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< DESCRIÇÃO O contexto histórico, a importância e os conceitos centrais da Arquitetura de Informação (AI), com seus sistemas de organização, navegação, rotulação e busca, inseridos nas questões sociocomunicacionais da economia digital nas novas formas de produzir, difundir e consumir. PROPÓSITO Refletir sobre a sistematização informacional e sobre como as mudanças contínuas no campo da comunicação digital passam também por questões de composição organizacional capacita futuros profissionais em diversos campos da Comunicação. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer as questões sociais e comunicacionais nas novas formas de produção, difusão e consumo MÓDULO 2 Descrever o contexto histórico da Arquitetura da Informação MÓDULO 3 Identificar os componentes centrais da Arquitetura da Informação INTRODUÇÃO Em um universo comunicacional e midiático permeado pelas transformações tecnológicas, é preciso atentar para como se dão as nossas experiências de uso nas redes digitais (a partir do polo da recepção) e como é possível oportunizar meios, formas e ambiências que facilitem a ocorrência dessas experiências (no polo da produção). É nesse contexto que o campo da Arquitetura de Informação (AI) mostra-se como a questão central de conexão entre estes dois polos, produção e recepção. Dessa forma, a discussão aqui se centra sobre três eixos: Um debate introdutório que nos localiza no espaço de discussão sobre como as questões sociais e comunicacionais nas novas formas de produção, difusão e consumo alteram o cenário midiático. Uma aproximação histórica que explica o que é AI (e seus grandes pioneiros). Uma detalhada explicação sobre os quatro componentes centrais que dão corpo à área da AI: os sistemas de organização, navegação, rotulação e busca. MÓDULO 1 Reconhecer as questões sociais e comunicacionais nas novas formas de produção, difusão e consumo A FORÇA DAS CONEXÕES SOCIAIS Se no mundo “real” as conexões sociais se mostram vitais para o desenvolvimento individual e coletivo de cada membro da sociedade, no mundo “virtual” o poder das conexões é ainda mais hiperdimensionado. Todavia, já como ponto de partida, é necessário explicitar que as distinções ou fronteiras delimitadas entre o “real” e o “virtual” não se fazem nítidas, ou seja, estamos em um cenário de continuum entre ambientes online e offline. Logo, pensar as conexões sociais, de modo direto, também nos faz refletir sobre como o universo digital (do qual a AI faz parte) é o locus de produção de sentido fundamental para entender o nosso tempo presente. Como explica Elizabeth Saad (2016), a estrutura das redes sociais no universo digital permite que ocorram conexões por um ou vários tipos de relações e compartilhamento de valores e objetivos comuns entre pessoas, organizações, instituições e mesmo inteligência artificial das mais variadas naturezas. Sob essa lente de análise, as conexões sociais explicitadas no espaço de sociabilidade digital passam pela busca de um senso de comunidade. Ou seja, é algo que, obviamente, antecede e muito o advento das redes sociais e o surgimento das comunidades virtuais em rede. Zygmunt Bauman, em suas discussões sobre a liquidez das conexões sociais hodiernas, relembra que fazer parte ou não de uma comunidade é algo que a evolução humana apresenta em toda a sua trajetória biopolítica e social. Algo que é, muitas vezes, complexo e contraditório, pois “não ter comunidade significa não ter proteção; alcançar a comunidade, se isto ocorrer, poderá em breve significar perder a liberdade” (BAUMAN, 2003, p. 10). Foto: Forumlitfest/Wikimedia Commons/CC BY 3.0. Zygmunt Bauman, sociólogo e filósofo polonês. Desse modo, no universo digital, muitas são as semelhanças que acompanham as constituições sociais, identitárias, políticas e culturais das comunidades pré-redes sociais. A criação das comunidades virtuais, em especial, reforça essa noção de conexão social. Logo, sabendo que no universo digital as conexões e as sociabilidades digitais ganham novos contornos e potencialidades, é fundamental compreender como essas ambiências são criadas para oferecer determinadas experiências (boas ou não), a depender da forma de interação sob os preceitos da AI (a serem explicados nos módulos seguintes). MÍDIAS DIGITAIS NO JORNALISMO Ao darmos um passo à frente, ainda pensando em como as conexões sociais também são ressignificadas no espaço online, chegamos às correlações complexas entre as mídias digitais e o jornalismo. Mais uma vez, a ideia fundamental por trás dessas correlações diz respeito à interação e à participação realmente efetiva do público na construção da notícia. Foto: Shutterstock.com Dessa maneira, como uma tendência crescente da presença das mídias digitais no jornalismo, os produtores de informação digital começam a se atentar para o fato de que os indivíduos/receptores estão tuitando, tirando e procurando fotos, fazendo streaming de vídeo e acessando constantemente sites de mídia, ávidos pelas últimas atualizações, como explica Santos (2020). Assim, a produção de informação digital em tempo real traz um desafio aos editores de notícias, que precisam se certificar de que estão acompanhando como as informações são acessadas e compartilhadas online. No jornalismo, mais uma vez, como um dos palcos principais para o emergente uso das mídias digitais, os dados em tempo real são a chave para impulsionar a inovação e a estratégia de negócios que lidam com o campo da informação digital. Esses dados se referem ao desempenho, à disponibilidade e à resiliência da informação digital em termos de pervasividade (Conseguir chegar a todos os espaços disponíveis na internet) . Foto: Shutterstock,com Obter dados em tempo real significa, acima de tudo, que o acesso à informação digital é sempre rápido e ininterrupto e que os serviços prestados ao consumidor desses materiais estarão sempre ativos e conectados (YÚDICO, 2014). Aqui, também de forma premente, questões muito relevantes à AI começam a se desenhar diante de nossos olhos. Por exemplo: Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com Perceber como a interface de um site jornalístico é apresentado ao público. Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com Entender de que modo o usuário constrói o seu percurso de navegabilidade por entre os hipertextos disponíveis em determinadas editorias. Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com Implementar um trânsito de bom fluxo organizativo entre os conteúdos das redes sociais e o site central etc. Nesse contexto de nova participação na produção e no consumo de informações, podemos citar três exemplos práticos e que se inserem particularmente no universo do jornalismo: Foto: Shutterstock.com O uso recorrente dos memes em portais noticiosos e, aliás, também no jornalismo "off-line". Foto: chrisdorney/Shutterstock.com A criação de listas (também chamada de buzzfeedização do jornalismo) como forma de engajamento. Foto: Shutterstock.com O combate constante às chamadas fake news, que se proliferam pelas redes sociais. Como apontam Oliveira e Saggin (2018), portais noticiosos utilizam cada vez mais memes em suas publicações. Assim, torna-se fundamental entender essa linguagem como algo que ultrapassa a mera barreira do “humor fácil” e que acaba por se localizar como uma forma de ironia e crítica presente na sociabilidade digital. Em outras palavras, ao fazer uso dos memes no jornalismo, os portais noticiosos online reforçam a ideia de que é intercambiável a relação informativa entre esses sites e as redes sociais digitais. O meme é uma mensagem de fácil compreensão, “algo ligado diretamente ao conhecimento empírico, às vivências do receptor” (OLIVEIRA; SAGGIN, 2018, p. 4). A questão dos memes, a princípio, pode ser vista em duas frentes: CONTEÚDO/ASSUNTO ESTILO/FORMATO CONTEÚDO/ASSUNTO Diz respeito às notícias que reverberam determinados assuntos justamente a partir dos memes. Segundo Oliveirae Saggin (2018, p. 4), um dos motivos “que podem fazer um meme virar notícia é o inesperado, a ruptura daquilo que as pessoas consideram normal; isso acaba gerando brincadeiras na internet, e sua disseminação torna a discussão atrativa para o jornalismo”. ESTILO/FORMATO É a criação ou reapropriação da cultura de memes e sua linguagem utilizadas dentro das redes sociais de produtos jornalísticos, como demonstra a imagem a seguir: Foto: Twitter @Globo_Rural/Revista Globo Rural/Editora Globo© Exemplo de uso da linguagem dos memes em um tweet do Globo Rural. Não podemos esquecer, contudo, que, para além de incrementar determinada notícia com um viés mais satírico, a utilização de memes nos portais de notícia