
que você precisa saber sobre...”, como explicam Sardá et al. (2015, p. 4).
 
Foto: Shutterstock.com
Além do engajamento, a buzzfedização do jornalismo provoca justamente o buzz sobre
determinadas notícias, isto é:
Faz com que toda a internet (ou boa parte dela) fique sabendo sobre aquilo que você quer
divulgar.
 
Ao gerar essa conversação na esfera da recepção, a buzzfeedização, com igual importância,
também altera a forma de produção dos portais digitais.
 
O jornalismo começa a se guiar pelos números de acesso e de views como meio de resposta
às estratégias de engajamento e mobilização do público.
 
Listas e quizzes parecem promover a propagação e o compartilhamento com mais rapidez, o
que leva a um maior número de visitas do site.
Já sobre as fake news, pensando em uma sociedade com fluxos informacionais difusos e
descentralizados, o papel da checagem de fatos (fact-checking) nas mídias digitais
jornalísticas torna-se fundamental. Logo, com a correlação cada vez maior entre as redes
sociais e o jornalismo (inclusive pela retroalimentação de informações que transitam por esses
espaços), o fact-checking é o processo que busca investigar não apenas a factualidade de uma
informação, mas, para além disso, procura compreender o contexto de disseminação dessa
informação.
 RESUMINDO
A verificação dos fatos é uma forma de investigação crítica que objetiva melhorar o jornalismo
em tempos cada vez mais atravessados pelas mídias digitais.
Vale ressaltar que a checagem de fatos é algo que faz parte do jornalismo desde o seu
nascedouro. Contudo, com o surgimento de redes sociais e com a proliferação das fake news,
com os polos de produção e recepção de informação e mesmo os de notícias cada vez mais
misturados, o fact-checking ganha um espaço e uma atuação particulares.
 
Foto: Henryk Ditze/Shutterstock.com
É possível afirmar que a verificação de fatos tornou-se mais do que necessária no jornalismo
das mídias digitais. O número crescente de organizações de verificação de fatos estabelecidas
nacionalmente concretiza essa percepção, como por exemplo:
AGÊNCIA LUPA
TRUCO (DA AGÊNCIA PÚBLICA)
AOS FATOS
E, embora muitas vezes seja considerada uma atividade jornalística alinhada aos meios de
comunicação estabelecidos, também tem sido o foco do trabalho de organizações não
governamentais (ONGs), instituições de caridade e organizações não alinhadas à mídia.
Por fim, as práticas de fact-checking, em nível de organização internacional, estão subscritas à
International Fact-checking Network (rede IFC), pertencente ao Poynter Institute, dos
Estados Unidos. Nessa rede, existe “um código de princípios, uma conferência global anual e
um dia internacional do fact-checking – dia 2 de abril, o dia seguinte ao [Dia] da mentira.”
(SPINELLI; SANTOS, 2018, p. 771)
DESAFIOS DA TV, DO RÁDIO E DO CINEMA
NA ECONOMIA DIGITAL
Os principais desafios que coadunam as diferentes formas de produção, difusão e consumo
nas linguagens midiáticas da TV, do rádio e do cinema estão ligados ao surgimento da figura
do prosumer e à crescente cultura da convergência presentes na economia digital. É como se
estivéssemos a falar de uma relação simbiótica: assim como a relevância de se unir os polos
da produção e recepção demonstra um meio de valorização da audiência, também a cultura da
convergência é o elemento estruturante que facilita o surgimento dessa figura.
PROSUMER

PRODUCER (PRODUTOR)

CONSUMER (CONSUMIDOR)
 
Foto: Shutterstock.com
Em outros termos, os prosumers são os novos protagonistas das comunicações em
ambiências digitais que perpassam a televisão, o rádio e o cinema.
Ao mesmo tempo que consomem obras e produtos feitos por grandes empresas de mídia e
grupos de comunicação, os prosumers (ou “prossumidores”) são também capazes de produzir
seus próprios conteúdos nas redes sociais – realizando vídeos, criando suas próprias páginas
com críticas aos programas televisivos, construindo comunidades online de interesses em
comum sobre cinefilia, fazendo um revival da indústria sonora radiofônica com o boom de
novos podcasts e redes sociais de áudio como o Clubhouse, entre outros.
 
Foto: Shutterstock.com
Pensar os desafios dos meios de comunicação pela cultura da convergência corresponderia
não apenas a discutir as transformações tecnológicas, mas também perceber como a
economia digital afeta e ressignifica até elementos culturais em escala global.
Desse modo, por cultura da convergência também estamos a falar de consumidores (usuários
ou prosumers) instigados a procurar informação, fazer conexões, criar inter-relações, procurar
por ligações implícitas ou explícitas entre os meios de comunicação colocados em dispersão e
variabilidade. Na esteira desse pensamento, debater a cultura da convergência é refletir sobre
como “a convergência ocorre dentro dos cérebros dos consumidores individuais e em suas
interações sociais com outros” (JENKINS, 2008, p. 28).
 
Foto: Shutterstock.com
Pela perspectiva da AI, muitas vezes, a cultura do entretenimento e a cultura da mídia, vistas
como elementos inseparáveis, são capazes de reordenar também a percepção de espaço-
tempo que as pessoas têm do ambiente em que vivem a ponto de as distinções entre a
realidade e a representação serem tenuemente borradas.
Finalmente, se pensarmos que o prosumer e a cultura da convergência são temas que
dominam as pautas sobre os desafios da TV, do rádio e do cinema na economia digital,
veremos, novamente, que a organização, a navegação, a rotulação e a busca se revelam
elementos que demandam muita atenção e reflexão teórico-prática justamente porque é a partir
desses sistemas que o usuário produz e converge seus interesses de consumo.
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO ÂMBITO
EMPRESARIAL
Em continuidade ao debate sobre a força das conexões sociais, a presença das mídias digitais
no jornalismo e os desafios enfrentados por TV, rádio e cinema, chegamos ao terreno da
inovação tecnológica no âmbito empresarial. Antes de tudo, é preciso conceituar sobre qual
tipo de inovação estamos a falar ou, como pontua Rossetti (2013), a nossa fonte de
conceituação. Precisamos entender que inovação tecnológica está atrelada a determinados
fenômenos social, simbólico e tecnológicoque produzem novas formas de experiências não
apenas na indústria em si, mas, especialmente, nos sujeitos consumidores dessa inovação.
 
