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FUNDAMENTOS DA FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA I Caro(a) aluno(a), A Faculdade Anísio Teixeira (FAT), tem o interesse contínuo em proporcionar um ensino de qualidade, com estratégias de acesso aos saberes que conduzem ao conhecimento. Todos os projetos são fortemente comprometidos com o progresso educacional para o desempenho do aluno-profissional permissivo à busca do crescimento intelectual. Através do conhecimento, homens e mulheres se comunicam, têm acesso à informação, expressam opiniões, constroem visão de mundo, produzem cultura, é desejo desta Instituição, garantir a todos os alunos, o direito às informações necessárias para o exercício de suas variadas funções. Expressamos nossa satisfação em apresentar o seu novo material de estudo, totalmente reformulado e empenhado na facilitação de um construtor melhor para os respaldos teóricos e práticos exigidos ao longo do curso. Dispensem tempo específico para a leitura deste material, produzido com muita dedicação pelos Doutores, Mestres e Especialistas que compõem a equipe docente da Faculdade Anísio Teixeira (FAT). Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois eles nortearão o princípio de suas ideias, que se iniciam com um intenso processo de reflexão, análise e síntese dos saberes. Desejamos sucesso nesta caminhada e esperamos, mais uma vez, alcançar o equilíbrio e contribuição profícua no processo de conhecimento de todos! Atenciosamente, Setor Pedagógico Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 4 UNIDADE I – INTRODUÇÃO À FÍSICA MODERNA ............................................................ 5 1. O MODELO ATÔMICO .......................................................................................................... 7 2. A RELATIVIDADE .................................................................................................................. 8 UNIDADE II - A MECÂNICA NEWTONIANA: TEMPO, ESPAÇO E REFERÊNCIAS ..... 11 1. OS PRIMEIROS ESTUDOS SOBRE A DINÂMICA DOS MOVIMENTOS CIRCULARES ............................................................................................................................. 17 2. TEMPO, ESPAÇO E REFERÊNCIAS ................................................................................. 23 2.1 O TEMPO ........................................................................................................................... 23 2.2 O DESENVOLVIMENTO DOS RELÓGIOS ................................................................... 24 2.3 ESPAÇO E REFERENCIAIS............................................................................................. 29 UNIDADE III – ALGUNS CONCEITOS DA FÍSICA MODERNA ...................................... 33 1. O EFEITO FOTOELÉTRICO ............................................................................................... 35 2. A FÍSICA NUCLEAR ............................................................................................................. 36 3. A EQUIVALÊNCIA MASSA-ENERGIA ............................................................................. 37 4. DIMENSÕES NUCLEARES .................................................................................................. 38 5. ENERGIA DE LIGAÇÃO ...................................................................................................... 40 UNIDADE IV - SUGESTÕES DE TEXTOS PARA LEITURA ............................................. 42 REFERÊNCIAS UTILIZADAS E CONSULTADAS .............................................................. 74 - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 4 APRESENTAÇÃO Esta apostila foi preparada com o intuito de oferecer subsídios à disciplina FUNDAMENTOS DA FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA, cujo objetivo é fornecer um conjunto de elementos conceituais, teóricos e empíricos que permitam a você, aluno do Instituto PROSABER, desenvolver seus estudos e obter o conhecimento esperado, com sucesso. Em sendo, pretendemos demonstrar e discutir o Estado da Arte da contextualização e dos Fundamentos da Física, analisando as pesquisas realizadas, acerca destes temas, a partir dos grandes centros de pesquisas, nacionais e estrangeiros, bem como, utilizando- se dos maiores autores dos temas abordados. Em seguida falaremos da Mecânica de Newton, com ênfase no tempo, no espaço e nos referenciais da Física, numa perspectiva histórica. Isto, porque, muitos alunos e professores têm-nos relatado suas dificuldades em obter resultados satisfatórios, quando ensinam Física da forma convencional, abordada nas escolas. Eles, também, ainda apresentam dificuldades conceituais. Para tanto, inspiramo-nos na seguinte sugestão dos Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC: para o Ensino Médio, meramente propedêutico atual, disciplinas científicas, como a Física, têm omitido os desenvolvimentos realizados durante o século XX e tratam de maneira enciclopédica e excessivamente dedutiva os conteúdos tradicionais. Trata-se, isso sim, de prover os alunos de condições para desenvolver uma visão de mundo atualizada, o que inclui uma compreensão mínima das técnicas e dos princípios científicos em que se baseiam. Ao final, disponibilizamos diversos resumos e um texto completo, contendo uma revisão da literatura sobre o tema, além de endereços de textos para leitura, análise e possíveis futuros estudos, bem como, fontes de referências para a feitura do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e, ainda, o aprofundamento dos temas abordados. Por tudo isso, esperamos que esta seja uma excelente leitura e que tenha sucesso em seu curso. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 4 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 5 UNIDADE I – INTRODUÇÃO À FÍSICA MODERNA É ponto pacífico entre os estudiosos que, a Física Moderna surge a partir da grande revolução que foi a teoria quântica, no final do século XIX, quando várias pesquisas sobre a estrutura do átomo, radioatividade e ondulatória, dão início a uma lógica nova e diferente das teorias já prontas. Através dessa teoria, surgiu uma concepção probabilística da natureza, deixando para trás aquela rígida e determinística visão da mesma. Isto porque, ela trata as subpartículas como um campo espalhado no espaço, com um “quantum” de energia proporcional à sua frequência, ou vibração, permitindo-nos, a noção de que toda a matéria vibra. Em sendo, podemos constatar que os sólidos são semelhantes à luz, mas de uma forma condensada, vibrando a baixíssimas frequências. Contudo, na medida em que aumenta essa frequência, esses sólidos vão ficando menos densos, transformando-se em líquidos e gases até chegar a um ponto em que se transformariam em som (16 a 32.768 vibrações/s) e, depois em eletricidade (1 bilhão de vibrações/s), calor (200 trilhões de vibrações/s), luz/cor (500 trilhões de vibrações/s), Raios-X (2 milhões de trilhões de vibrações/s), e etc. Assim, tem-se a questão do movimento que, enquanto a relatividade geral o percebe como algo contínuo, a teoria quântica o vê como descontínuo, resultado evidenciado nos estudos acerca dos elétrons que, ao receberem níveis crescentes de energia (os saltos quânticos, a Catástrofe dos matemáticos, os insights da psicologia), os mesmos saltavam, subitamente, de nível energético, configurando a existênciade “transições descontínuas instantâneas”. Assim, somou-se a noção de instantaneidade a essa noção de imprevisibilidade e indeterminação quânticas. Contudo, a instantaneidade ia contra a ideia de uma velocidade máxima no Universo. Em sendo, diversos autores farão estudos sobre o tema, na tentativa de invalidar as descobertas da Física Quântica, tendo início em 1935 com Albert Einstein (1879-1955), Nathan Rosen e Boris Podolsky, que imaginaram uma situação (efeito EPR) em que a velocidade máxima do universo seria ultrapassada. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 5 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 6 Não obstante, experiências desenvolvidas nos idos de 1972, por John Clauser, e mais tarde corroboradas por outros cientistas, comprovaram as teses de John S. Bell (1964) de que a mudança de sinal no spin de um elétron, acarretava uma mudança instantânea no spin de sua antipartícula, independente da distância entre elas (efeito EPR), dando início à construção do conceito de sincronicidade: ocorrências que independem do tempo e do espaço. Daí, diversos estudiosos constatarem que, o Universo seria uma teia dinâmica de eventos inter-relacionados, com igual importância, parecido com uma rede interconexa de relações, na qual, partículas são dinamicamente compostas umas das outras, cada uma delas envolvendo todas as outras, cada uma sendo todas as outras. A essa abordagem dá-se o nome de bootstrap, e, a partir dela, questiona-se a existência de uma “ordem implicada” ou implícita no Universo, que, subjacente ao mundo “explicado” implica na existência de uma dimensão em que todas as dualidades coexistem como uma totalidade fundamental indivisível, ao contrário do “mundo explicado”, onde o sentimento de separatividade existe. Dessa forma matéria e consciência, saúde, doença etc., são uma só unidade, como no 4º Princípio Hermético, descrito pela religião egípcia. Nessa dimensão todas as coisas são vivas num fluxo contínuo. Por exemplo, vida e morte são movimentos e não têm existência por si mesmos, posto que, nada é estático. William A. Tiller, professor na Universidade de Stanford, foi mais além na teoria de Einstein. Além da velocidade da luz haveria um mundo de energias não mensuráveis, que não seguiriam as leis de conservação de energia. Einstein admitia a existência dessas “formas sutis de energia que não podem ser medidas, mas que existem, logo, são importantes”. Ele falava da dor da perda de um ente querido. Tiller postulou um outro espaço/tempo, negativo, ao qual chamou de espaço/tempo etérico, de vibrações mais altas que as do espaço/tempo físico, esse positivo. Esse espaço/tempo negativo seria composto de matéria etérica (sutil) onde repousariam todas as energias dos sentimentos. Acima desse nível haveria um mais sutil ainda, com vibrações ainda mais altas, o nível da mente e da espiritualidade. Todas essas energias interagiriam diretamente com o nível quântico subatômico, interferindo no aparente determinismo quântico do teorema de Bell. Teríamos então como mudar o Universo com a força sutil da espiritualidade, do pensamento e das emoções? Há realmente algo como o livre-arbítrio? As teorias budistas dizem que sim. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 6 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 7 1. O MODELO ATÔMICO Um ponto de partida para a compreensão do modelo atômico é o caráter fundamental de todo sistema quântico. Considera-se que tal noção surge em 1900, a partir do estudo realizado por Max Planck, acerca do espectro da radiação emitida por corpos aquecidos, conhecido como problema da radiação do corpo negro. Na dedução da expressão, que pretende descrever os dados experimentais do espectro, as energias individuais das partículas que compõem o corpo aquecido são somadas. Essa soma só conduz à expressão correta se os valores de energia, de cada partícula forem, apenas, múltiplos inteiros de um valor mínimo, que é a energia do estado fundamental. Ou seja: a energia de cada partícula só pode ter valores discretos (STUDART, 2000). O quantum de energia nasce da interpretação desse fato: para que uma partícula mude o valor de energia é preciso que adquira ou perca uma quantidade definida de energia, denominada quantum de energia. Max Planck é quem define o conceito fundamental da nova teoria - o quanta. Mas a teoria geral é de autoria de um grupo internacional de físicos, entre os quais: Niels Bohr (Dinamarca), Louis De Broglie (França), Erwin, Shrödinger e Wolfgang, Pauli (Áustria), Werner Heisenberg (Alemanha) e Paul Dirac (Inglaterra). Quanta - Em 1900 o físico alemão Max Planck afirma que as trocas de energia não acontecem de forma contínua e sim em doses, ou pacotes de energia, que ele chama de quanta. A introdução do conceito de descontinuidade subverte o princípio do filósofo alemão Wilhelm Leibniz (1646-1716), "natura non facit saltus" (a natureza não dá saltos), que dominava todos os ramos da ciência na época. Modelo quântico do átomo - Surge em 1913, elaborado por Niels Bohr (1885-1962). Segundo ele, os elétrons estão distribuídos em níveis de energia, característicos de cada átomo. Ao absorver um quanta de energia, um elétron pode pular para outro nível e depois voltar a seu nível original, emitindo um quanta idêntico. A grande marca da mecânica quântica é a introdução do conceito de dualidade quântica e depois, com Werner Heisenberg, do princípio de incerteza. Para a mecânica quântica, o universo é essencialmente não-determinístico. O que a teoria oferece é um conjunto de prováveis respostas. No lugar do modelo planetário de átomo, com elétrons orbitando em volta de um - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 7 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 8 núcleo, a quântica propõe um gráfico que indica zonas onde eles têm maior ou menor probabilidade de existir. Toda matéria passa a ser entendida segundo uma ótica dual: pode-se comportar como onda ou como partícula. É o rompimento definitivo com a mecânica clássica, que prévia um universo determinístico. Princípio da incerteza - Em 1927, Werner Heisenberg formula um método para interpretar a dualidade da quântica, o princípio da incerteza. Segundo ele, pares de variáveis interdependentes, como tempo e energia, velocidade e posição, não podem ser medidos com precisão absoluta. Quanto mais precisa for a medida de uma variável, mais imprecisa será a segunda. A forma mais óbvia, de conseguir medir com precisão a posição e velocidade de uma partícula, seria fazer incidir luz sobre a mesma - algumas das ondas luminosas seriam dispersas pela partícula, o que indicaria a sua posição. Contudo, não seria possível determinar a posição da partícula com maior precisão do que a amplitude das cristas das ondas luminosas, pelo que, é necessário utilizar uma onda muito curta para medir a posição da partícula. Ora, segundo a hipótese do quantum de Planck, não é possível utilizar uma quantidade, arbitrariamente, pequena de luz - tem de ser utilizado pelo menos um quantum. Este quantum irá, necessariamente, perturbar a partícula e alterar a sua velocidade de uma forma que não poderá ser prevista. Por outro lado, quanto maior for a precisão com que se mede a posição da partícula, menor será o comprimento de onda necessário e, portanto, maior a energia de um único quantum e, consequentemente, maior será o grau de perturbação da partícula. Tal fatosignifica que, quanto maior o rigor da medida da posição da partícula, menos rigorosa é a medida da sua velocidade e vice-versa. 2. A RELATIVIDADE Albert Einstein1 é considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos. Três artigos seus publicados em 1905 foram transcendentais para o desenvolvimento da física e 1 Albert Einstein, (1879-1955), físico alemão naturalizado americano. Premiado com o Nobel de Física em 1921, é famoso por ser autor das teorias especial e geral da relatividade e por suas idéias sobre a natureza corpuscular da luz. É provavelmente o físico mais conhecido do século XX. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 8 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 9 influíram no pensamento ocidental em geral. Os artigos tratavam da natureza da luz, descreviam o movimento molecular e apresentavam a teoria da relatividade restrita. Einstein é famoso por refletir, continuamente, nas hipóteses científicas tradicionais e tirar conclusões singelas, às quais ninguém havia chegado antes. Não se conhece tanto seu compromisso social, embora fosse um ardente pacifista e sionista. Nasceu em Ulm em 14 de março de 1879 e passou sua juventude em Munique, onde sua família possuía uma pequena oficina de máquinas elétricas. Desde muito jovem, demonstrava excepcional curiosidade pela natureza e notável capacidade de entender os conceitos matemáticos mais complexos. Aos 12 anos já conhecia a geometria de Euclides. A teoria da relatividade surge em duas etapas e altera, profundamente, as noções de espaço e tempo. Enquanto a mecânica quântica é resultado do trabalho de vários físicos e matemáticos, a relatividade é fruto, exclusivo, das pesquisas de Albert Einstein. Relatividade Restrita - Em 1905 ele formula a Teoria da Relatividade Restrita, segundo a qual, a distância e o tempo podem ter diferentes medidas, segundo diferentes observadores. Não existe, portanto, tempo e espaço absolutos, como afirmara Newton no Principia, mas, grandezas relativas ao sistema de referência, segundo o qual elas são descritas. Este tema será também posteriormente abordado de forma mais explícita em “Tópicos Especiais”. Dez anos depois, Einstein estende a noção de tempo-espaço à força da gravidade. A Teoria Geral da Relatividade (1916), classificada pelo próprio Einstein como "bonita esteticamente", é também uma teoria da gravidade capaz de explicar a força de atração pela geometria tempo-espaço. A fórmula relativa - A "revolução" de Einstein torna popular a fórmula Física E= mc² (energia é igual a massa vezes o quadrado da velocidade da luz). A equivalência entre massa e energia (uma pequena quantidade de massa pode ser transformada em uma grande quantidade de energia) permite explicar a combustão das estrelas e dar ao homem, maior conhecimento sobre a matéria. É a expressão teórica das enormes reservas de energia, armazenadas no átomo, na qual se baseiam os artefatos nucleares. Velocidade relativa - A relatividade também revoluciona a noção de velocidade. Ao demonstrar que todas as velocidades são relativas, explica que, apesar do movimento, nenhuma partícula poderia se deslocar a uma velocidade superior à da luz (299.792.458 metros por - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 9 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 10 segundo). À medida que se aproximasse dessa velocidade, a energia e a massa da partícula também aumentariam, tomando cada vez mais difícil a aceleração. Geometria espaço-tempo - Enquanto Newton descrevera a gravitação como uma queda, para Einstein essa é uma questão espacial. Quando um corpo está livre, isto é, sem influência de qualquer força, seus movimentos apenas exprimem a qualidade de espaço-tempo. A presença de um corpo, em determinado local, causa uma distorção no espaço próximo. Uma das mais importantes consequências da Teoria da Relatividade foi ter mostrado, claramente, a inadequação do conceito de espaço e tempo usados na Física Clássica. O “espaço físico" tridimensional, da nossa percepção imediata, não possui uma existência objetiva independente de cada um de nós. Segundo a Teoria da Relatividade, o espaço onde os eventos ocorrem é um espaço quadridimensional chamado espaço-tempo, composto não apenas pelas direções espaciais usuais, mas também, por uma direção de caráter temporal. Mais ainda, este espaço-tempo não possui uma estrutura euclideana (como a do “espaço físico" tridimensional) mas sim, uma estrutura pseudo-euclideana. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 10 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 11 UNIDADE II A MECÂNICA NEWTONIANA: TEMPO, ESPAÇO E REFERÊNCIAS Nas palavras de Garcia2 (2009), os primeiros estudos que Newton realizou sobre mecânica na década de 1660 estavam ligados à filosofia natural de Descartes, principalmente à sua “doutrina do movimento”. Ao longo da segunda metade dessa década, Newton redigiu uma série de estudos, que foram todos anotados num único caderno de notas, hoje conhecido entre os comentadores pelo título de Waste Book. Nesse manuscrito encontra-se uma série de estudos sobre as colisões (dos corpos) e o movimento circular, onde é possível constatar a influência do Principia Philosophiae (1644) de Descartes. No início da quarta parte do WasteBook (IId) Newton enuncia seus primeiros axiomas e proposições, afirmando que: 1. Se uma quantidade antes movia-se, ela nunca cessará de se mover, a menos que seja impedida por alguma causa externa. 2. Uma quantidade mover-se-á sempre em uma linha reta (não mudando a determinação nem a velocidade de seu movimento), a menos que uma causa externa a desvie. (HERIVEL, 1965, p. 141). Um pouco mais à frente, Newton inicia novos estudos antecedidos por uma série de novos axiomas, com destaque para o primeiro: Ax: 100: Todas as coisas devem preservar-se naturalmente naquele estado em que se encontram, a menos que sejam interrompidas por alguma causa externa, por isso os axiomas 1 e 2. Uma vez que um corpo é movido, ele manterá sempre a mesma velocidade, quantidade e determinação do seu movimento. (Idem, p. 153). Ainda que os três axiomas acima possuam uma grande semelhança com as Leis do Movimento de Descartes, Newton promove uma mudança fundamental ao tratar quantitativamente as “causas externas” responsáveis pelas mudanças no estado de movimento ou de repouso dos corpos. O essencial para ele foi, a partir dos princípios e noções físicas de Descartes, ter desenvolvido nesse período um “modelo geométrico” que lhe possibilitou analisar as forças do movimento dos corpos nas colisões e calcular de modo mais preciso as ações das “causas externas”. Além do mais, esse “modelo de análise” permitiu-lhe tratar de um outro tipo de movimento essencial em suas futuras investigações: o movimento circular (dos corpos). 2 Valdinei Gomes Garcia. A gravitação universal na filosofia da natureza de Isaac Newton. Dissertação de Mestrado. 2010. Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/24235/Dissertacao_Nei.pdf;jsessionid=1E0E7E62561F05 DAFA477EA2C5C83F2D?sequence=1>. Acesso em: 20 nov. 2011. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 11 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoriados conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 12 Naquele período de investigação, Newton empregou o termo “força” pela primeira vez, associando-o as “causas externas”. Ele a definiu como sendo “a pressão ou a compressão de um corpo sobre outro” e adiante, no Axioma 3, estabelece a proporcionalidade entre forca e a mudança de movimento produzido por ela: “Se o corpo bacd adquire o movimento q pela força d, e o corpo f o movimento p pela força g, então d:q::g:p” (HERIVEL, 1965, pp. 138 e 150). A razão acima reúne do mesmo lado movimento (q e p) e força (d e g), denotando que Newton, como um bom geômetra euclidiano (que respeita o princípio da homogeneidade das grandezas dispostas em relação de proporcionalidade) e um bom cartesiano, não faz ainda nenhuma diferenciação entre tais propriedades da matéria: “força” é apenas uma maneira de falar, sendo ontologicamente idêntica ao movimento. No entanto, os termos irão mudar drasticamente depois do De Gravitatione. A presença desse modelo de análise no Waste Book tornar-se-á importante nas investigações que Newton realizará a respeito dos movimentos circulares e da atuação de uma forca, uma vez que nesse manuscrito ele explica as mudanças de movimento geradas pelas colisões dos corpos com base no pressuposto conceitual de que “causa externa” dessas mudanças deve ser chamada de “força ou poder capaz de impedir ou mudar a continuação dos corpos em seus estados” (HERIVEL, 1965, p. 156). O problema de determinar a medida do “conatus [tendência, esforço] dos corpos que giram para afastarem-se do centro de seus movimentos”, que Descartes tratou de investigar na Terceira Parte do Principia Philosophiae, tornou-se objeto de interesse de Newton entre os anos de 1665 a 1670. Em seu tratado, Descartes postula que os corpos tendem a afastarem-se dos centros, em torno dos quais são movidos circularmente, em decorrência da “segunda lei da natureza”, que estabelece a determinação retilínea de todos os movimentos realizados sem nenhum impedimento externo. Descartes introduz essa noção em virtude do que ele mesmo afirma um pouco mais a frente: “Pois, esta é uma lei da natureza, que todos os corpos que se movem numa órbita, na medida em que dependem de si mesmos, afastam-se do centro de seus movimentos” (Art. 55, vers. latina-1982-p.108). Tal disposição dos corpos que giram para afastarem-se de seus respectivos centros, Descartes denominou de conatus recendendi a centro (esforço para afastar-se do centro). Segundo ele, esse esforço que surge nos corpos está intimamente ligado ao - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 12 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 13 movimento ao qual foram submetidos e que produz seu efeito apenas se o corpo não for impedido de mover-se em linha reta por alguma outra causa. O objetivo de Descartes era identificar esse “esforço” que um corpo realiza para se afastar do centro com a “força de seu movimento”. O aspecto mais significativo dessa discussão promovida por Descartes, que impulsionará Newton poucos anos depois em suas pesquisas, é o problema de determinar quantitativamente a tendência dessa “força” presente nos corpos. O texto cartesiano sugere uma maneira pela qual se pode determinar a quantidade dessa “força” ao mencionar que quanto mais veloz uma pedra é girada por uma funda, mais retesada ficará a corda que a prende. A tensão originada apenas da força pela qual a pedra se esforça para se afastar do centro de seu movimento evidencia a quantidade dessa força (Art. 59, versão latina, 1982, p. 112). Figura 01 Ainda que Newton tenha se ocupado dessa discussão, ao ponto de considerar quase todas as possibilidades abertas por Descartes, ele não cuidará de seguir de modo rigoroso a sugestão referida acima; ao contrário disso, fará uma interessante adaptação do modelo das interações dos corpos nas colisões para o tratamento quantitativo do conatus a centro. É no próprio manuscrito, citado há pouco, que Newton faz as primeiras referências ao conatus recendendi a centro analisado por Descartes. No Axioma 20, ele afirma: “Se uma esfera oc [fig. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 13 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 14 01] move-se circularmente sobre a superfície côncava de um corpo cilíndrico edf em torno do centro m, ela deverá pressionar def (...)” (HERIVEL, 1965, 147/8). Pois, quando a esfera oc está em c “a determinação do seu movimento é na direção de g” e, se o corpo edf cessasse de detê-la, “ela mover-se-ia continuamente na linha cg (pelos Axiomas 1 2) obliquamente a partir do centro m”. Deste modo, o corpo edf mantém a esfera oc eqüidistante do centro m em virtude de “um impedimento ou reflexão contínua dela a partir da linha tangente em todos os pontos do círculo cbh”. Portanto, segue-se aquilo que foi afirmado acima, pois “o corpo edf não pode impedir e encurvar a determinação do corpo oc, a menos que eles continuamente pressionem-se entre si” (Idem, p. 148). A demonstração do Axioma 20 torna-se ainda mais importante por se referir às noções utilizadas no tratamento das colisões: reflexão, impedimento e pressão; além dos próprios princípios que regulam os movimentos dos corpos nas colisões (Axiomas 1 e 2). O interessante é notar que Newton irá derivar desse modelo das colisões dos corpos o sentido físico das noções e princípios que emprega na análise dos movimentos circulares. É, pois, nesse sentido que ele apresenta o Axioma 21: “Portanto, isto mostra que todos os corpos movidos circularmente realizam um esforço (endeavour) a partir do centro em torno do qual são movidos; caso contrário, o corpo oc não pressionaria continuamente edf” (Idem). A “pressão” que o corpo oc exerce sobre o corpo edf, cuja resistência a esse conatus de oc impede seu movimento através da tangente cg, é a única e principal evidência para o conatus a centro que Descartes havia postulado. Após ter definido o significado físico desse “esforço”, o próximo passo será a tentativa de avaliá-lo quantitativamente. O Axioma 22 procura cumprir tal exigência: “a força total através da qual o corpo oc esforça-se a partir do centro m, na metade de uma revolução, é de mais que o dobro da força capaz de gerar ou destruir seu movimento, isto é, mais que o dobro da força com a qual é movido” (Idem). O argumento acima tem sua importância dentro do contexto mencionado; no entanto, a medida “mais que o dobro” revela, de certo modo, a imprecisão nas análises que Newton realiza. O que ele apenas se limita a dizer é que a “metade” de uma revolução sendo a trajetória do corpo oc do ponto c até o ponto b passando pelo ponto h, e a “força capaz de gerar ou destruir seu movimento” (pelo Axioma 4) sendo a resistência do corpo edf, essa ao mesmo tempo em que - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 14 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 15 destrói a força do corpo oc para afastar-se do centro m, gera nele uma tal quantidade de movimento capaz de movê-lo no sentido inverso de b para h. Contudo, o significado mais importante nessa primeira tentativa de Newton é o uso do princípio da proporcionalidade entre forca e mudança da quantidade de movimento, que está implícito no Axioma 23 e servirá para a realização das futuras análises do conatus a centro. Passado algum tempo desde os primeiros estudos, Newton introduziu novas proposições no Waste Book, que forammarcadas pela superação do “modelo” cartesiano de uma pedra girando ao ser impulsionada por uma funda (adaptado para uma esfera movendo-se no interior de uma superfície côncava) que influenciou as suas primeiras investigações. Nessa nova série de estudos, Newton concebeu uma esfera que percorre os lados de um quadrado inscrito num círculo, em torno do qual existe um outro quadrado circunscrito (figura 02). Figura 02 A colocação de Herivel (1965), demonstra a relação em questão: (...) a força pela qual ela [a esfera] esforça-se a partir do centro n gerará tanto movimento em um corpo quanto existe em b no tempo em que o corpo b percorre a distancia do semidiâmetro bn (como b é movido com um grau de movimento através de bn em um segundo de uma hora, então a força a partir do centro n sendo continuamente (como a força da gravidade) imprimida sobre um corpo durante um segundo, gerará um grau de movimento nesse corpo). Ou, a força a partir de n está para a força dos movimentos dos corpos :: periferia : raio.” (HERIVEL, 1965, p. 129). - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 15 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 16 Pois, se a esfera b move-se de a para b. Então 2fa:ab::ab:fa:: força ou pressão de b sobre fg para sua reflexão : força do movimento de b. Logo, “em uma revolução completa”, 4ab:fa:: força das reflexões em b, c, d, a: força do movimento de b. Ou seja, soma total das colisões nos 4 lados soma dos lados do quadrado _____________________________ = _______________________ força do movimento da esfera raio do círculo Mas, se aumentarmos o número de lados do polígono circunscrito e, conseqüentemente, os lados de reflexão, até quando exista “um número infinitos de lados” iguais, podendo então ser tomado pelo próprio círculo, segue-se que “a força de todas as reflexões está para a força do movimento dos corpos assim como todos os lados (id est, o perímetro) estão para o raio”. (HERIVEL, 1965, p. 130). Dito de outro modo, se aplicarmos o resultado acima a qualquer polígono regular de “infinitos lados”, teremos: soma total das colisões em todos os lados soma de todos os lados do polígono ________________________________ = ____________________________ força do movimento da esfera raio do círculo O raciocínio utilizado até aqui revela que, na passagem ao limite, a soma das forças das reflexões no polígono inscrito tende a zero e muda continuamente, tornando-se muito difícil atribuir-lhe qualquer sentido físico (Idem, p. 09). Newton adverte então que as “forças de todas as reflexões” realizadas no mesmo tempo em que a esfera b percorre no círculo uma distância igual ao raio do círculo, devem ser tomadas como aplicadas continuamente sobre um corpo, sendo capaz de gerar nele, no mesmo tempo, a mesma quantidade de movimento que a esfera b possui. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 16 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 17 Certamente Newton operou de modo intuitivo nessa altura dos seus estudos mecânicos, tratando de proceder das forças instantâneas pelas quais os corpos interagem nas colisões para as forças contínuas, ou seja, aquelas forças cujos efeitos devem ser avaliados com respeito ao tempo em que agem sobre os corpos. Tudo isso indica que Newton ainda não tinha a mesma consciência das implicações desse procedimento analítico que demonstra ter alcançado nos seus trabalhos posteriores, tal como acontecerá ao desenvolver um método para passar das forças impulsivas para as forças continuas que obviamente constituiu a base da sua teoria dinâmica no Principia Mathematica (1687). Mas um dos aspectos de singular importância é o fato de que a partir do Waste Book o “modelo” dessas forças contínuas é, para Newton, a forca da gravidade (que aparecerá mais tarde no Principia), cujos efeitos sobre os corpos na superfície da Terra certamente ele aprendeu a medir na mesma época em que desenvolvia seus estudos sobre o conatus a centro. 1. OS PRIMEIROS ESTUDOS SOBRE A DINÂMICA DOS MOVIMENTOS CIRCULARES Enquanto trabalhava com os principais problemas mecânicos apresentados por Descartes, Newton tomou contato com as teorias astronômicas mais importantes de sua época, nas quais figuravam autores como Copérnico, Kepler e Galileu. Observando as notas manuscritas de um período pouco anterior ao dos seus estudos mecânicos, intitulados Questiones Quaedam Philosophicae, vê-se que ele se introduziu nos problemas astronômicos de sua época a partir das leituras que fez da Astronomia Carolina (1661) de Thomas Street. Na Astronomia, Street apresenta as hypotheses copernicanaea (termo usado no século XVII para referir ao sistema copernicano modificado no qual se aplicavam a Primeira e a Terceira Leis de Kepler) que Newton tomou conhecimento e pode, a partir dos dados da astronomia kepleriana, aplicar corretamente a “proporção sesquilátera” (2/3) entre os respectivos períodos de revolução e as distâncias médias dos planetas até o Sol, a ponto de afirmar, após o enunciado dessa proporção, que: Por exemplo, o período de revolução da Terra transformados em minutos de tempo sendo 525968½ e o de Marte, 989247½. Então, como o quadrado de 525968½ está para o quadrado de 989247½, assim também o cubo de 100000, a distância média da Terra, está para o cubo de 152369, a distancia média de Marte a partir do Sol. (McGUIERE eTAMNY, 1985, p. 362). - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 17 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 18 Todavia, por mais que a passagem acima se refira à Terceira lei de Kepler, ela deve ser considerada apenas dentro de um contexto astronômico e não conduzindo às conclusões sobre os movimentos circulares, algo que Newton realizará algum tempo depois quando derivar a lei do inverso do quadrado das distancias para o conatus a centro dos planetas. No Vellum Manuscript, texto produzido nos anos de 1665/6, Newton relaciona a forca da gravidade terrestre com os conatus a centro que surgem dos movimentos diurno e anual da Terra. Os resultados obtidos nesse período não são tão precisos, mas revelam o problema a partir do qual ele desenvolveu os primeiros cálculos astronômicos. A conclusão apresentada no Vellum é que a “força da gravidade” terrestre é 300 vezes maior que a “força centrífuga” originada pelo movimento diurno da Terra “como 1:300::vis a centro terrae: vim gravitatis.” (HERIVEL, 1965, p. 185). Tudo indica que esta foi uma tentativa de responder a um dos argumentos difundidos contra o sistema copernicano, mostrando que a rotação da Terra não lança os corpos no ar porque a força da gravidade, medida pela aceleração da queda dos corpos, é maior que a força que surge a partir da rotação (cf. WESTFALL, 1980, p. 150). Pouco tempo depois do Waste Book, Newton substitui o “tratamento poligonal” pelo “tratamento desviacional”, que resultou em um retorno ao sentido original do conatus a centro de Descartes, desvinculando, assim, suas investigações dos movimentos circulares das noções derivadas das colisões entre os corpos. Essa última conduta de Newton liga-se ao fato de que ele passou a considerar com maior freqüência as analogias entre o caráter continuo da “força da gravidade” e a ação do conatus a centro nos movimentos circulares uniformes (cf. HERIVEL, 1965, p. 12). Em um manuscrito (U.CL.MSAdd. 