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Aula: Calor e Primeira Lei da Termodinâmica Profª Laís Costa Alves Licenciada em Física (IFMA) Mestra em Ciência dos Materiais (UFMA) Imperatriz– MA Setembro-2020 Nesta aula... 1. Introdução 1.1 O estudo da termodinâmica 2. Calor 2.1 Calor sensível 2.2 Calor latente 2.3 Capacidade térmica 2.4 Calorímetro 2.5 Trocas de calor 3. Primeira Lei da Termodinâmica 3.1 Trabalho realizado por um gás 3.2 Trabalho realizado sobre um gás 3.3 Energia interna 3.4 Processos termodinâmicos 4. Segunda Lei da Termodinâmica 5. Resumo 6. Referências 2 Introdução Termodinâmica Estudo da energia térmica (energia interna) dos sistemas; Temperatura; Aplicação na ciência e na tecnologia. 2. Calor Imagem: Valo / Creative Commons Atribuição 2.5 Genérica Calor é a energia transferida de um sistema para o ambiente ou do ambiente para o sistema devido a diferença de temperatura . ENERGIA TÉRMICA EM MOVIMENTO. Obs.: O Calor SEMPRE flui espontaneamente do corpo de MAIOR temperatura para o corpo de MENOR temperatura. T1 T2 T1 > T2 2. Unidades de Calor T1 T2 2.1 Calor Sensível Quantidade de calor que produz variação apenas na temperatura de um corpo e não a sua mudança de fase. 𝑸𝑺 = 𝒎 ∙ 𝒄 ∙ ∆𝑻 Descrito por: Equação Fundamental da Calorimetria A Quantidade de Calor Sensível (QS) é DIRETAMENTE PROPORCIONAL 1. Massa (m) do corpo Quanto maior a massa do corpo, maior a quantidade de calor necessária para variar sua temperatura; 2. ao Calor Específico (c) Quanto maior o calor específico, maior a quantidade de calor necessária para variar sua temperatura; 3. à Variação de Temperatura (∆T) Quanto maior a variação de temperatura que se deseja obter de um corpo, maior a quantidade de calor que se deve fornecer. 2.1 Calor Sensível ou Específico 2.1 Calor Sensível Valores de calor específico para alguns materiais 2.2 Calor latente Quantidade de calor absorvida que produz mudança de fase no material. Ex. Fase sólida Fase Líquida Gelo + água Fase líquida Fase Gasosa Água + vapor 𝑸𝑳 = 𝑳 ∙ 𝒎 Descrito pela Eq: L Constante de proporcionalidade (Calor latente) m Massa do material 2.2 Calor latente 2.2 Calor latente Valores de calor latente para a água Curva de aquecimento - resfriamento 2.3 Capacidade Térmica Quantidade de calor necessária para elevar em 1ºC a temperatura de um corpo. 𝑪 = 𝑸 ∆𝑻 𝑸 Calor sensível ∆𝑻 Variação de temperatura Como Q = 𝑚𝑐∆𝑇 𝐶 = 𝑚𝑐∆𝑇 ∆𝑇 Substituindo 𝐶 = 𝑚𝑐 Unidade de capacidade térmica cal/g °C c é o calor específico e dependo do material 2.3 Capacidade Térmica 2.4 Calorímetro Imagem: Akshat Goel / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported Recipiente termicamente isolado que evita troca de calor entre o seu conteúdo e o meio externo. Em princípio, um calorímetro ideal não deveria trocar calor com os corpos de seu interior, mas na prática isso ocorre. Portanto, em alguns casos, a capacidade térmica do calorímetro é considerada no equacionamento da troca de calor. 2.5 Trocas de calor Num sistema de dois corpos, termicamente isolados do meio externo, a soma das quantidades de calor por eles trocados é igual a zero. 