Imagem: Shutterstock.com
É importante atentar que a inovação tecnológica no âmbito empresarial também se conecta
aos tipos de necessidades de informação requeridas pelos usuários no contexto da AI. Ou
seja, o objetivo típico de um usuário ao acessar um site é satisfazer uma necessidade de
informação e/ou realizar uma transação (por exemplo, comprar uma passagem de trem).
Do ponto de vista das necessidades de informação em sua íntima ligação com a inovação, três
tipos podem ser distinguidos, veja:
NECESSIDADE DE INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS (NIC)
NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO ORIENTADA PARA O
PROBLEMA (NIOP)
NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO EXPLORATÓRIA
(NIE)
NECESSIDADE DE INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS (NIC)
Ex.: "Qual é o preço deste produto?"
NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO ORIENTADA PARA O
PROBLEMA (NIOP)
Ex.: "Qual é a relação entre usabilidade e arquitetura de informação?"
NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO EXPLORATÓRIA
(NIE)
Ex.: "Quero escolher um bom hotel para este fim de semana", isto é, necessidade de
informações sobre buscas anteriores, ou seja, localizar informações que você localizou
anteriormente (ALBUQUERQUE, 2010; ALBUQUERQUE; LIMA-MARQUES, 2011).
Em suma, conectando as reflexões até aqui empreendidas entre as inovações tecnológicas e a
AI, veremos, como sinaliza Rossetti (2013), que as dimensões sociais da noção de inovação
centram-se no sujeito.
O novo reside na apropriação social que o sujeito faz dos meios e ferramentas que tem à sua
disposição.
Dito de outro modo, a experiência do usuário mais uma vez entra em destaque para
pensarmos como a AI é o elemento fundante nas tentativas de oportunizar experiências
satisfatórias às pessoas que lidam cotidianamente com interfaces gráficas em telas, desktops,
mobile etc.
NOVAS FORMAS DE PRODUÇÃO, DIFUSÃO
E CONSUMO
Entenda algumas modificações das formas de produção, difusão e consumo da informação
assistindo ao vídeo a seguir:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DISCUTIR COMO OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO SOCIAL SÃO PERMEADOS PELAS NOVAS
CONFIGURAÇÕES DE CONSUMO, PRODUÇÃO E DIFUSÃO FAZ COM QUE
A FIGURA DO PROSUMER SURJA DE MANEIRA MUITO NÍTIDA.
PENSANDO NO ASSUNTO, A PARTIR DAS REFLEXÕES DE HENRY
JENKINS (2008), PODE-SE DIZER QUE O PROSUMER:
A) Não tem conexão direta com o debate sobre as interações sociais no nível individual, nem
no nível coletivo;
B) Está diretamente ligado às interações sociais, mas apenas às coletivas, já que a sociedade
exige a socialização;
C) Só existe do ponto de vista individualista e em suas reflexões internas porque o consumo é
individual;
D) Coaduna a convergência no nível individual e, por conseguinte, também nas interações
sociais coletivas;
E) Não se mostra relevante nas discussões sobre interações sociais, visto que produz
conteúdos, mas não os consome.
2. REFLETIR SOBRE A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO TEMPO PRESENTE
É, DE FORMA INTRÍNSECA, TAMBÉM OBSERVAR AS
TRANSFORMAÇÕES NA ESFERA DO CONSUMO E DO CONSUMIDOR,
USUÁRIO, ESPECTADOR, PROSUMER. DITO DE OUTRO MODO, NA
ECONOMIA DIGITAL, A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA PASSA POR
TRANSFORMAÇÕES:
A) De várias ordens (social, simbólico, tecnológica) que, por sua vez, fomentam o surgimento
de transformações também no modo de consumo dos indivíduos que lidam com essa inovação;
B) De várias ordens (social, simbólico, tecnológica), mas que não alteram no modo de
consumo dos indivíduos que lidam com essa inovação, uma vez que a sociedade continua
capitalista;
C) Apenas de ordens simbólicas que, por sua vez, fomentam o surgimento de transformações
também no modo de consumo dos indivíduos que lidam com essa inovação;
D) De várias ordens (social, simbólico, tecnológica) que, por sua vez, fomentam o surgimento
de transformações exclusivamente no modo de produção das empresas que lidam com essa
inovação;
E) Apenas de ordens materiais e racionais que, por sua vez, fomentam o surgimento de
transformações também no modo de produção industrial que lida com essa inovação.
GABARITO
1. Discutir como os desafios enfrentados pelos meios de comunicação social são
permeados pelas novas configurações de consumo, produção e difusão faz com que a
figura do prosumer surja de maneira muito nítida. Pensando no assunto, a partir das
reflexões de Henry Jenkins (2008), pode-se dizer que o prosumer:
A alternativa "D " está correta.
 
Como relembra Jenkins (2008, p. 28), debater a cultura da convergência é refletir sobre como
“a convergência ocorre dentro dos cérebros dos consumidores individuais e em suas
interações sociais com outros”. O prosumer produz, individualmente, mas também a partir e
para a experiência coletiva.
2. Refletir sobre a inovação tecnológica no tempo presente é, de forma intrínseca,
também observar as transformações na esfera do consumo e do consumidor, usuário,
espectador, prosumer. Dito de outro modo, na economia digital, a inovação tecnológica
passa por transformações:
A alternativa "A " está correta.
 
Seguindo os apontamentos de Rossetti (2013), a inovação tecnológica está atrelada a
determinados fenômenos de ordem social, simbólico e tecnológico que acabam por produzir
novas formas de experiências não apenas na indústria em si, mas, principalmente, nos sujeitos
consumidores dessa inovação.
MÓDULO 2
 Descrever o contexto histórico da AI
ARQUITETURA DE INFORMAÇÃO (AI): O
QUE É E QUAL A SUA IMPORTÂNCIA
Você já tentou usar um site de compras ou um aplicativo de relacionamentos e pensou:
Foto: Shutterstock.com
 
Foto: Shutterstock.com
Para onde devo ir agora?
Foto: Shutterstock.com
 
Foto: Shutterstock.com
Isso não faz sentido!
Se sim, você está encontrando um problema (ou melhor dizendo, tendo uma experiência) que
diz respeito às questões debatidas no campo da AI.
Podemos dizer que a AI está presente nos sites que usamos, nos aplicativos e mesmo em
interfaces offline com as quais lidamos no dia a dia, como o desktop de um computador.
Mas você conhece as origens históricas e os principais nomes que constituíram o campo da
Arquitetura da Informação?
Não é novidade que, para quem navega na internet, existe uma quantidade enorme de
informações que dificilmente seriam acessadas, consumidas e difundidas se não fossem
estruturadas, organizadas e sistematizadas de modo claro na rede. De certa forma, as pessoas
se acostumaram a ver o conteúdo e a funcionalidade dos produtos digitais como algo “dado”,
isto é, como algo que sempre existiu. No entanto, tal forma de estruturação da informação no
universo digital não ocorre acidentalmente.
 RELEMBRANDO
Vale lembrar que desenvolvedores, designers e comunicadores assumem a responsabilidade
de construir o conteúdo e os sistemas que organizam a informação de maneira adequada para
a percepção dos usuários. O campo que auxilia os especialistas na estruturação do conteúdo é
chamado de AI. Recapitulando, então, esse tal campo é responsável por organizar e estruturar
o conteúdo dos sites, aplicativos para desktop e celulares, e softwares de mídia social.
Levando em consideração a definição do Instituto de Arquitetura da Informação (IAI, 2021), que
transita entre o didatismo e a simplicidade, é possível entender que a AI é a prática de decidir
como organizar as partes de “algo” para que torne compreensível. Conforme destaca
Macedo (2005), se colocarmos essa afirmação no universo diretamente conectado à AI, isto é,
o espaço digital, iremos perceber que praticar a AI envolve ajudar as pessoas e organizações
com as quais trabalhamos a considerar suas estruturas e sua linguagem de maneira
cuidadosa.
 
Foto: Shutterstock.com
Contudo, ainda há discordância acerca das definições dentro da área da AI:
EM SUA MAIORIA, (...) [SUAS DEFINIÇÕES SÃO]
BASEADAS NA PRÁXIS [E] DESPROVIDAS DE
FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS E CIENTÍFICOS,
EM QUE CADA ATOR ENVOLVIDO PROCURA
APRESENTAR FERRAMENTAS, TÉCNICAS E
CONCEITOS, COM BASE EM SUAPRÓPRIA
PERSPECTIVA E FORMAÇÃO PESSOAL, QUE
CONSIDERA AS MAIS ADEQUADAS.
(ALBUQUERQUE, 2010, p.2)
Por isso, para além da impossibilidade de uma definição consensual e única, a importância
desse campo está intimamente ligada à variabilidade de conteúdos dispostos nos ambientes
digitais. Ou seja, a como cada estrutura de conteúdo online é dependente de vários fatores.
 
Imagem: Shutterstock.com
Em primeiro lugar, os especialistas em AI consideram as necessidades específicas do público-
alvo porque a AI coloca a satisfação do usuário como prioridade. Em outros termos, ela visa
organizar o conteúdo de forma que os usuários se ajustem facilmente à funcionalidade do
produto e possam encontrar tudo o que precisam sem grande esforço no ambiente das redes.
Além disso, a estrutura depende do tipo de produto e das ofertas que as empresas
disponibilizam.
 EXEMPLO
Se compararmos um site de varejo e um blog, veremos que essas plataformas têm duas
estruturas absolutamente diferentes, porém ambas são eficientes para cumprir seus objetivos
específicos.
Assim, a AI tornou-se um campo prático e de estudo fundamental em muitas esferas, incluindo,
por exemplo, as áreas de Design, Mídias Digitais e Comunicação Social.
A área da AI se concentra em organizar o conteúdo de forma eficaz e sustentável (isto é,
reutilizável e com o mesmo nível de qualidade para diversos usuários em distintos contextos,
espaços e temporalidades). Seu objetivo, então, é ajudar os usuários a encontrar
informações e concluir tarefas (ou seja, realizar uma compra, concluir uma atividade escolar
em um site pedagógico ou encontrar as informações de contato em um site institucional).
Como mostra a imagem a seguir, a AI se sustenta na tríade: usuário, conteúdo e contexto
como pontos basilares de interconexão.
 