3958.5) composto algum tempo depois do Vellum Manuscript, o conatus a centro será medido pela distância DB [figura 03] entre a trajetória circular AD e a trajetória inercial pela qual o corpo se desviará do círculo ADEA, se se movesse livremente na tangente AB no mesmo tempo em que percorre AD. Esse conatus, pela extensão da lei do quadrado do tempo de Galileu para qualquer força que produz uma aceleração contínua, “se somente impelisse continuamente uma linha reta à maneira da gravidade, impeliria os corpos através de espaços que são como o quadrado dos tempos”. (Idem, p. 193). Então, para que possa ser determinado o conatus a centro em uma revolução completa, deve-se procurar a linha que esteja para o tempo de uma revolução completa - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 18 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 19 ADEA na mesma proporção em que a distância BD está para o tempo representado pelo arco AD, isto é, a distância x que satisfaz a seguinte proporção: x: ADEA2::BD:AD2 Pela Proposição 36 do Livro III dos Elementos de Euclides, temos que BE:BA::BA:BD E como a diferença entre BE e DE e entre BA e DA é suposta “ser infinitamente pequena”, então, DE:DA::DA:DB Logo, DA2 (ou DExDB): ADEA2::DB:ADEA2/DE A linha procurada é, portanto, “a terceira proporcional na razão da circunferência para o diâmetro”, isto é, (2πR)2/2R, ou, 2π2R. Figura 03. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 19 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 20 A essa demonstração segue o Corolário que possibilitou as tentativas mais bem sucedidas de Newton de aplicar os resultados alcançados aos movimentos circulares da Terra e da Lua: Daí os conatus a centris nos diversos círculos são como os diâmetros divididos pelos quadrados dos tempos de revolução, ou como os diâmetros multiplicados pelo [quadrado] número de revoluções feitas no mesmo tempo qualquer que seja este. (HERIVEL, 1965, p. 194). Newton deriva a regra do conatus a centro “D/T2” (onde D é a distância, e T o tempo) pela aplicação da lei do quadrado do tempo de Galileu para a distância que o corpo se move sob a ação de uma força constante; pois, se no tempo T de uma revolução completa, o conatus move um corpo à distância 2π2R, ele moverá o corpo à distância 2π2R/T2 numa unidade de tempo (Idem: 12, 198 nota 6). Inicialmente, nesse novo passo, Newton utilizará o resultado acima exposto numa tentativa de solucionar o problema que encontrou no Dialogo de Galileu3, calculando a distância que o conatus a centro no equador terrestre, provocado pelo movimento diurno da Terra, impeliria um corpo se fosse tanto quanto é o “esforço para aproximar-se do centro [da Terra] em virtude da gravidade” (conatus accedendi ad centrun virtute gravitates). Considerando que a unidade de tempo é um “dia periódico”, ou uma revolução completa da Terra, pela proposição provada anteriormente, o conatus a centro no equador terrestre impeliria um corpo por 2π2R, ou “19¾ semidiâmetros terrestre ou 69.087 milhas. Em uma hora, por 120 milhas; em um minuto, por 500/3 pés (1/30 milhas); em um segundo, 5/108 pés.” (HERIVEL, 1965, p. 194). Logo à frente, Newton comparará esse resultado com a medida da distância (16 pés por segundo) que realmente a “força da gravidade” (vis gravitatis) impele os corpos para baixo: “em torno de 350 vezes mais longe no mesmo tempo que o esforço a partir do centro”, e conclui que “a força da gravidade é muitas vezes maior, de tal modo que não permite que a Terra girando faça os corpos afastarem-se e lançarem-se no ar.” (Idem). 3 Newton tomou conhecimento de vários problemas apresentados por Galileu ao ler sua obra através da edição de Thomas Salusbury (The Systeme of the World in four Dialogues. By Galileus Galileus, 1661). Provavelmente essa foi a única obra de Galileu que ele conheceu antes de escrever o Principia (Cf. COHEN, 1980, p. 133 e p. 319 nota 11; WESTFALL, 1971, p. 47 nota 3). - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 20 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 21 O passo seguinte será comparar a forca da gravidade com o conatus da Lua para afastar- se a partir do centro da Terra. Tal relação é introduzida logo em seguida ao Corolário I onde enuncia a regra “D/T²”. Como o tempo de revolução completa da Lua é de “27 dias, 7 horas e 43 minutos, ou 27, 3216 dias (cujo quadrado será 746½)” e “está distante da Terra 59 a 60 semidiâmetros da Terra”, então, pela segunda parte do Corolário exposto há pouco (“os conatus... são... como os diâmetros multiplicados pelo [quadrado do] número de revoluções...”), a proporção entre “os conatus da Lua e da superfície da Terra para afastarem-se do centro da Terra” é: 60 x 1² ___________, 1 x 27, 3216² ou “60 para 746½”. Logo, considerando que o conatus no equador da Terra é 12½ (isto é, 746/60) vezes maior que o conatus da Lua e 350 vezes menor que a força da gravidade, a força da gravidade “é mais de 4000 vezes maior que o conatus da Lua para afastar-se do centro da Terra.” (HERIVEL, 1965, p. 194). Em seguida, Newton estabelece as proporções entre o conatus da Terra para afastar-se do Sol (devido ao seu movimento anual) e o conatus na superfície da Terra no equador (devido ao seu movimento diurno), e entre aquele e a gravidade na superfície da Terra. Ao calcular essas proporções, ele conclui: “Por fim, como nos Planetas primários os cubos das distâncias do Sol estão reciprocamente como o quadrado do número de revoluções num dado tempo: os esforcos [conatus] para afastarem-se do Sol estarão reciprocamente como o quadrado da distância a partir do Sol.” (HERIVEL,1965, p. 195). O raciocínio empregado acima considera que a Terceira Lei de Kepler implica a lei do inverso do quadrado da distância para os “esforços [dos Planetas] para afastarem-se do Sol”. Analisada a partir de um ponto de vista matemático, a implicação torna-se evidente, pois sendo C o conatus recedendi a centro, D a distância e T o período de revolução, então, se C D/T2 e T2 D3, logo C 1/D2. Comparado com o Principia Mathematica, os resultados alcançados por Newton aqui são bem significativos. O manuscrito citado há pouco (U.C.L.MS Add. 3958.5, folios 87, 89), que contém a regra “1/D2” para o conatus centrífugo, não traz qualquer referência a este respeito, mas - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 21 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 22 indiretamente nos leva a pensar que tais acontecimentos teriam ocorrido tão logo Newton encontrou essa regra. Como vimos, Newton inferiu através da regra “D/T2” que a “força da gravidade é mais de 4000 vezes [precisamente, 350 x 12 12 = 4375 vezes] maior que o conatus da Lua para afastar-se do centro da Terra”. Por outro lado, esse resultado é um tanto diferente do valor teórico fornecido pela regra “1/D2”, ou seja, que a razão entre o conatus da Lua e a força da gravidade na superfície da terra é a razão inversa do quadrado da distância da ua ao centro da Terra para o quadrado do raio da Terra. Assumindo que a distância entre a Lua e o centro da Terra é igual a 60 raios da Terra, a força da gravidade é 3600 vezes maior que o conatus centrífugo da Lua. Portanto,uma diferença de aproximadamente 25% em relação ao resultado anterior. Essa diferença deveu-se ao fato de Newton ter assumido o valor de 3500 milhas italianas para o raio da Terra. Mas, se tomarmos essa medida como sendo de 4000 milhas (inglesas), pela regra “2π2R” teremos que o conatus centrífugo na superfície da Terra será 286,72 vezes maior que a força da gravidade. Então, a força da gravidade será 3584 vezes maior que o conatus centrífugo da Lua. Algo que se aproxima bastante do valor teórico de 3600 vezes. No entanto, Newton não percebeu imediatamente o erro que cometera nem há qualquer evidência no manuscrito supracitado de que ele tenha feito essa “comparação” dos resultados obtidos pelas duas regras e, portanto, constatado a diferença entre eles. Todos esses fatos fornecem indícios de que Newton, nessa época, não poderia jamais ter cogitado a idéia de uma “força” (centrípeta, atrativa) agindo sobre a Lua e continuamente equilibrando com sua tendência centrífuga. É somente após suas correspondências com Robert Hooke (1679/80) que surgem em seus escritos as primeiras referências a forças centrais atrativas, mas, antes disso, qualquer referência sobre as forças centrais não ultrapassam os limites conceituais do conatus recedendi a centro de Descartes. Nesse sentido, a “comparação” feita no manuscrito analisado acima não é exatamente entre “a força necessária para manter a Lua em sua órbita” e a forca da gravidade na superfície da Terra, mas entre esta e o conatus da Lua para afastar-se do centro da Terra. A própria derivação da regra “1/D2” indica que ela se aplicava apenas aos efeitos dos conatus a centro nos movimentos circulares dos planetas. E mesmo considerando que Newton, ao estendê-la para o conatus centrífugo da Lua, constatou a diferença com o cálculo feito anteriormente, nada indicaria que ele passou a considerar que outra causa além da gravidade seria a responsável pela manutenção da Lua em sua órbita, mesmo porque tal - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 22 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 23 questão nem tinha sido colocada em suas investigações astronômicas dessa época. A simples referência aos vortices de Descartes fornece dados importantes para deixarmos de acreditar em qualquer possibilidade de Newton ter em mente uma noção próxima do conceito de gravitação universal que postulará no Principia Mathematica. 