também procura criar laços entre os usuários do site e a busca pelo entretenimento presente no universo das redes sociais. É o que desenvolvem os autores: (...) O USO DOS MEMES PELO JORNALISMO TENDE A CONTINUAR CRESCENDO. ESTAMOS INTIMAMENTE CONECTADOS AO ENTRETENIMENTO ATRAVÉS DE COMPUTADORES E DISPOSITIVOS MÓVEIS, O QUE NOS DÁ A CERTEZA DE QUE OS MEMES CONTINUARÃO A SER PRODUZIDOS, DISSEMINADOS EM LARGA ESCALA E, CONSEQUENTEMENTE, SE TORNARÃO FONTE PARA O JORNALISMO OFERECER PARTE DAQUILO QUE AS PESSOAS PROCURAM NA INTERNET – ENTRETENIMENTO. (SOUZA; ARAGÃO, 2016, p. 14) Por sua vez, a expressão buzzfeedização é utilizada para descrever a forma como as mídias digitais têm transformado o jornalismo online a partir do uso reiterado de listas e por uma linguagem que busca atrair mais os leitores/usuários das redes. De modo mais prático, o termo deriva do portal de entretenimento BuzzFeed e sua tradição em postar conteúdos que engajam o público a partir de listas ou de manchetes, como “5 pontos que você precisa saber sobre...”, como explicam Sardá et al. (2015, p. 4). Foto: Shutterstock.com Além do engajamento, a buzzfedização do jornalismo provoca justamente o buzz sobre determinadas notícias, isto é: Faz com que toda a internet (ou boa parte dela) fique sabendo sobre aquilo que você quer divulgar. Ao gerar essa conversação na esfera da recepção, a buzzfeedização, com igual importância, também altera a forma de produção dos portais digitais. O jornalismo começa a se guiar pelos números de acesso e de views como meio de resposta às estratégias de engajamento e mobilização do público. Listas e quizzes parecem promover a propagação e o compartilhamento com mais rapidez, o que leva a um maior número de visitas do site. Já sobre as fake news, pensando em uma sociedade com fluxos informacionais difusos e descentralizados, o papel da checagem de fatos (fact-checking) nas mídias digitais jornalísticas torna-se fundamental. Logo, com a correlação cada vez maior entre as redes sociais e o jornalismo (inclusive pela retroalimentação de informações que transitam por esses espaços), o fact-checking é o processo que busca investigar não apenas a factualidade de uma informação, mas, para além disso, procura compreender o contexto de disseminação dessa informação. RESUMINDO A verificação dos fatos é uma forma de investigação crítica que objetiva melhorar o jornalismo em tempos cada vez mais atravessados pelas mídias digitais. Vale ressaltar que a checagem de fatos é algo que faz parte do jornalismo desde o seu nascedouro. Contudo, com o surgimento de redes sociais e com a proliferação das fake news, com os polos de produção e recepção de informação e mesmo os de notícias cada vez mais misturados, o fact-checking ganha um espaço e uma atuação particulares. Foto: Henryk Ditze/Shutterstock.com É possível afirmar que a verificação de fatos tornou-se mais do que necessária no jornalismo das mídias digitais. O número crescente de organizações de verificação de fatos estabelecidas nacionalmente concretiza essa percepção, como por exemplo: AGÊNCIA LUPA TRUCO (DA AGÊNCIA PÚBLICA) AOS FATOS E, embora muitas vezes seja considerada uma atividade jornalística alinhada aos meios de comunicação estabelecidos, também tem sido o foco do trabalho de organizações não governamentais (ONGs), instituições de caridade e organizações não alinhadas à mídia. Por fim, as práticas de fact-checking, em nível de organização internacional, estão subscritas à International Fact-checking Network (rede IFC), pertencente ao Poynter Institute, dos Estados Unidos. Nessa rede, existe “um código de princípios, uma conferência global anual e um dia internacional do fact-checking – dia 2 de abril, o dia seguinte ao [Dia] da mentira.” (SPINELLI; SANTOS, 2018, p. 771) DESAFIOS DA TV, DO RÁDIO E DO CINEMA NA ECONOMIA DIGITAL Os principais desafios que coadunam as diferentes formas de produção, difusão e consumo nas linguagens midiáticas da TV, do rádio e do cinema estão ligados ao surgimento da figura do prosumer e à crescente cultura da convergência presentes na economia digital. É como se estivéssemos a falar de uma relação simbiótica: assim como a relevância de se unir os polos da produção e recepção demonstra um meio de valorização da audiência, também a cultura da convergência é o elemento estruturante que facilita o surgimento dessa figura. PROSUMER PRODUCER (PRODUTOR) CONSUMER (CONSUMIDOR) Foto: Shutterstock.com Em outros termos, os prosumers são os novos protagonistas das comunicações em ambiências digitais que perpassam a televisão, o rádio e o cinema. Ao mesmo tempo que consomem obras e produtos feitos por grandes empresas de mídia e grupos de comunicação, os prosumers (ou “prossumidores”) são também capazes de produzir seus próprios conteúdos nas redes sociais – realizando vídeos, criando suas próprias páginas com críticas aos programas televisivos, construindo comunidades online de interesses em comum sobre cinefilia, fazendo um revival da indústria sonora radiofônica com o boom de novos podcasts e redes sociais de áudio como o Clubhouse, entre outros. Foto: Shutterstock.com Pensar os desafios dos meios de comunicação pela cultura da convergência corresponderia não apenas a discutir as transformações tecnológicas, mas também perceber como a economia digital afeta e ressignifica até elementos culturais em escala global. Desse modo, por cultura da convergência também estamos a falar de consumidores (usuários ou prosumers) instigados a procurar informação, fazer conexões, criar inter-relações, procurar por ligações implícitas ou explícitas entre os meios de comunicação colocados em dispersão e variabilidade. Na esteira desse pensamento, debater a cultura da convergência é refletir sobre como “a convergência ocorre dentro dos cérebros dos consumidores individuais e em suas interações sociais com outros” (JENKINS, 2008, p. 28). Foto: Shutterstock.com Pela perspectiva da AI, muitas vezes, a cultura do entretenimento e a cultura da mídia, vistas como elementos inseparáveis, são capazes de reordenar também a percepção de espaço- tempo que as pessoas têm do ambiente em que vivem a ponto de as distinções entre a realidade e a representação serem tenuemente borradas. Finalmente, se pensarmos que o prosumer e a cultura da convergência são temas que dominam as pautas sobre os desafios da TV, do rádio e do cinema na economia digital, veremos, novamente, que a organização, a navegação, a rotulação e a busca se revelam elementos que demandam muita atenção e reflexão teórico-prática justamente porque é a partir desses sistemas que o usuário produz e converge seus interesses de consumo. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO ÂMBITO EMPRESARIAL Em continuidade ao debate sobre a força das conexões sociais, a presença das mídias digitais no jornalismo e os desafios enfrentados por TV, rádio e cinema, chegamos ao terreno da inovação tecnológica no âmbito empresarial. Antes de tudo, é preciso conceituar sobre qual tipo de inovação estamos a falar ou, como pontua Rossetti (2013), a nossa fonte de conceituação. Precisamos entender que inovação tecnológica está atrelada a determinados fenômenos social, simbólico e tecnológicoque produzem novas formas de experiências não apenas na indústria em si, mas, especialmente, nos sujeitos consumidores dessa inovação. Imagem: Shutterstock.com É importante atentar que a inovação tecnológica no âmbito empresarial também se conecta aos tipos de necessidades de informação requeridas pelos usuários no contexto da AI. Ou seja, o objetivo típico de um usuário ao acessar um site é satisfazer uma necessidade de informação e/ou realizar uma transação (por exemplo, comprar uma passagem de trem). Do ponto de vista das necessidades de informação em sua íntima ligação com a inovação, três tipos podem ser distinguidos, veja: NECESSIDADE DE INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS (NIC) NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO ORIENTADA PARA O PROBLEMA (NIOP) NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO EXPLORATÓRIA (NIE) NECESSIDADE DE INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS (NIC) Ex.: "Qual é o preço deste produto?" NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO ORIENTADA PARA O PROBLEMA (NIOP) Ex.: "Qual é a relação entre usabilidade e arquitetura de informação?" NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO EXPLORATÓRIA (NIE) Ex.: "Quero escolher um bom hotel para este fim de semana", isto é, necessidade de informações sobre buscas anteriores, ou seja, localizar informações que você localizou anteriormente (ALBUQUERQUE, 2010; ALBUQUERQUE; LIMA-MARQUES, 2011). Em suma, conectando as reflexões