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PDF Gestão da Biodiversidade 4

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- -1
GESTÃO DA BIODIVERSIDADE
CAPÍTULO 4 – COMO FUNCIONA A GESTÃO 
DA BIODIVERSIDADE NO BRASIL?
Andrea Quirino Steiner
- -2
Introdução
Como está a biodiversidade brasileira? Será que o país está conseguindo gerenciar sua enorme biodiversidade?
Que instrumentos legais possui para tal gestão? Como esses instrumentos se desenvolveram historicamente, em
meio a interesses diversos?
Neste capítulo iremos responder a tais questões. Começaremos contextualizando a biodiversidade brasileira por
meio dos seus biomas, seu estado de conservação e algumas ferramentas de gestão. Em seguida, focaremos nos
principais desafios à gestão da biodiversidade do país, buscando apresentar também soluções. O terceiro tópico
apresenta um panorama da legislação e das políticas públicas relevantes. Por fim, fecharemos com um dos mais
importantes instrumentos de conservação – o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).in situ
Consideramos este capítulo essencial a você, que ao concluir esta disciplina terá tido a oportunidade de estudar a
gestão da biodiversidade mais próxima do seu dia a dia: a do seu próprio país.
Vamos começar?
4.1 Biodiversidade brasileira
Em qualquer parte do planeta, ao se falar em biodiversidade, é provável que surja o nome do Brasil. As razões
são muitas. Estima-se que o país possua a maior biodiversidade do planeta, algo em torno de 9,5% a 13% das
espécies, se considerarmos os números mais conservadores. Também abriga um dos biomas mais ricos do
mundo, a Amazônia, que por sua vez inclui o maior sistema fluvial da Terra.
Segundo Brandon et al. (2005, p. 13), o Brasil
[...] é a terra natal da Convenção sobre Diversidade Biológica, a principal realização da Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – a ECO 92 – no Rio de Janeiro, o maior
encontro de líderes de Estado na história moderna. A proeminência na agenda de conservação
global, como um dos principais países megadiversos, e sua manifesta vantagem comparativa em
relação à capacidade científica, associadas aos imensos desafios à frente, fazem do Brasil um solo
fértil de testes para estratégias inovadoras de conservação.
Essa é apenas uma pequena parte de toda a biodiversidade do Brasil, que é lar de outros biomas
importantíssimos, como veremos. Tal biodiversidade enfrenta vários problemas, o que também será discutido.
Felizmente, existem soluções possíveis. Acreditamos, inclusive, que você será parte da solução.
Acompanhe com atenção!
4.1.1 Os biomas brasileiros
Segundo o Mapa de Biomas e Vegetação do IBGE (2004), o território brasileiro abarca seis biomas terrestres: a
Amazônia, o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pantanal e o Pampa, além do bioma marinho.
A Amazônia é o mais famoso dos biomas brasileiros. São quase 4,2 milhões de km , o que inclui a maior bacia2
hidrográfica do planeta, a maior reserva mundial de madeira e uma vasta quantidade de espécies de plantas e
animais, entre outros. Vale salientar que a Amazônia ainda cobre parte de outros países sul-americanos,
totalizando 5,5 milhões de km .2
Entre os serviços ecossistêmicos fornecidos pela Amazônia, temos a regulação do clima e da qualidade do ar, a
formação dos solos e a prevenção da erosão, a reciclagem de nutrientes, a captação de CO , o fornecimento de
2
produtos de valor econômico, a produção de chuva e umidade, e o provimento de serviços de valor sociocultural,
- -3
produtos de valor econômico, a produção de chuva e umidade, e o provimento de serviços de valor sociocultural,
educacional e estético.
O Cerrado, por sua vez, é conhecido como a savana brasileira, e cobre 21% do território nacional (cerca de 1,5
milhões de km ), além de partes do Paraguai e da Bolívia. Composto por savanas, florestas estacionais e campos,2
é o segundo maior bioma da América do Sul, perdendo apenas para a Amazônia. Localiza-se na região central do
Brasil, além de incluir parte de outros estados.
Além de sua biodiversidade, o Cerrado possui importância para grupos como quilombolas, babaçueiros,
ribeirinhos e indígenas. Tais comunidades possuem, por sua vez, profundo conhecimento das espécies desse
bioma, que registra mais de 220 espécies de uso medicinal, entre várias outras de utilidade para o ser humano.
Já a Mata Atlântica é uma floresta úmida costeira, que vai desde o nordeste brasileiro até parte da Argentina e do
Paraguai. Possui biodiversidade equiparável à da Amazônia e altas taxas de endemismo. Trechos da Mata
Atlântica são considerados Patrimônio Natural da Unesco. É importante lembrar que boa parte da população
brasileira (cerca de 70%) mora na região originalmente ocupada por este bioma.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a Mata Atlântica é responsável
[...] pela produção, regulação e abastecimento de água; regulação e equilíbrio climáticos; proteção de
encostas e atenuação de desastres; fertilidade e proteção do solo; produção de alimentos, madeira,
fibras, óleos e remédios; além de proporcionar paisagens cênicas e preservar um patrimônio
histórico e cultural imenso (MMA, s/d-b).
A Caatinga é outro grande bioma do Brasil, ocupando cerca de 11% do território. É o único bioma
exclusivamente brasileiro. Apesar de ser visto como um bioma pobre, devido a seu aspecto seco e sua associação
aos flagelos do sertão, possui alta biodiversidade e abriga centenas de espécies de animais e plantas, entre
outros seres vivos.
