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História e Evolução 
dos Conceitos da 
Física Moderna
Breve Evolução Histórica dos Conceitos 
da Física Clássica até o Final do Século XIX
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Marco Antonio Sanches Anastacio
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução;
• A Física no Final do Século XIX;
• Problemas no Horizonte da Física;
• Absoluto ou Relativo: O Problema 
Clássico da Relatividade do Movimento;
• Relatividade do Movimento em Física Clássica;
• Questões Para Análise e Reflexão.
Fonte: Getty Im
ages
Objetivos
• Apresentar a evolução dos conceitos da Física até o final do século XIX;
• Conceituar grandezas físicas absolutas e relativas;
• Apresentar o experimento de Michelson-Morley e sua importância dentro do estudo da 
evolução da Física Moderna.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Breve Evolução Histórica dos Conceitos 
da Física Clássica até o Final do Século XIX
UNIDADE 
Breve Evolução Histórica dos Conceitos
da Física Clássica até o Final do Século XIX
Contextualização
Você já se perguntou como seria nossa vida sem as facilidades que o mundo moderno 
nos proporciona? Há muito tempo a tecnologia tem influenciado a forma como vivemos 
e nos comportamos.
Somente para citar os últimos dez anos, são incontáveis as inovações e praticidades 
incorporadas a um pequeno aparelho de alguns milímetros de espessura, com uma tela 
de cores brilhantes, capaz de exibir fotos e vídeos na palma de sua mão.
Mas, você deve também estar se perguntando o que a Física, especialmente, a Física 
Moderna tem a ver com isso tudo?
A curiosidade humana sempre moveu o pensamento na busca de respostas a fe-
nômenos cotidianos, como o simples cair de uma maçã. De Aristóteles a Galileu, de 
Newton a Planck e Einstein, passando por incontáveis contribuições que não ousamos 
mencionar para não cometer o equívoco de esquecer alguma.
A evolução dessas ideias, resultado do esforço desses inúmeros pensadores, nos re-
mete ao final do século XIX e o início de uma era que não apenas mudaria a nossa con-
cepção de Universo, mas também a forma como vemos o mundo e interagimos com ele.
Nossa jornada, pelos caminhos que nos levarão a uma nova Física, começa aqui, com 
a história da evolução do pensamento dessa fascinante ciência.
Bons estudos!
6
7
Introdução
“Toda ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil e, no 
entanto, é a coisa mais preciosa que temos.” (ALBERT EINSTEIN, 
1879-1955)
As primeiras tentativas pela busca de uma explicação lógica para os fenômenos 
naturais tiveram início na Grécia antiga, com os primeiros cientistas – os chamados de 
“filósofos naturais”. Por meio do uso da razão e baseados na intuição, eles chegaram a 
teorias para explicar os fenômenos observáveis.
Aristóteles (384-322 a.C.) foi um dos primeiros dessa escola de “filósofos naturais” 
que tentou explicar o mundo natural por meio do empirismo. Embora não se utilizasse 
de experimentação, ele se apoiava na observação e medição para entender as leis que 
governavam os fenômenos naturais.
A ausência de instrumentos precisos e um método experimental possibilitou que essa 
visão de ciência aristotélica reinasse de forma absoluta por quase 2000 anos.
Mas, o método intuitivo foi gradativamente abandonado, na medida que as descober-
tas científicas que viriam a partir do século XVII provocaram uma profunda mudança na 
Física e nas concepções de mundo, sendo substituído pela observação, experimentação 
e formulação de hipóteses.
O método experimental nasce nas investigações de Galileu Galilei (1564-1642), que 
desenvolveu principalmente o aspecto experimental da mecânica em seus estudos sobre 
a queda dos corpos. Acreditando não ser possível levar em conta todas as variáveis em 
um único experimento, Galileu concluiu que corpos caem da mesma altura com veloci-
dades diferentes devido à resistência do ar.
Se coube à Galileu inaugurar o método científico, Isaac Newton (1643-1727) foi o res-
ponsável pelas leis teóricas fundamentais da mecânica e construiu um sistema matemático 
de Universo. A Figura 1 mostra a capa de “Diálogo sobre os dois principais sistemas de 
mundo”, de 1632, onde Galileu apresenta três personagens que debatem sobre mecânica.