até aqui empreendidas entre as inovações tecnológicas e a AI, veremos, como sinaliza Rossetti (2013), que as dimensões sociais da noção de inovação centram-se no sujeito. O novo reside na apropriação social que o sujeito faz dos meios e ferramentas que tem à sua disposição. Dito de outro modo, a experiência do usuário mais uma vez entra em destaque para pensarmos como a AI é o elemento fundante nas tentativas de oportunizar experiências satisfatórias às pessoas que lidam cotidianamente com interfaces gráficas em telas, desktops, mobile etc. NOVAS FORMAS DE PRODUÇÃO, DIFUSÃO E CONSUMO Entenda algumas modificações das formas de produção, difusão e consumo da informação assistindo ao vídeo a seguir: VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DISCUTIR COMO OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL SÃO PERMEADOS PELAS NOVAS CONFIGURAÇÕES DE CONSUMO, PRODUÇÃO E DIFUSÃO FAZ COM QUE A FIGURA DO PROSUMER SURJA DE MANEIRA MUITO NÍTIDA. PENSANDO NO ASSUNTO, A PARTIR DAS REFLEXÕES DE HENRY JENKINS (2008), PODE-SE DIZER QUE O PROSUMER: A) Não tem conexão direta com o debate sobre as interações sociais no nível individual, nem no nível coletivo; B) Está diretamente ligado às interações sociais, mas apenas às coletivas, já que a sociedade exige a socialização; C) Só existe do ponto de vista individualista e em suas reflexões internas porque o consumo é individual; D) Coaduna a convergência no nível individual e, por conseguinte, também nas interações sociais coletivas; E) Não se mostra relevante nas discussões sobre interações sociais, visto que produz conteúdos, mas não os consome. 2. REFLETIR SOBRE A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO TEMPO PRESENTE É, DE FORMA INTRÍNSECA, TAMBÉM OBSERVAR AS TRANSFORMAÇÕES NA ESFERA DO CONSUMO E DO CONSUMIDOR, USUÁRIO, ESPECTADOR, PROSUMER. DITO DE OUTRO MODO, NA ECONOMIA DIGITAL, A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA PASSA POR TRANSFORMAÇÕES: A) De várias ordens (social, simbólico, tecnológica) que, por sua vez, fomentam o surgimento de transformações também no modo de consumo dos indivíduos que lidam com essa inovação; B) De várias ordens (social, simbólico, tecnológica), mas que não alteram no modo de consumo dos indivíduos que lidam com essa inovação, uma vez que a sociedade continua capitalista; C) Apenas de ordens simbólicas que, por sua vez, fomentam o surgimento de transformações também no modo de consumo dos indivíduos que lidam com essa inovação; D) De várias ordens (social, simbólico, tecnológica) que, por sua vez, fomentam o surgimento de transformações exclusivamente no modo de produção das empresas que lidam com essa inovação; E) Apenas de ordens materiais e racionais que, por sua vez, fomentam o surgimento de transformações também no modo de produção industrial que lida com essa inovação. GABARITO 1. Discutir como os desafios enfrentados pelos meios de comunicação social são permeados pelas novas configurações de consumo, produção e difusão faz com que a figura do prosumer surja de maneira muito nítida. Pensando no assunto, a partir das reflexões de Henry Jenkins (2008), pode-se dizer que o prosumer: A alternativa "D " está correta. Como relembra Jenkins (2008, p. 28), debater a cultura da convergência é refletir sobre como “a convergência ocorre dentro dos cérebros dos consumidores individuais e em suas interações sociais com outros”. O prosumer produz, individualmente, mas também a partir e para a experiência coletiva. 2. Refletir sobre a inovação tecnológica no tempo presente é, de forma intrínseca, também observar as transformações na esfera do consumo e do consumidor, usuário, espectador, prosumer. Dito de outro modo, na economia digital, a inovação tecnológica passa por transformações: A alternativa "A " está correta. Seguindo os apontamentos de Rossetti (2013), a inovação tecnológica está atrelada a determinados fenômenos de ordem social, simbólico e tecnológico que acabam por produzir novas formas de experiências não apenas na indústria em si, mas, principalmente, nos sujeitos consumidores dessa inovação. MÓDULO 2 Descrever o contexto histórico da AI ARQUITETURA DE INFORMAÇÃO (AI): O QUE É E QUAL A SUA IMPORTÂNCIA Você já tentou usar um site de compras ou um aplicativo de relacionamentos e pensou: Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com Para onde devo ir agora? Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com Isso não faz sentido! Se sim, você está encontrando um problema (ou melhor dizendo, tendo uma experiência) que diz respeito às questões debatidas no campo da AI. Podemos dizer que a AI está presente nos sites que usamos, nos aplicativos e mesmo em interfaces offline com as quais lidamos no dia a dia, como o desktop de um computador. Mas você conhece as origens históricas e os principais nomes que constituíram o campo da Arquitetura da Informação? Não é novidade que, para quem navega na internet, existe uma quantidade enorme de informações que dificilmente seriam acessadas, consumidas e difundidas se não fossem estruturadas, organizadas e sistematizadas de modo claro na rede. De certa forma, as pessoas se acostumaram a ver o conteúdo e a funcionalidade dos produtos digitais como algo “dado”, isto é, como algo que sempre existiu. No entanto, tal forma de estruturação da informação no universo digital não ocorre acidentalmente. RELEMBRANDO Vale lembrar que desenvolvedores, designers e comunicadores assumem a responsabilidade de construir o conteúdo e os sistemas que organizam a informação de maneira adequada para a percepção dos usuários. O campo que auxilia os especialistas na estruturação do conteúdo é chamado de AI. Recapitulando, então, esse tal campo é responsável por organizar e estruturar o conteúdo dos sites, aplicativos para desktop e celulares, e softwares de mídia social. Levando em consideração a definição do Instituto de Arquitetura da Informação (IAI, 2021), que transita entre o didatismo e a simplicidade, é possível entender que a AI é a prática de decidir como organizar as partes de “algo” para que torne compreensível. Conforme destaca Macedo (2005), se colocarmos essa afirmação no universo diretamente conectado à AI, isto é, o espaço digital, iremos perceber que praticar a AI envolve ajudar as pessoas e organizações com as quais trabalhamos a considerar suas estruturas e sua linguagem de maneira cuidadosa. Foto: Shutterstock.com Contudo, ainda há discordância acerca das definições dentro da área da AI: EM SUA MAIORIA, (...) [SUAS DEFINIÇÕES SÃO] BASEADAS NA PRÁXIS [E] DESPROVIDAS DE FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS E CIENTÍFICOS, EM QUE CADA ATOR ENVOLVIDO PROCURA APRESENTAR FERRAMENTAS, TÉCNICAS E CONCEITOS, COM BASE EM SUAPRÓPRIA PERSPECTIVA E FORMAÇÃO PESSOAL, QUE CONSIDERA AS MAIS ADEQUADAS. (ALBUQUERQUE, 2010, p.2) Por isso, para além da impossibilidade de uma definição consensual e única, a importância desse campo está intimamente ligada à variabilidade de conteúdos dispostos nos ambientes digitais. Ou seja, a como cada estrutura de conteúdo online é dependente de vários fatores. Imagem: Shutterstock.com Em primeiro lugar, os especialistas em AI consideram as necessidades específicas do público- alvo porque a AI coloca a satisfação do usuário como prioridade. Em outros termos, ela visa organizar o conteúdo de forma que os usuários se ajustem facilmente à funcionalidade do produto e possam encontrar tudo o que precisam sem grande esforço no ambiente das redes. Além disso, a estrutura depende do tipo de produto e das ofertas que as empresas disponibilizam. EXEMPLO Se compararmos um site de varejo e um blog, veremos que essas plataformas têm duas estruturas absolutamente diferentes, porém ambas são eficientes para cumprir seus objetivos específicos. Assim, a AI tornou-se um campo prático e de estudo fundamental em muitas esferas, incluindo, por exemplo, as áreas de Design, Mídias Digitais e Comunicação Social. A área da AI se concentra em organizar o conteúdo de forma eficaz e sustentável (isto é, reutilizável e com o mesmo nível de qualidade para diversos usuários em distintos contextos, espaços e temporalidades). Seu objetivo, então, é ajudar os usuários a encontrar informações e concluir tarefas (ou seja, realizar uma compra, concluir uma atividade escolar em um site pedagógico ou encontrar as informações de contato em um site institucional). Como mostra a imagem a seguir, a AI se sustenta na tríade: usuário, conteúdo e contexto como pontos basilares de interconexão. Imagem: Rodrigo Cavalcante A tríade da AI: usuário, conteúdo e contexto. Logo, a importância da AI também se condiciona ao princípio de como a interface digital precisa criar uma boa experiência para