Em termos de provimento de serviços ecossistêmicos, a Caatinga fornece suporte para as mais de 27 milhões de
pessoas que ali vivem. A despeito dos problemas associados aos ciclos de seca, provê alimento, lenha, e
substâncias farmacológicas e cosméticas, além de espaço favorável para o desenvolvimento de diversas
atividades agropecuárias.
O Pantanal, por sua vez, é reconhecido pela sua beleza única. É o menor bioma do Brasil, mas também é uma das
maiores áreas úmidas contínuas do planeta. O Pantanal possui alta diversidade biológica por receber influência
de quatro outros biomas: a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica, no Brasil, além do bioma Chaco
(continuidade do Pantanal localizada no Paraguai e Bolívia).
As zonas úmidas, como é o caso do Pantanal, possuem função chave no abastecimento mundial das águas. Atuam
como uma esponja, absorvendo grandes quantias de água na estação das chuvas (inclusive evitando enchentes)
e, posteriormente, liberando essas águas nos períodos mais secos. Esse tipo de bioma ajuda, inclusive, a filtrar as
águas, removendo poluentes. Estudos indicam que um único hectare de zona úmida interiorana fornece serviços
ecossistêmicos que, se calculados monetariamente, equivaleriam a cerca de US$ 26 mil; no caso das zonas
úmidas costeiras, esse valor sobe para cerca de US$ 194 mil/ano. Considerando o Pantanal, o valor por ano seria
de US$ 13 bilhões, levando em conta apenas os serviços ecossistêmicos de fornecimento e purificação das águas
(DE GROOT et al., 2012).
O Pampa, também chamado de Campos Sulinos, é o segundo menor bioma brasileiro e o mais negligenciado.
Ocupa aproximadamente 13,7 milhões de hectares, com alta diversidade – cerca de 2,07% do território nacional.
Está presente apenas no Rio Grande do Sul e é composto por um mosaico de campos de gramíneas, matas e
formações arbustivas.
- -4
Figura 1 - O bioma marinho é um dos biomas encontrados no território brasileiro.
Fonte: Damsea, Shutterstock, 2018.
A importância do bioma marinho também é grande. A zona costeira e marinha do Brasil (essa última
denominada Zona Econômica Exclusiva), cobre aproximadamente 3,6 milhões de km , com alto potencial em2
termos de recursos pesqueiros, petróleo, minérios e produção alternativa de energia (via energia eólica e
energia das marés, por exemplo). Por isso, é conhecida como Amazônia Azul.
No próximo item iremos conhecer o estado de conservação dos biomas brasileiros, discutindo os principais
impactos que estes vêm sofrendo.
VOCÊ SABIA?
As Zonas Econômicas Exclusivas (ZEEs) são estabelecidas pela Convenção das Nações Unidas
sobre o Direito do Mar para possibilitar a exploração dos recursosvivos e não vivos, pelos
países costeiros, para além de suas águas territoriais. Estendem-se, a princípio, por 200 milhas
marítimas da costa, podendo ser expandidas conforme solicitação especial.
- -5
4.1.2 Estado de conservação dos biomas brasileiros
Os biomas brasileiros são alvo de diversos tipos de degradação. Quando pensamos na Amazônia, por exemplo,
pensamos em desmatamento. Este é um dos principais problemas na região, em que a madeira é retirada para
uso ou para a expansão de áreas de monocultura e pasto, entre outros.
Apesar de uma progressiva redução nas taxas de desmatamento desde 2004, quando foi implantado o Projeto de
Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), dados do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que tais taxas ainda são alarmantes. Apenas no período entre agosto de
2016 e julho de 2017, quase 7 mil km foram desmatados – mais que todo o território do Distrito Federal.2
A devastação de grandes áreas não é o único problema do desmatamento. Estudos indicam que há outros
problemas sérios (e que, infelizmente, costumam receber menos atenção), como o corte seletivo de madeiras e a
substituição de árvores centenárias por espécimes mais jovens. O corte seletivo, por exemplo, que até
recentemente não era levado em conta pelas avaliações de desmatamento realizadas via satélite, podem
representar áreas equivalentes ou quase equivalentes às grandes extensões de desmatamento contínuo.
O Cerrado, vizinho da Amazônia, é um bioma que permaneceu relativamente bem preservado até meados da
década de 1960. A partir de então começou a sofrer intensas pressões, principalmente devido à mineração, à
expansão das monoculturas (especialmente da soja e do arroz), à extração de madeira, ao aumento do número
de rodovias e cidades e às queimadas. É considerado um da biodiversidade – ou seja, uma regiãohotspot 
biogeográfica altamente ameaçada, em que muitas espécies correm risco de extinção.
Dentre os problemas sofridos pelo Cerrado, que já perdeu quase 50% de sua área, está a fragmentação dos
habitats. Tal problema dificilmente se resolve com unidades de conservação – a principal estratégia que vem
sendo aplicada pelo governo brasileiro neste e em outros biomas. Além da baixa representatividade (menos de
3% está em áreas de proteção integral), tais áreas são frequentemente espalhadas e isoladas e, pior, cercadas por
pressões antrópicas diversas.
A Mata Atlântica é outro dos brasileiros e um dos cinco biomas mais ameaçados do planeta. É o biomahotspots
com histórico mais longo de degradação no país: há indícios de que a região já sofria com impactos antrópicos
causados pelos indígenas no período pré-colonial, devido à agricultura predatória. Impactos mais intensos foram
promovidos com a chegada dos portugueses, em especial a partir do século XIX.
Estima-se que reste algo entre 7%-29% da cobertura vegetal original da Mata Atlântica. Devido à grande
densidade populacional da região, sofre com especulação imobiliária e consequente desmatamento, poluição, e
fragmentação de habitats.