Imagem: Rodrigo Cavalcante
 A tríade da AI: usuário, conteúdo e contexto.
Logo, a importância da AI também se condiciona ao princípio de como a interface digital
precisa criar uma boa experiência para o usuário ao ajudá-lo a entender onde está, o que
procura e como encontrar, o que está por perto e o que esperar de determinada página, site ou
app. Para fazer isso, você precisa entender como as “peças” se encaixam a fim de criar uma
imagem maior, como os itens se relacionam entre si e dentro do sistema – essa é a AI na
prática.
GRANDES NOMES: WURMAN, BERNERS-
LEE, OTLET, BUSH E NELSON
RICHARD SAUL WURMAN
A concepção histórica de junção dos termos “arquitetura” e “informação” remonta ao fim da
década de 1950, no contexto de criação de uma emergente indústria computacional
(notadamente, a partir do prestígio da IBM), como lembra Macedo (2005). A autora ainda
recorda que, alguns anos mais tarde, em 1962, o engenheiro de software Frederick P. Brook
escreveu em seu livro Planning a Computer System: Project Stretch sobre como a “arquitetura
do computador” era a relevante arte de determinar e satisfazer as necessidades dos usuários
dentro das condições econômicas e tecnológicas de construção da máquina.
 
Foto: Rebecca Rex/Wikimedia Commons/CC BY 3.0.
 Richard Saul Wurman, arquiteto e designer norte-americano.
Todavia, é com Richard Saul Wurman que a AI é realmente explicitada e clarificada. Ele se
utilizou de seus conhecimentos sobre o campo da Arquitetura e do Design Gráfico para
estabelecer, em 1976, o evento que deu origem ao termo The Architecture of Information
(durante o American Institute of Architects Annual Meeting).
Na esteira de suas reflexões e cursos, Wurman também é considerado um pioneiro do campo
da AI justamente pelo livro Information Anxiety (escrito no fim dos anos 1980 e republicado em
2000) e no qual se discute a existência de uma explosão de dados em desorganização.
Para Saul Wurman, na lacuna distintiva entre dados e informação, a questão da
compreensibilidade é o eixo central que pode organizar (arquitetar) os processos
informacionais.
Ao criar uma conexão organizativa entre os conteúdos e seus sentidos para os usuários, o
arquiteto da informação conseguiria transformar a informação em compreensão. Wurman
defende, desde suas origens como profissional da arquitetura, que o design de informação em
ambientes urbanos lhe foi útil para enfatizar a necessidade dos processos de organização da
informação em ambientes computadorizados.
Seu conhecimento arquitetônico foi essencial, como etapa preliminar, para que o campo da AI
demonstrasse a necessidade e a premência de tornar a informação visivelmente
compreensível para os usuários dos atuais sistemas computacionais (MACEDO, 2005;
ALBUQUERQUE, 2010).
TIM BERNERS-LEE
 
Foto: Paul Clarke/Wikimedia Commons/CC BY 4.0.
 Tim Berners-Lee, físico, cientista e professor britânico.
Outro nome importante no campo é Tim Berners-Lee, físico e cientista da computação, que
iniciou os trabalhos no campo da AI na década de 1980, a partir de sua atuação profissional no
Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire (CERN), atual Organização Europeia para a
Pesquisa Nuclear.
Conheça alguns de seus projetos mais importantes:
Propôs um projeto baseado em hipertexto para facilitar o compartilhamento e a atualização de
informações entre pesquisadores.
 
Construiu um programa chamado INQUIRE, que nunca foi lançado, mas que já previa o início
do que viria a ser a rede de computadores conectada mundialmente.
 
No final dos anos 1980, desenvolveu sua primeira proposta de criação da World Wide Web
(WWW).
 
Anos mais tarde, iniciou a discussão sobre o termo Web Architecture.
Segundo Berners-Lee, Connolly e Swick (1999), a Web Architecture (ou Arquitetura da Web) é
a estrutura conceitual da World Wide Web (rede mundial de internet). A WWW ou internet é um
meio em constante mudança que permite a comunicação entre diferentes usuários e a
interação técnica (interoperabilidade) entre diferentes sistemas e subsistemas.
 RESUMINDO
No contexto da AI, a Web Architecture nada mais é que mais um sinônimo possível para
compreender como a informação é organizada, sistematizada e classificada dentro dos
ambientes computadorizados.
A grande contribuição de Berners-Lee é justamente o desenvolvimento da Web Semântica
como desdobramento da Web Architecture:
A WORLD WIDE WEB, OU SIMPLESMENTE WEB, TEM
UMA SÉRIE DE DEFICIÊNCIAS. NO INTUITO DE
TENTAR ELIMINAR TAIS DEFICIÊNCIAS, NOVOS
MODELOS TÊM SIDO PROPOSTOS. NESSE CONTEXTO
SURGE A WEB SEMÂNTICA. SEGUNDO TIM BERNERS-
LEE, UM DOS SEUS IDEALIZADORES, A WEB
SEMÂNTICA É UMA EVOLUÇÃO DA WEB ATUAL. ELA
VISA FORNECER ESTRUTURAS E DAR SIGNIFICADOS
SEMÂNTICOS AO CONTEÚDO DAS PÁGINAS WEB,
CRIANDO UM AMBIENTE ONDE SOFTWARES E
USUÁRIOS POSSAM TRABALHAR DE FORMA
COOPERATIVA.
(LIMA; CARVALHO, 2004, p. 1)
Na AI, a Web Semântica facilita não apenas as buscas, mas, principalmente, tem por função
hierarquizar as informações dispostas na rede em conexão com os interesses do usuário.
 EXEMPLO
Ao digitar São Paulo, o sistema deve estar apto para saber identificar, por ordem de sentido e
prioridade, se o usuário busca a cidade de São Paulo, o time de futebol do São Paulo ou o
santo São Paulo.
PAUL OTLET
 
Foto: Paul Otlet/Wikimedia Commons/Foto pública.
 Paul Otlet, escritor, advogado e inventor belga.
Otlet é tido como um dos maiores pensadores na área da Ciência da Informação justamente
porque é a partir dele que as ideias de documentar e hierarquizar a informação ganham
importância não apenas em setores da Biblioteconomia, mas, para além disso, alcançam a
contemporaneidade da organização informacional em redes de computadores.
Otlet levantou pela primeira vez a tentativa de melhorar a experiência de usuários (no campo
físico e que, por extensão, se desenrolaram nos ambientes virtuais) ao buscar informações em
bancos de dados complexos e padronizados.
Advindo do campo biblioteconômico, Otlet é visto como um dos pensadores dos primórdios da
AI, por colocar como uma das bases do desenvolvimento informacional a Classificação
Decimal Universal (CDU).
Nazaré (2000) explicaque além de fichas padronizadas, folhas de papel e técnicas de
microfilmagem para a reprodução de documentos, a CDU previa um sistema informacional cuja
função era prover acesso a determinadas bases de dados a partir de concepções pioneiras na
busca de informações organizadas por expressões como “mais abrangentes” ou “mais
específicas”. Vale lembrar que na época não eram permitidas comunicações online entre o
arquivo central e os usuários geograficamente dispersos.
AS FORMULAÇÕES DE OTLET (...) CONSTITUEM
TÉCNICAS E TECNOLOGIAS ELABORADAS POR MEIO
DA OBSERVAÇÃO EMPÍRICA E INTERLOCUÇÃO COM
PENSADORES E CIENTISTAS UNIDOS EM TORNO DA
ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO. SÃO PONTOS
DE PARTIDA PARA IDEALIZAÇÕES COMO A
CONSTRUÇÃO DE UM LIVRO UNIVERSAL, APENAS
SUPERADAS PELO DESENVOLVIMENTO DA
MICROINFORMÁTICA, NA DÉCADA DE 1980, E,
POSTERIORMENTE, PELA INTERNET.
(SANTOS, 2007, p. 55)
Paul Otlet também enfatizava o papel fundamental de instituições que garantissem a
cooperação e o intercâmbio entre sistemas de informação. Ele prenunciou as formas de
tratamento e circulação de informação que seriam adotadas a partir da segunda metade do
século XX.
VANNEVAR BUSH
 