o usuário ao ajudá-lo a entender onde está, o que procura e como encontrar, o que está por perto e o que esperar de determinada página, site ou app. Para fazer isso, você precisa entender como as “peças” se encaixam a fim de criar uma imagem maior, como os itens se relacionam entre si e dentro do sistema – essa é a AI na prática. GRANDES NOMES: WURMAN, BERNERS- LEE, OTLET, BUSH E NELSON RICHARD SAUL WURMAN A concepção histórica de junção dos termos “arquitetura” e “informação” remonta ao fim da década de 1950, no contexto de criação de uma emergente indústria computacional (notadamente, a partir do prestígio da IBM), como lembra Macedo (2005). A autora ainda recorda que, alguns anos mais tarde, em 1962, o engenheiro de software Frederick P. Brook escreveu em seu livro Planning a Computer System: Project Stretch sobre como a “arquitetura do computador” era a relevante arte de determinar e satisfazer as necessidades dos usuários dentro das condições econômicas e tecnológicas de construção da máquina. Foto: Rebecca Rex/Wikimedia Commons/CC BY 3.0. Richard Saul Wurman, arquiteto e designer norte-americano. Todavia, é com Richard Saul Wurman que a AI é realmente explicitada e clarificada. Ele se utilizou de seus conhecimentos sobre o campo da Arquitetura e do Design Gráfico para estabelecer, em 1976, o evento que deu origem ao termo The Architecture of Information (durante o American Institute of Architects Annual Meeting). Na esteira de suas reflexões e cursos, Wurman também é considerado um pioneiro do campo da AI justamente pelo livro Information Anxiety (escrito no fim dos anos 1980 e republicado em 2000) e no qual se discute a existência de uma explosão de dados em desorganização. Para Saul Wurman, na lacuna distintiva entre dados e informação, a questão da compreensibilidade é o eixo central que pode organizar (arquitetar) os processos informacionais. Ao criar uma conexão organizativa entre os conteúdos e seus sentidos para os usuários, o arquiteto da informação conseguiria transformar a informação em compreensão. Wurman defende, desde suas origens como profissional da arquitetura, que o design de informação em ambientes urbanos lhe foi útil para enfatizar a necessidade dos processos de organização da informação em ambientes computadorizados. Seu conhecimento arquitetônico foi essencial, como etapa preliminar, para que o campo da AI demonstrasse a necessidade e a premência de tornar a informação visivelmente compreensível para os usuários dos atuais sistemas computacionais (MACEDO, 2005; ALBUQUERQUE, 2010). TIM BERNERS-LEE Foto: Paul Clarke/Wikimedia Commons/CC BY 4.0. Tim Berners-Lee, físico, cientista e professor britânico. Outro nome importante no campo é Tim Berners-Lee, físico e cientista da computação, que iniciou os trabalhos no campo da AI na década de 1980, a partir de sua atuação profissional no Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire (CERN), atual Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear. Conheça alguns de seus projetos mais importantes: Propôs um projeto baseado em hipertexto para facilitar o compartilhamento e a atualização de informações entre pesquisadores. Construiu um programa chamado INQUIRE, que nunca foi lançado, mas que já previa o início do que viria a ser a rede de computadores conectada mundialmente. No final dos anos 1980, desenvolveu sua primeira proposta de criação da World Wide Web (WWW). Anos mais tarde, iniciou a discussão sobre o termo Web Architecture. Segundo Berners-Lee, Connolly e Swick (1999), a Web Architecture (ou Arquitetura da Web) é a estrutura conceitual da World Wide Web (rede mundial de internet). A WWW ou internet é um meio em constante mudança que permite a comunicação entre diferentes usuários e a interação técnica (interoperabilidade) entre diferentes sistemas e subsistemas. RESUMINDO No contexto da AI, a Web Architecture nada mais é que mais um sinônimo possível para compreender como a informação é organizada, sistematizada e classificada dentro dos ambientes computadorizados. A grande contribuição de Berners-Lee é justamente o desenvolvimento da Web Semântica como desdobramento da Web Architecture: A WORLD WIDE WEB, OU SIMPLESMENTE WEB, TEM UMA SÉRIE DE DEFICIÊNCIAS. NO INTUITO DE TENTAR ELIMINAR TAIS DEFICIÊNCIAS, NOVOS MODELOS TÊM SIDO PROPOSTOS. NESSE CONTEXTO SURGE A WEB SEMÂNTICA. SEGUNDO TIM BERNERS- LEE, UM DOS SEUS IDEALIZADORES, A WEB SEMÂNTICA É UMA EVOLUÇÃO DA WEB ATUAL. ELA VISA FORNECER ESTRUTURAS E DAR SIGNIFICADOS SEMÂNTICOS AO CONTEÚDO DAS PÁGINAS WEB, CRIANDO UM AMBIENTE ONDE SOFTWARES E USUÁRIOS POSSAM TRABALHAR DE FORMA COOPERATIVA. (LIMA; CARVALHO, 2004, p. 1) Na AI, a Web Semântica facilita não apenas as buscas, mas, principalmente, tem por função hierarquizar as informações dispostas na rede em conexão com os interesses do usuário. EXEMPLO Ao digitar São Paulo, o sistema deve estar apto para saber identificar, por ordem de sentido e prioridade, se o usuário busca a cidade de São Paulo, o time de futebol do São Paulo ou o santo São Paulo. PAUL OTLET Foto: Paul Otlet/Wikimedia Commons/Foto pública. Paul Otlet, escritor, advogado e inventor belga. Otlet é tido como um dos maiores pensadores na área da Ciência da Informação justamente porque é a partir dele que as ideias de documentar e hierarquizar a informação ganham importância não apenas em setores da Biblioteconomia, mas, para além disso, alcançam a contemporaneidade da organização informacional em redes de computadores. Otlet levantou pela primeira vez a tentativa de melhorar a experiência de usuários (no campo físico e que, por extensão, se desenrolaram nos ambientes virtuais) ao buscar informações em bancos de dados complexos e padronizados. Advindo do campo biblioteconômico, Otlet é visto como um dos pensadores dos primórdios da AI, por colocar como uma das bases do desenvolvimento informacional a Classificação Decimal Universal (CDU). Nazaré (2000) explicaque além de fichas padronizadas, folhas de papel e técnicas de microfilmagem para a reprodução de documentos, a CDU previa um sistema informacional cuja função era prover acesso a determinadas bases de dados a partir de concepções pioneiras na busca de informações organizadas por expressões como “mais abrangentes” ou “mais específicas”. Vale lembrar que na época não eram permitidas comunicações online entre o arquivo central e os usuários geograficamente dispersos. AS FORMULAÇÕES DE OTLET (...) CONSTITUEM TÉCNICAS E TECNOLOGIAS ELABORADAS POR MEIO DA OBSERVAÇÃO EMPÍRICA E INTERLOCUÇÃO COM PENSADORES E CIENTISTAS UNIDOS EM TORNO DA ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO. SÃO PONTOS DE PARTIDA PARA IDEALIZAÇÕES COMO A CONSTRUÇÃO DE UM LIVRO UNIVERSAL, APENAS SUPERADAS PELO DESENVOLVIMENTO DA MICROINFORMÁTICA, NA DÉCADA DE 1980, E, POSTERIORMENTE, PELA INTERNET. (SANTOS, 2007, p. 55) Paul Otlet também enfatizava o papel fundamental de instituições que garantissem a cooperação e o intercâmbio entre sistemas de informação. Ele prenunciou as formas de tratamento e circulação de informação que seriam adotadas a partir da segunda metade do século XX. VANNEVAR BUSH Foto: Office for Emergency Management/Wikimedia Commons/Foto pública. Vannevar Bush, engenheiro e inventor norte-americano. O engenheiro e inventor Vannevar Bush é considerado relevante ao campo da AI, essencialmente, por sua discussão do Projeto Memex (uma junção dos termos “memória” e “index”), ainda por volta de 1945. Como explica Cruz (2011), o Memex era um dispositivo eletromecânico hipotético disposto sobre uma mesa na qual Bush (em seu artigo As We May Think) vislumbrava meios e formas de acesso otimizados para os indivíduos que buscavam informações em livros, registros e comunicações. Tal otimização previa ser feita de modo comprimido e, assim, as informações e suas fontes poderiam ser consultadas com velocidade e flexibilidade variáveis. Tal qual Otlet, a implementação hipotética descrita por Bush no Projeto Memex também foi baseada em uma lista de documentos físicos, com técnicas de microfilmagem estáticas, e carecia, ao fim, de um verdadeiro sistema de hipertexto no qual as partes das páginas teriam uma estrutura interna de conexão além do formato textual comum (o que hoje podemos ver funcionando com êxito nas redes digitais formatadas pela AI), explicam Houston e Harmon (2007). Imagem: HOTT, RODRIGUES e OLIVEIRA, 2018, p.46 Representação visual do mecanismo hipotético do Projeto Memex, a partir de publicação na revista Time, em 10 de setembro de 1945, p. 112. Pela premissa associativa, o Memex era centrado na pesquisa individual e, dessa forma, podemos perceber que desde sua origem a experiência do usuário era uma preocupação constante na