Fichamento MINAYO, . Pesquisa Social teoria, método e criatividade.

Prévia do material em texto

FICHAMENTO
	OBRA: Pesquisa Social Teoria, método e criatividade. Por: Maria Cecília de Souza Minayo (Organizadora); Suely Ferreira Deslandes e Romeu Gomes. Editora Vozes.
	TEMA PRINCIPAL: Esse livro como é mencionado pelos autores, é uma versão revisada de Pesquisa Social em sua 25ª edição. Nele encontramos ingredientes ricos que foram bem combinados, teoria, método e criatividade, elementos que oferecem ao leitor adentrar no universo das abordagens qualitativas para uma investigação social. Argumenta sobre alguns conceitos sobre ciência e conhecimento, procurando especificar a ideia de ciências humanas e sociais das ciências naturais.
	CITAÇÕES: “as orientações começam num movimento de grande abertura colocando você, jovem pesquisador, no universo do debate acadêmico sobre a descoberta científica e, em seguida, focalizam a pesquisa social e todas as estratégias de sua aplicação metodológica. Dada a peculiaridade dos instrumentos de abordagem qualitativa em pesquisa social, julgamos conveniente nos deter com mais profundidade sobre eles, remetendo o estudo das técnicas de pesquisa qualitativa para outro livro.” (p.8)
	PONTOS IMPORTANTES: Essa primeira parte do livro está relacionada às questões sobre a Ciência e a Cientificidade. A autora afirma que sempre houve uma preocupação da parte do homem com o conhecimento sobre a realidade, sabendo que tradicionalmente o homem usou da religião, filosofia, arte para obter mais conhecimentos, e a ciência era vista como mais um instrumento nessa procura sobre o que seria a realidade. Existiam muitas perguntas sobre alguns problemas como: a pobreza, a miséria, fome, violência, assuntos que a ciência não sabia como explicar. A ciência se instituiu como soberana por decifrar questões técnicas que através de conceitos, métodos e técnicas ajudaram a compreender o mundo, os fenômenos, os processos e as relações. 
	CITAÇÕES: “Do ponto de vista antropológico, podemos dizer que sempre existiu preocupação do homo sapiens com o conhecimento da realidade. As tribos primitivas, através dos mitos, explicaram e explicam os fenômenos que cercam a vida e a morte, o lugar dos indivíduos na organização social, seus mecanismos de poder, controle e reprodução.” (p.9)
	PONTOS IMPORTANTES: A pesquisa é uma atividade prática e teórica, que está associada ao pensamento e a ação. Qualquer dúvida se leva a uma pesquisa para uma resposta, e para que seja respondida, esclarecida é comum que procuremos por pesquisas realizadas por outros, com conhecimentos anteriores e/ou criemos novos. Normalmente esses conhecimentos anteriores são realizados por estudiosos, chamamos de teoria o saber pesquisado por eles, foi construído para que futuros pesquisadores possam compreender e criar novos referenciais, a teoria é produzida para assimilar ou explicar um fenômeno causado pela investigação de alguma dúvida.
	CITAÇÕES: “Toda investigação se inicia por uma questão, por um problema, por uma pergunta, por uma dúvida. A resposta a esse movimento do pensamento geralmente se vincula a conhecimentos anteriores ou demanda a criação de novos referenciais.” (p.16)
	PONTOS IMPORTANTES: São abordadas questões sobre a pesquisa qualitativa e quantitativa, os autores destacam mais a qualitativa. O objeto desse tipo de pesquisa discute questões que não são quantificadas. A diferença entre essas pesquisas está na natureza de cada uma, não deveria existir uma hierarquia. Existem algumas correntes de pensamentos: (O positivismo que para explicar a realidade utiliza de conceitos filosóficos e matemáticos; A objetividade que defende que o método quantitativo seja suficiente para entender a realidade social; O compreensivismo que acredita que a subjetividade é o fundamento da vida social; E o marxismo que quase não acredita em suas análises os valores, as crenças, significados e subjetividades), a autora critica essas teorias pelo fato de nenhuma delas conseguir explicar a realidade.
 