Foto: Office for Emergency Management/Wikimedia Commons/Foto pública.
 Vannevar Bush, engenheiro e inventor norte-americano.
O engenheiro e inventor Vannevar Bush é considerado relevante ao campo da AI,
essencialmente, por sua discussão do Projeto Memex (uma junção dos termos “memória” e
“index”), ainda por volta de 1945.
Como explica Cruz (2011), o Memex era um dispositivo eletromecânico hipotético disposto
sobre uma mesa na qual Bush (em seu artigo As We May Think) vislumbrava meios e formas
de acesso otimizados para os indivíduos que buscavam informações em livros, registros e
comunicações. Tal otimização previa ser feita de modo comprimido e, assim, as informações e
suas fontes poderiam ser consultadas com velocidade e flexibilidade variáveis.
Tal qual Otlet, a implementação hipotética descrita por Bush no Projeto Memex também foi
baseada em uma lista de documentos físicos, com técnicas de microfilmagem estáticas, e
carecia, ao fim, de um verdadeiro sistema de hipertexto no qual as partes das páginas teriam
uma estrutura interna de conexão além do formato textual comum (o que hoje podemos ver
funcionando com êxito nas redes digitais formatadas pela AI), explicam Houston e Harmon
(2007).
 
Imagem: HOTT, RODRIGUES e OLIVEIRA, 2018, p.46
 Representação visual do mecanismo hipotético do Projeto Memex, a partir de publicação
na revista Time, em 10 de setembro de 1945, p. 112.
Pela premissa associativa, o Memex era centrado na pesquisa individual e, dessa forma,
podemos perceber que desde sua origem a experiência do usuário era uma preocupação
constante na organização das informações e na facilitação do acesso. Entretanto, foi apenas
como o boom comercial da internet e das tecnologias em rede na década de 1990 que teóricos
e profissionais do campo da AI voltaram a citar o trabalho de Bush e, especificamente, o
Projeto Memex (HOUSTON; HARMON, 2007).
De modo claro e direto, é possível perceber que o trabalho pioneiro de Bush foi essencial para
a compreensão que temos hoje sobre como as informações são dispostas pela AI
contemporânea.
 SAIBA MAIS
O Projeto Memex ainda influenciou Douglas Engelbart na criação da ARPANET (uma rede de
computadores precursora da internet).
Engelbart, por meio da inspiração em Bush, foi “um dos pioneiros da computação pessoal e da
computação orientada a objetos – o sistema que hoje usamos, no qual em vez de o usuário
emitir comandos escritos em linguagem de programação ele ativa comandos clicando com um
mouse em ícones na tela” (CRUZ, 2011, p. 12).
TED NELSON
 
Foto: Dgies/Wikimedia Commons/CC BY 3.0.
 Ted Nelson, filósofo e sociólogo norte-americano.
Finalmente, não se pode esquecer de Theodor Holm Nelson outro grande nome e presença
constante no resgate histórico dos primórdios da AI.
Conhecido como Ted Nelson, o filósofo e sociólogo é conhecido por uma das ideias pioneiras
da Tecnologia da Informação (TI) e grande responsável pela popularização dos termos
hipertexto e hipermídia. Suas ideias, em especial a partir do Projeto Xanadu, da década de
1960, ainda hoje são reatualizadas no universo digital.
 
Foto: Gregory Lloyd/Wikimedia Commons/CC BY 2.0.
 Sistema de edição de hipertexto (HES), Universidade Brown, 1969.
TED NELSON IDEALIZOU O XANADU, UM PROJETO DE
ALCANCE INSUSPEITADO SOBRE AS FORMAS DE
TER ACESSO LIVRE E ILIMITADO ÀS INFORMAÇÕES
GERADAS NO MUNDO. ATUALMENTE ESSES IDEAIS
ESTÃO GANHANDO FORÇA, À SOMBRA DE UM
AMBIENTE TECNOLÓGICO QUE PROMETE SUA
REALIZAÇÃO E DE IDEALISTAS QUE SONHAM COM
UM MUNDO MELHOR, MAIS LIVRE, IGUALITÁRIO E
FRATERNO, ONDE (...) O DIREITO À INFORMAÇÃO SE
TORNE REALIDADE, EM SEU SENTIDO MAIS PLENO.
(FIGUEROA ALCÁNTARA; LARA PACHECO, 2000, p. 92)
Como explicam Figueroa Alcántara e Lara Pacheco (2000), o Xanadu foi pensado para ser um
processador de textos com a capacidade de não apenas comprimir versões múltiplas de uma
ou mais obras, como também mostrar as diferenças entre essas versões. Ainda que o projeto
nunca tenha se concretizado da forma como foi idealizado, mesmo assim a ideia de uma
escrita não sequencial organizada foi forte o suficiente para interessar a área de AI.
Lazzarin e Oliveira (2015, p. 116), fazendo uso das reflexões de W. Boyd Rayward, asseguram
que “uma das ideias mais imaginativas sobre o conceito de hipertexto é incorporado por Ted
Nelson ao afirmar que o hipertexto é uma nova forma de software com implicações
potencialmente revolucionárias, com o uso da computação para fins pessoais, processamento
de texto, gerenciamento de arquivos”.
 
Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante
 Representação de um sistema hipertextual.
Em um tempo dominado pela lógica binária de hiperconexão, os pensamentos de Nelson são
não apenas relembrados como celebrados.
ORIGENS DA AI
Reveja neste vídeo a importância de alguns pensadores dos primórdios da AI.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A TRÍADE DA AI É FUNDAMENTADA NO USUÁRIO, CONTEXTO E
CONTEÚDO JUSTAMENTE PELA INDISSOCIABILIDADE DE SE PENSAR
COMO A FIGURA DO USUÁRIO RETROALIMENTA AS PRÁTICAS DE AI
POR VER QUE O CONTEXTO DE USO ALTERA, INCLUSIVE, O INTERESSE
E A PROCURA PELO CONTEÚDO DESEJADO. REFLETINDO POR ESSE
VIÉS, É POSSÍVEL AFIRMAR QUE A AI TEM:
A) Definições com muitas discordâncias, posto que o campo prático dos profissionais tende a
nem sempre ser baseado por preceitos científicos e epistemológicos;
B) Uma só definição consensual, posto que a AI está diretamente ligada ao universo
acadêmico e às instituições de pesquisa de ponta;
C) Definições muito restritas e consensuais porque a AI é naturalmente um campo sem
discordância alguma na procura por conceitos;
D) Definições precisas e inalteráveis porque quem é responsável pela conceituação de base é
o Instituto de Arquitetura da Informação estadunidense (o IAI);
E) Definições contraditórias, considerando que o âmbito científico apresenta diferentes
abordagens sobre o tema.
2. RECONHECENDO EM RICHARD SAUL WURMAN O NOME DE MAIOR
REFERÊNCIA DIRETA AO CAMPO DA AI, VEREMOS QUE UMA DE SUAS
OBRAS MAIS IMPORTANTES É INFORMATION ANXIETY. NESSA
DISCUSSÃO SOBRE DADOS, INFORMAÇÃO E ANSIEDADE, WURMAN
EXPLICA QUE UMA DAS MAIORES NECESSIDADES DE AI É CONSEGUIR
DAR CONTA:
A) Do número grandioso de informações que nos bombardeiam e não, de modo direto, criar
formas organizativas que podem arquitetar a compreensibilidade dos processos informacionais;
B) Não do número grandioso de informações que nos bombardeiam, mas, sim, criar formas
ainda mais complexas que multipliquem os caminhos dos processos informacionais;
C) Não do número grandioso de informações que nos bombardeiam, mas, sim, criar formas
organizativas que podem arquitetar a compreensibilidade dos processos informacionais;
D) Do número grandioso de informações que nos bombardeiam, sem criar formas simplistas
quepossam trazer uma reflexão incompleta, e não a compreensibilidade dos processos
informacionais;
E) Do número grandioso de informações que nos bombardeiam, além de criar formas ainda
mais complexas, garantindo a amplitude da chegada da informação.
GABARITO
1. A tríade da AI é fundamentada no usuário, contexto e conteúdo justamente pela
indissociabilidade de se pensar como a figura do usuário retroalimenta as práticas de AI
por ver que o contexto de uso altera, inclusive, o interesse e a procura pelo conteúdo
desejado. Refletindo por esse viés, é possível afirmar que a AI tem:
A alternativa "A " está correta.
 