organização das informações e na facilitação do acesso. Entretanto, foi apenas como o boom comercial da internet e das tecnologias em rede na década de 1990 que teóricos e profissionais do campo da AI voltaram a citar o trabalho de Bush e, especificamente, o Projeto Memex (HOUSTON; HARMON, 2007). De modo claro e direto, é possível perceber que o trabalho pioneiro de Bush foi essencial para a compreensão que temos hoje sobre como as informações são dispostas pela AI contemporânea. SAIBA MAIS O Projeto Memex ainda influenciou Douglas Engelbart na criação da ARPANET (uma rede de computadores precursora da internet). Engelbart, por meio da inspiração em Bush, foi “um dos pioneiros da computação pessoal e da computação orientada a objetos – o sistema que hoje usamos, no qual em vez de o usuário emitir comandos escritos em linguagem de programação ele ativa comandos clicando com um mouse em ícones na tela” (CRUZ, 2011, p. 12). TED NELSON Foto: Dgies/Wikimedia Commons/CC BY 3.0. Ted Nelson, filósofo e sociólogo norte-americano. Finalmente, não se pode esquecer de Theodor Holm Nelson outro grande nome e presença constante no resgate histórico dos primórdios da AI. Conhecido como Ted Nelson, o filósofo e sociólogo é conhecido por uma das ideias pioneiras da Tecnologia da Informação (TI) e grande responsável pela popularização dos termos hipertexto e hipermídia. Suas ideias, em especial a partir do Projeto Xanadu, da década de 1960, ainda hoje são reatualizadas no universo digital. Foto: Gregory Lloyd/Wikimedia Commons/CC BY 2.0. Sistema de edição de hipertexto (HES), Universidade Brown, 1969. TED NELSON IDEALIZOU O XANADU, UM PROJETO DE ALCANCE INSUSPEITADO SOBRE AS FORMAS DE TER ACESSO LIVRE E ILIMITADO ÀS INFORMAÇÕES GERADAS NO MUNDO. ATUALMENTE ESSES IDEAIS ESTÃO GANHANDO FORÇA, À SOMBRA DE UM AMBIENTE TECNOLÓGICO QUE PROMETE SUA REALIZAÇÃO E DE IDEALISTAS QUE SONHAM COM UM MUNDO MELHOR, MAIS LIVRE, IGUALITÁRIO E FRATERNO, ONDE (...) O DIREITO À INFORMAÇÃO SE TORNE REALIDADE, EM SEU SENTIDO MAIS PLENO. (FIGUEROA ALCÁNTARA; LARA PACHECO, 2000, p. 92) Como explicam Figueroa Alcántara e Lara Pacheco (2000), o Xanadu foi pensado para ser um processador de textos com a capacidade de não apenas comprimir versões múltiplas de uma ou mais obras, como também mostrar as diferenças entre essas versões. Ainda que o projeto nunca tenha se concretizado da forma como foi idealizado, mesmo assim a ideia de uma escrita não sequencial organizada foi forte o suficiente para interessar a área de AI. Lazzarin e Oliveira (2015, p. 116), fazendo uso das reflexões de W. Boyd Rayward, asseguram que “uma das ideias mais imaginativas sobre o conceito de hipertexto é incorporado por Ted Nelson ao afirmar que o hipertexto é uma nova forma de software com implicações potencialmente revolucionárias, com o uso da computação para fins pessoais, processamento de texto, gerenciamento de arquivos”. Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante Representação de um sistema hipertextual. Em um tempo dominado pela lógica binária de hiperconexão, os pensamentos de Nelson são não apenas relembrados como celebrados. ORIGENS DA AI Reveja neste vídeo a importância de alguns pensadores dos primórdios da AI. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A TRÍADE DA AI É FUNDAMENTADA NO USUÁRIO, CONTEXTO E CONTEÚDO JUSTAMENTE PELA INDISSOCIABILIDADE DE SE PENSAR COMO A FIGURA DO USUÁRIO RETROALIMENTA AS PRÁTICAS DE AI POR VER QUE O CONTEXTO DE USO ALTERA, INCLUSIVE, O INTERESSE E A PROCURA PELO CONTEÚDO DESEJADO. REFLETINDO POR ESSE VIÉS, É POSSÍVEL AFIRMAR QUE A AI TEM: A) Definições com muitas discordâncias, posto que o campo prático dos profissionais tende a nem sempre ser baseado por preceitos científicos e epistemológicos; B) Uma só definição consensual, posto que a AI está diretamente ligada ao universo acadêmico e às instituições de pesquisa de ponta; C) Definições muito restritas e consensuais porque a AI é naturalmente um campo sem discordância alguma na procura por conceitos; D) Definições precisas e inalteráveis porque quem é responsável pela conceituação de base é o Instituto de Arquitetura da Informação estadunidense (o IAI); E) Definições contraditórias, considerando que o âmbito científico apresenta diferentes abordagens sobre o tema. 2. RECONHECENDO EM RICHARD SAUL WURMAN O NOME DE MAIOR REFERÊNCIA DIRETA AO CAMPO DA AI, VEREMOS QUE UMA DE SUAS OBRAS MAIS IMPORTANTES É INFORMATION ANXIETY. NESSA DISCUSSÃO SOBRE DADOS, INFORMAÇÃO E ANSIEDADE, WURMAN EXPLICA QUE UMA DAS MAIORES NECESSIDADES DE AI É CONSEGUIR DAR CONTA: A) Do número grandioso de informações que nos bombardeiam e não, de modo direto, criar formas organizativas que podem arquitetar a compreensibilidade dos processos informacionais; B) Não do número grandioso de informações que nos bombardeiam, mas, sim, criar formas ainda mais complexas que multipliquem os caminhos dos processos informacionais; C) Não do número grandioso de informações que nos bombardeiam, mas, sim, criar formas organizativas que podem arquitetar a compreensibilidade dos processos informacionais; D) Do número grandioso de informações que nos bombardeiam, sem criar formas simplistas quepossam trazer uma reflexão incompleta, e não a compreensibilidade dos processos informacionais; E) Do número grandioso de informações que nos bombardeiam, além de criar formas ainda mais complexas, garantindo a amplitude da chegada da informação. GABARITO 1. A tríade da AI é fundamentada no usuário, contexto e conteúdo justamente pela indissociabilidade de se pensar como a figura do usuário retroalimenta as práticas de AI por ver que o contexto de uso altera, inclusive, o interesse e a procura pelo conteúdo desejado. Refletindo por esse viés, é possível afirmar que a AI tem: A alternativa "A " está correta. Como destaca Albuquerque (2010), a área de AI tem sido um campo fértil para discordâncias em torno de definições que, em sua maioria, são baseadas na práxis de profissionais e, comumente, desprovidas de fundamentos epistemológicos, metodológicos e científicos. 2. Reconhecendo em Richard Saul Wurman o nome de maior referência direta ao campo da AI, veremos que uma de suas obras mais importantes é Information Anxiety. Nessa discussão sobre dados, informação e ansiedade, Wurman explica que uma das maiores necessidades de AI é conseguir dar conta: A alternativa "C " está correta. A partir da obra Information Anxiety (escrito no fim dos anos 1980 e republicado em 2000), Wurman discute a existência de uma explosão de dados em desorganização e que a nossa ansiedade não necessariamente se dá pelo fluxo informacional, mas, sim, pela urgência de pensarmos em sistemas organizativos que possam dar corpo, ordem e percursos compreensíveis aos dados. Wurman explicava que, entre a lacuna distintiva entre dados e informação, a questão da compreensibilidade é o eixo central que pode organizar (arquitetar) os processos informacionais. MÓDULO 3 Identificar os componentes centrais da AI SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO, DE NAVEGAÇÃO, DE ROTULAÇÃO E DE BUSCA INTRODUÇÃO Caminhando pela tríade usuário-conteúdo-contexto, que baliza a Arquitetura da Informação (AI), podemos relembrar questões atreladas aos respectivos eixos, como: USUÁRIO CONTEÚDO CONTEXTO USUÁRIO Necessidades, hábitos, comportamentos de busca de informações, expectativas e experiências. CONTEÚDO Tipos de documentos e dados, volume e estruturas existentes. CONTEXTO A cultura, a tecnologia, a política e as restrições. É na correlação entre os elementos da tríade que Rosenfeld e Morville (2006) definem os quatro princípios observados por meio de sistemas estruturantes: ORGANIZAÇÃO NAVEGAÇÃO ROTULAGEM BUSCA A obra de Rosenfeld e Morville intitulada Information Architecture for the World Wide Web (também conhecida como o “livro do urso polar” pela imagem na capa) é um marco para o campo da AI. Lançada em 1998, nas palavras de Sales et al. (2016), a obra destaca os quatro componentes centrais ou sistemas da AI porque conseguem condensar os elementos mais básicos de estruturação e funcionalidade nos ambientes informacionais. ORGANIZAÇÃO E NAVEGAÇÃO Como explicam Santana, Oliveira e Fernandes (2012), ao falarmos do sistema de organização, não estamos discutindo uma tarefa simples, ao contrário; estamos em um terreno permeado de “desafios a ambiguidade; heterogeneidade; diferenças de perspectiva e as políticas internas, devendo beneficiar a navegabilidade, a busca e a usabilidade desse conteúdo” (SALES et al., 2016, p. 3). Em termos práticos, o sistema de organização é a área da AI cuja responsabilidade maior diz respeito à categorização e ao agrupamento dos conteúdos informacionais. Como