2. TEMPO, ESPAÇO E REFERÊNCIAS Conforme Isaac Newton afirma em seu livro Princípios Matemáticos da Filosofia Natural: "tempo, espaço, lugar e movimento são palavras conhecidas de todos. Há de se observar contudo que o leigo só concebe estas quantidades partindo da relação que guardam com as coisas observáveis". Espaço é uma região tridimensional estacionária, na qual os objetos existem e se movem com respeito uns aos outros, de maneira que não existe nenhuma interação entre o espaço e os objetos. Cada objeto existe como um "ponto" particular no espaço e no tempo. Um objeto em movimento no espaço, experimenta uma mudança contínua da sua posição com o tempo. 2.1 O TEMPO A Terra gira em torno de seu próprio eixo. Esse movimento é chamado de ROTAÇÃO e dura aproximadamente 24 horas. Portanto, durante mais ou menos 12 horas, o hemisfério ocidental, onde está o Brasil, fica virado para o lado do Sol; e, durante as outras 12 horas, volta-se para o lado escuro. A partir deste movimento é que surge o DIA e a NOITE. Meridianos e paralelos Meridianos são linhas imaginárias que cortam o globo terrestre, longitudinalmente, ou seja, de cima para baixo. O ponto inicial para contagem da longitude fica em Greenwich, na Inglaterra. Um meridiano tem a longitude fixa e varia em latitude. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 23 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 24 Paralelos são linhas imaginárias que cortam o globo terrestre, transversalmente, ou seja, de lado. Um paralelo tem a latitude fixa e varia em longitude. O ponto inicial para contagem da latitude é a linha do Equador, que divide a Terra ao meio em hemisférios sul e norte. O cruzamento entre latitude e longitude pode determinar a localização de qualquer objeto no planeta. Considerando-se que uma volta completa da Terra equivale a 24 horas e 360 graus, podemos dizer que cada 15 graus equivalem à passagem de 1 hora. Assim, as variações horárias no globo podem ajudar a determinar a longitude de determinado lugar no globo, medida importantíssima, por exemplo, para a navegação marítima. 2.2 O DESENVOLVIMENTO DOS RELÓGIOS Relógio de sol Desde remotos tempos, o homem percebeu que o Sol criava as sombras dos objetos e que, ao longo do dia, o tamanho destas variava. Em um primeiro momento, o homem primitivo usou sua própria sombra para estimar as horas (sombras moventes). Logo depois, percebeu que podia fazer essa estimativa através de uma vareta fincada no chão na posição vertical. Estava criado o pai de todos os relógios de sol, o famoso gnômon. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 24 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 25 Relógio de sol em Tangarog, Rússia. - Foto: Alexandre Mirgorodski. Relógio de sol em Saint Rémy, França. Através da sombra projetada pelo gnômon, pode-se observar seu movimento durante o dia: ao amanhecer, a sombra está bem longa, ao meio-dia atinge seu tamanho mínimo e, ao entardecer, volta a alongar-se. Associando-se o movimento da sombra com o passar do tempo durante o dia, podia-se saber quanto tempo de luz ainda restava antes de chegar o anoitecer. Assim o homem primitivo deu origem ao relógio de sol e à contagem do tempo. Relógio de Sol convento em João Pessoa (PB). - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 25 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 26 Clepsidra Junto com o relógio de sol, a clepsidra (do grego kleptein, roubar, e hydor, água) ou relógio de água foi um dos primeiros sistemas criados pelo homem para medir o tempo. Uma das vantagens em relação ao relógio de sol é que a clepsidra permite a medição do tempo à noite! Um relógio de água básico constitui-se de dois recipientes marcados com escalas convencionadas de tempo. O líquido escorre de um pote para outro, permitindo que se meça o tempo de forma mais ou menos preciso. As clepsidras eram usadas em tribunais, nos lares e em processos científicos. Alguns dos relógios de água mais antigos foram encontradas no Egito, na Grécia e na China. Há indícios de que os chineses já conheciam a clepsidra em 2679 a.c. Ampulheta Também chamado de “relógio de areia”, acredita-se que a ampulheta foi inventada no século VIII, por um monge francês chamado Luipraud, para substituir a clepsidra (relógio de água) nos meses de inverno, quando a água congelava! As primeiras ampulhetas eram feitas de areia. Mas esta era muito abrasiva e acabava por aumentar o diâmetro do furo por onde passava, desregulando o instrumento. Resolveu-se então substituir a areia por pó de casca de ovo. Relógios mecânicos No século XVII, Galileu Galilei estabeleceu as leis do pêndulo e viu nesse instrumento a possibilidade de utilizá-lo como medidor de tempo. Galileu observou que, mesmo que o movimento dopêndulo mudasse de amplitude, o tempo de oscilação permanecia sempre o mesmo. Descobriu, assim, uma maneira isocrônica (regular) inédita de se medir fenômenos com precisão de segundos. Em 1656, o holandês Christian Huygens construiu o primeiro relógio mecânico baseado no modelo pendular de Galileu. O primeiro relógio de Huygens tinha uma margem de erro de 1 minuto por dia – uma insignificância para os padrões da época. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 26 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 27 Reprodução de relógio projetado por Galileu em 1641 Relógios elétricos e outros Os relógios elétricos seguem o mesmo princípio pendular de Galileu, baseando-se nas vibrações de um diapasão e nas oscilações de um circuito elétrico. Um relógio elétrico atual tem precisão parecida com a do relógio mecânico inventado por um carpinteiro inglês chamado John Harrison. Ele venceu um concurso promovido pelo governo inglês, em 1714, com um cronômetro marítimo que tinha margem de erro de 1 segundo por mês! - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 27 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 28 Seu feito foi muito importante, já que, na época, um relógio à base de movimentos pendulares não conseguia ser muito preciso em alto-mar devido ao balanço dos navios. A precisão do relógio de Harrison significou um grande progresso para a navegação mundial. Com os instrumentos da época, era muito mais fácil medir a latitude do que a longitude de um lugar, o que dificultava a determinação da posição, por exemplo, de um navio no mar. Graças ao relógio de Harrison, tornou-se possível medir a longitude mais acuradamente. Funcionava assim: acertava-se o relógio segundo a hora de Greenwich (hora zero); a bordo, esperava-se o meio-dia, quando o cálculo horário do relógio de sol é muito preciso, e comparava- se a hora marcada por este com a hora padrão de Greenwich. Cada hora a mais ou a menos em relação ao horário de Greenwich significava uma diferença de 15 graus de longitude. Além dos relógios mecânicos e elétricos, outro tipo bastante comum atualmente é o relógio de quartzo, que se baseia na oscilação de um cristal do minério submetido a uma corrente elétrica. Os mais precisos mecanismos existentes, no entanto, são os relógios atômicos, cuja margem de erro é de 1 segundo a cada 30 mil anos! O primeiro relógio atômico, construído em 1949 pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST, na sigla em inglês), nos EUA. 13. Construindo um relógio de sol Você vai precisar de: • Um pedaço de madeira de 2 cm de espessura e 1m de lado • Uma haste de ferro ou de madeira de cerca de 15 cm de altura e 1,5 cm de espessura • Um esquadro • Uma régua • Um lápis • Um caderno - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 28 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 29 Em um lugar onde haja boa incidência de sol, posicione a base de madeira. Encaixe ou cole a haste (gnômon) no centro do apoio de madeira. Com a ajuda do esquadro, verifique se a haste está perpendicular à base. De hora em hora, marque, na base, o ponto onde está a sombra formada pela haste e a hora equivalente àquele instante. Depois de 12 horas, use uma régua para traçar retas que interliguem o centro (haste) e os pontos demarcados. Você pode ainda observar as variações das sombras no decorrer do ano. Para isso, escolha um dia de cada mês e anote as diferenças que você perceber, mantendo um relatório em um caderno. 