Como destaca Albuquerque (2010), a área de AI tem sido um campo fértil para discordâncias
em torno de definições que, em sua maioria, são baseadas na práxis de profissionais e,
comumente, desprovidas de fundamentos epistemológicos, metodológicos e científicos.
2. Reconhecendo em Richard Saul Wurman o nome de maior referência direta ao campo
da AI, veremos que uma de suas obras mais importantes é Information Anxiety. Nessa
discussão sobre dados, informação e ansiedade, Wurman explica que uma das maiores
necessidades de AI é conseguir dar conta:
A alternativa "C " está correta.
 
A partir da obra Information Anxiety (escrito no fim dos anos 1980 e republicado em 2000),
Wurman discute a existência de uma explosão de dados em desorganização e que a nossa
ansiedade não necessariamente se dá pelo fluxo informacional, mas, sim, pela urgência de
pensarmos em sistemas organizativos que possam dar corpo, ordem e percursos
compreensíveis aos dados. Wurman explicava que, entre a lacuna distintiva entre dados e
informação, a questão da compreensibilidade é o eixo central que pode organizar (arquitetar)
os processos informacionais.
MÓDULO 3
 Identificar os componentes centrais da AI
SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO, DE
NAVEGAÇÃO, DE ROTULAÇÃO E DE
BUSCA
INTRODUÇÃO
Caminhando pela tríade usuário-conteúdo-contexto, que baliza a Arquitetura da Informação
(AI), podemos relembrar questões atreladas aos respectivos eixos, como:
USUÁRIO
CONTEÚDO
CONTEXTO
USUÁRIO
Necessidades, hábitos, comportamentos de busca de informações, expectativas e
experiências.
CONTEÚDO
Tipos de documentos e dados, volume e estruturas existentes.
CONTEXTO
A cultura, a tecnologia, a política e as restrições.
É na correlação entre os elementos da tríade que Rosenfeld e Morville (2006) definem os
quatro princípios observados por meio de sistemas estruturantes:
ORGANIZAÇÃO
NAVEGAÇÃO
ROTULAGEM
BUSCA
A obra de Rosenfeld e Morville intitulada Information Architecture for the World Wide Web
(também conhecida como o “livro do urso polar” pela imagem na capa) é um marco para o
campo da AI. Lançada em 1998, nas palavras de Sales et al. (2016), a obra destaca os quatro
componentes centrais ou sistemas da AI porque conseguem condensar os elementos mais
básicos de estruturação e funcionalidade nos ambientes informacionais.
ORGANIZAÇÃO E NAVEGAÇÃO
Como explicam Santana, Oliveira e Fernandes (2012), ao falarmos do sistema de organização,
não estamos discutindo uma tarefa simples, ao contrário; estamos em um terreno permeado de
“desafios a ambiguidade; heterogeneidade; diferenças de perspectiva e as políticas internas,
devendo beneficiar a navegabilidade, a busca e a usabilidade desse conteúdo” (SALES et al.,
2016, p. 3).
Em termos práticos, o sistema de organização é a área da AI cuja responsabilidade maior diz
respeito à categorização e ao agrupamento dos conteúdos informacionais.
Como relembram Sales et al. (2016), é esse o espaço no qual o profissional responsável
(designer, arquiteto de informação, comunicador) necessariamente precisa não apenas saber
pesquisar, mas, principalmente, conhecer e entender quais são as preferências, os hábitos
e as tendências demandadas pelo público-alvo da plataforma, do site, do aplicativo.
É a partir desse conhecimento prático que o sistema de organização poderá criar experiências
coerentes e satisfatórias ao usuário que visita, que compra ou que simplesmente transita por
aquele espaço informacional. Como demonstram as imagens a seguir, é possível compreender
que o sistema de organização também requer hierarquização na disposição de informações
(seja pela importância delas, seja porque visualmente precisam estar dispostas acima ou
abaixo de um ponto de referência etc.).
 
Foto: Portal STF/Supremo Tribunal Federal.
 
Foto: Portal STF/Supremo Tribunal Federal.
 Exemplos visuais do sistema de organização do site do Supremo Tribunal Federal.
Em relação ao sistema de navegação, conforme explicam Rosenfeld e Morville (2006), as
questões mais importantes se centram em como produzir experiências de fácil trânsito, boa
acessibilidade e jornadas intuitivas no usuário que tem o seu primeiro contato com uma
página da web ou, em tempos contemporâneos, mesmo um contato reiterado com uma tela de
aplicativo. Logo, é possível dizer que:
 RESUMINDO
“O sistema de navegação serve para permitir que o usuário percorra diversos caminhos sem se
perder dentro do sistema”. (SALES et al., 2016, p. 3)
Com um grau de especificação que se desdobra em dois grupos, Rosenfeld e Morville (2006)
explicam que o sistema de navegação pode ser dividido em sistema de navegação embutido
(ou seja, elementos que incluem logotipo, navegação global, local, contextual, breadcrumb e
cross content) e sistema de navegação remoto (isto é, elementos como mapas do site,
índices, guias etc.).
BREADCRUMBS
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Em tradução livre, breadcrumbs significa “migalhas de pão”. Em âmbito digital, é o
sistema de navegação por categorias existente dentro de um site como algo que facilita a
navegação do usuário e indica o caminho que ele percorre dentro de sua estrutura. De
forma ilustrativa, podemos fazer alusão às migalhas de pão da história infantil de João e
Maria.
Exemplo:
 
Foto: Portal STF/Supremo Tribunal Federal.
 
Imagem: Rodrigo Cavalcante
CROSS CONTENT
Trata-se de uma lista de links relacionados ao conteúdo informacional de uma página
carregada, ou seja, a expressão cross content (cruzamento de conteúdo) diz respeito a
uma técnica de disposição de conteúdos na AI que mostra ao usuário que há links
relacionados a determinado conteúdo da página visitada.
Além disso, é no sistema de navegação que os cuidados com a escassez ou o excesso de
hyperlinks devem ser redobrados.
 
Imagem: Shutterstock.com
A ausência de hyperlinks pode dificultar a navegabilidade do usuário que busca uma
informação específica (seja porque o link “quebrou”, porque o link está desatualizado, ou
sequer tenha sido disponibilizado).

javascript:void(0)
 
Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante
O excesso de hyperlinks pode atrapalhar a experiência por completo ao fazer o usuário sair de
uma página e ir para outra em um ritmo acelerado e desorientado.
LINK “QUEBROU”
O link quebrado é um link que, ao ser clicado pelo usuário no servidor, dá a seguinte
resposta: “a página não existe ou não foi encontrada”. O link, documento ou imagem que
o usuário busca pode não existir ou estar “perdida” devido ao mau funcionamento ou à
configuração do servidor ou do site.
Seguindo com o exemplo do site do Supremo Tribunal Federal, as imagens a seguir explicita
visualmente o sistema de navegação.
 