relembram Sales et al. (2016), é esse o espaço no qual o profissional responsável (designer, arquiteto de informação, comunicador) necessariamente precisa não apenas saber pesquisar, mas, principalmente, conhecer e entender quais são as preferências, os hábitos e as tendências demandadas pelo público-alvo da plataforma, do site, do aplicativo. É a partir desse conhecimento prático que o sistema de organização poderá criar experiências coerentes e satisfatórias ao usuário que visita, que compra ou que simplesmente transita por aquele espaço informacional. Como demonstram as imagens a seguir, é possível compreender que o sistema de organização também requer hierarquização na disposição de informações (seja pela importância delas, seja porque visualmente precisam estar dispostas acima ou abaixo de um ponto de referência etc.). Foto: Portal STF/Supremo Tribunal Federal. Foto: Portal STF/Supremo Tribunal Federal. Exemplos visuais do sistema de organização do site do Supremo Tribunal Federal. Em relação ao sistema de navegação, conforme explicam Rosenfeld e Morville (2006), as questões mais importantes se centram em como produzir experiências de fácil trânsito, boa acessibilidade e jornadas intuitivas no usuário que tem o seu primeiro contato com uma página da web ou, em tempos contemporâneos, mesmo um contato reiterado com uma tela de aplicativo. Logo, é possível dizer que: RESUMINDO “O sistema de navegação serve para permitir que o usuário percorra diversos caminhos sem se perder dentro do sistema”. (SALES et al., 2016, p. 3) Com um grau de especificação que se desdobra em dois grupos, Rosenfeld e Morville (2006) explicam que o sistema de navegação pode ser dividido em sistema de navegação embutido (ou seja, elementos que incluem logotipo, navegação global, local, contextual, breadcrumb e cross content) e sistema de navegação remoto (isto é, elementos como mapas do site, índices, guias etc.). BREADCRUMBS javascript:void(0) javascript:void(0) Em tradução livre, breadcrumbs significa “migalhas de pão”. Em âmbito digital, é o sistema de navegação por categorias existente dentro de um site como algo que facilita a navegação do usuário e indica o caminho que ele percorre dentro de sua estrutura. De forma ilustrativa, podemos fazer alusão às migalhas de pão da história infantil de João e Maria. Exemplo: Foto: Portal STF/Supremo Tribunal Federal. Imagem: Rodrigo Cavalcante CROSS CONTENT Trata-se de uma lista de links relacionados ao conteúdo informacional de uma página carregada, ou seja, a expressão cross content (cruzamento de conteúdo) diz respeito a uma técnica de disposição de conteúdos na AI que mostra ao usuário que há links relacionados a determinado conteúdo da página visitada. Além disso, é no sistema de navegação que os cuidados com a escassez ou o excesso de hyperlinks devem ser redobrados. Imagem: Shutterstock.com A ausência de hyperlinks pode dificultar a navegabilidade do usuário que busca uma informação específica (seja porque o link “quebrou”, porque o link está desatualizado, ou sequer tenha sido disponibilizado). javascript:void(0) Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante O excesso de hyperlinks pode atrapalhar a experiência por completo ao fazer o usuário sair de uma página e ir para outra em um ritmo acelerado e desorientado. LINK “QUEBROU” O link quebrado é um link que, ao ser clicado pelo usuário no servidor, dá a seguinte resposta: “a página não existe ou não foi encontrada”. O link, documento ou imagem que o usuário busca pode não existir ou estar “perdida” devido ao mau funcionamento ou à configuração do servidor ou do site. Seguindo com o exemplo do site do Supremo Tribunal Federal, as imagens a seguir explicita visualmente o sistema de navegação. Foto: Portal STF/Supremo Tribunal Federal. Exemplo visual do sistema de navegação do site do Supremo Tribunal Federal. ROTULAÇÃO E BUSCA O terceiro componente envolve o sistema de rotulação na AI. É a partir dele que a representação e apresentação dos conteúdos é feita em relação visual com determinados signos. Para cada item informativo que promover o encontro do usuário com a informação desejada, são empregados rótulos textuais e iconográficos. É A PARTIR DELES QUE A LINGUAGEM DE UM WEBSITE VAI SE TORNAR OU NÃO CLARA, INTELIGÍVEL E SEM AMBIGUIDADES. ESTE SISTEMA PROPORCIONA UMA RELAÇÃO ESTREITA COM O QUARTO SISTEMA, QUE SE TRATA DOSISTEMA DE BUSCA, POIS PRECISA PREVER AS BUSCAS ASSIM COMO O CONJUNTO DE RESPOSTAS QUE SERÁ ALCANÇADO PELO USUÁRIO. (SALES et al., 2016, p. 3) Partindo dos pressupostos de Rosenfeld e Morville (2006), a simplificação deve ser uma palavra-chave no processo de rotulação. Assim, devemos ter atenção com menus, setas indicativas, botões, barras de rolagem e todos os outros comandos da página (em desktop ou versão mobile); tudo precisa ser intuitivo e responsivo (principalmente em aparelhos como celulares, tablets etc.). É mais do que necessário ter uma visão conjuntural entre o que se quer destacar textual ou iconograficamente com o que se quer representar na interface colocada à disposição do usuário. Ou seja, não é cabível, no sistema de navegação, que termos e símbolos que não façam parte da rotina das pessoas sejam usados, posto que, ao lançar mão de um ícone enigmático ou ambíguo, o usuário perde seu tempo durante a navegação e a experiência é arruinada. Foto: Portal STF/Supremo Tribunal Federal. Exemplo visual do sistema de rotulação do site do Supremo Tribunal Federal. Por último, mas nem de longe o menos relevante, o sistema de busca, segundo Rosenfeld e Morville (2006, p. 146), “determina as perguntas que o usuário pode fazer e o conjunto de respostas que ele irá obter do sistema”. Aqui, vale frisar o que Sales et al. (2016, p. 4) destacam de forma literal: CONSIDERAMOS, DENTRE OS SISTEMAS JÁ CITADOS, O MAIS IMPORTANTE, POIS É, PROVAVELMENTE, A PARTIR DA BUSCA QUE O USUÁRIO CONSEGUE SATISFAZER A SUA NECESSIDADE INFORMACIONAL PARA REALIZAÇÃO DE SUAS TAREFAS. (SALES et al., 2016, p. 4) Rosenfeld e Morville (2006) explicam que o sistema de busca não pode ser pensado apenas como a etapa na qual normalmente o usuário deseja localizar informações com base em uma necessidade genérica ou específica. A importância do sistema de busca está diretamente ligada à responsabilidade de que uma boa AI deve fornecer os resultados que correspondam aos definidos pelo usuário em uma equação de pesquisa que procura superar dois problemas: RUÍDO SILÊNCIO RUÍDO Sistema de busca que traz conteúdo irrelevante, não medido pelo índice de precisão. SILÊNCIO Sistema que não consegue recuperar documentos relevantes, logo, não medido pelo índice de completude. A imagem a seguir demonstra como alguns sites optam por ter buscas avançadas justamente para evitar que o sistema opere pelo ruído ou silêncio. Foto: Portal STF/Supremo Tribunal Federal. Exemplo visual do sistema de busca do site do Supremo Tribunal Federal. Dessa forma, como sintetizam Rosenfeld e Morville (2006), ao pensar em colocar em prática os quatro componentes, princípios ou sistemas centrais da AI, produziremos não apenas o elementar da AI no cotidiano de nossos usuários, como, antes de tudo, oportunizaremos que as experiências de consumo, conexão, informação e trânsito pelas páginas sejas as mais otimizadas e agradáveis possíveis. SISTEMAS DE BUSCAS E SEARCH-ENGINE OPTIMIZATION (SEO) Os sistemas de busca podem ser divididos em: Reativos Reagem ao comportamento informativo do usuário. Proativos Oferecem as informações proativamente ao usuário, sem ter que reivindicá-las continuamente. Podemos situar o sistema de busca baseado em SEO (Search-Engine Optimization/Otimização para Motores de Busca) dentro da lógica reativa. Segundo Elias (2013), é possível compreender que o SEO é uma tentativa que os profissionais de AI colocam em prática para melhorar os resultados que serão dispostos na procura dos usuários. ENTENDER COMO FUNCIONAM OS MECANISMOS DE BUSCA É PRIMORDIAL NO APRENDIZADO DE SEO. (...) SE VOCÊ ESTÁ BUSCANDO UM DETERMINADO ASSUNTO, ESPERA-SE QUE O MECANISMO DE BUSCA RETORNE INFORMAÇÕES QUE SEJAM RELEVANTES A SUA PESQUISA. (...) ATRAVÉS DE CÁLCULOS PRÓPRIOS, QUE OS MECANISMOS DE BUSCA NÃO REVELAM DE FORMA ALGUMA, ELES CONSEGUEM NOS TRAZER RESULTADOS CADA VEZ MAIS RELEVANTES E DE QUALIDADE RELACIONADOS À SUA BUSCA. (ELIAS, 2013, p. 3) Foto: Shutterstock.com Mecanismos de busca como Google e Bing usam bots para rastrear páginas na web, indo de um site para outro, coletando informações sobre essas páginas e colocando-as em um índice. Em seguida, os algoritmos analisam as páginas do índice, levando em consideração centenas de fatores ou sinais de classificação, para determinar a ordem em que as