	CITAÇÕES: “O universo da produção humana que pode ser resumido no mundo das relações, das representações e da intencionalidade e é objeto da pesquisa qualitativa dificilmente pode ser traduzido em números e indicadores quantitativos. Por isso não existe um continuum entre abordagens quantitativas e qualitativas, como muita gente propõe, colocando uma hierarquia em que as pesquisas quantitativas ocupariam um primeiro lugar, sendo “objetivas e científicas.”(p.21)
	
	
	PONTOS IMPORTANTES: A autora pontua o modo como devemos fazer para realizar uma pesquisa efetiva, mostrando gradativamente tudo que envolve para que um projeto de pesquisa seja realizado com êxito. Esse projeto estabelece uma condensação de “múltiplos esforços intelectuais que se contrapõe e se complementam: de abstração teórico-conceitual e de conexão com a realidade empírica, de exaustividade e síntese, de inclusões e recortes, e, sobretudo de rigor e criatividade.” Ela aponta como sendo um artefato o que é construído artesanalmente por um artista através do trabalho intelectual. 
	CITAÇÕES: “Um projeto é fruto de um trabalho vivo do pesquisador. Para isso, ele vai precisar articular informações e conhecimentos disponíveis (um amplo conjunto de saberes e técnicas), usar certas tecnologias (o uso de internet ou de certos programas, por ex.), empregar sua imaginação e emprestar seu corpo ao esforço de realizar a tarefa.” (p. 31)
	PONTOS IMPORTANTES: Tem grande importância a elaboração de um projeto de pesquisa. A elaboração do mesmo inicia como um documento que o pesquisador descreve parte de suas dúvidas para a pesquisa na qual irá desenvolver. Assim que o problema de pesquisa esteja claro para o pesquisador, ele deve procurar mais sobre a literatura do tema escolhido, construir uma metodologia que direcione seu trabalho de campo, fazer uma revisão nas questões bibliográficas. 
 A estruturação de um projeto é necessária seja por razões metodológicas e/ou institucionais. Um bom projeto pode ser um grande encargo para que possa solicitar um aporte para a pesquisa. Ter uma organização nas informações já obtidas e sobre ações futuras, pode ajudar e acelerar no alcance do objetivo da pesquisa. 
	CITAÇÕES: “Fazemos um projeto de pesquisa, sobretudo, para esclarecer a nós mesmos qual a questão que estamos propondo investigar, as definições teóricas de suporte e as estratégias do estudo que utilizaremos (o que pesquisar, como e por quanto tempo etc.)”
Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. Esse livro nos leva para o universo de discussões em relação à pesquisa social. Nele ainda encontramos diversos pontos para que a elaboração de um objeto de pesquisa seja completa. Há uma grande argumentação sobre a pesquisa social em variados sentidos, discute os conceitos de ciência e conhecimento procurando distinguir os conceitos de ciências humanas e sociais das ciências naturais. A composição presente nos textos do livro, são a respeito da pesquisa social, priorizando a pesquisa qualitativa, que é visto como um grande amparo para conduzir todo processo investigativo, visto que por outro ângulo, eles expõem passo a passo de como seria essa investigação.
O assunto abordado nos tópicos de cada capítulo é algo muito interessante, pois refere-se às etapas do processo investigativo no qual todo pesquisador deveria seguir. 
No primeiro capítulo Minayo explica os conflitos entre a cientificidade das ciências sociais com relação às ciências da natureza. O fato de que para considerar algo científico tinha que conter dados qualitativos com um grau elevado de objetividade, essa era uma questão bem difícil na pesquisa social, pois ela trabalha com relações humanas, classe que o próprio pesquisador faz parte. Existe uma indagação sobre como a ciência é um dos fatores que trazem respostas para muitas inquietações e constroem abordagens através de resultados obtidos pela realização dos métodos, envolvendo a técnica e a lógica, que originou na criação de teorias. 
Algumas das técnicas científicas condizem com a cientificidade, mas, por outro lado não utilizamde técnicas quantitativas, as numéricas para formularem suas respostas, por isso existe uma discordância entre alguns estudiosos que não se conformam em colocar a pesquisa social nessa categoria, não considerando a lógica qualitativa. Devido a muitas contradições, a autora defende a historicidade e o valor que tem a pesquisa social ao considerar a identidade dos sujeitos e dos objetos e da imparcialidade da ciência expondo aspectos ideológicos envolvidos na realidade tratada.
Existe um debate sobre a pesquisa qualitativa, a discordância nos estudos estimativos cresce evidenciando significados importantíssimos. Motivação, valores, e outros significados do nosso cotidiano, entram em um conjunto essencial no pensamento da autora. Por isso qualidade e quantidade são relevantes em um contexto geral. Conceitos são tratados sobre essa ligação e se completam como o marxismo e o compreensivismo.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 25ª Edição. Editora Vozes. Petrópolis, 2007.
Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG/Unidade de Carangola
Praça dos Estudantes, 23 Bairro Santa Emília - Carangola - Minas Gerais - 36800-000
(032) 3741 -1969 - e:mail: cfafile@carangola.br
site: www.carangola.br