Figura 1 – Diálogo sobre os dois principais sistemas de mundo
Fonte: Wikimedia Commons
7
UNIDADE 
Breve Evolução Histórica dos Conceitos
da Física Clássica até o Final do Século XIX
O primeiro ano miraculoso da Física foi certamente 1665, quando o jovem Isaac 
Newton, aos 24 anos de idade, deixou a Universidade de Cambridge para fazer as des-
cobertas que influenciariam a Física nos anos seguintes.
Por mais de duzentos anos, o legado deixado pela física newtoniana influenciou a 
maioria das explicações de fenômenos. Nesse tempo inúmeras descobertas e teorias 
foram incorporando-se ao conhecimento até então acumulado, fornecendo a base para 
a ciência como conhecemos hoje. 
Porém, o início do século XX entraria para a história pelas descobertas de Max 
Planck (1858-1947) e Albert Einstein (1879-1955), que fariam dissipar duas grandes 
incertezas que ainda pairavam sobre o conhecimento científico naquela época. 
Estava inaugurada uma nova era, mais tarde batizada de Física Moderna. A Figura 2 
mostra uma linha do tempo da evolução na história da Física tratada nesta introdução e 
um pouco mais do que veremos nas unidades seguintes.
1
Método intuitivo
Aristóteles
(384-322)
2
Galileu
(1564-1642)
Método
experimental
3
Newton
(1643-1727)
Física newtoniana
4
Final do século XIX
Nuvens de incerteza
na Física
5
Max Planck
1900
Física Moderna
Figura 2 – Evolução histórica dos conceitos físicos
A Física no Final do Século XIX
A Física atravessou um período de grande expansão durante o século XIX. O pen-
samento racional aplicado à natureza, decorrente de uma visão newtoniana de mundo, 
era muito bem aceito. Assim, a mecânica de Newton e o eletromagnetismo de Maxwell 
pareciam explicar quase todos os fenômenos físicos conhecidos.
Naquele final de século, com Newton explicando fenômenos como o movimento 
dos planetas e a propagação do som e Maxwell, todo o eletromagnetismo, incluindo os 
fenômenos ópticos, como o estudo da luz, o conhecimento físico acumulado era divido 
em cinco grandes blocos:
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9
• Mecânica;
• Óptica;
• Ondulatória;
• Termofísica;
• Eletromagnetismo.
O grande otimismo existente era decorrente do enorme sucesso alcançado pela Física e, 
principalmente, dos avanços tecnológicos provenientes das teorias até então descobertas.
• A mecânica desfrutava de precisão enorme nos cálculos, o que levaria à descoberta 
teórica do planeta Netuno antes de ser observado pela primeira vez, em 1846, pelo 
astrônomo alemão Johann Gottfried Galle (1812-1910);
• Dos avanços na óptica geométrica surgiu a ideia de fixar uma imagem, possibili-
tando a invenção da fotografia pelo francês Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-
1851). O salto tecnológico daimagem estática da fotografia para a imagem em 
movimento, e o surgimento do cinema, era só questão de tempo e ocorreria anos 
depois, nas mãos dos irmãos Louis e Auguste Lumière, na França;
• A invenção do fonógrafo pelo americano Thomas A. Edison (1847-1931) mostrava 
que era possível registrar ondas de som, assim como já se fazia com a luz;
• A termodinâmica tornaria possível as primeiras máquinas à vapor, que viriam subs-
tituindo o trabalho humano ou animal, ao transformar energia térmica em energia 
mecânica. Trens, navios e os primeiros automóveis começaram a surgir. Estava 
inaugurada a revolução industrial;
• A eletricidade provoca mudança na vida das pessoas com o surgimento da lâmpa-
da elétrica e o telégrafo com fio. O salto tecnológico seguinte seria a invenção do 
telefone, por Graham Bell.
Desta forma, chegamos ao final do século XIX com os cientistas acreditando que 
a Física estava completa e nada mais havia para ser descoberto, senão aprimorar os 
dados já existentes. William Thomson (1824-1907), mais conhecido como Lord Kelvin, 
era um desses cientistas. Em pronunciamento à Associação Britânica para o Progresso 
da Ciência em 1900, Kelvin teria dito que “Nada há de novo a ser descoberto na Física 
atualmente” e completou “Só o que nos resta é uma medição cada vez mais precisa”.
Desde Galileu, a marca registrada da Física era a experimentação exaustiva das teo-
rias até que não houvessem dúvidas quanto à sua validade. Galileu iniciou a ideia de que 
tudo poderia ser medido, de que tudo era absoluto.
Mas alguns resultados teimavam em desafiar as previsões daquilo que hoje chama-
mos de Física Clássica. Havia duas “pequenas nuvens” no horizonte límpido da Física 
Clássica e os estudos concentrados nessas duas áreas levariam à reformulação dos con-
ceitos físicos da época.