- -6
Figura 2 - A monocultura da soja tem causado fortes impactos no bioma Cerrado.
Fonte: phloen, Shutterstock, 2018.
Uma das principais ameaças à Caatinga é também o desmatamento. A extração insustentável de lenha para uso
doméstico e comercial/industrial é um grande problema neste bioma; estima-se que quase metade da Caatinga
já tinha sido devastada. Outro problema é o sobrepastoreio, como parte do avanço desordenado da agropecuária,
com sérios impactos sobre o solo. Apenas cerca de 7,5% está protegida em unidades de conservação, e somente
1% em áreas de proteção integral.
A Caatinga ainda enfrenta o risco de entrar em um círculo vicioso de degradação, ao se considerar que é uma
região especialmente suscetível aos efeitos das mudanças climáticas (em que o risco de seca fica maior) e aos
processos de desertificação. A região também possui grande vulnerabilidade aos problemas sociais, por ser lar
de uma população historicamente frágil em termos de recursos econômicos.
Similarmente, menos de 3% do Pantanal está protegido formalmente por meio de unidades de conservação.
Estudos mostram que a estrutura vegetal desse bioma vem mudando ao longo dos últimos anos, com o aumento
da vegetação rasteira (como as pastagens) e a diminuição da vegetação arbustiva. De fato, a substituição das
áreas nativas por áreas de agropecuária é uma das principais ameaças ao Pantanal.
Sistemas mais tradicionais de pesca e criação de gado vêm sendo substituídos por sistemas agropecuários mais
intensivos e menos sustentáveis, com aumento do desmatamento e outras alterações. Outro impacto a ser
considerado são as usinas hidrelétricas, que vêm causando assoreamento e ameaçando tanto a fauna e a flora
quanto setores como o turismo e a agricultura familiar. Há, ainda, o turismo desordenado, as queimadas, a
poluição das águas e a introdução de espécies exóticas.
Similarmente, estudos indicam que o Pampa não está adequadamente protegido pela legislação brasileira. Cerca
de 25% do bioma se perdeu devido a mudanças na paisagem e no uso do solo apenas nas três últimas décadas do
século XX, enquanto que apenas 3,3% está protegido por unidades de conservação (apenas 0,9% de proteção
integral) – a menor representatividade dentre os biomas brasileiros.
Uma das principais atividades na região do Pampa é a pecuária, e o pastoreio excessivo e desordenado pode
gerar impactos como perda da cobertura do solo e erosão. A expansão das monoculturas também é um
problema. Outra questão são as queimadas, realizadas para diminuir a quantidade de arbustos em meio às áreas
- -7
problema. Outra questão são as queimadas, realizadas para diminuir a quantidade de arbustos em meio às áreas
usadas para pasto.
A costa brasileira, como mencionado anteriormente, concentra cerca de 70% da população. Esse dado, por si só,
já dá ideia da enormidade dos impactos sofridos pelo bioma marinho. A especulação imobiliária e a grande
concentração de residências e indústrias ao longo da costa, com a poluição associada à falta de tratamento dos
resíduos, ameaça fortemente os frágeis ambientes recifais da região nordeste.
Dada a beleza de nossa costa, outro problema é o turismo desordenado. Vários impactos decorrem desse setor,
como: a poluição; o desmatamento dos manguezais associado à especulação imobiliária; o comércio de suvenires
advindo de organismos recifais, como os corais; e a descaracterização das populações tradicionais ribeirinhas.
4.1.3 Ferramentas de gestão para os biomas brasileiros
Recentemente uma rede de ONGs conhecida como Grupo de Trabalho Desmatamento Zero desenvolveu um
plano de conservação para a Amazônia, apresentado na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas de 2017.
Segundo esse relatório, o desmatamento continua porque maior valor é dado à terra sem cobertura vegetal do
que às áreas com floresta. O texto mostra que o Brasil não precisa mais desmatar para se desenvolver
economicamente. Outros especialistas apontam o ecoturismo como parte da solução para a Amazônia, em que a
floresta de pé também estimula o desenvolvimento socioeconômico.
O segredo para frear o desmatamento seria via políticas públicas que promovessem a valoração e uso
sustentável de produtos da floresta e que, ao mesmo tempo, estimulassem a expansão da agropecuária “apenas”
nas extensas áreas já desmatadas. O relatório sugere, ainda, que a legislação existente precisa ser implementada
de maneira mais intensiva, a fim de evitar o desmatamento e a apropriação ilegal de terras. Por fim, o relatório
reforça a necessidade de mais diálogo entre os ambientalistas e o setor do agronegócio.
Quanto ao Cerrado, estudos indicam que, devido à intensa fragmentação do bioma, este necessita de uma
estratégia integrada de conservação que, inclusive, conecte as áreas remanescentes. Isso inclui uma maior
coordenação entre as iniciativas governamentais existentes, que muitas vezes se sobrepõem mas não conseguem
proteger o bioma efetivamente. Outra questãoseria uma maior inclusão dos envolvidos nas fontes de impacto
nas atividades de sensibilização, como é o caso dos fazendeiros.
Na Mata Atlântica, devido à sua grande perda de área, são ainda mais urgentes os estudos para avaliar o que
resta. Em especial, é preciso descrever as espécies restantes, investigar a resposta aos impactos antrópicos,
desenvolver metodologias de recuperação e estimular práticas de uso sustentável. Medidas de planejamento e
políticas públicas de uso da terra são essenciais. Tabarelli e Roda (2005) também argumentam que a parceria
com iniciativas privadas é fundamental no caso desse bioma, visto que a maior parte dos fragmentos
remanescentes está localizada em áreas privadas, como é o caso das usinas de cana-de-açúcar.