páginas devem aparecer nos resultados da pesquisa para certa consulta. Os algoritmos de pesquisa, por sua vez, são projetados para exibir páginas relevantes e autorizadas a fornecer aos usuários uma experiência de pesquisa eficiente. BOTS Bot é versão resumida da palavra de língua inglesa robot. Trata-se de uma ferramenta automatizada que executa uma série de funções pré-programadas. Normalmente, está javascript:void(0) associada à inteligência artificial e busca interagir com os usuários simulando a forma de pensar humana (como é o caso dos chatbots de algumas marcas e empresas nas redes sociais). Assim, metatags (campos que se referem a metadados), palavras-chave, além de estudos métricos de acessos e demais técnicas que visem a melhorar o posicionamento de páginas Web nos sistemas de busca compõem toda a estrutura de recursos que formam o SEO. (NEVES et al., 2020, p. 410) SAIBA MAIS No contexto das metatags (que servem para dar informação sobre um site para sistemas de buscas ou outras aplicações), os metadados são entendidos como estruturas de informações que descrevem características de uma fonte de informação. Ao tirar uma foto, por exemplo, além de gravar a foto na memória da foto, metadados são associados a essa imagem descrevendo informações sobre o modelo da câmera, tipo de ISO, data, tamanho e formato do arquivo e até o local de onde a foto foi tirada se o aparelho tiver GPS. Otimizar um site, por exemplo, com esses fatores em mente, pode fazer com que determinadas páginas passem a ter uma classificação mais elevada nos resultados de pesquisa. Fazendo uso das discussões empreendidas por John Jerkovic (2010 apud Neves et al., 2020, p. 410), o processo de “SEO é descrito como um conjunto de todo o trabalho necessário para produzir um alto volume de referências bem-sucedidas oriundas de mecanismos de busca e diretórios Web com objetivo de popularizar um Website por meio da análise interna e externa de suas páginas, conteúdos e da quantidade de hiperlinks externos que apontem para essas páginas”. De forma simplificada, é possível dizer que os sistemas de buscas SEO se baseiam em sete etapas que, a depender do projeto ao qual se aplicam, podem se desdobrar em inúmeras outras subfases: Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante Etapas de construção do sistema de busca baseado em SEO. ATENÇÃO De todas elas, a etapa mais complexa e que merece mais atenção diz respeito ao processo de link building. Por linking building estamos falando do processo de aquisição de hiperlinks de outros sites para o seu próprio. Um hiperlink é uma forma de os usuários navegarem por entre as páginas da internet e, por isso, os mecanismos de pesquisa usam links para rastrear a web: eles rastrearão os links entre as páginas individuais do seu site e rastrearão os links entre sites inteiros. Existem muitas técnicas para a construção de links e, embora sua dificuldade possa variar, os profissionais que atuam na lógica de SEO tendem a concordar que a construção de links é uma das partes mais difíceis de seu trabalho. Imagem: Shutterstock.com De acordo com Jerkovic (2010 apud Neves et al., 2020, p. 411), quando alcançamos a excelência dentro do campo de linking building, conseguimos demonstrar que muitas são as vantagens da utilização dessas técnicas de SEO: Imagem: Shutterstock.com Menor custo (especialmente, porque bastam apenas recursos humanos e tempo) Imagem: Shutterstock.com Benefícios em longo prazo duradouros Imagem: Shutterstock.com Crescimento natural do número de acessos no site Imagem: Shutterstock.comPromoção da confiança (os resultados de busca orgânica passam maior confiança ao usuário quando comparados a hiperlinks pagos) Alguns potenciais meios para se ter sucesso no processo de linking building são: criar links internos dentro do seu próprio conteúdo usar URLs absolutas em seus links internos criar um feed RSS publicar conteúdos em sites de terceiros usar ferramentas para monitorar o processo de “linkagem” dos concorrentes inserir botões sociais de compartilhamento, entre outros pontos Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal SAIBA MAIS A URL especifica o local de um destino armazenado em um computador local ou em rede, como um arquivo, um diretório, uma página HTML, uma imagem, um programa etc. No contexto da AI, um exemplo de URL absoluta é aquela que é apresentada sob este formato: "scheme://server/path/resource". Em outros termos, diferentemente da URL relativa, a URL absoluta contém todas as informações necessárias à localização de um recurso. Feed RSS, ou Really Simple Syndication, é um recurso de distribuição de conteúdo em tempo real baseado na linguagem XML, ou seja, uma forma simplificada de apresentar o conteúdo de um site. Pela característica de alimentar notícias, os documentos RSS também são chamados de feeds, já que essa tecnologia permite que os usuários de um blog ou canal de notícias acompanhem suas atualizações por meio de um software, website ou browser agregador. HIPERTEXTO, LINKS, JANELAS E INTERFACE O hipertexto, seguindo a discussão já empreendida sobre a herança dos estudos iniciados por Ted Nelson e o Projeto Xanadu, é extremamente importante para o campo digital porque ele consegue criar fluxos de navegabilidade muito peculiares. Como destacam os autores: (...) A LEITURA DOS CONTEÚDOS NOS MEIOS DIGITAIS FOI TRANSFORMADA PELA LÓGICA DISPERSIVA E DESCENTRALIZADA DO HIPERTEXTO. OS NÓS E AS CONEXÕES DESENVOLVIDAS PELO HIPERTEXTO AGREGAM À ESCRITA DIGITAL PROCESSOS DE NAVEGAÇÃO ASSOCIATIVOS (...). (DALMASO; MIELNICZUK, 2012, p. 239) É necessário ainda destacar que o hipertexto, conforme explica Lúcia Leão (1999), para além de se constituir um tipo de escrita associativa e não sequencial, também possibilita conexões potenciais e oportunidades de leitura em diferentes direções. Com igual importância, pensando na correlação entre o hipertexto e o processo de “linkagem” na AI, é relevante explicitar a ausência de um limite demarcado ou de uma forma de relação interativa “sem definição clara de fronteiras” (DALMASO; MIELNICZUK, 2012, p. 240). RESUMINDO Hipertextos são conglomerados de informação e acesso não sequencial, navegáveis através de palavras-chave. E ainda um sistema de elementos sensíveis, que podem ser clicados em regimes hipermidiáticos, isto é, em forma de texto, imagem ou cor, por intermédio dos quais nos dirigimos para outros espaços de informação. Ainda no contexto da AI, existem duas maneiras fundamentais de os mecanismos de pesquisa usarem links: Descobrir novas páginas da web Ajudar a determinar o quão bem uma página deve ser classificada em seus resultados Depois que os mecanismos de pesquisa rastreiam as páginas da web, eles podem extrair o conteúdo dessas páginas e adicioná-lo a seus índices, conforme lembra Elias (2013). Dessa forma, eles podem decidir se acham que uma página tem qualidade suficiente para ser bem classificada por palavras-chave relevantes. DICA Quando estão decidindo isso, os motores de busca não olham apenas para o conteúdo da página; também verificam o número de links que apontam para essa página de sites externos e a qualidade desses sites externos. De modo geral, quanto mais sites de alta qualidade com links para você, maior a probabilidade de você obter uma boa classificação nos resultados de pesquisa (DALMASO; MIELNICZUK, 2012). Um exemplo possível de interpretação do link dentro da AI é a chamada “anatomia do link”, isto é, a compreensão de cada uma das partes que o compõem. A seguir, temos as “partes anatômicas” do link descritas em termos mais gerais. O INÍCIO DA TAG DO LINK Chamada de tag âncora (daí o "a" de âncora [anchor] no início), abre a tag do link e informa aos mecanismos de pesquisa que um link para outra coisa está prestes a ser seguido. O LOCAL DE REFERÊNCIA DO LINK O "href" significa "referência do hiperlink" (hyperlink referral) e o texto entre aspas indica a URL para a qual o link está apontando. Nem sempre precisa ser uma página da web; pode ser o endereço de uma imagem ou arquivo para download. Ocasionalmente, você verá algo diferente de uma URL, começando com um sinal #. Esses são links locais, que levam você a uma seção diferente da página em que já está. O TEXTO VISÍVEL/A ÂNCORA DO LINK É o pequeno texto que os usuários veem na página e no qual precisam clicar se quiserem abrir o link. O texto é geralmente formatado de alguma forma para se destacar do texto que o cerca, geralmente com a cor azul e/ou sublinhado, sinalizando aos usuários que é um link clicável. O FECHAMENTO DA TAG DO LINK Sinaliza o fim da tag do link para os mecanismos de pesquisa. Foto: Sundry Photography/Shutterstock.com Além disso, os links como fator de classificação