Certamente a história seria implacável com Kelvin e outros cientistas que ousaram 
dar a Física como acabada e os anos seguintes jamais seriam os mesmos.
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UNIDADE 
Breve Evolução Histórica dos Conceitos
da Física Clássica até o Final do Século XIX
Problemas no Horizonte da Física
Como vimos anteriormente, apesar do grande avanço da Física, algumas questões 
pareciam desafiar os paradigmas da época. Assim, para entendermos a grande transfor-
mação da ciência no século XX, é importante analisarmos o papel que teve a solução de 
cada um desses problemas na construção de um novo pensamento científico. 
A primeira nuvem no horizonte da Física era consequência da propagação das ondas 
eletromagnéticas de Maxwell. 
Incentivados pelos sucessos da mecânica newtoniana, os cientistas do século XIX as-
sumiram naturalmente que as ondas eletromagnéticas, a exemplo do som, ou qualquer 
outra onda mecânica, necessitavam de um meio material para se propagar. Esse proble-
ma ocupou muitas mentes brilhantes do século XIX e experiências foram idealizadas e 
realizadas na tentativa de investigar e detectar a existência desse sutil meio, que recebeu 
o nome de éter.
Éter: na mitologia grega, aithér é o ar mais puro, respirado pelos “deuses”, o ar das esferas 
mais elevadas.
Desde Maxwell, a luz já era entendida como uma onda eletromagnética que se pro-
paga com velocidade c. Certamente, a pergunta “velocidade c em relação a quê?” tinha 
uma resposta bastante óbvia: A luz viaja na velocidade c em relação ao éter.
O fato de as ondas eletromagnéticas trazidas à realidade pelas experiências de Hertz, 
aparentemente, não necessitarem de um meio para se propagar, desafiava os conceitos 
da época que não admitiam a ideia de que uma onda poderia se propagar através do 
vácuo, ou seja, do nada.
Veja mais sobre o experimento de Hertz. Disponível em: http://bit.ly/2osbLFo
Até 1880, apesar dos esforços nesse sentido, nenhum experimento havia conseguido 
medir a velocidade do éter em relação à Terra.
Mas o problema da velocidade da luz no éter não era o único a contradizer os resul-
tados da Física Clássica. Havia um problema que provocaria uma revolução ainda mais 
profunda na Física.
Motivados pela necessidade de medir temperaturas nos altos fornos, já então larga-
mente usados na indústria siderúrgica, começou-se a investigar a emissão de radiação 
por metais incandescentes. Já era conhecido que essa radiação emitida pelos corpos em 
função da agitação térmica era de origem eletromagnética.
Para efeito de estudos, foi idealizado um corpo, denominado corpo negro ideal, que 
absorveria toda a radiação nele incidente.
10
11
Entretanto, havia problemas para descrever teoricamente a distribuição de energia 
do corpo negro. Ao se aplicar a teoria clássica nos resultados experimentais obtidos, 
observou-se que havia boa concordância para grandes comprimentos de onda. Já para 
comprimentos de onda menores, era observada uma discrepância conhecida como
catástrofe do ultravioleta.
Absoluto ou Relativo: O Problema
Clássico da Relatividade do Movimento
Na Física, uma grandeza é considerada absoluta quando sua medida independe do 
observador ou referencial adotado. A carga elétrica é um bom exemplo de grandeza ab-
soluta, pois seu valor medido é o mesmo para um corpo em repouso ou em movimento.
E por falar em movimento, você sabia que os conceitos de movimento, repouso e trajetória 
são relativos? Falaremos um pouco mais sobre o assunto ainda nesta unidade.
As grandezas relativas são todas aquelas que, para observadores em referenciais dis-
tintos, as medidas tomadas não são coincidentes. A velocidade de um corpo é uma 
grandeza relativa, pois observadores diferentes podem medir valores distintos.
Absoluto: [Lat. absolutu] adj. 1. Não depende de outrem ou de alguma coisa; independen-
te. sm 5. Filos. O que existe por si só, independentemente de qualquer condição ou relação 
com outras coisas (FERREIRA, 2010, p. 6).
Relativo: [Lat. relativu] adj. 1. Que indica relação, referente. 3. Que varia ou pode variar 
conforme a relação com outros elementos (FERREIRA, 2010, p. 653).