Um dos principais impedimentos à conservação da Caatinga é a falta de conhecimento sobre esse bioma,
VOCÊ QUER LER?
O livro “Amazônia azul: o mar que nos pertence”, organizado pelo almirante Armando Vidigal,
é uma coletânea de ensaios sobre a importância socioeconômica do espaço marítimo
brasileiro. Aborda aspectos como defesa, ciência e tecnologia, proteção, segurança alimentar,
direito e história, entre outros (VIDIGAL, 2006).
- -8
Um dos principais impedimentos à conservação da Caatinga é a falta de conhecimento sobre esse bioma,
estigmatizado erroneamente como seco e sem vida. O conhecimento heterogêneo sobre a região dificulta,
inclusive, a sensibilização dos gestores para a criação de políticas públicas mais abrangentes e efetivas de
conservação.
Pesquisadores indicam que, para a efetiva conservação do Pantanal, também é preciso conhecimento sobre
temas como: processos ecológicos, hidrologia, migração dos peixes, habitats e micro-habitats, efeitos da
fragmentação, corredores ecológicos como ferramentas de conservação, teias alimentares, rotas migratórias de
aves, bioindicadores, mitigação de impactos antrópicos, áreas prioritárias para a conservação, impacto das
mudanças climáticas no bioma, entre vários outros.
Overbeck et al. (2007) sugerem quatro ações principais necessárias para aumentar a proteção do Pampa: criar
mais unidades de conservação, melhorar as estratégias de manejo, conduzir mais pesquisas na região e
promover a sensibilização da população sobre o valor e vulnerabilidade do bioma.
O bioma marinho recentemente foi contemplado pela criação de três novas áreas de proteção gigantescas: a Área
de Proteção Ambiental (APA) do Arquipélago de São Pedro de São Paulo, o Monumento Natural e a APA de
Trindade de Martim Vaz. Juntas, essas três unidades de conservação somam mais de 92 milhões de hectares, e
aumentam a porcentagem de áreas de proteção marinhas de 1,5% para 25%.
Apesar do claro avanço em termos de conservação , apenas 14% dessas novas áreas são de proteçãoin situ
integral. E é preciso que elas sejam implementadas de fato, a fim de não se juntarem às dezenas de unidades de
conservação que existem apenas no papel. Afinal, a implementação real das UCs, ação conservacionista que
frequentemente choca com outros interesses no Brasil, é um dos desafios à proteção da biodiversidade. Tais
desafios serão enfocados a seguir.
4.2 Desafios socioeconômicos e socioambientais da 
conservação da biodiversidade brasileira
Como você viu, conservar a biodiversidade do país é um grande desafio. Tal conservação esbarra, por exemplo,
nos interesses econômicos vistos como conflitantes. Afinal, se todos detivessem conhecimento sobre os reais
benefícios de se conservar a biodiversidade, veriam que a conservação e o desenvolvimento socioeconômico não
são, necessariamente, contraditórios.
O fato é que a conservação e o uso sustentável da biodiversidade podem beneficiar a todos. Pensar em soluções
para uma boa gestão da biodiversidade brasileira é imprescindível, como veremos a seguir.
VOCÊ O CONHECE?
João de Vasconcelos Sobrinho (1908-1989) foi um ecólogo pioneiro do Brasil e um dos
principais acadêmicos da área de ecologia da América Latina. Formado em engenharia
agronômica, ajudou a fundar vários órgãos na área de meio ambiente, como o extinto IBDF
(Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal), precursor do IBAMA. Publicou cerca de 30
livros.
- -9
4.2.1 Impactos antrópicos na biodiversidade brasileira
Os impactos na biodiversidade brasileira são muitos. De acordo com o Índice de Desempenho Ambiental (EPI, na
sigla inglesa) de 2018, o Brasil figura em 65º lugar em termos de sua performance, considerando 180 países. Na
América Latina (excluindo o Caribe), o país sobe para a 7ª posição.
Figura 3 - A biodiversidade do Brasil vem sofrendo intensos impactos antrópicos.
Fonte: cheda, Shutterstock, 2018.
O geral do EPI reflete a média de 24 indicadores agrupados em dez categorias, entre os quais o paísranking 
possui performances variadas. O desempenho do Brasil em relação ao indicador que abarca a questão da
biodiversidade e dos habitats é consideravelmente melhor: 46º lugar. Dentre os seis indicadores avaliados para a
categoria, a melhor performance do país é quanto às áreas marinhas protegidas (33º lugar) e ao índice de
representatividade das áreas protegidas (40º). Este último diz respeito à representatividade ecológica das
unidades de conservação terrestres. Por outro lado, o Brasil obteve péssimos resultados quanto ao índice de
- -10
representatividade das áreas protegidas (40º). Este último diz respeito à representatividade ecológica das
unidades de conservação terrestres. Por outro lado, o Brasil obteve péssimos resultados quanto ao índice de
habitat das espécies (151º), ou seja, a proporção de habitats que resta em relação ao ano base de 2001.
Segundo Joly, Metzger e Tabarelli (2014, p. 10), “[...] a conversão de habitats naturais em sistemas agrícolas é a
maior causa de perda de biodiversidade e de serviços ecossistêmicos, seguido do uso não sustentável e invasão
por espécies exóticas”. Na mesma linha, o mais recente relatório do Brasil para a Convenção sobre Diversidade
Biológica, de 2015, admite que a expansão desordenada da agricultura está entre as principais ameaças. Das
áreas de agricultura, quase metade é dedicada ao pasto, enquanto apenas 2,5% corresponde a sistemas
agroflorestais – sistemas agrícolas mais sustentáveis.