Foto: Portal STF/Supremo Tribunal Federal.
 Exemplo visual do sistema de navegação do site do Supremo Tribunal Federal.
ROTULAÇÃO E BUSCA
O terceiro componente envolve o sistema de rotulação na AI. É a partir dele que a
representação e apresentação dos conteúdos é feita em relação visual com determinados
signos.
Para cada item informativo que promover o encontro do usuário com a informação
desejada, são empregados rótulos textuais e iconográficos.
É A PARTIR DELES QUE A LINGUAGEM DE UM
WEBSITE VAI SE TORNAR OU NÃO CLARA,
INTELIGÍVEL E SEM AMBIGUIDADES. ESTE SISTEMA
PROPORCIONA UMA RELAÇÃO ESTREITA COM O
QUARTO SISTEMA, QUE SE TRATA DOSISTEMA DE
BUSCA, POIS PRECISA PREVER AS BUSCAS ASSIM
COMO O CONJUNTO DE RESPOSTAS QUE SERÁ
ALCANÇADO PELO USUÁRIO.
(SALES et al., 2016, p. 3)
Partindo dos pressupostos de Rosenfeld e Morville (2006), a simplificação deve ser uma
palavra-chave no processo de rotulação. Assim, devemos ter atenção com menus, setas
indicativas, botões, barras de rolagem e todos os outros comandos da página (em desktop ou
versão mobile); tudo precisa ser intuitivo e responsivo (principalmente em aparelhos como
celulares, tablets etc.).
É mais do que necessário ter uma visão conjuntural entre o que se quer destacar textual
ou iconograficamente com o que se quer representar na interface colocada à disposição
do usuário. Ou seja, não é cabível, no sistema de navegação, que termos e símbolos que não
façam parte da rotina das pessoas sejam usados, posto que, ao lançar mão de um ícone
enigmático ou ambíguo, o usuário perde seu tempo durante a navegação e a experiência é
arruinada.
 
Foto: Portal STF/Supremo Tribunal Federal.
 Exemplo visual do sistema de rotulação do site do Supremo Tribunal Federal.
Por último, mas nem de longe o menos relevante, o sistema de busca, segundo Rosenfeld e
Morville (2006, p. 146), “determina as perguntas que o usuário pode fazer e o conjunto de
respostas que ele irá obter do sistema”. Aqui, vale frisar o que Sales et al. (2016, p. 4)
destacam de forma literal:
CONSIDERAMOS, DENTRE OS SISTEMAS JÁ
CITADOS, O MAIS IMPORTANTE, POIS É,
PROVAVELMENTE, A PARTIR DA BUSCA QUE O
USUÁRIO CONSEGUE SATISFAZER A SUA
NECESSIDADE INFORMACIONAL PARA REALIZAÇÃO
DE SUAS TAREFAS.
(SALES et al., 2016, p. 4)
Rosenfeld e Morville (2006) explicam que o sistema de busca não pode ser pensado apenas
como a etapa na qual normalmente o usuário deseja localizar informações com base em uma
necessidade genérica ou específica. A importância do sistema de busca está diretamente
ligada à responsabilidade de que uma boa AI deve fornecer os resultados que correspondam
aos definidos pelo usuário em uma equação de pesquisa que procura superar dois problemas:
RUÍDO
SILÊNCIO
RUÍDO
Sistema de busca que traz conteúdo irrelevante, não medido pelo índice de precisão.
SILÊNCIO
Sistema que não consegue recuperar documentos relevantes, logo, não medido pelo índice de
completude.
A imagem a seguir demonstra como alguns sites optam por ter buscas avançadas justamente
para evitar que o sistema opere pelo ruído ou silêncio.
 
Foto: Portal STF/Supremo Tribunal Federal.
 Exemplo visual do sistema de busca do site do Supremo Tribunal Federal.
Dessa forma, como sintetizam Rosenfeld e Morville (2006), ao pensar em colocar em prática os
quatro componentes, princípios ou sistemas centrais da AI, produziremos não apenas o
elementar da AI no cotidiano de nossos usuários, como, antes de tudo, oportunizaremos que
as experiências de consumo, conexão, informação e trânsito pelas páginas sejas as mais
otimizadas e agradáveis possíveis.
SISTEMAS DE BUSCAS E SEARCH-ENGINE
OPTIMIZATION (SEO)
Os sistemas de busca podem ser divididos em:
Reativos
Reagem ao comportamento informativo do usuário.

Proativos
Oferecem as informações proativamente ao usuário, sem ter que reivindicá-las continuamente.
Podemos situar o sistema de busca baseado em SEO (Search-Engine Optimization/Otimização
para Motores de Busca) dentro da lógica reativa. Segundo Elias (2013), é possível
compreender que o SEO é uma tentativa que os profissionais de AI colocam em prática para
melhorar os resultados que serão dispostos na procura dos usuários.
ENTENDER COMO FUNCIONAM OS MECANISMOS DE
BUSCA É PRIMORDIAL NO APRENDIZADO DE SEO.
(...) SE VOCÊ ESTÁ BUSCANDO UM DETERMINADO
ASSUNTO, ESPERA-SE QUE O MECANISMO DE
BUSCA RETORNE INFORMAÇÕES QUE SEJAM
RELEVANTES A SUA PESQUISA. (...) ATRAVÉS DE
CÁLCULOS PRÓPRIOS, QUE OS MECANISMOS DE
BUSCA NÃO REVELAM DE FORMA ALGUMA, ELES
CONSEGUEM NOS TRAZER RESULTADOS CADA VEZ
MAIS RELEVANTES E DE QUALIDADE
RELACIONADOS À SUA BUSCA.
(ELIAS, 2013, p. 3)
 
Foto: Shutterstock.com
Mecanismos de busca como Google e Bing usam bots para rastrear páginas na web, indo de
um site para outro, coletando informações sobre essas páginas e colocando-as em um índice.
 
Em seguida, os algoritmos analisam as páginas do índice, levando em consideração centenas
de fatores ou sinais de classificação, para determinar a ordem em que as páginas devem
aparecer nos resultados da pesquisa para certa consulta.
 
Os algoritmos de pesquisa, por sua vez, são projetados para exibir páginas relevantes e
autorizadas a fornecer aos usuários uma experiência de pesquisa eficiente.
BOTS
Bot é versão resumida da palavra de língua inglesa robot. Trata-se de uma ferramenta
automatizada que executa uma série de funções pré-programadas. Normalmente, está
javascript:void(0)
associada à inteligência artificial e busca interagir com os usuários simulando a forma de
pensar humana (como é o caso dos chatbots de algumas marcas e empresas nas redes
sociais).
Assim, metatags (campos que se referem a metadados), palavras-chave, além de estudos
métricos de acessos e demais técnicas que visem a melhorar o posicionamento de páginas
Web nos sistemas de busca compõem toda a estrutura de recursos que formam o SEO.
(NEVES et al., 2020, p. 410)
 SAIBA MAIS
No contexto das metatags (que servem para dar informação sobre um site para sistemas de
buscas ou outras aplicações), os metadados são entendidos como estruturas de informações
que descrevem características de uma fonte de informação.
Ao tirar uma foto, por exemplo, além de gravar a foto na memória da foto, metadados são
associados a essa imagem descrevendo informações sobre o modelo da câmera, tipo de ISO,
data, tamanho e formato do arquivo e até o local de onde a foto foi tirada se o aparelho tiver
GPS.
Otimizar um site, por exemplo, com esses fatores em mente, pode fazer com que determinadas
páginas passem a ter uma classificação mais elevada nos resultados de pesquisa. Fazendo
uso das discussões empreendidas por John Jerkovic (2010 apud Neves et al., 2020, p. 410), o
processo de “SEO é descrito como um conjunto de todo o trabalho necessário para produzir
um alto volume de referências bem-sucedidas oriundas de mecanismos de busca e diretórios
Web com objetivo de popularizar um Website por meio da análise interna e externa de suas
páginas, conteúdos e da quantidade de hiperlinks externos que apontem para essas páginas”.
De forma simplificada, é possível dizer que os sistemas de buscas SEO se baseiam em sete
etapas que, a depender do projeto ao qual se aplicam, podem se desdobrar em inúmeras
outras subfases:
 
Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante
 Etapas de construção do sistema de busca baseado em SEO.
 ATENÇÃO
De todas elas, a etapa mais complexa e que merece mais atenção diz respeito ao processo de
link building. Por linking building estamos falando do processo de aquisição de hiperlinks de
outros sites para o seu próprio.
Um hiperlink é uma forma de os usuários navegarem por entre as páginas da internet e, por
isso, os mecanismos de pesquisa usam links para rastrear a web: eles rastrearão os links entre
as páginas individuais do seu site e rastrearão os links entre sites inteiros.
Existem muitas técnicas para a construção de links e, embora sua dificuldade possa variar, os
profissionais que atuam na lógica de SEO tendem a concordar que a construção de links é uma
das partes mais difíceis de seu trabalho.
 