Relatividade do Movimento
em Física Clássica
Em Cinemática, parte da Física que estuda os movimentos, temos o caso clássico da 
relatividade do movimento, que veremos em detalhes a seguir.
Digamos que você é um observador (O1) parado na calçada e vê um carro passar a 
uma velocidade de 50 km h–1 (carro amarelo). Logo em seguida, outro automóvel passa 
a 70 km h–1 (carro azul). Como você está parado em relação ao asfalto, o veículo ama-
relo se move a uma velocidade de 50 km h–1 e o azul a uma velocidade de 70 km h–1, 
ambos para frente, em relação a você, como podemos notar na Figura 3.
11
UNIDADE 
Breve Evolução Histórica dos Conceitos
da Física Clássica até o Final do Século XIX
Figura 3 – Os automóveis movem-se para frente, com
velocidades de 50 km h–1 e 70 km h–1, respectivamente
Fonte: Acervo do Conteudista
Agora, dentro do veículo amarelo há uma 
pessoa, que chamaremos de observador O2, 
olhando para trás. Neste caso, O2 vê o veículo 
azul aproximar-se com uma velocidade relativa 
de 20 km h–1.
Um terceiro observador O3, no interior do carro azul, agora verá o carro amarelo 
vindo em sua direção, ou seja, em marcha ré, com velocidade também de 20 km h–1.
Perceba que se perguntarmos aos três observadores, todos terão respostas diferentes 
para o fenômeno observado. Veja que, apesar da simplicidade do fenômeno observado, 
não há uma resposta única e correta, pois cada observador percebe o movimento de 
acordo com seu próprio referencial.
Todo movimento é relativo, pois depende do referencial adotado e, por consequência, do 
ponto de vista da Física Clássica, as medidas da velocidade são sempre relativas ao obser-
vador ou referencial adotados.
A relatividade da trajetória
Já vimos que não apenas o movimento é relativo, mas, pela Física Clássica, a velo-
cidade de um corpo depende do observador ou referencial. Assim, seria correto inferir 
que a trajetória de um corpo também depende de um referencial?
Vejamos um exemplo clássico que aborda a questão da relatividade da trajetória. 
Considere um helicóptero deslocando-se horizontalmentee em movimento retilíneo 
uniforme (MRU), a altura h em relação ao solo. Para fins de simplificação, vamos despre-
vrelativa = |v1 - v2|
onde, v1 = velocidade do carro azul 
e v2= velocidade do carro amarelo
vrelativa = |70 – 50| = 20 km h
–1
12
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zar qualquer influência de forças resistivas. Um observador O1, que viaja no helicóptero, 
vê um objeto cair a partir do repouso. 
O observador O1, do interior do helicóptero, irá descrever a queda do objeto em linha 
reta, como mostramos na Figura 4.
t1
t2
t3
V
Figura 4 – Trajetória descrita pelo observador O1
Fonte: Adaptada de pixabay
Outro observador O2, agora em repouso em relação ao solo, vê simultaneamente 
dois movimentos: o primeiro referente ao deslocamento do helicóptero para a direita e o 
segundo do objeto em queda livre, como podemos perceber na Figura 5.
V
t1
t2
t3
Figura 5 – Trajetória descrita pelo observador O2
Fonte: Adaptada de pixabay
13
UNIDADE 
Breve Evolução Histórica dos Conceitos
da Física Clássica até o Final do Século XIX
Novamente, se perguntarmos aos observadores sobre a trajetória do corpo em que-
da, veremos que cada um descreverá o movimento a partir do referencial no qual se 
encontra, ou seja, não há uma resposta única e correta.
Retomamos a questão sobre a relatividade do movimento abordada anteriormente 
e veremos que a trajetória também é relativa, ou seja, depende do referencial adotado.
O experimento de Michelson-Morley
Albert A. Michelson (1852-1931) não foi apenas um pesquisador brilhante e meticu-
loso. Apaixonado pela velocidade da luz, conseguiu medi-la quando ainda jovem, com 
um erro de apenas 0,05%. Sua precisão em medições deu-lhe a esperança que poderia 
resolver uns dos problemas da Física no final do século XIX: medir o movimento da 
Terra em relação ao éter.
Em um experimento conceitualmente simples, Michelson utilizou a interferência 
das ondas de luz para detectar diferenças no tempo que a luz leva para percorrer dis-
tâncias desiguais.
A ideia era simples e consistia em dividir um raio de luz, de comprimento de onda 
único, utilizando um espelho semiprateado. Desta forma, enquanto metade da luz que 
o atinge é refletida, a outra metade refrata. Posicionando o espelho separador em um 
ângulo de 45º, teremos o resultado mostrado na Figura 6.