Figura 4 - A expansão desordenada dos sistemas agropecuários é uma grande ameaça à biodiversidade 
brasileira.
Fonte: DanVostok, Shutterstock, 2018.
O relatório traz, ainda, outras cinco categorias de ameaças: o desmatamento, as queimadas, as mudanças
VOCÊ SABIA?
Além do EPI, há uma variedade de índices utilizados para avaliar a questão socioambiental,
entre eles: o Índice de Desenvolvimento Municipal, o Índice de Desenvolvimento Humano, o
Índice Planeta Vivo, o Índice de Bem-Estar e a Pegada Ecológica. Neste último, é possível
calcular on-line seu próprio impacto na Terra.
- -11
O relatório traz, ainda, outras cinco categorias de ameaças: o desmatamento, as queimadas, as mudanças
climáticas, as perdas de habitats aquáticos e costeiros e a poluição.
Quanto ao desmatamento, o EPI 2018 mostra que na categoria florestas (com um indicador de perda de
cobertura vegetal), está na 96ª posição. Por outro lado, indica que o Brasil ocupa uma boa posição quanto à
poluição por nitrogênio na agricultura (16ª).
Ligada à agricultura está a questão do clima e energia. Esta categoria representa a pior performance do Brasil no
EPI, ficando em 157º lugar devido aos seus péssimos escores, principalmente em relação às emissões de dióxido
de carbono (CO ), carbono negro e óxido de nitrogênio (N O). Similarmente, o país obteve um péssimo escore na
2 2
categoria poluição do ar (129º).
Por outro lado, o país obteve um excelente escore quanto à categoria estoques pesqueiros (6º), principalmente
por ter ficado em primeiro lugar quanto à média do nível trófico do pescado capturado. Porém, ficou em 78º
lugar quanto ao status geral dos seus estoques.
CASO
Energia termelétrica hidrelétrica no Brasilversus
Em 2011, mais de 80% da energia do Brasil vinha das usinas hidrelétricas. Mudanças no ciclo
hidrológico reduziram talpercentagem para 64% em apenas quatro anos, devido à redução
das chuvas. A fim de compensar essa queda, foi aumentado o uso de energia termelétrica, com
fontes poluentes como o gás natural e o carvão, e consequente incremento nas emissões de CO
2
. Este caso demonstra a falta de competência na resolução de um problema de origem
ambiental, com ações que degradam ainda mais o meio ambiente. Afinal, havia alternativas
mais ecologicamente corretas que foram subutilizadas, como a geração de energia eólica e
solar. A opção escolhida só potencializa o problema e afeta, inclusive, as metas do país quanto
à diminuição nas emissões de gases de efeito estufa.
- -12
Figura 5 - Diferentemente de outras categorias, o Brasil obteve boa pontuação no EPI 2018 quanto aos seus 
estoques pesqueiros.
Fonte: aceshot1, Shutterstock, 2018.
Além de todos esses problemas, a conservação enfrenta o conflito com interesses econômicos, como mencionado
anteriormente. No próximo item iremos tratar desse choque.
4.2.2 Interesses econômicos versus gestão da biodiversidade no Brasil
Segundo Joly, Metzger e Tabarelli (2014, p. 3), apesar de a economia do Brasil depender da biodiversidade, o uso
dessa biodiversidade “[...] não é revertido em melhorias socioeconômicas e a pobreza persiste em várias áreas
urbanas e rurais no país”. Um das principais fontes de impactos é a agropecuária, setor diretamente dependente
da biodiversidade que poderia, inclusive, se beneficiar de sua conservação.
Contraditoriamente, a perda da biodiversidade está diretamente ligada à insegurança alimentar. Ou seja, quanto
VOCÊ QUER LER?
O < > traz informações sobre a ECOECO – Sociedade Brasileira desite http://ecoeco.org.br/
Economia Ecológica, criada em 1994 para promover o estudo do tema no Brasil. Associada à
Sociedade Internacional de Economia Ecológica (ISEE), realiza encontros regularmente e
possui parceria com a “Revista Iberoamericana de Economía Ecológica”.
http://ecoeco.org.br/
- -13
Contraditoriamente, a perda da biodiversidade está diretamente ligada à insegurança alimentar. Ou seja, quanto
mais insustentáveis são as práticas agrícolas, mais o próprio setor agrícola é afetado, inclusive economicamente.
Figura 6 - A economia brasileira depende fortemente da biodiversidade.
Fonte: ktsdesign, Shutterstock, 2018.
Por outro lado, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável – CEBDS, é um exemplo
das possibilidades de integração entre os setores conservacionista e empresarial. Representa mais de 60 grandes
grupos empresariais e busca trabalhar a partir de uma tríade de aspectos econômicos, sociais e ambientais.
Entre suas ações estão projetos de baixo carbono, eficiência energética, capital natural e saneamento ambiental.
Iniciativas como essa se alinham à Plataforma Global sobre Negócios e Biodiversidade, no âmbito da Convenção
sobre Diversidade Biológica. Diferentemente do que se possa pensar, os consumidores estão cada vez mais
preocupados com o meio ambiente. Recentemente, por exemplo, um estudo com mais de 5 mil consumidores de
cinco países mostrou que 79% acreditam que as empresas possuem obrigação moral de gerar impactos
socioambientais positivos (UEBT, 2017).