são os elementos que permitiram ao Google começar a dominar o mercado de mecanismos de busca no final dos anos 1990 (ELIAS, 2013). Um dos fundadores do Google, Larry Page, inventou um sistema chamado PageRank para ser usado na medição da qualidade de uma página com base (em parte) no número de links apontando para ela. Essa métrica foi então usada como parte do algoritmo de classificação geral e se tornou um forte sinal porque era uma maneira muito boa de determinar a qualidade de uma página. Foi tão eficaz porque se baseou na ideia de que um link poderia ser visto como um voto de confiança sobre uma página, ou seja, não “receberia” links se não merecesse. Ainda é válido ressaltar que a conexão entre o hipertexto, as janelas e os links é muito produtiva e dá infinitas formas de produção de sentido no ambiente digital: A PRESENÇA DOS LINKS E A POSSIBILIDADE DE ACESSO A VÁRIAS JANELAS DE NAVEGAÇÃO, AO MESMO TEMPO, PROVOCAM UM EFEITO DE MÚLTIPLOS INÍCIOS E FINS NO TEXTO. (...) A ESCRITA DIGITAL, PORTANTO, COMPORTA EM SUA ESTRUTURA A NÃO FINALIZAÇÃO OU O NÃO FECHAMENTO DE UM CONTEÚDO. (DALMASO; MIELNICZUK, 2012, p. 239) No que diz respeito às janelas e à interface no ambiente digital, é preciso pensar tanto pelo lado dos usuários, que terão janelas potencialmente à sua disposição, quanto pelo lado do profissional de AI, que precisa entender quais, quantas e quando abrir determinadas janelas. Novamente, a baliza da virtude é colocada em cena para se evitar que em determinada página haja: Escassez de janelas: O que impede, em grande medida, as potencialidades de interação na rede. Excesso de janelas: Que produz poluição visual e destrói a possibilidade de uma experiência exitosa. Sobre a questão da interface, é relevante saber que há um campo específico entre a AI e o Design Digital que trata do tema pela topografia, isto é, a disciplina que descreve e representa detalhadamente a superfície de um terreno, mas, no contexto digital, refere-se à capacidade que uma superfície (de informação) tem de comunicar suas possibilidades de ação. EXEMPLO Quando visualizamos em um formulário um retângulo branco precedido de uma palavra, por exemplo, “nome”, supomos que devemos escrever nosso nome. Da mesma forma, os elementos interativos em uma interface gráfica devem estar em lugares evidentes para o usuário; a própria estrutura do site deve também ser evidente para o usuário e, além disso, deverá ser visualizada por ele (ROYO, 2008). Foto: Shutterstock.com Uma definição possível para a interface é entendê-la como um conjunto de entidades que se comunicam, uma ou mais das quais são seres humanos em interação com máquinas, telas, linguagens hipermidiáticas etc. Sendo entendida como um espaço para comunicação,os fenômenos que ocorrem nas interfaces são produtores de sentidos múltiplos, ou seja, mais uma forma de demonstrar que o hipertexto, os links, as janelas e a interface estão correlacionadas pela multiplicidade semiótica (OLIVEIRA; BARANAUSKAS, 1999). RESUMINDO Os profissionais da AI devem fazer isto: tornar a informação visível. Além disso, devem comunicar, por meio das interfaces gráficas, as ações que o usuário pode realizar, bem como trabalhar na topografia de informação para facilitar o uso, que por sua vez será tão variado quanto variadas forem as ações que nos ocorrem, ou que o usuário necessite no ciberespaço. PRINCÍPIOS DE UMA BOA AI Vamos relembrar e comentar os princípios de um boa AI. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. OS QUATRO COMPONENTES CENTRAIS QUE BALIZAM A AI, SEGUNDO AS REFLEXÕES TRAZIDAS POR ROSENFELD E MORVILLE (2006) E SALES ET AL. (2016), SÃO DESCRITOS COMO SISTEMAS ESTRUTURANTES, A SABER: ORGANIZAÇÃO, NAVEGAÇÃO, ROTULAGEM E BUSCA. DISCUTINDO ESPECIFICAMENTE O SISTEMA DE NAVEGAÇÃO, É IMPORTANTE FALAR QUE AS PRINCIPAIS QUESTÕES QUE ENVOLVEM ESSE TIPO DE SISTEMA DIZEM RESPEITO A PRODUZIR EXPERIÊNCIAS: A) Criativas, que aumentem a velocidade de acesso, ampliem a acessibilidade, promovam jornadas reflexivas e formas que mantenham o usuário dentro do sistema; B) De fácil trânsito, com boa acessibilidade, jornadas intuitivas e formas que não estimulem o usuário a se perder dentro do sistema; C) De fácil trânsito, com complexificação da acessibilidade, jornadas intuitivas e formas que não estimulem o usuário a se perder dentro do sistema; D) De fácil trânsito, com boa acessibilidade e formas que estimulem o usuário a se perder dentro do sistema, a fim de que ele permaneça no site; E) Complexas, mas criativas, de trânsito e acessibilidade, com jornadas dedutivas e formas que não estimulem o usuário a se perder dentro do sistema. 2. A CONEXÃO MAIS DIRETA ENTRE O HIPERTEXTO, AS JANELAS E OS LINKS, CONFORME FALAM DALMASO E MIELNICZUK (2012), ESTÁ MUITO PRESENTE NA POSSIBLIDADE DE CRIAR FORMAS DE LEITURA NÃO LINEARES NO AMBIENTE DIGITAL. DESSA FORMA, AS AUTORAS AINDA EXPLICAM QUE: A) O resultado direto dessa conexão é um efeito de não finalização, ainda que certamente tenhamos fechamento do conteúdo disposto nas redes. B) O resultado indireto dessa conexão é um efeito de finalização, logo, existe o fechamento do conteúdo disposto nas redes offline o online. C) O resultado direto dessa conexão é um efeito de não finalização, não fechamento de um conteúdo disposto nas redes e muita criação de memes. D) O resultado direto dessa conexão é justamente um efeito de não finalização ou não fechamento de um conteúdo disposto nas redes digitais. E) O resultado indireto dessa conexão é justamente um efeito de finalização, para nova inicialização de conteúdos online. GABARITO 1. Os quatro componentes centrais que balizam a AI, segundo as reflexões trazidas por Rosenfeld e Morville (2006) e Sales et al. (2016), são descritos como sistemas estruturantes, a saber: organização, navegação, rotulagem e busca. Discutindo especificamente o sistema de navegação, é importante falar que as principais questões que envolvem esse tipo de sistema dizem respeito a produzir experiências: A alternativa "B " está correta. As questões mais importantes, no contexto do sistema de navegação na AI, se centram em como produzir experiências de fácil trânsito, boa acessibilidade e jornadas intuitivas no usuário que tem o seu primeiro contato com uma página da web ou, em tempos contemporâneos, mesmo um contato reiterado com uma tela de aplicativo e, por fim, permitir que o usuário percorra diversos caminhos sem se perder dentro do sistema. 2. A conexão mais direta entre o hipertexto, as janelas e os links, conforme falam Dalmaso e Mielniczuk (2012), está muito presente na possiblidade de criar formas de leitura não lineares no ambiente digital. Dessa forma, as autoras ainda explicam que: A alternativa "D " está correta. Partindo do debate empreendido por Dalmaso e Mielniczuk (2012), é preciso destacar que a conexão entre o hipertexto, as janelas e os links é muito produtiva e dá infinitas formas de produção de sentido no ambiente digital. A presença dos links e a possibilidade de acesso a várias janelas de navegação, ao mesmo tempo, provocam um efeito de não finalização ou o não fechamento de um conteúdo. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS As discussões aqui apresentadas se centraram na importância de compreendermos como a AI é relevante para a criação de ambientes voltados à melhoria das experiências dos usuários. Mais do que isso, conseguimos perceber que o contexto e o conteúdo são também parte de uma tríade, completada pelo usuário. Também apresentamos brevemente o percurso histórico que pavimentou o desenvolvimento da AI tal qual a conhecemos e praticamos na contemporaneidade. E, como a encerrar as discussões de forma pragmática, pudemos debater as especificidades do sistema de organização, sistema de navegação, sistema de rotulação e sistema de busca. Em relação a este último dos quatro componentes centrais da AI, conseguimos entender que existem subagrupamentos possíveis de operacionalização para o sistema de busca, como é o caso do SEO assentado na lógica do linking building. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, A. R. R. Discurso sobre fundamentos de arquitetura da informação. 2010. 241 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Universidade de Brasília, Brasília, 2010. ALBUQUERQUE, A. R. R.; LIMA-MARQUES, M. Sobre os fundamentos da arquitetura da informação. 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Acesse: Site do The Information Architecture Institute (IAI). Digital experiences and information architecture. Aula magna de Chris How no canal Usabilla, Youtube. CONTEUDISTA Anderson Lopes CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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