Espelho 1
Sensor de luz
Fonte de luz
Espelho 2
Espelho
semiprateado
Figura 6 – Experimento de Michelson-Morley
Os raio s percorrem distâncias iguais e, após refletirem em espelhos comuns, porções 
de cada raio se encontram novamente no sensor de luz. 
A partir das observações no sensor, teremos que se as trajetórias dos raios da Figura 6
fossem exatamente iguais e não houvesse o vento de éter, veríamos uma interferência 
construtiva: uma luz brilhante seria visível no sensor. 
14
15
Por outro lado, se o vento de éter retardasse um feixe tempo suficiente para que seus 
vales coincidissem com as cristas do outro feixe, veríamos uma interferência destrutiva: 
uma escuridão no visor do sensor de luz.
Girando-se o interferômetro de Michelson, deveríamos verificar uma alteração nas 
bandas de interferência claras e escuras, representando uma indicação de que a Terra se 
moveria através do éter.
O experimento foi realizado pela primeira vez em 1881, porém, dentro do erro 
experimental previsto, nada conclusivo pôde ser medido. Michelson então juntou-se a 
Edward Morley (1838- 1923), um químico de uma instituição vizinha e, seis anos depois, 
em 1887, eles acabaram uma versão aperfeiçoada do interferômetro. Agora, montado 
em um grande bloco de mármore de 1,5 metros quadrados, flutuando em mercúrio para 
reduzir vibrações e permitir a rotação do aparato inteiro, contava com vários espelhos, 
o que aumentou em muito os comprimentos reais das duas trajetórias de luz.
O novo interferômetro de Milchelson-Morley era sensível o suficiente para detectar 
o movimento orbital da Terra através do éter. O experimento foi repetido em tempos e 
orientações diferentes em relação ao vento do éter. Entretanto, eles nunca chegaram a 
ver uma alteração significativa nas bandas de interferência.
O artigo sobre o experimento foi publicado em novembro do ano seguinte, porém, 
seu resultado negativo contradizia uma previsão fundamental da teoria do eletromagne-
tismo de Maxwell. Assim, era compreensível que os físicos da época buscassem invalidar 
o resultado experimental. 
Enquanto Kelvin “caracterizou o resultado como uma nuvem do século XIX sobre 
a teoria dinâmica da luz” (PAIS, 1995, p.127), Michelson não escondia sua decepção, 
como destacado por WOLFSON (2005): 
O próprio Michelson concluiu com desapontamento que, no final das 
contas, a Terra deveria estar em repouso em relação ao éter, apesar 
da aparente implicação oposta resultante das observações de aberra-
ções de luz das estrelas. (WOLFSON, 2005, p.104)
A convicção de Michelson era tão forte que, mesmo após a Teoria da Relatividade ter 
demonstrado que o éter era completamente desnecessário, ele continuou a acreditar na 
existência desse meio até o final de sua vida.
Conheça um pouco mais sobre o experimento de Michelson-Morley.
Disponível em: https://youtu.be/MxSXh62pTm8
Um resultado contraditório
Apesar do resultado negativo, o experimento de Michelson-Morley concebeu uma das 
implicações mais importantes da ciência. Lembremos que para a Física do século XIX
fazia sentido perguntar sobre o movimento da Terra em relação ao éter. 
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UNIDADE 
Breve Evolução Histórica dos Conceitos
da Física Clássica até o Final do Século XIX
Quando o interferômetro falha em provar a existência desse movimento, criou-se 
uma contradição que ameaçava todo o conhecimento físico até então construído. Numa 
tentativa de apoiar a existência do éter, muitos cientistas sustentaram que o experimento 
deveria ser melhorado.
Como Gleiser (2006) destaca, o grande físico holandês Hendrik Lorentz (1853-1928), 
chocado com o resultado negativo do experimento de Michelson-Morley, escreveu:
Estou totalmente perdido, incapaz de entender essa contradição. Mes-
mo assim, acho que, se abandonássemos a teoria de Fresnel [do éter], 
ficaríamos sem uma teoria adequada [...] Será que não existe algum 
detalhe na teoria relacionada com o experimento do senhor Michelson 
que foi omitido até agora? (GLEISER, 2006)
O próprio Lorenz, ao procurar reconciliar o éter ao resultado do experimento de 
Michelson-Morley, propõe uma correção que assumia que os objetos encolhem na mes-
ma direção de seu movimento. O físico irlandês George Fitzgerald (1851-1901) também 
chegara a mesma conclusão que Lorentz.