Em termos gerais, parece haver um descompasso entre o que se acredita com conflitante quanto ao
desenvolvimento socioeconômico e a proteção socioambiental e o que é realidade. Talvez uma saída para
transformar tais percepções seja via mais pesquisas e sensibilização da população em geral, conforme será
discutido a seguir.
- -14
4.2.3 Soluções para a gestão da biodiversidade no Brasil
O quinto relatório do Brasil para a Convenção sobre Diversidade Biológica apresenta sete categorias de soluções
para proteger a biodiversidade: a revisão e atualização da legislação, as áreas protegidas, o reflorestamento, o
manejo sustentável das florestas, o manejo integrado das paisagens terrestres, os planos de ação em conservação
e as práticas sustentáveis de produção agrícola e uso sustentável da biodiversidade.
Infelizmente, a despeito do largo arcabouço político-ambiental para a conservação do meio ambiente no Brasil,
vários retrocessos vêm ocorrendo, como a revisão e o consequente afrouxamento das diretrizes do Código
Florestal. Quanto às áreas protegidas, apesar da criação de novas áreas, a porcentagem total de proteção de
alguns biomas ainda é muito baixa e pouco representativa.
É fato que soluções técnicas diversas já existem para resolver os problemas ambientais vigentes, como indicado
em vários momentos ao longo deste capítulo. O que parece é que a conservação enfrenta questões mais amplas,
que transcendem as técnicas. Obviamente que o conhecimento técnico-científico é essencial, mas é possível que
o problema esteja, em última instância, no que o físico Fritjof Capra apontava já na década de 1970: que a crise
ambiental é uma crise de percepção. Tal crise se constitui à medida que os seres humanos se veem cada vez mais
como separados do meio; assim, quando a degradação ocorre não enxergam que estão prejudicando a si mesmos.
A educação ambiental seria uma das ferramentas para que as pessoas repensem, criticamente, sua relação com o
meio. Ao ajudar a mostrar a ligação intrínseca entre o ser humano e o restante do meio, é tida como uma das
principais soluções, em termos mais amplos, para resolver a crise ambiental vigente. No Brasil, a questão
ambiental é tratada como tema transversal dentro da educação, ao menos legalmente. A Política Nacional de
Educação Ambiental data de 1999.
Por outro lado, dado que a educação ambiental já vem sendo aplicada de diversas formas pelo mundo ao longo
das últimas décadas e os problemas ambientais continuam crescentes, Assadourian et al. (2017) indicam que
esta, por si só, não seria a solução; o necessário seria uma revisão massiva da educação formal como um todo,
inclusive no nível superior, a fim não apenas de sensibilizar a nova geração, mas também de prepará-la para um
mundo de intensas transformações ambientais.
A seguir, iremos aprofundar outra ferramenta importante para a gestão da biodiversidade brasileira: o
arcabouço político-legal de conservação.
4.3 A legislação e as políticas públicas brasileiras como 
ferramentas de gestão
O arcabouço político-legal compõe uma das principais ferramentas de proteção da biodiversidade ao regular o
uso e a conservação desta. Agora iremos tratar das principais leis e políticas públicas brasileiras focadas direta e
indiretamente na biodiversidade. Iniciaremos discutindo a Constituição Federal de 1988 e o Sistema Nacional de
Meio Ambiente, para então aprender sobre o Código Florestal e a Política Nacional da Biodiversidade.
Vamos iniciar a leitura?
4.3.1 Arcabouço político-legal de conservação
Apesar de preocupações observadas no período colonial, foi no governo de Getúlio Vargas que começou a se
criar um arcabouço legal de proteção ambiental, com o Código de Águas, o Código de Minas e a primeira versão
do Código Florestal, todos da década de 1930 e com foco principal na salvaguarda dos recursos naturais (não
necessariamente na preservação).
Na atual Constituição brasileira, o artigo 225 diz que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 2000).
- -15
Figura 7 - A Constituição Federal do Brasil inclui um artigo dedicado à questão ambiental.
Fonte: Africa Studio, Shutterstock, 2018.
Como arcabouço geral para funcionamento da política ambiental no Brasil temos, ainda, o Sistema Nacional de
Meio Ambiente – SISNAMA, instituído em 1981. Esse sistema engloba instituições dos níveis federal, estadual e
municipal, com a seguinte estrutura:
• Conselho de Governo – de assessoria imediata ao presidente, é o órgão superior do sistema;
• Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) – órgão consultivo e deliberativo;
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• Conselho Nacional de Meio Ambiente(CONAMA) – órgão consultivo e deliberativo;
• Ministério do Meio Ambiente (MMA) – órgão central criado em 1985, em substituição à Secretaria 
Especial de Meio Ambiente;
• Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) – órgão executor, 
responsável também pela fiscalização sobre o uso dos recursos naturais e por conceder licenças a 
empreendimentos que potencialmente causem impacto ao meio;
• Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – também executor, desempenha 
funções originalmente vinculadas ao IBAMA, relativas à gestão e monitoramento das unidades de 
conservação;
• Instituições estaduais diversas, de execução, controle e fiscalização – órgãos seccionais;
• Instituições municipais diversas de execução, controle e fiscalização – órgãos locais.
A seguir iremos enfocar outro instrumento essencial da política ambiental brasileira: o Código Florestal.