𝑸𝒄𝒆𝒅𝒊𝒅𝒐 + 𝑸𝒓𝒆𝒄𝒆𝒃𝒊𝒅𝒐 = 𝟎 Para um sistema de n corpos, escrevemos: 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 +⋯+ 𝑄𝑛 = 0 Quantidades de calor podem ser tanto sensível quanto latente. Exercício 1 Um frasco contém 20 g de água a 0°C. Em seu interior é colocado um objeto de 50 g de alumínio a 80°C. Os calores específicos da água e do alumínio são respectivamente 1,0 cal/g°C e 0,10 cal/g°C. Supondo não haver troca de calor com o frasco e com o meio ambiente, qual a temperatura de equilíbrio dessa mistura ? Mecanismo de troca de calor Transferência de calor por convecção Primeira Lei da Termodinâmica F 3.1 Trabalho de um gás O trabalho realizado por um gás pode ser calculado da seguinte forma: 𝑊 = 𝑝𝑑𝑉 𝑉𝑓 𝑉𝑖 𝑝 Pressão exercida pelo gás no recipiente V Volume ocupado pelo gás 𝑉𝑖 𝑉𝑓 Volume inicial Volume final Obs. 𝑉𝑓 > 𝑉𝑖 (W>0) realização de trabalho pelo gás. 𝑉𝑓 < 𝑉𝑖 (W<0) trabalho realizado sobre gás. Contração Expansão 3. Primeira Lei da Termodinâmica Corresponde ao principio da conservação da energia; O calor (Q) fornecido ou retirado de um sistema: Realização de trabalho (W); Variação da energia interna do sistema (∆U). Q = W + ∆U (Primeira Lei) U Depende do estado do material ( temperatura, pressão e volume); Q Q>0 o (o sistema ganha calor) ; Q<0 (o sistema perde calor); W W>0 (o sistema realiza trabalho sobre o ambiente); W<0 (o ambiente realiza trabalho sobre o sistema) 3.2 Energia interna de um sistema (U) Diretamente relacionada com a temperatura; Variação na temperatura Variação em U (ΔU) Para moléculas monoatômicas: ΔTRn 2 3 ΔU n – número de mols do gás; R – constante universal dos gases (8,31 J/mol.K); T – temperatura do gás. Calor recebido Calor cedido FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio Primeira lei da termodinâmica 3.3 Processos Termodinâmicos Processo isovolumétrico Volume constante; O calor recebido ou cedido é transformado na variação da energia interna do gás. Não há variação de volume W = 0 Calor recebido Calor cedido FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio Primeira lei da termodinâmica 3.3 Processos Termodinâmicos Processo Isotérmico Temperatura constante; O calor recebido ou cedido é transformado em trabalho. Não há variação de temperatura ΔU = 0 FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio Primeira lei da termodinâmica 3.3 Processos Termodinâmicos Processo cíclico Em um processo cíclico de um gás os valores de pressão, volume e temperatura são idênticos aos do inicio do processo; ao final da transformação, o gás se encontra no mesmo estado termodinâmico. FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio Primeira lei da termodinâmica 3.3 Processos Termodinâmicos Processo adiabático Q constante (Não há trocas de calor); O trabalho realizado pelo gás (w>0) ou sobre o gás (w<0) resulta na variação da energia interna (∆U). Obs. W > 0 (realizado pelo gás) Temperatura diminui W < 0 (realizado sobre o gás) Temperatura aumenta Exercício 2 2. Um trabalho de 200 J é realizado sobre um sistema, e uma quantidade de calor de 70,0 cal é removida do sistema. Qual é o valor (incluindo o sinal) (a) de W, (b) de Q e (c) de ΔEint? 3. Na Fig. 1, uma amostra de gás se expande de 𝑉0 para 4,0 𝑉0 enquanto a pressão diminui de 𝑝0 para 𝑝0/4,0. Se 𝑉0 = 1,0 m3 e 𝑝0 = 40 Pa, qual é o trabalho realizado pelo gás se a pressão varia com o volume de acordo (a) com a trajetória A, (b) com a trajetória B e (c) com a trajetória C? 1. Em A, o processo é isobárico já que a pressão é constante. A variação de volume é Vo para 4Vo, logo 3Vo. De acordo com o enunciado, Vo = 1 m³. Portanto: 2. Em B, a pressão e o volume são variáveis. Portanto o trabalho será numericamente igual a área da transformação que no caso é um triângulo retângulo de base 50 e altura 3, portanto: 3.Em c o trabalho será 𝜏 = PΔVc 𝜏 = 10 4 − 1 = 30𝐽 Segunda Lei da Termodinâmica Introdução Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior aplicação na construção de máquinas e utilização na indústria, pois trata diretamente do rendimento das máquinas térmicas. Dois enunciados, aparentemente diferentes ilustram a 2ª Lei da Termodinâmica: Enunciado de Clausius: o fluxo de calor ocorre espontaneamente do corpode maior temperatura para o de menor temperatura. O inverso seria uma transformação forçada, que dependeria do fornecimento de energia ao sistema para que ela ocorresse. Enunciado de Kelvin-Planck: nenhuma máquina térmica, que funcione em ciclos, pode transformar toda a energia térmica recebida (calor) em energia mecânica (trabalho), ou seja, não existe uma máquina térmica com 100% de rendimento. Introdução S. Carnot • Engenheiro Francês (1796-1832); • Contribui grandemente para o desenvolvimento da termodinâmica; • Em 1824, escreveu o tratado: Reflexões sobre a força motriz do fogo; Descreve um motor regido por um ciclo que recebe o nome de ciclo de Carnot. Introdução O ciclo de Carnot Fornece as condições para a obtenção de uma máquina térmica de maior rendimento, É um ciclo termodinâmico, onde ocorrem transformações termodinâmicas; Reversível; Representa um motor que trabalha com um gás ideal; Introdução O ciclo de Carnot Exemplo 1 Uma turbina em uma planta de geração de energia a vapor retira vapor de um aquecedor de 520°C e o elimina através de um condensador a 100°C. Qual o máximo rendimento possível para a turbina? Uma máquina absorve 52,4kJ e libera 36 kJ de calor em cada ciclo. Calcule (a) o rendimento e (b) o trabalho efetuado pela máquina em cada ciclo. Exemplo 2 Resumo Calor é a energia que é transferida de um sistema para o ambiente, ou vice-versa, em virtude de uma diferença de temperatura. Tipos de calor: calor sensível e calor latente; Trocas de calor. Se um sistema de vários corpo que estão termicamente isolados do meio externo, a soma das quantidades de calor trocadas por esses corpos é igual a zero (ou seja a quantidade de calor cedida é igual a quantidade de calor recebida), portanto a energia do sistema se conserva. A primeira lei da termodinâmica corresponde ao principio da conservação de energia. Assim, o calor fornecido ou retirado de um sistema resultará na realização de trabalho e na variação da energia interna do sistema. Matematicamente expressa por: Q = W+ ∆𝑈 Processo termodinâmicos são: processos cíclicos, isovolumétricos e adiabáticos. Resumo O ciclo de Carnot é um ciclo idealizado, reversível, no qual o fluido operante é um gás perfeito, que corresponde a duas transformações isotérmicas e duas adiabáticas, intercaladas. Uma máquina perfeita é uma máquina imaginária na qual a energia extraída de uma fonte na forma de calor é totalmente convertida em trabalho. Uma máquina que se comportasse dessa forma violaria a segunda lei da termodinâmica, que pode ser reformulada da seguinte maneira: Não existe uma série de processos cujo único resultado seja a conversão total em trabalho da energia contida em uma fonte de calor. Leitura suplementar Capítulo 18 do livro . Fundamentos de física: gravitação, ondas e termodinâmica, vol.2 de Halliday e Resnick. Referências HALLIDAY, David, RESNICK, Robert. Fundamentos de física, volume 2 : gravitação, ondas e termodinâmica 10. ed. – Rio de Janeiro : LTC, 2016. SEARS, F.; YOUNG, H. D.; ZEMANSKY, M.W. Física II. 12. ed., São Paulo: PEARSON, 2008, v. 2 TIPLER, P; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. 6 ed., Rio de Janeiro: LTC, 2014, v 2. OBRIGADA!
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