A chamada contração de Lorentz-Fitzgerald era uma proposição brilhante e correta, 
mas, baseada em razões equívocas, pois procurava uma saída específica para a contra-
dição criada pelo resultado negativo do experimento.
Apesar de alguns poucos cientistas interpretarem o resultado como definitivo para a 
não-existência do éter, eles não eram engenhosos o bastante para resolverem o grande 
contrassenso criado.
Abandonar velhas ideias é uma tarefa que exige não apenas a genialidade para encon-
trar novas conexões entre o conhecimento novo e a teoria que está sendo ultrapassada. 
É preciso que o cientista acredite e encontre coragem para defender suas próprias des-
cobertas e convicções, a exemplo que fizeram Galileu, Kepler, Newton e tantos outros.
Mesmo assim, o resultado do experimento havia demonstrado a necessidade de se 
abandonar o conceito de referencial universal para medições da velocidade da luz. A cri-
se instaurada na Física iria provocar mudanças profundas na visão de mundo inspirada 
em Newton e Maxwell, com as novas teorias que surgiriam nos próximos anos, como 
veremos nas próximas unidades.
Questões Para Análise e Reflexão
Nesta unidade, apresentamos uma síntese da evolução histórica dos conceitos físicos 
até o final do século XIX. Nossa intenção foi mostrar um pouco do cenário da Física 
frente às transformações que seriam inevitáveis no início do século seguinte e marcariam 
o início da Física Moderna.Vimos que, apesar de uma forte inclinação para uma “física acabada”, ou seja, sem 
muito a se investigar ou descobrir, duas pequenas “nuvens” iriam abalar por completo os 
alicerces da Física Clássica, fortemente influenciada pelas teorias de Newton e Maxwell.
16
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Assim, ao fecharmos esta unidade, apresentamos algumas questões para discussão a 
fim de que você possa testar e aprofundar os conhecimentos adquiridos. São questões 
de caráter reflexivo para aprofundamento pessoal e profissional:
• Você entende que a fundamentação histórica dentro do contexto de ensino de 
Física é importante para uma melhor compreensão da teoria pelos alunos? Essa 
fundamentação provoca um engajamento maior dos alunos nas aulas?
• Alguns livros didáticos, em especial no Ensino Médio, optam por relegar a segundo 
plano o estudo da Física Moderna. Nesse sentido, muitos não trazem sequer essa 
contextualização histórica da qual falamos. Qual reflexão você faria sobre esse tema?
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UNIDADE 
Breve Evolução Histórica dos Conceitos
da Física Clássica até o Final do Século XIX
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Física Moderna
TIPLER, P. A.; LLEWELLYN, R. A. Física Moderna. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técni-
cos e Científicos Editora Ltda, 2014. O primeiro capítulo do livro (Relatividade I) fala sobre 
as provas experimentais da Relatividade, explorando o Experimento de Michelson-Morley. 
O experimento de Michelson-Morley na transição da física clássica para a física relativística: 
leituras filosóficas e historiográficas
PASSERO, T. O experimento de Michelson-Morley na transição da física clássica 
para a física relativística: leituras filosóficas e historiográficas. Dissertação (Mestrado 
em Ensino, História, Filosofia das Ciências e Matemática) – Universidade Federal do 
ABC, 2014. O texto fala sobre a transição da Física Clássica para a Física Moderna, em 
especial a Física relativística.
 Vídeos
Planck, a Física Quântica e a Catástrofe do Ultravioleta
Neste vídeo, do canal Universo Narrado, você conhecerá um pouco sobre a Catástrofe do 
Ultravioleta e o problema da radiação do Corpo Negro, que deu origem à Física Quântica. 
https://youtu.be/9B0lPNJF9pg
O que foi o experimento Michelson-Morley?
Neste vídeo, do canal Fatos do Universo, é discutido e explicado o famoso experimento 
de Michelson-Morley, criado para tentar detectar a propagação da luz pelo éter.
https://youtu.be/MxSXh62pTm8
18
19
Referências
ARAGÃO, M.J. História da Física. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.
ASSAD, G.E. Física moderna para o ensino médio. João Pessoa: IFPB, 2015.
BERNSTEIN, J. Albert Einstein e as fronteiras da física. São Paulo: Claro Enigma, 2013.
BRAZ JÚNIOR, D. Física Moderna: tópicos para o ensino médio. Campinas: 
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