4.3.2 O Código Florestal brasileiro
O Brasil está na terceira versão do seu código florestal. A primeira versão, de 1934, preocupava-se
principalmente com o desmatamento resultante da monocultura de café e da criação de gado. Outro ponto de
influência foi a Constituição Federal do mesmo ano, a primeira a dar espaço (mesmo que incipiente) à questão
ambiental. Essa primeira versão do Código protegia, genericamente, 25% das áreas de vegetação de qualquer
área privada, apesar de promover certos tipos de desmatamento.
A segunda versão do Código Florestal veio em um momento de crescente interesse internacional pelas questões
ambientais. Como inovação, instituiu as chamadas Áreas de Proteção Permanente (APPs) e as Reservas Legais.
No primeiro caso, são áreas especiais de preservação independente de porcentagem. No segundo, são
porcentagens de proteção das terras privadas de acordo com o bioma em que se inserem. Apesar de ter sofrido
modificações, as Reservas Legais chegaram a proteger 80% das áreas amazônicas, 35% das áreas de Cerrado e
20% das demais áreas. O Código Florestal de 1965 encontrou, posteriormente, maior amparo na Constituição de
1988, no supracitado artigo 225.
Por outro lado, essa versão do Código Florestal sofreu várias tentativas de modificação, principalmente a partir
da década de 1990, que culminaram em uma nova proposta aprovada em 2012. Infelizmente o chamado Novo
Código Florestal, formalmente a Lei de Proteção da Vegetação Nativa, trouxe retrocessos, como a diminuição de
áreas de mata que seriam restauradas, a anistia a degradadores, o aumento nas áreas em que é permitido o
desmatamento e a diminuição de certos tipos de APP.
A seguir discutiremos outra política ambiental importante: a Política Nacional de Biodiversidade.
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VOCÊ QUER VER?
O documentário , produzido por Fernando Meirelles, entrevista ambientalistas,A lei da água
pesquisadores, agricultores e ruralistas para mostrar as polêmicas e os impactos do novo
Código Florestal (D'ELIA, 2015). Em especial, o filme busca mostrar a ligação entre esses
impactos e a crise hídrica brasileira. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
>.v=jgq_SXU1qzc
https://www.youtube.com/watch?v=jgq_SXU1qzc
https://www.youtube.com/watch?v=jgq_SXU1qzc
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4.3.3 A Política Nacional de Biodiversidade
A Política Nacional de Biodiversidade (PNB), fruto da adequação do Brasil à Convenção sobre Diversidade
Biológica, foi instituída em 2002 após ampla consulta pública. O extenso documento replica os princípios da
convenção, como o valor intrínseco da biodiversidade, a soberania dos países sobre seus recursos naturais, o
princípio da precaução, a importância de se conhecer a biodiversidade, entre outros pontos.
Traz ainda os três pilares da convenção, o que fica explícito no seu objetivo:
A Política Nacional da Biodiversidade tem como objetivo geral a promoção, de forma integrada, da
conservação da biodiversidade e da utilização sustentável de seus componentes, com a repartição
justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, de componentes do
patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais associados a esses recursos (BRASIL, 2002, 
).on-line
Estruturalmente, a PNB é composta por sete componentes: o conhecimento da biodiversidade; a conservação; o
uso sustentável; o monitoramento, avaliação, prevenção e mitigação dos impactos; o acesso aos recursos
genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados à repartição de benefícios; a educação, sensibilização
pública, informação e divulgação sobre biodiversidade; e o fortalecimento jurídico e institucional para a gestão.
Em termos institucionais, a PNB indica o Ministério do Meio Ambiente como ator chave na sua implementação,
inclusive na articulação com outros ministérios e na cooperação entre instituições e entre países. Apresenta,
ainda, o já existente Programa Nacional da Diversidade Biológica (PRONABIO), de 1994, como meio de
implementação da PNB via MMA.
Em 2003, o PRONABIO sofreu alterações, passando a se chamar Comissão Nacional da Biodiversidade –
CONABIO. O CONABIO, como a PNB, possui sete componentes temáticos e abarca a proteção de todos os biomas.
Na sua composição há ampla participação de órgãos governamentais e instituições da sociedade civil.
Complementarmente, a PNB é apoiada pelo Plano de Ação para Implementação da Política Nacional de
Biodiversidade (PAN-Bio), lançado em 2006. O Plano reforça como prioridades os componentes trazidos na PNB,
propondo ações concretas para sua implementação.
Como vimos, o segundo desses componentes é a conservação da biodiversidade. No tópico seguinte iremos
conhecer o arcabouço legal principal desse componente, que rege as unidades de conservação.
4.4 O SNUC
A preocupação em proteger áreas naturais no Brasil data do período colonial, porém sem efeitos práticos.
Mundialmente, várias áreas de proteção ambiental surgiram a partir da inciativa dos Estados Unidos de criar o
Parque Nacional de Yellowstone, inaugurado em 1872, mas apenas em 1937 foi criada a primeira área protegida
do Brasil: o Parque Nacional de Itatiaia (Rio de Janeiro e Minas Gerais).
Atualmente as áreas protegidas do Brasil são regidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC),
criado em 2000 (TOMASULO, 2015). Neste tópico iremos apresentar um pouco da história do SNUC, das
modalidades de proteção estabelecidas por esse instrumento legal e, por fim, da representatividade dessas áreas.
4.4.1 Breve histórico e características do SNUC
O conceito de unidade de conservação (UC) no Brasil foi mudando ao longo do tempo, acompanhando a evolução
internacional do tema. A criação do SNUC remonta a dois outros documentos prévios: o Plano do Sistema de
Unidades de Conservação, de 1979, e um estudo finalizado pela Fundação Pró-Natureza (Funatura), em 1989,
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Unidades de Conservação, de 1979, e um estudo finalizado pela Fundação Pró-Natureza (Funatura), em 1989,
sobre as categorias de área protegida já existentes. Esse estudo virou um anteprojeto, apresentado ao governo
federal em 1992, que acabou servindo de embrião para o SNUC.