Imagem: Shutterstock.com
De acordo com Jerkovic (2010 apud Neves et al., 2020, p. 411), quando alcançamos a
excelência dentro do campo de linking building, conseguimos demonstrar que muitas são as
vantagens da utilização dessas técnicas de SEO:
 
Imagem: Shutterstock.com
Menor custo (especialmente, porque bastam apenas recursos humanos e tempo)
 
Imagem: Shutterstock.com
Benefícios em longo prazo duradouros
 
Imagem: Shutterstock.com
Crescimento natural do número de acessos no site
 
Imagem: Shutterstock.comPromoção da confiança (os resultados de busca orgânica passam maior confiança ao usuário
quando comparados a hiperlinks pagos)
Alguns potenciais meios para se ter sucesso no processo de linking building são:
 criar links internos dentro do seu próprio conteúdo
 usar URLs absolutas em seus links internos
 criar um feed RSS
 publicar conteúdos em sites de terceiros
 usar ferramentas para monitorar o processo de “linkagem” dos concorrentes
 inserir botões sociais de compartilhamento, entre outros pontos
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 SAIBA MAIS
A URL especifica o local de um destino armazenado em um computador local ou em rede,
como um arquivo, um diretório, uma página HTML, uma imagem, um programa etc. No
contexto da AI, um exemplo de URL absoluta é aquela que é apresentada sob este formato:
"scheme://server/path/resource". Em outros termos, diferentemente da URL relativa, a URL
absoluta contém todas as informações necessárias à localização de um recurso.
Feed RSS, ou Really Simple Syndication, é um recurso de distribuição de conteúdo em tempo
real baseado na linguagem XML, ou seja, uma forma simplificada de apresentar o conteúdo de
um site. Pela característica de alimentar notícias, os documentos RSS também são chamados
de feeds, já que essa tecnologia permite que os usuários de um blog ou canal de notícias
acompanhem suas atualizações por meio de um software, website ou browser agregador.
HIPERTEXTO, LINKS, JANELAS E
INTERFACE
O hipertexto, seguindo a discussão já empreendida sobre a herança dos estudos iniciados por
Ted Nelson e o Projeto Xanadu, é extremamente importante para o campo digital porque ele
consegue criar fluxos de navegabilidade muito peculiares. Como destacam os autores:
(...) A LEITURA DOS CONTEÚDOS NOS MEIOS
DIGITAIS FOI TRANSFORMADA PELA LÓGICA
DISPERSIVA E DESCENTRALIZADA DO HIPERTEXTO.
OS NÓS E AS CONEXÕES DESENVOLVIDAS PELO
HIPERTEXTO AGREGAM À ESCRITA DIGITAL
PROCESSOS DE NAVEGAÇÃO ASSOCIATIVOS (...).
(DALMASO; MIELNICZUK, 2012, p. 239)
É necessário ainda destacar que o hipertexto, conforme explica Lúcia Leão (1999), para além
de se constituir um tipo de escrita associativa e não sequencial, também possibilita conexões
potenciais e oportunidades de leitura em diferentes direções.
Com igual importância, pensando na correlação entre o hipertexto e o processo de “linkagem”
na AI, é relevante explicitar a ausência de um limite demarcado ou de uma forma de relação
interativa “sem definição clara de fronteiras” (DALMASO; MIELNICZUK, 2012, p. 240).
 RESUMINDO
Hipertextos são conglomerados de informação e acesso não sequencial, navegáveis através
de palavras-chave. E ainda um sistema de elementos sensíveis, que podem ser clicados em
regimes hipermidiáticos, isto é, em forma de texto, imagem ou cor, por intermédio dos quais
nos dirigimos para outros espaços de informação.
Ainda no contexto da AI, existem duas maneiras fundamentais de os mecanismos de pesquisa
usarem links:
Descobrir novas páginas da web
Ajudar a determinar o quão bem uma página deve ser classificada em seus resultados
Depois que os mecanismos de pesquisa rastreiam as páginas da web, eles podem extrair o
conteúdo dessas páginas e adicioná-lo a seus índices, conforme lembra Elias (2013). Dessa
forma, eles podem decidir se acham que uma página tem qualidade suficiente para ser bem
classificada por palavras-chave relevantes.
 DICA
Quando estão decidindo isso, os motores de busca não olham apenas para o conteúdo da
página; também verificam o número de links que apontam para essa página de sites externos e
a qualidade desses sites externos. De modo geral, quanto mais sites de alta qualidade com
links para você, maior a probabilidade de você obter uma boa classificação nos resultados de
pesquisa (DALMASO; MIELNICZUK, 2012).
Um exemplo possível de interpretação do link dentro da AI é a chamada “anatomia do link”,
isto é, a compreensão de cada uma das partes que o compõem. A seguir, temos as “partes
anatômicas” do link descritas em termos mais gerais.
O INÍCIO DA TAG DO LINK
Chamada de tag âncora (daí o "a" de âncora [anchor] no início), abre a tag do link e informa
aos mecanismos de pesquisa que um link para outra coisa está prestes a ser seguido.
O LOCAL DE REFERÊNCIA DO LINK
O "href" significa "referência do hiperlink" (hyperlink referral) e o texto entre aspas indica a URL
para a qual o link está apontando. Nem sempre precisa ser uma página da web; pode ser o
endereço de uma imagem ou arquivo para download. Ocasionalmente, você verá algo diferente
de uma URL, começando com um sinal #. Esses são links locais, que levam você a uma seção
diferente da página em que já está.
O TEXTO VISÍVEL/A ÂNCORA DO LINK
É o pequeno texto que os usuários veem na página e no qual precisam clicar se quiserem abrir
o link. O texto é geralmente formatado de alguma forma para se destacar do texto que o cerca,
geralmente com a cor azul e/ou sublinhado, sinalizando aos usuários que é um link clicável.
O FECHAMENTO DA TAG DO LINK
Sinaliza o fim da tag do link para os mecanismos de pesquisa.
 
Foto: Sundry Photography/Shutterstock.com
Além disso, os links como fator de classificação são os elementos que permitiram ao Google
começar a dominar o mercado de mecanismos de busca no final dos anos 1990 (ELIAS, 2013).
Um dos fundadores do Google, Larry Page, inventou um sistema chamado PageRank para ser
usado na medição da qualidade de uma página com base (em parte) no número de links
apontando para ela.
Essa métrica foi então usada como parte do algoritmo de classificação geral e se tornou um
forte sinal porque era uma maneira muito boa de determinar a qualidade de uma página. Foi
tão eficaz porque se baseou na ideia de que um link poderia ser visto como um voto de
confiança sobre uma página, ou seja, não “receberia” links se não merecesse.
Ainda é válido ressaltar que a conexão entre o hipertexto, as janelas e os links é muito
produtiva e dá infinitas formas de produção de sentido no ambiente digital:
A PRESENÇA DOS LINKS E A POSSIBILIDADE DE
ACESSO A VÁRIAS JANELAS DE NAVEGAÇÃO, AO
MESMO TEMPO, PROVOCAM UM EFEITO DE
MÚLTIPLOS INÍCIOS E FINS NO TEXTO. (...) A ESCRITA
DIGITAL, PORTANTO, COMPORTA EM SUA
ESTRUTURA A NÃO FINALIZAÇÃO OU O NÃO
FECHAMENTO DE UM CONTEÚDO.
(DALMASO; MIELNICZUK, 2012, p. 239)
No que diz respeito às janelas e à interface no ambiente digital, é preciso pensar tanto pelo
lado dos usuários, que terão janelas potencialmente à sua disposição, quanto pelo lado do
profissional de AI, que precisa entender quais, quantas e quando abrir determinadas janelas.
Novamente, a baliza da virtude é colocada em cena para se evitar que em determinada página
haja:
Escassez de janelas: O que impede, em grande medida, as potencialidades de interação na
rede.