2.3 ESPAÇO E REFERENCIAIS Na Física Clássica o espaço imutável e estático, é chamado euclidiano, porque pode ser mapeado através de três números ou coordenadas: latitude, longitude e altitude (ou cota), ou mais matematicamente, coordenadas ( x, y, z ). O movimento de um objeto é analisado no espaço relativo, porque medimos as posições em instantes de tempo conhecidos. Como já concluía Newton: "... as partes do espaço não podem ser vistas ou distinguidas entre si, por nossos sentidos, por isto em seu lugar usamos medidas observáveis dele... Assim, em lugar de posições e movimentos absolutos, usamos relativos... Por isso pode ser que não existam corpos realmente em repouso, em relação aos quais possamos referir as posições e os movimentos dos outros corpos". - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 29 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 30 Outro conceito que se faz necessário é aquele de sistema de referência. Em geral quando observamos o movimento dos corpos, este é relacionado a algum "ponto" ou algum "outro objeto". É o sistema de referência, em relação ao qual determinamos se um corpo está em movimento ou está em repouso (entendido aqui como ausência de movimento). A propósito, entenderemos o movimento como a mudança de posição de um objeto (móvel) no tempo, com respeito ao referencial. Este ainda pode ser entendido como uniforme ou constante, e variado ou acelerado. Estas conceituações se farão com mais propriedade posteriormente. Definimos um referencial inercial como aquele que é fixo, no tempo e no espaço, por exemplo, as estrelas duplas, distantes da Terra. Também se o movimento de um móvel é uniforme (constante), ele pode ser considerado um referencial inercial. Podem existir referenciais não-inerciais, quando estes estão em movimento acelerado. Lembre-se: a Terra não é um referencial inercial! Como espaço e tempo são trabalhados de modo relativo, nós medimos para um objeto apenas o intervalo de tempo entre duas posições sucessivas no tempo, chamando a sua diferença de deslocamento, que também é uma grandeza física vetorial. O símbolo grego "Δ" representa matematicamente "diferença”, "variação", e quando associado ao símbolo representativo de uma grandeza física qualquer, significará a variação desta mesma grandeza física. Ao observarmos o movimento dos corpos, sendo o espaço euclidiano, podemos associar ao mesmo uma trajetória, que seria o conjunto de pontos do espaço sucessivamente ocupados pelo móvel, no tempo. A trajetória pode ter várias formas, sendo linear quando descrita ao longo de uma reta; curva quando tem-se pelo menos duas dimensões, e qualquer (tridimensional). Os corpos em interação no tempo e no espaço têm as suas dimensões e formas próprias, e estas são comparadas entre si, quando nas suas interações. Um corpo ou objeto será considerado "partícula" quando suas dimensões são pequenas comparadas com as dimensões do referencial ou do outro objeto com o qual esteja interagindo. Geralmente um corpo de massa m será considerado uma partícula quando comparado com outro de dimensões muito maiores, e massa M. A Terra e o Sol, em função das distâncias entre eles, são ambos considerados partículas. O comprimento de um automóvel, quando comparado com comprimento de um trem, pode torná-lo uma partícula. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 30 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 31 Características do movimento A caracterização de um movimento se dá pela sua continuidade, uniformidade ou variação. Em consequência, definimos algumasgrandezas físicas, qualquer quantidade mensurável ou medida, para caracterizar o movimento. A primeira grandeza física que caracteriza um movimento uniforme é a velocidade média de um móvel, definida como a razão entre a deslocamento realizado num determinado intervalo de tempo, e este intervalo de tempo. Dizemos que um movimento é retilíneo uniforme, quando em trajetória retilínea, o móvel percorre espaços iguais em intervalos de tempos iguais, sendo a sua velocidade média, constante. Do ponto de vista da análise dimensional, a velocidade é dada em unidades de [m/s] no SI. Sendo o movimento uniforme, com velocidade constante, isto significa que a cada instante a sua velocidade média é a mesma. Portanto, a partir de condições iniciais de tempo e espaço, podemos encontrar a posição do móvel em qualquer instante, pela expressão: X = X0 + vt (relação linear), onde, X0 é a posição com respeito ao referencial, no instante inicial t0 = 0. Lembre-se, sempre começamos a contar o tempo a partir do "zero". Além disso, a expressão acima leva em consideração apenas uma única dimensão, ou direção, o movimento sendo unidimensional. Entretanto, o conceito pode ser expresso do ponto de vista tridimensional, caracterizando-se mais propriamente a propriedade vetorial das grandezas físicas velocidade e posição. A segunda grandeza física, que caracteriza um movimento variado, ou acelerado, uniformemente ou não, é a aceleração média, definida como a razão entre a variação de velocidade do móvel em um intervalo de tempo, e este intervalo de tempo. Dizemos que um movimento é uniformemente acelerado quando a sua aceleração é constante. Do ponto de vista da análise dimensional, a aceleração é dada em unidades de [m/s2] no SI. Sendo o movimento uniformemente acelerado aquele no qual a aceleração é constante, isto significa que a cada instante, a aceleração média é a mesma. Então, a partir de condições iniciais de tempo e espaço, podemos encontrar a velocidade da partícula ou do corpo, em qualquer instante, pela expressão: - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 31 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 32 V = V0 + a t (relação linear), onde, V0 é a velocidade no instante inicial, ou seja, no instante em que começamos a contar os tempos, visto que o mesmo sempre é contado a partir do "zero". Aqui consideramos o movimento sendo unidimensional, apenas uma dimensão ou direção. Entretanto o conceito não perde a sua característica de propriedade vetorial, com respeito as grandezas físicas aceleração e velocidade. Há que se considerar a direção da velocidade e da aceleração. Se as duas tem o mesmo sentido e direção, estaremos tratando de um movimento uniformemente acelerado, ou seja, a velocidade cresce uniformemente com o tempo t. Se as duas tem sentidos contrários, dizemos ter um movimento uniformemente retardado, neste caso, a velocidade decresce uniformemente com o tempo t. Uma terceira grandeza física caracterizando o movimento é a força, representativa da interação entre os corpos, ou agindo sobre os corpos, visto que as forças externas atuantes são as causas em si do movimento. Entretanto, a sua definição formal deixaremos para quando do estabelecimento das leis do movimento de Newton. O campo da Física que trata do movimento dos corpos, sem identificar as causas dos mesmos, é a Cinemática. Já a Dinâmica tenta estabelecer as leis do movimento, conforme as forças atuantes entre os corpos. Desde já indicamos diferenças entre a Física clássica ou newtoniana, e a Física relativista ou einsteniana, com respeito ao espaço e ao tempo. As distâncias medidas no espaço e no tempo, na Física clássica, não estão correlacionadas, são independentes entre si. Estejamos parados, ou andando, ou dentro de um móvel, o tempo registrado pelo relógio é sempre o mesmo. Na Física relativista, tem-se a contração do espaço e a dilatação do tempo. Na Mecânica newtoniana, o espaço é euclidiano, sendo o tempo independente; o espaço é plano, independentemente dos objetos e interações. Na Relatividade Geral, o espaço é deformável, é curvo, com configurações complexas, de acordo com os objetos e as interações presentes. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 32 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 33 UNIDADE III – ALGUNS CONCEITOS DA FÍSICA MODERNA Até o início do século XX, a luz e seus fenômenos eram explicados de acordo com a teoria ondulatória. Ou seja, luz era uma onda. Mas alguns fenômenos que foram aparecendo não podiam ser explicados por essa teoria. Algo estava errado... Um desses fenômenos era a radiação que os corpos aquecidos emitem naturalmente. Isso preocupava os físicos da época. Mas em 1900, o físico alemão Max Planck sugeriu que a energia emitida pelos corpos vinha em “pacotes”, com valores discretos, ou seja, não poderia ser qualquer valor. Isso revolucionou a física. As leis de Newton e do eletromagnetismo já não explicavam tudo, principalmente o mundo do muito pequeno. Era necessária outra teoria. Nascia, então, a Física Quântica. A ideia básica é a da quantização da energia: A energia emitida pelos corpos (ondas eletromagnéticas) não pode ter qualquer valor. Apenas algumas energias são permitidas. Veremos o átomo de Bohr para entendermos isso: - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 33 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 34 Nessa explicação do átomo de hidrogênio (postulados de Bohr): • Os elétrons podem ocupar apenas posições definidas (órbitas), com energias definidas para cada órbita; • Em cada órbita, o elétron não emite radiação, apesar de estar acelerado; • Quando chega uma radiação no elétron, ele poderá passar para uma órbita mais energética (afastada), se a energia da radiação for exatamente a diferença das energias das órbitas; • Quando o elétron decai para uma órbita menos energética, ele emite uma radiação com energia equivalente à diferença das energias das órbitas. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 34 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 35 1. O EFEITO FOTOELÉTRICO Albert Einstein, físico alemão, em 1905 divulgou cinco artigos que revolucionaram o mundo. Dois eram sobre a Teoria da Relatividade Restrita, um era sobre moléculas e sólidos, um sobre Movimento Browniano e o outro era sobre o Efeito Fotoelétrico. O efeito consiste no seguinte: radiação com uma certa frequência incide numa placa metálica e consegue arrancar alguns elétrons livres, que são ejetados instantaneamente da placa. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 35 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 36 Esse fenômeno só pode ser explicado pela teoria corpuscular da luz, sugerida por Einstein, na qual a luz (e todas as o.e.m.) são constituídas de “partículas” sem massa, chamadas de FÓTONS. São os quanta de luz. A energia de um fóton é definida e vale: E=hf 2. A FÍSICA NUCLEAR Z = número de prótons A = número de massa N = númerode nêutrons A = Z + N Isótopos = mesmo Z Isóbaros = mesmo A Isótonos = mesmo N - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 36 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 37 3. A EQUIVALÊNCIA MASSA-ENERGIA Pela teoria da relatividade de Einstein, massa pode se transformar em energia. Nas reações nucleares, o número de massa e a carga se conservam, mas a massa dos reagentes é maior do que as massas dos produtos. Essa massa perdida se transforma em energia liberada. E = mc² Entidades emitidas em reações nucleares e em átomos radioativos: Partícula Alfa: núcleo de hélio Partícula Beta: elétron de alta energia Radiação gama: onda eletromagnética de alta frequência. De acordo com publicações da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/radioatividade/nuclearconc.html>, acesso em: 11 nov. 2011, o modelo atômico operacionalmente mais simples é aquele em que o núcleo, constituído por prótons e nêutrons, é envolvido por camadas de elétrons. O que vamos discutir aqui se refere apenas ao núcleo e aos fenômenos pertinentes a ele. Dada a complexidade do assunto, vários conceitos serão introduzidos arbitrariamente, sem uma explicação mais detalhada. O número de prótons é sempre igual ao de elétrons, e define o número atômico, Z, do elemento em questão. Assim, o hidrogênio, cujo número atômico é Z=1, possui um próton no núcleo. O próximo elemento na tabela periódica é o hélio, com Z=2. Para satisfazer condições de - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 37 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 38 equilíbrio, este núcleo possui 2 nêutrons. A propósito, a existência de nêutrons no núcleo sempre se justifica pela satisfação de uma ou outra condição de equilíbrio. Quando alguma dessas condições é violada, ocorrem fenômenos conhecidos como decaimento nuclear. Usualmente o número de nêutrons é representado por N, e a soma N+Z (prótons + nêutrons) conhecida como número de massa, é representada por A. Um fato muito comum é a existência de núcleos com mesmo número atômico, Z, e diferentes números de massa. Tais núcleos são conhecidos pela denominação isótopo. A descoberta dos isótopos permitiu a compreensão de um resultado muito curioso, isto é, a massa nuclear não corresponde à soma das massas dos nucleons (prótons e nêutrons). A verdade é que, aquilo que conhecemos como elemento químico é constituído de diversos isótopos. Por exemplo, 75% do cloro natural é constituído de 17 prótons e 18 nêutrons, e 25% contém 17 prótons e 20 nêutrons. Esta composição resulta numa massa igual 35.45. Uma notação frequentemente adotada para designar determinado núcleo, é a seguinte: ZXA. Nessa notação, o cloro 37 é designado como 17Cl37. Qualquer elemento químico apresenta mais de um isótopo, mas muitos desses são muito instáveis, dificultando sua observação, ou produção. Existem duas formas básicas de se identicar um isótopo: (a) pela sua massa; (b) pelas características das suas radiações. 4. DIMENSÕES NUCLEARES A experiência de Rutherford originou o modelo atômico mencionado no início deste capítulo, e que foi sistematizado por Bohr. O modelo anterior, proposto por Thomson, consistia numa mistura homogênea de prótons e elétrons. Esse modelo passou a ser conhecido como modelo do pudim de ameixa. Os prótons representavam o pudim, e os elétrons eram as ameixas. Em diversas pesquisas encontramos um ponto pacífico entre os autores, no que diz respeito ao tema, onde, afirma-se que, a contração de comprimento dada pela equação IV pode ser percebida por meio de medidas. No entanto, o aspecto visual é outra coisa. A imagem formada na retina de um observador (ou no filme de uma máquina fotográfica) é constituída de raios de luz que chegam praticamente ao mesmo tempo na retina (ou no filme), mas partiram do - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 38 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 39 objeto em momentos diferentes. A consequência disso é que a imagem vista (ou fotografada) é levemente distorcida. Na figura a mostramos um cubo em repouso. Quando esse cubo se move para a direita com velocidade próxima de c, a imagem observada tem o aspecto da figura b, como mostra uma simulação feita em computador. Entre 1908 e 1911, Rutherford4 fez os experimentos que hoje conhecemos como espalhamento de Rutherford. Ele lançou partículas alfa contra folhas finíssimas de vários metais pesados, incluindo ouro, e observou alguns resultados muito estranhos. Várias partículas eram espalhadas em ângulos enormes, e algumas eram até espalhadas para trás. Por tudo que se sabia da teoria eletromagnética, e se o modelo de Thomson fosse verdadeiro, os desvios das partículas a deveriam ser bem menores, como na animação abaixo. A partir do espalhamento dessas partículas, Rutherford estimou o raio nuclear, considerando que este é aproximadamente igual à distância mais próxima ao núcleo, atingida pela partícula a. Vejamos como se faz este cálculo. A partícula tem energia cinética Ec=7.7 Mev. Quando esta partícula é lançada frontalmente contra o núcleo, a interação Coulombiana faz com que sua energia cinética seja transformada em energia potencial eletrostática. Quando toda a energia cinética é transformada em energia potencial, a partícula chega à distância mais próxima, e para. Nesse momento: Ec=(1/4pe0) (2Ze2/r0). 4 Disponível em:<www.cefetrn.br/~zanoni/arquivos_medio/moderna/Teoria_da_Relatividade_apostila_atomico.doc>. - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 39 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 40 Utilizando os valores numéricos conhecidos (1/4pe0 =9x109 Nm/C2; e=1.6x10-19 C), obtém-se: r0=3x10-14 m. Portanto, o raio do núcleo de ouro deve ser menor do que 3x10-14 m, isto é, menos do que 1/10000 do raio atômico. É razoável esperar que o volume nuclear seja proporcional ao número de massa. Assim, considerando o núcleo como uma esfera de raio R, tem-se: R=R0A1/3, Onde: R0=1.2x10-15 m. Para o ouro, A=197, tem-se R=7x10-15m. Com esta dimensão, resulta que a densidade da matéria nuclear é da ordem de 2x1017 kg/m3. As dimensões nucleares são mais convenientemente descritas através de uma nova unidade, denominada fermi ou fentômetro (fm), definida por 1 fm = 10-15 m. 5. ENERGIA DE LIGAÇÃO A tabela abaixo apresenta as massas de 5 núcleosos leves e do nêutron: nome símbolo massa (amu) Próton 1H1 1.007825 Nêutron 0n1 1.008665 Dêuteron 1H2 2.014102 Trítio 1H3 3.016049 Hélio 3 2He3 3.016030 Partícula alfa 2He4 4.002604 A abreviatura amu vem do inglês atomic mass units, unidades de massa atômica, que é definida como 1/12 da massa do isótopo 6C12, i.e., 1 amu = 1.66x10-27 kg . - 0800 282 8812 | 75 3604.9950 - FAT Pró Saber - www.fatprosaber.com.br - 40 Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 41 Se o dêuteron contém 1 próton e 1
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