Antes do SNUC já havia diversas categorias de UC, incluindo: Parque Nacional, Reserva Biológica, Floresta
 Das citadas, o Parque de Caça foiNacional, Parque de Caça, Estação Ecológica e Área de Proteção Ambiental.
suprimido das novas categorias, que veremos adiante.
O SNUC determina, como unidade de conservação,
[...] espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com
características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de
conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias
adequadas de proteção da lei (MMA, 2011, p. 5).
Na sequência, vamos entender as modalidades de proteção.
4.4.2 Modalidades de proteção
Diferentemente de outros países, que buscaram seguir as categorias internacionais de UC estabelecidas pela
União Internacional de Conservação da Natureza (conhecida pela sigla inglesa IUCN), o Brasil estabelece suas
próprias categorias quanto ao SNUC.A IUCN estabelece seis grandes categorias, conforme o quadro a seguir.
- -19
Quadro 1 - Categorias de Áreas Protegidas criadas pela IUCN.
Fonte: IUCN, 2018.
Já o SNUC traz 12 categorias. Essas categorias, por sua vez, podem ser divididas em dois grupos (conforme o
quadro a seguir): áreas de proteção integral e áreas de uso sustentável.
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Quadro 2 - Categorias de unidade de conservação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em MMA, 2011.
As unidades de conservação definidas pelo SNUC não cobrem todas as modalidades de proteção existentes no
país. Existem áreas protegidas pelo Código Florestal, conforme discutido anteriormente: as APPs e as Reservas
Legais. Segundo Medeiros, Irving e Garay (2004, p. 85), estas áreas se caracterizam como “[...] espaços
protegidos através de instrumentos legais pelos seus atributos e serviços, sobretudo ecológicos, mas sem uma
prévia delimitação territorial”.
4.4.3 Representatividade e situação atual
Conforme discutido anteriormente, no EPI 2018, o Brasil obteve a 40ª colocação quanto ao índice de
representatividade das áreas protegidas. Apesar de ser um dos seus melhores escores do país no referido índice,
há considerações a serem feitas.
Segundo dados do Cadastro Nacional de Unidades de Conservação – CNUC, atualizados em fevereiro de 2018, o
Brasil possui 545.747 km de unidades de proteção integral e 1.077.302 km de unidades de uso sustentável no2 2
âmbito do SNUC. O cadastro não traz dados atualizados por bioma. Dados de 2010 indicam que, com exceção da
Amazônia (e agora o bioma marinho, conforme você já viu), os demais biomas possuem, no máximo, 4,03% de
sua área protegida em unidades de conservação. Considerando apenas as áreas de proteção integral, esse
número é ainda menor.
Mais uma vez, a carência de estudos e dados correspondentes dificulta a avaliação da conservação via SNUC. Os
próprios órgãos ambientais responsáveis admitem que muitas unidades de conservação sequer são cadastradas
no CNUC, em especial se considerarmos as UCs municipais. Tampouco há noção da parcela de terras protegidas
fora do SNUC; ou seja, via Reservas Legais e APPs.
É preciso que a pesquisa seja prioridade governamental nos próximos anos. Esperamos que você, como futuro
profissional da Gestão da Biodiversidade, possa contribuir para a construção desse conhecimento no nosso país.
Síntese
Neste capítulo foi possível obter um panorama da conservação da biodiversidade brasileira, em especial quanto
a seus biomas e legislação e políticas públicas correspondentes. Apesar de diversos avanços, é visível que ainda
há muito que ser feito.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• aprender sobre os biomas brasileiros, os impactos sofridos e possíveis soluções para sua conservação;
• compreender alguns dos principais impactos antrópicos sobre a biodiversidade e o meio ambiente 
brasileiro;
• observar os desafios relacionados à conservação no Brasil, em especial quanto a potenciais conflitos com 
•
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• observar os desafios relacionados à conservação no Brasil, em especial quanto a potenciais conflitos com 
aspectos socioeconômicos;
• compreender um pouco da história e evolução do arcabouço político-ambiental brasileiro;
• aprofundar o conhecimento da PNMA, do SISNAMA, do Código Florestal e de outros instrumentos legais 
para a conservação no Brasil;
• focar no SNUC, seu histórico, modalidades de conservação e desafios;
• comparar as categorias de proteção do SNUC com o que é praticado internacionalmente.
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	Introdução
	4.1 Biodiversidade brasileira
	4.1.1 Os biomas brasileiros
	4.1.2 Estado de conservação dos biomas brasileiros
	4.1.3 Ferramentas de gestão para os biomas brasileiros
	4.2 Desafios socioeconômicos e socioambientais da conservação da biodiversidade brasileira
	4.2.1 Impactos antrópicos na biodiversidade brasileira
	4.2.2 Interesses econômicos versus gestão da biodiversidade no Brasil
	4.2.3 Soluções para a gestão da biodiversidade no Brasil
	4.3 A legislação e as políticas públicas brasileiras como ferramentas de gestão
	4.3.1 Arcabouço político-legal de conservação
	4.3.2 O Código Florestal brasileiro
	4.3.3 A Política Nacional de Biodiversidade
	4.4 O SNUC
	4.4.1 Breve histórico e características do SNUC
	4.4.2 Modalidades de proteção
	4.4.3 Representatividade e situação atual
	Síntese
	Bibliografia

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