Excesso de janelas: Que produz poluição visual e destrói a possibilidade de uma experiência
exitosa.
Sobre a questão da interface, é relevante saber que há um campo específico entre a AI e o
Design Digital que trata do tema pela topografia, isto é, a disciplina que descreve e representa
detalhadamente a superfície de um terreno, mas, no contexto digital, refere-se à capacidade
que uma superfície (de informação) tem de comunicar suas possibilidades de ação.
 EXEMPLO
Quando visualizamos em um formulário um retângulo branco precedido de uma palavra, por
exemplo, “nome”, supomos que devemos escrever nosso nome. Da mesma forma, os
elementos interativos em uma interface gráfica devem estar em lugares evidentes para o
usuário; a própria estrutura do site deve também ser evidente para o usuário e, além disso,
deverá ser visualizada por ele (ROYO, 2008).
 
Foto: Shutterstock.com
Uma definição possível para a interface é entendê-la como um conjunto de entidades que se
comunicam, uma ou mais das quais são seres humanos em interação com máquinas,
telas, linguagens hipermidiáticas etc. Sendo entendida como um espaço para comunicação,os fenômenos que ocorrem nas interfaces são produtores de sentidos múltiplos, ou seja, mais
uma forma de demonstrar que o hipertexto, os links, as janelas e a interface estão
correlacionadas pela multiplicidade semiótica (OLIVEIRA; BARANAUSKAS, 1999).
 RESUMINDO
Os profissionais da AI devem fazer isto: tornar a informação visível. Além disso, devem
comunicar, por meio das interfaces gráficas, as ações que o usuário pode realizar, bem como
trabalhar na topografia de informação para facilitar o uso, que por sua vez será tão variado
quanto variadas forem as ações que nos ocorrem, ou que o usuário necessite no ciberespaço.
PRINCÍPIOS DE UMA BOA AI
Vamos relembrar e comentar os princípios de um boa AI.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS QUATRO COMPONENTES CENTRAIS QUE BALIZAM A AI,
SEGUNDO AS REFLEXÕES TRAZIDAS POR ROSENFELD E MORVILLE
(2006) E SALES ET AL. (2016), SÃO DESCRITOS COMO SISTEMAS
ESTRUTURANTES, A SABER: ORGANIZAÇÃO, NAVEGAÇÃO,
ROTULAGEM E BUSCA. DISCUTINDO ESPECIFICAMENTE O SISTEMA DE
NAVEGAÇÃO, É IMPORTANTE FALAR QUE AS PRINCIPAIS QUESTÕES
QUE ENVOLVEM ESSE TIPO DE SISTEMA DIZEM RESPEITO A PRODUZIR
EXPERIÊNCIAS:
A) Criativas, que aumentem a velocidade de acesso, ampliem a acessibilidade, promovam
jornadas reflexivas e formas que mantenham o usuário dentro do sistema;
B) De fácil trânsito, com boa acessibilidade, jornadas intuitivas e formas que não estimulem o
usuário a se perder dentro do sistema;
C) De fácil trânsito, com complexificação da acessibilidade, jornadas intuitivas e formas que
não estimulem o usuário a se perder dentro do sistema;
D) De fácil trânsito, com boa acessibilidade e formas que estimulem o usuário a se perder
dentro do sistema, a fim de que ele permaneça no site;
E) Complexas, mas criativas, de trânsito e acessibilidade, com jornadas dedutivas e formas
que não estimulem o usuário a se perder dentro do sistema.
2. A CONEXÃO MAIS DIRETA ENTRE O HIPERTEXTO, AS JANELAS E OS
LINKS, CONFORME FALAM DALMASO E MIELNICZUK (2012), ESTÁ
MUITO PRESENTE NA POSSIBLIDADE DE CRIAR FORMAS DE LEITURA
NÃO LINEARES NO AMBIENTE DIGITAL. DESSA FORMA, AS AUTORAS
AINDA EXPLICAM QUE:
A) O resultado direto dessa conexão é um efeito de não finalização, ainda que certamente
tenhamos fechamento do conteúdo disposto nas redes.
B) O resultado indireto dessa conexão é um efeito de finalização, logo, existe o fechamento do
conteúdo disposto nas redes offline o online.
C) O resultado direto dessa conexão é um efeito de não finalização, não fechamento de um
conteúdo disposto nas redes e muita criação de memes.
D) O resultado direto dessa conexão é justamente um efeito de não finalização ou não
fechamento de um conteúdo disposto nas redes digitais.
E) O resultado indireto dessa conexão é justamente um efeito de finalização, para nova
inicialização de conteúdos online.
GABARITO
1. Os quatro componentes centrais que balizam a AI, segundo as reflexões trazidas por
Rosenfeld e Morville (2006) e Sales et al. (2016), são descritos como sistemas
estruturantes, a saber: organização, navegação, rotulagem e busca. Discutindo
especificamente o sistema de navegação, é importante falar que as principais questões
que envolvem esse tipo de sistema dizem respeito a produzir experiências:
A alternativa "B " está correta.
 
As questões mais importantes, no contexto do sistema de navegação na AI, se centram em
como produzir experiências de fácil trânsito, boa acessibilidade e jornadas intuitivas no usuário
que tem o seu primeiro contato com uma página da web ou, em tempos contemporâneos,
mesmo um contato reiterado com uma tela de aplicativo e, por fim, permitir que o usuário
percorra diversos caminhos sem se perder dentro do sistema.
2. A conexão mais direta entre o hipertexto, as janelas e os links, conforme falam
Dalmaso e Mielniczuk (2012), está muito presente na possiblidade de criar formas de
leitura não lineares no ambiente digital. Dessa forma, as autoras ainda explicam que:
A alternativa "D " está correta.
 
Partindo do debate empreendido por Dalmaso e Mielniczuk (2012), é preciso destacar que a
conexão entre o hipertexto, as janelas e os links é muito produtiva e dá infinitas formas de
produção de sentido no ambiente digital. A presença dos links e a possibilidade de acesso a
várias janelas de navegação, ao mesmo tempo, provocam um efeito de não finalização ou o
não fechamento de um conteúdo.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As discussões aqui apresentadas se centraram na importância de compreendermos como a AI
é relevante para a criação de ambientes voltados à melhoria das experiências dos usuários.
Mais do que isso, conseguimos perceber que o contexto e o conteúdo são também parte de
uma tríade, completada pelo usuário.
Também apresentamos brevemente o percurso histórico que pavimentou o desenvolvimento da
AI tal qual a conhecemos e praticamos na contemporaneidade. E, como a encerrar as
discussões de forma pragmática, pudemos debater as especificidades do sistema de
organização, sistema de navegação, sistema de rotulação e sistema de busca. Em relação a
este último dos quatro componentes centrais da AI, conseguimos entender que existem
subagrupamentos possíveis de operacionalização para o sistema de busca, como é o caso do
SEO assentado na lógica do linking building.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
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EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
Transformação digital: repensando o seu negócio para a era digital (2017), de David
Rogers. Segundo o autor, o processo de uso de tecnologias digitais em empresas para
aumentar a performance e se adaptar à economia digital é essencialmente um desafio de
gestão do campo comunicacional e administrativo.
Sobre arquitetura da informação, de Jaime Robredo.
Acesse:
Site do The Information Architecture Institute (IAI).
Digital experiences and information architecture. Aula magna de Chris How no canal
Usabilla, Youtube.
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Anderson Lopes
 CURRÍCULO LATTES
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